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Sistema Nervoso
Síntese
OUT 2008
SISTEMA NERVOSO
Sem qualquer protecção óssea, o sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos dos sistemas somático e autónomo.
O sistema nervoso somático é a via (rede) de transmissão de mensagens entre o encéfalo e os sistemas motor e sensorial,
ligados aos músculos esqueléticos; o sistema nervoso autónomo é a via de comunicação entre o encéfalo e os órgãos
internos do corpo.
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SISTEMA NERVOSO
Situado imediatamente acima da espinal medula, o bolbo raquidiano desempenha um papel importante em funções vitais
autónomas como a respiração, o ritmo cardíaco ou a pressão arterial.
O cerebelo, também chamado pequeno cérebro, desempenham um papel importante em duas funções: manutenção da posição
e do equilíbrio do corpo e controlo e coordenação de actos motores complexos e rápidos (controla portanto a actividade
muscular).
A estrutura nervosa que regula a nossa capacidade de atenção e que, através da sua capacidade de filtragem e selecção de
informação, evita que o cérebro fique sobre carregado, tem o nome de formação reticular. Tem também o nome de sistema
reticular activante. Por ele passam todos os estímulos sensoriais antes de chegarem ao córtex cerebral. Ao provocar neste um
estado de alerta, a formação reticular torna possível que a informação por ele filtrada seja identificada pelo cérebro.
Desempenha também um papel importante na regulação dos estados de vigília e de sono, nos fenómenos da atenção e da
distracção e nas funções da memória.
O tálamo é o centro de retransmissão da maioria das mensagens sensoriais, encaminhando-as para as zonas apropriadas no
córtex cerebral. Recebe também informações do córtex cerebral transmitindo-as ao cerebelo e bolbo raquidiano. Está também
associado à regulação dos estados de vigília e de sono.
Igualmente associada à regulação dos estados de vigília e de sono está uma estrutura de pequena dimensão, mas com uma vasta
gama de funções. Essa estrutura nervosa tem o nome de hipotálamo. É responsável por várias funções vitais que fazem dele o
guardião do corpo. Regula necessidades básicas como a fome, a sede, o impulso sexual; controla a circulação sanguínea e a
distribuição de sangue no cérebro; controla a agressividade e as emoções; está associada aos comportamentos motivados; regula
a temperatura corporal e o metabolismo.
O hipotálamo gere também os recursos energéticos do organismo ao regular e activar a divisão simpática do sistema nervoso
autónomo e o metabolismo.
O sistema límbico é considerado o cérebro das emoções. Nele há a destacar o papel de duas estruturas: a amígdala e o hipocampo.
A amígdala influencia comportamentos agressivos e emoções como a cólera e o medo. É igualmente responsável pela
identificação do conteúdo emocional das expressões faciais.
O hipocampo desempenha um papel importante na conservação e retenção de informações. A sua importância reside
sobretudo na retenção de novas memórias.
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SISTEMA NERVOSO
CÓRTEX VISUAL
CÓRTEX AUDITIVO
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SISTEMA NERVOSO
CÓRTEX SOMATOSSENSORIAL
CÓRTEX MOTOR
Em termos gerais quando se fala de áreas funcionais do córtex, distinguem-se dois tipos: as áreas primárias, sensoriais ou de
projecção (recebem as informações dos órgãos dos sentidos) e as áreas secundárias, psicossensoriais ou de associação
(identificam, reconhecem, interpretam e coordenam as informações recebidas pelas áreas sensoriais).
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SISTEMA NERVOSO
O córtex pré-frontal, assim chamado porque se situa na parte anterior dos lobos frontais, ocupa uma grande extensão destes
lobos frontais. É de extrema importância porque é responsável pela integração e coordenação de muitas estruturas corticais e
subcorticais (tálamo, hipotálamo, por exemplo), dos comportamentos emocionais e intelectuais.
