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Educação

ambiental
aprender fazendo

Seuza Matos Marques

Edição do Autor
Belo Horizonte ∫ 2008
Copyright©2008 Seuza Matos Marques

Projeto Gráfico e Diagramação


Objeto de Arte Design Editorial

Fotos
Seuza Matos Marques

Revisão
Maria de Fátima Nascimento Demaria

M357e
Marques, Seuza Matos,
Educação ambiental, aprender fazendo / Seuza Matos Marques.
– Belo Horizonte: s.n.,2008.

128p, 15x21cm.

ISBN: 978-85-908356-0-8

I. Educação Ambiental. II. Título.


CDU:577.4

Proibida a reprodução desta obra, através de qualquer forma, meio


ou processo, seja eletrônico, digital, de fotocópia, gravação etc., sem
a autorização expressa do autor e da editora.
Agradeço aos meus filhos Paula Matos Marques Simões
e Renato Matos Marques que mesmo conhecendo as minhas
limitações me incentivaram a escrever esse livro. A Norma
Andrade Bertolini, bióloga, pelo estímulo na iniciação desse
projeto. As professoras Maria Paula Moreira e Maria de Fátima
Nascimento Demaria pela leitura e revisão gramatical do texto.
Dedico um carinho especial a todos que de uma forma ou de
outra contribuíram na realização do meu sonho.
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO, 7
2. INTRODUÇÃO: UM POUCO DE..., 9
3. ECOLOGIA X EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 15
Ecologia
Educação Ambiental
3.1 ATIVIDADE INTERPRETATIVA, 26
Oficina 1 – Conceituação
Oficina 2 – Utilizar o mapa
Oficina 3 – Refletir e pesquisar
3.2. ATIVIDADE INTERATIVA, 27
Oficina 4 – Exercício de Sensibilização
Oficina 5 – Saiba Mais
3.3. LEITURA COMPLEMENTAR, 29
Consciência Ambiental cresce no Brasil
4. NATUREZA, MEIO AMBIENTE, CULTURA E QUALIDADE DE VIDA, 31
Natureza e meio Ambiente
Cultura
Qualidade de vida
4.1. ATIVIDADE INTERPRETATIVA, 40
Oficina 1 – Reflexão
Oficina 2 – Observação de fotos
4.2. ATIVIDADE INTERATIVA, 41
Oficina 3 – Painel
Oficina 4 – Grupo de pesquisa e Discussão
Oficina 5 – Fazendo contato com a Natureza
4.3. LEITURA COMPLEMENTAR, 43
A Lua pelo Sol
5. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, 45
5.1. ATIVIDADE INTERPRETATIVA, 58
Oficina 1 – Desnutrição atinge até 10% das crianças no semi-árido
5.2. ATIVIDADE INTERATIVA, 60
Oficina 2 – Apresente seus Argumentos
Oficina 3 – Observando e Refletindo
5.3. LEITURA COMPLEMENTAR, 61
Ecoeficiência
6. IMPACTO – O QUE É, 63
Avaliação de Impacto Ambiental
Estudo de Impacto Ambiental
Um pouco de história
6.1. ATIVIDADE INTERPRETATIVA, 71
Oficina 1 – Peça de Teatro
6.2. ATIVIDADE INTERATIVA, 74
Oficina 2 – Dinâmica de grupo
Oficina 3 – Percebendo o Ambiente Escolar
6.3. LEITURA COMPLEMENTAR, 77
Falta D’Água Inédita
7. MANEJO E MONITORAMENTO, 97
Manejo
Manejo de Resíduos Sólidos
Manejo Ambiental Participativo
Monitoramento
7.1. ATIVIDADE INTERPRETATIVA, 103
Oficina 1 – Um Estorvo Amigo
Oficina 2 – O parque do Rola-Moça
7.2. ATIVIDADE INTERATIVA, 104
Oficina 3 – Projeto; Coletores de lixo
7.3. LEITURA COMPLEMENTAR, 105
O Carvão da Fuligem
8. CUIDAR DO MEIO AMBIENTE, 107
Instituições Governamentais
Organização Não-Governamental
8.1. ATIVIDADE INTERPRETATIVA, 115
Oficina 1 – a) Trabalhando com o Mapa
b) Fazer um quadro sintético sobre as ONGs
8.2. ATIVIDADE INTERATIVA, 116
Oficina 2 – Audiência Pública
Oficina 3 – Atuando como uma ONG
8.3. LEITURA COMPLEMENTAR, 117
O Preço da Água. Projetos baratos, pequenos e independentes
já estão irrigando o semi-árido
9. BIBLIOGRAFIA, 121
Educação Ambiental: aprender fazendo

