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FOLSOM, CALIFORNIA
2010
GENILSON DO CARMO
FOLSOM, CALIFORNIA
2010
DEDICÁTÓRIA
A minha querida esposa Tânia do Carmo, que em todo este tempo esteve me
apoiando tanto moralmente como espiritualmente. Obrigado pelo encorajamento em momentos
que quis desistir e pela grande esposa que tem sido para mim.
Aos meus queridos pais, sr. Francisco e Dona Linda, que me ensinaram os
primeiros passos de minha vida, a tratar as pessoas como elas são e não pelo que elas têm, que
trabalhar com dignidade é melhor do que muito ter sendo injusto. Agradeço também ao meu avô
(avô da Tania), sr. Douglas, que sempre me motivou com palavras de sabedoria.
Missiologia pode ser definida como "a ciência da comunicação cultural transversal da fé cristã".
De maneira simples é a matéria que estuda missões e os movimentos missionários. Esta obra trás
em seu conteúdo um assunto complexo, pois aqui registra-se acerca da prática missionária e
como a mesma “apóia-se” nos conceitos da Teologia da Libertação. Este trabalho de conclusão
do curso do Curso Livre de Graduação em teologia, da FATE-SP – Faculdade de Educação
Teológica de São Paulo é uma análise da sociedade atual e os desafios que esta trás para a Igreja
do Senhor. A injustiça e opressão são constantes no cenário mundial corrente. É com base nesse
contexto que temos de proclamar o Evangelho. A pergunta que se levanta é: Qual é a relevância
da Igreja dado ao quadro de tremenda necessidade por justiça? Afim de responder a esta pergunta
iremos nos adentrar na história de missões, missões em nossos dias e a opção pelos pobres,
(opção ou preferência pelos pobres se refere à Teologia da Libertação).
Palavras chave: Missões, Igreja, Reino, Justiça, Injustiça, Pobre, Opressão, Libertação, Mundo.
Sumário
Introdução .........................................................................................................................................
1. Entendendo a História de Missões ........................................................................................09
1. 1 - As eras de missões...................................................................................................11
1. 2 - Os exploradores Europeus......................................................................................12
1. 3 - As missões evangélicas no Brasil............................................................................13
2. Missões em nossos dias ...........................................................................................................16
3. A opção pelos pobres ..............................................................................................................22
4. Nem tudo é ruim na opção pelos pobres...............................................................................26
5. Missões e a opção pelos pobres..............................................................................................28
6. Conclusão................................................................................................................................30
7. Bibliografia..............................................................................................................................32
INTRODUÇÃO
Sim Jesus é o enviado do Pai para expiação e redenção de nossos pecados, mas
outro fato extra-ordinário é que nosso Salvador nos convida para com ele trazer redenção, a todos
que a desejarem, pois Ele com seu sangue nos livrou da condenação eterna, que é, não viver com
o Pai, Filho e Espírito Santo. A ordem/convite foi dada/feito aos
1 Genesis 3.15, João Ferreira de Almeida Atualizada
2 FACULDADE TEOLÓGICA DE SÃO PAULO. Curso Livre de Graduação Bacharelado. Missiologia. São Paulo. 64 p.
3 FACULDADE TEOLÓGICA DE SÃO PAULO. Curso Livre de Graduação Bacharelado. Missiologia. São Paulo. 64 p.
Ou seja, Missão tem seu início e sua realização em Deus. Missão é o ato de
graça, misericórdia e amor de Deus para com sua criatura. O homem decidiu separa-se de Deus.
Deus decidiu reconstituí-lo, reconciliando o homem consigo mesmo.
“Tudo isso é obra de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo, através daquilo que
Cristo fez por nós e nos confiou a missão de anunciar essa mesma reconciliação.