O córtex pré-frontal é, por isso mesmo, o núcleo da nossa personalidade. A ele devemos capacidades como o pensamento
abstracto, a imaginação criadora, a reflexão, a resolução de problemas, planear e modificar o curso de uma acção, prever e
antecipar os seus resultados ou consequências. É a ele que recorremos para resolver um complicado problema de matemática,
para planear uma viagem, para criar uma obra artística. Sem ele, não teríamos doutrinas científicas, morais, religiosas, jurídicas
nem inventos tecnológicos nem produções artísticas e literárias.
Mas isto não esgota a riqueza invulgar do córtex pré-frontal. Ele é também o nosso centro emocional, o centro das decisões sem
as quais a vida seria um impasse. O córtex pré-frontal é o monitor do nosso comportamento emocional e afectivo. O córtex pré-
frontal regula a nossa personalidade individual, isto é, as características fundamentais que fazem de cada um de nós um ser
único, inconfundível e distinto.
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SISTEMA NERVOSO
Um grande número de investigações centra-se na questão das diferenças funcionais entre os hemisférios esquerdo e direito do
cérebro. Embora anatomicamente parecidos, eles revelam algumas diferenças interessantes entre si.
Em termos gerais, podemos dizer que a linguagem, a capacidade analítica e de cálculo lógico-matemático e a organização
sequencial da informação pertencem ao hemisfério esquerdo. A linguagem, o domínio da fala e da escrita, é considerada a
função mais importante do hemisfério esquerdo. E como a nossa cultura gira em torno da linguagem, considera-se o hemisfério
esquerdo como o hemisfério dominante.
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SISTEMA NERVOSO
Contudo, o hemisfério direito é também muito importante. Em termos gerais, a ele devemos a função visual, a comunicação
não-verbal (mímica, sorrisos, olhares), a capacidade criativa e a imaginação. Se o hemisfério esquerdo domina no âmbito da
matemática e da lógica, o hemisfério direito domina no âmbito da arquitectura, da geografia, da arte, do cinema, da dança e da
música.
Apesar destas diferenças específicas, não podemos concluir que a cada faculdade mental corresponde uma área separada do
cérebro. Na maioria dos casos, o cérebro funciona como um todo, ou seja, devemos ter em conta a plasticidade ou flexibilidade
do cérebro. Sobretudo, temos de não esquecer que uma faculdade específica nunca se exerce de facto sem o contributo de
outras. Por exemplo, pode ser necessário um bom poder analítico para mostrar criatividade (neste caso, a criatividade, de facto
exige os dois hemisférios).
As duas áreas do córtex cerebral responsáveis respectivamente pela produção do discurso oral (fala) e pela compreensão do
discurso oral são as áreas de Broca e de Wernicke.
A área de Broca, descoberta em 1861 pelo neurocirurgião francês a que deve o nome, situa-se no lobo frontal do hemisfério
cerebral esquerdo; a área de Wernicke, descoberta em 1871, situa-se no lobo temporal do hemisfério cerebral esquerdo. Lesões
nestas áreas provocam desordens e perturbações da linguagem conhecidas como afasias. Uma lesão na área de Broca provoca
um tipo de afasia que, dependendo da gravidade do dano, pode implicar perda quase completa da capacidade de falar ou a
produção de discurso muito lento e esforçado com articulação muito pobre das palavras, frases muito incompletas e muito
difíceis de entender. Uma lesão na área de Wernicke provoca um diferente tipo de afasia. A capacidade de falar permanece
intacta, verifica-se a construção de frases completas, masque não fazem qualquer sentido. Assim, se pedirmos a um doente com
uma lesão nessa área para nos descrever uma situação em que duas crianças roubam bolos nas costas da proprietária da
pastelaria, ele poderá produzir um discurso do género: “A mãe está fora de casa a trabalhar o seu trabalho para sentir melhor,
mas quando olha os dois rapazes olham para o outro lado. Para a próxima a mãe vai trabalhar.” A área de Wernicke parece ser
especialmente importante para compreender o que os outros nos dizem e para manter o nosso discurso compreensível; a área
de Broca é especialmente importante para a nossa capacidade de falar.
