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InterNey Blogs: Brasil ganha nova rede de blogs

A blogosfera brasileira está mais madura. Estreou hoje a InterNey


Blogs, uma nova rede brasileira de blogs, que já nasce com um
sistema de remuneração. Reúne 21 blogueiros de diferentes regiões
do País com a proposta de permitir aos seus integrantes ganharem
dinheiro com o que mais gostam de fazer - blogar.

Para isso, a rede trabalhará com um sistema de anúncios que analisa


o texto de cada página, de cada blog, e identifica palavras com
potencial comercial e, com base nessas palavras-chaves, gera
anúncios automaticamente.

O empreendimento é uma iniciativa do analista de sistemas Edney


Souza, do blog InterNey, e de Alexandre Inagaki, do premiado Pensar
Enlouquece.

Adorei ver blogs, como o Filmes do Chico, um dos meus preferidos


sobre cinema, participando do projeto. Espero que, com essa
empreitada, consigam fazer um trabalho cada vez mais significativo.

Para complementar as informações, ontem mesmo, bati um papo por


email com Alexandre Inagaki. No final, a entrevista foi também sobre
jornalismo e blogs em geral ;-)

Edney e Inagaki: blogueiros e empreendedores

1) Como você percebeu a necessidade da criação de um portal de


blogs no Brasil?

Blogs, em geral, são exércitos de um homem só. E eu, desde a época


em que editava um fanzine virtual, o Spam Zine, já havia constatado
que é muito mais bacana escrever fazendo parte de alguma intrépida
trupe que seja composta por amigos e gente que eu admiro.
Mas o fato é que a reunião de diversos blogs em um condomínio
virtual é um ovo de Colombo, uma maneira de congregar escribas de
talento, fazer com que cada blog agregue novos leitores e ao mesmo
criar um portal diferenciado de notícias, que será diariamente
abastecido por textos inéditos e de qualidade.

2) E como ficará o Gardenal [rede de blogs]? Você saiu de lá?

O Pensar Enlouquece está saindo do Gardenal porque todos os blogs


do portal serão abrigados dentro do domínio http://www.interney.net,
uma URL fortíssima porque possui PageRank 7 (no Brasil, só portais
como UOL e Terra têm esse mesmo ranqueamento), façanha
conseguida por um expert em SEO, o Edney Souza.

Além disso, no InterNey Blogs estou tendo a oportunidade de


convidar vários blogueiros e jornalistas que admirava há tempos para
me fazerem companhia nesta empreitada.

Quanto ao Gardenal, ele continuará sendo um dos melhores coletivos


de blogs brasileiros, com gente fina, elegante e sincera como o Pablo
Miyazawa, o Alexandre Matias, a Lia Amâncio e o Ubiratan Leal. Mas
um dia, quem sabe, espero poder fazer uma joint-venture com eles.
:)

3) A remuneração será via publicidade. Como vai funcionar esse


sistema de publicidade? Será junto ao Adsense, ao Mercado Livre,
BuscaPé etc? Existe a possiblidade de publicidade direta - um
anunciante comprar um espaço, um banner, por exemplo?

Vamos trabalhar basicamente com Mercado Livre e Adsense,


aproveitando toda a expertise que o Edney Souza desenvolveu a
ponto de ter largado seu cargo de Gerente de Sistemas a fim de se
dedicar ao seu site em tempo integral, até porque ganhava muito
mais com as receitas publicitárias oriundas do Interney.net do que
com o emprego convencional que ainda tinha.

A pretensão do InterNey Blogs é aproveitar toda a estrutura criada


pelo Edney e conciliá-la com a produção de conteúdo de qualidade,
sendo que 80% das receitas arrecadadas pelo portal serão
distribuídas entre os blogueiros participantes do nosso portal. Quanto
à venda de banners, certamente estaremos abertos a possibilidades.

