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AGENDA ESTRATÉGICA DO

AGRONEGÓCIO CAFÉ

Grupo de Trabalho nomeado


pelo Ministro Reinhold Stephanes
através da Portaria 510
de 03 de Julho de 2008

Outubro de 2008
AGENDA
ESTRATÉGICA DO
AGRONEGÓCIO CAFÉ

SUMÁRIO EXECUTIVO

Outubro/2008

1
INTRODUÇÃO

A Agenda Estratégica do Agronegócio Café foi elaborada pelo Grupo de Trabalho (GT)
criado pela Portaria GM/Mapa n° 510, de 3 de junho de 2008. A agenda é resultado de uma série
de reuniões do GT realizadas nos meses de julho, agosto e setembro de 2008, com a colaboração do
Centro de Inteligência do Café (CIC) e usando como base uma matriz de competitividade proposta,
discutida e priorizada pela cadeia produtiva no Workshop “Pensando o Agronegócio Cafés do
Brasil” realizado em 17 de abril de 2008.

O presente documento contém os seguintes itens:

• Sumário Executivo;

• Texto completo das propostas que compõem a Agenda;

• ANEXO 1: Tabelas apresentando esquematicamente a Agenda e contendo as ações


propostas, entidades envolvidas, termos de referência, prazos, orçamento, fontes de
recursos, etc.;

• ANEXO 2: Matriz de Competitividade do Workshop Pensando o Agronegócio Cafés do


Brasil; e

• ANEXO 3: Portaria GM/Mapa n° 510, de 3 de junho de 2008, que criou o Grupo de


Trabalho para elaboração Agenda Estratégica do Agronegócio Café.

2
SUMÁRIO EXECUTIVO
Como o próprio termo “agenda” indica, o presente documento organiza os principais
temas que os integrantes da Cadeia Produtiva do Agronegócio Café elegeram como fundamentais
ao desenvolvimento do setor e propõe encaminhamentos e ações para serem implementados em
prazos que variam de 60 a 180 dias, contados a partir da aprovação pelo Ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), do relatório
elaborado pelo GT.

A Agenda Estratégica do Agronegócio Café descreve 13 grandes temas identificados nas


matrizes de competitividade e propõe ações específicas e orçamentos para cada um deles, indica
diretrizes para o desenvolvimento de planos estratégicos, programas, projetos etc., bem como
sugere executores e recomenda prazos, conforme demonstra o resumo a seguir.

1. Estatísticas de Produção, Estoques, Consumo e Custos de Produção

A. Levantamento do parque cafeeiro e safras:

• Para levantamento do parque cafeeiro:


Ação: Grupo de trabalho com técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Departamento do Café (DCAF) com o objetivo de
definir metodologia e procedimentos;
Coordenação: DCAF;
Prazo: 90 dias.

• Para levantamento de safras e eventos ocasionais:

Ação: Aprimoramento e aperfeiçoamento dos trabalhos da Conab em cooperação


técnica com diversas instituições públicas e privadas afins.

B. Estoques:

Ação: O Comitê Diretor de Planejamento Estratégico do Agronegócio Café


(CDPE/Café) deverá criar comitê com representantes setoriais, membros do CDPC,
DCAF e equipe técnica do Departamento de Infra-estrutura e Logística (Diel), da
Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC/Mapa), para
definir plano de implantação dos procedimentos de cadastro e certificação de Unidades
Armazenadoras de Café (UAC’s);
Coordenação: Diel;
Prazo: 30 dias.

C. Consumo interno:

Ação: Estabelecimento de convênio de cooperação técnica entre Conab, Associação


Brasileira da Indústria de Café (Abic) e Associação Brasileira da Indústria de café
Solúvel (Abics) para aprimorar a metodologia, mecanismos de coleta de dados,
processamento de informações, análises técnicas e estatísticas, podendo recorrer
inclusive a consultorias especializadas;
Coordenação: DCAF;
Prazo: 90 dias.
3
D. Custos de produção:

Ação: Grupo de trabalho com técnicos da Conab e Embrapa visando estabelecer


procedimentos e metodologias;
Coordenação: DCAF;
Prazo: 120 dias.

Orçamento e ações referentes a todos os itens anteriores:


• Recriar na Lei Orçamentária Anual (LOA) e no Plano Plurianual (PPA) a ação
“Sistemas de Informação do Agronegócio Café (Siac)” para custear o
levantamento de dados estatísticos;
• Elaboração de termos de referência para editais visando à contratação de
consultorias, se for o caso;
• R$ 8.000.000,00 em 2009; e R$ 4.000.000,00 a.a. nos quatro anos seguintes.

2. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Ação: Atuação do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café


(CBP&D/Café), coordenado pela Embrapa Café, segundo diretrizes deste relatório,
criando mecanismos de sistematização e institucionalização da prospecção de
demandas, institucionalizando interação entre pesquisa e extensão rural, promovendo
captação de recursos externos, inserindo o Consórcio em fóruns estratégicos nacionais
e internacionais, com avaliação anual pelo Comitê Diretor de Pesquisa e
Desenvolvimento do Café (CDPD/Café), órgão assessor do CDPC e priorizando
mecanização do plantio à colheita, agricultura de precisão, questões ambientais,
aquecimento global, crédito de carbono e o programa de Produção Integrada do Café
(PIC).
Orçamento: Recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) nos
próximos cinco anos da ordem de R$ 18.000.000,00 em 2009 e nos quatro anos
seguintes, podendo ser utilizados como contrapartida recursos de outras fontes, de até
R$ 30.000.000,00 a.a.

3. Capacitação, Treinamento e Difusão de Tecnologia

Ação: O CDPD/Café deverá criar uma comissão para organizar e realizar um workshop
com o objetivo de construir as bases e diretrizes do Programa integrado de capacitação,
treinamento e difusão de tecnologia do agronegócio café.
Coordenação: DCAF;
Prazo: 120 dias.
Orçamento: R$ 5.000.000,00 a.a. do Funcafé nos próximos cinco anos; e R$
3.000.000,00 a.a. de recursos de outras fontes e setor privado.

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4. Desenvolvimento da Produção, Certificação, Produção Integrada e Indicação
Geográfica

Ação: O CDPD/Café deverá criar uma comissão com participação do Mapa e suas
Secretarias ligadas ao tema para organizar e realizar um workshop com o objetivo de
construir as bases e diretrizes do programa de desenvolvimento da produção,
certificação, produção integrada e indicação geográfica do agronegócio café.
Coordenação: DCAF;
Prazo: 120 dias.
Orçamento: R$ 1.000.000,00 a.a. do Funcafé nos próximos cinco anos; e R$
1.000.000,00 a.a. de outras fontes nos próximos cinco anos.

5. Comercialização

Ação: O CDPE/Café deverá criar um GT com representantes setoriais para elaborar


estudos sobre:
• Novo esforço para entregar cafés despolpados na bolsa de Nova Iorque;
• Criação de programas de regulação de suprimento e estoques;
• Questões de infra-estrutura logística, questões portuárias etc.
Coordenação: Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé);
Prazo: 60 dias.

6. Inteligência Competitiva

Ações: Fortalecimento do Centro de Inteligência do Café (CIC) e aparelhamento do


DCAF para realizar trabalhos de inteligência e gestão;
Orçamento: R$ 1.500.000,00 em 2009; e R$ 1.000.000,00 a.a. nos quatro anos
seguintes.

