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em erorelco(-urelolol fe] Especial da Mulher Sour iie) MAE areal ee Eetieci gar: Conceituando o género Conceituando 0 género Heleieth I, B. Saffiott ‘Todas as atividades humanas sao medidas pela cultura, pois € gragas a este verda- deiro arsenal de signos e simbolas que aquelas atividades adquirem sentido e os seres humanos tornam-se capazes de se comunicar. Desta sorte, ao nivel da sociedade, nao existem fenémenos naturais. I:mbora se pensasse superada a fase histérica de g biolagia é 0 destino, surgiu na década de 1980 © continua gtassando atualmente um retorno assustador a posigdes esscncialistas, vinculando a mulher 4 natureza co homem 4 cultura. O acervo de teoras, acumulado em trés decénios de Pesquisas feministas, permite a defesa de postura que advoga a construcdo social do género, a fim de se combater a escalada do pensamento conservador, altamente deletério ao avango das’ lutas polfticas pela igualdade social. desenvolvidas por catcgorias sociais discriminadas. Nao se trata de buscar qualquer outra-igualdade situada fora do campo social, na medida em que isto levaria, inexoravelmente, a uma esséncia masculina € a uma essén- cla feminina. ‘Lampouco se trata de negar diferengas entre homens e mulheres, 0 que representaria intolerancia, mas de cntendé-las como fruto de uma convivéncia social] medtada pela cultura, “As mulheres que escaparam do Aeerno Feminino © do mimetismo com os homens (...) defendem uma igualdade inédita entre os SexXOS, O primado da diferenca sem Mierarquia e sem ambigtiidade” (Darey de Oliveira, 199], p.17). Se pensar (ou lutar por) a diferenca, assim como a igualdade, isoladamente, en- volve scrias armadilhas, afirmar a primazia da diferenca pode conduzir a absolutizacdo da cultura, hipostasiando-se ela Na seguinte formula: ¢ cdture é o desting, Atribui-se aqui o Mesmo valor a igualdade e 4 diferenga, na medida em quc nao constituem um par dicotémico, mutuamente exclusivo, mas sdo cada uma a condicao da outra. Com efeito, poderia a diferenea sous court, sem adjetivacdo, realizar-se senao através da igualdade? Teria este sentido se nao houvesse respeito As diferencas? Ademais, similaridade e dife- renciagao sao duas dimensées de um mesmo Processo, razao pela qual nao se pode men- clonar uma na auséneia da outra. Desta sorte, a diferenga nao é senjo a outra face da a Agradceemos 4 autora. 3 editora Rosa dos ‘Tempos (do Grupo Record), 3 Fundagdo das Nagdes Unidas para a Inffineia Unicef) © ao Nicleo Interdisciplinar de Pesquisa e Acdo Social (NIPAS) por autorizarem a publicacdo deste texto, dginalmente eserira para o livre Madher brasifeine ¢ assint, de Heleieth 1 B. Saffioti ¢ Manica Mufoz-Vareus, RJ. 1994, Genero c Educacgdo — caderno ‘de apoio identidade (Saffiort, 1991). As pessoas situam-se nos cixos de distribuigdo/conquista do poder ~ género, raga/etnia ¢ classe social — gracas as similitudes que aprescentam com determinadas outras ¢ as desscmelhangas de que so portadoras em relagdo a outras criaturas, Assim, a discussao sobre as diferengas nao faz sentido isoladamente, uma vez que ¢ apenas no contexto do insulamento que elas se tornam apropriaveis por movimen- tos de cunho discriminatério, As diferencas sé se inscreveriam no nivel do essencial se se admitisse, aqui, uma esséncia feminina distinra de uma esséncia masculina, o que esta Jonge de ser o caso. Nao se procede, pois, a uma naturalizacdo da diterenga, come faz a