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Informativo Técnico

Pau-rosa
Versão impressa ISSN 1679-6500 Versão on-line ISSN 1679-8058
Aniba rosaeodora Ducke

Identificação Ecologia
Família: Lauraceae. Ocorre no Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana,
Nomes vulgares: pau-rosa, pau-rosa-mulatinho, pau- Venezuela, Peru, Colômbia e Equador. No Brasil, ocorre
rosa-itaúba e pau-rosa-imbaúba. desde o Amapá e estende-se pelos Estados do Pará e do
Sinonímia: Aniba rosaeodora Ducke var. amazonica Ducke e Amazonas. É uma espécie da floresta de terra firme e da
A. duckei Kostermans. campinarana, preferindo as cabeceiras dos igarapés em
suas partes mais altas, tanto em latossolos amarelos e
Usos da espécie vermelhos quanto em solos arenosos. Os frutos são muito
Destaca-se na produção de óleo essencial de aroma apreciados por pássaros, os quais atuam como predadores
agradável, rico em linalol e muito utilizado na indústria e, possivelmente, dispersores da semente.
de perfumaria como fixador. O óleo é obtido a partir da
destilação de qualquer parte da planta, porém a madeira Floração e frutificação
tem sido sua fonte principal. Diferenças no rendimento, A fenologia reprodutiva é irregular e não
nas propriedades físico-químicas e no aroma foram necessariamente anual, apresentando variações
encontradas em função da parte da planta utilizada e conforme a localização geográfica. Em Manaus, a
das variações intraespecíficas. O óleo das folhas possui floração pode ocorrer entre outubro e março e a
aroma adocicado e o da madeira apresenta aroma frutificação entre janeiro e agosto, embora existam
semelhante à lavanda devido a maior concentração de ocorrências durante todo o ano. Em Curua-Una/Pará, a
linalol dextro e linalol laevo, respectivamente. Diferenças frutificação ocorre bienalmente, durante a época
no aroma também são evidentes entre óleos oriundos de chuvosa.
regiões distintas, como as verificadas entre o óleo brasileiro
e o franco-guianense. Obtenção de sementes
A maturidade dos frutos pode ser visualizada pela
Descrição botânica coloração violáceo-escura, ocasião em que encontram-
Árvore de grande porte, podendo atingir 30m de altura se aptos para a colheita por proporcionarem maior
e 2m de diâmetro. O tronco é retilíneo e ramificado no porcentagem e velocidade de germinação das sementes.
ápice, formando uma copa pequena. Possui casca pardo– A coleta sob as árvores, após a queda natural dos frutos,
amarelada ou pardo-avermelhada, que se desprende em é a prática mais usual; entretanto, a irregularidade na
grandes placas. As folhas são coriáceas ou rígido- floração-frutificação e a predação de frutos são fatores
cartáceas, simples, alternas, obovadas, elípticas ou limitantes à obtenção de sementes.
obovado-lanceoladas, com 6-25cm de comprimento e
2,5-10cm de largura, margens recurvadas ou planas, face Beneficiamento
superior glabra e verde-escura e inferior pilosa e amarelo- Após a extração manual da polpa, as sementes são
pálida. As flores são amarelo-ferruginosas, hermafroditas lavadas em água corrente e, de preferência,
e diminutas, dispostas em panículas subterminais; imediatamente semeadas. O manuseio cuidadoso é
possuem dois verticilos de tépalas; os estames, em número recomendável devido ao fino e delicado tegumento da
de nove, estão distribuídos em três verticilos com três semente. O número de sementes por quilograma é de
estames em cada; o ovário é central, súpero e com apenas 160-320 unidades.
um óvulo; o sistema de reprodução é de fecundação
cruzada, garantida pela ocorrência de dicogamia Armazenamento das sementes
sincronizada. O fruto é uma baga glabra de coloração
As sementes são recalcitrantes e sua viabilidade é
violáceo-escura, elipsóide ou subglobosa, com 2-3cm de
completamente perdida quando o grau de umidade
comprimento e 1,5-2cm de diâmetro; exocarpo fino e
aproxima-se de 20%. Informações sobre o
polpa carnosa de coloração amarelo-esverdeada; está
armazenamento são escassas; quando necessário o
inserido em uma cúpula espessa de 1cm de comprimento
adiamento da semeadura, as sementes podem ser
e provida de lenticelas lenhosas; contém 1 semente ovóide,
acondicionadas úmidas, em sacos plásticos, e mantidas
com 2,6cm de comprimento e 1,5cm de diâmetro.
sob refrigeração (15 a 20ºC), por até 30 dias.