7. Publicidade e Marketing

Ação: O Comitê Diretor de Promoção e Marketing do Café (CDPM/Café) deverá


elaborar um novo programa integrado de publicidade e marketing, que contemple ações
de marketing institucional no país e exterior pelo Governo Brasileiro, orientado para as
especificidades mercadológicas dos setores que compõem o agronegócio café e de seus
mercados-alvo, bem como ações de marketing em parceria do governo com entidades
privadas do setor. Planejamento estratégico de cinco anos;
Coordenação: DCAF;
Prazo: 90 dias.
Orçamento: R$ 15.000.000,00 a.a. do Funcafé nos próximos cinco anos; e R$
3.000.000,00 a.a. de outras fontes e setor privado nos próximos cinco anos.

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8. Exportação de Café Industrializado

Ação 1: Criação pelo CDPE/Café de comitê de trabalho para elaborar um programa de


incentivo à exportação de café industrializado, com marketing específico e
componentes de maior agressividade comercial, cujos resultados possam ser avaliados
constantemente;
Coordenação: DCAF;
Prazo: 120 dias.

Ação 2: Barreiras comerciais européias: elaborar um plano de ação com a construção


de argumentações técnicas convincentes para subsidiar a diplomacia brasileira em
novas negociações internacionais e/ou justificar a futura criação de mecanismos
internos de compensação no caso de insucesso das tratativas no âmbito diplomático. O
objetivo é garantir a manutenção da competitividade da indústria brasileira de solúvel e
torrado e moído (T&M) no mercado internacional, sem possíveis conflitos na
Organização Mundial do Comércio (OMC) e outros organismos relacionados ao
comércio internacional;
Coordenação: Abics;
Prazo: 120 dias.

Ação 3: Importação de café em regime de drawback: submeter à análise e discussão no


CDPE/Café a proposta de Portaria Interministerial Mapa/Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Instrução Normativa (IN)
elaborada pelo CIC, definindo sua aplicabilidade ou não.

Ação 4: Ações do comitê no Programa de Desenvolvimento da Produção (PDP) do


MDIC e Receita Federal para implementar políticas de desoneração tributária
referentes a créditos fiscais do PIS, COFINS, ICMS, dentre outros acumulados, cuja
dificuldade de recuperação afeta a competitividade, bem como outras medidas de
desoneração recomendadas por especialistas. As reivindicações serão estabelecidas
pelo grupo de trabalho do item 12 desta agenda.

Orçamento referente a todos os itens anteriores: R$ 5.000.000,00 a.a. do Funcafé


nos próximos cinco anos, a partir de 2009.

9. Desenvolvimento e Modernização da Indústria de Café

Ação 1: O CDPE/Café deverá criar grupo de trabalho com representantes de todos os


setores do agronegócio café para elaborar um plano de revitalização da indústria de
café;
Coordenação: Abic;
Prazo: 120 dias.

Ação 2: Promover as negociações e impor velocidade nas regras do Projeto de IN que


aprovará o Regulamento Técnico de Identidade e de Qualidade do Café Torrado em
Grão e do Café Torrado e Moído.

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10. Governança

Ação 1: Revisão do regimento do CDPC e Comitês Diretores, bem como das


atribuições do DCAF nesses colegiados, incorporando-as ao regimento, a ser submetida
à avaliação dos respectivos Comitês e à aprovação do CDPC;
Coordenação: DCAF;
Prazo: 60 dias.

Ação 2: Organizar as estratégias de atuação brasileira na Organização Internacional do


Café (OIC).

Ação 3: Criar mecanismos para maior transparência e comunicação das ações do


CDPC, definindo número de reuniões anuais, divulgação de resoluções e atas, assim
como criar mecanismos de comunicação via site.

11. Sustentabilidade Econômica

Ação: O CDPE/Café deverá criar uma comissão para organizar e realizar um workshop
com o objetivo de discutir a ampliação, diversificação e inovações na aplicação dos
recursos do Funcafé e outras fontes. Sugerir novas modalidades de operações
anticíclicas, de garantia de renda ao produtor, e de garantia e manutenção da
competitividade, etc;
Coordenação: DCAF;
Prazo: 120 dias.

12. Legislação

Ação na questão Tributária: Formar um GT com um representante


técnico/especialista indicado pelos setores privados, com nomeação de um
coordenador, para elaborar relatório de avaliação de legislação tributária relativa ao
agronegócio café, propondo alterações;
Coordenação: Abic;
Prazo: 60 dias.

Ação na questão Ambiental: Formar um GT com um representante


técnico/especialista indicado pelos setores privados, com nomeação de um
coordenador, para elaborar relatório de avaliação dos entraves da legislação ambiental
que afetam a sustentabilidade do agronegócio café e propor sugestões;
Coordenação: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);
Prazo: 60 dias.

Ação na questão Trabalhista: Formar um GT com um representante


técnico/especialista indicado pelos setores privados, com nomeação de um
coordenador, para elaborar relatório de avaliação de legislação trabalhista relativa ao
agronegócio café, propondo alterações;
Coordenação: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);
Prazo: 60 dias.

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13. Inovação em Arranjo Institucional
Ação: O CDPE/Café deverá criar grupo de trabalho com representantes de todos os
setores do agronegócio café para elaborar estudos e propostas para a formação de
“clusters” unindo produtores, exportadores, torrefadores e canais de distribuição para
alavancar uma atuação mais agressiva no mercado;
Coordenação: agência de desenvolvimento a definir (ABDI, SEBRAE, etc.);
Prazo: ano de 2009.

Considerações Finais

O assunto competitividade não mereceu um item específico pela simples razão que a
manutenção e ampliação da competitividade do agronegócio Cafés do Brasil são o próprio objetivo
e razão da elaboração da Agenda Estratégica do Agronegócio Café, estando assim implícitos em
todos os itens anteriormente citados. Sua ordem não indica prioridades, as quais serão definidas em
função da relevância e urgência dos planos estratégicos que serão construídos como resultado das
recomendações dessa Agenda.

A gestão da implementação da Agenda Estratégica ficará a cargo do CDPC e de seus


Comitês Diretores constituídos que serão os responsáveis pelo acompanhamento das ações,
cumprimento dos cronogramas, propor correções, execução de orçamento e as medidas que se
fizerem necessárias.

A gestão executiva da Agenda Estratégica ficará a Cargo do DCAF/SPAE/MAPA.

Brasília, 03 de outubro de 2008.