O mercado publicitário paulatinamente está descobrindo que blogs


possuem audiência fiel, qualificada e voltada a nichos específicos, e
espero que a criação deste portal represente mais um motivo para
que anunciantes percebam que blogs podem dar um retorno muito
mais expressivo do que sites tradicionais, a um CPM expressivamente
menor.

Blogueiros do InterNey Blogs

4) Qual foi o critério de escolha dos blogs que participam do portal


[ou rede de blogs]? Outros blogueiros poderão participar?

Nesta primeira fase, convidei basicamente pessoas que eu admiro.


Chamei, por exemplo, o Chico Fireman, que é para mim o melhor
crítico cinematográfico da blogosfera. O Nelson Moraes, tremendo
escritor cujo superego anabolizado o impede de publicar um livro,
apesar de já ter editoras à sua disposição.

O pessoal do Uma Dama Não Comenta, um dos melhores blogs de


humor brasileiros. O Pedro Ivo Resende, autor de contos nonsense
geniais. E assim por diante. Estamos iniciando atividades com 21
blogs, mas pretendemos dar espaço a muitos outros.

Porém, para a segunda fase do empreendimento, eu e o Edney


queremos, além de prosseguir oferecendo hospedagem a blogs que
merecem ser melhor reconhecidos, começar a explorar alguns nichos
mercadológicos: blogs sobre carros, games, gadgets. Qualquer um
que tenha bom texto e que seja especialista em um destes assuntos
pode inclusive entrar em contato comigo - aceitamos sugestões. :)

5) Além da remuneração, percebo uma preocupação de vocês em dar


espaço a blogueiros com talento, mas, às vezes, um pouco
desconhecidos do grande público. Recentemente, Pepe Cervera,
blogueiro do 20 minutos, disse que, atualmente, a maior dificuldade
dos criadores de conteúdo é obter leitores, ouvintes, conseguir que
alguém os encontre. Você concorda com essa afirmação?

Afirmação corretíssima. No dilúvio de informações da Web, ter um


blog é quase como jogar uma garrafa no mar em busca de alguém
que a encontre. Com o agravante de que, citando a tira publicada
pelo Adão Iturrusgarai na Folha de S.Paulo ontem, é bem provável
que a garrafa que você porventura achar terá uma mensagem com a
frase "enlarge your penis" ou coisa do tipo.

Mais que uma mensagem em uma garrafa ;-)

6) Qual o sistema de publicação de blogs utlizado no InterNey Blogs?


E por que o escolheram?

B2evolution. Para justificar a escolha, passo a bola ao nosso expert


em assuntos técnicos, Mr. Edney: "Porque ele permite múltiplos blogs
numa instalação, enquanto o Wordpress necessita de plugins para
tanto. Além disso, raramente esses plugins são testados em
ambientes de alto tráfego como será o caso do InterNey Blogs. Se o
Wordpress possuísse múltiplos blogs em sua forma nativa
provavelmente acabaria utilizando-o, mas não é o caso".

Salam Pax: quando o jornalismo e os blogs andam juntos


7) Você falou de uma diferença entre o "jornalismo de blogs" e o
"jornalismo de web". Você acredita que os blogs são "jornalismo"? E
mais - o que difere um "blogueiro profissional" de um "blogueiro
amador"?

Creio que blogs podem, sim, praticar jornalismo de alta qualidade.


Mas preciso fazer aqui uma breve digressão sobre o assunto,
lembrando a afirmação da Rebecca Blood [ver post abaixo] de que
jornalismo envolve coleta de dados, entrevistas, pesquisas e
apurações. Sem os recursos técnicos e financeiros oferecidos pela
mídia tradicional, um internauta dificilmente possuirá estrutura para
fazer a apuração dos fatos, imprescindível para o bom jornalismo.

Aqui no Brasil, ainda são raros os casos de blogueiros que produzem


conteúdo inédito jornalístico, com entrevistas e matérias elaboradas
pelos mesmos. Na maior parte das vezes, a blogosfera brasileira
funciona como um ombudsman da imprensa, reverberando, filtrando
e comentando o que foi produzido por jornais, revistas e portais.

