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BIOGRAFIA (por Mariana Bordallo)

Bolívar Bordallo da Silva, juntamente com seu irmão Armando, teve uma
participação intensa nas atividades sociais e culturais de sua cidade.

Segundo dos três filhos de Maria do Céu Bordallo da Silva e Sebastião José da
Silva, nasceu na cidade de Bragança no dia 25 de Setembro de 1907, sendo o mais velho
Armando e a mais nova Almira. Estudou em Belém no Colégio Progresso Paraense do
conceituado Professor Artur Porto e formou-se como Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais
(Direito). Foi Docente-Livre de História da Civilização no Ginásio Paraense em Belém,
aprovado em concurso para o exercício da função de Docente Livre com a tese “Gênese da
Ideologia Republicana no Brasil” em 1939; e Catedrático de História Geral do Colégio
Estadual "Paz de Carvalho", aprovado em concurso para provimento efetivo dessa cátedra em
1946, com a tese intitulada "Fatores do Descobrimento e Conquistas no Séc. XV". Foi sócio
correspondente da Sociedade de Estudos de História - La Paz - Bolívia, sócio efetivo do
Instituto de Antropologia e Etnologia do Pará, sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico
do Pará e membro da Comissão Regional de Folclore do Pará.

Em 07 de Janeiro de 1928, juntamente com o seu irmão Armando e outros


bragantinos, assim como, Oswaldo Pacheco, José Nonato Schwartz, Lauro Oliveira, Antônio e
Simpliciano Medeiros Jr., fundou o Centro Social Estudantino “com o objetivo de cultivar o
sentimento de sociabilidade”. Eram jovens que se preocupavam com o presente e o futuro da
sua cidade. Com uma visão ampla e futurista lutavam, não apenas pela “alfabetização” de seu
povo, mas também. Por elevar os valores morais, culturais e patrióticos, valorizando o que era
“bragantino”, fossem as vitórias no progresso econômico, as manifestações culturais ou as
tradições da cultura popular. Assim, em 1929, o Centro dirigiu uma carta ao Ministro da
Agricultura, Indústria e Comércio solicitando a criação de um Patronato (Aprendizado Agrícola)
para assim “promover, de modo eficiente e prático, o desenvolvimento da agricultura no
Município de Bragança”.

Bolívar também dirigiu a “Revista Bragantina” em sua 1º fase, em 1929 e em


sua 2º fase, em 1950. Esta revista era órgão do Centro Estudantino e divulgava não só as
obras do Centro e de seus membros, mas o que estivesse dentro do espírito que eles
defendiam.

No ano de 1930, o Dr. Bolívar Bordallo da Silva, já formado em Direito, foi


nomeado Promotor Público da Comarca de Bragança, pelo Governo do Estado.
No ano de 1933, os bragantinos que residiam em Belém, resolveram reunir-se
para dar continuidade, e não deixar morrer, o sentimento patriótico que os levara a fundar o
Centro Estudantino. Criaram então, o Grêmio Bragantino, com o objetivo de “defender e
propugnar pelos interesses vitais do município de Bragança”. Em sua diretoria, mais uma vez,
Bolívar Bordallo da Silva, Luiz Paulino dos Santos Mártires, Joaquim Lobão da Silveira e
outros.

O Grêmio Bragantino era formado por bragantinos que acreditavam na sua


terra e no potencial econômico que Bragança haveria de desenvolver. Assim, em Dezembro de
1933, Bolívar, Secretário do Grêmio, fez uma exposição de motivos na fundação da Associação
Comercial de Bragança. Este ato solene realizou-se na Prefeitura Municipal, com a presença
de seus principais comerciantes, representantes do Governo do Estado e autoridades locais.
Bolívar falou sobre “as vantagens e oportunidade da Associação Comercial, não só em
defender os interesses da classe, mas de trabalhar para o soerguimento econômico e
financeiro dessa futurosa região paraense”.