Grupo de Trabalho (Portaria 510 de 03 de julho de 2008)

Manoel Vicente Fernandes Bertone Lucas Tadeu Ferreira


Presidente

Aguinaldo José de Lima


Coordenador

Almir José da Silva Filho Guilherme Braga A. P. Filho Michael Robert A. Timm
Breno Pereira de Mesquita Guivan Bueno Nathan Herszkowicz
Cecília Guidi Marcolini Jaime Junqueira Payne Paulo José Buso Júnior
Cláudia Marinelli João Antônio Lian Ruy Barreto Filho
Edward Juzwiak Lúcio Araújo Dias Silvio Farnese
Frederico de Almeida Daher Mauro Moitinho Malta Thiago Siqueira Masson

Equipe de apoio do CIC:


Carlos Henrique Jorge Brando
Paulo Henrique Montagnana Vicente Leme

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AGENDA
ESTRATÉGICA DO
AGRONEGÓCIO CAFÉ

RELATÓRIO FINAL

Outubro/2008
9
Índice

Lista de siglas ...................................................................................................................... 11 


1) ESTATÍSTICAS DE PRODUÇÃO, ESTOQUES, CONSUMO E CUSTOS DE
PRODUÇÃO .................................................................................................................. 13 
A. Levantamento do parque cafeeiro e safras.................................................................. 13 
B. Levantamento de estoques .......................................................................................... 14 
C. Levantamento de consumo interno ............................................................................. 15 
D. Estatísticas de custos de produção .............................................................................. 15 
2) PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO ............................................... 17 
3) CAPACITAÇÃO, TREINAMENTO E DIFUSÃO DE TECNOLOGIA ................. 19 
4) DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO, PRODUÇÃO INTEGRADA,
CERTIFICAÇÃO E INDICAÇÃO GEOGRÁFICA ................................................. 21 
5) COMERCIALIZAÇÃO ................................................................................................ 22 
6) INTELIGÊNCIA COMPETITIVA ............................................................................. 23 
7) PUBLICIDADE E MARKETING ............................................................................... 24 
8) EXPORTAÇÃO DE CAFÉ INDUSTRIALIZADO ................................................... 26 
9) DESENVOLVIMENTO E MODERNIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DE CAFÉ ........ 28 
10) GOVERNANÇA .......................................................................................................... 29 
11) SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA .................................................................... 31 
12) LEGISLAÇÃO ............................................................................................................. 32 
13) INOVAÇÃO EM ARRANJO INSTITUCIONAL .................................................... 34 
 

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Lista de siglas

Abic Associação Brasileira da Indústria de Café


Abics Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
APEX Agência Brasileira de Promoção de Exportações
Asbraer Associação Brasileira de Empresas de Extensão Rural
BB Banco do Brasil S/A
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
BM&F Bolsa de Mercadorias e Futuros
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Camex Câmara de Comércio Exterior
CBP&D/Café Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
CDPC Conselho Deliberativo da Política do Café
CDAI/Café Comitê Diretor do Acordo Internacional do Café
CDPD/Café Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
CDPD&E/Café Comitê Diretor de Pesquisa, Difusão e Extensão do Café
CDPE/Café Comitê Diretor de Planejamento Estratégico do Agronegócio Café
CDPM/Café Comitê Diretor de Promoção e Marketing do Café
Cecafé Conselho de Exportadores de Café do Brasil
CPR Cédula de Produto Rural
CIC Centro de Inteligência do Café
CNA Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
Conab Companhia Nacional de Abastecimento
DCAF Departamento do Café
Depta Departamento de Propriedade Intelectual e Tecnologia da Agropecuária
Denacoop Departamento de Cooperativismo e Associativismo
Diel Departamento de Infra-estrutura e Logística
Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FPC Frente Parlamentar do Café
Funcafé Fundo de Defesa da Economia Cafeeira
GT Grupo de Trabalho
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IN Instrução Normativa
LOA Lei Orçamentária Anual
Mapa Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário
MCT Ministério de Ciência e Tecnologia
MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MF Ministério da Fazenda
MRE Ministério das Relações Exteriores
OIC Organização Internacional do Café
OMC Organização Mundial do Comércio
Oscip Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PPA Plano Plurianual
PDP Programa de Desenvolvimento da Produção
PIC Produção Integrada do Café
SDC Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo
Seapa-MG Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Siac Sistemas de Informação do Agronegócio Café
Sebrae Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Secom/PR Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
Senar Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
Spae Secretaria de Produção e Agroenergia
T&M Torrado e moído
UAC’s Unidades Armazenadoras de Café
UE União Européia

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GT - AGENDA ESTRATÉGICA DO AGRONEGÓCIO CAFÉ
RELATÓRIO FINAL

1) ESTATÍSTICAS DE PRODUÇÃO, ESTOQUES, CONSUMO E CUSTOS


DE PRODUÇÃO

A. Levantamento do parque cafeeiro e safras

Considerando:

• A necessidade de realizar um levantamento minucioso, um verdadeiro censo cadastral, uma


radiografia do parque cafeeiro nacional;
• A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão oficial que tem entre suas
atribuições e competências realizar o levantamento do parque cafeeiro e volume de safras;
• O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão oficial de levantamento de
dados estatísticos e econômicos;
• A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com estrutura, capacidade
técnica e operacional para desenvolver as atividades de georeferenciamento e serviços afins;
• As universidades, instituições de pesquisas e extensão rural que realizam atividades
relacionadas com levantamentos georefenciados, que podem contribuir com trabalhos
técnicos de análise, banco de dados e apoio de informações de campo;
• As cooperativas e associações, que podem contribuir com serviços relacionados a
georeferenciamento e apoio de informações de campo;
• A existência de tecnologias, softwares e empresas especializadas, que possibilitam grande
qualidade de informações;
• A necessidade de conciliar e harmonizar todo o arcabouço de instituições e aparatos
tecnológicos de competência para ajudar no levantamento do parque cafeeiro do país;
• A necessidade de melhorar as condições de levantamento de safras a partir de uma base de
dados atualizada, por amostragens diretas nas propriedades e entrevistas “in loco”; e
• A necessidade de obter informações imediatas de danos causados por eventos climáticos ou
por eventuais pragas e ou doenças.

Ações propostas:

• Para levantamento do parque cafeeiro: criação de um Grupo de Trabalho (GT) com


técnicos da Conab, IBGE, Embrapa e Departamento do Café (DCAF) para definirem
metodologias, procedimentos e cronograma de trabalhos;
• Coordenação: DCAF;
• Prazo: 90 dias.

Diretrizes:

• Avaliar as competências para trabalhos específicos, as condições operacionais e


tecnológicas de universidades, instituições de pesquisas e extensão, centros tecnológicos de
café, cooperativas e associações que possam contribuir;
• Definir sistema de governança e gestão de trabalho;
• Definir valores de orçamento, fontes de recursos anuais e cronograma para o
desenvolvimento do trabalho, sua implantação e manutenção;
13
• Elaborar convênios de cooperação técnica com instituições públicas e ou privadas que
poderão colaborar de forma sistemática e contínua; e
• Definir e criar ferramentas de acesso à informação de forma a dar transparência às
informações obtidas pelo levantamento.

• Para levantamento de safras e eventos ocasionais: aprimorar e aperfeiçoar os trabalhos da


Conab e incluir a possibilidade de realização de um “Rali das Safras”.

Diretrizes:

• Através de convênios de cooperação técnica com instituições de pesquisa, extensão rural,


universidades, centros tecnológicos, associações e cooperativas de produtores, realizar
trabalhos de campo;
• Nas regiões que satisfatoriamente estejam atendidas por convênios de cooperação técnica,
segundo critérios da própria Conab, que realizará trabalhos de verificação e auditagem por
amostragem, a fim de validar os serviços prestados;
• Estabelecer uma rede de informações on-line, criando condições das informações tramitarem
de forma imediata e processadas em uma central única de banco de dados, hospedados na
Conab ou Embrapa;
• O sistema de informatização deverá ser integrado entre Conab, Embrapa e conveniados
(com a ressalva de restrição ao acesso de determinadas informações pelas conveniadas).