Por outro lado, a blogosfera é um ambiente desvinculado dos


interesses ideológicos de uma empresa jornalística, dando a um
jornalista a possibilidade de elaborar suas próprias pautas e escrever
sem preocupações com leads, pirâmides invertidas ou deadlines.

Enquanto há toda uma plêiade de blogs que se limitam a copiar e


colar textos que encontraram em qualquer lugar, sem se preocupar
com a veracidade das informações ou um mínimo de checagem de
dados, é possível também encontrar excelentes blogs especializados
nos mais diversos assuntos (divulgação científica
(http://rodadeciencia.blogspot.com), cinema
(http://www.ligadosblogues.blogspot.com), fotografia, quadrinhos).
Trata-se, pois, de um admirável mundo novo no qual você já não
precisa mais depender de um jornal, um canal de TV ou uma rádio
para encontrar as informações que deseja saber.

Pode, graças à blogosfera, ler relatos de israelitas e libaneses sobre a


guerra. Encontrou, por intermédio do blog de Salam Pax, mais
informações sobre o cotidiano no Iraque durante a ocupação norte-
americana do que em qualquer site ou jornal. Leu relatos sobre o que
aconteceu em São Paulo no dia dos ataques do PCC, ou como estava
New York em 11 de setembro de 2001.

Na folha em branco quase infinita que é a blogosfera, quem tiver um


mínimo de paciência e capacidade de discernimento descobrirá
rapidamente que em blogs é possível encontrar de tudo, inclusive
bons jornalistas, escritores, fotógrafos e ilustradores amadores que,
por um motivo e outro, estão produzindo conteúdo de excelente
qualidade desvinculados dos veículos tradicionais de comunicação.

Sobre a questão da profissionalização, a criação do InterNey Blogs é


uma tentativa de começar a remunerar blogueiros no Brasil por sua
produção. A julgar pela experiência anterior do Edney com seu site
pessoal, temos bons motivos para crermos que esse modelo será
economicamente viável.

Se formos bem sucedidos criaremos um ótimo precedente,


possibilitando a blogueiros recursos que, naturalmente, resultarão em
melhoras na qualidade e quantidade dos posts publicados.

Pode ser blogueira, mas sem falar sobre política!

8) Aproveitando a pergunta acima. De uns dois anos para cá, alguns


colunistas de jornais estão virando blogueiros e vice-versa. O que
você acredita que difere o trabalho de um blogueiro de um colunista
de jornal?
Recentemente todos os portais e sites de jornais recorreram ao uso
de blogs, essa ferramenta tão hypada ultimamente. Mas não é difícil
constatar que os "blogs" hospedados em portais não conversam
efetivamente com outros blogs, uma vez que só linkam ou
"trackbackam" notícias publicadas no próprio portal que lhes oferece
hosting.

Não interagem efetivamente com a blogosfera, assemelhando-se


mais a colunas tradicionais meramente travestidas de blogs, até
porque não possuem a liberdade que a ferramenta blog deveria lhes
oferecer. Além disso, são tolhidos no tema dos posts (vide o caso da
Soninha Francine, que foi proibida de escrever sobre política em seu
blog na Folha Online). É importante ressaltar que no InterNey Blogs,
os autores terão total liberdade de criação – têm seus templates
próprios e escrevem sobre qualquer tema que lhes vier à mente.

Ainda tergiversando sobre as diferenças entre blogueiros e colunistas


de jornais, eis uma diferença fundamental: nos blogs, a repercussão
de um texto surge pouquíssimo tempo após sua publicação, e vêm na
forma de comentários e e-mails recebidos.

Blogueiros interagem com seus leitores, escrevem posts a partir dos


feedbacks recebidos, deixam comentários nos blogs daqueles que
visitaram sua página. O tempo de resposta de um colunista de jornal
obviamente é muito mais pausado e limitado pelas restrições
impostas pelo veículo em que escreve.

