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NÃO GOSTO DE PLÁGIO

UM BLOG DE UTILIDADE PÚBLICA CONTRA PLÁGIOS DE TRADUÇÃO. ALGUMAS VÍTIMAS: MONTEIRO


LOBATO, GODOFREDO RANGEL, LÍVIO XAVIER, LIGIA JUNQUEIRA, OSCAR MENDES, ODORICO
MENDES, MÁRIO QUINTANA, GALEÃO COUTINHO, JAMIL ALMANSUR HADDAD, BORIS
SCHNAIDERMAN, CARLOS PORTO CARREIRO, PÉRICLES EUGÊNIO DA SILVA RAMOS, WILSON
LOUSADA, CASIMIRO FERNANDES, HERNÂNI DONATO, LEONIDAS HEGENBERG, LEONEL VALLANDRO,
ARAÚJO NABUCO, OCTAVIO MENDES CAJADO, MODESTO CARONE, BRENNO SILVEIRA, JACÓ
GUINSBURG, BENTO PRADO JR.
"daddy, tell me how a wolf looks: for such i never saw yet." (grimmelshausen,
simplicissimus; goodrick)
"sr. simplício, tem ali fora um sujeito..." (feliciano de castilho, o doente de
cisma)

29/01/2009
coisas legais

Tito Lívio, História de Roma, Livro I.


trad. Mônica Costa Vitorino
edição bilíngue, pela Crisálida Editora

que legal!

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jardim dos livros
reproduzo aqui as providências anunciadas pelo sr. luiz fernando emediato,
responsável editorial do grupo geração, a respeito de a arte da guerra e o
essencial do alcorão, títulos do selo jardim dos livros, do referido grupo.

Alertados pela fraude das traduções de livros da Jardim - e agora pelo renomado
Jorio Dauster, que sempre admirei - mandamos avaliar as traduções.

Já identificamos os problemas e tomamos a decisão (já anunciada para a senhora) de


determinar a nossos sócios que:

1. Retirem do mercado os livros "contaminados".


2. Providenciem novas traduções para os livros que valem a pena manter à
disposição dos leitores.

Luiz Fernando Emediato

pedi ao sr. luiz fernando emediato uma estimativa de prazo. (isso porque, por
exemplo, a martin claret sempre dizia que ia retirar de circulação seus plágios, e
no fim acabava nunca tirando.) são casos muito diferentes, naturalmente, e a gente
sempre torce pelo melhor.

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28/01/2009
alô, alô, realengo
uma coisa interessante, por ora apenas um detalhe, mas que achei curioso.

a nova (in)cultural, como a grande desbravadora da rota do plagiato industrial,


solertemente acompanhada pelo meliante martin claret, sempre e sempre perpetrou
suas delinquências em cima de obras com o original em domínio público.
concentrava-se no roubo de traduções, poupando-se a dor de cabeça e o valor de
renovar contratos com as editoras legítimas detentoras dos direitos de publicação
das tradução ou, em caso das editoras extintas, com os legítimos sucessores desses
direitos.
mesmo a pífia tentativa do sr. fábio cyrino, da landmark, de se arrogar a "co-
autoria" tradutória de persuasion com a deslavada cópia da tradução de isabel
sequeira, ou seu suposto abuso dos termos do contrato tido e havido com a revisora
carolina caires coelho, segundo informa ela, no caso da escancarada cópia de o
morro dos ventos uivantes, movem-se no campo de obras em domínio público.
a grande novidade trazida em julho de 2008 pelo jardim dos livros, como selo da
geração editorial, é praticar o saque explícito em cima de traduções de obras
atuais, remotamente afastadas de qualquer futura data para entrar em domínio
público.
então, donas editoras preocupadas com a concorrência predatória, atenção aí: esse
tipo de tubaína não está apenas poupando lá seus tostões nos contratos de cessão
de direitos das traduções, mas pelo visto, ao menos no caso de o essencial do
alcorão, dispensa-se sequer de se preocupar com os direitos da obra originária.
afora os dois aspectos principais: tratar a nós leitores feito papalvos e detonar
qualquer possibilidade de consolidação de um patrimônio intelectual do país.
e depois sou eu que faço "acusações injustas"? acorda lá, seu luiz emediato, e
veja se o jardim dos livros que o sr. comprou não veio infestado de erva daninha.
como dizem, quem avisa amigo é, e o sr. devia era mais me agradecer. limpe o joio,
e dê continuidade àquela sua tão relembrada iniciativa de recall em 2000, arranque
ligeiro esse matagal que infesta seu jardim, dê as devidas satisfações ao povo que
entregou seu dinheirinho para comprar tais coisas, e toque o barco em frente, com
dignidade.
pois isso quem é de bem não merece.
imagem: http://www.ckagricola.com/ckagricola/arquivos/tubarao.jpg

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27/01/2009
o milheiro das letras

esta eu encontrei no todoprosa, o blog de literatura de sérgio rodrigues: a lista


dos mil romances que the guardian decretou definitivamente imperdíveis. muito
divertida!

minha amiguinha raquel do jane austen em português vai gostar: os seis livros da
senhorita estão lá.

imagem: www.hex.com.br

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sobre o essencial do alcorão

houve uma notícia que achei importante, pois, além de se tratar de mais um plágio
em circulação no mercado, iludindo o leitor e ludibriando sua boa-fé, parece
indicar o surgimento de mais um fantasma na praça.

trata-se do plágio apontado por joana canêdo na edição o essencial do alcorão, de


thomas cleary, pelo jardim dos livros, selo da geração editorial (conforme consta
em seu release), aqui noticiado em 23 de janeiro. reproduzo os comentários de
joana:

"Não precisei ir além da primeira página no cotejo. Para não dizer que não tem uma
vírgula fora do lugar, na última linha da página tem uma vírgula a mais antes do
'etc.'. Além disso, eles atualizaram a referência bibliográfica para a norma abnt
corrente - quanta presteza! Diga-se de passagem, até a nota do tradutor é
idêntica. Curioso como duas pessoas diferentes conseguem não só fazer a mesma
tradução, mas tb bolar a mesma nota! Se ainda não está convencida, digo com todas
as letras: não são em absoluto duas traduções; é a mesma tradução letra por
letra.Tá bom, eles inovaram na edição: cortaram a introdução no meio e criaram um
capítulo novo que começa no parágrafo em que a introdução havia sido interrompida.
Outra novidade é uma nota que na edição de 1993 não tem autoria indicada (o que dá
a entender que se trata de uma nota do autor), agora devidamente assinada por
Pedro H. Berwick! Ok, talvez eu esteja exagerando, já que as notas do autor estão
devidamente organizadas no final do capítulo da ed. de 1993 e devidamente
reproduzidas nos rodapés da ed. de 2008."

comparando-se os scans aqui publicados com a introdução e o primeiro capítulo


disponíveis para download no site geração online, fica evidente que se trata de
uma cópia da tradução de leila v. b. gouvêa, publicada pela best seller em 1993,
lançada no jardim dos livros em julho de 2008 em nome de "pedro h. berwick".

meus votos de que o grupo responsável pelo selo tome rápidas providências para
retirar o livro de circulação e fazer uma errata pública avisando os leitores
sobre o fato.
imagem: museu do plágio

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les belles-lettres

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26/01/2009
mais claro impossível
Denise,

Excelente sua resposta, clara e objetiva. Não resta dúvida de que, ao adquirir a
Jardim dos Livros e continuar a publicar as obras que passaram a seu controle no
bojo dessa operação, a Editora Geração passou a ser responsável pela distribuição
do plágio da Arte da Guerra. Caso seus dirigentes não soubessem que a tradução era
um miserável embuste, basta que reconheçam esse fato, suspendam imediatamente a
venda da obra conspurcada e encomendem novo texto em português junto a um dos
muitos bons tradutores que estão por aí – sem prejuízo de buscar reparação
judicial junto aos que lhe venderam um produto tóxico.

Jorio Dauster

PS – Você está autorizada a publicar essa mensagem no blog.

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esclarecimentos dos esclarecimentos
a afirmação dos drs. armando mendonça e gerson mendonça neto de que são
inverídicos os fatos narrados no blog, em que eu teria feito acusações levianas
contra seus clientes e sem comprometimento com a verdade dos fatos, não procede.

pelas seguintes razões:

- as informações sobre o livro a arte da guerra, que consta no catálogo do grupo


geração, foram extraídas do site geração online.

- as informações de que a geração editorial, em sociedade com a editora leitura,


adquiriu 50% da antiga editora jardim dos livros, convertendo-a em selo do grupo
geração, também foram extraídas do site geração online.

- as informações sobre a responsabilidade específica da editora geração pela parte


editorial do grupo geração foram igualmente extraídas do mesmo comunicado no site
geração online.

- as informações sobre a prática de plágio utilizada na obra a arte da guerra pela


jardim dos livros foram extraídas da matéria "o pega-pega da arte da guerra", de
adam sun, na revista piauí, n. 22.

- as informações sobre a manutenção da obra a arte da guerra no catálogo ativo do


grupo geração foram extraídas do informativo publishnews.

- as datas de referência:
a. da formação do grupo geração, com a transformação da editora jardim dos livros
em selo editorial do grupo e a definição da responsabilidade editorial específica
a cargo da editora geração;
b. da denúncia de plágio da obra a arte da guerra, feita por adam sun;
c. da divulgação dos resultados comerciais do grupo geração para o ano de 2008,
com destaque para a referida obra a arte da guerra,
são respectivamente os meses de março, julho e novembro de 2008.

- as informações referentes ao teor e à cronologia das datas acima citadas foram


extraídas: a. do site geração online; b. da revista piauí; c. do site da
publishnews.

- as informações sobre os números de isbns estampados na obra, seja em paperback


ou em formato pocket, foram extraídas do site geração online, já mencionado, e do
site da agência brasileira do isbn, na fundação biblioteca nacional, além de
verificação adicional feita em consulta aos sites de várias livrarias, a saber,
livraria cultura, fnac e curitiba (n/c). as discrepâncias apontadas no
nãogostodeplágio resultaram das comparações entre essas fontes.

não posso crer que todas essas fontes sejam levianas ou inverídicas. meu trabalho
de consulta e pesquisa se baseou nas referências acima citadas, que foram
sistematicamente mencionadas neste blog. quanto às conclusões objetivas a partir
de tais informações, parecem-me acima de qualquer margem de dúvida.

esclareço também que não é meu propósito levantar acusações contra quem quer que
seja. não faço trabalho de promotoria; faço pesquisas editoriais - quando constato
eventuais irregularidades, apropriações, fraudes e falsificações, venho a público
e apresento os fatos.

por fim, quanto à conceituação utilizada neste blog para definir os casos de
irregularidades comprovadas, ela se baseia em dois elementos:
a. a convicção implícita e explícita de que o livro é um bem cultural e social da
máxima importância, regulamentado por leis e normas que devem ser acatadas e
cumpridas pelas editoras e seus responsáveis;
b. as acepções dicionarizadas dos termos, aplicados aos casos pertinentes após
análise cuidadosa dos fatos objetivos.

não sou diretora de consciência de ninguém - mas, como cidadã preocupada com a
idoneidade editorial brasileira submetida a fortes abalos desde 1995, expresso
constantemente meus votos de que as editoras envolvidas interrompam essas práticas
lesivas e contribuam para a restauração da credibilidade do livro no país.

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notificação
sexta-feira no final da tarde recebi um e-mail que trazia o título "notificação".

como ele especificava que seu conteúdo era sigiloso e proibia a divulgação de seu
teor, no mesmo dia solicitei ao remetente autorização para publicá-lo no blog,
pois a matéria tratada dizia respeito a dados divulgados publicamente no nãogosto,
sob minha responsabilidade.
hoje recebi a gentil autorização de divulgá-lo com seus esclarecimentos.

Prezada Senhora Denise Bottman

Na qualidade de advogados de Luiz Fernando Emediato e Editora Geração de


Comunicação Integrada Comercial Ltda., vimos, pela presente, esclarecer serem
inverídicos os fatos narrados na matéria veiculada no blog Não gosto de plágio¸ em
que, de forma leviana e sem o comprometimento com a busca da verdade real, foram
feitas acusações contra nossos clientes.

O Grupo Geração e Luiz Fernando Emediato não possuem nenhuma ligação com a
publicação referenciada. Já a Editora Geração apenas adquiriu o selo O Jardim dos
Livros muito tempo depois da publicação da arte da guerra.

Por fim, vale ressaltar ser positiva a livre manifestação das pessoas, sendo que
eventuais excessos com falsas acusações, calúnias e difamações serão prontamente
refutadas, com medidas judiciais objetivando o resguardo à honra e dignidade das
pessoas atacadas.

Atenciosamente
Armando Mendonça
Gerson Mendonça Neto
Advocacia

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24/01/2009
fórum nacional do direito autoral, atualizando

legal! o minc, em seu fórum nacional do direito autoral, disponibilizou ontem em


seu blog os vídeos com as diversas apresentações feitas durante o seminário
"autores, artistas e seus direitos", realizado no rio de janeiro em 27 e 28 de
outubro do ano passado.

veja aqui.

a exposição de sheyla barretto, em nome da abrates e do antigo assinado-


tradutores, é rápida, sucinta e densa. a meu ver, alguns pontos estão meio
atropelados, e não entendi direito. em todo caso, acho importante a sugestão de
que a legislação referente aos direitos autorais passe a incluir cláusulas sobre a
necessária proteção contra terceiros que os titulares dos direitos patrimoniais
das obras devem assumir como responsabilidade sua.

trocando em miúdos, no caso do livro: se o autor da obra (no original ou na


tradução, tanto faz; a lei protege ambos por igual) cede os direitos de exploração
comercial a uma editora, cabe a ela defender a integridadade dessa obra contra
eventuais plágios, contrafações, apropriações indébitas, falsificações ideológicas
e assim por diante.

até final de setembro de 2008 participei do grupo do assinado-tradutores. por


discordar da orientação sindicalizante que alguns membros pretendiam imprimir ao
trabalho, resolvi me afastar. mas a elaboração da pauta a ser apresentada no fórum
do minc se deu no começo e meados de setembro, e participei ativamente dela.

esses pontos da pauta apresentada no seminário, referentes especificamente à


necessidade de proteção dos direitos das obras cedidas, têm como pano de fundo as
seguintes referências:

- o livro não é apenas um bem material. ele é também, e talvez principalmente, um


bem imaterial, que se insere dentro do patrimônio intelectual de uma sociedade e
do mundo todo. dentro de um determinado prazo, que pode variar de 50 a 100 anos
após a morte do autor, dependendo do país, aquela obra entra em domínio público e
passa a integrar o patrimônio cultural não só do próprio país, mas de toda a
humanidade. deixa de ser propriedade particular de um determinado indivíduo ou de
uma determinada empresa, e pode ser livremente reproduzida por qualquer pessoa
física ou jurídica, desde que respeitada sua integridade (basicamente, respeitados
os direitos morais do autor).

- ou seja, desde a sua criação, a obra do espírito traz dentro de si esse sinete
indelével, essa marca definidora de sua inserção social, e ela passará a integrar
o patrimônio intelectual de toda a sociedade, decorrido o prazo permitido por lei
para sua exploração comercial em caráter de exclusividade.

- ora, é esse caráter de bem imaterial, de fruto da criação do espírito humano,


que distingue uma obra intelectual dos bens estritamente materiais. vocês imaginam
a coca-cola em domínio público? naturalmente a patente é protegida, e existem
direitos de propriedade industrial muito bem definidos, garantindo a exploração
comercial privada daquela mercadoria pelo tempo que for.

então o ponto é: quando um autor cede os direitos patrimoniais (isto é, de


exploração comercial) de sua obra a uma editora, ele jamais cede os direitos
morais - basicamente, seu nome como autor. o nome é, por lei, um direito
indissociável, intransferível e inalienável de qualquer ser humano, que vale a
qualquer tempo. [é por isso que o plágio é tido como o mais grave crime contra as
obras do espírito, pois fere um direito de personalidade absolutamente básico e
essencial, a saber, o direito do autor à sua identidade de pessoa, expressa no
nome.] *

* aliás, é por isso que obras anônimas não são protegidas pela lei, pois, na
ausência de nome, escapam à definição jurídica de pessoa e a qualquer
responsabilidade civil. e é por isso que é feio ser anônimo - ao lado dos
direitos, há os deveres, naturalmente. como anônimo, perde-se qualquer direito,
mas sobretudo foge-se a qualquer responsabilidade.

mas, como a obra não é um simples bem material, e sim uma criação do espírito que
integra o patrimônio intelectual da humanidade, ela não pode ser tratada a mesmo
título de um bem material. assim, quando o autor cede sua obra para ser explorada
comercialmente, e reserva para si esse seu direito inalienável de personalidade -
o nome -, espera-se que a editora respeite esse direito que não lhe foi
transferido. geralmente isso acontece, as editoras costumam respeitar o direito
moral do autor.

o problema é que, nesses últimos 15 anos no brasil, com a onda de plágios que tem
assolado o país, muitas editoras, mesmo sendo lesadas pelos plágios de
concorrentes desleais, não querem, não podem ou não conseguem defender seus
próprios direitos patrimoniais e muito menos os direitos morais daquela obra que
está em seu catálogo. é uma situação complicada. muitas vezes o autor morreu, não
tem descendentes, ou os descendentes não se interessam em fazer respeitar o nome
do falecido, a editora considera que não vale a pena se desgastar ou acionar a
concorrente fraudadora e assim por diante. assim, o aspecto principal de uma obra
do espírito, que é sua inserção e pertença à sociedade, fica ao deus-dará. é este
cenário de impunidade que favorece a proliferação do plagiato no brasil.

o aspecto que eu gostaria de ver contemplado na legislação autoral brasileira é a


garantia de que o cessionário (isto é, o comprador) dos direitos de exploração da
obra irá protegê-la contra ilicitudes de terceiros.
durante a apresentação no seminário do fórum nacional, sheyla barretto deu ênfase
à reversão da titularidade ao cedente - na verdade, creio que isso seria meio
ineficaz, embora seja uma possibilidade a ser contemplada. de meu ponto de vista,
eu acharia mais eficaz e mais compatível com a própria natureza de uma obra
intelectual que, constatada a eventual negligência ou incapacidade do cessionário
em defendê-la contra terceiros, ela passasse a integrar o patrimônio cultural do
país a título de obra em domínio público.

sempre faço uma comparação mental entre comprar um carro e adquirir os direitos de
exploração comercial de uma obra: um carro, se você compra, você pode fazer o que
quiser - largar, detonar, cuidar, botar fogo, deixar que roubem, fazer seguro, não
fazer seguro. você é dono dele. agora uma obra não - você nunca a compra inteira,
compra apenas o direito de reproduzi-la e vender essas reproduções - é o chamado
copyright. então você nunca é proprietário completo da obra: é mais ou menos como
se você fosse um depositário da confiança do autor, com o compromisso implícito de
defendê-la.

resumindo: eu gostaria que esse compromisso implícito se tornasse explícito na


reforma da lda.

uma dúvida que já me levantaram algumas vezes: se uma obra está em domínio
público, então qual é o problema do plágio? são duas coisas diferentes. entrar em
domínio público significa que qualquer pessoa pode reproduzir aquela obra sem
pagar direitos autorais, pois ela pertence a toda a sociedade. já o plágio
significa ferir um direito que nunca deixa de existir, mesmo após a morte da
pessoa: o direito ao nome. ou seja, se miguel de cervantes está em domínio
público, isso não significa que ele deixou de ser miguel de cervantes e que você
pode publicar dom quixote dizendo que foi você ou zequinha da silva que escreveu o
livro.
imagens: http://www.kingsgrave.com/; calder, maquette III, national gallery;
iluminuras, biblioteca vaticana

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23/01/2009
the spectacled bear
fábio cyrino, o autonomeado "co-autor" de persuasão de jane austen, na edição da
landmark que é uma cópia mal disfarçada da tradução de isabel sequeira, publicada
pela europa-américa, agora ganha fama internacional.

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o essencial do alcorão/ best seller 6

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o essencial do alcorão/ best seller 5

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o essencial do alcorão/ best seller 4

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o essencial do alcorão/ best seller 3
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o essencial do alcorão/ best seller 2

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o essencial do alcorão / best seller 1

para ampliar, clique em cima da imagem.

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o essencial do alcorão / jardim dos livros
a geração editorial disponibiliza em seu site o primeiro capítulo do livro chamado
o essencial do alcorão, para visualizar ou baixar em pdf.

reproduzo aqui apenas a página de rosto:

THOMAS CLEARY
O ESSENCIAL DO ALCORAO
O COR A Ç ÃO DO I S L Ã

Tradução de
Pedro H. Berwick

e a página de créditos:

Título original: The Essential Koran: The Heart of Islam Copyright © Thomas
Cleary, 1993 Licença editorial para Jardim dos livros Editora Ltda. Todos os
direitos reservados.
Editor: Cláudio Varela
Diretor executivo: Ado Varela
Projeto gráfico: Vanderlucio Vieira
Revisão: Luciara Assis
Tradução: Pedro H. Berwick
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
C56e
Cleary, Thomas F., 1949
O essencial do Alcorão : o coração do Islã / Thomas Cleary ; tradução Pedro H.
Berwick. - São Paulo : Jardim dos Livros, 2008.
il. ;
Tradução de: The essential Koran
ISBN 978-85-60018-14-7
1. Alcorão. 2. Islamismo. I. Título. 08-1911. CDD: 297.122 CDU: 297.18 16.05.08
19.05.08 006059
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida sem a prévia autorização da
editora, por escrito, sob pena de constituir violação do copyright (Lei 5.988).
Impresso no Brasil Belo Horizonte – 1ª edição – julho / 2008
Todos os direitos reservados, no Brasil, à © Jardim do livros Editora Ltda.
http://www.jardimdoslivros.com.br/ – editorial@jardimdoslivros.com.br

o texto para cotejo pode ser visto ou baixado aqui.

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como funciona o voluntariado cívico-cultural

minha querida amiga joana canêdo é uma figura. não a conheço, mas adoro!
ela apareceu quando o assinado-tradutores já estava se desmilinguindo - tentou
bravamente dar uma ordem razoável à pauta de pontos que eu havia montado para
enviar ao fórum dos direitos autorais do minc.

e se a sheyla carvalho da abrates conseguiu fazer uma apresentação decente no


seminário do minc, foi por mérito seu e sobretudo por mérito da joana, que até o
último momento corrigiu, montou, botou as coisas em ordem, pôs em powerpoint
minimamente inteligível.

que figura! que generosidade e espontaneidade e eficiência!

bom, perdemos contato por alguns meses. retomamos nesta semana.

eu estava aqui alucinando com os meandros do submundo editorial, com as tubaínas


venenosas do livro, e tentando manter um certo foco. aí, revendo umas suspeitas
conexões entre a nova cultural, via best-seller, e a jardim dos livros, topei com
algo que me pareceu ser mais um ectoplasma das letras.

bom, hoje a joana me informa sobre suas pesquisas.

meu deus, como é bom sentir gente ao lado, batalhando junto, e como é bom saber
que a gente não é louca e que tem outras pessoas que também não se conformam com
os descalabros.

depois que passar a aflição de mais um desmascaramento da bandidagem editorial


brasileira, postarei um cotejo detalhado.
na versão inicial deste post, eu tinha redigido uma informação errada, envolvendo
a dpl/golden books, que retirei agora. este plágio a que me refiro é da jardim dos
livros, selo da geração editorial.
imagem: matisse

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22/01/2009
a ambiguidade ontológica do (i)mortal arnaldo niskier

no ano passado, com um intervalo de três meses e meio entre a redação e o despacho
da missiva, recebi aqui em casa um envelope contendo uma linda moção da academia
brasileira de letras, cheia de lindos timbres - "ad immortalitatem" - com a
assinatura em tinta de verdade do presidente cícero sandroni, expressando a
"grande preocupação" da academia à qual "pertencem alguns dos mais ilustres
tradutores brasileiros", declarando "emprestar seu integral apoio" ao protesto
contra os plágios de tradução, em defesa da "nobre atividade que vem sendo
achincalhada por casas editoriais indignas de seu nome".

bom, quem acompanha este humilde blog e minha persistência de moscardo na questão
dos plágios sabe muito bem que mandei individualmente a todos os imortais um
histórico e dossiê das fraudes cometidas nessa infeliz terra do plagiato
desbragado, e até hoje continuo a infernizá-los com meus boletins informativos. ou
seja, nenhum deles pode alegar ignorância.

então a pergunta é: o sr. cícero sandroni, como presidente da academia brasileira


de letras, ao me enviar aquelas cartas, estava falando em nome de quem? de todos
os imortais? da maioria dos imortais? de alguns imortais? dele mesmo?

pois o ilustre imortal arnaldo niskier está presente, lépido e fagueiro, na chapa
mais espantosa que já vi na vida, concorrendo a um cargo na vice-presidência da
câmara brasileira do livro.
resumindo: O IMORTAL NISKIER É CONTRA OU A FAVOR DOS PLÁGIOS?

se ele for contra os plágios, que renuncie à sua infamante candidatura na chapa
com editores que publicam ou mantêm em catálogo obras plagiadas, na disputa pelo
comando da principal entidade do livro no país.

se ele for a favor dos plágios, que renuncie condignamente à sua cadeira na
academia brasileira de letras.

em suma: não tem como adotar as duas posições ao mesmo tempo - ou se aceita ou se
repudia o plágio.

imagem: carmen miranda

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viva legal

letrinhas vieram, e disseram: estamos tristes, estamos nos sentindo meio


desmoralizadas, queremos de volta nossa integridade alfabética.

aí avançou uma, e depois outra e mais outra. deram-se as mãozinhas e disseram:


"nós, c, b e l, agora queremos dizer Campanha pelo Bom Livro!"

depois vieram umas outras meio abatidas e disseram: "nós também queremos ser outra
coisa, hoje em dia é uma bagunça, ninguém respeita f, b nem n, assim não dá! agora
somos a Frente das Boas Normas!"

atropelando logo atrás, quatro letrinhas pálidas, esbaforidas, gritaram meio


arquejantes: "dia e noite temos pesadelos com revólveres e metralhadoras, isso não
é vida de letra que preste, agora nós, a, b, d e r, damos Acolhida Belamente
Democrática às Reivindicações do povo que quer ler trechinhos em xerox sem ir para
a cadeia!"

e lá no fundo, amontoadinhas, cambaleantes, escorando-se umas nas outras de tão


fracas que estavam suas perninhas, quatro esquálidas letrinhas mal e mal
conseguiam murmurar: "Ih, Sem Biotônico, Neca..."

só que, pelo jeito, as pobres letrinhas continuarão tão abusadas e violentadas


quanto os leitores brasileiros que não gostam de comprar livros plagiados e quanto
o pobre patrimônio intelectual do país, entregue à cupidez de editoras que
publicam e mantêm plágios em seus catálogos.
pois acabei de receber o clipping da publishnews, informando que a chapa que tem
plagiador, sonegador de isbn, vira-casacas da academia brasileira de letras, foi
homologada para disputar o comando da câmara brasileira do livro.
DONA CBL, QUE POUCA VERGONHA!
em continuando essa descarada compactuação da câmara brasileira do livro com o
maior crime intelectual que existe, a saber, o plágio, e com o fomento à
concorrência desleal no mercado, que é a ocasião mais propícia de se ludibriar o
leitor vendendo gato por lebre, sentir-me-ei plenamente autorizada a me referir a
ela como "aquela desavergonhada".

imagens: http://www.ada.com.br/; emoticon, faint

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21/01/2009
martin claret fashion
a foto é boa, mas o livro ...
quanto à verdadeira paternidade desse moby dick em português, é de péricles
eugênio da silva ramos, e não do tal alex marins que consta aqui no exemplar que
tenho em mãos, igual ao da moça da foto.