B. Levantamento de estoques

Considerando:

• O Sistema Nacional de Certificação das Unidades Armazenadoras coordenado pelo


Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento (Mapa), levando-se em conta a
Instrução Normativa (IN) n° 33/2007, a qual dispõe que todas as unidades armazenadoras
devem ser certificadas;
• A necessidade de melhorar a qualidade das informações de estoques em virtude das
dificuldades informadas pela própria Conab na obtenção dessas informações das unidades
armazenadoras;
• Que a informação de estoques é uma informação extremamente estratégica para construção
de políticas públicas de abastecimento, não somente em café, mas em todos os produtos
agrícolas de relevância no consumo interno e exportação.
• A Conab como órgão oficial do Governo para divulgação de estatísticas.

Ações propostas:

• O Comitê Diretor de Planejamento Estratégico do Agronegócio Café (CDPE/Café) deverá


criar comitê com representantes setoriais, membros do Conselho Deliberativo da Política do
Café (CDPC), DCAF e equipe técnica do Departamento de Infra-estrutura e Logística
(Diel), da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC/Mapa),
para definir plano de implantação dos procedimentos de cadastro e certificação de Unidades
Armazenadoras de Café (UAC’s);
• Coordenação: Diel;
• Prazo: 30 dias.

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Diretrizes:

• Apoio e compromisso das entidades privadas do CDPC na implementação da Certificação


de Armazéns de Café em todos os elos da cadeia.

C. Levantamento de consumo interno


Considerando:

• A necessidade de aperfeiçoamento dos procedimentos de levantamento e processamento dos


dados de consumo interno de torrado e moído (T&M) e solúvel;
• Os esforços empreendidos pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) e Conab
na obtenção dos dados de consumo; e
• A Conab como órgão oficial do Governo para divulgação de estatísticas.

Ações propostas:

• Estabelecimento de convênio de cooperação técnica entre Conab, Abic e Abics para


aprimorar a metodologia, mecanismos de coleta de dados, processamento de informações,
análises técnicas e estatísticas, podendo recorrer inclusive a consultorias especializadas;
• Coordenação: DCAF;
• Prazo: 90 dias.

D. Estatísticas de custos de produção


Considerando:

• A necessidade de aprimoramento dos custos de produção de café arábica e robusta no Brasil


de forma contínua e sistemática;
• A necessidade de que os custos levantados obedeçam a critérios de diferentes tecnologias e
características regionais de produção;
• O trabalho que já vem sendo efetuado pela Conab, que é o órgão governamental oficial para
referendar custos de produção utilizados como indicadores para a elaboração de políticas
públicas; e
• A necessidade de conferir credibilidade aos levantamentos de custos, de forma a balizar,
inclusive, as estratégias do setor produtivo.

Ações propostas:

• Criar um grupo de trabalho com a participação de técnicos da Conab e Embrapa para


estabelecer procedimentos e metodologias;
• Coordenação: DCAF;
• Prazo: 120 dias.

15
Diretrizes:

• Recorrer, se for o caso, a consultores especializados de entidades públicas e privadas;


• Uma das hipóteses é estabelecer um edital com recursos do Funcafé para instituições que se
habilitem na construção do projeto, metodologia, software etc.;
• Definir orçamento e cronogramas anuais para elaboração, implantação e manutenção de
dados;
• Estabelecer convênios com cooperativas, associações, instituições de extensão, pesquisa e
centros tecnológicos de café, com o objetivo de obter apoio na coleta de informações “in
loco”;
• O trabalho deverá ser validado pelo CDPE/Café.

Orçamento e ações referentes a todos os itens anteriores:

• Orçamento: recriar na Lei Orçamentária Anual (LOA) e no Plano Plurianual (PPA) a ação
“Sistemas de Informação do Agronegócio Café (Siac)”, com o objetivo de permitir a
alocação de recursos orçamentários do Funcafé para custear o levantamento de dados
estatísticos – produção, estoques, consumo e custo de produção;
• Editais para contratação de projetos: elaborar os termos de referência para compor editais
visando à contratação das referidas consultorias;
• Recursos do Funcafé para essa ação nos próximos cinco anos de R$ 8.000.000,00 em 2009;
e R$ 4.000.000,00 ao ano, nos quatro seguintes.

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2) PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO

Considerando:

• O Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café),


coordenado pela Embrapa, e as inúmeras instituições que o compõem;
• O Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CDPD/Café), órgão assessor do
CDPC;
• A possibilidade de utilização de recursos do Funcafé, do Ministério de Ciência e Tecnologia
(MCT) e demais instituições públicas;
• A existência de uma coordenação do Departamento de Propriedade Intelectual e Tecnologia
da Agropecuária - Depta/SDC/Mapa, com o objetivo de apoiar a captação de recursos;
• O grande volume de resultados de pesquisa produzidos anualmente pelas mais variadas e
importantes instituições de pesquisa e universidades, congregadas no Consórcio Brasileiro
de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&DC).

Ações propostas:

• Atuação do CBP&D/Café, segundo as diretrizes traçadas nos termos de referência deste


relatório;
• Participação do Consórcio/Embrapa Café em fóruns estratégicos nacionais e internacionais,
como o CDPE/Café, que tem como objetivo a proposição de projetos estruturantes e
estratégicos para o agronegócio café. Exemplos: custos de produção, levantamento de safra,
sustentabilidade, armazenagem, etc.;
• Apresentação de relatório anual detalhado das ações do Consórcio ao Comitê Diretor de
Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CDPD/Café);
• Priorizar as definições da proposta de Produção Integrada do Café (PIC), preparada pelo
Consórcio e pela comunidade de pesquisadores e hoje em análise pelo Mapa. Harmonizado
com processos de certificação já existentes e em consonância futura com as normas
trabalhadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conforme item a
seguir;
• Atuar através do CDPD/Café nas ações necessárias de normatização de processos de
certificação junto a ABNT, criando comissão específica, se for o caso.

Diretrizes:

• Criar mecanismos de sistematização e institucionalização da prospecção de demandas de


pesquisa nos diversos setores do agronegócio café como, por exemplo, por meio do novo
Programa nacional de capacitação, treinamento e difusão de tecnologia do agronegócio café
(item 3 desta Agenda);
• Institucionalizar a interação entre os setores de pesquisa e produção para a disseminação,
difusão e aplicação das tecnologias geradas por meio do novo Programa nacional de
capacitação, treinamento e difusão de tecnologia do agronegócio café (item 3 desta
Agenda);
• Promover estratégias de captação de recursos externos para execução de projetos com aporte
de recursos do Funcafé como contrapartida. Utilizar os mais variados recursos existentes e
disponíveis no âmbito do Governo para pesquisa, desenvolvimento e inovação;
• Priorizar pesquisas relacionadas à mecanização do plantio à colheita, questões ambientais,
aquecimento global, crédito de carbono na cafeicultura e o PIC;

17
• Identificar propriedades referência, em conjunto com tecnologias adequadas e atualizadas
sistematicamente, e elaborar pacotes de níveis tecnológicos mínimos desenvolvidos pelo
CBP&D/Café;
• Avaliação anual pelo CDPD/Café.

Orçamento:

• Recursos do Funcafé nos próximos cinco anos da ordem de R$ 18.000.000,00 em 2009 e


nos quatro anos seguintes, com evolução de 10% ao ano;
• Demais recursos de outras fontes podem chegar a mais R$ 30.000.000,00 ao ano.