Filmes do Chico, um dos melhores do País

9) Como você acredita que serão os blogs daqui a 5 anos?

Com a crescente pluralização da produção de conteúdo, a união de


blogs em torno de coletivos como Gardenal, Insanus, Verbeat e
InterNey Blogs será uma tendência crescente. RSS, ou o que quer
que seja que surja em seu lugar como agregador de conteúdo, será
uma ferramenta ainda mais imprescindível. Blogs especializados em
nichos cada vez mais específicos surgirão aos montes.

A blogosfera já estará definitivamente consolidada como mídia, e


muitos dos blogueiros revelados na Web serão absorvidos por jornais,
revistas e portais tradicionais.

Penso, no entanto, que a paulatina popularização da banda larga e os


avanços nas técnicas de exibição de vídeos em streaming farão com
que os videoblogs tornem-se o novo hype na Web, e isso em um
prazo muito menor do que 5 anos. Contudo, assim como a TV não
acabou com os jornais, creio convictamente que blogs e videoblogs
conviverão sem maiores problemas.

6 perguntas: Edney Souza, fundador do InterNey

Celebridade da blogosfera brasileira, Edney Souza largou seu


emprego de gerente de sistemas da Divicom em agosto de 2005 pra
viver do InterNey, seu blog.

Aliado a conteúdo de extremo apelo popular (como ele mesmo


admite no caso do Gerador de Números da MegaSena), um sistema
financeiro de anúncios integrado por Souza entre anunciantes como
Buscapé, Google e Mercado Livre são a ele uma renda maior hoje que
no seu tempo de firrrma.

Agora, InterNey empacotou sua solução financeira e começa a


monetizar (decentemente) blogueiros de certo prestígio, numa jogada
que deve dar ao rapaz um papel de padrinho da birrenta
problogosfera brasileira (ele mesmo rechaça o termo).

Nascido no final de fevereiro, o InterneyBlogs agrega 21 blogs de


começo.
Qual o sistema econômico que você montou e aplicou aos 21
primeiros blogs do Interney Blog?

Hoje, temos de certo o AdSense (do Google) para páginas e uma


parceria com o Mercado Livre (parte do projeto Mercado Livre Sócio)
para puxar anúncios da maneira mais interessante (para os
anunciantes). Desenvolvi um algoritmo que analisa o que a pessoa
escreveu, analisa base se dados do Mercado Livre e procura anúncios
que tenham relação com texto. Com base nesta relação, ele escolhe
os melhores.

O sistema não tá todo implementado. Navegue pelas categorias agora


e você verá que a maioria ainda tem anúncios relacionados apenas à
matéria principal da categoria (culinária, literatura ou esportes, por
exemplo). Financeiramente, o contrato firmando entre Interney e os
21 blogs (até agora) é que pode ser explorado para gerar lucro a
partir da audiência gerada. Na divisão, 80% fica com o blogueiro e eu
recebo comissão de 20%.

Quem traz mais visitantes, tem participação maior (no lucro).


Sinceramente, não quero saber da grana que ele ganha, mas da
audiência que atrai. Esta audiência traz credibilidade, por isto
estamos valorizando aspectos e blogs de todos os assuntos.

Não pegamos blogueiros novos à toa. Pegamos blogueiros com


maturidade, que tem gente que trabalha com escrever e que sabe da
importância da qualidade. O que interessa é conteúdo de qualidade.
Se deturpar e queimar credibilidade (para atrair mais audiência
e,logo, mais dinheiro), pedimos pra sair.

Como foi a estruturação do IB?

Hoje, estou usando o excedente de hospedagem do meu servidor


para bancar o início do IB. Quando houver tráfego significativo pra
exigir mais banda, vou abater da hospedagem, assim como possíveis
despesas com design, que serão discutidas entre os membros.

No dia de estréia, tivemos 3 mil unique visitors. É OK pra o primeiro


dia. Ainda tenho hospedagem para dobrar o tráfego do Interney, que
recebe de de 3 milhões a 4,5 milhões por mês, com número de page
views passando 18 milhões - o Interney é o 113º site mais acessado
do Brasil, segundo levantamento feito pelo Ibope em dezembro.

