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MOÇÃO

Os professores do Agrupamento Vertical de Escolas de Palmela, abaixo-assinados,


manifestam o seu veemente protesto e desacordo perante o novo Modelo de Avaliação de
Desempenho, introduzido pelo Decreto Regulamentar nº 2/2008.

Não questionam a avaliação de desempenho como instrumento conducente à valorização


das suas práticas docentes, com resultados positivos na promoção dos alunos e promotora do
desenvolvimento profissional.

Consideram que o desenvolvimento deste processo tem tido consequências nefastas para a
qualidade do ensino que realizam e pretendem continuar a realizar com os alunos.

Ao longo de todo o processo de implementação do modelo de avaliação de desempenho,


os docentes deste Agrupamento têm participado na análise dos princípios que orientam o modelo
de avaliação; na construção de instrumentos de registo respeitantes aos diversos itens de
classificação; na revisão dos documentos internos que regulamentam a vida do Agrupamento,
com o fim de colaborarem com os órgãos de gestão, na aplicação do modelo de avaliação.

A todos os docentes deste Agrupamento não poderão ser imputadas responsabilidades por
questões que os ultrapassam e que o próprio Ministério tem dificuldade em esclarecer.

Defendemos uma alteração estrutural do actual sistema, pelos seguintes motivos:

1. A aplicação do modelo previsto no Decreto Regulamentar nº 2/2008 tem-


se revelado inexequível, por ser inviável praticá-lo segundo critérios de
rigor, imparcialidade e justiça, exigidos pelos professores deste
Agrupamento.

2. O modelo de Avaliação do Pessoal Docente, em vigor, pauta-se pela


subjectividade dos seus parâmetros e, portanto, será passível, a todo o
tempo, de ser questionado.

3. O Decreto Regulamentar nº 2/2008 não tem em conta a complexidade da


profissão docente que não é redutível a um modelo burocrático, de grelhas
e fichas, numa perspectiva desmesuradamente quantitativa e redutora da
verdadeira avaliação de desempenho dos docentes.
4. O modelo previsto no Decreto Regulamentar nº 2/2008, pela sua absurda
complexidade, não é aceite pelos professores, não se traduzindo em
qualquer mais-valia pessoal e/ou profissional.

5. O Decreto Regulamentar nº 2/2008 tem por objectivo melhorar a


qualidade da Escola Pública. Este pressuposto não pode ser alcançado
devido ao clima de insustentável instabilidade e mal estar resultante da
divisão da carreira em duas categorias.

6. O Decreto Regulamentar nº 2/2008 impõe quotas para as menções de


"Excelente" e "Muito Bom" e, com isso, desvirtua, logo à partida, qualquer
perspectiva dos docentes de verem reconhecidos os seus efectivos méritos,
conhecimentos, capacidades, competências e investimento na carreira.

7. Não é aceitável que se estabeleça qualquer paralelo entre a avaliação


interna e a avaliação externa, quando sabemos que este critério apenas é
aplicável às disciplinas que têm exame a nível nacional, havendo, por isso
uma violação evidente do princípio da igualdade consagrado no Artigo 13º
da Constituição da República Portuguesa.

8. O Decreto Regulamentar nº2/2008 implica um enorme acréscimo de


trabalho burocrático para os docentes, sem benefício correspondente para
ninguém, correndo-se o risco de ficar relegado para um plano secundário o
processo de ensino/aprendizagem, prevendo-se graves consequências nas
novas gerações e, naturalmente, no futuro do país.

Em nome de uma avaliação promotora do sucesso educativo, da dignificação da


carreira docente e da defesa de uma Escola Pública de qualidade, os docentes do Agrupamento
Vertical de Escolas de Palmela, em Reunião Geral de Professores, deliberaram suspender a sua
participação neste processo de avaliação de desempenho docente, incluindo a não entrega dos
objectivos individuais, até que se proceda a uma substituição por outro modelo, que o torne
exequível, justo e transparente.

Palmela, 21 de Novembro de 2008

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