18
3) CAPACITAÇÃO, TREINAMENTO E DIFUSÃO DE TECNOLOGIA
Considerando:

• O grande volume de resultados de pesquisa produzidos anualmente pelas mais variadas e


importantes instituições de pesquisa e universidades, congregadas no CBP&D/Café;
• A capacidade de promover e coordenar programas de treinamento e capacitação das
instituições de pesquisa e extensão rural, os departamentos de pesquisa e extensão rural de
universidades, centros tecnológicos de café, cooperativas, associações e sindicatos rurais;
• A Associação Brasileira de Empresas de Extensão Rural (Asbraer), através de suas
instituições afiliadas em todos os Estados produtores;
• O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) na capacitação de atividades rurais e o
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na capacitação da
gestão;
• O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com diversas ações similares, inclusive
com recursos para tal; e
• O Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), com recursos para ações de inovação,
desenvolvimento, capacitação e treinamento.

Ações propostas:

• O CDPD/Café deverá criar uma comissão para organizar e realizar um workshop com a
participação dos diversos atores descritos acima, com o objetivo de construir as bases e
diretrizes do Programa integrado de capacitação, treinamento e difusão de tecnologia do
agronegócio café;
• Coordenação: DCAF;
• Prazo: 120 dias.

Diretrizes:

• Ações sistematizadas e focadas em prioridades de cada região / Estado;


• Metas definidas;
• Gestão através de comitê gestor, com coordenador executivo;
• Atuação nos principais Estados produtores: MG, ES, PR, SP, BA e RO;
• Características regionalizadas segundo tecnologias de produção, tamanho da propriedade
etc.;
• Adaptação e atendimento às expectativas, demandas e necessidades locais;
• Abrangência de atividades operacionais de campo (agronômica, técnica e logística), gestão
administrativa, financeira, ambiental e social, marketing e comercialização;
• Na capacitação de gestão contemplar temas que esclareçam modalidades de financiamento,
seguro rural, programas de subvenção governamental etc.;
• Certificação dos alunos e reconhecimento gradual para motivar a continuidade do processo
educativo;
• Orçamento anual com recursos do Funcafé, MCT, MDA, MDIC e o Departamento de
Cooperativismo e Associativismo (Denacoop), da SDC/Mapa, aplicados segundo a
participação de cada Estado na produção nacional;
• Utilização de recursos do Funcafé já existentes na LOA e no PPA.
• Criação de incentivos, do tipo redução de juros em operações de crédito oficial ou acesso
facilitado a operações de financiamento se atingidas determinadas metas pelos produtores e
funcionários participantes;

19
• Aferição de desempenho, com auditoria de execução;
• Conter ações de coleta sistematizada de demandas de pesquisa para que sejam encaminhas
ao CBP&D/Café;
• Contemplar no programa a difusão de tecnologias existentes e geradas anualmente de forma
sistemática;
• Apoio a eventos de difusão, porém com regras definidas e resultados avaliados pelo
CDPD/Café;
• Avaliação anual pelo CDPD/Café.

Orçamento:

• Recursos do Funcafé para essa ação no valor de R$ 5.000.000,00 para 2009 e o mesmo valor
para os quatro anos seguintes. Demais recursos de outras fontes e setor privado na ordem de
R$ 3.000.000,00 ao ano.

20
4) DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO, CERTIFICAÇÃO, PRODUÇÃO
INTEGRADA E INDICAÇÃO GEOGRÁFICA

Considerando:

• O Mapa em programas de produção integrada e indicação geográfica;


• A atuação do Sebrae em programas de indicação geográfica e gestão a exemplo do
Educampo;
• As instituições de pesquisa e extensão rural, os departamentos de pesquisa e extensão rural
de universidades, centros tecnológicos de café, cooperativas, associações e sindicatos rurais
existentes nos estados produtores;
• A Asbraer através de suas instituições afiliadas em todos os Estados produtores;
• Os programas existentes de certificação: 4Cs, Utz Certified, Rainforest Alliance, Fair Trade,
Orgânicos etc.

Ações propostas:

• O CDPD/Café deverá criar uma comissão com participação do Mapa e suas Secretarias
ligadas ao tema para organizar e realizar um workshop com a participação dos diversos
atores descritos acima, cujo objetivo é construir as bases e diretrizes do programa de
desenvolvimento da produção, certificação, produção integrada e indicação geográfica do
agronegócio café;
• Coordenação: DCAF;
• Prazo: 120 dias.

Diretrizes:

• Ações sistematizadas de fomento, esclarecimento, divulgação de programas e vantagens;


• Criação de instrumentos para facilitar o acesso de pequenos produtores aos programas;
• Gestão através de comitê gestor, com coordenador executivo profissional;
• Metas definidas;
• Aferição de desempenho, com auditoria de execução;
• Orçamento anual com recursos do Funcafé, MCT, MDA, SDC/Mapa, Sebrae;
• Aplicação de pacotes de níveis tecnológicos mínimos, conforme as características regionais,
desenvolvidos pelo CBP&D/Café e inseridos nas diretrizes do item 2 desta Agenda;
• Agregação de valor;
• Integração com as novas diretrizes de marketing dos Cafés do Brasil (item 7 da Agenda);
• Avaliação anual pelo CDPD/Café.

Orçamento:

• Recursos do Funcafé para essa ação no valor de R$ 1.000.000,00 para 2009 e o mesmo valor
para os quatro anos seguintes;
• Demais recursos de outras fontes e setor privado na ordem de R$ 1.000.000,00 ao ano.

21
5) COMERCIALIZAÇÃO

Considerando:

• A necessidade de eliminar os gargalos na comercialização de café no Brasil;


• A posição do Brasil como maior exportador de café verde do mundo;
• Que o Brasil possui mecanismos de comercialização e mercado futuro bem desenvolvido
(Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), Cédula de Produto Rural (CPR)) etc.

Ações propostas:

• O CDPE /Café deverá criar grupo de trabalho com representantes setoriais para elaborar
estudos sobre as dificuldades encontradas hoje na comercialização de café com base nas
diretrizes desta agenda;
• Coordenação: Cecafé;
• Prazo: 60 dias.

Diretrizes:

• Estudar a possibilidade de realização de novos esforços para inserir a entregar cafés


brasileiros (despolpados) na bolsa de Nova Iorque;
• Estudar a possibilidade de criação de programas de regulação de suprimento e estoques;
• Avaliar as dificuldades enfrentadas e propor soluções para as questões de infra-estrutura,
logística, questões portuárias etc.

22
6) INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

Considerando:

• A necessidade da construção de mecanismos permanentes, eficazes e dinâmicos para obter,


armazenar e processar dados do agronegócio café brasileiro e mundial, inclusive
informações referentes à produção interna e de países concorrentes, do consumo mundial e
nacional, tendências, oportunidades, ameaças etc.;
• A necessidade da criação de ferramentas de informação que possibilitem aos atores do
agronegócio café e seus segmentos criarem estratégias de políticas públicas e privadas,
estratégias comerciais, estratégias de marketing, etc.;
• Que informações precisas e antecipadas, capacidade de análise e construção de estratégias
são críticas para a gestão e sucesso do agronegócio café;
• A existência do Centro de Inteligência do Café (CIC), que conta com apoio financeiro da
Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG) até
dezembro de 2008, bem como do Mapa, e tem em seu Conselho Gestor e Técnico,
representantes de todos os setores do agronegócio café; e
• A necessidade de melhor aparelhamento da estrutura técnica e de informatização do DCAF
na gestão das informações e dados.

