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As religiões criam pecados para controlar os rebanhos dentro dos limites da fé.
Tornam coisas inanimadas em sagradas e criam rituais, a partir de lembranças de
acontecimentos passados, cujo não cumprimento são considerados novos pecados.
Retiram do ser humanos aquilo que deveria ser considerado a distinção na sua
criação: a capacidade de pensar.
A virtude é transformada na medida da fé. Quanto mais crente mais virtuoso. Não
há necessidade da honestidade, responsabilidade e diligência no trabalho. Basta ter fé.
Aqueles que não interpretam o Pecado Original como de natureza sexual não
atingem menos a moralidade.
Segundo estes, haviam duas árvores no Paraíso. A Árvore da Vida e a Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal. O Pecado Original teria sido cometido, literalmente,
pela quebra da proibição de comer do fruto da Árvore do Conhecimento.
No texto intitulado Special Mars Report Life in the Rock? Ken expressa sua
preocupação com a falta de resposta dos líderes religiosos para esta extensa cobertura da
mídia anti-cristã, chegando a afirmar estarem estes líderes " excessivamente
compromissados com a evolução ", " eles não entendem a verdadeira natureza da
ciência " e " aceitam as explicações da NASA por não terem pensado através de uma
visão bíblica do Gênesis " e completa "...é por esta razão que o Senhor criou ministros
como os da AiG" .
Ken completa que poucas horas após ouvirem os relatórios técnicos a AiG
divulgou um "press release" elaborado por vários "cientistas-criacionistas" de diferentes
partes do mundo. O sumário destas respostas bíblicas é a pérola de obscurantismo que
apresentamos abaixo:
A Bíblia não afirma se pode ou não ser encontrada vida em algum outro local do
universo. Entretanto, devido à Terra ter sido criada antes e o Sol, a Lua e as estrelas
foram feitas no quarto dia, parece que porque a Terra está no palco central da criação,
tudo o mais foi criado para a Terra. Não podemos ser dogmáticos sobre esta posição,
mas é mais provável que somente a Terra tenha vida.
Devemos, no entanto, reconhecer que posições como as expressas acima são mais
comuns entre as chamadas denominações evangélicas. A Igreja Católica, talvez tendo
aprendido com as lições do passado, se mostra mais liberal em suas interpretações
bíblicas e nas suas relações com a ciência. Sua posição é do tipo "Dai à Ciência o que é
da Ciência e dai a Deus o que é de Deus".
Portanto, concordando em gênero e número com Ingersoll , quando diz que a moral
cristã tão decantada e ensinada aos " virtuosos para que estes sejam agraciados com as
delícias eternas do paraíso é uma grosseira imoralidade " .
Adendo de 2005
Logo após a eleição do novo papa em 19/04/2005, visando entender a escolha dos
cardeais recorri a um pequeno livreto em minha biblioteca que continha uma entrevista,
em 1985, ao jornalista italiano Vittorio Messori, do então Cardeal Joseph Ratzinger,
Prefeito da Congressão para a Doutrina da Fé, instituição que substituiu o Santo Ofício
após o Concílio Vaticano II.
Não sei se consegui ainda entender esta escolha, na minha opinião temerária para os
destinos da Igreja, mas acabei encontrando um texto de Ratzinger, sobre o "Pecado
Original, que vem bem a calhar neste artigo.
Como pode ser notado, o texto mostra que mesmo para os doutores da Igreja esta
questão não passa de pura mitologia. Estas são as idéias do atual Papa da Igreja
Católica, instituição que inventou este conceito.
Pergunta de Messori:
Resposta de Ratzinger:
Pergunta de Messori:
Pegunto-lhe (Messori) se não se trata também de um problema de linguagem. Parece-
lhe, todavia, adequada a antiga expressão de origem patristica , pecado original.
Resposta de Ratzinger:
Pergunta de Messori:
Resposta de Ratzinger:
Estas dificuldades, com certeza, não nos fazem descobrir a raiz da crise atual do
"pecado original". Esta crise não é nada mais do que um sintoma de nossa dificuldade
profunda para aprender a realidade do homem, do mundo e de Deus. Sem dúvida, não
são suficientes aqui as discussões com as ciências naturais, ainda que este tipo de
confrontação resulta sempre necessária. Devemos ser conscientes que temos que tratar
também com prejulgamentos e revelações de caráter filosófico.
O mistério:
se não somos capazes de penetrar até ao fundo da realidade e das conseqüências do
pecado original isto se deve precisamente a que tal pecado existe, porque. A nossa é
uma turvação de caráter ontológico, desequilibra, confunde em nós mesmos a lógica da
natureza, nos impede de compreender como uma culpa que se deu no princípio da
história pode trazer consigo uma situação de pecado comum.
Pergunta de Messori:
Resposta de Ratzinger
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1. A idéia do pecado orginal como pecado sexual está amplamente superada no meio
evangélico. Creio que resiste apenas em segmentos católicos, em uma perspectiva um
tanto quanto folclórica.
2. Não ficou claro no texto o porquê da "imoralidade" da segunda versão, que é de fato
aceita no meio evangélico. Pelo que entendi, a imoralidade residiria no fato de que o
Criador teria invejado Adão pelo fato de ele ter-se tornado conhecedor do bem e do mal
como o Criador. Os adjetivos usados para Deus como invejoso, ciumento e caprichoso
não estão relacionados ao texto bíblico, ficaram meio soltos, e, deduzir que Deus seja
isso tudo de ruim está muito sujeito à sua liberdade de interpretação. Seu argumento
precisa de ser mais forte, fugindo do perigo do debate infrutífero proveniente de sua
percepção em confronto com quem não vê os menores indícios de inveja, ciúme ou
capricho na ação e nas palavras do Criador.
3. O grande dilema moral que se pode extrair dessa história não é esse. Reside, isso sim,
na questão: porque um Deus bom, fonte da virtude, seria capaz de criar uma armadilha
para sua criatura? Este ato de Deus abre a possibilidade de que sua criação maior, o ser
humano, deixe sua condição de perfeição/bondade para a condição de
imperfeição/maldade. Essa sim, é a questão que pode surgir acerca do Criador, e com a
qual você poderia encurralar-nos!
Prezado Mário,
Não vejo problema em que você cite meu nome, mas eu só gostaria que isso fosse feito
se você puder acrescentar a informação de que eu sou cristão, evangélico e metodista, e
que creio em Deus.
"...porque um Deus bom, fonte da virtude, seria capaz de criar uma armadilha para sua
criatura? ".
Mas que espécie de Deus é esse? Primeiro, fez Adão cobiçar comer da árvore do
conhecimento para depois puní-lo. Sem dúvida mostrou-se tirano, ciumento, invejoso e
malévolo. Na anunciação tentadora do anjo-serpente (desses que vivem rastejando...).
No início dos tempos, este anjo de falsa luz procurou a primeira mulher, Eva, a mãe de
todos os viventes, e lhe sussurrou: “. .. de modo algum morereis. É que Deus sabe: no
dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e sereis como deuses, conhecedores
do bem e do mal" Isto é, nós completamos; caso tenhas a coragem de desobedecer ao
Deus invejoso, ao Deus que não quer que evoluas!
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