Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Resumo
1
Mestre em Engenharia de Produção, com ênfase em Planejamento, pela UFSC, e Phd. em Tecnologia da Informação,
pela University of Waterloo, Canadá. Diretora técnica do IGTI e professora adjunta no Departamento de Engenharia
de Produção e Sistemas da UFSC.
E-mail: aline@eps.ufsc.br
2
Mestrando em Engenharia de Produção pela UFSC. Desenvolve projeto de pesquisa em Organização de Redes
Sociais e Desenvolvimento Local.
E-mail: caio@eps.ufsc.br
3
Mestre e doutoranda em Engenharia de Produção pela UFSC. Pró-Reitora da Universidade São Francisco, Bragança
Paulista, e gerente de Desenvolvimento Institucional da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus.
E-mail: leilap@bomjesus.br
Para atender aos novos desafios da competitividade global, as organizações vêm enfrentando
uma série de rupturas em seus paradigmas e se vêem compelidas a implantar novos modelos de gestão
que privilegiem o desenvolvimento de seus talentos humanos.
Nessa busca da competitividade, as organizações sentem a necessidade de repensar seus
processos e adotar uma estrutura mais flexível, substituindo o modelo hierárquico integrado
verticalmente, que representou por vários anos o modo de produção e a gestão fordista, pelo modelo de
estrutura horizontal, dando ênfase ao trabalho cooperativo.
Segundo Bastos (1991, p.74), a aprendizagem inovativa torna-se, portanto, “um meio de preparar o
indivíduo para enfrentar situações novas e é requisito indispensável para a solução de problemas globais”.
Este artigo insere-se nesse contexto e, para tanto, faz uma incursão teórica em educação
corporativa como inovação no modelo de gestão de pessoas, destacando a modalidade de educação a
distância como um recurso do ensino-aprendizagem, que visa à obtenção de maior competitividade
organizacional. Como objetivo geral, busca-se investigar as metodologias de desenvolvimento de
pessoas como diferencial competitivo das organizações, a partir da perspectiva de gestão de tecnologia
de informação. De forma mais específica o estudo visa: mencionar os referenciais teóricos, destacando-
se aqueles apresentados na última década, relevantes em educação corporativa, com ênfase na
modalidade a distância; descrever as metodologias de ensino-aprendizagem e apresentar as tecnologias
de informação e comunicação para a educação corporativa.
Para tanto, apresenta-se, inicialmente, o cenário do atual ambiente de negócios, enfatizando o
papel da educação como elemento formador de competências. Na seqüência, lança-se mão das principais
referências em gestão de competências e gestão do conhecimento, com vistas a fundamentar uma política
de desenvolvimento de pessoas. A seguir, apresenta-se um traçado histórico da educação corporativa,
evidenciando-se as tecnologias de informação e comunicação aplicadas ao ensino a distância na educação
corporativa. Por fim, comenta-se acerca de contribuições e desafios do tema pesquisado.
48
Educação
Nesse novo contexto, cabe à área de gestão de pessoas ajudar a organização a realizar sua
missão, proporcionar competitividade, favorecer o desenvolvimento dos funcionários por meio de
programas de treinamento que possam mantê-los motivados, aumentar a satisfação dos colaboradores,
desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho, administrar a mudança e manter políticas éticas
e de responsabilidade social (CHIAVENATO, 1999).
A nova estrutura organizacional caminha para a adoção de um modelo de educação híbrido,
onde as empresas compartilham a responsabilidade do ensino-aprendizagem, antes exclusividade
da academia. A educação contemporânea assume a convergência entre as modalidades presencial e a
distância como mecanismo de efetividade no suporte metodológico ao ensino-aprendizagem. A
mudança nos horizontes espacial e temporal da educação rebate no compartilhamento e na
disseminação do conhecimento com outras instituições, antes exclusividade das universidades. As
empresas passam a assumir importante papel no desenvolvimento de pessoas, tornando as fronteiras
organizacionais mais permeáveis e diminuindo o gap entre mercado e academia.
Trata-se de uma mudança de paradigma que exige das pessoas e das organizações cada vez
mais agilidade, flexibilidade, competência social e criatividade. Corroborando as tendências citadas,
Thurow apud Eboli (1999, p.7) afirma que:
[...] a educação e qualificação da força de trabalho será a principal vantagem competitiva do século XXI.
