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Processo Te nO 02149/06

Prefeitura Municipal Lagoa de Dentro.


Prestação de Contas do exercício de 2005.
Emissão de parecer contrário à aprovação
das contas.

PARECER PPL - TC ;) l) /2008

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC N° 02149/06 referente à


Prestação de Contas do Senhor José Edson da Costa Silva, Prefeito do Município de Lagoa de
Dentro, relativa ao exercício de 2005, DECIDEM os integrantes do Tribunal de Contas do Estado
da Paraíba, por unanimidade, em sessão plenária realizada hoje, emitir parecer contrário à
aprovação das contas do Prefeito do Município de Lagoa de Dentro, Senhor José Edson da Costa
Silva, referentes ao exercício de 2005.
Assim fazem, tendo em vista a ocorrência de irregularidades não sanadas pelo interessado
no decorrer da instrução do processo.
A utilização de créditos adicionais sem fontes para cobertura, restou patente. Todavia, os
créditos abertos e utilizados tiveram autorização legislativa.
Foram recolhidas a título de obrigações patronais previdenciárias, apenas R$ 44.244,81
quando o devido foi de R$ 576.507,05, ou seja, o município recolheu apenas 7,67% do que deveria.
A Alegação de que foi realizado um parcelamento da dívida, abrangendo o exercício de
2005, apenas reforça o que foi demonstrado pela Auditoria.
Foram pagos R$ 518.203,47 com precatórios, superando o previsto em R$ 86.203.47.
Abatendo essa diferença da receita base do cálculo, o percentual aplicado em ações e serviços
públicos de saúde passa a ser de 14,68% das receitas de impostos mais transferências, abaixo, ainda,
do percentual mínimo, que é de 15%.
Na realidade foram pagas sete (07) diárias ao Prefeito e não quatro (04) como questiona o
órgão de instrução. As despesas estão devidamente comprovadas, no entanto, foram pagos
R$2.800,00, quando a legislação autoriza R$ 2.1 00,00, ou seja, R$ 700,00 a maior. (fls 1198). No
caso das diárias parciais, foram despendidos R$ 1.400,00, quando o correto seria R$ 600,00. O
próprio defendente reconhece que os valores pagos estão acima do previsto legalmente em R$
1.500,00, pois, tomou como base para o recebimento dos valores a Lei 303/2000 que autorizava o
valor da diária em R$ 350,00, porém, a legislação em vigor a época era a Lei 305/2001, cujo valor
da diária é de R$ 300,00. Assim deve o excesso ser devolvido aos cofres municipais.
Deve o gestor adotar as medidas cabíveis para não repetir as falhas relativas ao
preenchimento das GFIP's, controle patrimonial e classificação de despesas, evitando de tal modo
prejuízos ao erário e obtendo maior eficiência na administração.
Apesar das divergências entre demonstrativos não rem influenciado a análise das contas,
deve o gestor cuidar para que não haja a repetição falha. Também devem ser adotadas
providências para que os gastos com pessoal voltem aos ites legais.

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X\ I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02149/06

Publique-se, registre-se e cumpra-se.

TC - PLENÁRIO JOÃ~ AGRIPINO, em 05 de março de 2008


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Conselheiro A ~Àlves Viana


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reira Conselheiro. osé Marques Mariz

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Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Nogueira

os Antônio da Costa

f'J ~_ SJ--~J:
/Ana-Terêsa Nóbrega
Procuradora Geral
Processo Te n° 02149/06

RELATÓRIO

Os presentes autos tratam da Prestação de Contas Anual do Senhor José Edson da Costa
Silva, Prefeito do Município de Lagoa de Dentro, relativa ao exercício de 2005.