Queremos diversificar os assuntos (já temos cinema e culinária, entre


outros). Não temos, por exemplo, blogs sobre games ou sobre carros
e tunning. Existem nichos não explorados e queremos achar alguém
para preencher esta lacuna. Se fosse pra chamar qualquer um, a
gente tinha feito algo e colocado no ar.

Podemos colocar dois blogueiros do mesmo assunto pro usuário


apreciar conteúdo de boa qualidade. Ter duas ou três pessoas que
escrevem bem sobre o mesmo tema não significa que estamos
esgotando o conteúdo.

Você pretende levar este modelo para uma consultoria de SEO, por
exemplo?

Muita gente me cobra serviços de SEO pelo PageRank do Interney


(nível 7, assim como UOL, Terra, Globo e Mercado Livre. No Brasil, só
eles são 7).

Não é objetivo hoje, por que tem muita gente que faz um trabalho de
SEO para enganar o usuário em todo o mundo. Você consegue usar
técnicas BlackHat que dão resultados bons em curto prazo. Este tipo
de profissional deixa de valorizar seu trabalho por que o resultado (do
posicionamento em resultados de buscas) tem que ser a médio e
longo prazo.
O Google verifica e “desarma” alguns destes truques de vez em
quando. Mas, até lá, o SEO já apresentou resultados para o cliente,
que fica satisfeito também no curto prazo. Não é ético e pode
prejudicar quem trabalha decentemente, por que o Google pode
demorar anos para perceber “a falcatrua”. Não gostaria de trabalhar
num setor onde você tem que apontar pros outros e dizer que não é
legal o que se está fazendo.

Também não acredito que um portal grande contrate meus serviços e


me pague uma quantia vultuosa. Se for pro setor, terei vários
pequenos clientes. Mas, no mercado brasileiro, ainda não tem gente
com conhecimento elementar suficiente para manter este tipo de
trabalho (no médio prazo). Fora da web, sou um Zé Ninguém.

O que talvez possa lançar é uma ferramenta que rode em outro sites
com espaço para propagandas. Precisamos apenas ver como acordos
comerciais deste tipo podem ser fechados. No IB, todo mundo
concordou que eu ganhe, faça os cálculos, passe o relatório e
deposite (o dinheiro). Existe amizade para formar confiança entre
nós. (Com outras empresas), o problema é fazer um contrato com
este nível de segurança.

Mas esta monetização de blogs em massa te coloca como um dos


principais SEOs do Brasil, não?

Não me considero o principal SEO do Brasil. Só trabalhei com meu


site. Precisaria ter trabalhado com uma base maior de sites para dar
meu argumento. O modelo financeiro que deu certo no InterNey está
rodando no IB. Todas as análises dizem que vai dar certo.

Você já recebeu reclamações sobre o exagero de anúncios no


Interney?
Sim. Os anúncios atrapalham a leitura, sim. Mas nunca me causou
nenhum tipo de problema. Meu foco é conteúdo. Não escrevo só pra
atrair visitantes. Escrevo para coisas que as pessoas querem ler. O
visitante vai mesmo que esteja poluído por que sabe que o material é
interessante para ser lido.

Existe uma tolerância grande do usuário brasileiro de maneira geral.


Não existe esta tolerância quando o post engana o usuário, colocando
diversos anúncios no caminho sem entregar o conteúdo prometido no
início.

Você se considera um problogger?

Nunca me chamei de problogger por que o Brasil criou uma bolha


com o cara fazendo anúncio só para catar clique. Sou um blogueiro
profissional, mas se arracansse tudo que não é blog, daria pra viver
muito bem. Eu obtenho lucro suficiente para viver.

Agora, não gosto de usar o termo ProBlogger. Quem é, vive em meio


às polêmicas. Não quero saber quem ganha quanto com o AdSense.
Não vou discutir o que faço com o dinheiro ganho.