sociedade. Isto ocorre em posturas intelecruais que concebem o género come imutavel, Ora, num discurso que admite explicitamente a des-re-construcado do género., este & obviamente, cumbiante. Nesta linha de raciocinio, discorda-se de Pierucei (1990), que enxerga ciladas so na diferenga, quando a igualdade também jé serviu de pretext. para a sujcigao de vdrios povos a governos despéticos. A modelagem de homens ¢ mulheres como seres diferentes faz-se através de “tecnologias de género”, terminologia que Lauretis (1987) toma de empréstimo de Foulcaut (1976, “tecnologias de sexo”) e que designa discursos hegemdnicos, cinema. posturas epistemoldgicas, eriticas, enfim, “praticas sociais e culturais” (Lauretis, p. ix). Em dinguagem althusscriana, tecnole ogias de género seriam desenvolvidas pclos apa- relhos ideoldgicos de Estado (Althusser, 1976) aos quais pensa-se ser necessério agre- gar explicitamente os aparelhos ideoldgicos privados. Obviamente, de forma implicita. estes estao comprecndidos nos primeiros, ja que as determinagées do Estado alcancar: os mais ocultos espacos da vida privada. Se, por um lado, Lauretis aproveita as potencialidades da hipotese althusserianz ce envereda pelo caminho da compreensio “do genero como (auto-)representacao” por outro, extrapola seus limites, concebendo © sujeito feminine como estando. si- multancamente, dentro e fora da ideologia de género. O sujeito do feminismo é cor- cebido como multiplo ¢ construfdo através de “discursos. posigdes ¢ significades freqdentemente em conflita uns com os outros & inerentemente (historicamente contraditerio”™ (p. iN-X). Isto equivale a dizer que o sujeito constitufdo em género o € também em classe social ¢ em raca/etnia. Assim, em vez de ser untficado, é muiltiplo, « sendo mais contrad:- torio que dividido. Isto posto, o género caracteriza-se. para Lauretis, ao mesmo temp: como representacao © comio auto-representacdo, participa de sua propria construga Esta ndo depende apenas dos aparcthos ideolégicos de Estado, mas € tecida tambér nos movimentos de vanguarda intelectual e artistica. A desconstrugao do género inte: fere ¢M sua constru¢do, 0 que significa a possibilidade de desestabilizagao de qualque: representacdo. [auretis situa o eénero em dois niveis: no da representacao e no que chama cz real. Gomo se pensa que a representacio é tao real ¢ quanto qualquer outro fenémer: pretere-se afirmar que a represen tagao se Inscreve no terreno do subjetivo, objetivand - seatraves da atividade. enquanto o “real” consiste em praticas sociais € seus produtes. que se subjetivam por um movimento oposto do sujeito. Produtos e processos socizs sdo igualmente importantes, uma vez que construgao do géncero depende deste mov 54 Conceituando o eénero mento cm sua representacao. Para autora em pauta, portanto, o género “&é tanto um construto sociocultural quanto um aparelho semidtico, um sistema de representacdo que atribul significado(...) a individuos dentro da sociedade.”