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Na véspera de natal, uma pequena vendedora de fósforos estava sentada na neve. Estava com os
pés nus, enregelados de frio e seu delicado corpinho tremia, constantemente agitado por
calafrios martirizantes. Não tinha coragem de voltar para casa, porque não havia conseguido
vender nem uma caixinha de fósforos e o pai a castigaria; e também porque, lá, em sua choça,
cheia de buracos, não estaria, com certeza, mais quente do que a rua.
Pra se esquecer, acendeu um fósforo e, mal brilhou a efêmera chama, a pequena, por artes de
magia, viu-se ante uma estufa, que a reanimou com o seu calor. Pouco depois, porém, o fósforo
se apagou, a estufa desapareceu e a menina ficou novamente à mercê da neve. Acendeu outro,
em seguida, e a parede à qual se recostava tornou-se transparente e a menina viu-se num
aposento bem fechado, com uma grande mesa preparada ao centro e sobre a qual se via um pato
assado, recoberto de loiras batatas. Quando, porém, ela estendeu as mãos, avidamente, para
aquela dádiva divina, o fósforo se apagou, a visão desapareceu e, em seu lugar, viu-se de novo a
desnuda parede.
Riscou um terceiro fósforo e, de repente, viu-se a garota sentada embaixo de uma árvore de
Natal, sobre a qual luziam mil velas. Mas, apenas ergueu as mãos, o terceiro fósforo se apagou e
as velas foram subindo cada vez mais alto até que se confundiram com as estrelas. E a árvore
desapareceu na noite.
Acendeu um quarto fósforo e, então, surgiu uma grande claridade, no meio da qual se achava a
sua vovozinha morta, que lhe sorria docemente. A menina a ela se dirigiu, suplicante: "Oh,
avozinha, leva-me contigo! Leva-me depressa! Leva-me, porque assim que se apague o fósforo,
terás desaparecido também como desapareceram a estufa, o pato e a árvore de Natal."
E, para que a sua avozinha não sumisse, foi acendendo fósforos uns depois dos outros, gastando
uma caixa inteira. A avó, então, tomou a netinha nos braços e carregou-a para o alto, para bem
lá no alto, onde não há frio, nem fome, nem sofrimentos.
Na manhã seguinte, foi encontrado o corpo inanimado de uma pequena vendedora de fósforos
que tinha, durante a noite, morrido.
Curiosidades
Esse conto nos faz refletir questões importantes como: o abandono, a miséria, a fome, a indiferença, a inveja, a
exclusão.
É importante que pensemos nessas questões e no que podemos fazer para ajudar a tornar a vida do nosso
próximo e por conseqüência, a nossa melhor.
Que as pequenas e os pequenos vendedores de fósforo tenham histórias lindas, cheias de amor, compaixão,
ajuda, carinho e felicidade.
Sugerimos algumas atividades para trabalhar esse lindo conto:
- Fazer um mural com recortes de jornais e revistas que retratem situações semelhantes às vividas pelo
personagem do conto e discuti-las em classe,
- Propor a produção de um final feliz para o conto,
- Trabalhar o Estatuto da Criança e do Adolescente,
- Promover uma campanha de agasalhos e alimentos para alguma comunidade próxima.
Para saber mais sobre o autor Hans Christian Andersen, veja a nossa Seção Curiosidades