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Loiz GVILHERME MARINONI SEAGIO AE NHART. MamuAL DO PROC. CONKECINENTO, Sho PAULO , RT. , 2001 g 6 PARTICIPACAO NO PROCESSO TSO “FH “o> /QG2aMa 4 itn “S SUMARIO: 6. Introdugio ~ 62 Conceito de parte ede tereiro ~ 6.3 Litiscons6rcio: 6.3.1 Primeiras consideragbes; 6.3.2 HipSteses de ca- sorcial: 6.4.1 Conceituagao; 6.4.2 Regime juridico ~ 6.5 Assisténcia simples: 6.5.1 Conceituagao; 6.5.2 Regime juridico; 6.5.3 0 chamado “efeito de interven¢a0” ~ 6.6 Oposiga0 ~ 6.7 Nomeagdo &autoria—6.8 Denunciagio a lide ~6.9 Chamamento ao processo ~6.10 Intervengio (noc. eywElL 6.1 Introducao Em geral, quando se pensa na relagao juridica processual, imagina- se uma relagdo triangularizada, formada de um autor, um réu e um juiz. Todavia, embora esse esquema corresponda a simplificagao mais did tica para a andlise dessa relaco, nem sempre esta é a conformagio prin- cipal subjetiva do processo. Em verdad, 0 que seamen @s Sujeitos no como rea idiyiducs, mas como pélos na relaco proces- ‘sual. Pouco importa, entio, que, em cada um desses polos, S€ apresente “mais de uma pessoa. Aqui se fala, portanto, em cumulagdo subjetiva da demanda, onde se destaca a figura do litisconsércio, hipétese em que ao menos um dos pélos interessados da relagio processual é composto de mais de um sujeito. De outra parte, € preci observar também que, eventu: a AWW NO PROCESSO 167 pode ser observado, regularmente, pela participaglo de terceiros que colaboram com o desenvolvimento da fungio processual (escrivio, ofi- cial de justica, perito etc.), mas também pode ocorrer em vista de outros sujeitos que ingressam no processo por terem, de alguma forma, interes- se na sua solugdo. Por conta desse interesse demonstrado por tais sujei- tos na resolugdo do conflito de interesses deduzido, autoriza 0 Cédigo de Processo Civil o ingresso dessas pessoas no processo ja instaurado, seja no intuito de compor de maneita mais ampla o litigio formado no Ambito das relagbes sociais, seja porque estas pessoas podem ser atingi- das de maneira direta em sua esfera jurtdica pela decisao judi deve autorizar sua participagdo no proceso, a fim de legitimar-se a tute- la jurisdicional a ser prestada, Comefeito, de acordo com o impacto, maior ou menor, que a deci- tido a participar, com maior ou menor intensidade, no processo que se forma para a resolugao do conflito. Esse impacto se mede pelo interesse juridico, demonstrado pela parte frente ac e, especialmente, fren- (0 material a ser exercida, em caso de procedén possibilidade para efetivamente participar da relacdo processual instau- rada; contrariamente, quanto menor for esse impacto sobre as relagdes juridicas da pessoa, menor serd sua qualidade para participar (exercer processuais) no processo formado, chegando ao no seré diretamente atingido (prejudicado juri- direito material, sendo-lhe entio vedada a participagdo no proceso, ao ‘menos na condigdo de sujeito parcial (podendo, eventualmente, ser con- vocado a colaborar, como testemunha, perito etc. E assim, 0 interesse juridico' a verdadeira medida da participagio. efetivamente do processo acondigao de parte e a situagao de terceiro indiferente, incapaz de inter- © Tirante a hipétese da intervengio andmala (art. 5.