(p.3). Ora, o devir das represcntagoes val modclando homens e mulheres, produzindo, assim, diferencas de gencero. Nao somente o sujeito do feminismo, que 6 um construto teérico, como tam- mm bém as mulheres historicamente situadas sao concebidos como simultaneamente den- tro ¢ fora do género, dentro e fora da representacao. IS crucial reter esta ambigtidade do género, assim como a modalidade € a q multiphcidade de seu sujeito. Os sujeitos histéricos tém suas relagdes reguladas pelo q género, conjunto de representagdes absolutamente central na sociedade. Ademais, é relevante no pensamento de Lauretis a consideracdo simulténea da classe social e da raga/ctnia, apreendendo a multiplicidade do sujeito sem fragmenta-lo e, por isto, prete- rindo chama-lo de contraditéria a diyidido. Ainda que o género se refira, para Lauretis, as catcgorias masculino ¢ feminino, também normatiza as relacbes sociais. A forca da | 4 | mudanga social esta bastante presente em sua concepeao, seja através de um sujcito | q que. sendo modelado pelo género, é, ao mesmo tempo, capaz de tomar distancia em ‘i relacdo a ele, seja pela capacidade desestabilizadora da desconstrucio. Mais do que Isto, chi cnxerga a dindmica presente nas franjas dos discursos hegemdénicos € nas priaticas micropoliticas no sentido da construgao origindria de género, bem como na direcdo de sua desconstrugdo/reconstrucao. Evidentemente, 0 nivel da subjetividade é privilegiado, ganhando relevo, desta forma, a auto-representagéo. Nos intersticios das praticas institufdas, nas margens dos discursos competentes, nas brechas da estrutura de poder/saber nascem cotidianamen- te Novas representacoes, sobretudo auto-representagdes, que vao construindo o género em outros termos. [esta sorte, o género nao é concebido como camisa-de-forga. Pode- se afirmar que, para esta autora, o género apresenta um cardter substantivo, na medida em que designa categorias sociais, e uma dimensdo adjetiva, ou scja, sua face normatizadora. & também o caso de Welzer- Lang (1991), quando afirma que “w evo/én- cia domestica tem un genero: o masculine, qualquer que seja 0 sexo Fisica do(a) dominate” (p. 278) © que “wo mnaginario masculine, a mulher n&o existe como sujeita. Ele é seja o objeto dt ser toned, a consi, sea wn outro komen” (pAb), Ha, todavia, autores que prescindem do género enquanto designante de substan- cla, encarando-o exclusivamente como uma relacdo entre sujcitos socialmente construidos em contextas histaricos determinados. “Como um fendmeno contextual ¢ mutdvel. o genero nao denota um ser substantivo, mas um relative ponto de convergeneia entre configuragoes de relagdes, cultural e historicamente especificas” (Butler, 1990, p. 10). | O conceito humanista do género enquanto atributo de uma pessoa ndo serve como ponto de partida para uma concepgao relacional. na qual tanto a pessoa quanto o eénero sao frutos do contexto histérico que os constroi. Conceber género como uma relagado entre sujeitos historicamente situados é fun- damental para demarcar o campo de batalha ¢ identificar o adversfrio. Nestas circuns- tancias, o inimigo da mulher ndo € o homem nem enquanto individuo. nem como cate- gona social, embora seja personiticado por ele, O alvo a atacar passa a ser numa concep- Género © Educacao — eaderna de apoio cdo relacional, o padrao dominante de relacdo de género. Diterentemente do que se pensa com freqtiéncia, 0 género nao regula somente as relagées cntre homens ¢ | mulhe- res. mas normatiza também relacé6es homem-homem e relagocs mulher-mulher. Deste modo. a violéneia cometida por uma mulher contra outra € tao produzida pelo génere quanto a violéneia perpetrada por um bomem contra uma mulher. A adequada compre- ensdo deste fendmeno responderé pela formulagdo de estrategias de luta com maior potencial de éxito, enquanto a su ngularizacdo do inimigo pode fazer perder de vista o ne constituido pelas trés contradigées socials basicas: género, raga/etnia, classe social, (Satfiott ef