Acho que tem pessoas que fazem por merecer as críticas, mas tem
um grande exagero de falar que todo mundo é “comunista comedor
de criancinhas”. Não quero discutir se aquilo é bom ou ruim para
ganhar dinheiro com blogs. Uso isto pra falar de outros tipos de
conteúdo.

Princípios de um projeto web, segundo a BBC

Bacana essa lista de princípios da BBC para os seus projetos web.


Não conhecia. Alguns tópicos são bem manjados. Outros bem
interessantes. Gostei do 3º, 6º e 8º. Mas o melhor é o 2º.
1) Desenvolva produtos que respondam às necessidades da
audiência. Antecipe as necessidades não satisfeitas dos usuários com
novos produtos que estabeleçam novos padrões.

2) Os melhores sites fazem apenas uma coisa, mas verdadeiramente


bem - faça menos, mas com perfeição.

3) Não tente fazer tudo sozinho - aponte links para outros sites de
qualidade. Seus usuários o agradecerão. Utilize o conteúdo e as
ferramentas de outras pessoas para melhorar o seu próprio site e
vice-versa.

4) Faça pequenas apostas, volte a êxitos do passado, mate os erros e


rápido.

5) Trate todo a web como um "campo de criatividade" - não limite a


sua criatividade ao seu próprio site.

6) A internet é uma "conversação". Adote um tom relaxado, de


conversa. Admita seus erros.

7) Todo o site é tão bom quanto a sua pior página - tenha certeza da
adoção e a manutenção das melhores práticas editoriais em todo o
site.

8) Tenha certeza de que todo o seu conteúdo pode ser linkado, para
sempre.

9) Lembre-se que sua avó nunca utilizará o Second Life - ela terá
uma vida online em breve, mas com necessidades diferentes dos
"early adopters" [consumidores ávidos por novidades].

10) Aumente os caminhos de acesso ao seu conteúdo. Otimize seu


site para ter um rank alto no Google.
11) Um design e uma navegação consistentes não significam
necessariamente um único layout para todos. Os usuários devem
saber sempre que estão em uma das suas páginas, mesmo quando
elas são distintas.

12) Acessibilidade não é uma opção extra. Sites desenvolvidos desde


o começo pensando na acessibilidade funcionam melhor para todos os
usuários.

13) Deixe que os usuários colem o seu conteúdo na "parede de suas


casas virtuais" - Incentive seus usuários a pegar pedaços de seu
conteúdo por meio de links ao seu site.

14) Aponte links para discussões na web, mas não seja hospedeira
delas. Seja palco somente de discussões que tenham uma base
lógica.

15) A personalização deve ser discreta, elegante e transparente.


Afinal de contas, são dados dos usuários. Trate de respeitá-los.

Web abre espaço para pesquisa de vídeos

A World Wide Web (ou rede mundial de computadores) está inundada


de vídeos digitais, mas muitas vezes não conseguimos encontrar os
arquivos que queremos ou navegar até o que pode nos interessar.

É um desperdício, pois se pudéssemos pesquisar os vídeos na


internet, eles poderiam se tornar o conteúdo de uma emissora global,
assim como o hipertexto da web, depois de organizado e restringido
por pesquisa, tornando-se matéria de uma biblioteca universal.

Precisamos, como afirma Suranga Chandratillake, co-fundador da


Blinkx, empresa de São Francisco, de um controle remoto dos vídeos
da web, um tipo de TV Guide eletrônico. E é exatamente isso que ele
oferece.
Os vídeos se multiplicaram em redes sociais como o YouTube e o
MySpace, assim como nos sites de notícias e entretenimento devido
ao surgimento do compartilhamento de vídeos, vídeos produzidos por
usuários, armazenagem digital gratuita e redes de banda larga e Wi-
Fi.

