& eee eet eee Fernanda Torres Geologia € arredios aos enfrentamentos. Mesmo lidando com a violencia didria, o Brasil permanece refratirio as revolu Todo brasilcirinho se acalma quando entende que no hd terremotos nem furacdes no Brasil. Estamos sentados no centro de uma placa tectOnica, Somes quentes, timidos ‘90es sanguindrias e a guerras com os Vizinhos. Tal € ual o chao que pisa, Pols eu estava envolvida em um texto sobre ss Gerais e me interessei pela mineragdio de “qiamantes, Ignorant absolut das técicas de extraglo, e%revi que um eseravo cavava a rocha € fui consultar um amigo gediozo para saber se estava dizendo besteira, Eva Cfssio me falou de um mistério Inguietante ¢ infinitamente mats interessante do que a minha estu pldez poderia cra. Os diamantes ‘urgem em um complexo grupo de rochas chamade_kimberlito Sua fusio ocorre 150 quiléme- twos abaixo da terra e, na sua jomada até a superficie’ o mine. ral carrega consigo os xenoeris- ‘ais, também funclidos nas pro- fundezas do Hades. Ou seja, 0 kimberito ndo produz diaman- Fes, apenas 0s arrasta até ns Todos os diamantes encontra- | dos no Brasil io aluviais, tuazidos pela agua dos nos. Mesmo com todas 0s avangos da tecnologia, a fonte de kim- berlito que os despejou. no Sudeste ¢ Centro-Oeste ja- ‘mais foi encontrads. Suspeita. se que esteja em uma reserva indjgena, no coragdio da Ama- zOnia, alualmente explorada pelos nativos, em parceria com mineradoras Israelenses. Essa mistura de Tupa com To- | 4, corrida do ouro mistérios de Minas e essa faceia fantasmagérica dos solitarios de noivado reafirmaram ‘minha admiragdo pelo tema. Nao sabemos de onde cles vem, temos apenas a arte, a luxtiria ¢ a ga- nfincia de possuf-los. ‘Um alto funciondrio da Vale me disse uma vez que © Brasil esti sentado sobre um tesoura de mais de 300 anos dc exploragio mineral. Ainda somos, ¢talvez sempre sere- ‘mos, um pafs extrativista. A terra que nos fe7 assim. RE “Rilo 25deman, 202