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coisas boas

hoje a europeana retorna ao ar. lembram quando foi lançada? ficou por pouco tempo,
a visitação foi tão gigantesca que deu tilt. agora volta reconfigurada:
http://www.europeana.eu/portal/

e algum dia teremos também a brasiliana digital. legal!

imagem: logo da europeana

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20/01/2009
retificação
procedo hoje a uma retificação: o nome de carolina caires coelho foi excluído da
lista das pessoas que assinam plágios, e nos respectivos cotejos da obra em
questão passam a constar apenas os nomes das editoras.

embora apareça como responsável pela tradução de o morro dos ventos uivantes,
tanto na ficha catalográfica quanto na página de créditos do exemplar impresso da
editora landmark, informa ela que seu contrato com a referida editora foi
exclusivamente para a revisão de texto.

tendo seu nome indevidamente utilizado nos créditos de tradução, cabe à editora
vir a público e expor as razões para o fato. cabe-lhe também a retirada imediata
dos exemplares em circulação, uma errata para as livrarias, a imprensa e os
leitores, além da atribuição dos verdadeiros créditos de tradução. em meu modesto
entender, seria também conveniente eximir publicamente a profissional de qualquer
responsabilidade pelo plágio.

com a palavra a editora landmark.

obs.: naturalmente eu me reservo o direito de retirar tais retificações, caso elas


se revelarem indevidas, baseadas apenas em minha boa vontade e boa-fé.

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só finalizando
pela incontabilésima vez, quero deixar absoluta, meridianamente claro que não
tenho nada a ver com a seara editorial. se os empresários se comem entre eles, se
um fala mal do outro, se outro fala mal de um e por aí afora, it's not my bísnis,
como dizem.

o ponto é um só: o livro vai para o leitor. tem que ir certo, idôneo, dentro da
lei. os editores têm alguma dúvida a respeito? vão lá e briguem em suas entidades,
briguem com o governo, mas enquanto isso publiquem livros certos, idôneos e dentro
da lei.

posto isso, e para finalizar esses meus comentários intrometidos sobre as eleições
na cbl, meu estado de choque perante a candidatura do sr. fábio cyrino e do sr.
emediato à direção da referida entidade atingiu níveis estratosféricos quando reli
a composição da chapa. pois foi aí que notei que o postulante à presidência é o
sr. armando antongini filho, apresentando-se pela editora leitura.

bom, vários meses atrás o sr. emediato da geração editorial anunciou a meio mundo
que estava se unindo justamente à editora leitura para comprar a jardim dos
livros.*

então tudo o que falei até agora sobre minhas dúvidas quanto à probidade da
geração editorial, a meu ver, pode se aplicar igualmente à editora leitura, pois
são elas juntas, em sociedade, que comandam o selo jardim dos livros.

em suma: viva o plágio! do acoitamento à prática, da cabeça aos pés, da


presidência à diretoria, passando pela vice-presidência da principal entidade do
livro no brasil. aiai, amiguinhos, sobrou para nós.

* "a Geração já está em nova parceria: associou-se com a editora Leitura, de Belo
Horizonte, e juntas compraram metade da Jardim dos Livros, de São Paulo. [...]
Nessa fusão, a Leitura cuidará da parte comercial e logística; a Geração, da área
editorial, e a Jardim dos Livros da área comercial em São Paulo e da direção
editorial de livros de negócios."

imagens: www.fransmelk.nl; smiley, faint; www.portugues.iphotostock.com

POSTADO POR DENISE 1 COMENTÁRIOS


19/01/2009
como é mesmo?

livro tem dois documentos de identidade obrigatórios por lei: a ficha


catalográfica e o número de isbn. refleti um pouco sobre isso num post de algum
tempo atrás.
então fico meio espantada que algumas editoras nem dêem muita pelota para isso.

ainda em estado de choque com a notícia de que ilustres luminares praticantes ou


acoitadores do plágio pretendem assumir a direção da cbl, resolvi dar uma
olhadinha na jardim dos livros, que virou um selo da geração editorial.

a editora divulga em seu site 17 obras pelo dito selo "jardim dos livros", com os
respectivos isbns. mas, se vc for ao site da fbn/isbn, vai encontrar apenas 7
registros. o pior é que, destes 7 registros, apenas 1 bate com o número de isbn
que aparece no site da editora. ou seja, há 6 obras com registro de número trocado
ou falsificado, e 10 obras de números sem absolutamente nenhum registro.

um exemplinho de consulta realizada.


A vida secreta de Laszlo, Conde Drácula Autor: Roderick Anscombe. ISBN: 978-85-
60018-10-9
fbn/isbn: RESULTADO DA BUSCA - Nenhum registro foi encontrado.
se alguém quiser se entreter com uma brincadeira triste e enfadonha, é só pegar os
números usados pela editora (que estão no site dela) e comparar com os números na
fbn, que são estes:
7 Publicações encontradas, distribuídas em 1 página
85-60018-00-X ARTE DA GUERRA: OS TREZE CAPÍTULOS ORIGINAIS
978-85-60018-01-7 LINGUAGEM DO AMOR - MISCELÂNEA ROMÂNTICA
978-85-60018-02-4 TESOURO DOS REMÉDIOS DA ALMA
978-85-60018-03-1 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA SER FELIZ
978-85-60018-04-8 A ARTE DA GUERRA - OS TREZE CAPÍTULOS ORIGINAIS - VERSÃO DE
BOLSO
978-85-60018-05-5 O TOQUE DE UM ANJO - HISTÓRIAS PARA AQUECER O CORAÇÃO
978-85-60018-06-2 O PRÍNCIPE - COMENTÁRIOS DE NAPOLIÃO BONAPARTE E DA CRISTINA DA
SUÉCIA
e não se preocupe se não entender direito. é uma vasta confusão, não porque seja
tão impossível assim ter um isbn de verdade, mas porque tem mesmo coisa esquisita
no meio desse troca-troca ou nessa falta de registro. hoje em dia eu penso assim:
burlou isbn, está escondendo coisa.
imagem: releitura.wordpress.com

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17/01/2009
a cruzada de todos nós
quero agradecer a todas as pessoas que mantêm link em seus blogs para o
nãogostodeplágio.

as editoras hedra e crisálida sempre estiveram na linha de frente nessa briga, e a


partir de hoje o nãogosto está também no site da l&pm, com direito a notícia em
destaque e tudo.

que legal, o leitor agradece!

imagens: lpm.com.br; emoticon, thumb up

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16/01/2009
tu quoque, cbl?
foi com imenso espanto que recebi o informe da publishnews sobre uma das chapas
concorrendo às eleições para a presidência e diretoria da principal entidade do
livro no brasil, a câmara brasileira do livro (cbl). chama-se
mudança&participação, e apresenta como candidato a uma das vice-presidências o sr.
luiz fernando emediato, da geração editorial, e como candidato a uma das vagas na
diretoria o sr. fábio cyrino, da landmark.

a geração editorial é aquela do escândalo denunciado por adam sun, na matéria


sobre a arte da guerra publicada na revista piauí em julho de 2008. o jardim dos
livros é um selo do grupo geração. publiquei alguns posts sobre essa matéria de
adam sun.

a landmark é aquela dos plágios de persuasão e de o morro dos ventos uivantes. o


tempero especial da landmark é que um de seus donos, fábio cyrino, parece ter
sentido grande prazer em se apresentar como "co-autor" de persuasão, que afinal de
contas não passa de uma cópia, com tenuíssimas alterações, da edição da europa-
américa. vejam meus posts sobre este caso e sobre o caso dos ventos uivantes.

ademais, tanto a geração quanto a landmark tratam a fundação biblioteca nacional e


a agência brasileira do isbn com um descaso que, a meu ver, não é a melhor
recomendação para o comando de uma entidade do porte e da representatividade da
cbl.*

tal seria! que exemplo para o setor!


sinceramente, como cidadã, não consigo de forma alguma engolir que o atual quadro
da cbl sequer tenha aceitado receber a inscrição de candidaturas que não se
destacam por um firme e sólido compromisso com a mais simples ética editorial.

* curiosamente, outro candidato da mesma chapa a uma das vice-presidências é o


acadêmico sr. arnaldo niskier - todos devem lembrar que a academia brasileira de
letras (abl) manifestou seu veemente repúdio contra o plágio de traduções. talvez
o imortal niskier não tenha se dado conta da posição ambígua em que está.

imagem: paul cézanne, pirâmide de crânios, www.niilismo.net

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pois é isso

um apanhado muito bom, feito por allison roberto:


a terra do cópia-cola e o tradutor ninja

imagens: emoticon, ninja; crizlai.blogspot.com

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15/01/2009
o valor das coisas

queria esclarecer umas coisas quanto ao tradutor de livros:

- tradutor não é um pobre coitado nem ganha uma "merreca" - é uma profissão digna,
uma atividade com uma remuneração que permite que ninguém passe necessidade:
talvez você não consiga dar uma ferrari de presente para seu genro nem tomar veuve
clicquot todo dia, mas mesmo assim...

- tradutor não é desvalorizado, pelo contrário: o bom tradutor é disputado, e


muitos livros são comprados ou apreciados pelo nome de quem o traduziu

- tradutor não é só alguém que pega palavras numa língua estrangeira e põe em
português: o tradutor é um dos principais agentes a criar e a definir o que é o
vernáculo de qualquer país, sobretudo um país de formação colonial e língua
minoritária, como o brasil

- qualquer editora minimamente decente sabe que seu êxito depende de traduções que
prestem: a boa editora é a primeira a valorizar o trabalho de tradução.

então, por favor, gente, o nãogostodeplágio não entoa a cantilena dos mendigos.
se os tradutores lesados quiserem protestar, e deveriam querer, eles saberão o
caminho a tomar.
se as editoras lesadas pela concorrência desleal resolverem reagir, com certeza
saberão se virar muito bem.

aqui o nãogostodeplágio está preocupado com dois problemas: o do leitor que compra
um livro na boa-fé e o do patrimônio intelectual do país lesado pelas falcatruas.

então agradeço inúmeras manifestações compassivas em relação ao tradutor - mas


digo: compaixão tem que ter é pelo leitor e por nossa parca bagagenzinha cultural.

imagem: vermeer, moça com brinco de pérola

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então a landmark pegou gosto pela coisa?
publicado inúmeras vezes no brasil, o morro dos ventos uivantes já apareceu nas
traduções de rachel de queiroz, celestino da silva, vera pedroso, josé maria
machado, oscar mendes, davi jardim jr., renata cordeiro com eliane alambert,
levando até uma tremenda garfada da nova (in)cultural (em nome de silvana laplace,
plagiando oscar mendes).

a nova garfada agora quem dá é a landmark, em cima da tradução de vera pedroso


(publicada pela bruguera em 1971, reeditada pela art em 1985, para o círculo do
livro).

no exemplar impresso, a façanha é assinada por outro nome. já na agência do isbn,


como comentei na semana passada, a suposta tradução consta em nome de uma
misteriosa "ana maria oliveira rosa".

afora o habitual procedimento de mudar uma parte das frases iniciais dos
capítulos, é um plágio sem maiores rebuços, e até reproduzindo os mesmos saltos de
palavras e orações.

The little party recovered its equanimity at sight of the fragrant feast. They
were hungry after their ride, and easily consoled, since no real harm had befallen
them. Mr. Earnshaw carved bountiful platefuls, and the mistress made them merry
with lively talk. I waited behind her chair, and was pained to behold Catherine,
with dry eyes and an indifferent air, commence cutting up the wing of a goose
before her.

Os dois visitantes voltaram a sorrir à vista da esplêndida mesa. Estavam famintos,


após a viagem, e, como nada de mau lhes acontecera, não tardaram a se reanimar. O
Sr. Earnshaw serviu grandes pratadas e sua esposa iniciou uma conversa animada. Eu
estava atrás da cadeira dela e fiquei triste de ver Catherine, olhos secos e ar
indiferente, começar a cortar uma asa de ganso. (Art, p. 76)

Os dois visitantes voltaram a sorrir à vista da esplêndida mesa. Estavam famintos


após a viagem e, como nada de mau lhes acontecera, não tardaram a reanimar-se. O
senhor Earnshaw serviu grandes pratadas e sua esposa iniciou uma conversa animada.
Eu estava atrás da cadeira dela e fiquei triste em ver Catherine, olhos secos e ar
indiferente, começar a cortar uma asa de ganso. (Landmark, p. 55)

Cathy was a powerful ally at home; and between them they at lenght persuaded my
master to acquiesce in their having a ride or a walk together about once a week,
under my guardianship, and on the moors nearest the Grange: for June found him
still declining. Though he had set aside yearly a portion of his income for my
young lady's fortune, he had a natural desire that she might retain - or at least
return in a short time to - the house of her ancestors [...]

Por seu lado, Cathy não cessava de suplicar a mesma coisa; e ambos acabaram
persuadindo o meu amo a deixá-los passear a pé ou a cavalo juntos, uma vez por
semana, sob a minha guarda e na charneca vizinha à granja, pois junho veio
encontrá-lo ainda mais fraco, e, embora tivesse posto de lado uma parte do seu
rendimento anual para o futuro da filha, ele alimentava o desejo natural de que
ela viesse a conservar a casa dos seus antepassados [...] (Art, p. 284)

Por seu lado, Cathy não cessava de suplicar a mesma coisa em casa; e ambos
acabaram persuadindo meu patrão a deixá-los passear a pé ou a cavalo juntos, uma
vez por semana, sob a minha guarda e na charneca vizinha à granja, pois junho veio
encontrá-lo ainda mais fraco, e, embora tivesse separado uma parte do seu
rendimento anual para o futuro da filha, alimentava o desejo natural de que ela
viesse a conservar a casa dos antepassados [...] (Landmark, p. 227)

I felt stunned by the awful event; and my memory unavoidably recurred to former
times with a sort of oppressive sadness. But poor Hareton, the most wronged, was
the only one who really suffered much. He sat by the corpse all night, weeping in
bitter earnest. He pressed its hand, and kissed the sarcastic, savage face that
every one else shrank from contemplating; and bemoaned him with that strong grief
which springs naturally from a generous heart, though it be tough as tempered
steel.

Quanto a mim, estava perplexa - e a minha memória pôs-se a recordar tempos


passados, com uma espécie de opressiva tristeza. Mas foi o pobre Hareton,
precisamente o mais injustiçado, o único a sofrer realmente muito. Velou o corpo
durante toda a noite, chorando sem parar. Apertava-lhe a mão, beijava-lhe o rosto
sarcástico e terrível, que todos os demais evitavam contemplar, e carpia-o como só
sabem fazer os corações generosos, embora endurecidos como aço temperado. (Art, p.
368)

Quanto a mim, estava perplexa - e minha memória pôs-se a recordar tempos passados,
com uma espécie de opressiva tristeza. Mas foi o pobre Hareton, precisamente o
mais injustiçado, o único a sofrer realmente muito. Velou o corpo durante a noite
toda, chorando sem parar. Apertava-lhe a mão, beijava-lhe o rosto sarcástico e
terrível, que todos os demais evitavam contemplar, e carpia-o como só o sabem
fazer os corações generosos, embora endurecidos como aço temperado. (Landmark, p.
293)

só para mostrar como as traduções são únicas e irrepetíveis - uma frase muito
simples deste último trecho, "I felt stunned by the awful event", fica:
- para vera pedroso: "Quanto a mim, estava perplexa";
- para rachel de queiroz: "Eu me sentia aturdida ante a pavorosa ocorrência";
- para celestino da silva: "Eu fiquei bastante impressionada com o tristíssimo
acontecimento";
- para oscar mendes: "Sentia-me aturdida pelo terrível acontecimento".

também fico "stunned by the awful event". não bastava o furto da persuasão de
isabel sequeira, perpetrado pelo sr. fábio cyrino, que em sua singela vaidade
alardeou na imprensa seu suposto trabalho de tradução, prossegue a pilhagem.
ademais, se lembrarmos que a landmark é uma editora basicamente maçônica, e que
"landmarks" são os princípios basilares que sustentam a doutrina da maçonaria,
essa desmoralização editorial e cultural praticada pelos irmãos cyrino adquire uma
faceta tristemente irônica.

espero vivamente que a editora não ceda à ilusão do lucro fácil, não siga na
trilha da nova (in)cultural e da martin claret. do logro e da mentira não resulta
boa coisa. srs. cyrino, assim como os senhores lançaram esses livros fraudados,
venham a público e retirem essas barbaridades de circulação.

imagens: museum plagiarium em solingen

obs.: ver aqui as razões para a retificação deste post, feita em 20/01/2009.

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14/01/2009
ah, tá

Senhora Bottmann,
O pessoal do serviço cultural do Consulado francês do Rio de Janeiro falou ontem
com o senhor Jérémie Desjardins sobre a sua observaçao. O jornalista confondiu a
editora Martins Fontes com a Martin Claret.
Agradecemos lhe por ter nos mostrado esse erro.
Atenciosamente, Alice Toulemonde

imagem: aguadouro.blogspot.com

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13/01/2009
a égalité com a ralé, a fraternité com a bandidagem
as cenas desprezíveis, por outro lado, têm essa virtude da pedra-de-toque.

agenor soares, uma das mais probas e ilustres figuras no mundo das traduções no
brasil, mestre, teórico, dicionarista, orientador, referência, modesto e grande,
manifesta sua integral perplexidade com a postura do governo francês.

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benesses para a delinquência
o governo francês resolve financiar a delinquência editorial brasileira.

saiu ontem na matéria de bolívar torres, JB online

"O governo francês distribuiu 150 mil euros entre editoras brasileiras (Martin
Claret, Record, Objetiva, Companhia das Letras, Jorge Zahar, entre outras) para a
publicação de autores franceses de ciências humanas. Outros 30 mil euros devem ser
destinados a projetos de ficção."

agradeço a joana canêdo pela notícia.

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sobre docências e indocências

tenho batido um pouco forte nos orientadores que desorientam, nos professores que
desensinam, nos alunos que se acomodam e assim por diante.

que ninguém me leve a mal, e entendam que, se protesto, é justamente porque levo a
sério o papel dos docentes, a importância das instituições de ensino, o empenho
dos estudantes e tudo o mais.

vamos recapitular o caso da claret. ela vinha lépida e fagueira ao longo dos anos,
publicando barbaridades.

um docente do departamento de filosofia da universidade de goiás, que demonstra


não ser bobo nem laxiste, que domina seu métier, conhece a bibliografia que
indica, respeita o valor da integridade intelectual, sabe que é responsável pelo
que diz e faz perante seus alunos, em setembro de 2007 alerta um jornal de seu
estado e avisa que a república da claret é plágio da república da calouste
gulbenkian, que pietro nassetti é cópia de maria helena da rocha pereira.

eu jamais saberia disso, acho que 99,9999999% dos brasileiros jamais saberiam
disso. claro que sempre há os pedantes que acham que sabem tudo, mas que também se
acham importantes demais para se darem ao trabalho. tirando esses excêntricos
parasitas, repito, acho que 99,9999999% dos brasileiros não se dariam conta do
plágio.

então vem esse senhor muito digno, dr. gonçalo armijos, da federal de goiás,
cumpre com o que lhe parece ser seu dever profissional, intelectual e cívico,
alerta o jornal opção na figura de euler de frança belém, o jornal entrevista o
nefando meliante claret, publica uma matéria que marcou época, vem a folha de
s.paulo e dá divulgação nacional a essa corrupção desbragada da abjeta claret
apodrecendo esse segmento do mercado editorial.

o resto já virou história.

o que vale ressaltar é que é um digno funcionário público, um doutor de uma


universidade pública mantida com dinheiro público que vem a público denunciar
publicamente a fraude de que o público é vítima. é tudo público.

foi dr. gonçalo armijos que veio lá de sua salinha da universidade, que saiu lá de
seu departamento e de seu instituto, que pôs o nariz para fora de suas altas
pesquisas, e veio a nós, brasileiros, ingênuos leitores, e disse: gente, etc.etc.

meu ponto é que a universidade, sobretudo na área de filosofia, letras e ciências


humanas, inegavelmente anda fazendo um papelão, nessa indecência de ser conivente
com a mais baixa degradação intelectual - e, por ser conivente com os bandidos,
naturalmente é bandida também. e cada docente que indica ou acoita o mais grave
crime do ponto de vista intelectual, a saber, o plágio, está sendo bandido de
idêntica maneira. no meu tempo, dizia-se que havia um "pacto da mediocridade" na
universidade - pelo jeito, hoje em dia tem-se é um "pacto da ruindade".

mas meu ponto principal é que a universidade também conta com docentes sérios, com
pessoas dispostas a colaborar com a vida cultural do país, com gente que acha que
o trabalho do espírito tem algum mérito e que a honestidade intelectual é um valor
a ser preservado.

então abaixo todos os indocentes e vivam os docentes de verdade de todo o país!

