Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
(10.
(10.º grau)
rau)
1
Apresentação do Grau
De acordo com os antigos graus de eleição, o Eleito dos Quinze foi outrora o terceiro grau
praticado. Também era chamado de Grande Mestre Eleito ou Eleito Perfeito. Aqui aprendemos
que o verdadeiro nome do assassino Abiram é na realidade Hoben. Este grau apresenta o
seguimento da lenda com a detenção dos outros dois criminosos de Hiram, que se julgava
terem morrido miseravelmente nos países longínquos de Cabul. Na realidade uma delegação
de quinze Mestres Eleitos, enviada por Salomão, encontrou-os em Geth, ainda com vida. Eles
mudaram de nome e fazem-se chamar por Oterfut e Sterkin, em vez de Romvel e Gravelor. O
recipiendário leva-os para Jerusalém com vida, onde Salomão ordena a sua execução de
acordo com as leis vigentes na época.
O ritual de 1766 dá o nome dos dois Mestre que encontraram primeiro o seu esconderijo.
Trata-se de Zeomet e Eleham (estes dois nomes foram tomados como palavra sagrada e
palavra de passe do grau).
Hoben, o primeiro assassino que assumiu o nome de Abiram, independente deste facto, os
dois nomes Abiram e Hoben subsistem nas variantes dos rituais de 1766 e de 1809.
Apresentar-se-á com mais detalhe, no quadro criado por Claude Guérillot, onde são
apresentados os diferentes nomes dos três assassinos, revelados nos diferentes rituais.
2
As três cabeças expostas nas entradas de Jerusalém.
TEMA DO GRAU
Segundo grau de Eleição, o Eleito dos Quinze, persegue a acção empreender a justiça. Os
outros dois criminosos são detidos, julgados e condenados segundo as indicações de
Salomão. As cabeças dos três criminosos são expostas, nas portas de Jerusalém, para
servirem de exemplo.
Na porta do meio-dia encontra-se a cabeça de Sterkin
No ocidente a cabeça de Oterfut
No Oriente a de Abiram
3
Aguarela com a representação dos três criminosos com as ferramentas do seu crime
PALAVRAS
DE Heleham que se Eligam ou Eliam Eligam ou Eligam ou Eliam
PASSE escreve Eliham Eliam, ou
Eleham
4
Zerbal; Zerbal; Zerbal; Zerbael, filho de
responde-se: responde-se: responde-se: Jaida, dito por
PALAVRAS Ben-Iad. Ben-Iah. Ben-Iah ou engano o
Outros A utilização Benaias, ou Santuário;
SAGRADA respondem mais geral, fez Bendecar, ou resposta Ben-
Benhakar. com que se Bendaka. Iad
Nome da adopta-se a
caverna onde se primeira
esconde o palavra, Ben-iad
criminoso de ou Benaias, que
Hiram. Outros é a mesma
dizem Bendaka. palavra.
Questiona-se o porquê do número de nove eleitos passar quinze? Qual foi a razão dessa
alteração de número? Nota-se com curiosidade que número quinze já era mencionado na
primeira versão conhecida do ritual de Mestre. É dada uma explicação cuidada na Maçonnerie
disséquée de Samuel Prichard. Será assim lógico deduzir que este grau assente a sua origem
nessa primeira versão do grau de Mestre.
5
que se não encontrassem a palavra entre eles ou perto deles, a primeira palavra
seria a palavra de Mestre. Um desses irmão estando mais cansado que os outros
sentou-se para descansar e segurou-se a um ramo, que se soltou facilmente.
Constatou então que a terra havia sido remexida, chamou os seus irmãos, que
prosseguindo a busca, descobriram o corpo de Hiram decentemente enterrado
num belo túmulo de seis pés de este a oeste e seis pés na perpendicular, do qual a
cobertura era feita de musgo e grama, que foi o que os espantou. De seguida
disseram, “Muscus Domus Dei Gratia”. Ao qual a Maçonaria atribui-o o seguinte
significado: “Dêmos graças a Deus, o nosso Mestre tem uma casa com o telhado
coberto de musgo”. Então eles cobriram-no sabiamente e como ornamento
suplementar colocaram um pé de acácia junto à cabeça do túmulo. Eles partiram
de seguida para informar o rei Salomão.
D – Que disse o rei Salomão de tudo isso?
R – Ordenou que o exonerassem e que o enterrassem decentemente, e que esses
quinze companheiros de mestria assistissem ao seu funeral munidos de luvas
brancas e de aventais (Este uso continua entre os Maçons até aos nossos dias).
