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CAPITULO 1 0 QUE E ADMINISTRAGAO DE EMPRESAS Objetivos deste capitulo © Proporcionar um conceito abrangente de Administragao. © Tragar 0s caminhos da teoria administrativa até o estdgio atual. Delinear as perspectivas futuras das empresas e de sua administrago. Vivemos em um mundo de organizagSes. Tudo 0 que a sociedade requer e do qual necessita é inventado, ctiado, desenvolvido, produzido e comercializado por organizag6es. As organizacées so extremamente he- terogéneas e bem diferenciadas: organizagoes gover- namentais (como ministérios, secretarias, repartigbes piblicas), organizagées ndo-governamentais (ONGs como 0 terceiro setor, que envolve atividades culta- rais, sociais, filantrOpicas, de representagio), empre- sas em geral (indtstrias, bancos, comércio, entreteni- mento, informacio, energia, seguranca). Além disso, as organizagdes podem se apresentar em diversas mensGes € tamanhos: grandes, médias, pequenas, ‘croempresas, empreendimentos ete. As organizagées nfo funcionam ao léu. Elas nao. sobrevivem, crescem ou se tornam bem-sucedidas por mero acaso. O sucesso organizacional nao € fru- to exclusivo da sorte, mas de uma série infindavel e articulada de decisies, aces, aglutinacao de recur- sos, competéncias, estratégias e uma busca perma- nente de objetivos para alcancar resultados cada vez melhores. © que leva uma organizacdo rumo a ex- ccléncia ¢ ao sucesso ndo so apenas produtos, ser- vigos, competéncias e recursos. £0 modo como ela arranja tudo isso e & administrada, A administrago €0 vefculo pelo qual as organizag6es sio alinhadas e conduzidas para alcancar exceléncia em suas agbes € operagdes para chegar ao éxito no alcance de re- sultados. Administragio & antes de mdé aleangar resultados com os meios de se que dispae. Fazer ma- ravilhas com os recursos e competéncias disponi- veis. Esse € 0 encanto da administragio: transfor- mar recursos e competéncias em resultados tangiveis ce extraordindrios. A administragio € a maneira pela ‘qual as coisas acontecem nas organizacées. Sem ela ‘0 mundo moderno jamais seria o que é hoje. Entre todasas grandes invengdes do século XX, a que mais marcouw e provocou influéncias no mundo ‘todo foi, sem chivida alguma, a administracao. Foi a administracio a maior responsavel pela enorme dis- parada do desenvolvimento econdmico e tecnolégi- co que o mundo experimentou no século passado promete continuar no futuro. Invengdes, tecnolo- gias, artefatos e ferramentas so titeis, mas depen- dem da administragao que aponta como deverao ser utilizados e transformados em resultados. A admi- nistracdo significa a inteliggncia organizacional, isto 6, como a organizacio se articula, planeja, organiza, lidera e controla suas operagées para alcangar obje- tivos e conseguir resultados espléndidos. — Administragao ~ Teoria, Proceso e Pratica ~ Conceito de administragao A palavra “administragao” tem sua origem no latim (ad, diregio para, tendéncia e minister, comparativo de inferioridade; 0 sufixo ter, subordinagio ou obe- diéncia, isto é, aquele que realiza uma funcio abaixo do comando de outrem, aquele que presta um servi- 0 outro) ¢ significa subordinacio e servigo. Fmsua origem, a palavra administracéo significa desenvol- ‘yer uma funggo sob o comando de outro, prestar wm servigo a outro, Essa velha conotacio de supervisio- nar ou de s6 tomar conta de algum empreendimento ou pessoas est hoje totalmente ultrapassada e obso- Jeta, As organizagbes em geral e as empresas em par- ticular precisam de muito mais do que isso. © Administracdo como ciéncia, técnica e arte ‘A administracéo crescou e tornou-se uma ciéncla, uma técnica e uma arte: ela é uma ciéncia com principios bem definidos e um corpo de conhecimentos clentifi- ‘cos e devidamente codificados, uma tecnologia que produz ferramentas de utiizagao para obter resulta dos e