Porque Deus estava em Cristo, reconciliando o mundo consigo mesmo, não mais
considerando os pecados dos homens como razão de acusação contra eles. Eis pois a
mensagem que pregamos. Somos então como embaixadores de Cristo. E é como se Deus
por nosso meio lançasse um apelo aos homens. Nós vos suplicamos então, da parte de
Cristo, que se reconciliem com Deus!”4
"As missões não representam o alvo fundamental da igreja, a adoração sim. As missões
existem porque não há adoração, ela sim é fundamental, pois Deus é essencial e não o
homem. (...) Elas (as missões) representam, no momento, uma necessidade temporária.
Mas a adoração permanece para sempre"
"A adoração é, portanto, o combustível e a meta das missões. É a meta das missões
porque nelas simplesmente procuramos levar as nações ao júbilo inflamado da glória
de Deus. O alvo das missões é a alegria dos povos na grandiosidade de Deus"
4 2 Corintios 5.18-20, O livro
5 PIPER, John. Alegrem-se os povos: a supremacia de Deus em missões, São Paulo: Cultura Cristã, 2001. 256 p.
1.1 - As eras de missões
“a. Na 1a era: Abrão foi escolhido em Gn 12.1-3. O mesmo mandamento foi dado à
Isaque em Gn 26.1-5, à Jacó em Gn 28.10,15, e José tranqüilizou seus irmãos dizendo:
“Vocês me venderam, mas Deus me enviou”, Gn 4.4-8. Ele se tornou uma Bênção para
o Egito. Até mesmo faraó reconheceu, que José estava cheio do Espírito Santo, Gn
41.38. Porém, esta não foi à obediência missionária intencional que Deus desejava.
b. Na 2a era, dá-se o cativeiro, 70 anos Israel é escravizado pelo rei da babilônia,
Nabucodonozor, Jr 25.9-11; 29.1,4,10; 2Cr 36.18-21; Ed 5.12.
c. Na 3a era, Deus começa a usar os Juizes para lutar em favor do povo, Jz 1.16;
d. Na 4a era, Deus começa a contar com reis em Israel, 1Sm 8; 2Cr 36; e. Na 5a
era, dá-se o segundo cativeiro e a diáspora;
f. Na 6a era, Roma foi conquistada, mas não estendeu o evangelho aos povos
bárbaros, celtas e godos. Quase por castigo, Roma foi invadida pelos godos e toda parte
ocidental do império foi desmoronada.
g. Na 7a era, os godos foram evangelizados, mas não levaram o evangelho mais ao
Norte;
h. Na 8a era, novamente quase por castigo os vikings invadiram a região dos celtas
e godos cristãos e os vikings se tornaram cristãos em meio a esse processo.
i. Na 9a era, a Europa, pela primeira vez mudou na fé cristã, se lançou a um
exercício de pseudomissão aos serracenos e se dirigiu ao oriente mais distante como
conseqüência do grande fracasso das cruzadas.
j. Na 10a era, a Europa atingiu então aos confins da terra, mas com motivações
muito confusas.”6
3ª Era: Missões para os povos ocultos não alcançados (de 1934 até o Presente) –
Cameron Townsend, Donald McGavran7
6 Manriquez, Jorge. História de Missões Mundiais. Serra Negra, 10 de agosto de 2004. 47 p.
7Lee, Paul Sungro; Kinyanjui, Edward K. (Comp.). Treinamento para o Candidato a Missionário: Levantando Missionários no
Terceiro Mundo. ed. Aliança Evangélica para o Treinamento e Comissão de Pregadores, 2008. 93 p.
Isso nos dá uma boa panorâmica do que Deus fez no passado, e queira Ele
que esta nos ajude a olhar para o futuro de missões até que Jesus venha dos altos céus para
resgatar aqueles que os amam.