Num outro manuscrito o número 15 está relacionado aos sete passos dados pelo Mestre
Maçon 3 + 5 + 7, ou seja 15, que recapitula o caminho já efectuado:
2 – VINGANÇA E JUSTIÇA
No 10º grau, os outros dois assassinos são também encontrados numa caverna. Mas desta vez
não são executados na penumbra, contrariamente ao primeiro assassino, mas levados em
pleno dia e encarcerados numa torre antes de serem executados em público.
6
Do grau de Mestre ao grau de Sublime Cavaleiro Eleito, estamos dentro de um contexto bíblico
salomónico no espírito do antigo testamento. A punição dos assassinos de Hiram não é
realmente surpreendente, porque corresponde à aplicação dos termos dos juramentos e das
penalizações prestados nos três primeiros graus das lojas azuis. As punições ocorrem em caso
de traição, ou seja, ser degolado, o coração arrancado, o corpo cortado em duas partes, as
entranhas arrancadas e queimadas.
A vingança é definida, segundo a Bíblia como freio antigo e eficaz, que visa assegurar o
respeito da vida. A lei do Levítico diz: Não te vingues nem guardes rancor às crianças do teu
povo mas ama o teu próximo como a ti mesmo: Eu sou o Eterno (Tetragrama) (19, 18). Esta lei
tinha por objectivo temperar a vingança e sancioná-la. Segundo os Essênios, entre outros, é só
a Deus que pertence a aplicação da vingança. Esse ponto de vista é partilhado pelo novo
testamento que remete a vingança divina para o dia do julgamento escatológico.
A aplicação da justiça bíblica, é tal que consiste a atribuir a cada um aquilo que lhe é devido,
mas ela é sobretudo a qualidade que faz com que um poder, um título, um acto, um evento, um
objecto sejam conformes com a lei, o costume ou a essência dos seres exigentes.
A vingança de sangue é uma forma de justiça privada que era uma aplicação da lei do talião,
considerada como a única forma eficaz de proteger o direito à vida por incutir o medo da
vendetta. (Dicionário Enciclopédico da Bíblia, Edições Brepols, 2002, pp720 e 1311)
O sangue das vítimas apaga, por uma substituição compensatória que exige a noção de
justiça, os traços de sangue do Mestre desaparecido. Esta forma de justiça deve ser vista no
contexto sociológico da época, ela aplicasse de acordo com a lei do talião (dente por dente e
olho por olho), com o objectivo de dissuadir outros potenciais criminosos pelo exemplo da
sanção. Trata-se também da aplicação do princípio da acção / reacção.
Apenas quando as três cabeças dos maus companheiros estão empaladas é que o Eleito pode
considerar que eliminou de si mesmo todas as tendências negativas, que pode prosseguir a
sua pesquisa da verdade reunindo o que está disperso.
Não esquecer que os criminosos antes de serem executados carregaram correntes. Esta
imagem evoca os entraves, as relações e o peso que inibem o ser humano. Prisioneiro de si
próprio, acorrentado à terra, aos seus vícios e suas paixões perdeu a sua liberdade interior e
física, entravado por um fardo esmagador.
7
No 9º grau é posto em cena e ensinado ao neófito o que não deve fazer, porque não se trata
de operar uma eliminação impulsiva dos seus aspectos negativos, mas de agir como no 10º
grau num combate objectivo e racional contra esta parte de si mesmo que provem do ego.
No 9º grau, o ritual diz que Abiram pereceu caindo sob os golpes, mas que ele reaparece
sempre. O que significa que o Mestre deve manter-se constantemente vigilante contra os maus
companheiros que estão adormecidos nele, sempre prontos para se manifestar das formas
mais subtis. Esse mesmo ritual diz que Hiram foi morto milhares e milhares de vezes, que
todos os dia esse crime monstruoso é cometido diante dos nossos olhos, mas os Eleitos velam.
Estas duas frases do ritual são a chave para a compreensão dos três graus dos Eleitos.
3 – A TORRE
O símbolo da torre pode ser analisado sobre dois pontos diferentes, negativo se o
relacionamos com a torre de Babel, trabalho humano nefasto que simboliza um mundo fechado
e orgulhoso na vontade de rivalizar com algo maior que ele. Assim como pode ser a prisão, que
nos contos de fadas, retém injustamente um herói ou uma heroína. Segundo uma perspectiva
positiva, este lugar fechado, circular onde andamos às voltas é apropriado para a meditação.