Atualmente, devido à proliferação de arquivos de grande volume, os


vídeos são responsáveis por mais de 60% do tráfego na internet,
segundo a CacheLogic, uma empresa de Cambridge, na Inglaterra,
que comercializa "sistemas de entrega de mídia" para provedores de
serviço de internet. "Imagino que dentro de dois anos esse número
atingirá 98%", disse Hui Zhang, cientista da computação da Carnegie
Mellon University, em Pittsburgh.

Mas os mecanismos de pesquisa como o Google, desenvolvidos


durante a primeira era da rede, baseada em texto, têm um
desempenho insatisfatório no que se refere à pesquisa nessa maré
cada vez mais alta de vídeos. Isso se explica pelo fato de que eles
não pesquisam os vídeos em si, mas sim coisas associadas a eles,
incluindo textos de uma página web, "metadados" usados pelos
computadores para exibir ou entender as páginas (como palavras-
chave ou rótulos semânticos que descrevem diferentes conteúdos),
sufixos do arquivo de vídeo (como .mpeg ou .avi), ou títulos e
legendas.

Nenhum desses métodos é muito eficiente. Muitos vídeos da internet


possuem pouco texto ou textos ocultos, e os videoclipes não têm
metadados. Quando os possuem, induzem a erros. Os tocadores de
vídeo modernos não revelam os sufixos do arquivo de vídeo, e os
títulos e legendas capturam com imperfeição as palavras faladas no
vídeo.
As dificuldades em saber que vídeos estão em qual lugar desafiam o
crescimento dos vídeos na internet. "Se houver centenas de milhões
de horas de conteúdo em vídeo on-line precisamos encontrar uma
maneira eficiente e escalável de pesquisá-lo", disse Chandratillake.

A história de Chandratillake é atípica no Vale do Silício. Ele nasceu no


Sri Lanka em 1977 e passou a infância entre a Inglaterra e diversos
países do sul da Ásia onde trabalhava seu pai, professor de química
nuclear. Em seguida, ele estudou processamento distribuído na Kings
College, em Cambridge, tornando-se posteriormente diretor de
tecnologia da Autonomy, empresa especializada em algo chamado
"computação baseada em significado".

Esse histórico talvez já indicasse uma abordagem original em relação


à pesquisa quando Chandratillake fundou a Blinkx em 2004. Sua
solução não rejeita nenhum dos métodos de pesquisa de vídeos já
utilizados, mas os complementa transcrevendo as palavras
pronunciadas em um vídeo e pesquisando-as. Trata-se de uma
façanha: o reconhecimento eficaz da fala é um "problema incomum"
na linguagem dos cientistas da computação.

A tecnologia de reconhecimento de fala da Blinkx emprega redes


neurais e machine learning (aprendizagem de máquina) usando
"modelos ocultos de Markov", um método de análise estatística em
que as características ocultas de algo são estimadas a partir do que é
conhecido.

Chandratillake chama isso de "pesquisa contextual", e diz que


funciona muito bem porque os significados dos sons da fala não são
nítidos quando considerados por si só. "Pense na frase 'recognize
speech’ (reconhecer fala)”, ele escreveu em uma mensagem de e-
mail. "Os fonemas ('rek-un-nise-peach') são bastante semelhantes
aos contidos na frase 'wreck a nice beach' (destruir uma bela praia).
Nossos sistemas usam nosso conhecimento sobre quais palavras
geralmente aparecem em alguns contextos, além de tudo que
sabemos a respeito de um determinado clip, para melhorar a
capacidade de adivinhar o que cada fonema realmente significa".

Embora redes neurais e aprendizagem de máquinas não sejam


novidades, sua aplicação em pesquisas de vídeos é exclusiva da
Blinkx, e muito original.

Mas a pesquisa do blinkx é boa? Ao visitar o site blinkx.com, a


primeira coisa que vemos é o "video wall", ou mural de vídeos, com
25 telinhas tremeluzindo, cada uma exibindo um clip de vídeo
popular, inserido naquela hora (o mural representa uma poderosa
percepção do senso coletivo de nossa cultura popular).

