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1
ROPS, Daniel. A Igreja das catedrais e das cruzadas. São Paulo: Quadrante, 1993. p. 182.
2
BESEN, José Artulino Besen. Francisco, Clara e Domingos. Disponível em:
<www.pime.or.br/missaojovem/mjhistdaigreja.htm>. Acessado em: 05 mar 09.
3
Idem.
4
ROIO, José Luiz Del. Igreja Medieval. São Paulo: Ática, 1997, p. 93.
5
ROPS, Daniel. A Igreja das catedrais e das cruzadas, p. 182.
6
SECONDIN, Bruno; GOFFI, Tullo. Curso de espiritualidade. São Paulo: Paulinas, 1994. p. 137.
4
1 BIOGRAFIA
Pouco antes ainda da morte de Diogo, Domingos se sentiu inspirado por Nossa
Senhora, em Prouille, a fundar um convento onde recebesse mulheres e moças que
renunciassem às heresias. Em 1208 teremos a cruzada dos albiegenses provocada pelo
assassinado de um legado. Após a cruzada a qual, segundo Rops8, Domingos não participou, o
mesmo se estabelece na cidade de Toulouse, e ali, em 1215, reuneu os primeiros
companheiros para a fundação da comunidade. Fora motivado pelo bispo cisterciense de
Toulouse, Foulques, Domingos torna-se chefe de uma comunidade de missionários
diocesanos, sob a autoridade do bispo, a qual nominou de Ordem dos “Irmãos Pregadores”.9
Entretanto, o Concílio ecumênico de Latrão (1215), viria a proibir a constituição de
novas ordens e exigia que se adotasse uma regra que já existisse. Daí que resolvem adotar a
de Santo Agostinho. “Seriam, portanto, cônegos pela Regra, monges pelo espírito e
missionários pelo modo de vida. Estavam encontrados os dados fundamentais da futura
Ordem.”10
Tal determinação durou somente até a morte do então papa Inocêncio III, que foi
sucedido por Honório III que, ciente da problemática herética, confirmou formalmente a
Ordem.
Domingos foi pessoalmente responsável pela adoção de uma vida austera: pobreza
individual e comunitária, abstinência de carne, jejuns, silêncio, ofícios à meia-noite
e disciplinas frequentes. Os dominicanos, como os franciscanos, deveriam viver de
esmolas. Dada a importância do estudo para sua missão, os serviços litúrgicos e
outras atividades se reduziam ao essencial.11
7
Verbete: Domingo de Guzmán. ANCILLI, Ermanno. Diccionario de espiritualidad. Tomo I, Barcelona:
Herder, 1987. P. 639.
8
Cf. ROPS, Daniel. A Igreja das catedrais e das cruzadas, p. 176.
9
Cf. Idem, p. 177.
10
Idem, p. 177.
11
DOMINICANOS. In: NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA: Versão 1.11. Rio de Janeiro: Encyclopaedia
Britannica do Brasil Publicações Ltda, 1999. CD-ROM.
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Igualmente ocorreu com o “Poverello”, aos poucos surgiu também uma Ordem
Terceira, diferente da franciscana na origem, mas que aos poucos foi trilhando os mesmos
passos.
Aos poucos, a pequena Ordem, que começara com não mais que dezesseis irmãos,
adquiriu proporções continentais, instalando-se nas principais cidades da época (Roma, Paris,
Bolonha). 13
Anos depois Domingos retorna a Espanha, onde estabeleceu uma fundação, depois,
dirigiu-se a Madrid, caminhando e pregando intrepidamente, mesmo já estando doente. Então
retorno a Bolonha, bastante exausto, pôs-se a caminho pela última vez e foi a Veneza, onde
delegou a autoridade da Ordem ao cardeal Hugolino.
Retorna com uma grande enxaqueca e disenteria, antes de morrer chamou para si os
doze irmãos mais velho de congregação, deu-lhes as últimas recomendações e confessou-se
publicamente. Morre em 6 de agosto de 1221. Logo adquiriu fama de santo, e foi canonizado
por Gregório IX em 1234.
Encarregados de executar a Inquisição, ficaram conhecidos por seu rigor e ortodoxia.