1. APRESENTAÇÃO
A educação ambiental é um modo de levar o homem a ter responsabi-
lidade consigo mesmo e com o meio ambiente. E nessa perspectiva, procuro
agir enquanto educadora fornecendo oportunidades para discutir questões
relativas ao meio ambiente. Com esse livro compartilho um pouco desse fa-
zer pedagógico, objetivando estimular o debate, em particular entre profes-
sores e alunos, para quem dedico esse trabalho. Fazer Educação Ambiental
é estar engajado na tarefa de ajudar as pessoas a conhecerem, compreende-
rem e terem interesse pelo meio ambiente. Este fazer dever ser um trabalho
do dia-a-dia.
Na Introdução justifico por que a inclusão da Ecologia no 1º ano do
Ensino Médio. Ou seja, além do suporte à Educação Ambiental, o estudo de
temas mais gerais facilita a aprendizagem de conteúdos mais específicos. E
coloco, no final desse texto, o programa de Biologia que seria adotado em
Minas Gerais. Abordo a questão da produção de conhecimento pelo profes-
sor e aluno no seu cotidiano, lamentando, no entanto, que ainda haja falta
de apoio e estímulos para registro e divulgação desses trabalhos.
Em Ecologia x Educação Ambiental, um pequeno resumo mostra um
pouco a evolução da Ecologia e o florescer dos movimentos ambientalistas. A
sua importância e relação com as medidas de proteção ambiental, e também
com a Educação.
Em seguida, a discussão passa pelo homem e os outros seres vivos,
debatendo sobre natureza e meio ambiente, sobre qualidade de vida, sobre
cultura e questionando se existe relação entre tudo isso.
O tema ”desenvolvimento sustentável” é apresentado levando em con-
sideração a discussão feita por vários autores, nos quais busco subsídio para
compreender o assunto e preparar o texto.
O texto seguinte trata de impacto ambiental e relatório de impacto
ambiental. É utilizada uma peça de teatro para simular uma situação de
impacto servindo como ilustração de muitas outras que poderão ser escritas
pelos alunos.
Manejo e Monitoramento. O que é isso? Com esse título, começa a
discussão que tem como objetivo falar sobre a importância do manejo e mo-


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nitoramento, para a correta utilização dos recursos naturais, bem como o au-
mento de produtividade, tendo como princípio a preservação do ambiente.
Com o título “Cuidar do Meio Ambiente” a conversa é em tor-
no de algumas instituições do Governo e sobre as Organizações Não-
Governamentais.(ONGs) Conhecer a estrutura e a função de algumas dessas
organizações pode criar maior interesse pela preservação ambiental.
Ao longo do livro, as atividades propostas e as leituras complementares
têm várias funções, tais como: fixação do conteúdo, ampliação, interpreta-
ção e aplicação do conhecimento e, sem dúvida, para avaliação da aprendi-
zagem cognitiva ou comportamental.
As fotos servirão de apoio aos diversos temas aqui discutidos e serão
utilizadas de acordo com a necessidade.
Para concluir peço compreensão e desculpas, uma vez que, não sendo
especialista em nenhum dos temas abordados, tenho a ousadia de apre-
sentá-los da forma como foi possível compreendê-los. Esperando que esse
material seja útil e contribua para que mais pessoas se envolvam com a
preservação do ambiente e acreditando que “vale a pena virar a mesa” entro
nessa batalha.

A autora.


Educação Ambiental: aprender fazendo

2. INTRODUÇÃO: UM POUCO DE...


“Na educação o mais importante é a provocação para a busca do co-
nhecimento, e daí é preciso promover oportunidades para que as idéias
surjam e sejam compartilhadas entre as pessoas. O que é necessário na
escola é provocar os sonhos das pessoas. É promover a imaginação”.
Rubem Alves. (Entrevista na TV- 2004)