Para fazer um teste, digitei a frase "Chronic – WHAT – cles of Narnia"


o refrão do digital short exibido no programa "Saturday Night Live"
chamado "Lazy Sunday" (Domingo de Preguiça), uma paródia ao rap
encenada por dois preguiçosos de Nova York.

Eu queria uma frase que um navegador da web conheceria mais


prontamente do que o título real de um vídeo. Eu também sabia que
"Lazy Sunday", apesar de toda sua fama, seria difícil de encontrar: a
NBC Universal havia veiculado a paródia ao rap gratuitamente na
internet depois de exibi-la na televisão em dezembro de 2005, mas
no mês passado a empresa insistiu que o YouTube o retirasse do ar.

Entretanto, o Blinkx encontrou oito ocorrências de "Lazy Sunday"


quando fiz a pesquisa na semana passada. O Google Video, por sua
vez, não encontrou nenhuma. Ao digitar "Lazy Sunday" na caixa de
pesquisa por palavras-chave da página do Google, recuperei centenas
de resultados -- mas muitos eram comentários sobre o vídeo e outros
tanto nada tinham a ver com o "Saturday Night Live”.
A Blinkx, que recebeu mais de US$ 12,5 milhões de investidores
privados, ganha dinheiro licenciando sua tecnologia para outros sites.
Embora a Blinkx tenha mais de 80 parceiros como esses, incluindo
Microsoft, Playboy, Reuters e MTV, ela raramente revela os termos de
suas negociações.

Chandratillake contou que alguns autorizados pagam a Blilnkx


diretamente, enquanto outros dividem a receita e outros fazem
ambas as coisas. A Blinkx revelou os detalhes de uma negociação: a
ITN, uma emissora de notícias britânica, dividirá a receita gerada por
propagandas inseridas nos seus vídeos.

Apesar da inovação da Blinkx, há pelo menos três obstáculos óbvios


ao sucesso da empresa. Em primeiro lugar, o fato de o Google Video
não ser tão bom agora não significa que não irá se aprimorar: afinal
de contas, quando a Blinkx foi fundada, ela primeiramente empregou
a aprendizagem de máquina às pesquisas em desktops de
computadores pessoais, um projeto que foi abandonado quando o
Google e a Microsoft lançaram suas próprias ferramentas de pesquisa
em desktop.

Em segundo lugar, ainda que o Google não consiga desenvolver uma


pesquisa eficaz de vídeos, o que é improvável, essa área ainda estará
saturada: TruVeo, Flurl, ClipBlast e outras empresas estão todas
trabalhando em diferentes fatias desse mercado.

Finalmente, a Blinkx pode não avançar o suficiente na pesquisa de


conteúdo de vídeos: a empresa pesquisa os sons, mas não as
imagens. Esta é a dificuldade mais grave.

"Como a Blinkx dá ênfase ao reconhecimento da fala, existe uma


enorme quantidade de conteúdo multimídia que ela não consegue
contemplar, como fotografias", disse John R. Smith, gerente sênior do
departamento de gerenciamento inteligente de informações da T.J.
Watson Research Center da IBM, em Hawthorne, N.Y. "Mas o pior é
que a fala não é um indicador muito bom do que está sendo
mostrado em um vídeo".

Smith contou que está desenvolvendo um mecanismo experimental


de pesquisa de vídeos chamado Marvel, que também usa a
aprendizagem de máquina, mas organiza informações visuais, além
da fala.

Mas, pelo menos por enquanto, a Blinkx lidera no setor de pesquisas


de vídeos: é capaz de pesquisar mais de 7 milhões de horas de
vídeos e é o maior repositório de vídeos digitais da web. "A pesquisa
é nossa navegação, nossa interface com a internet", afirmou John
Battelle, diretor da Federated Media Publishing e autor de "The
Search", um relato sobre a criação do Google.

Com a Blinkx, podemos ter essa interface para vídeos digitais, e


chegar um pouco mais perto da visão de Chandratillake de um
controle remoto universal.

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