Do exame preliminar, procedido pelo órgão de instrução, destacaram-se os seguintes


aspectos:

1. a Prestação de Contas foi enviada no prazo legal;


2. o orçamento municipal para o exercício foi aprovado pela Lei n" 336/2004, de 27 de
dezembro de 2004, estimando a receita e fixando a despesa em R$ 4.805.293,00;
3. a receita orçamentária arrecadada foi 10,74% superior à prevista no orçamento;
4. a despesa orçamentária foi 12,77% superior à fixada e 19,67% acima da realizada no
exercício anterior;
5. os gastos com obras públicas representaram 1,13% da despesa total;
6. as remunerações dos agentes políticos se situaram dentro dos limites impostos pela
legislação;
7. durante o exercício o Município aplicou em MDE, 25,86% das receitas de impostos,
incluídas as transferências;
8. as aplicações de recursos oriundos do FUNDEF na remuneração do magistério
corresponderam a 60,28% do total de recursos do Fundo;
9. gastos com pessoal correspondeu a 51,45% da RCL, ultrapassando o limite prudencial
(51,30%) em 0,15%, não tendo sido evidenciado no RGF que tenham sido adotadas as
medidas que dispõe o art. 22 da LRF;
10. desequilíbrio entre receitas e despesas;
11. montante da dívida acima do limite previsto na legislação;
12. incompatibilidade de informações entre o RGF e a PCA;
13. abertura e utilização de créditos adicionais sem fonte de recursos no total de R$ 136.777,22;
14. não recolhimento das contribuições previdenciárias ao INSS, devidas pelo empregador,
incidentes sobre remunerações pagas pelo município no valor de R$ 527.825,26;
15. aplicação de apenas 14,27% das receitas de impostos em ações e serviços públicos de saúde;
16. irregularidades das informações contidas nas GFIP'S;
17. inexistência de tombamento dos bens pertencentes ao patrimônio do Município;
18. pagamento de obrigações patronais no valor de R$ 16.284,43, sem comprovação através das
Guias da Previdência Social;
19. diárias pagas ao gestor Sr. José Edson da Costa Silva, com valores que diferem daqueles
estabelecidos na lei, no total de R$ 2.425,00. Segundo a Auditoria, foram pagas 04 diárias
no valor total de R$ 2.800,00, quando o valor legal é de R$ 1.200,00 e, ainda, pagas 03
diárias parciais no total de R$ 1.050,00, quando o devido seria R$ 225,00;
20. despesa com merenda escolar, indevidamente classificada na sub função 271 - Previdência
Básica, no valor de R$ 74.280,32.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 02149/06

o interessado foi notificado na forma regimental e apresentou defesa e documentos de fls.


1230/1269.

Ao analisar os documentos apresentados o órgão técnico considerou sanada apenas a


irregularidade referente ao pagamento de Guia de previdência Social -GPS, sem documentação
comprobatória.

Instado a se pronunciar, o Ministério Público Especial, em Parecer da lavra do Procurador


André Carlo Torres Pontes, após discorrer sobre a matéria, opinou pelo(a):

1. emissão de parecer declarando o atendimento parcial dos requisitos de gestão fiscal;


2. emissão de parecer favorável;
3. julgamento regular das despesas ordenadas;
4. recomendações de diligências no sentido de prevenir a repetição das falhas acusadas.

É o Relatório
Processo Te nO 02149/06
VOTO

A receita arrecadada correspondeu a 98,20% da despesa realizada, não causando, o fato,


