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A DEUSA QUE FALTAVA

Dos pais da Victoria na sua formatura


do infantil na Escola da Serra.

Em 16 de dezembro de 2005.
Na animação do mês de fevereiro,
Três vezes sete, vinte e um,
Dois mil anos depois que o deus-menino descera `a terra,
A deusa acatada, Victoria, também fugiu do céu,
E se tornou outra vez menina sapeca.

Contrario ao deus-menino que desceu pela encosta de um monte


correndo
E rolando pela relva, arrancando flores para as deitar fora,
E a rir de modo a ouvir-se de longe,

A deusa-menina chegou como se não tivesse chegado,


Sem rolar, sem bulir, sem estripulias.
Quieta e sóbria, como convém a uma deusa recém-chegada:
não ria e nem chorava.
Olhava serenamente, com olhar de girassol,
Como se julgasse a dignidade dos ritos e afetos da recepção.

Estava de acordo com tudo, como se não se interessasse por nada.


Era como se ela ainda estivesse no céu infinito e indizível.
Mas seus pais a queriam na terra, finita e dita,
Na aldeia deles, com o desassossego da doce presença.
Agitaram-na e incomodaram-na de todas as formas.
Mas ela insistia em continuar no céu, brincando e olhando.

Receava ser gente grande, ter de pensar e ser igual a todo mundo:
Iria acabar adoecendo dos olhos,
Deixar de ser uma eterna criança e fazer festa de formatura daquilo
que mais amava: ser deusa criança: ser toda coração, sem nenhuma
pretensão.
Detestava pensar que podia virar intervalo entre ela e o desejo dos
outros.

Mas, sabendo que tudo vale a pena se a alma não é pequena,


Teve pena de seus pais e resolveu fugir do céu.
Um dia que Deus estava cochilando, cansado de tanto construir,
Ela foi `a caixa dos milagres e roubou três.
(igual ao seu irmãozinho o deus-menino, ela se recordava).
Com o primeiro fez com que todo mundo percebesse que ela tinha
fugido.
Assim, todos no céu se lembram dela com uma doce e quieta
concordância.
Com o segundo, virou eternamente humana e divina,
Sem que ninguém perceba a diferença.
Com o terceiro, podia se metamorfosear no que queria.
Seguindo os rastros de seu irmãozinho, foi para o sol,
Segurou , apertado e com medo, nas mãos da querubim Romilda
e desceu pelo primeiro raio que apanhou.

E, lentamente, começou a viver com os seus pais:


Criança meiga de riso e canto fácil.
Faz apenas o que vem naturalmente;
Ama mais o que é pequenininho e ninguém percebe e dá valor:
Das margaridas, as pétalas murchas,
Dos caules, as folhinhas picadas pelas formigas,
Das formigas, as lava-pés que não dão pra ver mas só sentir.
Dos aromas, prefere o de murrinha `a lavanda. (e nós queremos
eternizá-lo).

Criança que ama igual a todos e tudo;


Os pais, as guloseimas, os amiguinhos, morangos, professores, o seu
cachorro poodle e o vira lata sardento das ruas, os avós,a Sô,
Maclanche Feliz, dormir ou acordar, tomar banho de chuva ou andar
na praia.
Não faz distinção porque não sabe e não quer saber.

A magia da metamorfose é a que mais gosta de usar:


Com seu baú de bonecas, engravida e vira mãe.
Acalenta-as, educa-as, brinca com elas.
Após um dia exaustivo, dá banho nelas como um ritual limpo,
Põe-las roupinhas pelo avesso e faz confissões em seus ouvidos.
`A noitinha, abraça-as como quem afaga macelas e adormece com
elas.
Em seus sonhos, leva-as sempre para os lugares encantados de
onde veio.
No meio da noite, acorda em silêncio e vira ” sanduíche de gente “
no meio de seus pais. Delícia! .

Ela é a eterna criança, a deusa que faltava.


Ela é a humana que é natural.
Ela é a divina que sorri e que brinca.

Ela dá uma mãos a nós


E a outra a tudo que existe.
E assim vamos os três pelo caminho que houver.
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum:
Que é o de saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena,
Enquanto nossa alma e a nossa Victoria forem pequenas.
.
E ela vai caminhando vitoriosa, a nossa Victoria, que agora vai pro
”fundamental,
Pro lado dos meninos grandes”.
Com certeza, ensinando a eles, grandes,( bem como a nós, os
grandes) que o fundamental é saber viver.
Te amamos e nos orgulhamos muito de você.

Mamãe e Papai

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