A ordem atingiu o apogeu em meados do século XVIII, quando chegou a congregar cerca de
trinta mil membros. Extinta pela revolução francesa, voltou a ser aceita em seu país de origem
em 1839.14
12
ROPS, Daniel. A Igreja das catedrais e das cruzadas, p. 180.
13
Cf. Idem, p. 180.
14
Cf. DOMINICANOS. In: NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA.
15
Cf. DOMINICANOS. In: NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA.
7
A Ordem chegou ao Brasil em 1878, por meio de dois frades de Toulouse que
estabeleceram-se no Rio de Janeiro, entretanto a febre amarela impediu-os de dar seguimento
ao trabalho. O primeiro mosteiro foi fundado somente em 1882, em Uberaba MG. No
princípio, fixaram-se no interior e sua atividade tinha caráter missionário. Somente mais
tarde, fundaram-se mosteiros nos principais centros urbanos, como Rio de Janeiro (1927), São
Paulo (1938) e Belo Horizonte (1946). O primeiro mosteiro brasileiro de freiras dominicanas
estabeleceu-se em 1930, em São Paulo.
8
2 ESPIRITUALIDADE
Domingos tem por mérito ter sido o primeiro a realizar a síntese religiosa do dualismo
ação-oração.16 Sendo que, dentre os principais impulsos dados pelo santo estão o
estabelecimento de pregadores oficiais para a Igreja com profundo conhecimento da doutrina.
Com ele é restabelecida o direito aos padres de pregarem, pois neste período tal empreitada
estava reservada somente aos bispos. Com a obrigatoriedade do estudo aos seus clérigos fez
elevar-se o nível intelectual dos sacerdotes.
A espiritualidade de sua ordem era inspirada no modelo dos apóstolos no cenáculo,
Domingos levou as extremas consequências esta premissa espiritual. Esta vida espiritual
baseada na vivência dos apóstolos correspondia à vida comunitária (At 4,32), à oração em
comum (At 2,46), e ao mandamento de Jesus que pregassem (Mt 28,18-20). A imitação dos
apóstolos se articulava entre a meditação e a ação. Eram ainda missionários por excelência
motivados pela omissão do clero secular e o avanço dos hereges.
A novidade reside no fato de conciliar a vida monástica contemplativa e a pregação.
Ao que Tomás de Aquino dizia ser a pregação uma atividade “é uma continuação, não uma
distração, da contemplação, uma vez que falar de Deus é ainda um falar de Deus.”17 Por isso,
o dominicanos outorgavam a si mesmos o título de uma ordem contemplativa que transmitia
aos outros os frutos da própria contemplação. Os dominicanos expressam, com peculiaridades
próprias, uma teologia da mente e do coração, animados pelo amor e o Espírito Santo.
Como a Lei suprema da nova ordem era a pregação, os religiosos eram dispensados
das observâncias regulares e a recitação solene do ofício divino toda vez que o estudo ou a
pregação exigisse.18 É interessante destacar ainda que as Constituições de São Domingos
deixam claro que a recitação das Horas devem ser ditas “breve e sucinta” para não prejudicar
os estudos.19
Entretanto, para não se reduzirem ao intelectualismo, Domingos orienta que o
pregador deve nutrir o coração. Deve ser antes um homem de reza do que um homem da fala.
16
Cf. Verbete: Domingo de Guzmán. ANCILLI, Ermanno. Diccionario de espiritualidad, p. 640.
17
SECONDIN, Bruno; GOFFI, Tullo. Curso de espiritualidade, p. 132.
18
Idem, p. 129.
19
Idem, p. 130
9
Domingos ainda acreditava que algo mais poderia alimentar a espiritualidade de sua ordem, a
pobreza.
Inicialmente motivado pelo exemplo que vira quando lutava contra os cátaros, e
principalmente a partir do exemplo de Francisco de Assis, ao qual teria conhecido
pessoalmente. Para ele o fato de não possuírem qualquer bem os tornavam mais livres para o
serviço de Deus.20 “Estavam determinadas as características da nova Ordem: pregadores e
21
homens de estudo, homens da palavra e da pobreza.” Os dominicanos popularizaram a
devoção do rosário, por eles usado como parte da indumentária regular.22
20
Cf. ROPS, Daniel. A Igreja das catedrais e das cruzadas, p. 177-179.
21
Idem, p. 178.
22
Cf. DOMINICANOS. In: NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS