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Luiz Fux Tutela de Seguranca e Tutela da Evidéncia (Fundamentos da tutela antecipada) 1996 Editora Saraiva I A TUTELA DE SEGURANCA EM CONFRONTO COM AS DEMAIS ESPECIES DE TUTELA JURISDICIONAL §7° A TUTELA DE SEGURANCA E AS DEMAIS FORMAS DE TUTELA. CONFRONTO Consoante exposto precedentemente, o Estado, no exercfcio do io da jurisdicio, manifesta essa fungdo através da definigao 10s e da realizagio dos mesmos com a utilizago dos instru- is de coergdo ou de sub-rogacio". anto, a prestagio da justica nfio se engendra de imediato, tanto mais que todo processo reclama um procedimento via do qual i atos necessérios ao amadurecimento da solugo judi- cial. Nesse interregno, tudo quanto possa interessar perfeita solugao ica exposto, sujeitando-se a um estado potencial de .0 tempo ou ao comportamento da parte adversa®. Esse risco que gravita em tomo do objeto do litfgio pode in de de frustrago da fungiio estatal de definigio ou rea zaciio dos direitos controvertidos, por isso que seria inécua a previsdo da prestagio jurisdicional sem que houvesse meios de protecio das condigdes ideais para que a justiga fosse efetivamente prestada, Liebman advertira que niio bastava fazer justiga, mas antes criar con- digdes para que a justiga Fosse prestada”. Com esse escopo, a doutrina moderna idealizou o processo cautelar, servile instrumental ao processo de defini e realizago de direitos, preservando a utilidade prética de ambos mediante a manu- tengo do estado de fato da lide inalterdvel, permitindo ao juzo prin- cipal a solugio do ltigio mais compattvel coma realidade fenoménica™. Para esse fim, multifirios sdo os provimentos cautelares. Exata- mente por essa razio é que além dos procedimentos especificos Cédigo de proceso prevé a possibilidade de o juiz, no exerefeio de seu poder-dever cautelar genérico, deferir provimentos “sob medida”, assim denominados por Moniz de Aragio”. Dessa forma, 0 processo cautelar ¢ instrumental em relago a0 processo dito principal, preservando-Ihe a existéncia pritica mediante aconservagio do objeto litigioso e suas provas. E um “‘instrumento a0 (quadrado” em face da natureza instrumental imanente a todo e qual- {quer processo, em confronto com 0 direito material veiculado na de- manda, ‘A mengao & doutrina modema foi proposital, para que no se olvide que historicamente a tutela dita cautelar nasceu com feigdes satisfativas e derivadas do poder cautelar genérico do juiz, como se pode colher das ligdes nacionais e alienfgenas”. ‘A sua especitfica funco assecuratéria de interesses eminente- mente processuais foi desenvolvida e considerada o marco de emanci- pacdio cientffica dessa terceira modalidade de tutela jurisdicional”. A t6nica dessa forma de tutela est na “prevengio” ¢ na unidade do procedimento, que funde atos de cognigdo e execugio, como afirmava Liebman”. Processo de procedimento célere, autoriza a prestago liminar dda justica com o fito de conjurar 0 perigo de dano (periculum in mora). Distingue-se, basicamente, das demais formas de tutela pelo seu cara- ter provisério e pela pouca verticalidade da cognicio, alids, incompa- tivel com a urgéncia que o provimento reclama, Em face dessas suas ccaracteristicas, diverso é 0 regime da coisa julgada e da litispendéncia’®, haja vista que a lide somente entra em cena para autorizar aassecuragao mediante o antincio do processo principal com que se visa a evitar 0 malogro (art. 801, II, do CPC). Nao versando sobre o litigio central, ‘mas to-s6 quanto ao interesse processual de manter-se a utilidade do romano), in. Novi » digesta italiano, v. 17. Nesse titimo autor & clarissima a Tigagao entre a cautelaatipicae a uilizagdo dos interditos para uma série de casos {que reclamavam a tutela ripida, daf a protiferagdo do remédio possessério; fend- meno conhecido do direito brasileiro gue dedicou boa parte de sua inteligéncia 2 discussao da possibilidade da protegio possessGria aos direitos pessoais. S40 clissicas as posigbes de Otivio Mangabeira e Rui Barbosa a respeito do tema, tratado com a verticalidade inerente a Astolfo Rezende em A posse e sua prote. (io, 1937, 2 v. 193, Nesse sentido a originiria doutrina do tema em Galeno Lacerda, Comen- trio, et. posteriormente revista no estudo citado, Funedo e processo cautelar: revisdo critica, Os nossos sistemas matizes convivem com a previsio genérica da tutela cautelar atipica ¢ a previsio de procedimentos espe ‘ordenamentos paradigmas livro préprio de regulagio do pri ‘20 final do nosso trabalho sugerimos a unificagio da fungao dita eautelar aplicivel, ssa simbiose de ‘como se pode mneia cautelar, apud Ovidio Baptista, Curso, Tonge de ser pas desde Liebman ¢ Carneluti, ‘Giuseppe Tarzia, Baur, Tutela j 45

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