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12/01/2009
ementas / utilidade pública

como eu estava dizendo, é o professor que ensina.


seguem-se alguns exemplos de ementas de curso para graduação e pós-graduação, de
norte a sul do país. são recentíssimos: 2008 e 2009.
como a revelação escandalosa dos plágios da martin claret, com repercussão
nacional, ocorreu em outubro/novembro de 2007, não dá para alegar desconhecimento.
[para ver os programas completos, clique nos respectivos links]
Disciplina: PGL 3123 – Tópicos Especiais de Leitura
Período: 2º semestre 2008 Roteiro de leituras dos textos clássicos [...] PLATÃO. A
República. Tradução de Pietro Nassetti. São Paulo. Editora Martin. Claret 2007
________ Apologia de Sócrates. Tradução de Jean Melville. São Paulo. Editora
Martin. Claret 2003 ________ Fedro. Tradução de Alex Marins. São Paulo. Editora
Martin. Claret 2007
PLANO DE ENSINO 2008 2.2 VII – BIBLIOGRAFIA BÁSICA [...] PLATÃO. A República. São
Paulo: Martin Claret, 2001. ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. São Paulo: Martin
Claret, 2001
Ementas BIBLIOGRAFIA – APROVEITAMENTO DE ESTUDOS (1º Período) FILOSOFIA ANTIGA –
CH 60h/a [...]PLATÃO. A República. Livro 7º. São Paulo. Martin Claret, 2001.
Disciplina - Listagem de Ementa/Programa 2008/2 [...]MARX, Karl. Manuscritos
econômico-filosóficos. São Paulo: Martin Claret, 2001
PLANO DE ENSINO 2008/02 IHERING, Rudolf Von. A luta pelo direito. São Paulo:
Martin Claret, 2001. LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. São Paulo:
Martin Claret, 2002. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido
comunista. São Paulo, Martin Claret, 2000. [...] ROSSEAU, Jean-Jacques. Do
contrato social. São Paulo: Martin Claret, 2001 [...] WEBER, Max. Ciência e
política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2001.
Cód.: IMS03912 Teoria Social EMENTA 2008/01 [...]WEBER, Max ([1904-5] 2001) - A
ética protestante e o espírito do capitalismo, São Paulo, Editora Martin Claret
PROGRAMA DA DISCIPLINA 2008/01 BIBLIOGRAFIA [...]WEBER, Max. A ética protestante e
o espírito do capitalismo. 13. ed. São Paulo: Editora Martin Claret, 2001.
ÉTICA EMPRESARIAL EMENTA 2008 Bibliografia básica: [...]PLATÃO. A república. São
Paulo: Martin Claret, 2002 (curiosamente o link deixou de abrir: em todo caso: é
unifra, pós-graduação em finanças, disciplina de ética empresarial)
FILOSOFIA POLÍTICA EMENTA 2008 Bibliografia Básica [...]HOBBES, Thomas. Leviatã.
São Paulo: Martin Claret, 2002 (coleção Obra prima de cada autor). LOCKE, John.
Segundo tratado sobre o governo. São Paulo: Martin Claret, 2005 (coleção Obra
prima de cada autor). MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Martin Claret,
2003 (coleção Obra prima de cada autor).
Módulo II: DIREITOS FUNDAMENTAIS JUNHO 2008 REFERÊNCIAS Bibliográficas
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis, Tradução: Jean Melville. São Paulo: Martin
Claret, 2005.
PLANO DE ENSINO 2008/01 Bibliografia Básica [...]DURKHEIM, Émile. As regras do
método sociológico. São Paulo: Martin Claret, 2006 [...] MARX, Karl; ENGELS, F.
Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Martin Claret, 2004
EMENTA BIBLIOGRAFIA BÁSICA [...]ARISTÓTELES. Política. São Paulo: Martin Claret,
2002
PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO FILOSOFIA UNB 2009/2010 ÉTICA IV. Bibliografia básica:
AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Martin Claret, 2003. [...] PROVAS DA EXISTÊNCIA
DE DEUS 5. Bibliografia: [...] Aristóteles. Ética a Nicômaco. Tradução Pietro
Nassetti. São Paulo: Martin Claret Editora, 2001.
PLANO DE CURSO 2008/01 Disciplina: Literatura Latina 9. BIBLIOGRAFIA: BÁSICA
ARISTOTELES. A arte poética. São Paulo, Martin Claret: s/d [...]EURIPEDES.
Alceste, Electra e Hipólito. São Paulo, Martin Clarte; s/d [...]HOMERO. Ilíada.
São Paulo, Martin Claret: s/d HOMERO. Odisséia. São Paulo, Martin Claret: s/d
OVIDIUS. A arte de amar. São Paulo, Martin Claret: s/d ________. Metamorfoses. São
Paulo, Martin Claret: s/d [...]PETRONIO. Satiricon. São Paulo.,Martin Claret: s/d
PLATÃO. Fedro. São Paulo, Martin Claret: s/d PLATÃO. A república. São Paulo,
Martin Claret: s/d [...]SÓFOCLES. Édipo rei e Antígona. São Paulo, Martin Claret:
s/d VERGILIUS. Eneida. São Paulo, Martin Claret: s/d
ADEQUAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO aprovado em set/2007 para implantação 2008
FILOSOFIA E EDUCAÇÃO Bibliografia Básica [...]MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A
Ideologia Alemã. SP:Martin Claret, 2002. Bibliografia Complementar ARISTÓTELES.
Política. SP: Martin Claret, 2002. [...]DESCARTES, René Discurso do Método. SP:
Martin Claret, 2002. [...]MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. SP:
Martin Claret, 2002. KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. SP: Martin Claret,
2002 PLATÃO. Apologia de Sócrates. SP: Martin Claret, 2002. [...]WEBER, Max. A
Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. SP:Martin Claret, 2002.
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGÜÍSTICA APLICADA E ESTUDOS DA LINGUAGEM - LAEL
2009/01 Argumentação e Produção de Conhecimento Ementa [...] SPINOZA, Baruch de.
Ética: demonstrada à maneira dos geômetras. Trad. Jaena Melville. São Paulo:
Martin Claret
PLANO DE ENSINO 2008/01 I – IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA VIII – BIBLIOGRAFIA [...]
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. Coleção a obra prima de cada
autor. São Paulo: Martin Claret, 2007.
PROJETO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE DIREITO FILOSOFIA DO DIREITO B I B L I O G
R A F I A B Á S I C A: [...]KANT, Immanuel. Metafísica dos Costumes. Martin
Claret, 2004. LOCKE, John. II Tratado Sobre o Governo. Martin Claret, 2003.
PLATÃO. Apologia de Sócrates. Martin Claret, 2001. ________. A República. Martin
Claret, 2001. ROUSSEAU, Jean-Jaques. Do Contrato Social. Martin Claret, 2003
1º Semestre de 2009 Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social –
PPGAS, UFAM. Linha 3: - A Dinâmica da Cidade e o Fenômeno Urbano [...] De
Coulanges, F. A Cidade Antiga. São Paulo, Ed. Martin Claret, Ltda, 2006
USP Escola de Comunicações e Artes Artes Cênicas 2008 Disciplina: CAC0237 -
História do Teatro II Bibliografia ARISTÓETELES Poética. São Paulo: Martin Claret,
2004. [sic]
INSTRUÇÕES ESPECÍFICAS QUE REGULAMENTAM O CONCURSO PÚBLICO PARA PROFESSOR ADJUNTO
OU ASSISTENTE Bibliografia:[...] Max Weber. Ética prostetante e o espírito do
capitalismo. Coleção os pensadores. Martin Claret, 2001 [sic]
Programa da Disciplina 2008 Bibliografia [...]DURKHEIM, Emile. As regras do método
sociológico. Traduzido por Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2002.
(Coleção obra-prima de cada autor).
CURSO: LETRAS DISCIPLINA: TEORIA DA LITERATURA 2008/1 e 2 BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ARISTÓTELES. Poética. São Paulo: Martin Claret, 2003
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO Bibliografia:[...]HOBBES, Thomas. Leviatã –
Ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. (tradução de Alex
Marins). São Paulo: Editora Martin Claret, 2002
HISTÓRIA ANTIGA 2009 (anual) Referências Fontes impressas: EPICURO. Pensamentos.
São Paulo: Martin Claret, 2005. MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Martin
Claret, 2005. OVÍDIO. A arte de amar. São Paulo: Martin Claret, 2003.
Doutorado em Administração de Empresas Epistemologia Bibliografia Básica:
DESCARTES, R. Discurso do método. São Paulo. Martin Claret, 2002.
Plano de Ensino Consolidado NOCOES GERAIS DE DIREITO 2008/2 Bibliografia 12.
MONTESQUIEU, C. L. de S. Do espírito das Leis. Trad. de J. Melville. São Paulo:
Martin Claret, 2003. [...] 23. ROUSSEAU, J.-J. Do contrato social: ou princípios
do direito político. Trad. de P. Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2003. 24.
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os
homens. Trad. de A. Marins. São Paulo: Martin Claret, 2006.
Sociologia das Organizações Ementa Bibliografia [...] WEBER, Max. A ética
protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001.
Disciplina Ciência Política 2008/02 Bibliografia Complementar [...]ARISTÓTELES.
Política: São Paulo: Martin Claret, 2004 [...]ROUSSEAU. Jean Jacques. Do contrato
social. São Paulo: Martin Claret, 2003.
Curso de Ciências Econômicas Disciplina Política 2008/1 Bibliografia Básica [...]
3. LOCKE, JOHN. Segundo tratado sobre o governo. São Paulo: Ed. Martin Claret,
2002
Direito 2008/2 bibliografia complementar ROUSSEAU, Jean Jacques. Do contrato
social. São Paulo: Martin Claret, 2003.
Disciplina Empreendedorismo: Teoria e Prática Bibliografia WEBER, Max. A Ética
Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo. Martin Claret. 1ª Edição
sinceramente não entendo, pois a claret é notória fraudadora e delinquente
editorial; professor tem responsabilidade social e moral pelo que ensina; a
maioria dos títulos indicados é de facílimo acesso, em edições idôneas, muitas
delas inclusive mais baratas do que a infeliz claret (o grande argumento falacioso
que tantos repetem). então por quê?
imagem: www.absolutmartunis.blogspot.com

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11/01/2009
de te fabula narratur

escrevi uma cartinha singela, mais singela impossível, e estou mandando para
professores do brasil afora. ei-la:

prezado docente:
colabore na campanha contra o plágio de traduções no país.
em suas ementas e bibliografias de curso, evite indicar livros de editoras
suspeitas e edições fraudadas.
consulte uma lista preliminar de plágios e obras sob suspeita, disponível em
http://naogostodeplagio.blogspot.com/2009/01/para-fugir.html

atenciosamente,
denise bottmann

receando que o apelo possa passar meio em brancas nuvens, gostaria de colocar duas
coisas:

- até por determinações socioculturais, às vezes pode acontecer que alguns


professores achem esses assuntos um tanto vulgares em termos intelectuais. só que
existe uma quantidade descomunal de teses, estudos e artigos de professores e
alunos da usp, da unicamp, da unesp, da puc-sp, da ufsc, da ufrgs, da ufba, da
ufpb, da ufrn, e de todas as ufs e pucs que se possam imaginar, usando as
referências fraudulentas claretianas e novaculturalianas de uma maneira não
propriamente elegante do ponto de vista intelectual.

- existe também uma quantidade descomunal de ementas de curso em que inúmeros


professores recomendam essas fraudes em suas bibliografias, o que é tanto mais
lamentável se lembrarmos acacianamente que a função precípua da docência é ensinar
os alunos.

então, caro docente, antes de descartar o assunto, peço que reflita nisso também:
de te fabula narratur.

imagem: http://www.kunsthaus.adlerstrasse.de/

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10/01/2009
fim de semana

indico poty, valêncio e um milagre acontecido, crônica de roberto gomes.

além do equilíbrio entre a despretensão e a sofisticação, o humor das cenas é


muito bom!
imagem: valêncio xavier, maciste no inferno, capa de poty, criar edições.

POSTADO POR DENISE 0 COMENTÁRIOS


09/01/2009
errata pública?
jornal o globo, 21 de dezembro de 2008.
(clique na imagem para ampliar)

aquele quadradinho em baixo à esquerda pretende ser a errata pública da nova


(in)cultural quanto ao plágio da tradução de o vermelho e o negro. ela tinha
publicado a obra algumas vezes, atribuindo a tradução a maria cristina figueiredo
da silva. na verdade, era uma apropriação indevida da tradução de luiz costa lima,
publicada pela bruguera.
afora que mais parece o anúncio de algum alvará da cetesb, fico me indagando como
é que o povo vai se sentir suficientemente alertado sobre a retificação. afinal,
foram bem uns 150 mil exemplares que foram vendidos a nós papalvos leitores, além
dos distribuídos pela editora e pelo instituto ecofuturo entre escolas públicas e
bibliotecas comunitárias.

vocês acham que alguma biblioteca vai ver isso e corrigir os créditos em seus
exemplares?

POSTADO POR DENISE 4 COMENTÁRIOS


08/01/2009
esta é para a letícia
acho o isbn uma coisa muito legal.
significa international standard book number, e é uma identificação única,
exclusiva e irrepetível do livro publicado. é um sistema internacional e o número
é composto assim:
978 – país – editora – livro – dígito verificador.

por exemplo, o isbn de persuasão da landmark é 978-85-88781-33-7. 85 é brasil;


88781 é o código da landmark na fbn, e 33 é o número sequencial que corresponde ao
33º. livro cadastrado pela editora na agência do isbn.

existe uma agência internacional que controla tudo isso. essa agência
internacional designa agências na cionais, uma em cada país, que ficam com a
responsabilidade de atribuir os tais números aos editores locais. no brasil, a
agência nacional do isbn faz parte da fundação biblioteca nacional. quem se
interessar, está tudo explicadinho no site deles.

bom, este é o princípio, tal é a teoria. aí claro que, por razões profundamente
incrustadas em nossa história, nossa agência nacional cadastra e atribui isbns a
coisas medonhas, tipo o monte de traduções de bocage, machado de assis, josé de
alencar, eça de queiroz, que a martin claret cadastrou lá em nome de pietro
nassetti, marcellin talbot etc.

aí, depois de ganhar o isbn, a editora publica o livro e, por lei, deve enviar um
exemplar impresso para a biblioteca nacional, também na fbn. lá ele ganha uma
ficha catalográfica própria e passa a fazer parte do acervo físico da bn.

ou seja, o mesmo livro tem dois registros: um na agência do isbn e outro na bn.

acontece que, mesmo que a fundação biblioteca nacional abrigue simultaneamente a


agência do isbn e a própria biblioteca nacional, ela é incapaz de ter um sistema
capaz de cruzar os dados. isso, em meus parcos conhecimentos computadorísticos,
não me parece a coisa mais impossível do mundo. mas ok, a agência do isbn e a bn
não cruzam seus dados, e ponto.

essa falha primária da fbn traz à tona coisas interessantes. já noticiei várias
delas aqui, e hoje quero mencionar um relacionado à landmark.

a landmark cadastrou sua edição de o morro dos ventos uivantes na agência do isbn
creditando a tradução a alguém de nome "ana maria oliveira rosa".

PESQUISA NO CADASTRO DO ISBN


ISBN:
978-85-88781-34-4
TÍTULO: O MORRO DOS VENTOS UIVANTES - WUTHERING HEIGHTS - EDIÇÃO BILÍNGÜI
AUTOR: EMILY BRONTË
TRADUTOR: ANA MARIA OLIVEIRA ROSA
EDIÇÃO: 1
ANO DE EDIÇÃO: 2007
LOCAL DE EDIÇÃO: SÃO PAULO
TIPO DE SUPORTE: PAPEL
PÁGINAS: 288
EDITORA: LANDMARK

o problema é que, no exemplar impresso, consta que a tradução foi feita por
caroline caires coelho.

a fbn contribuiria muito para a transparência editorial se começasse a cruzar seus


dados e a tomar providências nos casos de irregularidade. o cadastro do isbn é
bom, mas seria melhor se seus dados correspondessem de fato ao livro impresso.
isto é, seria melhor se o international standard book number fosse de fato um
identificador numérico do livro.

imagens: logo isbn; www.cityofwinkler.com

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07/01/2009
landmarkismo
mais sobre a landmark em jane austen em português e na flanela paulistana.

POSTADO POR DENISE 0 COMENTÁRIOS


06/01/2009
landmarkismo, estágio superior do plagiarismo?
raquel sallaberry, do blog jane austen, há algumas semanas alertou aqui o
nãogostodeplágio: um grupo de discussão sobre jane austen estava fazendo uma
leitura de persuasão, e uma das participantes, alessandra perlatti, constatou uma
grande semelhança entre a edição da landmark e a edição portuguesa da europa-
américa. surpresa e indignada, alessandra perlatti enviou um e-mail à editora
landmark, pedindo explicações sobre o fato. porém não obteve nenhuma resposta até
o momento.

sobre a landmark

a landmark é uma pequena editora com um catálogo composto majoritariamente por


obras de maçonaria. criada em 2001 pelos irmãos jorge e fábio cyrino, nos últimos
anos tem diversificado seu catálogo com obras literárias clássicas, em edições
bilíngues. são obras que, salvo uma ou duas exceções, já conheceram edições
anteriores no brasil: a volta do parafuso, o morro dos ventos uivantes, o homem
que queria ser rei, contos de wilde, a divina comédia, os sonetos de shakespeare,
os sonetos de meditação de donne, crônicas do brasil (ou cenas brasileiras, na
edição da record), orgulho e preconceito, persuasão.

com a publicação de persuasão, porém, a editora landmark lança sua candidatura


para integrar o triste cenário das fraudes editoriais no país. sendo este caso,
ela estaria inaugurando um novo capítulo, qualitativamente distinto dos capítulos
anteriores da história do plágio nesses últimos 15 anos.

em termos breves e objetivos: a persuasão do sr. fábio cyrino apresenta um grau de


similaridade com a tradução de isabel sequeira, publicada pela europa-américa em
1996, que lhe dá credenciais suficientes ao título de plágio.

até aí, a editora landmark estaria "apenas" seguindo a trilha indicada pela
editora nova (in)cultural, que nos anos 90 implantou o plágio em escala
industrial: frauda-se a obra com desfaçatez, lesa-se a boa-fé do leitor, corrói-se
a credibilidade do livro no país, embolsa-se um dinheirinho não muito idôneo,
prejudica-se o mercado editorial com a prática de concorrência desleal, cria-se um
novo período de vigência de direitos da editora sobre a falsa tradução, cultiva-se
a ignorância a curto, médio e longo prazo.

a jusante, as empresas responsáveis pelos delitos, quando confrontadas com os


fatos, de início costumam reagir na desconversa e depois admitem meio a
contragosto: do “não sei de nada” passam para “foi um antigo funcionário”,
“estamos corrigindo”, “tiramos de circulação”, “desculpas aos leitores”, “um
engano técnico”, “vamos ressarcir editoras e tradutores lesados” e assim por
diante. até agora, eu não tinha visto nenhum editor que, espontaneamente, tomasse
a si a autoria do plágio e se orgulhasse do feito.

ineditismo

o fato qualitativamente novo nessa candidatura da landmark ao título de plágio é o


singelo exibicionismo a montante: o diretor editorial da empresa, sr. fábio
cyrino, deu uma interessantíssima entrevista sobre o trabalho que teria realizado,
transpondo persuasion para o português.

A Tribuna de Santos (09/06/07)


"Em uma reunião para definir qual seria o próximo lançamento da Editora Landmark,
o diretor editorial, Fábio Cyrino, perguntou se já havia um tradutor para o novo
projeto da empresa, a edição bilíngue de Persuasão, de Jane Austen [...]. Como não
havia ninguém, ele se ofereceu: 'Deixa que eu faço essa tradução'. Depois de dois
meses debruçado sobre o romance, até então inédito no Brasil, Cyrino tornou-se co-
autor de Persuasão [...] Como Fábio Cyrino tinha conhecimento das obras de Jane
Austen, a tarefa da tradução apresentou apenas as dificuldades comuns a qualquer
trabalho do tipo. [...] Como no Brasil o tradutor de um livro é considerado seu
co-autor, ele acredita que sua colaboração para com o último romance de Austen foi
'torná-lo acessível a mais leitores'. Antes do lançamento da edição bilíngue, os
brasileiros liam a história apenas se a importassem."

(reforçando: “A Editora Landmark lança, pela primeira vez no Brasil, o livro


Persuasão, da inglesa Jane Austen.”)

algumas retificações, de passagem:


- persuasão de forma alguma era obra inédita no brasil antes da aventura da
landmark. existe uma boa tradução de luiza lobo, publicada em 1971 pela bruguera
em convênio com o instituto nacional do livro, na coleção “clássicos do mundo
todo”, e relançada pela francisco alves em 1996.
- segundo a legislação dos direitos autorais vigente no país, o tradutor não é co-
autor, e sim “autor de obra derivada”, o que técnica e juridicamente é muito
diferente de uma co-autoria.

mas o que surpreende é a rara franqueza do sr. fábio cyrino em sua entrevista: ele
teria agarrado a tarefa no melhor estilo do “ ’xácumigo”, ficando “dois meses
debruçado sobre o romance”. bom, como o escaneamento costuma ser um processo mais
rápido, talvez esses dois meses tenham sido dedicados a recriar laboriosamente a
mão a tradução de isabel sequeira. não é uma tradução muito bonita nem muito
correta, não se compara de maneira alguma à de luiza lobo, mas quand même a
autoria do trabalho é dela, e como tal há de se respeitá-lo.

fiel ao original, ou fiel à tradução?

afora o primeiro parágrafo que traz uma meia-dúzia de vocábulos distintos, o


restante da edição de persuasão da landmark apresenta diferenças mínimas em
relação à da europa-américa. consistem sobretudo no abrasileiramento de alguns
termos e formas de tratamento. seria necessária uma intervenção realmente
miraculosa para que o tradutor brasileiro conseguisse produzir de lavra própria as
mesmas gralhas de impressão, os mesmos problemas de vocabulário, os mesmos erros
de entendimento do texto, os mesmos saltos de palavras e frases da tradução
original.

seguem alguns exemplos dessa identidade textual [em destaque, as falhas]:

Thirteen years had seen her mistress of Lellynch Hall, presiding and directing
with a self-possession and decision which could never have given the idea of her
being younger than she was. For thirteen years had she been doing the honours, and
laying down the domestic law at home, and leading the way to the chaise and four,
and walking immediatly after Lady Russell out of all the drawing-rooms and dining-
rooms in the country.

Há treze anos que era a senhora do Solar de Kellynch, supervisionando e dando


ordens com uma autoconfiança e decisão que nunca poderiam ter dado a idéia de ela
ser mais nova do que realmente era. Durante treze anos tinha feito as honras da
casa, repreendendo, tomando a dianteira ao dirigir-se para o coche e seguindo
imediatamente atrás de lady Russell ao sair de todas as salas de visitas e de
jantar do país. (isabel sequeira)

Há treze anos que era a senhora do Solar de Kellynch, supervisionando e dando


ordens com uma autoconfiança e decisão que nunca poderiam ter dado a idéia de ela
ser mais nova do que realmente era. Durante treze anos tinha feito as honras da
casa, repreendendo, tomando a dianteira ao dirigir-se para o coche e seguindo
imediatamente atrás de lady Russell ao sair de todas as salas de visitas e de
jantar do país. (fábio cyrino)

He [...] at fifty-four, was still a very fine man.


Ele [...] aos 55 anos, ainda era um homem muito atraente. (isabel sequeira)
Ele [...] aos 55 anos, ainda era um homem muito atraente. (fábio cyrino)

She was fully satisfied of being still quite handsome as ever [...]
Sabia que ainda era muito bonita [...] (isabel sequeira)
Sabia que ainda era muito bonita [...] (fábio cyrino)

“For they must have been seen together”, he observed, “once at Tattersal’s, and
twice in the lobby of the House of Commons.”
“Porque nós devemos ter sido vistos juntos”, comentou ele, “uma vez no Tattersal e
duas vezes no trio da Câmara dos Comuns.” (isabel sequeira)
“Porque nós devemos ter sido vistos juntos”, comentou ele, “uma vez no Tattersal e
duas vezes no trio da Câmara dos Comuns.” (fábio cyrino)

Such were Elizabeth Elliot’s sentiments and sensations; such the cares to alloy,
the agitations to vary, the sameness and the elegance, the prosperity and the
nothingness of her scene of life; such the feelings to give interest to a long,
uneventful residence in one country circle, to fill the vacancies which there were
no habits of utility abroad, no talents or accomplishments for home, to occupy.

Estes eram os sentimentos e as sensações de Elizabeth Elliot; estas eram as


preocupações que a incomodavam, a agitação que perturbava a monotonia, a
elegância, a prosperidade e o vazio da cena da sua vida – estes eram os
sentimentos que conferiam interesse a uma longa e rotineira residência em uma
pequena localidade, preenchendo o vazio que não podia ser ocupado com hábitos de
serviço no estrangeiro nem com talentos ou feitos levados a cabo no país. (isabel
sequeira)
Esses eram os sentimentos e as sensações de Elizabeth Elliot; essas eram as
preocupações que a incomodavam, a agitação que perturbava a monotonia, a
elegância, a prosperidade e o vazio da cena da sua vida – esses eram os
sentimentos que conferiam interesse a uma longa e rotineira residência em uma
pequena localidade, preenchendo o vazio que não podia ser ocupado com hábitos de
serviço no estrangeiro nem com talentos ou feitos levados a cabo no país. (fábio
cyrino)

marketing e gato escaldado

afora esse ingente esforço no caso de persuasão, a landmark parece se dedicar


energicamente ao trabalho de divulgação de seus lançamentos, com a assessoria de
uma profissional de comunicação. conta ainda com os serviços de um escritório de
design gráfico e comunicação visual praticamente exclusivo. publica as premiadas
traduções lusitanas de vasco graça moura, segundo afirma, em contrato de licença
com a bertrand portuguesa. desenvolve um projeto de publicação de obras dos
acadêmicos da abl. mantém em seu site a minuciosa relação de todas as notícias na
imprensa sobre essas edições de obras literárias. faz capas em cores fortes ou com
reproduções de cartazes de filmes, de aparência chamativa. está bem distante da
linha editorial de livros a preços acessíveis, e prefere apostar, pelo menos no
caso de persuasão, na ingenuidade ou desatenção dos leitores.

não tive ocasião de ver os outros títulos com tradução atribuída ao sr. fábio
cyrino. em todo caso, são eles: uma defesa da poesia e outros ensaios, de percy
shelley, em co-tradução com marcella machado de campos furtado, o estranho caso do
dr. jekyll e do sr. hyde, meditações de john donne, além de alguns livros sobre
maçonaria. na verdade, sinto um certo receio em folhear os demais livros do
catálogo da landmark.

e como fica?

como leitora, acho legal ver novas editoras com garra, oferecendo títulos de fato
inéditos, com traduções de qualidade, batalhando para se fazer visível no mercado.
mas aqui não sei bem se é o caso.

acho que, com a mesma presteza e profissionalismo com que deu entrevistas e
divulgou o lançamento de persuasão, o sr. fábio cyrino faria bem em vir a público
e se retratar junto a nós leitores. quem sabe poderia também proceder a uma errata
pública para os exemplares já vendidos, retirar os exemplares restantes de
circulação e renunciar à sua candidatura no certame do plagiato nacional.

e, desta vez, não vale colocar a culpa em ex-funcionários ou alegar falha técnica.

o outro lado (como nos jornais...)

tentei conversar com o sr. fábio por telefone sobre a autoria da tradução. ele
afirmou desconhecer o assunto: "até o momento não tivemos nenhuma reclamação a
respeito; pelo contrário, a imprensa tem elogiado a tradução, prova é que já
estamos na quinta reimpressão do livro". indagou se os textos eram mesmo
totalmente idênticos. justificou o fato declarando que "afinal a língua portuguesa
é uma só, e pode haver coisas iguais, isso é natural".* afirmou que a tradução foi
feita no brasil e que "inclusive usamos revisores brasileiros". quanto ao suposto
ineditismo da obra no brasil, ele disse apenas que as edições anteriores "não se
encontram mais".