Ações propostas:

Fortalecimento do CIC
• Apoiar a criação da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) com o
objetivo de melhorar a gestão do CIC, que deverá se formada pelas principais entidades do
agronegócio café e outras instituições afins;
• Criar mecanismos de sustentabilidade financeira para o CIC;
• Designação de entidade para hospedar a Oscip do CIC durante o período necessário,
permitindo a criação de convênios com instituições públicas e ao mesmo tempo possa ser a
conveniente para obtenção de recursos públicos direcionados a trabalhos elaborados pelo
CIC durante este período. A sugestão é hospedar o CIC no Museu do Café, em Santos – SP;
• O DCAF hospedar a base de dados e de informações no período necessário, ou pelo menos
até o final da gestão do atual Governo.

Aparelhamento do DCAF para realizar trabalhos de inteligência e gestão


• Levantar as necessidades de recursos humanos especializados e de informatização;
• Interceder junto ao Mapa na viabilização dos recursos financeiros e humanos;
• Trabalhar em harmonia e sinergia com o CIC.

Diretrizes:

• Inserir no plano de trabalho do CIC o levantamento de todo acervo de mecanismos e


ferramentas existentes referentes aos itens 1 e 2 desta Agenda para conhecimento de
abrangência e condições de aplicação. Inserir também a construção de indicadores de
competitividade específicos da cadeia e seus segmentos, incluindo tecnologia e fatores
regionais, no caso da produção (“benchmarking”);

Orçamento:
• Recursos do Funcafé para estas ações no valor de R$ 1.500.000,00 para 2009; e de R$
1.000.000,00 ao ano para os quatro anos seguintes.

23
7) PUBLICIDADE E MARKETING

Considerando:

• O Mapa, por meio do DCAF/Spae na gestão de recursos do Funcafé e gestão da governança


através do CDPC e seus Comitês Diretores;
• A Agência Brasileira de Promoção de Exportações (APEX) no apoio as ações promocionais
e na divulgação das missões comerciais que representem oportunidades de promoção no
exterior;
• Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) no apoio às
ações comunicação e de publicidade dos cafés do Brasil no país;
• O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) através de suas
estruturas de apoio ao agronegócio e exportações;
• O Ministério de Relações Exteriores (MRE) no apoio as negociações internacionais nas
dimensões política, econômica e sócio-cultural;
• O CIC no apoio ao levantamento de informações, investigação e pesquisa de oportunidades.

Ações propostas:

• O Comitê de Promoção e Marketing do Café (CDPM/Café) deverá elaborar um novo


programa integrado de publicidade e marketing no país e exterior, que contemple ações de
marketing institucional pelo Governo Brasileiro, orientado para as especificidades
mercadológicas dos setores que compõem o agronegócio café e de seus mercados-alvo bem
como ações de marketing em parceria do governo com entidades privadas do setor.
Planejamento estratégico de cinco anos;
• Coordenação: DCAF;
• Prazo: 90 dias.

Diretrizes Gerais:

• Criar um comitê gestor do Programa, com coordenador executivo profissional;


• Metas definidas;
• Aferição de desempenho, com auditoria de execução;
• Orçamento anual com recursos do Funcafé já existentes na LOA e no PPA, MDIC, APEX
etc.;
• Migrar o apoio financeiro do Funcafé a eventos do setor da produção que detêm
características de difusão de tecnologias e conhecimento, hoje no âmbito do programa de
marketing para o futuro Programa nacional de capacitação, treinamento e difusão de
tecnologia do agronegócio café (item 3 desta Agenda);
• Avaliação pelo CDPM/Café.

Diretrizes básicas para a elaboração do Programa de publicidade e marketing:

• Basear no tema sustentabilidade, utilizando a referência aos “Cafés Sustentáveis do Brasil”


como grande argumento de promoção e divulgação;
• Registrar a marca Cafés do Brasil e sua regulamentação de uso;
• Ações do programa focadas no mercado interno:
− Promoção do aumento de consumo para elevar a demanda e proteger o agronegócio
das oscilações no mercado internacional; e,

24
− Promoção de concursos de qualidade, utilizando o tema da qualidade como
instrumento de mercado para valorizar nosso produto.
• Ações do programa focadas no mercado externo:
− Buscar agregar valor aos cafés verdes e industrializados brasileiros;
− Focar em ações de promoção em mercados emergentes, em países que experimentam
aumento de consumo, novos hábitos e o deslocamento de outras bebidas, buscando o
aumento da demanda por cafés brasileiros;
• Ações focadas na promoção em mercados tradicionais / maduros, através do
desenvolvimento de marcas próprias, “joint ventures”, parcerias comerciais e buscando a
exportação de cafés industrializados com agregação de valor e deslocamento da
concorrência;
• Criar programas que promovam a melhoria da qualidade na produção de café verde e
industrializado, tais como concursos de qualidade, promoções e premiações;
• Realizar pesquisas de mercado em países ou regiões identificados como boas oportunidades
pelo CIC, com aprovação pelo CDPM/Café;
• Realizar ações promocionais para divulgar o rigor da nossa legislação ambiental e social
como fortes diferencias que promovem a sustentabilidade na cafeicultura brasileira.

Obs.: No disposto no artigo 18, da Portaria/Mapa nº 121, de 15 de maio de 2006, e na Resolução do CDPC nº 4, de 28
de novembro de 2006, as quais estabelecem as competências do DCAF no tocante às ações de promoção dos cafés
brasileiros no país e no exterior e, em especial, a Portaria GM/Mapa nº 303, de 4 de outubro de 2007.

Orçamento:

• Recursos do Funcafé nos próximos cinco anos de R$ 15.000.000,00 em 2009;


• Demais recursos de outras fontes e setor privado na ordem de R$ 3.000.000,00 ao ano.

25
8) EXPORTAÇÃO DE CAFÉ INDUSTRIALIZADO
Considerando:

• O Mapa por meio do DCAF/Spae na gestão de recursos do Funcafé e gestão da governança


através do CDPC e seus Comitês Diretores;
• A APEX no apoio a promoção e divulgação;
• O Mapa através do Depta/SDC na captação de recursos destinados à pesquisa,
desenvolvimento e inovação;
• O MDIC através de suas estruturas de apoio ao agronegócio e exportações;
• O MCT com seus programas voltados ao agronegócio;
• O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil
(BB) no crédito e fomento;
• O Sebrae e seus programas de gestão e capacitação;
• O Ministério da Fazenda (MF) nas questões tributárias e na desoneração da exportação;
• O MRE no apoio as negociações internacionais nas dimensões política, econômica e sócio-
cultural;
• O CIC no apoio ao levantamento de informações, investigação e pesquisa de oportunidades;
e
• As novas diretrizes do Programa de publicidade e marketing a ser elaborado (item 7 desta
Agenda).

Ação proposta 1:

• Criação pelo CDPE/Café de comitê de trabalho para elaborar um Programa de incentivo à


exportação de café industrializado, com marketing específico e componentes de maior
agressividade comercial cujos resultados possam ser avaliados constantemente;
• Coordenação: DCAF;
• Prazo: 120 dias.