Da vivência estudantil e mais de quarenta e três anos de trabalho,


acompanhei as várias mudanças ocorridas na escola e no ensino, e sobre isso
desejo falar um pouco. Passei por todos os níveis de ensino, inclusive no 3o
grau. Comecei atuando no ensino fundamental e depois a maior parte desse
tempo trabalhando com Biologia no ensino médio.
Agora é tudo diferente. Antes a metodologia era centrada no professor
cuja preocupação era transmitir o saber do qual era o único detentor, ca-
bendo ao aluno, quando argüido, recitá-lo integralmente, da maneira como
tinha recebido na fonte, fosse de uma cópia no quadro negro ou de um
livro. Com relação ao ensino das ciências, este era centrado na descrição
dos elementos da natureza, na estrutura anatômica dos seres vivos, porém
sem nenhuma relação dessa estrutura com sua função. O aluno era um mero
receptor das informações. Gradativamente houve a introdução de material
concreto para facilitar a compreensão e aprendizagem do aluno. Avanço,
sem dúvida, porém a figura do professor continuava tão distante que nas es-
colas ainda havia um tablado que o colocava em destaque. As aulas práticas,
quando existiam, eram somente para demonstração.
A década de 60 foi vivida de uma forma mais dinâmica, quando o aluno
não só observava, mas também já realizava experiências em laboratório, par-
ticipando de um processo de testar hipóteses, planejar experimentos e após os
resultados tirar conclusões. A problematização era a forma utilizada em sala de
aula para estimular o raciocínio do aluno e simular o caminho de um cientista
na descoberta do tema em estudo. Formulação de hipóteses, realização de ex-
periências em laboratório por equipe. Apesar da criação de centros de ensino
de ciências, em vários estados do Brasil, poucas escolas montaram laboratórios
com professores realizando experiências, mesmo sendo esse o desejo de muitos
profissionais. Na época a crença era que os recursos tecnológicos seriam capa-


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zes de promover um bom ensino. Em 1965, o Instituto Brasileiro de Educação,


Ciência e Cultura (IBECC), com sede em S. Paulo, preparou professores nas áre-
as de Ciência, Biologia, Matemática e Física para a introdução da metodologia
científica e para a criação dos diversos centros de ensino.
Não sei exatamente quando nem por que novas tecnologias de ensino
foram introduzidas, era tempo de estudo dirigido, da instrução programada,
e a escola foi se abrindo para considerar a realidade do aluno, o seu contexto
histórico e social, no sentido de construir o conhecimento. O professor já não
era o centro do processo ensino-aprendizagem, mas um intermediador dele.
E assim ia buscando novas formas de ensinar, sobrepondo-se às dificuldades,
saindo de dentro da sala para o grande laboratório que é o mundo ao seu re-
dor. O pátio, o museu da cidade, o cinema e até o teatro, tudo contribuindo
na aprendizagem das várias disciplinas. Sem falar no recurso dos vídeos, da
imprensa falada e/ou escrita, na realização de feiras, gincanas etc. Também
novos saberes foram surgindo e outras demandas vinda dos alunos, e a for-
ma de acompanhar e atender a essas mudanças do mundo foi com certeza a
estratégia de utilizar recursos de outras instituições que não a escola.
O papel de maior relevância é promover a movimentação do grupo de
alunos na construção do saber, de modo que cada um seja participante efetivo da
sua formação e não um mero objeto de educação, ou seja, um sujeito que faz a
sua história. Além disso, sua importância para a sistematização do conhecimento,
para confirmação de dados e resultados e principalmente para fazer as correções
pertinentes é imprescindível. Exige-se competência para fazer o aluno conquistar
o comportamento e conhecimento desejado, seja qual for a tecnologia ou me-
todologia utilizada. Ao longo do tempo, o professor no seu fazer pedagógico foi
inovando, criando, ousando no sentido de propiciar melhores condições para a
realização do seu trabalho que é promover o ensino-aprendizagem.
Por outro lado, muitos foram os campos de estudos descobertos na área
da Biologia, muitos avanços e daí a necessidade de se fazer uma seleção de
conteúdos para a formação acadêmica e humanista desse novo indivíduo.
Temas como saneamento, educação sexual, ecologia, biotecnologia e muitos
outros são relevantes para a leitura do mundo atual, e sendo assim, o profes-
sor deve se familiarizar com os mesmos para atender às novas demandas.
Durante alguns anos os temas de ecologia foram tratados junto com a
evolução e a genética no 3º ano do ensino médio, outras vezes não eram

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Educação Ambiental: aprender fazendo

3. ECOLOGIA X EDUCAÇÃO AMBIENTAL


“Ecologia não é caso de polícia. Nunca haverá um fiscal para cada em-
presa que deixa vazar lixo químico irregularmente ou para cada pessoa
que jogue lixo na praia. O desafio é mudar as mentalidades, os compor-
tamentos. A base é a educação ambiental em toda a sua plenitude”
Carlos Minc. (Ecologia e Cidadania – Ed.Moderna.2000)