Os assassinos, presos na sua própria armadilha, são encerrados numa torre antes da sua
execução.
8
Esta torre é símbolo de um eixo do mundo, considerado como um lugar de união entre a terra e
o céu, ela simboliza também a conclusão de um ciclo. Esse lugar elevado pode ser
considerado como propício para o recolhimento e à meditação permitindo a observação dos
astros.
Os arquitectos da Torre de Babel, como os maus companheiros, são punidos por tentarem
apreender, contra a vontade do Céu, um conhecimento que não podiam aceder, sem regras ou
processo de iniciação.
Nesse sentido, podemos entender o nascimento deste lugar altamente simbólico que é a torre,
dos dois primeiros assassinos de Hiram.
Estes companheiros foram inicialmente prometidos a sua admissão ao local para a elevação,
eles sofrem no entanto uma queda grave como aqueles que queriam competir com o
inatingível, encontrando-se em seguida numa profunda confusão.
A prisão dos dois assassinos na torre-fortaleza é considerada como uma espécie de regresso à
câmara de reflexões antes da sua execução, que era a prática da Lei de Talião aplicada na
época.
9
A Torre
O avental deve ser de cor branca e forrado a pele com o rebordo a preto, a meio tem a torre
Hesar bordada a prata. Tem também três crânios bordados em prata; uma a meio do avental
com a letra H em baixo, o que significa Hoben, os outros dois crânios estão em cada canto do
avental; sob a cabeça da esquerda é a letra S, que significa Sterkin e sob a cabeça da direita é
a letra O que significa Oterfut.
Outras descrições dizem que a meio do avental está representada a cidade de Jerusalém, e as
três cabeças dos culpados assentes em estacas, nas portas leste, oeste e sul da cidade.
10
O Avental
A Faixa
Em 1806, o Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceite decretou que o décimo grau,
assim como o nono, é dado por comunicação (porque considerava-os demasiado sangrentos)
paramentado sem faixa e sem jóia (8).
Os Mestres Eleitos devem usar uma faixa preta com três rosetas de fita vermelha no final da
faixa, assim como um crânio para cada roseta; deve haver também lágrimas bordadas em
prata sobre a faixa.
Idade:
Idade Vinte e cinco anos feitos, cinco vezes cinco.
Bateria:
Bateria 00000.
Palavra de Passe:
Passe ELIHAM.
Palavra Sagrada:
Sagrada ZERBAL – BENIAH.
Marcha:
Marcha Cinco passos triangulares.
Hora de abertura dos trabalhos:
trabalhos A sexta hora da noite.
Hora de encerramento dos trabalhos:
trabalhos A hora de regresso a Jerusalém dos
Quinze Eleitos.
Palavra de ordem:
ordem Devo-o ao meu zelo e ao meu trabalho.
11
Avental:
Avental Branco, abeta e rebordo preto. A meio três cabeças assentes em
três estacas nas portas Este, Oeste e Sul de Jerusalém.
Faixa:
Faixa Preta, obliquamente da esquerda para a direita.
Jóia:
Jóia Punhal de ouro com lâmina de prata
Luvas:
Luvas Pretas
Lenda da iniciação:
iniciação Vingança da morte de Hiram. Apreensão, julgamento e
execução dos outros dois assassinos de Hiram.
Fazemos notar que nos tratados de 1813-1861 (de Delaulnaye a Ragon) a idade dos Eleitos
dos Quinze não é mencionada e a hora de abertura e de conclusão dos trabalhos divergem das
apresentadas pelo tratado de Lausanne.
12
O painel retrata três cabeças assentes em estacas, a primeira ao meio-dia com uma letra S,
outra a oeste com um O
e a terceira com um H que correspondem às iniciais dos nomes dos três assassinos.
13
P – Como se chamam os dois que te conduziram até Jerusalém?
R – Sterkin e Oterfut
P – Onde os encontraste?
R – Num caminho de Ben-Dicat
14
P – Que ordenou Salomão?
R – Depois de oprimir a censura, ordenou a Hézar, Grande Mestre da sua casa, que os
conduzisse até à torre com o seu nome e os mata-se às 10 horas do dia seguinte
P – Na porta do Ocidente?
R – A de Oterfut
P – E na porta do Oriente?
R – A de Hoben.
15
9 - na MS MS 362 da Biblioteca Nacional, a mesma pergunta é feita e é respondido “Abiram cujo verdadeiro nome é Hoben”)
P – Qual é o sinal?
R – (Faz-se o sinal)
16