1.2 - Os exploradores europeus
“No final do século XV, a Igreja Católica Romana iniciou um novo período de missões
estrangeiras. O Novo Mundo foi visto como um campo propício para a expansão do
cristianismo. Os papas e líderes políticos estavam ansiosos para estender o domínio
católico a estas terras. A rainha Isabel considerava a evangelização dos índios como a
justificativa mais importante para a expansão colonial, pelo que insistia em que
sacerdotes e frades estivessem entre os primeiros a estabelecer-se no Novo Mundo. Os
franciscanos e os dominicanos e mais tarde os jesuítas aceitaram o desafio. Dentro de
algumas décadas o catolicismo tornou-se uma força permanente e de influência. O
cristianismo se firmou com extrema rapidez.”8
8 Manriquez, Jorge. História de Missões Mundiais. Serra Negra, 10 de agosto de 2004. 47 p.
1.2 - As Missões Evangélicas no Brasil
Após a expulsão dos holandeses, o Brasil fechou as suas portas aos protestantes por
mais de 150 anos. Foi só no início dos século XIX, com a vinda da família real
portuguesa, que essa situação começou a se alterar. Em 1810, Portugal e Inglaterra
firmaram um Tratado de Comércio e Navegação, cujo artigo XII concedeu tolerância
religiosa aos imigrantes protestantes. Logo, muitos começaram a chegar, entre eles um
bom número de reformados.
9 Matos, Alderi Souza de. O Protestantismo no Brasil. Disponível em:
http://www.thirdmill.org/files/portuguese/58714~11_1_01_10-18-11_AM~O_Protestantismo_no_Brasil.html. Acesso em: 10 de
dezembro de 2009.
Em 1827 foi fundada no Rio de Janeiro a Comunidade Protestante Alemã-Francesa, que
veio a congregar, ao lado de luteranos, reformados alemães, franceses e suíços.10
10 Matos, Alderi Souza de. O Protestantismo no Brasil. Disponível em:
http://www.thirdmill.org/files/portuguese/58714~11_1_01_10-18-11_AM~O_Protestantismo_no_Brasil.html. Acesso em: 10 de
dezembro de 2009.
2 - Missões em nossos dias
O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos de 1 dólar por dia
(PPP) e pobreza moderada como viver com entre 1 e 2 dólares por dia. Estima-se que 1
18
Johnstone, Patrick; Mandryk, Jason. Intercessão Mundial. ed. Missão Horizontes, 2003. 798 p.
19 Organização Internacional do Trabalho. Uma globalização justa: criando oportunidades para todos. Brasília: MTE, Assessoria
Internacional, 2005. 166 p.
20 United Nation. Relatório de Desenvolvimento Humano 2005. Cooperação internacional numa encruzilhada: ajuda, comércio e
segurança num mundo desigual. Disponível em: http://hdr.undp.org/en/reports/global/hdr2005/chapters/portuguese/. Acesso em: 15
de janeiro de 2010.
bilhão e 100 milhões de pessoas a nível mundial tenham níveis de consumo inferiores a
1 dólar por dia e que 2 bilhões e 700 milhões tenham um nível inferior a 2 dólares21.
21Wikipedia. Pobreza. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pobreza#Medir_a_pobreza. Acesso em: 10 de janeiro de 2010.
22 The Central Intelligence Agency (CIA). World. Disponível em: https://www.cia.gov/library/publications/the-world-
factbook/geos/xx.html. Acesso em: 30 de janeiro de 2010.
23 Dias, Claudia Sérvulo da Cunha (Coord.). Tráfico de pessoas para fins de exploração sexual. Brasília : OIT, 2005. 80 p.
sexual e 32% para exploração econômica —as restantes (25%) são traficadas para uma
combinação dessas formas ou por razões indeterminadas.24
Das 2,4 milhões de pessoas traficadas 80% são mulheres, 50% são
menores de idade e 75% são destinadas para exploração sexual.
Este último pedaço do quebra-cabeça monta o cenário no qual a Igreja
do Senhor deve viver e atuar como representante do Reino de Deus, até que Ele nos resgate para
a morada eterna. O objetivo do Evangelho não é construímos nosso próprio reino. Mas sim, para
desenvolvermos o Reino de Deus que já está entre nós (e em nós) e ainda está por vir em sua
completa glória e revelação.