Pela primeira vez o termo Ecologia foi empregado por Ernest Haeckel
em 1869, para definir a ciência que estuda as relações entre um dado orga-
nismo e o seu meio ambiente. Tomando por base o texto do biólogo Frances-
co di Castri (1981), Ecologia: gênese de uma ciência do homem e da natureza,
construo o texto que segue.
No início do século XX, a ecologia era um estudo descritivo da natureza,
uma espécie de História Natural. Posteriormente, seguiu-se o estudo sobre as
relações de uma espécie com outra e com o meio onde vive – é a auto-eco-
logia. Na verdade essa época foi muito importante, pois começa a pesquisa
sobre os transmissores de doenças e a prevenção antiparasitária. Em 1925
surge a Sinecologia – a ecologia das comunidades. Começa então a aplicação
dos conceitos básicos como “cadeia alimentar” e “pirâmide dos números”.
Com a evolução das discussões e das pesquisas, a ecologia tomou um rumo
rigorosamente científico e em 1935, Arthur George Tansley propôs o termo
ecossistema para definir essa unidade de estudo, integrando os organismos
entre si e às condições físicas do ambiente, como clima, solo etc. Mais tarde,
foram lançadas as bases metodológicas para o estudo do ecossistema: fluxo
de energia que se realiza numa única direção – unidirecional e o fluxo da
matéria, cujos elementos nutritivos passam através de todos os componentes
vivos e não vivos do ecossistema, circulando portanto pelo sistema biótico
e abiótico.
Na década de 70, descobriu-se que a zona mais importante a ser es-
tudada era aquela de encontro entre dois ecossistemas diferentes – o ecó-
tono, definido como local de transição entre um ecossistema e outro. Além
disso, outro passo importante foi a compreensão de que esses ecossistemas
formavam um todo chamado biosfera. “A etapa mais importante na evolu-
ção do conceito de Ecologia surge com a compreensão do papel dominante

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atribuído ao homem na biosfera, a responsabilidade humana na evolução


da biosfera e, conseqüentemente, a obrigação de levar em consideração fa-
tores tão imponderáveis como a percepção do ambiente pelo homem ou a
qualidade de vida”.
A ecologia teve uma origem e evolução bem distinta da maioria das
outras ciências. Enquanto a biologia se divide em vários ramos (citologia,
fisiologia....) a ecologia deve ser representada como um feixe de raízes con-
vergindo para formar um tronco comum: primeiro a botânica, a zoologia, a
climatologia, a ciência dos solos, a geografia física; depois a bioquímica e a
microbiologia e a matemática; por último, a sociologia, a geografia huma-
na, a psicologia e inclusive as ciências econômicas. Segunda a Professora de
Geografia da USP Magda Lombardo, foi durante um Congresso de Ecologia
realizado na Europa, em 1980,que nasceu a Ecologia Urbana, uma tentativa
de integrar a natureza, o homem e suas tecnologias. Sem dúvida a Ecologia é
uma ciência da natureza e uma ciência do homem. É na verdade uma ciência
holística, que tenta compreender o sistema de forma completa, pelo estudo
das interações entre os diversos elementos que compõem esse sistema.

Educação Ambiental: Por quê e Para quê?

A Ecologia fornece as informações sobre os biomas, cadeias e teias ali-


mentares, sobre os ciclos biogeoquímicos, estuda as relações entre as socie-
dades, entre os extratos de uma floresta e muitos outros tópicos. Mas isto
tem sido insuficiente para o que se chama educação ambiental.
Durante décadas os danos à natureza têm vitimado as populações,
tanto nos grandes centros urbanos quanto em pequenas localidades. Nas
cidades o homem sofre a poluição sonora das várias fontes, sofre as con-
seqüências da poluição do ar devido aos gases tóxicos, emitidos quer seja
pelos carros ou pelas indústrias. No campo há os rios poluídos devido às
descargas de produtos tóxicos, emitidos pelas indústrias de vários tipos e
pelos derivados de agrotóxicos, usados na agricultura e também pelo anti-
go costume de fazer queimadas antes do plantio ou para facilitar a colheita,
procedimento comum ainda hoje em especial no caso da cana-de-açúcar.
De uma forma ou de outra, no campo ou na cidade é grande a destruição
ambiental causada pelo homem. Por que será que as pessoas continuam
poluindo? Com freqüência observa-se queima de lixo nos fundos de quin-

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Foto 3 – Praia das Falésias – Ceará, janeiro de 1999

Foto 4 – Homem dormindo no centro da cidade – Belo Horizonte, 2006

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Educação Ambiental: aprender fazendo

Foto 25 – Parque Ecológico Janauary – Amazonas, junho de 2007

Foto 26 – Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses – Maranhão, junho de 2007

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Educação Ambiental: aprender fazendo

Foto 29 – Cachoeira Véu da Noiva – Chapada dos Guimarães – Mato Grosso,


junho de 2000

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