aft? 1992), A\Jém de se inscrever num universo conceitual relacional, o qué raramente € en- contrade em outras autoras (Whitbeck, 1983; Saffioti, 1991), Butler aponta caminhes de transformacado social de uma forma bastante original, Formula o conceito Ge inteligibilidade de eénero, ou seja, coeréncia € continuidade centre sexo, genero, prac: social ¢ descjo. im outras palavras, 0 género culturalmente inteligivel institute mar- cém relaches capazes de expressar 0 complexo sexo/género pelo desejo sexual re salizac na prdrica sexual. Obviamente, esta coeréncia traduz o padrio hegemdnico de relagos: de género ou a matriz dominante de sua inteligibilidade cultural. Nada impede, entre- tanto. que outras matrizes de inteligibilidade concorram para subverter a ordem 2: eénero. Neste sentido, pode-se pensar em diversos pontos de observagae (Sattion, 199° — os Jugares de onde falam as feministas, por exemplo — a partir dos quais s&o introdus.- dos padrées alrernativos de relagdes de género. Alem disso, hd que se reservar um lus. > especial para a margindlia, capaz das mais originals combinacdes para destruir a coeres- cla e a continuidade do género, ou seja, sua légica hegemGnica. Em um caso como © outre, pode-se dar uma significativa ampliagao dos limites da inteligibilidade cultuc. do wénero. 0 que permite a coexisténcia de varias matrizes de significacdes inteligive: No limite. ter-se-ia uma pluralidade de matrizes, propiciando, certamente, a AprONLy cio da utopia da androginia (Rubin, 1975). ©) quadro atual. contudo, situa-se muito longinquamente da androginia, na me< - da em gue ser mulher nao apenas é diferente de ser homem, como também imp-:-- inferioridade, desvalorizacdo, opressao. Embora nao haja espago para se discut:: polissemia do conceita de opressao, entende-sc necessdrio indicar, pelo menos, qu: oprimido tem o seu campo de opcdes reduzido, sendo objeto de um processo de d: nacao-cxploracao. neste contexro de relagées de género entre desiguais que se less - mam a agressao fisica e emocional da mulher, assim como 0 abuso sexual € o estupr pesquisa de Gilligan (1982) revelou que as mulheres imputam a desigualdade a resy sabilidade pela violéncia, enquanto os homens consideram a questao em termos de. justica falha, cega as diferen¢as entre as pessoas. Isto & © racioeinio dos homen: acusa a percepgdo de processo social de conversao das diferengas entre homens ¢ > lheres ¢ em desigualda des. font outros termos. a | ideologia de gencro 0 procede: atrave: Saffiori. 1987 1992). “podendo, ), por conseguinte, ser cranstormadas. No context 2: pensamento ideoldgico, a apresentagao das diferencas como naturals constitul um. ~:- cessidade. Sem a satisfacdo deste requisito, o uso da diferenga, para fins discriminat: > S56 Conceituando o género nao alcanca eficdcia politica. Assim, afirmar que as diferengas encerram o perigo da naturalizac4o € praticamente um truismo. Do exposto pode-se concluir ser de suma importancia admitir nao apenas um sujeito mdltiplo, participe das relagdes de género, de raga/etnia e de classe social em diferentes posicdes — de domindncia e de sujeigdo —, como também da convivencia competitiva de varias matrizes de inteligibilidade cultural de género. Observe-se, por- tanto, a riqueza proporcionada pela diferenciagao interna de uma sociedade, 0 que pro- picia relagdes sociais substantiva e adjetivamente variadas. Neste sentido, as diversida- des resultantes do processo de diferenciagao social s4o sempre