Diretrizes:

• Programas orientados para as especificidades mercadológicas dos países e mercados-alvo;


• Metas definidas;
• Criação de comitê de coordenação;
• Aferição de desempenho, com auditoria de execução;
• Avaliação anual pelo CDPM/Café;
• Orçamento anual com recursos do Funcafé/Mapa, MDIC, APEX.

Ação proposta 2:

• Barreiras comerciais européias: elaborar um plano de ação com a construção de


argumentações técnicas convincentes para subsidiar a diplomacia brasileira em novas
negociações internacionais e/ou justificar a futura criação de mecanismos internos de
compensação no caso de insucesso das tratativas no âmbito diplomático. O objetivo é
garantir a manutenção da competitividade da indústria brasileira de solúvel e torrado e
moído no mercado internacional, sem possíveis conflitos na Organização Mundial do
Comércio (OMC) e outros organismos relacionados ao comércio internacional;
• Coordenação: Abics;
• Prazo: 120 dias.
26
Diretrizes:

• Realizar análise da capacidade de produção de solúvel implantada no exterior nos últimos 10


anos, com possível perda de investimentos no Brasil em detrimento de outros países;
• Realizar estudos sobre as perdas da indústria de solúvel nacional no mercado externo com
consultorias especializadas;
• Contatar consultores e autoridades com experiências similares;
• De posse dos três itens acima promover ações institucionais e políticas na Câmara de
Comércio Exterior (Camex), Mapa, MDIC, MRE e Casa Civil;
• Estudar medidas compensatórias que proporcionem competitividade na União Européia
(UE) enquanto não se obtém sucesso nas negociações e de forma que não se crie conflitos
no âmbito do comércio internacional (OMC etc.).

Ação proposta 3:

• Importação de Café em regime de drawback: submeter à análise e discussão no


CDPE/Café a proposta de edição de Portaria Interministerial Mapa/MDIC e IN elaborada
pelo CIC, definindo sua aplicabilidade ou não.

Diretrizes:

• Criar padrões de qualidade e outras salvaguardas para prevenir que no futuro os volumes
importados de café industrializado (T&M e solúvel) prejudiquem a indústria nacional;
• A importação de café verde para a indústria de solúvel no regime de drawback, com
segurança sanitária, de preços, qualidade, volume e relacionada ao aumento de exportações;
ou a criação, como alternativa, de programas compensatórios para a manutenção da
competitividade;

Ação proposta 4:

• Desoneração tributária: Ações do comitê no Programa de Desenvolvimento da Produção


(PDP) do MDIC e Receita Federal para implementar políticas de desoneração tributária
referentes a créditos fiscais do PIS, CONFINS, ICMS, dentre outros acumulados, cuja
dificuldade de recuperação afeta a competitividade, bem como outras medidas de desoneração
recomendadas por especialistas. Essa ação deve ser discutida no âmbito do GT que analisará
questões tributárias gerais, estabelecidas no item 12 desta Agenda.

Orçamento referente a todos os itens anteriores:

• Recursos do Funcafé de R$ 5.000.000,00 em 2009.

27
9) DESENVOLVIMENTO E MODERNIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DE CAFÉ

Considerando:

• O Mapa por meio do DCAF/Spae na gestão de recursos do Funcafé e gestão da governança


através do CDPC e seus Comitês Diretores;
• O MDIC através de suas estruturas de apoio ao agronegócio e exportações;
• O MCT com seus programas voltados ao agronegócio;
• O BNDES e o BB no crédito e fomento;
• O Sebrae e seus programas de gestão e capacitação;
• A Abic e seus programas em prol da qualidade;
• A defasagem de preço do café T&M em relação à outros produtos e a inflação;
• A necessidade de adequar a indústria brasileira de café T&M de pequeno, médio e grande
porte às exigências de qualidade do mercado consumidor.

Ação proposta 1:

• O CDPE/Café deverá criar grupo de trabalho com representantes de todos os setores do


agronegócio café para elaborar plano de revitalização da indústria de café;
• Coordenação: Abic;
• Prazo: 120 dias.

Ação proposta 2:

• Promover as negociações e impor velocidade nas regras do Projeto de IN que aprovará o


Regulamento Técnico de Identidade e de Qualidade do Café Torrado em Grão e do Café
Torrado e Moído.

Diretrizes:

• Desenvolvimento do mercado interno por meio de:


− Cafés diferenciados (superior e gourmet);
− Cafés certificados;
− Produtos inovadores: cápsulas, monodose e nutracêuticos; e
• Promover ações de marketing que transmitam aos consumidores a importância de valorizar a
qualidade e a sustentabilidade do produto;
• Focar em ações direcionadas à rentabilidade da indústria de torrado e moído;
• Reduzir a informalidade e o uso de matéria-prima com baixa qualidade;
• Inserção de cafés sustentáveis no mercado institucional via licitações voltadas para a
qualidade e outras ações;
• Programa de competitividade para pequenas empresas:
− Reposicionamento no segmento de cafés gourmet e casas de café (cafeterias);
− Criação de unidades de alta tecnologia para terceirizar atividade industrial;
− Diversificação com outros produtos que não o café;
− Programas de inovação tecnológica de produção embalagens etc.;
− Programas de capacitação e treinamento.

28
10) GOVERNANÇA

Considerando:

• A necessidade de revisar regimentos de funcionamento dos Comitês Diretores do CDPC,


objetivando maior eficiência nos trabalhos;
• A importância do desenho atual de governança, necessitando apenas de aprimoramentos;
• A necessidade de fortalecimento da ação dos Comitês diretores e da capacidade técnica e
operacional do DCAF.

Ações Propostas:

Referente ao CDPC e Comitês diretores:

• Revisão do regimento do CDPC e Comitês Diretores, bem como das atribuições do DCAF
nesses colegiados, incorporando-as ao regimento, a ser submetida à avaliação dos
respectivos Comitês e à aprovação do CDPC.
• Coordenação: DCAF;
• Prazo: 60 dias.

Diretrizes:

• Revisão e incorporação dos Comitês Diretores no regimento do CDPC;


• Discussão dos temas e projetos nos respectivos Comitês Diretores antes de serem
encaminhados à pauta das reuniões do CDPC;
• Revisão da composição dos Comitês, podendo ser incluídas novas entidades;
• Introdução da figura do suplente;
• Estabelecimento de roteiro técnico para análise de projetos apresentados, levando em conta a
relação custo-benefício;
• Introdução da figura do relator, que deverá apresentar tecnicamente determinado tema ou
projeto;
• Introdução da figura do consultor ad hoc, que poderá ser convidado para analisar propostas e
elaborar pareceres técnicos sobre projetos específicos;
• Introdução de regras de convocação de reuniões extraordinárias pelos membros;
• CDPD/Café: ampliação da participação do Consórcio de Pesquisa para duas vagas, sendo
uma composta por representante desse Consórcio e a outra por técnico da Embrapa; e
• Incorporar o tema extensão e difusão no comitê de Pesquisa, que passará a denominar-se de
Comitê Diretor de Pesquisa, Difusão e Extensão do Café (CDPD&E/Café).

Referente a procedimentos na Organização Internacional do Café (OIC):

• Organizar as estratégias de atuação brasileira na OIC.