Informativo Técnico Rede de Sementes da Amazônia Nº4, 2004


Pau-rosa Aniba rosaeodora Ducke

Germinação das sementes Fitossanidade


A germinação é hipógea criptocotiledonar, com início Os frutos estão sujeitos ao ataque de larvas de
aos 17-43 dias e final aos 126-168 dias, dependendo das coleópteros e lepidópteros, que perfuram a semente e
condições de coleta, de armazenamento e de danificam o embrião. As mudas podem ser atacadas por
sombreamento. A porcentagem de germinação varia en- um pequeno coleóptero que perfura o caule, formando
tre 39 e 91%, sendo recomendável a semeadura logo após galerias, e ocasiona a sua morte. Tem sido registrada a
a coleta para evitar a perda de viabilidade das sementes. ocorrência de lagartas que atacam a medula central, tanto
A semeadura pode ser realizada a 1-2 cm de do fuste como das folhas, secando as partes danificadas
profundidade. e deixando orifícios que se tornam focos de ataque de
outros insetos. Pulgões e trips também têm sido
Propagação vegetativa encontrados atacando as folhas.
A propagação através do método de estaquia é viável,
porém necessita de aprimoramento. As estacas de ramos Manejo sustentado
maduros apresentam alto percentual de formação de A técnica de talhadia pode ser recomendada, devido
calo, mas baixa porcentagem de enraizamento. No a sua boa capacidade de rebrota. Após 6 anos do corte,
entanto, é possível obter até 70% de enraizamento com a sobrevivência das touças é alta (100%), variando de 1 a
estacas retiradas de material fisiologicamente jovem. 5 brotos sobreviventes. As cepas podem apresentar 8-
10cm de diâmetro e a altura de corte pode ser de 15-
Produção de mudas no viveiro 45cm.
Pode ser feita através da semeadura direta em sacos
de polietileno de 1-2kg, tendo como substrato terra preta, Autoras
e sob sombreamento de 50%. Quando do uso da Selma Toyoko Ohashi, sohashi@ufra.edu.br
sementeira, repicar após a emissão do epicótilo. As mudas Leonilde dos Santos Rosa, lrosa@ufra.edu.br
podem ser levadas ao campo após 6 meses de Universidade Federal Rural da Amazônia
permanência no viveiro, quando atingem cerca de 20- Caixa Postal 917, CEP. 66077-530
30cm de altura. A retirada de plântulas da regeneração Belém-PA, Brasil
natural na floresta pode ser uma alternativa para a Telefone: (91) 210-5153 Fax: (91) 274-3814
produção de mudas, porém não deve ser excessiva para
não prejudicar o processo natural de recomposição da
floresta.

Bibliografia sombreamento, em condições de viveiro. Boletim da


FCAP, 28: 37-62.
Rosa, L.S. & Ohashi, S.T. 1999. Influência do substrato e do
Kubitzki, K. & Kurz, H. 1984. Synchronized dichogamy and
grau de maturação dos frutos sobre a germinação do
dioecy in neotropical Lauraceae. Plant systematics and
pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke). Revista de Ciências
evolution, 147: 253-266.
Agrárias, 31: 49-55.
Ohashi, S.T. et al. 1997. Brazilian rosewood oil: sustainable
Rosa, L.S. et al. 1999. Efeito da profundidade de semeadura
production and oil quality management. Perfumer &
na germinação de sementes de pau-rosa (Aniba rosaeodora
Flavorist, 22: 1-5.
Ducke). Revista de Ciências Agrárias, 31: 29-36.
Ohashi, S.T. et al. 2001. Influência do diâmetro e da altura
Sampaio, P.T.B. 2000. Pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke). In:
de corte das cepas na brotação de pau-rosa (Aniba
Clay, J.W. et al. (Ed.). Biodiversidade amazônica:
rosaeodora Ducke). In: V Congresso Internacional de
exemplos e estratégias de utilização. Manaus, INPA/
Compensado e Madeira Tropical, Belém. Anais. AIMEX.
SEBRAE. p.290-297.
Rosa, L.S. et al. 1997. Crescimento e sobrevivência de mudas
SUDAM. 1972. O extrativismo do pau-rosa. SUDAM
de pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke), oriundas de três
Documenta, 3: 5-58.
procedências, em função de diferentes níveis de

Expediente
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assim como as fotos, estão disponíveis no endereço: http://www.rsa.ufam.edu.br Apoio
Instituições parceiras
Universidade Federal do Amazonas (UFAM); Universidade Federal do Acre (UFAc); Universidade
Estadual do Amazonas (UTAM); Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA); Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa/AM/PA/RR); Fundação de Tecnologia do Acre (FUNTAC); Instituto Rondônia de
Alternativas de Desenvolvimento (IRAD); Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do
Amapá (IEPA); Associação das Empresas Exportadoras do Pará (AIMEX); Agência de
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Nº 4, 2004 Informativo Técnico Rede de Sementes da Amazônia

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