desequilíbrio financeiro.
A Auditoria informa que o montante da dívida é remanescente de exercícios anteriores,
porém devem ser adotadas providências no sentido de equacioná-las, evitando, por conseguinte, o
comprometimento das receitas futuras.
Apesar das divergências entre demonstrativos não terem influenciado a análise das contas,
deve o gestor cuidar para que não haja a repetição da falha. Também devem ser adotadas
providências para que os gastos com pessoal voltem aos limites legais.
A utilização de créditos adicionais sem fontes para cobertura, restou patente. Todavia, os
créditos abertos e utilizados tiveram autorização legislativa.
Foram recolhidas a título de obrigações patronais previdenciárias, apenas R$ 44.244,81
quando o devido foi de R$ 576.507,05, ou seja, o município recolheu apenas 7,67% do que deveria.
A Alegação de que foi realizado um parcelamento da dívida, abrangendo o exercício de
2005, apenas reforça o que foi demonstrado pela Auditoria.
Foram pagos R$ 518.203,47 com precatórios, superando o previsto em R$ 86.203.47.
Abatendo essa diferença da receita base do cálculo, o percentual aplicado em ações e serviços
públicos de saúde passa a ser de 14,68% das receitas de impostos mais transferências, abaixo, ainda,
do percentual mínimo, que é de 15%.
Na realidade foram pagas sete (07) diárias ao Prefeito e não quatro (04) como questiona o
órgão de instrução. As despesas estão devidamente comprovadas, no entanto, foram pagos
R$2.800,00, quando a legislação autoriza R$ 2.100,00, ou seja, R$ 700,00 a maior. (fls 1198). No
caso das diárias parciais, foram despendidos R$ 1.400,00, quando o correto seria R$ 600,00. O
próprio defendente reconhece que os valores pagos estão acima do previsto legalmente em R$
1.500,00, pois, tomou como base para o recebimento dos valores a Lei 303/2000 que autorizava o
valor da diária em R$ 350,00, porém, a legislação em vigor a época era a Lei 305/2001, cujo valor
da diária é de R$ 300,00. Assim deve o excesso ser devolvido aos cofres municipais.
Deve o gestor adotar as medidas cabíveis para não repetir as falhas relativas ao
preenchimento das GFIP's, controle patrimonial e classificação de despesas, evitando de tal modo
prejuízos ao erário e obtendo maior eficiência na administração.

Em face do exposto e considerando que a douta Procuradora Geral, em pronunciamento oral,


na sessão de julgamento, opinou pela emissão de parecer contrário, em decorrência do não
recolhimento devido das obrigações previdenciárias patronais, VOTO no sentido de que este
Tribunal: a) emita parecer contrário à aprovação das contas do Prefeito de Lagoa de Dentro,
Senhor José Edson da Costa Silva, relativas ao exercício de 2005, motivado por: 1) não
recolhimento das contribuições previdenciárias ao INSS, devidas pelo empregador, incidentes sobre
as remunerações pagas pelo Município; 2) aplicação em ações e serviços públicos de saúde abaixo
do exigido legalmente; 3) diárias pagas ao gestor com valores superiores ao estabelecido
legalmente; b) impute débito ao Prefeito no valor de R$ 1.500,00, pelo excesso no valor das diárias
recebidas c) conceda o prazo de 60 dias para o recolhimento aos cofres do Município, devendo-se
dar a intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão, nos termos do § 4° do art. 71 d
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Constituição Estadual; d) aplique ao gestor a multa de R$ 2.805,10, nos termos do que dispõem os
incisos I e II do art. 56 da LOTCE; e) assine ao mesmo o prazo de 60 (sessenta) dias para efetuar o
recolhimento ao Tesouro Estadual da multa acima aplicada, à conta do Fundo de Fiscalização
Orçamentária e Financeira Municipal, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral do
Estado, em caso do não recolhimento voluntário, devendo-se dar a intervenção do Ministério
Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição Estadual; 1)
declare o atendimento às exigências da LRF, por parte do Poder Executivo do Município de Lagoa
de Dentro, com exceção aos gastos com pessoal, a compatibilidade entre demonstrativos fiscais e a
PCA e informações sobre a dívida consolidada; g) recomende ao gestor a observância das normas
legais, adotando medidas com vistas a não cometer as falhas verificadas no presente processo,
principalmente no que tange ao controle dos bens patrimoniais e a estrita observância aos preceitos
constitucionais, legais e normativos, em especial, a legislação referente à Previdência Social, o
parecer PN-TC-52/2004 e as Leis 4.320/64 e 101/00, com vistas à não repetição das falhas
cometidas.

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