Motivo: está surgindo um conjunto totalmente novo de tecnologias que exigirá que o trabalhador médio, seja
no setor administrativo ou no de produção, adquira qualificações que não eram obrigatórias no passado.
Essas qualificações vão além das responsabilidades limitadas de determinado cargo e alcançam um conjunto
amplo de habilidades necessárias para que o trabalhador se adapte às novas tecnologias e mudanças no
mercado de trabalho.
50
Educação
O conhecimento pode ser considerado como fonte segura de vantagem competitiva numa
economia em que a incerteza está presente. A tendência dos executivos é acreditar que o conhecimento
seja quantificável. Entretanto, há outras formas de vislumbrar a importância do conhecimento e seu
papel nas organizações.
Empresas japonesas de grande sucesso reconhecem que a criação de novos conhecimentos não
é apenas uma questão de processamento de informações objetivas. Ao contrário, depende do
aproveitamento das intuições, dos ideais tácitos e muitas vezes altamente subjetivos, dos diferentes
empregados, de modo a converter essas contribuições em algo que possa ser testado e utilizado para
toda a organização. O elemento crítico desse processo é o comprometimento pessoal, o senso de
identidade dos funcionários com a empresa e sua missão.
Nonaka e Takeuchi (1997) ressaltam que a criação do conhecimento organizacional é uma
interação contínua e dinâmica entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. O conhecimento
tácito dos indivíduos constitui a base da criação do conhecimento organizacional. Os mesmos autores
esclarecem que a criação do conhecimento é um processo em espiral, que inicia com o indivíduo e vai
subindo e se expandindo, ampliando as comunidades de interação que conseqüentemente acabam
rompendo as fronteiras entre departamentos, divisões e organizações.
52
Educação
54
Educação
Considerações Finais
56
Educação
ARANHA, Maria Lúcia de. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1992.
ASSOCIAÇÃO FRANCISCANA DE ENSINO SENHOR BOM JESUS. Programa de educação
corporativa. Curitiba, 2001.
ASSOCIAÇÃO FRANCISCANA DE ENSINO SENHOR BOM JESUS. Projeto de gestão de pessoas
e do conhecimento. Curitiba, 2000.
ASSOCIAÇÃO FRANCISCANA DE ENSINO SENHOR BOM JESUS. Projeto político-
pedagógico.
Curitiba, 2000.
BASTOS, João Augusto de Souza Leão de Almeida. A educação técnico-profissional: fundamentos,
perspectivas e prospectivas. Brasília: Senete, 1991.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
CRAWFORD, Richard. Na era do capital humano: o talento, a inteligência e o conhecimento como
forças econômicas - seu impacto nas empresas e nas decisões de investimento. São Paulo: Atlas, 1994.
DAVENPORT, Thomas. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não basta para o sucesso
na era da informação. São Paulo: Futura, 1998.
DRUCKER, Peter F. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1993.
EBOLI, M. Educação para as empresas do século XXI: coletânea de artigos sobre as universidade
corporativas. São Paulo: FIA/FEA-USP, 1999 (Edição especial).
GEUS, Arie de. A empresa viva: como as organizações podem aprender a prosperar e se perpetuar.
Rio de Janeiro: Campus, 1998.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de
Janeiro: Editora 34, 1994.
MARGERISON, Charles. The rise of the corporate business school. Target Management
Development Review, Bradford, v. 5, n. 6, p. 13-17, 1992.
MEISTER, Jeanne C. Corporate quality universities: lessons in building a world-class work force.
New York: McGraw-Hill, 1998.
MEISTER, Jeanne C. Educação corporativa: a gestão do capital intelectual através das
universidades corporativas. São Paulo: Makron Books, 1999.
NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de conhecimento na empresa: como as
empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
PEAK, Martha H. Go corporate U. Management Review, Bradford, v. 86, n. 2, p. 33-37, Feb. 1997.
PEREIRA, Maria José Lara de Bretas; FONSECA, João Gabriel Marques. Faces da decisão:
mudanças de paradigmas e o poder de decisão. São Paulo: Makron Books, 1997.
QUINN, James Brian. The strategy concept. In: MINTZBERG, Henry; QUINN James Brian. The
rd
strategy process. 3 . ed. Upper Saddle River, N.J.: Prentice Hall, 1996. p. 3-17.
STEWART, Thomas A. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. Rio de
Janeiro: Campus, 1998.
58