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A prevalência de DC entre os portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) é cerca de dez vezes

superior à da população em geral e, sabendo-se que ambas são doenças do tipo auto-imune,
importa perceber a razão desta estreita relação.

Temos hoje como certo que a DC ocorre em indivíduos geneticamente predispostos , sendo esta
predisposição relacionada com o sistema HLA (Human Leukocyte Antigens). Assim, a maior
prevalência de doenças auto-imunes nos celíacos é atribuída a factores genéticos comuns,
nomeadamente os antigénios do referido sistema. Por tudo isto parece certo que o
desenvolvimento de doenças auto-imunes secundárias à DC é mais frequente quando a DC não
está controlada.

Dois investigadores (Pocecco & Ventura) levantaram em 1995 a possibilidade de que a lesão da
mucosa intestinal na DC activa permitiria a absorção de antigénios ?anormais? que induziriam
uma resposta imune com produção de auto anticorpos contra células pancreáticas em indivíduos
já geneticamente predispostos a DM1. Em 2002, contudo, esta teoria foi refutada por um grupo de
investigadores que, através da realização de um estudo, detectou um grande número de casos em
que a DC se instalou após a instalação prévia da diabetes. Com este estudo perceberam também
que 5.5% dos diabéticos tipo 1, no momento do diagnóstico, apresentaram serologia positiva para
a DC e que 4.4% apresentaram serologias positivas nos primeiros quatro anos após a instalação
da DM1.

Um outro aspecto relevante é que, atendendo aos dados provenientes da investigação, é possível
concluir que a maior parte dos diabéticos tipo 1, mesmo com serologias positivas para a DC,
apresentam poucos sintomas do tipo gastrointestinal apesar de se encontrar o típico padrão das
vilosidades intestinais ?achatadas? aquando da realização da biopsia intestinal. Parece ainda ser
esta a principal causa do incumprimento da dieta SG por parte de muitos diabéticos pois, uma vez
que não apresentam sintomatologia, é difícil conceber a importância da dupla-dieta (isenta de
glúten e de açúcares).

Mohn e Cols observaram ainda que nas crianças e jovens com DM1 e DC o risco de hipoglicémia é
mais frequente nos seis meses antes e nos seis meses após o diagnóstico da DC do que nas
crianças / jovens que são ?apenas? portadores de DM1. Após seis meses de dieta rigorosa sem
glúten o risco de hipoglicémia grave é semelhante nos dois grupos.

Apesar do número de estudos que relaciona as duas patologias (DC e DM1) existe ainda muito por
explicar, contudo, é certo que deverá recair uma atenção especial sobre os diagnosticados com
DM1 sendo que, muitos médicos, optam por rastrear a DC aquando do diagnóstico desta forma de
diabetes. Caso os marcadores (especialmente o marcador mais sensível actualmente, a anti-
transglutaminase) sejam positivos deve avançar-se para a biopsia intestinal. Se existir uma
biopsia positiva a dieta sem glúten deve ser iniciada e, caso seja inconclusiva, muitos médicos
defendem que deverá ser repetida anualmente até se poder realizar com segurança a confirmação
do diagnóstico ou a exclusão do mesmo.

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