* devo discordar desse argumento: não existe a menor possibilidade prática de


existirem duas obras de tradução com tamanho grau de semelhança. qualquer pessoa
que já tentou traduzir uma simples frase sabe muito bem quantas alternativas lhe
passam pela cabeça, até se decidir por qual adotará. isso vale mesmo para textos
técnicos.

pessoalmente

eu fico meio assim, sentindo-me uma espécie de "denise, a caçadora de fraudóides".


mas aí penso: "não é possível uma coisa dessas; alguém tem de fazer algo a
respeito". sei lá, eu esperaria uma posição mais efetiva da imprensa, das
editoras, das academias, das sociedades de leitores, do ministério público...

pois só se engabela, e pronto? a prova da verdade é a desatenção ou desmemória do


leitor ou o elogio da imprensa? e os fatos, onde ficam? complicado.

imagem da capa disponível em http://www.livrariacultura.com.br

para maior clareza, apresento mais um exemplo, o primeiro parágrafo do último


capítulo:

quem poderá duvidar do que se seguiu? quando dois jovens decidem casar-se, têm a
certeza de que, pela perseverança, conseguirão o seu objectivo, quer sejam pobres
ou imprudentes, ou mesmo, em última análise, pouco adequados ao bem-estar futuro
um do outro;* e, se esses casais têm êxito, como poderiam um comandante wentworth
e uma anne elliot, com a vantagem de possuírem maturidade de espírito, consciência
dos seus direitos e uma fortuna que lhes conferiria a independência deixar de
derrubar toda a oposição? eles poderiam, de facto, ter aniquilado uma oposição
muito maior do que a que enfrentaram, pois pouco havia para os aborrecer, para
além da falta de amabilidade e de carinho. sir walter não levantou qualquer
objecção, e elizabeth limitou-se a mostrar-se fria e indiferente. o comandante
wentworth, com vinte cinco mil libras e com um posto tão elevado que o mérito e a
actividade lhe tinham granjeado, era já alguém. era agora considerado digno de
cortejar a filha de um baronete tolo e perdulário que não tivera bom senso nem
princípios suficientes para se manter na situação em que a providência o colocara
e que actualmente só podia dar à filha uma pequena parte das dez mil libras que
lhe pertenceriam no futuro. [isabel sequeira]
* aqui também pulou-se uma frase do original: "this may be bad morality to
conclude with, but i believe it to be truth"

quem poderá duvidar do que se seguiu? quando dois jovens decidem casar-se, têm
certeza de que, pela perseverança, conseguirão o seu objetivo, quer sejam pobres
ou imprudentes, ou mesmo, em última análise, pouco adequados ao bem-estar futuro
um do outro;* e, se esses casais têm êxito, como poderiam um capitão wentworth e
uma anne elliot, com a vantagem de possuírem maturidade de espírito, consciência
dos seus direitos e uma fortuna que lhes conferiria a independência deixar de
derrubar toda a oposição? eles poderiam, de fato, ter aniquilado uma oposição
muito maior do que a que enfrentaram, pois pouco havia para os aborrecer, para
além da falta de amabilidade e de carinho. sir walter não levantou qualquer
objeção, e elizabeth limitou-se a mostrar-se fria e indiferente. o capitão
wentworth, com vinte cinco mil libras e com um posto tão elevado que o mérito e a
atividade lhe tinham granjeado, era já alguém. era agora considerado digno de
cortejar a filha de um baronete tolo e perdulário que não tivera bom senso nem
princípios suficientes para se manter na situação em que a providência o colocara
e que atualmente só podia dar à filha uma pequena parte das dez mil libras que lhe
pertenceriam no futuro. [fábio cyrino]
* aqui também pulou-se uma frase do original: "this may be bad morality to
conclude with, but i believe it to be truth"

POSTADO POR DENISE 33 COMENTÁRIOS


05/01/2009
suzano/ nova cultural
não sei, posso não entender bem as coisas, mas pelas minhas contas dá uma
quantidade imensa de fraudes espalhadas em bibliotecas comunitárias e escolas
públicas pelas "empresas do bem"...

Portal Celulose Online


O Ecofuturo mantém o selo Ler é Preciso, o qual destina 1% de seu faturamento para
financiar as bibliotecas. Entre os livros editados por esse selo, destacam-se o
“Carandiru – Registro Geral”, sobre o filme do diretor Hector Babenco, e a Coleção
Obras Primas, da Nova Cultural, composta de 50 clássicos da literatura universal.
[...] Além das redações premiadas serem transformadas em livro, a ser publicado
ainda em maio, os três primeiros colocados, assim como suas escolas e professores,
receberam como prêmio a coleção Obras Primas, da Editora Nova Cultural, que reúne
53 grandes clássicos da literatura mundial.

EMPRESAS DO BEM
LEITURA DE QUALIDADE
O mundo mágico do escritor Monteiro Lobato é o mote do concurso de redação
promovido pelo Instituto Ecofuturo. A ONG, criada pela Cia. Suzano, usará a
competição como ferramenta para reforçar nos alunos de 1ª a 8ª série, de todo o
País, o gosto pela leitura de qualidade. Os melhores textos vão ser publicados em
livro. Além disso, os alunos e as escolas vencedoras vão ganhar a coleção Obras
Primas, da Editora Nova Cultural, composta por 50 títulos.

Coleção Obras Primas — Instituto Ecofuturo


Projetos que fazem parte do Programa Ler é Preciso > Ler é Preciso > Selo Ler é
Preciso > Livros > Coleção Obras Primas
Autor: Diversos
Editora: Nova Cultural
Ano: 2002
A coleção Obras-Primas é caracterizada pela variedade de títulos, escolhidos entre
os mais expressivos da literatura mundial. Serão livros de autores consagrados,
apresentados ao público em edição de luxo, com tradução primorosa e preço
acessível.

No mundo dos livros, Suzano busca estímulo para suas atividades


O bom desempenho do projeto resultou na criação do selo Ler é Preciso. Capas dos
livros que contêm esse selo identificam que 1% do preço do livro vai para os
projetos sociais do Ecofuturo. A maior parceria nesse sentido foi firmada com a
editora Nova Cultural quando criou a coleção Obras-Primas. São 50 títulos
expressivos da literatura mundial com edição de luxo e preços acessíveis. Todos
com o selo. A parceria prevê que o Ecofuturo terá direito a 900 dessas coleções.
Parte delas vai suprir as 25 bibliotecas comunitárias já instaladas pelo Ecofuturo
em várias cidades. ... Vencedores do concurso de redação deste ano também devem
ser agraciados com a coleção.

Aluna de escola estadual tem redação premiada


A partir da premiação, os alunos poderão ver publicadas as suas histórias e ganhar
prêmios. Os organizadores do concurso editarão um livro com as 15 primeiras
redações selecionadas em cada uma das quatro categorias. Os professores e as
escolas dos três primeiros colocados nas quatro categorias serão premiados com a
Coleção Obras-Primas, da Editora Nova Cultural, composta por 50 clássicos da
literatura universal. Desde 1998 já foram desenvolvidos três concursos de redação
que envolveram mais de 4.500 crianças e mais de 5 mil escolas públicas e privadas.
Secretaria de Estado da Educação

Instituto Ecofuturo
Quem Somos
Programa Ler é Preciso
Coleção Obras Primas [1%] por simples, em 23/05/2007
A coleção Obras-Primas é caracterizada pela variedade de títulos, escolhidos entre
os mais expressivos da literatura mundial.

Livros — Instituto Ecofuturo


Coleção Obras Primas. Projetos que fazem parte do Programa Ler é Preciso. Ler é
Preciso. Bibliotecas Comunitárias. Concurso de Redação LIVROS

Escola é finalista de concurso nacional - A EE (Escola Estadual) Adelmo Almeida,


de Guararapes, recebeu no último bimestre a coleção "Obras Primas", com 53
clássicos da literatura universal. Os livros fazem parte da premiação oferecida
aos 67 finalistas do 5º concurso de redação "Ler é Preciso - Na pista com Ayrton
Senna: a Conquista de um Sonho", promovido pelo Instituto Ecofuturo e pelo
Instituto Ayrton Senna.

Clássicos da literatura mundial a preço popular –


Os R$ 9,90 cobrados por cada livro somente são possíveis, segundo Janice, por
causa de acordo com a fábrica de papel Suzano. “A Nova Cultural e a Suzano
repartiram pela metade o custo do projeto, que fica em torno de R$ 8 milhões”,
diz. A contrapartida ao patrocínio da Suzano é que a Nova Cultural doará 1% da
receita da coleção a uma ONG mantida pela empresa papeleira. Doará também 1.500
coleções completas para bibliotecas públicas de vários Estados brasileiros.
Inicialmente, as tiragens de cada título da coleção Obras Primas serão de 60 mil
exemplares.

Parceria entre Nova Cultural e Cia. Suzano visa a multiplicar o universo de


leitores no País - Para Christine Fontelles, assessora de comunicação corporativa
e relações públicas da Cia. Suzano, a exemplo da Nova Cultural, a intenção de
levar a literatura para o povo deveria ser um objetivo nacional. `Essa questão é
um apelo. É preciso firmar parcerias com ONGs, governo e empresas e buscar a
democratização da cultura no País`, diz. Por meio da parceria com a Nova Cultural,
a cada venda de livro da coleção, 1% da receita será revertido às ações do
programa "Ler é Preciso", aplicado pelo Instituto Ecofuturo, entidade criada pela
Cia. Suzano para desenvolver práticas de responsabilidade social da empresa. ...
Pela parceria, ainda está prevista a doação, por parte da Nova Cultural, de 1.500
coleções para 1.500 bibliotecas de todo o País.

Objetivo é aproximar a literatura do leitor através da coleção Obras-Primas - A


equipe da Nova Cultural está satisfeita com as vendas dos livros da coleção. De
acordo com dados da assessoria de imprensa, a Obras-Primas já movimentou a
produção de 2,2 milhões de títulos [em 6 meses] ... a Nova Cultural foi buscar a
parceria com a Companhia Suzano de Papel e Celulose, ... que está patrocinando
todo o papel.

que ninguém me entenda mal: acho ótimo que as empresas desenvolvam trabalhos de
responsabilidade social. mas acho também que não é só sair por aí fazendo parceria
com o primeiro que passa pela frente, sem avaliar direito as coisas.

de mais a mais, as fraudes da nova cultural foram denunciadas várias vezes por
várias pessoas desde 2002. se a ecofuturo só agora diz "aaah, puxa vida, eu não
sabia..." - bom, vou dizer o quê? sorte da dona nova cultural, então, que teve uma
parceira tão confiante?
só posso torcer para que essa reunião entre ecofuturo e nova cultural resulte em
alguma providência concreta para desfazer os malfeitos.
imagens: instituto ecofuturo, obras-primas e selo

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04/01/2009
sobre desmemórias
retomo aqui um texto que publiquei alguns meses atrás, num outro blog. considero
que continua atual, infelizmente!

é um problema...
teve aí um povo que não gostou muito dessa história na imprensa mostrando que
grandes obras da literatura universal tinham sido publicadas em traduções antigas
e consagradas, com algumas ou nenhumas alterações, mas atribuídas a outros nomes
quaisquer, num claro delito de plágio, falsificação ideológica e apropriação
indébita.

aí, mexe daqui, mexe dali, descobre-se que não eram duas ou três obras, mas sim
vinte, vinte e cinco, concentradas numa fornada de quarenta.

então a coisa começa a adquirir uma dimensão um pouco mais abrangente, parecendo
que não é só meio por acaso.

e começa-se a publicar os cotejos mostrando que não era algo avulso, mas uma onda
meio alarmante.

e aí primeiro aparece uma mensagem apócrifa da nova cultural, e depois uma gerente
financeira dizendo que estão verificando o que pode ter acontecido.

a seguir vem a imprensa, que quer saber que coisa é essa que está acontecendo. a
gente expõe. e aí a nova cultural começa a tirar de catálogo aquela coisarada toda
meio esquisita.

só que tudo isso ocorre em meio a entrevistas e depoimentos dos responsáveis da


época, dizendo "não sei, nunca soube", "ah, não lembro", "isso não era comigo", e
por aí vai.

richard civita liga para um dos lesados (pelo menos é o que este me disse), paga-
lhe um almoço e propõe um acordo, batendo no peito, dizendo que não sabe de nada e
que afinal este é um dos problemas de delegar responsabilidades.

janice florido, com mais de vinte anos de casa na abril/nova cultural, responsável
também por bianca, sabrina e a chamada "linha cor-de-rosa" de romances açucarados
em bancas, depois alta executiva da siciliano e agora diretora da ediouro em são
paulo, tem um acesso de amnésia, diz que a memória de três anos atrás lhe foge e
que não lembra quem cuidava das traduções.

o editor responsável da época, eliel silveira cunha, diz que nunca soube como era
essa questão das traduções na coleção obras-primas.

shozi ikeda, o tal diretor administrativo-financeiro, que supostamente deveria


autorizar os pagamentos para os prestadores de serviços e colaboradores (entre
eles os tradutores) para a empresa, desconversa e diz que estão vendo o que pode
ter acontecido.

gente, quanta história! o que aconteceu é simples: lançaram milhões de exemplares


de grandes clássicos da literatura universal com traduções ou trechos de traduções
legítimas, mas dando os créditos a outros nomes, como fábio m. alberti, enrico
corvisieri, mirtes ugeda coscodai, carmen lia lomonaco, roberto nunes whitaker,
maria cristina figueiredo da silva, e mais um monte de gente, num franco
procedimento plagiarista.

então, o que posso dizer? se shozi ikeda, o diretor administrativo-financeiro da


nova cultural, não está a par, ele bem que pode consultar os livros contábeis e de
controle interno, onde devem estar registrados os pagamentos, devem estar
mencionados os títulos das despesas, arquivados os recibos e as autorizações de
pagamento à tesouraria, e assim por diante. numa dessas, quem sabe ele até
encontra os contratos de cessão dos direitos patrimoniais dessas supostas
traduções.

se a publisher sra. janice florido, ex-diretora editorial da nova cultural, não


lembra, o que posso dizer? que talvez não seja tão eficiente quanto a imagem que
pretendeu passar para a siciliano (a qual foi vendida poucas semanas atrás para a
saraiva) e para a ediouro, que a contratou para seu braço paulista.

se eliel silveira cunha, o editor de tantas obras na época, junto com a


coordenadora geral sra. janice florido, nem fazia idéia de onde vinham as
traduções, bom.... com um pessoal desmiolado como esse, até admira que a nova
(in)cultural tenha conseguido publicar alguma coisa!

mas o ponto em questão não é este, de maneira alguma.


se os principais encarregados da época não sabem, não lembram, pouco vem ao caso.
seus atuais empregadores é que decidam o que haverão de fazer com funcionários
assim.

meu ponto é: lembrem ou não, saibam ou não, queiram ou não, foram vendidos (quer
dizer, pagos por cidadãos brasileiros na boa fé) milhões de exemplares de obras
traduzidas por mario quintana, araújo nabuco, eugênio vieira, ascendino leite,
lígia junqueira, carlos porto carreiro, luiz costa lima e tantos outros, mas, com
maiores ou menores alterações superficiais, como se fossem de um roberto nunes
whitaker, carmen lia lomonaco, fernando corrêa fonseca, alberto maximiliano e por
aí afora.

meu ponto é que pessoas desembolsaram dinheiro comprando uma coisa que, na
verdade, era outra. e que essas edições se apropriaram, pelo menos em dois casos,
de obras que já estão em domínio público, recriando, sob novo nome, o direito
exclusivo para a nova cultural de exploração comercial privada de algo que já é de
toda a sociedade.

e que uma parte desse dinheiro embolsado pela nova cultural, por algum acordo
qualquer negociado pela sra. janice florido e pelos altos dirigentes da nova
cultural, foi para o instituto ecofuturo, ong da própria parceira deles, a suzano
celulose, para abastecer uma campanha chamada "ler é preciso", voltada para
escolas e bibliotecas.

gente, mais que ler, é preciso saber, lembrar e respeitar.

imagens: claudia67, flickr.com; www.joeduhclown.com

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03/01/2009
teste

responda a pergunta assinalando uma das alternativas abaixo.


"o que é o isbn?"

a. um grande avanço na catalogação dos livros que permite a integração mundial,


superando barreiras linguísticas (cf. biblioteca nacional)

b. um número obrigatório nas edições que tem como função principal facilitar a
venda do livro (cf. raul wasserman, ex-presidente da cbl)

c. a sigla de "Ilusão Só Bobo Nutre", na linha "for english to see" (cf. o cético)

d. números em série que se compram em lotes, para ser impressos em qualquer livro,
para a maior comodidade do editor (cf. marino lobello, vice-presidente da cbl)

e. um atestado legítimo de autenticidade da obra para o leitor (cf. o crédulo


cidadão brasileiro)

é fácil marcar a resposta, clique em comentário(s) e deixe ali seu palpite.

imagem: limitededition68.wordpress.com

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são paulo
para quem nasceu nos anos 50/60, uma coisa lindinha! e para quem vem depois, uma
idéia do que era, memórias preciosas de nando reis, na voz de marisa monte,
diariamente.

e um descanso das baixarias, porque, elas sim, ninguém merece!

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02/01/2009
a ver
o problema dos plágios da nova cultural na coleção obras-primas, publicada em
parceria com a suzano celulose, havia sido encaminhado ao departamento jurídico do
instituto ecofuturo. o instituto ecofuturo é a ong beneficiária de 1% do
faturamento com as vendas da referida coleção, verba esta que seria aplicada na
campanha "ler é preciso" do dito instituto.

como não se trata de dinheiro 100% lícito, o ecofuturo e a campanha "ler é


preciso" se viram em posição delicada, tanto mais que o padrinho da iniciativa, o
bibliófilo josé mindlin, havia se manifestado contra a prática de plágio.

[relatei esses contatos com a ecofuturo aqui.]

agora recebo informação da diretoria da entidade: foi enviada carta à nova


cultural solicitando esclarecimentos. em resposta, a editora entrou em contato com
a ong para marcar uma reunião.

a ver.

imagens: http://www.obrasprimas.com.br/; smiley, rolleyes.

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01/01/2009
para fugir

uma listinha de utilidade pública:


destes, mais vale fugir!

LANDMARK
persuasão (fábio cyrino)
o morro dos ventos uivantes (ver retificação)
o morro dos ventos uivantes (ana maria oliveira rosa)

SAPIENZA
a arte da guerra (nikko bushido)

JARDIM DOS LIVROS


a arte da guerra (nikko bushido)
o essencial do alcorão (pedro h. berwick)
o essencial de jesus (pedro h. berwick)
a vida secreta de laszlo, conde drácula (pedro h. berwick)

NOVA CULTURAL, a vanguarda da indústria do plágio


os irmãos karamazóvi (enrico corvisieri)
suave é a noite (enrico corvisieri)
a mulher de trinta anos (enrico corvisieri)
o retrato de dorian gray (enrico corvisieri)
madame bovary (enrico corvisieri)
a divina comédia (fábio m. alberti)
cyrano de bergerac (fábio m. alberti)
os três mosqueteiros (mirtes ugeda)
ana karênina (mirtes ugeda)
ivanhoé (roberto nunes whitaker)
uma vida, maupassant (roberto domenico proença)
lord jim (carmen lia lomonaco)
naná (roberto valeriano)
tom jones (jorge pádua conceiçao)
seis personagens à procura de autor (fernando corrêa fonseca)
o falecido mattia pascal (fernando corrêa fonseca)
o morro dos ventos uivantes (silvana laplace)
contos de voltaire (roberto domenico proença)
werther (alberto maximiliano)
fausto (alberto maximiliano)
o leopardo (leonardo codignoto)
o vermelho e o negro (maria cristina f. da silva)
apologia de sócrates, de platão (enrico corvisieri)
apologia de sócrates, de xenofonte (mirtes coscodai)
ditos e feitos memoráveis de sócrates (mirtes coscodai)
discurso do método (enrico corvisieri)

MARTIN CLARET - bizarrices tradutórias (fbn/isbn)


contos fluminenses (marcellin talbot)
o primo basílio (pietro nassetti)
a farsa de inês pereira (pietro nassetti)
a encarnação (pietro nassetti)
quincas borba (pietro nassetti)
papéis avulsos (marcellin talbot)
a língua e o estilo de rui barbosa (jean melville)
ressurreição (alex marins)
sonetos - bocage (pietro massetti)
o velho da horta (juan gonçalves)
marília de dirceu (pietro nassetti)
a carta de pero vaz de caminha, jaime cortesão (ed.) (pietro nassetti)

MARTIN CLARET - "tradutores" sortidos


memórias de sherlock holmes (john green)
lisístrata e as vespas [sic] (john green)
assim falava zaratustra (equipe de tradutores, 2000)
os irmãos karamazovi (alexandre popov)
crime e castigo (irina wisnik ribeiro e ivan petrovitch)
crítica da razão pura (rodolfo schaefer/ pietro massetti na fbn))
crítica da razão prática (leopoldo holzbach, fbn)
fundamentação da metafísica dos costumes (leopoldo holzbach)

MARTIN CLARET e o triunvirato tradutivo


cinco lições de psicanálise (pietro nassetti, fbn)
o corcunda de notre-dame (pietro nassetti)
a vida dos doze césares (pietro nassetti)
pensamentos - pascal (pietro nassetti)
eneida (pietro nassetti)
dicionário filosófico - voltaire (pietro nassetti)
o trovejar do silêncio (pietro nassetti)
o coração das trevas (pietro nassetti)
lorde jim (pietro nassetti)
a letra escarlate (pietro nassetti)
o pensamento de epicuro (pietro nassetti, fbn)
o caminho infinito (pietro nassetti)
gitanjali (pietro nassetti)
jesus, o filho do homem (pietro nassetti)
fábulas - esopo (pietro nassetti)
o profeta - gibran (pietro nassetti)
rubayat (pietro nassetti)
hipólito (pietro nassetti)
electra (pietro nassetti)
alceste (pietro nassetti)
arte poética - aristóteles (pietro nassetti)
belfagor (pietro nassetti)
mandrágora (pietro nassetti)
a arte de amar (pietro nassetti)
as aventuras de pinóquio (pietro nassetti)
do sofrimento do mundo (pietro nassetti)
metafísica do amor (pietro nassetti)
da morte (pietro nassetti)
o cão dos baskervilles (pietro nassetti)
as regras do método sociológico (pietro nassetti)
frankenstein (pietro nassetti)
rei lear (pietro nassetti)
cândido (pietro nassetti)
imitação de cristo (pietro nassetti)
a arte da guerra - sun-tzu (pietro nassetti)
ética a nicômaco (pietro nassetti)
as flores do mal (pietro nassetti)
werther (pietro nassetti)
o anticristo (pietro nassetti)
a ética protestante e o espírito do capitalismo (pietro nassetti)
a luta pelo direito (pietro nassetti)
do contrato social (pietro nassetti)
o discurso do método (pietro nassetti)
o manifesto comunista (pietro nassetti)
ecce homo (pietro nassetti)
o médico e o monstro (pietro nassetti)
a utopia - th. morus (pietro nassetti)
hamlet (pietro nassetti)
caninos brancos (pietro nassetti, fbn)
a república - platão (pietro nassetti)
bola de sebo e outros contos (pietro nassetti)
as aventuras de tom sawyer (pietro nassetti)
histórias extraordinárias - poe (pietro nassetti)
o jogador - dostoievski (pietro nassetti)
assim falou zaratustra (pietro nassetti, 1999)
artista da fome (pietro nassetti)
apologia de sócrates (pietro nassetti, 2001)
volta ao mundo em oitenta dias (pietro nassetti)
o retrato de dorian gry (pietro nassetti)
as viagens - marco polo (pietro nassetti)
a mulher de trinta anos (pietro nassetti)
a arte da prudência (pietro nassetti)
o lobo do mar (pietro nassetti)
o príncipe - maquiavel (pietro nassetti)
a sonata a kreutzer (jean melville)
dom quixote (jean melville, 2005)
grandes esperanças (jean melville)
germinal (jean melville)
o vermelho e o negro (jean melville)
paulo, o 13o. apóstolo (jean melville)
do espírito das leis (jean melville)
ética - spinoza (jean melville)
a cidade antiga (jean melville)
a dama de espadas (jean melville)
a filha do capitão (jean melville)
orgulho e preconceito (jean melville)
andrômaca (jean melville)
fedra (jean melville)
o tartufo (jean melville)
o sonho de uma noite de verão (jean melville)
vida nova - dante (jean melville)
da monarquia - dante (jean melville)
a gaia ciência (jean melville)
o tartufo (jean melville)
balada do cárcere de reading (jean melville)
de profundis (jean melville)
ensaios - emerson (jean melville)
otelo (jean melville)
a conduta para a vida (jean melville)
a arte da guerra - maquiavel (jean melville)
escritos políticos - maquiavel (jean melville)
as aventuras de sherlock holmes (jean melville)
antígona (jean melville)
édipo rei (jean melville)
macbeth (jean melville)
diário de um sedutor - kierkegaard (jean melville)
romeu e julieta (jean melville)
ciência e política: duas vocações (jean melville)
um estudo em vermelho (jean melville)
as minas do rei salomão (jean melville)
apologia de sócrates (jean melville, 2004)
acuso - gide (jean melville)
martin eden (jean melville)
o livro de jó (alex marins)
o livro de ouro da mitologia (alex marins)
ben-hur (alex marins)
moby dick (alex marins)
as aventuras de huckleberry finn (alex marins)
o suicídio - durkheim (alex marins)
crime e castigo (alex marins na fbn)
confissões - santo agostinho (alex marins)
crítica da razão pura (alex marins)
leviatã (alex marins)
tristão e isolda (alex marins)
thaïs (alex marins)
as mulherzinhas (alex marins)
discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens (alex
marins)
o livro da jângal (alex marins)
a megera domada (alex marins)
o último adeus de sherlock holmes (alex marins)
o príncipe e o mendigo (alex marins)
segundo tratado sobre o governo (alex marins)
a ilha do tesouro (alex marins)
para além do bem e do mal (alex marins)
desobediência civil e outros ensaios (alex marins)
satíricon (alex marins)
dos deveres (alex marins)
o desespero humano (alex marins)
eugênia grandet (alex marins)
meditações - marco aurélio (alex marins)
manuscritos econômico-filosóficos (alex marins)
fedro (alex marins)
elogio da loucura (alex marins)
assim falou zaratustra (alex marins, 2002)
a fenomenologia do espírito (alex marins)
a riqueza das nações (alex marins)
o último dos moicanos (alex marins)
comédia latina - plauto, terêncio (alex marins)

imagem: f for fake

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não gosto de plágio

quem mais não gosta de plágio:

abílio guerra
adriana lisboa
agenor soares dos santos
alba olmi
alberto da costa e silva
aldo dinucci
alessandra allegri
alexandre barbosa de souza
alice xavier
allison roberto
ana resende
ana suzuki
ana carolina cunha lima
ana maria ramiro
ana miriam wuensch
ana paula alves ribeiro
anderson braga horta
andré gazola
andré medina carone
angela xavier de brito
anita di marco
ann charlotte barbosa
anna magdalena machado bracher
antivan mendes
artur neves teixeira
aurora bernardini
beatriz viégas-faria
bruno costa
carla kurrle
carlos angelo
carlos daghlian
carlos nelson coutinho
carmen zink bolognini
caroline chang
cecília campello
celina portocarrero
chrys chrystello
claudia martinelli gama
cláudia berliner
cláudio daniel
cláudio murilo leal
cláudio willer
cássio de arantes leite
daniel aço
davi arrigucci jr.
desidério murcho
dilma machado
doralice lima
eduardo sterzi
eleonora guimarães bottmann
elyzabeth thompson
emiliano unzer macedo
erick ramalho
etelmiro castilho
eugênio vinci de moraes
euler frança belém
everardo norões
fal azevedo
fátima vasco
fátima aparecida de oliveira abbate
federico carotti
flávia nascimento
francis h. aubert
francisco araújo da costa
francisco césar manhães monteiro
francisco foot hardman
galeno amorim
gabriel perissé
geraldo holanda cavalcanti
haroldo cantanhede
helena londres
heloísa gonçalves barbosa
heloísa jahn
heloísa mafra ferdinandt
hélio de mello filho
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joão paulo monteiro
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joão ângelo oliva neto
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josé veríssimo teixeira da matta
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sérgio pachá
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vera pereira
vera ribeiro
virna teixeira
wladir dupont
zahidé lupinacci muzart

imagem: matisse, vigne, maglm fr, flickr

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para saber

segue uma listinha de links para matérias, artigos e comentários em jornais,


revistas, sites e blogs sobre os plágios editoriais.

A vida de Tiago A., Pietro Nassetti, quem é você?


ABI, ABI recebe denúncia de plágio em obras literárias
Aletria, Nova Cultural é acusada de plágio
Amigos do livro, Editora plagiou traduções de clássicos
Antonio Fernando Borges, "Histórias da Meia-Noite"
Blog de maurorosso, Isso é grave
Blog do C.J., Chocalho e batuques, Martin Claret e o plágio
Blog do Daniel, Kafkas
Blog do Vassil, O plágio da Martin Claret
Brasil que lê, Notícias interessantes
Cadê o revisor?, Escândalo
Café Colombo, Tradutores fazem abaixo-assinado
Caixa de Pandora, Mulheres alencarinas
Caixa de Pandora, Um requisito de cidadania
CBL, Editora de SP é acusada de plagiar mais duas obras
Contraduções, Plágios e tradução
Cronópios, Peterso Rissatti, "Mãos ao alto, tradutor!"
De gustibus, Plágio, uma praga pior que a saúva?
Encontro cultural, Tradutores protestam contra plágios
Estante Virtual, Fórum
Estante Virtual, Todo livreiro deveria (2)
Filisteu, Martin Claret
Filisteu, Três perguntas sobre a Martin Claret
Flanela Paulistana, A vida deu pra trás? Abre uma editora
Folha de Pernambuco, Plágio?
Folha de S.Paulo, Crítico literário notifica editora em caso de plágio
Folha de S.Paulo, Crítico vê plágio de versão de Quintana
Folha de S.Paulo, Editora Globo pede indenização em caso de plágio
Folha de S.Paulo, Editora plagiou traduções de clássicos
Folha de S.Paulo, Plágio leva L&PM a processar editora
Folha de S.Paulo, Tradutores protestam contra plágios
Futuro do jornalismo, Plágio editorial
Gaveta do autor, Martin Claret plagiou traduções de clássicos
Gaveta do autor, Pseudotraduções: dinamite pura
Hardmob, Traduziram um livro de Machado de Assis para o... português
I don't mind a rainy day, Nunca mais vou ver tv
Imprimis, Ivan Emilianovitch, uma denúncia
Ivo Barroso, Flores roubadas do jardim alheio
Ivo Barroso, Um Cyrano sem penacho
Jane Austen em português, A palavra é... A palavra deveria ser...
Jornal A Tarde, Os autores ainda não conhecem seus direitos
Jornal A Tarde, Tradutores são vítimas de plágio
Jornal Caiçara, Assinado: Tradutores
Jornal O Comércio, Em favor da honestidade editorial
Jornal O Globo, Muito em comum
Jornal Opção, A República da pirataria
Jornal Opção, As traduções de O Leopardo
Jornal Opção, Jornal Opção na Piauí
L&PM, L&PM questiona Nova Cultural sobre traduções
Lendo.org, E-books? Pirataria? Que nada, o problema está nas editoras
Lendo.org, Lista de plágios da Nova Cultural
Ler, pensar e escrever, Traduzir é criar
Li e guardei, O que foi e é notícia
Livraria 30porcento, Já ouvi falar de algumas péssimas traduções ... mas cópias...
assim já é demais!
Marcelo Bueno de Paula, Assinado: Tradutores
Margarete de Toledo Ressurreição, Direito autoral e tradução
MeiaPalavra, A Terra do Cópia-Cola e o Tradutor Ninja
Meia Palavra, Plágio de tradução
Mondolivro, Plágio cultural
Mosaico, "Crime e castigo", de Fiódor Dostoiévski
Na prática a teoria é outra, Guerra dos tradutores
Na prática a teoria é outra, Troféu "Clássico é clássico, e vice-versa" 2008:
Pietro Nassetti
Newsletter.hette, Mais lenha na fogueira da Nova Cultural
O Corvo, A indústria é pirata também
o horror, o horror
o pensador selvagem, a usucapião autoral
Observatório da imprensa, O nome do tradutor
Oficina de teatro, Martin Claret
Papel de rascunho, Plágios em tradução
paulodaluzmoreira, Tradução, sacação, traição
Portal Vitruvius, Abaixo-assinado de profissionais da tradução
Portal Vitruvius, Tradutores fazem abaixo-assinado contra plágios em traduções
literárias
Prosa online, A primeira tradução de Machado de Assis para o... português
Prosa online, Plágios, tradutores e índios
Publishnews, Dia de comemoração para os tradutores
Recanto das palavras, Editora acusada de plágio
Recanto das palavras, Novo caso de plágio em tradução
Revista Piauí, O pega-pega da Arte da Guerra
Simplicíssimo, Juventude, identidade e crise
Tal a fuga, A praga do plágio
Talqualmente, Por falar em debates interessantes
The Spectacled Bear, Brazilian Translator of Jane Austen Accused of Plagiarism
Tradutor Profissional, O mistério de Ivanhoé
Tradutor Profissional, O mistério de Ivanhoé II
Traduzindo o juridiquês, Uma tradução do Bruxo do Cosme Velho? comentários
União Brasileira de Escritores, UBE, Movimento Assinado-Tradutores
Vermelho.Carne, Hoje, nosso dia!
Véspera de nada, Como se portar em uma livraria
Véspera de nada, Este blogue está em campanha
Walter Cruz, Dia do tradutor
Wikipedia, Editora Martin Claret
Zero Hora, Mundo Livro, Tradutores, traidores (literalmente)

imagem: www.sublackwell.co.uk

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outras vítimas

mais traduções surripiadas de:

leila v. b. gouvêa, vera pedroso, isabel sequeira, maria irene szmrecsányi, tamás
szmrecsányi, antônio pinto de carvalho, ricardo iglésias, éverton ralph, joão
baptista de mello e souza, eça de queiroz, adolfo casais monteiro, sodré viana,
neide smolka, paulo m. oliveira, blásio demétrio, fernando de aguiar, maria
francisca ferreira de lima, maria helena rocha pereira, sarmento de beires, josé
duarte, margarida garrido esteves, luísa derouet, rodrigo richter, artur morão,
olinda gomes fernandes, joaquim machado, octany silveira da mota, silvio meira,
cunha medeiros, natália nunes, de souza fernandes, suely bastos, ivan
emilianovitch schawirin (contrafação), marcílio marques moreira (contrafação),
jaime bruna, líbero rangel de andrade, carlos chaves, sérgio milliet, moacyr
werneck de castro, josé augusto drummond, luiz costa lima, joão paulo monteiro,
ymaly salem chammas, sylvio deutsch.

imagem: http://grandarcanum.blogspot.com

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para visitar

blogs e sites de quem também não gosta de plágio:

¡Drops da Fal!
25 linhas em branco
Agulha - Revista de Cultura
Além do Fantástico
Blog do Galeno
Cadê o Revisor?
Cantar a Pele de Lontra IV
Caquis Caídos
Catando Poesias
Celina Portocarrero
Criar Edições
Crisálida Editora
Cronópios
Dias de voragem
EDITORATRIX
Estúdio Realidade
Farol Comunitário Blog
Filisteu
Flanela Paulistana
implicante
Jane Austen em português
Lendo.org
Lenita Esteves
Ler, pensar e escrever
LPM
meiapalavra
Mundo forasteiro
nada convencional
o horror, o horror
papel de rascunho
Ponto de Tradução
plagiarius
REFLEXÕES
retrolectro 3.0
tal a fuga
vermelho carne - ano dois
Vitruvius
Viva Vox

imagem: www.loneprairie.net

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os nomes

de espectros e de gente de carne e osso: são os que constam nos plágios ou


bizarrices de tradução na agência do isbn e/ou nos livros impressos.

alberto maximiliano
alex marins
alexandre popov
ana maria oliveira rosa
carmen lia lomonaco
enrico corvisieri
fábio cyrino
fábio m. alberti
fernando corrêa fonseca
irina wisnik ribeiro
ivan petrovitch
jean melville
john green
jorge luís penha
jorge pádua conceição
juan gonçalves
leonardo codignoto
leopoldo holzbach
marcellin talbot
maria cristina f. da silva
mirtes ugeda (mirtes coscodai)
nikko bushido
pedro h. berwick
pietro nassetti
roberto domênico proença
roberto nunes whitaker
roberto valeriano
rodolfo schaefer
silvana laplace

imagem: herzog, nosferatu

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FELIZ 2009!

chagall, vitrais para jerusalém

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31/12/2008
encerrando o ano (mais chatterley)

em 2 posts anteriores, e isso, é certo? e richter, comentei a edição de o amante


de lady chatterley, atualmente na coleção de bolso da record, e solenemente
plagiada pela martin claret sob as complacentes barbas de sua colega.

continuei um pouco as pesquisas, e a história dessa tradução recua ainda mais no


tempo.

a tradução que aparece na civilização brasileira em nome de rodrigo richter, em


1959, na verdade foi publicada inicialmente em 1938, pela agência minerva. a
página de rosto dessa edição de 1938 já traz os dizeres "versão integral
inexpurgada", e na página da imprenta consta "versão autorizada". não consta o
nome do tradutor.

a agência minerva publica uma segunda edição em 1941 e uma terceira em 1946, com o
apêndice "em defesa de 'lady chatterley'". em 1956 o título reaparece na
civilização brasileira, onde segue sua carreira por algumas décadas. é apenas em
1959 que se acrescenta o nome "rodrigo richter" como tradutor, o qual se mantém
até hoje, no catálogo da record.

acho o caso ainda mais interessante. trata-se de uma tradução que vem desde 1938,
tendo portanto completado 70 anos de existência.
quanto ao verdadeiro tradutor, que se manteve anônimo por vinte anos, não posso
afirmar nada. rodrigo richter pode ser um pseudônimo, pode ser um nome emprestado,
pode ser alguém de verdade. isso, decerto, a record há de saber melhor do que eu.

quanto à sua edição inicial em 1938, o curioso é que foi publicada pela agência
minerva. em seu reduzidíssimo catálogo, constam na mesma época a publicação de um
livro de l. bertrand, a maçonaria, seita judaica: suas origens, sagacidade e
finalidades anticristãs (1938), em alardeada tradução do integralista e anti-
semita gustavo barroso, e o famosíssimo os protocolos dos sábios de sião (1936),
anotado, comentado e "apostilado" também por gustavo barroso.

na mesma década de 1930, gustavo barroso publicou várias obras pela civilização
brasileira, pela nacional e pela brasiliana (as colunas do templo; brasil, colônia
de banqueiros; judaísmo, maçonaria e comunismo; a história secreta do brasil em 3
vols.; história militar do brasil). até os anos 1950 fazia parte do quadro de
sócios da ed. civilização brasileira.

isso parece sugerir que a conexão entre a agência minerva e a civilização


brasileira, com a migração de o amante de lady chatterley, teria se dado por meio
de gustavo barroso.

a curiosidade que fica é como, em primeiro lugar, a agência minerva teria decidido
publicar em seu microcatálogo um título decididamente polêmico, ao lado de peças
de propaganda anti-semita traduzidas ou "apostiladas" pelo mais ruidoso e profícuo
ideólogo integralista do país.

humildemente julgo que a própria vetustez da tradução em si poderia fornecer bons


subsídios para o estudo de práticas tradutórias do passado. além disso, um estudo
desses entrelaçamentos editoriais ajudaria a compor em mais detalhes o cenário
ideológico e cultural da primeira metade do século 20. talvez resultasse algo mais
interessante do que esses trabalhos de pobres aluninhos enganados, que se dedicam
pacientemente a estudar as "traduções" de jean melville, alex marins, pietro
nassetti, enrico corvisieri, mirtes ugeda, fábio m. alberti e così via.

tanto mais fortes razões, a meu ver, para que a record proteja esse patrimônio,
sob sua guarda e responsabilidade, contra a sanha dos bandoleiros claretianos e
outros quaisquer.

até 2009!

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30/12/2008
trivia II

ainda nas sarjetas. como disse, não que isso acrescente muita coisa, só dá um
certo colorido.

o monstrengo covacultural/suzano das pseudo-obras-primas teve seu lançamento


alardeado com todas as trombetas em agosto de 2002. dona janice da nova cultural e
dona christine do instituto ecofuturo já vinham alardeando desde 2000 o grande
feito da democratização cultural que iriam promover. trataram das verbas, dos
contratos, dos percentuais, só se esqueceram de uma coisa: as obras que lhes
garantiriam o rico dinheirinho dos papalvos que, ao comprar tal coleção,
acreditavam na promessa de estar migrando automaticamente para o mundo da alta
literatura.

os livrecos já estavam nas bancas, quando a nó cultural* mandou seus releases


brasil afora e a revista veja, do caridoso irmão roberto civita, deu uma colher de
chá e publicou o teor da tal coleção que resgataria os oprimidos e humilhados de
sua triste condição de sub-aculturados.

o curioso neste release da nova (in)cultural/suzano publicado pela revista veja e


reproduzido em vários outros veículos é que boa parte dele não corresponde ao que
foi efetivamente (e fraudulentamente) publicado na coleção obras-primas da nova
(in)cultural/suzano.

pois vejam o que ela anunciava em seu release e o que fato aconteceu (sem falar
dos plágios, apenas das trapalhadas na grande imprensa) - repito, o release foi
publicado depois do lançamento dos primeiros volumes, quando seria de se supor que
a coleção já estaria definida:

- crime e castigo sairia em nome de natália nunes; saiu anônimo;


- o leopardo sairia em nome de calvin carruthers (é, aquele mesmo dos filmes de
terror); saiu em nome do barato trocadilho de leonardo codignoto;
- tom sawyer deveria sair em tradução de "terezinha monteiro" [leia-se therezinha
monteiro deutsch]; saiu no nome legítimo de luísa derouet - talvez contrafação,
mas não plágio;
- morte em veneza e tonio kroeger, de thomas mann, que sairiam em nome de calvin
carruthers, mais uma vez, foram substituídos de última hora por as três irmãs, de
tchecov, na tradução autêntica de maria jacintha;
- o morro dos ventos uivantes, que sairia em nome de uma tal "dirce tashima sato",
acabou saindo em nome de outra igual desconhecida "silvana laplace";
- o pobre pirandello do falecido mattia pascal e dos seis personagens, com fraude
anunciada em nome de "enrico corvisieri", acabou saindo na fraude de "fernando
corrêa fonseca";
- tom jones que, na ciranda bandida da cova cultural, deveria sair em nome de uma
desconhecida "lucília trindade", acabou saindo no nome de outro ilustre fantasma,
"jorge pádua conceição";
- werther e fausto de goethe, anunciados neste release em nome do tal fábio
maximiliano alberti, acabaram saindo com o criativo pseudônimo de alberto
maximiliano;
- tentaram impingir a fraude de naná a vera maria renoldi, figura de carne e osso,
que por alguma razão foi substituída de última hora pelo fantasmagórico roberto
valeriano;
- há também o ridículo caso das tragédias de shakespeare, anunciadas no release em
nome de paranhos touceiros: foram publicadas na tradução legítima de beatriz
viégas-farias, após uma falcatrua indizível que a nova cultural plantou em cima da
lpm que, bobamente, lhes cedeu a bela tradução de beatriz em troca das ridículas
fraudes de fábio alberti e enrico corvisieri;
- dorian gray, que a nova (in)cultural anunciou em tradução de oscar mendes,
acabou publicado em nome do inefável enrico corvisieri;
- anunciada a publicação de ilusões perdidas em todos os meios de comunicação do
país; a nova (in)cultural na última hora deu para trás sem qualquer explicação e
lançou mais uma fraude em nome de enrico corvisieri, com a mulher de trinta anos.

UFA! eis aqui o release divulgado pela revista veja:


http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/210802/obras_primas.html

o ponto é que nem a própria equipe da dona janice parecia saber o que estava
fazendo. a questão era só financeira, no maior improviso de revirar os baús
herdados. então montaram um release todo atrapalhado, meio à balda, com
atribuições aleatórias dos créditos - depois que a coleção já havia sido lançada.
tipo, nóis fais e depois vê o que é que vira. este é o conceito cultural de
democratização cultural da nova cultural e do instituto ecofuturo. vixe, é cultura
demais para meu caminhãozinho!
* de novo agradeço ao anônimo colaborador do blog a adequada alcunha.
imagens: till eulenspiegel, www. erich_hat_jetzt_zeit.de

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29/12/2008
trivia I

não que faça muita diferença, mas vão aí uns rudimentos sobre a construção de
"pseudônimos".

começa assim: a cova cultural* resolve publicar a toque de caixa uma coleção
tirada do baú, "obras-primas", um monstrengo montado a partir de vários pedaços de
coleções anteriores da abril cultural, com o patrocínio da suzano celulose
bancando 50% da edição.

ela descobre que não detém os direitos de publicação de boa parte dos títulos, mas
não vai se deixar desacorçoar por um detalhe desses. fácil, é só trocar os nomes
dos verdadeiros tradutores por outros nomes, alguns de gente de verdade, outros
inventados. afinal, que diferença faz... (isso me lembra o que me contaram do
claret num encontro que ele teve com uma das inúmeras editoras lesadas: "ué, mas
por que tanta história? é só uma tradução, é tudo a mesma coisa!")

e assim fábio m. alberti, um fulaninho de carne e osso, assina o terceiro volume


da coleção, a divina comédia, inaugurando o capítulo das fraudes na coleção
covaculturaliana. é o terceiro volume, mas digo que é ele que inaugura porque os
volumes anteriores (dom quixote e os trabalhadores do mar) trazem as traduções em
domínio público dos dois viscondes e de machado de assis.

aí dona janice resolve pular o nome da tradutora natália nunes no quarto volume, e
no quinto volume ressurge o mesmo fábio m. alberti, agora em cyrano de bergerac.
todos hão de convir que não são as obras mais banais do mundo, e que o tal fábio
foi trêfego e ligeirinho em abocanhar essas iguarias.
[em tempo, o m. é de "maximiliano": fábio maximiliano alberti.]

seguem-se alguns enricos corvisieris, umas mirtes ugedas, e lá pelas tantas a


turminha bem-humorada das cobras-primas fica indecisa sobre o nome a atribuir às
traduções de fausto e werther, em substituição aos nomes de silvio meira e galeão
coutinho.

é então que tiram do chapéu um tal "alberto maximiliano" para ornar o volume de
goethe nas obras-primas cova-culturais. em vista do exposto acima, a fonte de
inspiração dispensa maiores esclarecimentos.

uma outra solução, mais indireta, mas também mais zombeteira, foi a que a
divertida trupe deu ao sumiço de rui cabeçadas nos créditos de tradução de o
leopardo: criou-se o espectral leonardo codignoto. o processo mental não é difícil
de acompanhar, mas é como uma piada: se explicar, perde a graça, e o leitor
certamente entenderá a composição do trocadilho.

já no nível do puro escárnio foi a utilização do nome "calvin carruthers". esse


caso saiu na matéria do prosa&verso do globo, mas vou repetir aqui.

calvin carruthers aparece como tradutor de a metamorfose do kafka nessas obras


covaculturais. aviso que não fui atrás dessa tradução, não sei se é plágio ou
deixa de ser, mas o uso do nome de fantasia por si só já dá um certo pano para a
manga.
bom, qualquer criança sabe que o protagonista do livro se chama gregor samsa. e de
que rincão do mundo algum desinfeliz resolveu desenterrar o nome de "calvin
carruthers" como tradutor das vicissitudes de gregor samsa?

aí, por mero acaso, você sabe que um ator chamado vic tayback fez em 1971 um filme
de horror chamado blood and lace, onde representava o papel de um detetive chamado
"calvin carruthers". e sabe também que no último filme do tayback antes de morrer,
em 1990, seu personagem se chamava george samsa. (quem gostar dessas curiosidades,
pode ver a filmografia dele.) aqui o processo mental da turminha covaculturaliana
é mais elaborado, com uma triangulação das referências, mas nada muito complicado.
o complicado é o despudor com que se exibe o prazer pelo escárnio.

a clara sensação que a gente tem é de uma criançada pintando o diabo a quatro e
achando suas molecagens muito espertas e engraçadas. o problema é quando as
pequenas travessuras se põem a serviço de uma prática editorial desonesta, que
atinge milhões de pessoas. aí perdem qualquer graça.

*agradeço ao comentarista anônimo deste blog o bem-azado apelido de cova cultural.

imagem: cordel sobre o plágio, www.globoonliners.com.br

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26/12/2008
mudam-se os tempos...

versão claret até setembro de 2008: assumo tudo, corrijo tudo, faço os
ressarcimentos que forem necessários.

versão claret depois de novembro de 2008: a culpa toda é de alguém que trabalhou
na empresa dez anos atrás.

imagens: http://www.unitedboating.com/; http://www.cityofwinkler.ca/

matéria simpática de jefferson maleski sobre usucapião autoral, e sábios


conselhos: "Então não compre os livros usucapiados pelas editoras farsantes. Não
financie o tráfico e o contrabando de obras literárias. E, acima de tudo, divulgue
as informações aos outros".

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25/12/2008

agradeço a todas as mensagens, lembranças e presentes que recebi da turminha que


não gosta de plágio.

ateus, cristãos, judeus, muçulmanos, budistas, o que for: paz na terra aos homens
de boa vontade ainda é a mensagem mais forte que conheço, e este é meu voto a
todos.

chagall, le message biblique (detalhe)

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24/12/2008
o bom combate
e os bons meninos de 2008 não se decepcionarão com santa klaus.
santa klaus, de calder

pois vejam lá:

- luiz costa lima recebe sua indenização da nova (in)cultural pelo plágio de o
vermelho e o negro, de stendhal, vergonhosamente copiado e atribuído a uma tal
"maria cristina f. da silva";

- dr. marco túlio de barros e castro, advogado que atuou neste caso, avisa que
está para sair na grande imprensa a errata e retratação pública da nova
(in)cultural nesta espoliação a luiz costa lima;

- hernâni donato, grande figura de nossa história cultural, declara que na


primeira quinzena de janeiro finalmente sairá alguma proposta concreta do sr.
richard civita quanto aos malfeitos da nova (in)cultural no caso de sua primorosa
recriação da divina comédia, criminosamente copiada pela dita nova (in)cultural em
nome de um tal "fábio m. alberti";

- elena quintana, solenemente espoliada no caso das traduções de mario quintana,


coloca à frente a editora globo em defesa do nome de seu tio : contos de voltaire,
tradução criminosamente atribuída pela nova (in)cultural a um tal "roberto
domenico proença", e lord jim, tradução criminosamente atribuída pela nova
(in)cultural a uma tal "carmen lia lomonaco";

- regina galante declara estar dando andamento a providências judiciais contra o


crime cometido contra seu pai galeão coutinho, miseravelmente espoliado pela nova
(in)cultural na edição de werther de goethe, e está criando uma fundação galeão
coutinho, para melhor preservar sua memória;

- ângela xavier de brito declara que tão logo venha ao brasil tomará as
providências judiciais em defesa da obra de seu avô, carlos porto carreiro,
brutalmente espoliado pela nova (in)cultural no plágio de cyrano de bergerac;

- liliane mendes cajado afirma andamento para processar os crimes cometidos pela
nova (in)cultural contra a memória de seu falecido marido, octavio mendes cajado,
em tom jones e os três mosqueteiros, em plágios em que a nova (in)cultural atribui
as traduções respectivamente a um tal "jorge pádua conceição" e à tal "mirtes
ugeda coscodai";

- o advogado dr. andré meira declara estar atendendo à necessidade de uma atitude
urgente em resolver o saque perpetrado contra seu avô, silvio meira,
criminosamente espoliado pela nova (in)cultural em sua tradução de fausto;

- oscar mendes tem seus direitos morais defendidos pela editora globo na
espoliação que sofreu em sua tradução o morro dos ventos uivantes;

- joão paulo monteiro toma providências para pôr cobro ao despudorado plágio de
sua tradução de o leviatã perpetrado pela martin claret;

- joão paulo monteiro declara que tomará providências judiciais pela apropriação
criminosa praticada pela martin claret da tradução de o desespero humano, feita
por seu pai adolfo casais monteiro;

- a família de monteiro lobato declara ter tomado suas providências judiciais


contra a criminosa apropriação da martin claret da tradução de o livro da jângal;

- o advogado dr. clóvis f. da silva ramos declara estar tomando as providências


judiciais cabíveis contra a criminosa apropriação praticada pela martin claret da
tradução de moby dick, feita por seu pai péricles eugênio da silva ramos;

- a editora vozes declara estar procedendo às providências cabíveis em relação ao


crime de plágio cometido pela martin claret contra as traduções de floriano de
souza fernandes, que significa orientar-se no pensamento; resposta à pergunta: que
é "esclarecimento"? e sobre um suposto direito de mentir por amor à humanidade, de
kant;

- a editora l&pm entra com ação cautelar contra a nova (in)cultural por contrato
fraudulento em que lhe vendeu criminosamente traduções plagiadas: a divina comédia
e a mulher de trinta anos;

- a editora l&pm declara estar finalizando o acerto das indenizações por danos
morais e materiais em acordo extra-judicial com a nova (in)cultural por contrato
de venda criminosa de plágios, acima citados;

- a editora globo entra com ação contra a nova (in)cultural por apropriação
criminosa de cinco traduções, por danos morais e materiais, e na fase inicial de
notificação extra-judicial demonstra-se insatisfeita com a posição da notificada,
reservando-se o direito de dar andamento às providências que considerar
necessárias;

- a ediouro firma acordo extra-judicial com a martin claret, com ressarcimento


financeiro à editora lesada em várias dezenas de títulos criminosamente plagiados
e o compromisso de retirá-los da praça;

- a editora hedra aciona a martin claret pela apropriação criminosa da introdução


e notas de metamorfoses de ovídio, estando na fase de notificação extra-judicial;

- a edusp veta a participação da martin claret em sua tradicional feira do livro;

- a academia brasileira de letras, a união brasileira de escritores, o pen club do


brasil e a academia brasileira de imprensa manifestam seu repúdio contra a prática
criminosa do plágio;

- o ministério da cultura e a coordenação geral dos direitos autorais do governo


federal se debruçam sobre o problema;

- a ong ler é preciso, da suzano celulose, parceira na criminosa escalada dos


plágios na nova (in)cultural, e que tem como padrinho o bibliófilo josé mindlin (o
qual considera o plágio uma prática inadmissível), encaminha o problema a seu
departamento jurídico;

- são publicadas mais de 10 matérias em jornais e revistas da grande imprensa ao


longo de 2008 sobre os crimes de enorme vulto praticados nos últimos 15 anos pela
nova (in)cultural e pela martin claret (também conhecida como mata-cultura), além
de dezenas e dezenas de artigos em sites e blogs no brasil e no exterior;

- cerca de 600 intelectuais brasileiros das mais diversas formações e áreas de


atuação se manifestam contra as fraudes e plágios editoriais;

- o problema do plágio é debatido em vários fóruns, palestras e mesas-redondas, no


rio de janeiro, são paulo, campinas, são josé do rio preto, florianópolis e outras
cidades.

como começo, acho até bem razoável ;-)

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23/12/2008
noël

a todos os que não gostam de plágio, um pouco das cores e luzes de matisse.

imagem: matisse, maquette pour le vitrail nuit de noël, chapelle de vence

POSTADO POR DENISE 2 COMENTÁRIOS


22/12/2008
richter
ainda sobre o amante de lady chatterley.

num post anterior (e isso, é certo?), seguindo o binômio "contra a impunidade e


pela memória", comentei um pouco esse lado da impunidade, do corporativismo entre
os editores, da indiferença pelo bem cultural, do desrespeito pelo leitor,
expressos com clareza meridiana pela editora record, na figura de seu coordenador
editorial sérgio frança.

agora, um pouco o lado da memória.

em termos muito despretensiosos, acho que há umas coisas que merecem atenção nessa
tradução de o amante de lady chatterley em nome de rodrigo richter.

pois vejam: o livro saiu por umas 10 editoras diferentes no brasil, desde 1941 até
a data de hoje (mas as traduções são poucas; o que há são vários casos de licença
de publicação). desde que foi publicado pela primeira vez na itália, em 1928, lady
chatterley's lover (na versão final de lawrence, a chamada "terceira versão") foi
proibido pela censura britânica, sendo publicado em outros países, mas na
inglaterra circulando ou clandestinamente ou numa versão "expurgada" durante 30
anos. em 1959, num julgamento nos estados unidos, a suprema corte liberou a edição
da obra integral no país, abrindo a brecha para novo julgamento na inglaterra,
onde foi liberada em 1960.

no brasil, a civilização brasileira publica em 1956 a versão integral


"inexpurgada"; em 1958 sai uma versão "autorizada"; em 1959, a versão
"inexpurgada" volta em nova capa e diagramação. não comparei a versão autorizada e
as versões inexpurgadas, e estou citando os créditos estampados nas três edições
[referências disponíveis em ana sofia mariz, pp. 134-35].

capa de eugênio hirsch, civ. brasileira, 1959

em 1964, 1966, 1972, 1982 continuam saindo edições pela civilização, sempre em
nome de rodrigo richter, como tradução do original integral. ela também aparece em
1972 como o 33o. volume da coleção "imortais da literatura universal", da abril
cultural. mais tarde, essa tradução em nome de rodrigo richter passa a ser
publicada pela companhia editora nacional, com edições em 1974, 1977, 1980 e 1985.
(deve ter mais alguma que não localizei, pois em meu exemplar de 1980 consta "4a.
edição".)

e aí segue-se um lapso bastante longo, 22 anos, até ser relançada em 2007, desta
vez em formato pocket na coleção de bolso da record.
a meu ver, há aí um ponto interessante: trata-se de uma tradução com mais de 50
anos de idade, circulando em sucessivas reedições até o presente. mesmo não sendo
propriamente um primor, de certa forma tem resistido ao teste do tempo e continua
a cativar leitores.

existem outras traduções: por exemplo a de fernando ximenes (ediouro) e a de


glória loreto sampaio (graal), que também foram publicadas pela publifolha e pela
superclássicos da abril.

mas vamos seguir o fio da tradução de 1956 da civilização: pouco antes de


ressurgir na record em 2007, ela sofre uma emboscada do trêfego e lampeiro
salteador das estradas tradutórias.

em 2005, o sr. martin claret lança o amante de lady chatterley, em circulação até
hoje. trata-se de cópia literal, integral e "inexpurgada" da tradução em nome de
rodrigo richter.

para obter o número de isbn, martin claret cadastrou a tradução na fundação


biblioteca nacional em nome daquele jean melville de triste fama. já no exemplar
impresso, ele colocou um ectoplasma que atende pela alcunha de jorge luís penha.

assim, richter tem seu venerando périplo, iniciado cinco décadas antes,
subitamente interrompido por um bandoleiro, mas prossegue sua jornada e chega à
record. a resposta da record, ao ser avisada do saque, está no post e isso, é
certo?, acima indicado.

então juntem tudo isso: um livro que, sob vários aspectos, é um marco da
literatura mundial, passa 30 anos censurado, é editado no brasil em sua versão
integral antes mesmo de cair a censura, essa tradução completa se mantém até hoje,
com meio século de movimentada existência nas costas, incluindo até uma grosseira
espoliação - a gente sente uma espécie de densidade nessa trajetória, que acho
interessante e, quem sabe, importante de ser lembrada e resgatada.

pena que hoje em dia essa tradução esteja nas mãos de uma editora que parece não
dar um figo seco pela memória cultural do país e nem se mexe para defender um
patrimônio intelectual que está sob sua guarda e responsabilidade. enquanto isso,
o nome de rodrigo richter continua entre as vítimas arroladas na lista deste blog.

[em tempo: tive muita dificuldade em localizar maiores referências sobre a pessoa
de rodrigo richter. até comecei a pensar que podia ser um nom de plume, mais do
que compreensível em vista das circunstâncias. mas às vezes pode ser também um
daqueles segredos de polichinelo que só a tonta aqui não sabe... ]

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21/12/2008
das defesas de tese aos exames vestibulares

cisco costa, do blog filisteu, noticia o recente caso de plágio no vestibular de


uma universidade federal.

merece uma boa dose de reflexão.

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20/12/2008
20/12
imagem: calder, dtarpennation, flickr

hoje faz um ano que foi criado o assinado-tradutores. por razões que não vêm ao
caso, afastei-me dele uns três meses atrás, e há cerca de dois meses ele fechou
seu acesso ao público.

mas hoje não é disso que quero falar. acho bonito e importante lembrar as coisas:
enquanto elas existem, a gente trabalha, cuida, vai fazendo, vai acompanhando -
isso com tudo na vida, a meu ver. quando elas deixam de existir, não podem ser
esquecidas.

então quero registrar aqui meu respeito pelo trabalho, atenção e cuidado que
tantas pessoas dedicaram à luta contra o plágio naquele fórum. desde os quase 560
signatários do abaixo-assinado contra as fraudes editoriais, as centenas de apoios
recebidos, o administrador fábio said, até as várias pessoas que se envolveram no
trabalho concreto e diário na defesa de nosso patrimônio literário e cultural:
saulo randow jr., ivo barroso, robert finnegan, mônica martins, jorio dauster,
federico carotti, mauro gama e outros mais, pesquisando, cotejando, divulgando,
amarrando contatos, angariando apoios, ligando, escrevendo, dando depoimentos na
imprensa, correndo atrás das coisas.

foi de fato um trabalho coletivo num blog coletivo em prol de uma causa coletiva.

e foi digno enquanto durou, que é o que importa!

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19/12/2008
e isso, é certo?
imagens: gaelx, flickr; smiley, knockout
sei de pelo menos 5 editoras que tomaram providências concretas em relação aos
descalabros da nova cultural e da martin claret. ótimo, é o que se espera mesmo.

assim, muito me espanta o seguinte caso. entro em contato com a editora record e
digo:

"refiro-me especificamente à edição de o amante de lady chatterley, de d. h.


lawrence, em tradução de rodrigo richter, originalmente pertencente à civilização
brasileira e depois à companhia editora nacional, cujos direitos de publicação
certamente a record deve ter adquirido, visto publicar a referida obra em sua
coleção 'best-bolso'.
ora, acontece que a editora martin claret publica exatamente a mesmíssima
tradução, sem qualquer retoque ou cosmético, atribuindo-a, porém, a um
desconhecido 'jorge luís penha'.
quero crer que a record há de tomar as devidas providências para que tal engodo
não venha a confundir o público leitor."

pois responde-me o coordenador editorial da record, sr. sérgio frança:

"Nossa empresa não firmou qualquer acordo de co-edição com as editoras mencionadas
em seus emails e desconhece a utilização de nossos textos por essas editoras;
[a outra editora era a best-seller, quando pertencia à c.l.c., dona da nova
cultural]
Nossa empresa aguardará qualquer iniciativa dos interessados diretos, os
tradutores dessas obras, que são os titulares dos eventuais direitos, na forma da
lei."

ah, então o interessado direto é o tradutor espoliado? o leitor não existe? o


compromisso com a qualidade e integridade editorial não existe? o conceito de "bem
cultural" é puramente fictício? o setor editorial, na visão expressa pelo referido
coordenador editorial da record, pouco se importa com a qualidade e a honestidade
do mercado? e nem mesmo a concorrência desleal lhe importa? o plágio não é
juridicamente definido como crime?

de mais a mais, à diferença do que parece pensar o sr. sérgio frança, o


interessado direto é, até onde consigo entender:
- em primeiro lugar, o leitor - o qual, no entanto, está na difícil posição de não
ser legitimado juridicamente para acionar a empresa delinquente, e quando avisa o
titular dos direitos de publicação (a editora) que foi lesado, ainda tem de ouvir
declarações no mínimo surpreendentes;
- em segundo lugar, a própria editora - que se esperaria que tivesse ética
empresarial suficiente para proteger o consumidor de seus produtos prevenindo e
impedindo falsificações, e para proteger os direitos patrimoniais (nem digo os
morais) da obra que está sob sua responsabilidade.

deplorável constatar que não é assim que pensa nem se comporta um dos maiores
grupos editoriais do país.

em tempo: meu arrazoado se funda no pressuposto de que a record é a detentora


legítima dos direitos de publicação de o amante de lady chatterley. do contrário,
aí seria o fim do mundo mesmo.

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18/12/2008
certo!
todo final de ano, a edusp promove uma feira do livro na usp, com mais de uma
centena de editoras oferecendo seus livros com 50% de desconto.

agora em novembro, estava prevista a participação daquela bizarra empresa que se


diz editora, a martin claret, ao lado das editoras de verdade.

pois consta de fonte segura que a pretensa editora recebeu um comunicado dos
organizadores, participando-lhe que não poderia integrar esta décima edição da
feira do livro na usp.

isso mesmo, dona edusp, parabéns pelas providências. ajude a preservar a


integridade e dignidade intelectual!

(só para lembrar: em setembro, na feira da anpuh/usp, também com o apoio da edusp,
não tinha sido bem assim)

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14/12/2008
será que vou ter que explicar?
perfect circle, annihilation
fiquei traumatizada quando acharam que defendo de alguma maneira o engessamento da
cultura, e quando um pobre mental-handicapped achou que minhas imagens eram
gratuitas... quanto aos handicapped ones, não posso fazer muita coisa. quanto aos
demais: sou pela livre circulação da cultura, o que não significa compactuar e
muito menos aceitar a mutilação da história (o que significa mutilação de nós
mesmos).

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13/12/2008
o contrário
o contrário de todas essas coisas ruins é, por exemplo, a magnífica iniciativa do
viva vox, grupo
de pesquisa em filosofia clássica e contemporânea (ufs).

os organizadores aldo dinucci (viva vox) e alfredo julien (mnemosyne) lançaram


agora em novembro a tradução de epicteto em edição bilíngüe comentada.

a edição está disponível para download gratuito a todos os interessados, numa


iniciativa - esta sim - de democratização do conhecimento.

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12/12/2008
e tira diploma

que ninguém entenda isso como troça ou escárnio - pelo contrário, é muito sério.
quero apenas mostrar a infiltração insidiosa e descontrolada da delinquência
intelectual que está ocorrendo em nossas melhores instituições de ensino, vítimas
da irresponsabilidade venal e criminosa de algumas editoras.

vou dar um último exemplo da presença da claret, agora na mais famosa universidade
pública do país.

trata-se de um paciente estudo comparativo das várias traduções da poética de


aristóteles em inglês, francês, italiano e português, tendo o original grego como
base.

pietro nassetti se faz presente na referida tese com sua "recente tradução para o
português" (2003), porque, segundo o autor, embora não goze do crédito de outras
traduções mais reputadas, por vezes oferece "soluções bastante interessantes".

bom, essa suposta tradução de nassetti da poética de aristóteles, até onde sei, é
uma apropriação da tradução feita por antonio pinto de carvalho a partir da versão
francesa art rhétorique et art poétique, de jean voilquin e jean capelle, pela
garnier, 1944. a tradução de antonio pinto de carvalho foi publicada pela difel em
1958, teve várias edições até 1964, e desde então tem sido constantemente
reeditada pela tecnoprint e ediouro.

de mais a mais, não é que antonio pinto de carvalho fosse propriamente um lépido e
saltitante tradutor trafegando entre pinóquio, frankenstein, werther, quincas
borba, as flores do mal etc., pois preferia trabalhar especificamente com
traduções na área de filosofia. admira-me que tenha sido ignorado ou preterido em
favor de uma abominável ficção.
repito a pergunta feita na vulpina alma: não se pesquisam os materiais de trabalho
neste país? provavelmente a resposta será a mesma, e acho que os gregos tinham
razão - é pelo letes que se chega ao hades.
imagem: www.virtualformaturas.com.br

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11/12/2008
claret vai à escola
[eu de beca]
e há quem escreva e defenda uma empenhada tese de doutorado na universidade
federal do rio de janeiro achando que a fundamentação da metafísica dos costumes e
outros escritos de kant realmente foi traduzida por um tal leopoldo holzbach.

aliás, parece ser um best-seller escolar da claret, tantas são as edições e


reimpressões. (digo escolar, pois não consigo imaginar a moçada tendo o mestre do
idealismo transcendental como companhia favorita em final de semana.)
este volume traz também o breve artiguinho de kant sobre um suposto direito de
mentir por amor à humanidade. não saberia discorrer sobre ele - mas, como leiga,
acho um texto lindo, atualíssimo e delicioso de ler [verdadeiro tradutor: floriano
de sousa fernandes, pela ed. vozes].

a ironia - que neste caso, infelizmente, não poderia deixar de ser barata - é a
implícita paráfr ase claretiana sobre um suposto direito de plagiar por amor ao
bolso e desamor à humanidade.

imagens: recantodaspalavras.wordpress.com e smiley, faint.

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10/12/2008
ó vulpina alma sem pejo!

não bastam as trapalhadas claretísticas na fbn/isbn com os machados, alencares,


eças, gonzagas e bocages, que compõem um capítulo de bufonerias à parte e ilustram
a própria definição do grotesco.

todos sabem que a claret não é amiga dos direitos autorais, e não é muito fã do
respeito pelos leitores. isso significa que ela trabalha basicamente com obras
cujos originais caíram em domínio público, mas não se importa muito com as
traduções (que na grandíssima maioria dos casos não estão em domínio público - daí
a mutreta de copiá-las e tascar um nome qualquer, para burlar a legislação,
economizar lá seus tostões e cultivar a ignorância do leitor).

bom, mas HÁ casos também de várias traduções em domínio público: por exemplo, as
traduções feitas por bocage, por machado de assis, por eça de queiroz, por odorico
mendes, pelos viscondes de castilho e azevedo, e por aí afora.

só que nem essas escapam: já comentei o caso da tradução do dom quixote,


classicíssima, esplendorosa, dos dois viscondes supracitados, que está em domínio
público faz mais de 60 anos, e que mesmo assim a claret teve a impavidez de
cadastrar na fbn/isbn em nome de jean melville. só fez novo cadastro agora
recentemente, com os devidos créditos aos viscondes.

a tradução que eça de queiroz fez de as minas do rei salomão, que também está em
domínio público faz quase 40 anos, continua circulando até hoje, pela claret, em
nome de jean melville. igualmente insólito e de tremenda má-fé é o caso da
tradução da ilíada, outro grande clássico das traduções em língua portuguesa, da
lavra do maranhense manuel odorico mendes (1799-1864), e que circulou pela claret
em nome de alex marins até data recente, quando o senhorzinho por alguma razão
qualquer mandou a turminha dele devolver o crédito ao espoliado odorico.

e tem que a martin claret, através de licitações públicas, abastece escolas com
seus despautérios. será que ela acha mesmo que não faz mal plagiar, e que decerto
tanto faz para os aluninhos, para o ensino público (e privado), se a tradução é de
A ou B? será que ela acha que os professores sabem das falcatruas, e que eles
também dão de ombros?

mas me digam, sinceramente: desse jeito como é que alguém vai poder reclamar que
nossos alunos têm formação fraca, insuficiente, e chegam à universidade com
enormes lacunas? pois se as letras, o trabalho intelectual, a existência de um
imenso mundo histórico-cultural parecem estar se tornando conceitos meio abstratos
e antiquados?

e é assim que encontramos esforçada tese de pós-graduação sobre teoria e tradução


da ilíada, num departamento de línguas clássicas e vernáculas de uma universidade
federal brasileira, que traz pacientes cotejos entre o original em grego, as
propostas de tradução do próprio autor, de um erudito de língua inglesa, de
haroldo de campos, carlos alberto nunes e alex marins!

mas como é isso? simplesmente ignora-se a existência de alguém chamado odorico


mendes? e nem para se dar conta de que alex marins não existe?! e que a edição da
claret é um plágio da obra de tradução de odorico?! não se pesquisam os materiais
de trabalho neste país?

bom, mas por que haveriam de pesquisar? pois se o que os alunos de primeiro e
segundo grau lêem na escola, tanto faz se foi traduzido por eça ou nassetti,
lobato ou jean melville, schnaiderman ou marins... e quando essa meninada cresce e
vai à faculdade, como é que vai saber que existe uma bagagem, uma tradição, uma
história das letras nacionais que passa pelas traduções, se não aprendeu isso na
escola? e nesse meio tempo quantos anos esses jovens passaram lendo os "livros-
clipping" da claret, entre a puberdade e a idade adulta, no segundo grau e na
faculdade?

sr. claret, não tenho palavras para expressar meus sentimentos em relação à sua
imensa e contínua contribuição para a desmemória e incultura nacional. cabem-lhe à
luva as palavras homéricas [na tradução de odorico] que dão título a este post.

tenho certeza de que muita gente se entristece - de minha parte quase choro.

imagem: www.afleurdepeau.com

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09/12/2008
fiz que fui, mas acabei não fondo

essa história de a imprensa "descontinuar" notícias é uma coisa... a gente fica


meio no ar, pensa que a última notícia é a que está valendo, e depois nem sabe
mais o que aconteceu ou deixou de acontecer.

pois em 24 de setembro do ano passado a grande imprensa divulgou a nota conjunta


da objetiva (santillana-prisa) e da martin claret, anunciando a intenção da
objetiva em adquirir 75% da claret.

só que aí veio aquele perequetê dos plágios da claret em cima do boris


schnaiderman, do modesto carone, da maria helena rocha pereira, do jamil almansur
haddad, das notas do ovídio da ed. hedra.

em janeiro e final de fevereiro deste ano, a imprensa ainda divulgou que as


negociações estavam em andamento.

aí nunca mais ouvi falar nada. tive uma notícia aqui, outra ali, sobre acordos da
claret com editora lesada, de retirada de títulos fraudados etc. (que na época
divulguei no antigo blog assinado-tradutores).

agora fui informada nestes últimos dias que a negociação se interrompeu e que a
objetiva desistiu da compra. talvez a razão tenha sido o desgaste da imagem da
claret. eu, de minha parte, como humilde cidadã preocupada com o tremendo lesa-
patrimônio intelectual e torcendo pela integridade editorial neste país, acho que
a razão mais forte deveria ser, não o desgaste da imagem - que, aliás, não é
gratuito nem se deu por acaso ,- e sim o catálogo tão profundamente bichado da
martin claret. já pensaram que encrenca seria a objetiva arrumar tudo aquilo?!
então, para concluir, parece que a imprensa "descontinuou" a notícia simplesmente
porque a negociação não se consumou.

nunes que me empreste sua frase e me permita a adaptação ;-)

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08/12/2008
ah, mas assim não vale II
e que ninguém me diga que a claret mantém nas livrarias o discurso do método com
seu indescritível nassetti só porque tem junto as regras para a direção do
espírito, e que o discurso do método que ela lançou agora vem com as meditações,
mas não com as regras, e que é por isso que ela mantém o inconcebível nassetti! e
isso é lá razão? só se for para faturar dobrado.

fnac:

DISCURSO DO METODO REGRAS PARA A DIRECAO DO ESPIRITO -


OBRA - PRIMA DE CADA AUTOR
RENE DESCARTES
MARTIN CLARET
ISBN: 8572324089

cultura:
DISCURSO DO METODO MEDITAÇOES
Coleção: A OBRA PRIMA DE CADA AUTOR
Autor: DESCARTES, RENE
Editora: MARTIN CLARET

cultura:
DISCURSO DO METODO/REGRAS PARA DIREÇAO DO ESPIRITO
Coleção: OBRA-PRIMA DE CADA AUTOR
Autor: DESCARTES, RENE
Editora: MARTIN CLARET

travessa:

TÍTULO: DISCURSO DO METODO / REGRAS PARA A DIREÇAO DO ESPIRITO


ISBN: 8572324089
COLEÇÃO: A OBRA-PRIMA DE CADA AUTOR
ANO EDIÇÃO: 2000
AUTOR: Rene Descartes

complicado. vai ser difícil acreditar. afinal, se é de pequenino que se torce o


pepino, que tolice supor que agora é que ela iria mudar...