° da Lei 9.69/97), fervengio de su- 168 MANUAL DO PROCESO DE CONHECIMENTO vir no processo como sujeito parcial. Ressalvada a qualidade de parte, todos os demais sujeitos parciais admitidos a participar do processo se- ¥o considerados como terceiros intervenientes. E de se considerar, po- rém, que no raro o Cédigo de Processo Civil confunde as situagdes, atribuindo condigao de terceiro a quem, no processo, atuaré como parte, ‘ou nfo atribuindo a qualidade de ‘a quem obvia- ‘mente o serd. Isto certamente dificulta o estudo da matéria, mas, tendo- se por firmes os conceitos de parte e, por exclusio, de terceiro, em muito ser4 facilitada a tarefa de superar a m4 reda¢do do Cédigo de Processo Civil e de se tratar adequadamente do tema. Ressalte-se, antes de prosseguir neste exame, que 0 interesse em inguir adequadamente as nogdes de parte e de terceiro (tanto interes- indiferente) reside, sendo por tantas outras raz6es, 0 menos para delimitar o campo da abrangéncia subjetiva da coisa julgada (art. 472 do CPC), que somente se estenderd as partes, nunca aos terceiros (ao menos em processos individuais, no coletivos). 62. Conceito de parte e de terceiro Oconceito de parte é um dos mais probleméticos do direi proces- sual. Toda definigaio nesse campo demonstrar-se-d como insuficiente € funcionalmente adequado para operar com os desafios que a figura apresenta Tal conceito, parta-se dessa premissa, deve ser buscado e: - ito processual, sem que seja possfvel sua influéncia pelo Isto porque, embora a nogio de legitimidade, atributo quem, sem nenhuma razo, mesmo que aparente, postule em jui tutela jurisdicional do Estado. E de se ver que, assim como a com qualquer relaco jurdica, a relagao juridica processual é composta de trés elementos: sujeitos, objeto ¢ forma st existem enquanto sujeitos da relagao processual, pouco importando 0 que acontega no plano das relagbes juridicas materiais, Assim, justifica- se 0 porqué de buscar-se a definigao de parte estritamente no campo do direito processual. PARTICIPAGAO NO PROCESO 169 Indubitavelmente, a nogdo de parte vem empregada pelo direito também pela legislago) em diversas acepgdes. Ora fe concebe a idéia de parte como sendo os sujeitos do ato processual ~ algo extremamente amplo para os fins aqui buscados, a que também os terceiros que participam do processo passam a poder exercer at : cessuais, e entio seriam ‘considerados como partes, tornando int distingao que se pretende ~, ofa sio consideradas partes os sujeitos dos efeitos processuais, ora ainda assumem a condigao de sujeitos dos efei- ‘dade de fungdes que assume a nogio de parte no proce: 20 que aqui interessa, para disting se poder operar com as questdes que nessa seara importam. 10 de LIEBMAN, so os sujeitos do contraditério iz2 O conceito de parte, em LIEBMAN, revela amplitude excessiva, se importado para o direito processual pétrio sem ‘as devidas corregdes; isto porque, diante dessa definigdo, seria correto tee-se também o assistente simples como parte, o que parece impréprio na sistemdtica processual brasileira. Alids, mesmo LIEBMAN nota a generalizagao extrema de seu conceito, observando, logo apés expor @ nogdo antes referida, que “o ajuizamento da petica ‘constitutivo do processo, determina também as partes: aquela que pede 70 seu pronunciamento sobre determinado objeto ¢ aquela com relagao A qual tal pronunciamento Ihe é pedido”,? conceito este que se aproxima daquele sugerido por CHIOVENDA. Segundo célebre definigdo proposta por CHIOVENDA, “parte € aquele que demanda em seu proprio nome (ou em cujo nome € deman- dada) a atuagao duma vontade da lei, ¢ aquele em face de quem essa atuagao é demandada”* Esta parece ser a definigio mais adequada = especialmente para a uilidade que aqui se busca ~ pois permite tragar, razoavelmente, uma linha distintiva entre os sujeitos parc dos como partes e aqueles outros, tratados como terceiros. 6 veementemente criticado por DINAMARCO, segundo quem “a nogo

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