Como estamos respondendo ao mundo atual? Estima-se que 1.000 igrejas
são abertas por semana no mundo e que na America do Sul 500 novos cristãos são adicionado na
igreja do Senhor a cada hora25. O que isso significa para os oprimidos na Janela 10 – 40 ou os
oprimidos na esquina de nossos igrejas? Com qual relevância tem a Igreja do Senhor atuado na
vida do pobre, cativo, doente e oprimido? Ou como a igreja tem tratado os ricos de nosso mundo?
A realidade missionária atual está além do que pode ser. Se os cristãos
fossem contados como um país, esta nação estaria entre 5 maiores economias do mundo. Seria
um país sem drogas. Seria um país sem tráfico de humano. Mas mesmo conto esse positivismo
uma pergunta ficaria no ar sobre essa nação, seria ela uma nação justa? Como a mesma trataria
sua população pobre? Muito difícil responder.
Analisemos então as características do modelo missionário
evangélico/protestante e católico romano.
O modelo missionário evangélico/protestante é sem dúvida caracterizado
pela ênfase dada a salvação da alma, o que significa vida eterna no céu, o Reino vindouro. Daí
então, não importa se a pessoa está em pobreza ou riqueza, em perseguição ou liberdade, fome ou
abundancia e assim por diante. Nesse contexto, o cristão vive num futuro que parece muito
distante. Se a pessoa está no extremo “positivo” da vida será muito fácil viver assim, se ao
contrário, viver o presente representa angústias diária, ou seja, aquela nação cristã deixaria o seu
pobre como ele está e continuaria pregando para ter certeza que o pobre chegaria ao céu.
Já a característica principal do modelo missionário católico romano,
como se constata no quadro histórico, é a manutenção da tradição, o que significa a obediência ao
24 Dias, Claudia Sérvulo da Cunha (Coord.). Tráfico de pessoas para fins de exploração sexual. Brasília : OIT, 2005. 80 p.
25 Johnstone, Patrick; Mandryk, Jason. Intercessão Mundial. ed. Missão Horizontes, 2003. 798 p.
Papa, o reconhecimento da Virgem Maria, festivais para lembrar os santos da igreja, a eucaristia
e assim por diante. Nesse caso a vida parece ser aqui apenas, o Reino presente. A salvação da
alma pode esperar, pois o purgatório está à disposição dos seus fiéis não tão fiéis, ou seja, o pobre
será assistido, contudo o valor espiritual se perde em meio a busca pelo bem está.
Precisamos encontrar em Deus e em sua Palavra o equilíbrio para
sabermos como levar, proclamar e viver o Evangelho do Reino de Deus. Demos ouvidos à
Palavra:
“Não é verdade que ele não mostra parcialidade a favor dos príncipes, e não favorece o
rico em detrimento do pobre, uma vez que todos são obra de suas mãos?” Jó 34.19 NVI
“Você acha que acumular cedro faz de você um rei? O seu pai não teve comida e
bebida? Ele fez o que era justo e certo, e tudo ia bem com ele. Ele defendeu a causa do
pobre e do necessitado, e, assim, tudo corria bem. Não é isso que significa conhecer-
me?”, declara o SENHOR. “Mas você não vê nem pensa noutra coisa além de lucro
desonesto, derramar sangue inocente, opressão e extorsão.”
Jeremias 22. 15-22 NVI
“Quem de nós pode conviver com o fogo consumidor? Quem de nós pode conviver com
a chama eterna?” Aquele que anda corretamente e fala o que é reto, que recusa o lucro
injusto, cuja mão não aceita suborno, que tapa os ouvidos para as tramas de
assassinato se fecha os olhos para não contemplar o mal, é esse o homem que habitará
nas alturas; seu refúgio será a fortaleza das rochas; terá suprimento de pão, e água não
lhe faltará. Seus olhos verão o rei em seu esplendor e vislumbrarão o território em toda
a sua extensão.” Isaías 33.14-17 NVI
“Será esse o jejum que escolhi, que apenas um dia o homem se humilhe, incline a
cabeça como o junco e se deite sobre pano de saco e cinzas? É isso que vocês chamam
jejum, um dia aceitável ao SENHOR? “O jejum que desejo não é este: soltar as
correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e
romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre
desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo?” Isaías
58. 5-7 NVI
“Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai!
Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo. Pois
eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui
estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive
enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’. “Então os justos
lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede
e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado
de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’ “O Rei
responderá: ‘Digo-lhes a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores
irmãos, a mim o fizeram’.”
Mateus 25. 34-40 NVI26
Existem muitas razões pelas quais se justifica não endossar tal teologia.
Das quais muitas sãos legítimas e outras nem tanto. Por exemplo dizem que a TdL não crê no
Reino vindouro. Em pesquisas constata-se que essa informação não procede, como é confirmado
por um dos maiores ícones da TdL, Leonardo Boff:
“Os paraísos fiscais existem, sobretudo em ilhas britânicas, com a cobertura do governo
britânico, dos EUA e de outros países capitalistas. Eles é que mantêm os paraísos fiscais
e, por aí, passa o dinheiro. As ilhas Caymán têm 40 mil habitantes. São dependentes da
Grã Bretanha. Aí, se instalaram 45 mil multinacionais que pertencem às ilhas Caymán,
de nacionalidade Caymán porque aí não se paga imposto, não existe controle, ninguém
procura saber de onde vem ou para onde vai o dinheiro. É um paraíso. Ali todo dinheiro
fica branco. Todo dinheiro fica limpo. É ótimo, é ideal para qualquer operação, mais ou
menos ilegal, mais ou menos fora da lei. É o ideal e lá se acumulam capitais, por aí
passam enormes capitais.”29
“A práxis palavra que significa, neste contexto, muito mais do que a prática de algumas
virtudes cristãs. Xosé Miguélez conclui que, em certo sentido Gutiérrez está usando esta
palavra como os marxistas a usam. Para eles, a práxis tem uma forte conotação política.
Tem a ver com o esforço da parte do proletariado para mudar as estruturas da sociedade,
tendo em vista um novo projeto para o futuro, o novo homem em uma sociedade sem
classes.”30
29
COMBLIN, Pe. José. Retomar a Teologia da Libertação na América Latina. In: Seminário Com Pe. José Comblin. 25 e 26 de
Setembro de 2006, São Paulo, CEPIS, 2006. 79 p.
30
Carson, D. A. (Ed.). Biblical Interpretation and the Church: Text and Context. ed. Paternoster Press, 1984. 240 p.
A igreja não está fora da sociedade, ela é parte da sociedade e como tal
deve atuar como agente de mudança. A luta não para acabar a pobreza, mas sim a opressão ao
pobre. Opressão esta que acontece de várias formas, só para dá alguns exemplos temos, trabalho
forçado, trabalho infantil, exploração sexual, e tanta outras formas. Talvez a maneira como a TdL
aborda essas questões seja um tanto quanto “radical” para os padrões evangélicos. Mas não
devemos usar isso como desculpa para não agirmos, temos sim de achar meios pelos quais nós
evangélicos possamos viver a nossa “práxis” do evangelho com integridade de coração, como
reflete William Temple (1881-1944).
No meio dela está o SENHOR, que é justo e jamais comete injustiça. A cada manhã ele
ministra a sua justiça, e a cada novo dia ele não falha, mas o injusto não se envergonha
da sua injustiça. Sofonias 3.5 NVI
Quem é sábio? Aquele que considerar essas coisas. Quem tem discernimento? Aquele
que as compreender. Os caminhos do SENHOR são justos; os justos andam neles, mas
os rebeldes neles tropeçam. Oséias 14.9 NVI
Pois o SENHOR é justo, e ama a justiça; os retos verão a sua face. Salmos 11.7 NVI
Tua justiça chega até as alturas, ó Deus, tu, que tens feito coisas grandiosas. Quem se
compara a ti, ó Deus? Salmos 71.19 NVI
31
Foster, Richard J.; Smith, James Bryan (Ed.). Devotional Classics: Selected Readings for Individuals and Groups. ed.
HarperCollins Publishers, junho 2005. 400p.
32 NVI Nova Versão Internacional
“Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem,
vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.