Diretrizes:

• Preparação antecipada da pauta pelo Comitê Diretor do Acordo Internacional do Café


(CDAI/Café), com estratégias e posições aprovadas pelo CDPC, que deverá ser enviada à
Embaixada em Londres antes das reuniões;
• Realizar reunião dos participantes no Brasil antes da reunião na Embaixada em Londres;

29
• Definição clara das atribuições dos representantes brasileiros nas sessões plenárias e nos
comitês assessores da referida organização;
• Coordenação permanente com o MRE; e
• Participação efetiva do Brasil nos comitês estatutários da OIC (Promoção e
Desenvolvimento de Mercado; de Projetos; e de Estatística).

Referente à transparência das ações do CDPC:

• Criação de uma agenda anual, com datas das reuniões dos Comitês Diretores e do CDPC;
• Divulgar resoluções e atas do CDPC e resumo das decisões das reuniões dos Comitês no
website do Mapa (link Agronegócio Café) após aprovação formal pelos conselheiros; e
• Criação de mecanismo de comunicação do agronegócio com o CDPC via site do MAPA.

30
11) SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA

Considerando:

• As intenções de todos os setores do agronegócio café em aprimorar e diversificar as formas


de aplicação dos recursos do Funcafé;
• A possibilidade de utilização dos recursos do Funcafé para alavancagem de outros recursos
de outras fontes e de novos mecanismos de financiamentos de produto; e
• A necessidade de melhorar a distribuição e acesso dos recursos do Fundo pelos produtores.

Ações Propostas:

• O CDPE/Café deverá criar uma comissão para organizar e realizar um workshop com a
participação dos diversos atores interessados, inclusive consultores técnicos independentes,
executivos de instituições financeiras e corretoras, com o objetivo de discutir a ampliação,
diversificação e inovações na aplicação dos recursos do Funcafé e outras fontes. Sugerir
novas modalidades de operações anticíclicas, de garantia de renda ao produtor, de garantia e
manutenção da competitividade, etc. Com base nos resultados do workshop, elaborar
relatório com sugestões para serem encaminhadas ao CDPC;
• Coordenação: DCAF;
• Prazo: 120 dias.

Diretrizes:

• Prospectar fontes alternativas de recursos em outras áreas do Governo (próprio Mapa,


BNDES, APEX etc.) e combinar com recursos do Funcafé em projetos específicos;
• Buscar recursos privados (nacionais e estrangeiros) para projetos, utilizando o Funcafé como
contrapartida;
• Buscar fundos alternativos (independentes do Funcafé) no Governo, agências internacionais
(ex: Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) etc.) e sistema
financeiro nacional e internacional; e
• Sugerir novas modalidades de operações anticíclicas, de garantia de renda, de garantia de
competitividade etc.

31
12) LEGISLAÇÃO

Considerando:

• A legislação tributária e procedimentos fiscais que comprometem a competitividade e


necessitam de estudos e ações imediatas;
• A legislação ambiental e trabalhista, cujo rigor excessivo em alguns casos, cria inúmeras
dificuldades e impedimentos aos produtores.

Ação proposta:

Questão tributária:
• Formar grupo de trabalho com um representante técnico/especialista indicado pelos setores
privados, com nomeação de um coordenador, para elaborar relatório de avaliação de
legislação tributária relativa ao agronegócio café, propondo alterações;
• Coordenação: Abic;
• Prazo: 60 dias.

Diretrizes:

• Utilizar como uma das frentes de atuação o PDP do MDIC;


• Atuar na Frente Parlamentar do Café (FPC), do Congresso Nacional, e Comissão de
Agricultura da Câmara de Deputados;
• Sugerir emendas no Projeto de Lei da Reforma Tributária, junto ao relator da reforma, o
Deputado Federal Sandro Mabel; e
• Recorrer a consultores ad hoc, se necessário.

Ação proposta:

Questão ambiental:
• Formar grupo de trabalho com um representante técnico/especialista indicado pelos setores
privados, com nomeação de um coordenador, para elaborar relatório de avaliação dos
entraves da legislação ambiental que afetam a sustentabilidade do agronegócio café e propor
sugestões.
• Coordenação: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);
• Prazo: 60 dias.

Diretrizes:

• Utilizar como uma das frentes de atuação o PDP do MDIC;


• Atuar na Frente Parlamentar do Café (FPC), do Congresso Nacional, e Comissão de
Agricultura da Câmara de Deputados;
• Analisar as questões referentes à utilização de créditos de carbono, o Decreto n° 651-4 e o
código florestal; e
• Recorrer a consultores ad hoc, se necessário.

32
Ação proposta:

Questão trabalhista:
• Formar um GT com um representante técnico/especialista indicado pelos setores privados,
com nomeação de um coordenador, para elaborar relatório de avaliação de legislação
trabalhista relativa ao agronegócio café, propondo alterações;
• Coordenação: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);
• Prazo: 60 dias.

Diretrizes:
• Utilizar como uma das frentes de atuação o PDP do MDIC;
• Atuar na Frente Parlamentar do Café (FPC), do Congresso Nacional, e Comissão de
Agricultura da Câmara de Deputados;
• Recorrer a consultores ad hoc, se necessário.

33
13) INOVAÇÃO EM ARRANJO INSTITUCIONAL

Considerando:

• A necessidade de inovar e modernizar as relações comerciais entre os diversos elos da


Cadeia produtiva do café;
• Que agências de desenvolvimento tais como ABDI, SEBRAE, entre outras, podem oferecer
condições de consultoria e assessoria na discussão e formulação dessas inovações, inclusive
promovendo projetos pilotos; e
• Que novos rearranjos comerciais poderão proporcionar maior competitividade, maior
agregação de valor e melhores condições de distribuição de lucros.

Ação proposta:

• O CDPE/Café deverá criar grupo de trabalho com representantes de todos os setores do


agronegócio café para elaborar estudos e propostas para a formação de “clusters” unindo
produtores, exportadores, torrefadores e canais de distribuição para alavancar uma atuação
mais agressiva no mercado;
• Coordenação: agência de desenvolvimento a definir (ABDI, SEBRAE, etc.);
• Prazo: ano de 2009

Diretrizes:
• Utilizar como uma das frentes de atuação o PDP do MDIC;
• Recorrer a consultores ad hoc, se necessário.

ANEXOS

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1. Quadro resumo das ações da Agenda Estratégica: tabelas apresentando esquematicamente a
Agenda e contendo as ações propostas, entidades envolvidas, termos de referência, prazos,
orçamento, fontes de recursos, etc.;

2. Matriz de Competitividade do Workshop “Pensando o Agronegócio Cafés do Brasil”,


organizado pelo CIC em 17 de abril de 2008:

• A matriz de competitividade foi elaborada a partir do trabalho desenvolvido durante o


workshop, onde grupos heterogêneos (participantes de cada setor em cada grupo e
consultores) elencaram através de notas a importância de cada item da matriz;
• A nota média do respectivo grupo varia de 0 a 30, sendo que as maiores notas indicam a
importância de cada item analisado. Para avaliar o grau de convergência entre os
participantes em cada grupo utilizou-se o desvio padrão: quanto menor o desvio padrão,
maior a convergência sobre determinado item;
• A matriz de competitividade com os resultados dos grupos heterogêneos, homogêneos e dos
consultores é em verdade um retrato amplo da situação da cafeicultura brasileira vista sobre
três prismas distintos: o agronegócio como um todo, os setores separadamente e os
consultores ativos no agronegócio.

3. Portaria GM/Mapa n° 510, de 3 de junho de 2008, que criou o Grupo de Trabalho para
elaboração Agenda Estratégica do Agronegócio Café.

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