positivas, independen- temente de seus contetidos especificos. E a humanidade tem revelado uma pronuncia- da tendéncia 4 diferenciacao. Dai, ser problematica a utopia de androginia, de Rubin (1975). E bem verdade que a androginia, ao nivel do género, poderia ser atingida pelo livre transito de mulheres e¢ homens por uma imensa gama de papéis sociais, sem as referéncias do masculino e do feminino. Sem a especializagao de papéis, contudo, a 1n- diferenciacéo permearia a diferenciacdo. Em vez de mulheres e homens serem diferen- tes na igualdade, seriam iguais na diferenga, 0 que pode ter significados muito diversos. Uma utopia mais modesta e, por esta razdo, talvez mais exeqiivel consiste em uma sociedade com género, portanto, com diferenciagdo entre homens e mulheres, mas sem hierarquias neste exo de estruturagao social. Este objetivo de relagdes igualitarias de género, todavia, nao apresenta viabilidade se nao se desfizer o né formado pelas trés contradicées sociais basicas. [sto significa lutar por uma sociedade sem contradigdes entre categorias e género e entre categoria étnico-racials, assim como entre classes, 0 que é distinto de perseguir a meta de uma ordem societaria sem género, sem relagdes interétnicas, sem classes. A superagdo das atuais contradigées € representada por um outro estagio de desenvolvimento que, eventualmente, desse lugar a outras contradi- cdes, mas que também pudesse permitir uma convivéncia mais humana entre os dife- rentes. Se é facil pensar as desigualdades e as diferencas qualitativas c, por conseguin- te, pensar a reconversdo das primeiras nas segundas, 0 mesmo nao ocorre com as desi- eualdades e diferengas quantitativamente definidas. Com efeito, como se transforma uma desigualdade econémica em mera diferencga? Aquele que possui riqueza equivalen- tes a X nao é simultaneamente diferente e desigual em relagdo aquele que possui o correspondente a 2 X? NaAo se trata, assim, de apenas (o que ja seria tarefa de enorme alento) eliminar a contradicao capital-trabalho? Acreditando-se que a quantidade, a par- tir de certo ponto, se transmuta em qualidade (Marx, 1959), tende-se a imaginar uma soctedade equanime (ou quase) com grandes variagdes de atividades, mas com peque- nas diferencas no que tange ao padrao de vida, garantindo-se servigos de educagao, satide, lazer etc. de boa qualidade. Ter-se-ia, desta forma, um dnico padrao de vida, embora ele pudesse ser concretizado de muitas maneiras distintas. As utopias de igual- dade chegaram a um gigantesco fracasso porque, dentre outras raz6es, nao admitiam diferencas. Ha pois, que reformular estas idéias, conformando-as as mais variadas dife- renciacdes sociais. O mundo caminha neste sentido. Haja vista o nimero de grupos étnicos defendendo, inclusive com armas, suas culturas, embora, as vezes, as especificidades destas culturas tenham sido mantidas em siléncio por um Estado 57 8S “Delen ulelas 91uvisqo OBN “oluoUTBArssed *OpNyUod “waZey O OBEN “SUSTUOY SOP (sado/) -zze1 Ba (sayoyd) lopod ov wolawiqns 98 soloyjNW se sienb sep sgaRile SagseloussayIp == jyenb op ods ou ‘(Q66L ‘eigd) andmugrosojojHf BINA[Nd BUIN SIUSWOS PY anb ap eigpt = ssodsa epruinsse inbe ovdisod y ‘vinia] B1Sa BSOIDJO O1Al] otdoid o zaajey, “URTED 9p “2Al] Op BINIID] ep sed vB suNByE WonjoUGS OWOS “PUI[NosBLU BIINO 9 BUTTS BLUNT ‘SBI --1jna senp WoIstxe oBU onb ap ore} oO vIVd JON} Op ovSuale B IBUIRYO W_AUOD ‘01181991 2189 OpUas Wy ‘yEIOOS OU WIS 9 OUIAIP NO feInIeU sourjd