Mateus 7.1-2 NVI33
33 NVI Nova Versão Internacional
4 - Nem tudo é ruim na opção pelos pobres
“Questões políticas frequentemente se preocupam com as pessoas como elas são, e não
como as pessoas deveriam ser. Parte da missão da Igreja é ajudar as pessoas a viver
suas vidas de maneira a levá-las para o que deveria ser. Supondo que elas já são como
elas deveriam ser sempre leva ao desastre.
Não é minha convicção que as pessoas são totalmente más, ou mesmo que eles são mais
más do que boas. O que estou afirmando aqui é que nós não somos totalmente bons, e
que mesmo a nossa bondade está infectada com o egocentrismo. Por esta razão,
estamos expostos à tentação.
A crença da Igreja no pecado original deve fazer-nos intensamente realista e deve
libertar-nos de tentar criar uma utopia. Pois não há tal coisa como um ideal cristão
social a que devemos tentar conformar a sociedade em que vivemos, tanto quanto
possível. Afinal, ninguém quer viver na "sociedade ideal", como descrito por alguém.”34
Aqui ele sugere que nós façamos parte da sociedade sem medo de
expressar os ensinamentos bíblicos. Como iremos fazê-lo é outra história, pois como evangélicos
temos envergonhado o Evangelho com os nossos políticos que lá estão para gerar privilégios para
a igreja e si mesmo. Quando deveriam fiscalizar e trazer a luz a sujeira, estão fazendo parte dela.
O político cristão deve ser um agente de transformação, estabelecendo justiça onde a mesma não
existe.
34Foster, Richard J.; Smith, James Bryan (Ed.). Devotional Classics: Selected Readings for Individuals and Groups. ed.
HarperCollins Publishers, junho 2005. 400p.
E nós cristãos eleitores devemos aprender com as Comunidades Eclesial
de Base (CEBs), o que basicamente é uma reunião dos leigos da igreja católica não só para fins
espirituais.
“Eles possuem seu próprio lugar dentro da igreja como leigos e devem agir nesta
capacidade, a título próprio. O leigo não é um homem secular. É um membro da igreja
no mundo secular. Possui um mandato direto de Jesus Cristo.”
35
Boff, leonardo. Igreja: carisma e poder. Rio de Janeiro: Record, 2005. 472 p.
36
Green, Michael. Evangelism Through the Local Church: A Comprehensive Guide to All Aspects of Evangelism. ed. Thomas
Nelson, maio 1992. 608 p.
37 Tiago 4.17 Nova Versão Internacional
5 - Missões e a opção pelos pobres
38 Mateus 10.8 Nova Versão Internacional
39
Hinduism under Threat!
Até mesmo o mais voraz dos inimigos da TdL, os Estados Unidos da
América (EUA), segui o modelo libertador. Quando se enfrenta o problema cara à cara não há
outra saída. É por essa razão que os pobres do mundo têm visto uma luz de esperança no fundo
do longo túnel da vida.
57% de todas as doações para obra de caridade nos EUA são para organizações de
assistência social e religiosa.
Cerca de 4,5 bilhões de dólares foram contribuído para as dez mais importantes
Organização Não Governamentais cristãs dos EUA em 2005.40
Tomemos como exemplo o que faz uma das mais renomadas Organização
Não Governamentais (ONGs) cristã norte americana atuando no Camboja, sudeste Asiático.
40
Arizona State University. College of Public Programs. Disponível em:
http://www.asu.edu/copp/nonprofit/res/Arizona%20Giving%20and%20Volunteering.pdf. Acesso em: 28 de janeiro de 2010.
41
Samaritan’s Purse. Camboja. Disponível em: http://www.samaritanspurse.org/index.php/Where_We_Work/cambodia/. Acesso
em: 02 de fevereiro de 2010.
6 - Conclusão
42
Mateus 6.33 Nova Versão Internacional
43
Salmos 11.7 Nova Versão Internacional
44
Gênesis 3.6 Nova Versão Internacional
7 - Bibliografia