Note-se, todavia, que a linguagem falada tem a sua origem na área de Wernicke. É aqui que as frases com sentido são
produzidas. Elaborada uma frase cm sentido, esta é transferida para a área de Broca. Esta área tem a função de programar os
músculos da face, da língua e da laringe para tornar audível a frase formada na área de Wernicke, ou seja, efectua a passagem
da frase pensada à frase falada.
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SISTEMA NERVOSO
RESUMO
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Centro coordenador das funções do nosso organismo: acções, sensações, pensamentos, etc.
Protegida pela coluna vertebral, é constituída por fibras motoras e sensoriais. Desempenha duas funções
importantes: a) condução de informação de e para o encéfalo: as vias aferentes transmitem ao cérebro as
informações captadas pelos receptores sensoriais das várias partes do corpo; as vias eferentes transmitem aos
ESPINAL MEDULA
órgãos efectores periféricos as mensagens provenientes do encéfalo; b) coordenação das actividades reflexas: é
responsável por actos reflexos, automáticos e espontâneos, sem controlo consciente ou cerebral, protegendo o
organismo de situações que exijam uma resposta imediata.
Recebe e coordena (processa) informações sensoriais motoras, é responsável
por vários processos cognitivos e afectivos, pela antecipação criativa do
Córtex Cerebral futuro, pelo planeamento das acções, etc. Está muito mais desenvolvido –
(fina camada exterior que mais circunvoluções e sulcos – no ser humano do que nos outros mamíferos.
Cada hemisfério cerebral tem quatro lobos: frontal, parietal, temporal e
cobre os hemisférios
occipital.
cerebrais, é a “jóia da Lobo Occipital – denominado córtex visual
coroa”: controla o Lobo Temporal – denominado córtex auditivo
pensamento, as funções Lobo Parietal – denominado córtex somatossensorial
sensoriais, os movimentos Lobo Frontal – é o chamado córtex motor
voluntários e é o centro da O Córtex pré-frontal é responsável pela regulação de funções superiores
nossa personalidade como o pensamento, o raciocínio, a imaginação, a criatividade, pelo
ENCÉFALO controlo das emoções e da actividade voluntária, pela consciência da
identidade pessoal, etc.
Estrutura constituída por O sistema límbico é um conjunto de estruturas subcorticais que estão
envolvidas em funções como a expressão emocional, a memória, a
milhares de milhões de
Sistema Límbico motivação e a agressividade. A amígdala controla a agressividade e a
neurónios (90% dos
expressão facial de medo e de raiva. O hipocampo é essencial na formação
nossos neurónios) e do da memória consciente, na formação de novas memórias
qual o cérebro é a parte
É o primeiro lugar de passagem da informação sensorial entre as áreas
mais ampla e complexa. inferiores do encéfalo e as áreas superiores. Encaminha essa informação para
As células do encéfalo Tálamo a região apropriada do córtex cerebral através de fibras de protecção que se
integram, recebem e estendem desde o tálamo até às regiões específicas do córtex. Também
coordenam informação regula o sono
proveniente do interior e Denominado o “guardião” do corpo, regula funções vitais como a fome, a
do exterior do corpo, sede e a temperatura interna do corpo. Exerce forte influência sobre o
regulam as acções do comportamento sexual e numa vasta gama de comportamentos emotivos.
corpo e permitem-nos Através da hipófise, rege o funcionamento do sistema endócrino; controla o
sentir, pensar, sonhar, Hipotálamo sistema nervoso autónomo. Sensações de prazer podem obter-se se a área
decidir, planear, apropriada do hipotálamo for estimulada (centro de prazer). Parece também
regular o nosso ritmo biológico. A sua importância evidencia-se do seguinte
recordar, etc. É a parte
modo: quase todas as funções vitais, exceptuando a respiração, o ritmo
do sistema nervos que cardíaco e a pressão arterial são controladas e reguladas pelo hipotálamo.
está alojada na caixa
Conjunto difuso de fibras nervosas importantes na regulação dos estado de
craniana vigília e de sono, na activação do córtex cerebral e na selecção da enorme
Sistema Reticular
quantidade de estímulos sensoriais que recebemos para posterior tratamento
cortical (situa-se no mesencéfalo)
A sua função específica é a de controlar respostas orgânicas como ritmo
Bolbo Raquidiano cardíaco e respiratório, a circulação sanguínea e reflexos vitais como engolir,
tossir, espirrar, vomitar (situa-se no mesencéfalo)
Uma das funções do cerebelo é a de coordenar e dirigir uma série de
movimento necessários à realização, sem esforço consciente, de actividades
do quotidiano, como escrever com uma caneta ou comer com faca e garfo.
