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Diário As Beiras
ID: 25544250 16-06-2009
TEATRO
Companhias reivindicam
mais “atenção”
por parte do Estado
ENCERRADO domingo em
Campo Benfeito, o Festival das
Companhias Descentralizadas
irá regressar em 2010, em
Coimbra, num encontro que te-
rá A Escola da Noite como anfi-
triã. A decisão, tomada por una-
nimidade pelos representantes
de cada uma das formações que
fazem a Plataforma de Compa-
nhias Descentralizadas - para lá
do grupo de teatro de Coimbra,
o Teatro das Beiras, da Covilhã,
o Teatro Regional da Serra do
Montemuro, a Companhia de
Teatro do Algarve, o Centro Dra-
mático de Évora e a Companhia
de Teatro de Braga –, serviu ain-
da para denunciar a falta de
qualquer apoio financeiro por
parte do Ministério da Cultura
ao evento que, como avançam
os responsáveis , pela sua “im-
portância e singularidade” jus-
tificaria também outra “atenção”
do Estado.
Essa “atenção” é, aliás, “rei-
vindicada” desde já para a pró-
xima edição, a IV, do Festival das
Companhias, que irá realizar-
-se em Coimbra no próximo
ano, como consta no documen-
to que reúne as conclusões do
encontro que decorreu entre 10
e 14 de Junho, no espaço do Tea-
tro Regional da Serra do Mon-
temuro e que contou com os
apoios das autarquias de Lame-
go e Castro Daire.
No documento, as compa-
nhias de teatro lamentam ainda
a “ausência” da Direcção-Ge-
ral das Artes e “recomendam
medidas” aos decisores políti-
cos.
Para lá de “retomar a discus-
são” com os agentes culturais
sobre o modelo de financiamen-
to público às artes - “abrupta-
mente interrompida pelo actual
Governo na segunda metade do
seu mandato” –, as recomenda-
ções alargam-se à necessidade
de “cumprir o programa de Go-
verno no que respeita à dotação
orçamental do Ministério da
País: Portugal Cores: Preto e Branco
Period.: Diária Área: 9,54 x 26,79 cm²
Âmbito: Regional Corte: 1 de 1
Cultura” – que deveria aproxi-
mar o país do um por cento do
Orçamento Geral do Estado -,
mas também no que diz respei-
to à “separação” entre apoios à
criação e apoios à programação,
“em nome da clareza e da eficá-
cia do investimento público”.
O documento prossegue
com a Plataforma de Compa-
nhias Descentralizadas a pedi-
rem a diferenciação, de forma
clara, “entre o apoio a estrutu-
ras de criação e os apoios a pro-
jectos pontuais e a novos cria-
dores”, o que, ainda de acordo
com as conclusões do encontro,
“implica a definição objectiva do
conceito de companhia e a
quantificação realista dos cus-
tos decorrentes da sua activida-
de regular e das obrigações le-
gais a que estão sujeitas (encar-
gos com pessoal, Segurança So-
cial, Finanças, gestão de espa-
ços, etc.)”.
A racionalização dos finan-
ciamentos públicos - “valorizan-
do as estruturas que melhores
condições têm para cumprir o
seu papel de serviço público, do-
tando-as de meios para que efec-
tivamente o possam cumprir”
–, a clarificação dos papéis dos
diferentes níveis da Administra-
ção Pública – nomeadamente
na articulação entre a Adminis-
tração Central, as autarquias e
as estruturas intermédias de go-
vernação (direcções regionais
de Cultura, direcções regionais
de Educação, comissões de
coordenação e desenvolvimen-
to) na gestão da política cultu-
ral, bem como o envolvimento
da Administração Central, as
autarquias e as estruturas de
criação numa “análise séria das
condições que os espaços tea-
trais do país oferecem para a
criação e a apresentação de es-
pectáculos” são outras reivin-
dicações saídas do III Festival
das Companhias Descentrali-
zadas.
L. P.