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ah, mas assim não vale!

começa que, no meu mundo, até prova em contrário as pessoas falam a verdade e
existe algo chamado boa-fé.

então vi que a mc (chamada entre alguns círculos de "mata-cultura") estava


começando a relançar títulos que ela havia fraudado em sua coleção com os
nassettis e marins da vida durante quase 10 anos, e agora vinham em novas
traduções.
como meu interesse é, digamos, "cívico" (sou do tempo em que a gente tinha aula de
"educação moral e cívica" na escola), não hesitei em divulgar a notícia. apontando
as insuficiências, dando sugestões etc., mas também saudando os novos ventos na
mc.

pois é, começa por aí. então continua que não vi a nova edição, não conheço o sr.
paulo sérgio brandão, não encontrei nenhuma referência no google a traduções suas,
a não ser o próprio elogio da loucura da mc, mas confiei e continuo a confiar que
se trata de uma tradução legítima. quanto à qualidade e méritos do referido
trabalho de tradução, não compete a mim avaliá-los, e sim aos conhecedores e
estudiosos da obra de erasmo. mas todos sempre torcemos pelo melhor, claro, e
ninguém gosta de ver circo pegar fogo.

mas aí, como sou meio meticulosa e gosto de saber onde estou pisando, fui passear
por algumas livrarias virtuais. comecei pela fnac, e tomei um susto:
ELOGIO DA LOUCURA
ERASMO DE ROTTERDAM
MARTIN CLARET
ISBN: 8572324046 [pois este isbn é o do plágio; a nova ed. é a 754-1]
então fui para a livraria da travessa, e pimba:

DADOS DO PRODUTO
TÍTULO: ELOGIO DA LOUCURA
ISBN: 8572324046
IDIOMA: Português.
ENCADERNAÇÃO: Brochura Formato: 11,5 x 18 126 págs.
COLEÇÃO: A OBRA-PRIMA DE CADA AUTOR
ANO EDIÇÃO: 2000
AUTOR: Erasmo de Rotterdam

não acreditei, e fui para as livrarias curitiba, e pimba de novo:

Elogio da Loucura - 37 - Martin Claret


Autor(es): Erasmo de Rotterdam
Edição: 1
Editora: Martin Claret
Ano: 2000
Páginas: 126

bom, aí fica fácil, e é meio uma comédia ou, melhor, uma farsa.

acho que não ensinaram ao sr. claret que não dá para ter tudo na vida, e não dá
para servir a dois senhores ao mesmo tempo, nem dá para querer o melhor dos dois
mundos.

ou bem ele faz uma nova edição de verdade, honesta, íntegra, válida e legítima, e
tira de circulação sua tranqueiragem anterior que tanto tem contribuído para a
franca deterioração de qualquer mínimo patamar de decência cultural neste país, ou
bem continua com seu império da fraude próspero e vicejante.

agora, querer faturar dos dois lados, aí complica e sinceramente entendo isso como
dupla fraude.

sinto-me desobrigada de parabenizar a editora pelos supostos ventos renovadores.


na verdade, anda parecendo que é mais um capítulo da esperteza do sr. claret,
para enganar os tolos como eu. se quiserem, eles é que provem o contrário, e sem
cinismo.
imagens: wolfinghour.blogspot.com; smiley, sadclown

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acaba até ficando bonito para o sr.
sei lá, dizem: o ótimo é inimigo do bom. e a moral implícita é que não adianta
berrar demais.

por outro lado, meu coração fica miudinho, apertadinho, quando vejo, numa olhada
super-rápida no google, teses, artigos, ementas de cursos, acervos de bibliotecas,
concursos, licitações para o elogio da loucura daquele nassetti.

será que o sr. claret não podia aproveitar os novos ventos que sopram em sua
editora e começar a repor os exemplares fraudados por exemplares corretos? não
podia aproveitar e se desculpar com os estudantes de graduação e pós-graduação que
usaram essa edição da claret em suas teses e monografias? não podia fazer um
recall geral e errata pública durante três dias em jornais de grande circulação
nacional?

vá fazendo um por um, sr. claret. comece com o elogio da loucura que o sr. já
relançou em 2008 com tradução que parece de verdade - o sr. deve saber quantos
exemplares vendeu das edições anteriores, e nem todo mundo vai se dar ao trabalho
de atender a seu recall. que uns 50% das pessoas façam a troca, e olhe lá - ainda
assim o sr. ficou no lucro, mas pelo menos desfaz o mal que fez, antes tarde do
que nunca. e divulgue errata pública, porque aí as pessoas podem corrigir em seus
exemplares, os professores em suas ementas, os bibliotecários em suas fichas etc.
acaba até ficando bonito para o sr.

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6500&p=2
http://www.lahes.ufjf.br/publicacoes/Coloquio2%20PDF/Daniel%20Eveling%20da%20Silva
.pdf
www.fundamentalpsychopathology.org/8_cong_anais/MR_364c.pdf -
www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=284&class=13 –
www.unioeste.br/prppg/download/pos_nao_iniciados/Esp_cvel_FundEducacao.pdf -
http://www.colegionotredame.com.br/Listas/EM/Lista%20de%20material%203ª%20série%25
2...
www.lle.cce.ufsc.br/congresso/trabalhos_literatura_espanhola/Veronica%20Rangel%20B
arreto.doc
www.portalmedico.org.br/revista/bio11v1/artigo4.2.htm
www.alb.com.br/anais16/sem07pdf/sm07ss10_10.pdf
200.17.209.5:8000/cgi-bin/gw_42_13/chameleon.42.13a?host...ufpr&conf...
www.metodistademinas.edu.br/proreitoriaacademica/pesquisa/P8.doc
www.fiscosoft.com.br/main_index.php?home=home_artigos&m=_&nx_=&viewid=200837
www.unama.br/concurso_publico/provas_gabaritos/provas_tucurui/professor_lingua_por
tuguesa.pdf
www.rsirius.uerj.br/boletim2005/Boletim_9.htm
www.outrostempos.uema.br/curso/adriana.doc
www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2007/resumos/R0452-1.pdf
www.portalmedico.org.br/revista/bio11v1/artigo4.pdf
www.alumac.com.br/biblioteca.htm
www.ambito-juridico.com.br/pdf/index.php?id=813&titulo...1
www.biblioteca.ucg.br/acervo/Pesquisa.aspx?ASSUNTO=MEDIEVAL
www.unimeo.com.br/biblioteca/pdf/ref_letras.pdf
publique.rdc.puc-rio.br/revistaalceu/media/alceu_n16_Campos.pdf
renascimento.clio.pro.br/biblioteca.
www.nemed.he.com.br/acervo_doc.htm - ufpr
www.orion.med.br/yogace/ytsbibli.htm
http://www.unicap.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=118
bdtd.bczm.ufrn.br/tedesimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=76
www.cefetmg.br/info/downloads/PrEletronico005.2005LIVROS.pdf
www.projetoradix.com.br/arq_artigo/teses/tesemarcolino.pdf
libdigi.unicamp.br/document/?view=vtls000325452
teses.ufrj.br/ip_d/fatimarochaluizvianna.pdf
bibtede.ufla.br/tede//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9
http://ibict.metodista.br/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=285
ibict.metodista.br/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1019
coralx.ufsm.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=516
coralx.ufsm.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=515
www.ciencialit.letras.ufrj.br/trabalhos/2007/celiamattos_domquixoteaprocura.pdf

37 livros encontrados para: Editora: martin claret; Titulo: +elogio +da +loucura;
Autor ou titulo: +elogio +da +loucura; 0,0243 segundo, na estantevirtual

o sr. vê: 37 exemplares, é tão pouquinho... mas estão lá. ofereça a troca, ué, por
que não?

e assim vai, de um em um, sistematicamente. pedindo desculpas, repondo o produto,


e assim por diante. aí fica bom, não concorda?

imagem: www.recantodossonhos.com.br

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algo de novo no front?
a coisa que eu mais quero no mundo é que a listinha das vítimas diminua.

e constato que a martin claret começou a reeditar alguns títulos de seu esdrúxulo
catálogo, mas agora com traduções aparentemente verdadeiras.

então, ao que parece, temos disponíveis no mercado novas edições da claret no ano
de 2008, a saber:

- dom quixote em 2 volumes, agora com atribuição correta da tradução dos viscondes
castilho e azevedo, em domínio público, em lugar da inacreditável atribuição a
jean melville no cadastro da fbn, 85-7232-643X;
- elogio da loucura, já comentado em post anterior, agora em tradução de paulo
sérgio brandão, em lugar do plágio perpetrado em cima de paulo m. de oliveira;
- discurso do método e meditações, em tradução de roberto leal ferreira, em lugar
do discurso do método e regras para a direção do espírito em tradução atribuída ao
inefável nassetti.

ok, parece um passo inicial. tímido, insuficiente, mas o que diminui não aumenta.
isto é, se a martin claret diminuir ou parar com os plágios, já é uma boa coisa.
melhor começar do que não começar, certo?

ok também em relação aos leitores, a partir de agora, em relação a esses títulos


relançados.

ainda não ok: os leitores que compraram os plágios durante 10 anos; os tradutores
plagiados que não tiveram seus direitos morais restaurados nos plágios desses 10
anos; os lares, escolas e bibliotecas com centenas e centenas e centenas de
milhares desses plágios; as teses, artigos, estudos, matérias, papers,
conferências, ementas escolares, bibliografias para concursos e vestibulares que
usaram, usam e continuarão a usar essas edições anteriores a 2008.*

ainda não ok: os outros quase 200 títulos com plágio ou contrafação que continuam
por aí, belos e formosos.

ainda não ok: o ritmo. a martin claret era bem rápida, até voraz, em lançar um
plágio após o outro, numa sucessão vertiginosa. em 2008 inteiro, só 3
substituições no catálogo? não é meio pouco? nesse ritmo, vão mais uns 60 e tantos
anos...

* este aspecto é fundamental: livro não é leite. a claret não é a parmalat.


estante não é geladeira. plágio não é água oxigenada. e o prazo de validade de uma
obra é indeterminado. portanto, as edições anteriores desses títulos relançados
continuarão como fonte de consulta e referência bibliográfica por muitos e muitos
anos.

então acelere aí seu ritmo, sr. claret, que o povo está torcendo e quero começar a
diminuir logo a listinha dos tombados à sanha claretiana e novaculturaliana.

imagem: theshyster65, flickr, heavy influences

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07/12/2008
em campanha para o prêmio paulo rónai

desde 1995, a fundação biblioteca nacional (fbn) entrega anualmente o prêmio paulo
rónai de tradução ao autor da melhor tradução literária do ano, contemplando
também a editora que publicou a obra.

assim, já foram laureados vários nomes que honram nossa listinha de quem não gosta
de plágio: aurora bernardini, ivo barroso, geraldo cavalcanti, marco lucchesi,
mauro gama, leonardo fróes.

além disso, o prêmio paulo rónai pode ser atribuído ao conjunto da obra de
tradução.

de minha parte, eu não teria qualquer dúvida em reconhecer a amplitude, a


envergadura e a importância do conjunto da obra tradutória de três nomes.

lastreio minhas indicações no histórico registrado na própria fundação biblioteca


nacional. veja lá, caro leitor, se você também não concorda.

para conferir minhas indicações, clique aqui e depois clique em "nome do autor".
na nova tela, preencha o campo com o nome:

- alex marins / aley marins / marins, alex *

- jean melville / melville, jean

- massetti, pietro / nassetti, pietro / nassesi, pietro / wassetti, pietro

podem me achar repetitiva - mas, se eu não defender minhas convicções, quem as


defenderá? paulo rónai para o triunvirato, paulo rónai para a martin claret! viva!

* ooops: ia esquecendo - veja também marino, alex, rivalizando com godofredo


rangel em mulherzinhas!

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06/12/2008
quando éramos jovens
obrigada, renato.

valêncio, o que dizer...


valêncio era o valêncio, quer dizer, aquela figura irônica, quando conheci já
grisalho, sempre meio descabelado e com ar afoito andando pela XV ou batendo o pé
com impaciência nas salas da FCC, a voz meio desafinada, aflito, uma missão a
cumprir e todos os filisteus lhe pondo pedras no caminho.
em 1975 é criada a cinemateca do museu guido viaro. valêncio, claro, à frente,
como diretor até 1988.
passado todo esse tempo, talvez a cena fique meio indistinta para quem tem menos
de 40 anos e, principalmente, para quem nunca morou em curitiba.
e talvez se borre a lembrança do que era aquela arena heterogênea e polivalente,
com valêncio, homero, chico, berê, os irmãos wagner, iwersen, fernando severo,
rui, sérgio bianchi.

foi uma época valente, e valêncio era o respiradouro, valêncio foi o galvanizador.

e talvez seja sina do valêncio que seja lembrado sobretudo pelo seu mez da grippe,
lançado em 1981, e o qual ele próprio ironizava bastante, como uma espécie de
brincadeira ou provocação de enfant terrible meio cansado de uma certa
autocomplacência local.
e talvez seja sina do valêncio que seu fulgor, seu carisma, sua coragem em ser
antipático quando precisava, sua coragem em apostar em causas azarãs, só consigam
ainda cintilar genuinamente em alguns raros anais.

mas talvez possa vir algum memorialista, algum historiador da cultura, algum
poeta, e seja capaz de recompor seu papel de aglutinador, a liderança cultural, a
tremenda e desgastante luta que ele manteve durante 13 anos à frente da
cinemateca, debatendo-se entre a burocracia, a falta de verba, as críticas sempre
onipresentes, as rivalidades e pequenos estrelismos da província - e mesmo assim
conseguindo criar e manter o espaço cultural mais moderno, mais aberto, mais
dinâmico, mais antenado com o mundo que curitiba já teve.

faz parte de minha lista de agradecimentos à vida que eu tenha tido o privilégio
de compartilhar tangencialmente algum tempo e algum espaço por onde esteve
valêncio xavier.

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05/12/2008
self-service

se você tiver também pensamentos de pascal pela descerebrada claret, aproveite o


embalo para corrigir a página de rosto.

onde está escrito "pietro nassetti", leia-se "leonel vallandro" (ed. globo/mec).

imagem: www.erich-hat-jetzt-zeit.de

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utilidade pública
quem por acaso tiver algum exemplar do elogio da loucura de erasmo de roterdã na
infeliz edição da claret, por favor corrija os créditos de tradução na primeira
página:

em vez de alex marins, o verdadeiro tradutor é paulo m. oliveira (atena editora).

imagem: http://www.lloydgomez.com/
refiro-me à ed. 85-7232-404-6.*
* "alex marins" no exemplar físico que tenho em mãos, mas cadastrada na fbn/isbn
em nome de pietro wassetti, sic.

[aparentemente, em 2008 a mc resolveu refazer a edição, agora em nome de paulo


sérgio brandão, cadastrada na fbn sob n. 978-85-7232-754-1. não a conheço, mas
espero que seja de fato uma nova tradução, de direito próprio.

resta aguardar a errata e a substituição das dezenas de milhares de exemplares


fraudados que têm sido vendidos pela martin claret, em edições sucessivas desde
2000, aos incautos leitores e a todas as instituições públicas e privadas de boa-
fé.]

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04/12/2008
quiz

teste seus conhecimentos de literatura portuguesa e brasileira, e responda quem


traduziu para o português as seguintes obras:
- a encarnação
- quincas borba
- papéis avulsos
- ressurreição
- o velho da horta
- marília de dirceu
- o primo basílio
- a carta de pero vaz de caminha
- os sonetos de bocage
- a língua e o estilo de rui barbosa
- contos fluminenses
confira suas respostas entrando na telinha de consulta da fbn. a seguir digite no
campo em branco o código de cada obra para ter o resultado.
- 72324577
- 7232447X
- 72327150
- 72326715
- 72325646
- 72325115
- 7232528X
- 7232500X
- 72326073
- 72326960
- 72327185
divirta-se! *

* já não tão divertido, talvez, é que as respostas existam, com chancela oficial e
tudo.

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03/12/2008
contra o indiferentismo

neste ano de pesquisas, conversei com muita gente: editores, livreiros, entidades
públicas, entidades privadas, associações diversas, tradutores, herdeiros.

quanto aos tradutores lesados ainda vivos ou aos herdeiros, os contatos possíveis
já foram feitos. o que fizeram, fazem ou farão a respeito cabe ou coube a eles
decidir.
pessoalmente não pretendo voltar a este ponto. continuarei a avisar editoras e
tradutores/descendentes sempre que tiver conhecimento de alguma irregularidade.
por ora, gostaria apenas de colocar minha opinião frente à reação de indiferença
por parte de alguns deles:

o que um "herdeiro" herda não são "direitos", não é o "direito" de dar de ombros.
o que ele herda é acima de tudo um dever - o de zelar pelo que lhe foi legado, a
defesa da memória.

acho que é meio por isso que insisto tanto nessa história dos plágios: como
brasileira, também me sinto herdeira, ainda que em minúscula parcela, do
patrimônio intelectual do país, e acho que a gente tem, sim, que cuidar dele.

imagem: mais matisse, www.mitmuseum.dk

POSTADO POR DENISE 3 COMENTÁRIOS


recapitulando
prometi para um leitor que publicaria este scan comparativo da divina comédia.
naturalmente não pretendo "convencer" ninguém, pois afinal quem tem olhos que
veja, certo? para quem está ainda se iniciando nessa história toda, recomendo
vivamente que consulte o original do dante para entender a questão com toda a
clareza. [neste exemplo tomado ao acaso, trata-se do cap. XXX do purgatório.]

a tradução de hernâni donato, mais do que uma tradução, é uma vasta recriação
digamos "parnasiana" dos versos tersos e enxutos de dante. é uma bela obra que
chega quase a constituir uma obra originária de direito próprio, tão afastada
está, em estrutura, estilo e léxico, da divina comedia italiana. assim, eventuais
diferenças de termos na suposta tradução de fábio alberti não passam de tentativas
cosméticas de disfarçar a cópia.
esta fraude já foi admitida pela ed. nova (in)cultural, que retirou o livro de
catálogo e está indenizando a editora l&pm por lhe ter cedido essa pseudotradução
num contrato de sublicenciamento de direitos.
resta o problema das centenas de milhares de exemplares da divina comédia
fraudada, que se encontram em lares, escolas e bibliotecas, e que, a meu ver,
teriam de ser substituídos num vasto recall por iniciativa da empresa responsável
pelo delito e de sua parceira suzano celulose.

POSTADO POR DENISE 0 COMENTÁRIOS


02/12/2008
pernas pra que te quero

imagem: http://gfxb.smpgfx.com/Look-Inside/covers/2888778.jpg

na coluna à direita há uma listinha do bem, "eu não gosto de plágio".

hoje criei uma outra, que é uma listinha com vários livros e seus respectivos
supostos pretensos ditos alegados tradutores.

é deles que eu fujo.


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01/12/2008
YEP!!!

adoro todas as manifestações contra plágios.


sem querer desmerecer nenhuma, acho que eduardo sterzi falou o que eu penso, com
todas as fibras do coração e os neurônios da cabeça:

"É inacreditável que nada ainda de efetivo tenha sido feito pelo Ministério
Público contra a Nova Cultural e a Martin Claret, empresas descaradamente
criminosas."

também acho inacreditável. mas me recuso a me dar por vencida, e por isso ainda
estamos aqui, certo? então, sr. ministério público, vamos nos mexer?

p.s.: a figurinha acima é matisse, blusa romena

POSTADO POR DENISE 2 COMENTÁRIOS


30/11/2008
a tournament of lies
r.e.m., this is the end of the world as we know it.
meio velhinho para quem gosta de rock, minhas desculpas.

em todo caso, achei que seria um bom final de domingo e que ilustra bem a
devastação - mas, ao contrário do michael stipes, EU don't feel fine ;-)

meu afeto a todos que tampouco feel fine!

o stipes é feroz na letra. para quem se interessar:

That's great, it starts with an earthquake, birds and snakes, an aeroplane -


Lenny Burnside is not afraid. Eye of a hurricane, listen to yourself churn -
world serves its own needs, don't misserve your own needs. Feed it up a knock,
speed, grunt no, strength no. Ladder structure clatter with fear of height,
down height. Wire in a fire, represent the seven games in a government for
hire and a combat site. Left her, wasn't coming in a hurry with the furies
breathing down your neck. Team by team reporters baffled, trump, tethered
crop. Look at that low plane! Fine then. Uh oh, overflow, population,
common group, but it'll do. Save yourself, serve yourself. World serves its
own needs, listen to your heart bleed. Tell me with the rapture and the
reverent in the right - right. You vitriolic, patriotic, slam, fight, bright
light, feeling pretty psyched.

It's the end of the world as we know it.


It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it and I feel fine.

Six o'clock - TV hour. Don't get caught in foreign tower. Slash and burn,
return, listen to yourself churn. Lock him in uniform and book burning,
blood letting. Every motive escalate. Automotive incinerate. Light a candle,
light a motive. Step down, step down. Watch a heel crush, crush. Uh oh,
this means no fear - cavalier. Renegade and steer clear! A tournament,
a tournament, a tournament of lies. Offer me solutions, offer me alternatives
and I decline.

It's the end of the world as we know it.


It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it and I feel fine.

The other night I tripped a nice continental drift divide. Mount St. Edelite.
Leonard Bernstein. Leonid Breshnev, Lenny Bruce and Lester Bangs.
Birthday party, cheesecake, jelly bean, boom! You symbiotic, patriotic,
slam, but neck, right? Right.

It's the end of the world as we know it.


It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it and I feel fine...fine...