Cerebelo É também responsável pela execução de movimentos complexos, que
exigem habilidade, suavidade e destreza, pela postura e manutenção do
equilíbrio do corpo, regulação do tónus muscular e coordenação dos
movimentos dos músculos.
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SISTEMA NERVOSO
Divisão do sistema nervoso que contém todos os nervos situados na periferia do SNC. Transporta informação de e para o SNC,
ligando através de nervos espinais e craniais a espinal medula e o encéfalo a outras partes do corpo. O SNP recebe informações
e instruções do SNC para executar actividades musculares, glandulares e orgânicas
Divisão do sistema nervoso periférico que Divisão do SNP que regula de forma automática, contínua involuntária, o funcionamento
controla as funções e movimentos dos órgãos internos (ritmo cardíaco, respiratório, digestão). Os seus nervos ligam o SNC aos
voluntários do corpo. Envia, através dos músculos lisos (involuntários) dos órgãos viscerais (rins, fígado, coração, etc.) e a algumas
nervos sensoriais, informações dos órgãos glândulas exócrinas e endócrinas. O seu centro de regulação está no hipotálamo, estrutura
sensoriais e dos músculos para o SNC, e, mediante a qual se articula com o sistema nervoso central. Divide-se em sistema nervoso
através de nervos motores, transporta simpático e sistema nervoso parassimpático. Diz-se autónomo porque, em grande parte, auto-
mensagens do SNC para os músculos que regula a utilização e conservação dos recursos energéticos do organismo
movem o esqueleto.
Esta rede periférica é constituída por grande SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO
número de nervos (feixes e fibras neuronais)
que são de três tipos: nervos sensoriais ou Divisão do sistema nervoso autónomo Divisão do sistema nervoso autónomo que actua
aferentes; nervos motores ou eferentes; e que mobiliza as energias do durante a maior parte do tempo, controla as
nervos de conexão. Os nervos que entram no organismo para responder a situações operações “normais” do organismo. Predomina nos
encéfalo são sensoriais; os que saem do de tensão ou de emergência. momentos de distensão e, após momento de tensão,
encéfalo são motores. Predomina nos momentos de perigo, abranda os processos fisiológicos de modo a que,
Os nervos sensoriais ou aferentes são a via angústia, medo e tensão, alertando o reequilibrando o organismo, se conserve a energia
de entrada de estímulos e informações do organismo e preparando-o para necessária às nossas tarefas habituais, quotidianas.
exterior transportando-os da periferia para os responder. A sua actuação produz A sua activação reduz o ritmo cardíaco e
centros nervosos. São nervos receptores aumento do ritmo cardíaco e respiratório, estimula a digestão, diminui a taxa de
constituídos por neurónios sensoriais. respiratório, diminuição do ritmo do adrenalina no sangue e inibe a secreção de glicose
Os nervos motores ou eferentes processo digestivo, aumento de entre outros efeitos.
encaminham as respostas do encéfalo até aos secreção de glicose e adrenalina, entre Os nervos do sistema parassimpático têm a sua base
músculos (tornando possível a resposta outros efeitos. nas zonas inferiores do encéfalo e da coluna.
chamada movimento) e às glândulas Os nervos do sistema simpático
(tornando possível as respostas chamadas entroncam em quase toda a coluna
secreções). vertebral estendendo-se daí aos órgãos
Os nervos de conexão são os que viscerais e a algumas glândulas
estabelecem a ligação entre os nervos
sensoriais e os motores.
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