sou Waaalosul 98 OBU ‘sed -roi04ip se ‘elas no ‘sagsezreroadsa se anb Z9A Bun ‘eiouguodxa ap spuodap opni anb sesiy 9 ‘uigiod ‘aaueiiodul GQ sapod Op OloJoloxa OU SBII}QOU Was ap sexiap Buapod ogu -LUOO SLUTJUS ‘OBSBIOOSOU BU SBIISAYUBS 9S-WuvIISOW ‘opursayo Bl Uy ‘OJfolul opunuw =p soqusWeped sow wieBayo onb sv oBs skonog "SOdY[NLU Sep OIUSUILIOP Wo as-pssao0id seSejnonie visy “opepnorze 9 sopod o jenb op sed & OXID LUN UTS 9 OJIUgs O “BLUIOJ Sisac] ‘OUIAT] 318d WaqoIaI OBU SOIOY[NW sy ‘opsovy [enb no yea uroo Boueiye jenb no 11 Lg09;OqQvISs9 ap opepruniodo ep oxsdaaied eu seu ‘opSero0sou BU 1USUUOS OU SUSU -OY $O BUIAII Spl] BISA ‘seouRT]E JoZB}sap 9 Jozv} WO TEIOOSIU WD JISISUOD — OPIOJOXS ‘glougjaoxa 1od ‘9 raped o apuod — vorjod v ‘BIC, "SaQSBID0BIU ap SO[NSIDA SO WLIOF siduias safournul sy ‘sudUTOY Sop OSIvo B NOdY sBoueTe Ja09{aqeIS9 Op BJole] B ‘SBX -g]dwi0d sopEpa!sos SBU SOIUSWIEPBSIBISIP PIOGUID ‘ORS 0 2 (9L6] ‘ssnelg-lAg"]) SusWOY sop oued sod vo0i op oralgo ‘sayduis sopepasioos seu ‘ieI0} soldy[Nu Se OWOT) ‘(gtd ‘1209S) “gonyjod B IO1ISUOD OJ9DUQs 0 2 o19ugs 0 1o11su0d voryyod B,, :v10INe BLUSOUI B WO Qs-opuvaly ‘olougs o seusde as-BUI0] “woipi{duiis wieg “Opoi WN OWOS apEpato0s FB ‘B1INO ap ‘9 “ASsE[o BO Biua/edses B ‘oJoUgs o ‘oued euun ap ‘azuo opeprooididal B OAaToI Wa Jgd 98 aonb ep ‘oeSeiaiul wa sona{ns sou PIougUIUIdoId B RIdIaP SOXIO $912 sop Jenb PIBULUIOIOP OUSWOU OP panqun{uod V ‘apepleos ep asippue a ogsdaoied op seondg sg09}aquisa op apeploedys ens op sotuiaa (Ud SO|-BUdPJO BISTUDID OB aqeo OBU anb as-opuvIpsoe ‘opdisod Busou! 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OFS sooseuye senp sy ‘Opezieqoys a1uauIgiusaselo B1S9 OpuNW Oo anb Jozip BI-as-rapod ‘ope] O1IN0 10g “JOPBZIAUIBOWOY olode ap ousopeo — ovsronpy 9 o19Ugy 4 q Conceituando o genero como nao-sujeitos. atuam permanentemente Como sujeitos, seja ratificando 0 ordenamento social machista, seja solapando-o. As mulheres também fazem, portanto, a historia. Parafrascando Marx, nao a fazem, contudo, em condigdes por elas idealizadas, mas em circunstancias dadas e herdadas do passado. Mais do que isto, as trés contradi- cdes basicas da sociedade, ao se fundirem em um no, alimentam-se Mutuamente, avudizando os contitos € dificultando as aliangas. Pada a multiplicidade do sujeito social constituido em género, raga/etnia & classe — situacse fora de cogitacgao a totalidade de uma c¢ categoria ou classe. Nao resta senao 0 caminho das aliancas entre desiguais, fenémeno contingente e€ ef€mero, Mas sempre renovdvel, para se tentar construur uma sociedade menos infqua € mais propiciadora do desenvolvimento pleno das potencialidades de cada um: homem ou mulher, branco ou negro, mais ou menos abastado. BIBLIOGRAFIA: Apruusser, Louis. [déologie et appareils ideologiques d’Etar. In: Anrausser, L. Positions. Paris: Editions Sociales, 1976. Também em La Pensée, n° 151. junho 1970. BurLer. Judith. Gender srouble: feminism and subversion of identity. New York: Routledge, 1990, Darcey pe Oueira, Rosiska, Edogie da diferenca: 0 feminismo cmergente. Sao Paulo: Ldi- tora Brasiliense, 1991. Frerat, Josette. The powers of difference. In: EIseNsTeIN, Flester, JARDINE, Alice (org). The future of difference. New Brunswick: Rutgers University Press, 1990, GinacaX. Carol. ln a@ different coe. Cambridge, MA: Tlarv ard University Press, 1982. Yambém pela Edirora Rosa dos ‘lempos. Rio. Uma voz diferente. 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