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como esquecer?

como sempre, matisse, à vontade na cor e na forma, como um grande tradutor entre
as palavras
se eu puder opinar, e sem querer desfazer de vários outros aspectos envolvidos no
problema do plágio como prática editorial sistemática, concordo com francis h.
aubert quando ele diz, em comentário deixado aqui no blog:

"O que mais incomoda no plágio é o apagamento, a tabula rasa que faz do esforço,
da dedicação, da perseverança do plagiado. Gera uma falsidade não apenas pessoal,
mas histórica, que assim perde sua credibilidade."

e acrescento: se se multiplicar essa tabula rasa por dezenas e dezenas de nomes


(godofredo rangel, casimiro fernandes, wilson lousada, mário quintana, péricles
eugênio da silva ramos, jamil almansur haddad, lívio xavier, ligia junqueira,
boris schnaiderman, modesto carone e tantos, tantos outros), o apagamento é quase
de toda a história da formação cultural e literária em nosso tão colonial brasil
na primeira metade do século XX, e mesmo mais além...

pois como alguém pode ler essa frase tão bonita, tão à vontade em nossa língua:

"Nos montes de Seeonee, ali pelas sete horas daquele dia tão quente, Pai Lobo
despertava do seu longo sono, espreguiçava-se, bocejava e estirava as pernas para
espantar a lombeira entorpecente."

ou:

"Os menores rumores nas ervas, o movimento das brisas, as notas do canto da
coruja, cada arranhadura que a garra dos morcegos deixa na casca das árvores onde
se penduram por um momento, a lambada n'água de cada peixinho ao dar pulos na
superfície - tudo significa muito para os animais da floresta."

e não reconhecer aí uma inesquecível, uma indescritivelmente bela aula de amor à


própria língua? com os peixinhos, com a lambada n'água, a lombeira, o espreguiçar,
os pulos?

como acreditar que isso tenha sido escrito por um fantasma pavoroso, um ectoplasma
apodrecido, chamado alex marins, numa das mais indecentes editoras deste país,
martin claret?

como esquecer monteiro lobato?


imagem: matisse, www.tounotopos.blogs.sapo.pt

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29/11/2008
viva!

antésima como sou nas técnicas bloguísticas, devo ter feito alguma coisa que
desabilitou o campo dos comentários por um tempão.

mas hoje, finalmente, consegui descobrir onde estava o problema (que se revelou,
claro, absolutamente trivial). então fiquei toda feliz, e catei no outlook várias
mensagens e comentários que tinham sido decapitados e juntei todos na explicação
dada na época do sumiço. foi muito legal rever tanta força, simpatia e gentileza
de tanta gente que não gosta de plágio.

obgíssima a todos, e vamos tocando nosso barquinho.

imagem: osentidodascoisas.blogspot.com

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28/11/2008
coisas boas
calder

que legal! amanhã, na primavera dos livros da libre, vai ter no palácio do catete
uma mesa-redonda sobre tradução literária e a formação cultural no brasil.
turminha maravilhosa: gente que não gosta de plágio, colegas muito queridos -
celina portocarrero, marco lucchesi, oséias silas ferraz (leia-se crisálida, como
moderador) e sérgio molina.

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angu de caroço
então, para quem está acompanhando o deslindamento desse fenômeno inédito na
história editorial brasileira, a saber, a instauração do plágio de traduções em
escala industrial como prática sistemática, por obra e graça da editora nova
cultural, há alguns dados interessantes.

uma comparação entre a coleção "imortais da literatura universal" da abril


cultural e a coleção "imortais da literatura universal" da nova cultural mostra o
seguinte:

1. a coleção da abril cultural tem 50 títulos; a da nova cultural tem 20 títulos.

2. entre estes 20 títulos da coleção da nova cultural, 16 já tinham sido


publicados na coleção da abril cultural.

3. não faziam parte da coleção dos imortais da abril: a mulher de trinta anos, as
três irmãs, conto de duas cidades e mulheres apaixonadas. de qualquer maneira, à
exceção de conto de duas cidades, os outros 3 tinham sido publicados em outras
coleções da abril cultural: "grandes romancistas" e "teatro vivo".

4. entre os 16 títulos comuns às duas coleções (abril e nc), 2 são em português,


machado de assis e eça de queirós.

5. entre os 14 títulos traduzidos comuns às duas coleções, 5 têm a mesma tradução:


relações perigosas, o sol também se levanta, a idade da razão, decamerão e moll
flanders.
6. os outros 9 títulos em comum entre as duas coleções (abril e nc) têm créditos
de tradução diferentes:
- dostoievski, irmãos karamázovi - enrico corvisieri
- emily brontë, o morro dos ventos uivantes - rachel de queiroz
- tolstói, ana karênina - mirtes ugeda
- stendhal, o vermelho e o negro - maria cristina f. da silva
- e. zola, germinal - eduardo nunes fonseca
- scott fitzgerald, suave é a noite - enrico corvisieri
- a. dumas, os três mosqueteiros - mirtes ugeda
- oscar wilde, o retrato de dorian gray - maria cristina f. da silva/ enrico
corvisieri
- j. swift, viagens de gulliver - therezinha monteiro deutsch

7. as traduções de rachel de queiroz e de eduardo nunes fonseca aparecem na edição


da nova cultural sob as licenças respectivas da record e da hemus.

8. restam 7 traduções aparentemente novas - 2 a cargo de enrico corvisieri, 2 a


cargo de mirtes ugeda, 2 a cargo de maria cristina f. da silva (e também de enrico
corvisieri, na imprenta) e 1 a cargo de therezinha monteiro deutsch.

9. após alguns cotejos, não constatei plágio na tradução de therezinha monteiro


deutsch.

10. as outras 6 são plágios flagrantes.

11. quanto aos 4 títulos da nova cultural que não constavam na coleção anterior da
abril cultural, 2 retomam as mesmas traduções anteriores de outras coleções da
abril (as três irmãs e mulheres apaixonadas)

12. já a tradução de a mulher de trinta anos, atribuída também a enrico


corvisieri, é plágio da tradução original de araújo nabuco.

tabulando um pouco, numa coleção composta por um total de 20 títulos, temos:


- 2 originais em português (10%)
- 7 traduções repetidas (35%)
- 2 traduções por licença (10%)
- 2 traduções novas (10%)
- 7 plágios (35%)

numa coleção composta por um total de 18 títulos traduzidos, temos a seguinte


distribuição:
- enrico corvisieri: 22,22% *
- mirtes ugeda e maria cristina da silva: 11,11% cada
- todos os demais: 5,5% cada
* considerando a dupla atribuição em dorian gray

numa coleção de 18 títulos traduzidos, temos:


- 38,88% de traduções repetidas de coleções da abril cultural
- 11,11% de traduções por licença
- 11,11% de traduções novas
- 38,88% de traduções plagiadas.

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e por onde continuou

então eu queria deixar esse ponto bem assente:


- em 1971 a abril cultural lançou sua coleção imortais da literatura universal,
com 50 títulos.

- em 1995, a nova cultural lançou sua coleção também chamada "imortais da


literatura universal", com apenas 20 títulos.

a relação completa dos "imortais da literatura universal" da nova cultural


(círculo do livro), com os respectivos créditos de tradução e números de isbns, é
a seguinte:

1. dostoievski, irmãos karamázovi - enrico corvisieri - 85-351-0485-2


2. emily brontë, o morro dos ventos uivantes - rachel de queiroz - 85-351-0494-1
3. honoré de balzac, a mulher de 30 anos - enrico corvisieri - 85-351-0495-X
4. tolstói, ana karênina - mirtes ugeda - 85-351-0496-8
5. ch. de laclos, relações perigosas - sérgio milliet - 85-351-0534-4
6. tchecov, as três irmãs - maria jacintha - 85-351-0502-6
7. machado de assis, brás cubas/ dom casmurro - 85-351-0553-0
8. stendhal, o vermelho e o negro - maria cristina f. da silva - 85-351-0569-7
9. e. hemingway, o sol também se levanta - berenice xavier - 85-351-0594-8
10. e. zola, germinal - eduardo nunes fonseca - 85-351-0605-7 (licença hemus)
11. scott fitzgerald, suave é a noite - enrico corvisieri - 85-351-0612-X
12. ch. dickens, conto de duas cidades - sandra luzia couto - 85-351-0628-6
13. sartre, a idade da razão - sérgio milliet - 85-351-0629-4
14. d. h. lawrence, mulheres apaixonadas - cabral do nascimento - 85-351-0660-X
15. a. dumas, os três mosqueteiros - mirtes ugeda - 85-351-0685-5
16. oscar wilde, o retrato de dorian gray - maria cristina f. da silva - 85-351-
0661-8 *
17. boccaccio, decamerão - torrieri guimarães - 85-351-0697-9
18. eça de queiroz, o primo basílio - 85-351-0714-2
19. j. swift, viagens de gulliver - therezinha monteiro deutsch - 85-351-0715-0
s/n. d. defoe, moll flanders - antônio alves cury - 85-351-0746-0

* esta edição do dorian gray inaugura o capítulo das trapalhadas da nova cultural:
na página de rosto consta o crédito de tradução a maria cristina f. da silva, mas
no verso da própria página de rosto da mesma edição, a tradução é atribuída a
enrico corvisieri. quem chamou a atenção para essa trapalhada foi marcelo bueno de
paula.

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27/11/2008
onde tudo começou
1. os irmãos karamázovi, círculo do livro, 1995, trad. natália nunes e oscar
mendes

2. os irmãos karamázovi, círculo do livro, 1995, "trad." enrico corvisieri


[clique em cima das imagens para vê-las ampliadas]

é engraçado, triste e irônico: os irmãos karamázovi, de dostoievski, em tradução


de natália nunes e oscar mendes (feita a partir da tradução em inglês) tinha sido
publicado pela josé aguilar em 1963.

1. em 1995, o círculo do livro, empresa do grupo c.l.c. (leia-se richard civita),


publicou essa tradução de natália nunes e oscar mendes em edição de capa dura.

2. no mesmo ano de 1995, a nova cultural, divisão do círculo do livro, inaugurou a


coleção imortais da literatura com a publicação do mesmo os irmãos karamázovi.
a página de imprenta especificava: "licença de tradução concedida por enrico
corvisieri".

essa suposta tradução de enrico corvisieri, porém, era uma cópia praticamente
literal, apenas com uma ou outra troca de palavras da tradução anterior de natália
nunes e oscar mendes.

o engraçado é que as duas edições, uma com dados corretos, outra com dados
fraudados, são publicadas pela mesma empresa no mesmo ano.

o triste é que, até onde vão minhas pesquisas, está aí o plágio que inaugurou a
próspera carreira de fraudes da nova cultural que se prolonga há mais de uma
década.

e a não pequena ironia consiste no tripudio da herança editorial que richard


civita recebeu de victor civita: foi exatamente com o mesmíssimo os irmãos
karamázovi de dostoievski que, 24 anos antes, em 1971, a abril cultural havia
inaugurado sua celebrada coleção de literatura, um marco na história editorial do
país, com o devido licenciamento da josé aguilar para o uso da tradução de natália
nunes e oscar mendes. *

mal decorrida uma geração após o lançamento da coleção da abril e mal passados
cinco anos da morte de victor civita, a nova cultural começou a implantação da
galeria de seus fantasmas tradutórios que até hoje continuam a assombrar o país.

* a relação dos 50 títulos que compunham a coleção da abril cultural (1971-72),


com respectivos tradutores, está em:
http://naogostodeplagio.blogspot.com/2008/10/continuando.html

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26/11/2008
"é muito difícil, trabalhoso, demorado"
hoje no final da tarde me liga christiane, da ed. nova cultural.
a história é que em outubro liguei para o instituto ecofuturo e para dr. pedro,
advogado da nova cultural, para saber em que pé estavam as coisas, o que iam fazer
com os alguns milhões de fraudes descabeladas que a editora tinha impingido à
sociedade, com sua coleção "obras-primas" e algumas obras da coleção "pensadores".
quanto à suzano celulose (mantenedora do instituto ecofuturo) já informei abaixo
as desconversas da diretoria da ong e a facilidade em proceder ao embolso de
dinheiro sujo para financiar seu pretenso bom-mocismo.
quanto ao dr. pedro, ele me aconselhou a falar com christiane, pois ele, como
advogado, fazia parte de um escritório de advocacia que apenas prestava serviços à
nova cultural e que não poderia dizer nada para não se ver "envolvido em saia
justa" junto à empresa. naturalmente, então, liguei para christiane.
muito urbana, muito polida, num estilo de executiva paulista que me soa tão
familiar, meio "casual", sempre naquele tom de "oh, somos tão legais, como é que
foi acontecer uma coisa dessas", queria vir aqui em casa, queria que eu fosse ao
escritório dela, queria "olhar olho no olho" pois "conversa ao vivo é diferente",
que, por mais que alguém se dissesse conhecedor de tons de voz pelo telefone, nada
substituía a honestidade do contato direto - UFA!!!! - e iria me explicar tudinho
só para eu entender que a nova cultural é ótima, tem as melhores intenções etc.,
aquela história toda.

ficou que ela estava embarcando para a feira de frankfurt dentro de dois dias e
que após o término da feira ela ligaria para combinarmos um encontro. eu: "sim,
sim, claro", porque era evidente que ela estava apenas marcando presença e não
tinha a menor intenção de comentar coisa alguma sobre as providências que a nova
cultural tomaria (ou NÃO tomaria) quanto a suas gigantescas fraudes na coleção
obras-primas.

claro que a feira terminou acho que faz quase um mês, nem lembrei mais da moça,
pois era evidente que era só conversa para boi dormir, e hoje me liga ela - "ah,
estou dando retorno, pois vc me pediu a posição da nc etc. etc.".

em suma, acho que ficamos uns 40 minutos, sempre aquelas absurdidades, frases
feitas, cinismo calejado, ela insistindo em encontro pessoal para ouvir o que eu
tinha a dizer. tentei explicar que EU não tinha nada a dizer, ELES é que deviam
ter algo a dizer. ao que christiane tentou me explicar longamente que é tudo muito
difícil, trabalhoso, demorado (aliás, todo o tom da coisa tinha um ar ... assim,
como dizer ... um pouco cafajeste, mas que seja - afinal, a moça é apenas uma
funcionária, e certamente estava apenas executando ordens de escalão mais
gabaritado em cafajestice.)

a conversa foi cômica e muito irritante: resumindo, segundo christiane, os


primeiros plágios (datados de 1995), na coleção "os imortais da literatura", já
estavam a cargo de janice florido, e que não eram de responsabilidade da empresa,
pois havia "delegação de responsabilidades", e que iriam fazer uma declaração
explicando que não sabiam de nada e nem teriam como nem por que saber, visto que
eram responsabilidades delegadas. como sou boazinha, orientei-a vivamente a não
declarar isso em lugar algum, pois estariam apenas passando um atestado de
irresponsabilidade. demorou um pouco até christiane entender e afinal concordou
entusiasticamente. [isso parece sugerir que é muito entranhada a cultura do
ponciopilatismo na n.c. ...]

outra coisa engraçada na conversa: a certas alturas, e meio de ponto em branco,


christiane promete em tom solene que as fraudes e plágios não voltariam a ocorrer;
ressalvou que, "claro, não podia garantir, nunca se sabe", mas que fazia votos que
não ocorressem mais.

outro ponto: enfatizei muito que questão de editora lesada e tradutor plagiado não
era comigo, isso eles que vissem ou deixassem de ver com os devidos interessados,
e que meu escarcéu era em relação ao patrimônio cultural dilapidado e à má-fé da
nova cultural contra o leitor - ou seja, ministério público e lei do consumidor em
defesa dos bens culturais do país.
ela então pediu uma proposta, e dei a mesma de sempre: errata pública durante 3
dias nos jornais de grande circulação no país, recall geral dos exemplares
vendidos e reposição das fraudes com obras devidamente creditadas a seus
verdadeiros tradutores. ela ficou de passar minha posição para a "presidência" e a
"diretoria" da empresa, e manifestou seu ceticismo a respeito. trocamos saudações
e ponto final.

assim vão se costurando os pontos: consultei várias vezes, por telefone e e-mail,
os principais envolvidos, publiquei mais de 500 posts no assassinado assinado-
tradutores, apresentei cotejos exaustivos etc. etc.

por outro lado, a nova cultural está nesse siricotico de tentar entender o que
está rolando ou vai rolar concretamente contra eles. fui clara, e disse com todas
as letras.
então as partes estão cientes, e ninguém vai poder dizer que foi pego de surpresa.

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17/11/2008
ai, ai, as desventuras de autores e tradutores que afligem também os leitores:

http://caquiscaidos.blogspot.com/2008/11/sem-poesia-no-sbado.html
solidariedade às amigas adriana lisboa e celina portocarrero, torcendo para que
tudo saia pelo melhor.

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14/11/2008
atualizando

para quem está acompanhando as discussões sobre a lei do direito autoral 9610/98,
no fórum nacional do direito autoral, minc, houve hoje uma atualização no blog do
minc, sobre o seminário de final de outubro, que contou com a participação dos
tradutores e apresentação de uma pauta de sugestões:
http://www.cultura.gov.br/blogs/direito_autoral/?p=44#more-44

e galeno amorim em seu blog:


http://blogdogaleno.blog.uol.com.br/
- Direitos Autorais, onde o bicho pega
Não se fala em outra coisa no meio editorial que não seja a discussão em torno da
proposta do Ministério da Cultura para modificar a atual legislação do direito
autoral no Brasil. Pelo menos 14 entidades do livro vêm se reunindo com impecável
freqüência na sede da Câmara Brasileira do Livro, em São Paulo, para avaliar o
caso.

- Congresso sedia debate sobre Direitos Autorais


Editores, livreiros e governo têm novo encontro marcado para a próxima terça-
feira, em Brasília: todos estarão lá na audiência pública convocada pela Comissão
de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados para debater as mudanças em curso na
questão dos direitos autorais no País.

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feliz ano?!
impressionante a desfaçatez de algumas editoras e a desmemória ou indiferentismo
de alguns veículos de comunicação.

assino o boletim eletrônico da publishnews, e ontem me deparei com a seguinte


notícia:

"Publishnews - 13/11/2008 - por Redação


Feliz Ano!
As editoras Geração Editorial e Leitura estão fechando o ano de 2008 com ótimas
notícias. Além do seu faturamento ter mais do que triplicado, a contratação de
mais um editor – Marcos Torrigo, ex-Madras e ex-Ediouro – também é motivo de
comemoração para as empresas. Outro selo do grupo, o Jardim dos Livros, ainda
fecha este ano celebrando o resultado obtido com a edição de A arte da guerra, de
Sun Tzu. O clássico chinês chegou ao primeiro lugar em todas as listas de mais
vendidos. "

ora, em julho de 2008 (quer dizer, nada tão antediluviano assim), a revista piauí
tinha publicado um longo artigo do saudoso jornalista e chefe de checagem adam sun
mencionando justamente essa edição da jardim dos livros: "o pega-pega da arte da
guerra".

com sua impagável verve, adam sun alertava:


"Os excessos da DPL podem parecer café pequeno ante a proeza da editora Jardim dos
Livros, cuja Arte da Guerra: Os Treze Capítulos Originais, lançada em tradução e
adaptação de Nikko Bushidô, é um embuste desde o frontispício até o último
capítulo. O livro, de 2006, traz na capa três afirmações bombásticas: 'Tradução do
chinês', 'Campeão de vendas', 'Edição completa'. Eis uma mentira: 'Tradução do
chinês'. A versão Jardim dos Livros é tradução do chinês feita através da língua
de Camões mesmo.
Nikko Bushidô promoveu um mega-arrastão nas versões brasileiras de Sunzi Bingfa.
Simplesmente surrupiou a produção intelectual de José Sanz (Record, 1983), Mirian
Paglia Costa e Caio Fernando Abreu (Cultura, 1994), Sueli Barros Cassal (L&PM,
2000) e Ana Aguiar Cotrim (Martins Fontes, 2002). Não contente, Bushidô arrebanhou
também o prodigioso editor Martin Claret e seu prestativo colaborador Pietro
Nassetti, tradutor de grandes habilidades, como se verá adiante. E mais:
reproduziu até o erro de atribuir a Sunzi uma frase de Santo Agostinho - 'O
objetivo das guerras é a paz' -, numa demonstração prática da técnica Lavoisier de
tradução."

o arsenal do guerreiro nikko bushido

naquela ocasião, publiquei quatro ou cinco posts no agora inconsultável


assinado:tradutores, detalhando alguns meandros da jardim dos livros (antiga
sapienza) e outros temas correlatos.

já é um absurdo inaceitável o que fez a jardim dos livros: plágio, prática lesiva
ao consumidor, concorrência desleal, falsidade ideológica etc.

agora, que a publishnews venha comemorar o sucesso da jardim dos livros obtido com
malfeitorias?! um feliz ano?! para quem?

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13/11/2008
a madame bovary da l&pm

ontem recebi a grata notícia da publicação de madame bovary, de flaubert, pela


l&pm, em tradução de ilana heineberg.

a história foi a seguinte: em outubro do ano passado, descobriu-se que a madame


bovary em tradução de araújo nabuco tinha sido plagiada. a editora nova cultural,
em 2002, tinha pegado essa tradução consagrada de araújo nabuco, feito algumas
poucas e levíssimas alterações e publicado esse plágio atribuindo a tradução a um
tal "enrico corvisieri", dentro de sua coleção "obras-primas" em parceria com a
suzano celulose (instituto ecofuturo).

em 15 de dezembro o jornal a folha de s.paulo publicou uma matéria, "crítico vê


plágio de versão de quintana", de autoria de marcos strecker, desmascarando três
plágios cometidos pela nova cultural/ecofuturo na mesma coleção "obras-primas":
- voltaire, contos, trad. original de mario quintana, plagiado sob nome de
"roberto domenico proença" [fraude constatada por manuel da costa pinto]
- edmond rostand, cyrano de bergerac, trad. original de carlos porto carreiro,
plagiado sob nome de "fábio m. alberti" [fraude constatada por ivo barroso]
- flaubert, madame bovary, trad. original de araújo nabuco, plagiado sob nome de
"enrico corvisieri" [fraude constatada por esta que vos fala]
http://recantodaspalavras.wordpress.com/2007/12/15/novo-caso-de-plagio-em-
traducao/#comment-159

a peculiaridade no caso do plágio da madame bovary era que a l&pm também tinha
editado exatamente o mesmo plágio da nova cultural/ecofuturo em nome de "enrico
corvisieri". contatada pelo repórter da folha de s.paulo, a l&pm declarou que
tinha feito uma permuta de títulos com a nova cultural. sentindo-se lesada em sua
boa-fé, por ter sublicenciado traduções legítimas suas em troca de traduções
falsificadas da nova cultural/ecofuturo, a editora entrou com uma ação judicial
contra a espertinha.

assim, em 10 de maio de 2008, o jornal folha de s.paulo publicou a matéria "plágio


leva l&pm a processar editora", de autoria de marcos strecker, sobre o contrato
fraudulento com que a nova cultural havia embaído a l&pm e as medidas judiciais
desta.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1005200820.htm

já na época em que a l&pm teve conhecimento das fraudes em que se vira


involuntariamente envolvida, ela teve por bem retirar de circulação todos os
exemplares de madame bovary que havia editado por sublicenciamento da nova
cultural, e divulgou suas providências em seu site:
http://www.lpm-editores.com.br/v3/artigosnoticias/user_exibir.asp?ID=638229

a nova cultural/ecofuturo publicou mais de 100 mil exemplares ilegais só da madame


bovary, leitores saíram lesados, a memória tradutória do país foi atingida, lares,
escolas e bibliotecas ainda possuem esses exemplares criminosos.

saldo positivo não houve, não para as pessoas e empresas de bem. talvez para os
malfeitores. foi um desgaste e uma vergonha. a nova cultural admitiu o crime a
portas fechadas, mas não reparou os danos morais, materiais e culturais que
causou.

mas a l&pm está de parabéns pela forma como conduziu a defesa de sua integridade.
e possam agora os leitores ter acesso a uma nova edição, límpida, boa e honesta. e
possa nosso patrimônio literário traduzido continuar a aumentar com decência e
qualidade.

POSTADO POR DENISE 0 COMENTÁRIOS


12/11/2008
fascismo x causa pública
em vista do reiterado silêncio e da obtusa negativa dos responsáveis pelo
assinado-tradutores em recuar na censura retroativa e na falsificação de meus
arquivos no dito blog, símbolo do pior corporativismo, estreito, atrasado,
oportunista e autoritário, de que tenho notícia;

em vista da fácil solução adotada pelos ditos responsáveis, a saber, simplesmente


vetar meu acesso pessoal e qualquer outro acesso público ao blog;

em vista da responsabilidade que assumi em meu nome perante centenas e centenas de


pessoas na luta contra o plágio;

em vista da envergadura do saque ao patrimônio intelectual brasileiro, que


constitui uma causa de amplo interesse social e público, acima de mesquinhos
interesses de categoria profissional,

reproduzirei aqui - para acesso livre e irrestrito - os textos de minha autoria


outrora publicados no referido blog.

obs.: tentarei na medida do possível seguir a ordem cronológica em que esses


textos foram originalmente publicados.

POSTADO POR DENISE 0 COMENTÁRIOS


11/11/2008
...
dove sei?

por que o assinado-tradutores não admite mais acesso público a seu conteúdo?
POSTADO POR DENISE 0 COMENTÁRIOS
10/11/2008
nosso queridíssimo peterso não deixa barato:

http://vermelhocarne.blogspot.com/2008/11/quando-du-know-che-necesita-van-en.html

muito legal.

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