O Grêmio Estudantil Bragantino esteve também à frente da Campanha para a


aquisição da Bandeira Nacional ofertada ao 35º Batalhão de Caçadores sediado em Bragança.
Este fato, ocorrido em 15 de Agosto de 1943, foi um verdadeiro acontecimento popular, tendo
sido a bandeira levada à Bragança em trem especial, sempre desfraldada e recebida pelo povo
em festa. Sendo nessa ocasião, o orador oficial do Grêmio, Bolívar Bordallo da Silva, pediu ao
prefeito Sr. Joaquim Lobão da Silveira, que fizesse a entrega ao Comandante da Unidade
Tenente-Coronel Inocêncio Pires Camargo.

Outra Campanha idealizada e divulgada pelo Grêmio teve caráter ecológico, e


podemos dizer que tinha uma visão muito além do seu tempo.

Preocupados com a reprodução dos caranguejos nos manguezais,


orientaram os pescadores para que não pegassem as fêmeas (condessa) no período da
desova com a finalidade de não diminuir a quantidade de caranguejos daquele mangal. Além
das orientações a cada pescador, levavam também material explicativo sobre a reprodução
desses animais.

Aproximadamente no ano de 1937, Bolívar casou-se com Maria Julita


Medeiros, após um noivado de 12 anos. Porém não teve muito tempo dessa felicidade, ela
morreu com apenas 2 anos de casados. A ela, ele dedicou a bela poesia “Castelo de Amor”,
editada na Revista Ilustrada de Bragança.

Bolívar gostava de se exercitar e, foi ao voltar para casa, após um dia de


trabalho, que resolveu “dar uma corridinha” da esquina até sua casa na Trav. 14 de março. No
meio do caminho ele sentiu uma forte dor nas pernas e não mais conseguiu andar. O Dr.
Armando ainda o levou ao Rio de Janeiro para que tentasse um tratamento, porém, ele não
conseguiu nenhuma melhora. Foi acometido por uma paralisia que o impediu, mas não de
todo, suas atividades normais. Trabalhava na Secretaria da escola “Curso Infantil Nossa
Senhora do Rosário de Fátima”, fundada por Almira, sua irmã mais nova e continuava a
escrever, fazer poesias, seus trabalhos de pesquisa e ainda, acompanhar o motorista da
Kombi do colégio que trazia e levava os alunos. Nas férias, essa mesma Kombi, servia para
nos levar à Bragança, e ele muito cioso da atenção e velocidade que o motorista deveria
manter, não permitia que ultrapassasse os 50 km/hora, o que fazia com que levássemos de 5 a
6 horas de viagem. Ao chegarmos, é claro, ele muito satisfeito exclamava: - Fizemos uma
viagem for-mi-dá-vel!

Vavá (como era chamado) era uma pessoa alegre e carinhosa com todos os
seus sobrinhos. A paralisia não lhe tirou a doçura e a alegria de viver. Quando alguém se
machucava, era com ele que se fazia os curativos, pois ele dava um jeitinho de "não doer".

Eu diria que ele era uma pessoa onomatopáica. Adorava brincar com os sons
das palavras, muitas vezes, até mesmo sem se preocupar se elas fariam sentido ou não, como
era o caso de uma frase que ele sempre repetia, por brincadeira: -"All right, good-morning com
batatas". Ele dizia isso cantarolando e batucando com os dedos na mesa na hora do almoço.
Esse gosto pelo som das palavras levou-o a escrever poesias ritmadas, cheias de colorido de
sons e graça, que se não fossem por seu conteúdo original e interessante, ainda assim dão
imenso prazer ao serem lidas. Infelizmente, muitas das “quadrinhas” que ele fazia diariamente,
ele não se lembrou de registrar, e assim, se perdeu uma grande parte da sua “alma de poeta”.

Bolívar Bordallo da Silva morreu em 23 de Agosto de 1973 em Belém, aos 65


anos de idade e deixou dois livros inéditos: CRONOLOGIA BRAGANTINA - Um Capítulo na
História da Amazônia, importantíssimo trabalho de pesquisa e coletânea de dados sobre os
fatos ocorridos na nossa História que contribuíram para formação da cidade de Bragança e o
outro é uma série de poesias com temas Folclóricos e de Cultura Popular em geral,
BRAGANTINAS – Poesias, que deveriam ter sido editadas como um trabalho conjunto com
seu irmão Armando Bordallo da Silva, fazendo a parte de pesquisas folclóricas a serem
acrescidas ao livro. Os dois livros brevemente estarão sendo editados.

Texto Mariana Bordallo

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