uma arte em lidar com situagées coneretas & abstratas. © [A tarefa da Administracio consiste em interpre- tar os objetivos propostos pela organizagio € tra- Planejamento DALBERTO CHIAVENATO ELSEVIER duzi-los em agéo empresarial por meio de planeja~ mento, organizacio, direcdo e controle de todos os esforgos realizados em todas as dreas e em todos os niveis da empresa, a fim de atingir tais objetivos da melhor forma possivel. Assim, a Administragio é 0 processo de planejar, organizar, dirigir e controlar ‘0.uso dos recursos e competéncias organizacionais para alcangar determinados objetivos com eficién- cia e eficacia, por intermédio de um arranjo con- vergente. © Conceitos de administragao Cada autor conceitua administragéo em sua éptica particular. A seguir estdo algumas concsituagoes de vrios autores para que vocé possa comparar: © Adminisiracao 6 0 processo de alcancar objetivos pelo trabalho com e por Intermédio de pessoas & ‘outros recursos organizacionals.’ ‘Administragao @ 0 processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho des membros da orga- rizagao e utilizar todos os recursos organizacio- nals disponiveis para alcancar objetivos organiza- cionais definidos? “Administracao & 0 proceso de planejar, organizar, liderar e controlar 0 uso de recursos para alcangar objetivos de desempenho. ‘Administragao é 0 alcance de objetivos organiza. Figura 1.1. 0 processo administrative. = SEVIER clonais de maneira eficaz ¢ eficiente gracas ao pla- rnajamento, 8 organizacéo, &lideranca e a0 controle dos recursos organizacionals.* © Administragao 6 o ato de trabalhar com @ por inter- ‘médio de outras pessoas para realizar os objetivos: {da organizaczo, bem como de seus membros.> © Contudo, a administrago—embora vista por qua~ se todos os autores de um modo simplista e reducio- nista como um processo ciclico e repetitivo de deci- sdes ¢ agdes — é um sistema, ou scja, uma conjuga- do de indmeras varidveis que convergem sempre para o alcance final de resultados. Assim, a adminis- tracao ndo é somente um processo linear de deci- ses ¢ acées para planejar, organizar, dirigir e con- trolar, mas algo que vai além disso, Ela constitui uma atividade de integeagio, conjungio, arranjo, foco ¢ impulsionamento. O administrador precisa reunir uma pléiade de diferentes recursos e compe- téncias para transformé-los em resultados concre- 10s. Na verdade, administracio é a melhor maneira de alcancar resultados. Significa fazer acontecer. Para chegar ao seu significado atual, o conccito de administragio sofreu formidavel ampliagio aprofundamento ao longo dos tempos. E 0 adminis- trador — ate ele como diretor de empresa, gerente de departamento, chefe, supervisor de turma ou ULO 1» O que é administragao de empresas g ainda lider de equipe - passou a ser uma figura in- dispensivel em todos os tipos possiveis de organiza- es humanas. O jeito mais fécil de se explicar a am- pliagio ¢ o aprofundamento do significado da ad- ministragdo € percorrer a sua trajetéria e acompa- nhar em rpidas pinceladas os passos gradativos da histéria das organizacées da teoria geral da admi- nistragio. © Bate-bola: Para que serve a administragao? Debata com seus colegas 0 assunto menclonado e tente chegar a uma concluséo: Para que serve a Administracao? 1. Para tornar as organizacdes mais eficazes? 2. Pata utilizar 0s recursos disponivels com maior of- cacia? 3. Para proporcionar resultados melhores e sustenta- veis? Para aumentar a satisfacao do cliente? Para incrementar valor e riqueza? Para methorar a qualidade de vida das pessoas? Para colaborar com o desenvolvimento do pais? © Conceito atual de administragao Nos dias de hoje, a Administracio figura como a ‘inica instituigio que transcende as fronteiras de Figura 1.2. A rosacea da administragao: a reunido de competéncias necessérias. § Administragao - Teoria, Proceso e Pratica + IDALBERTO CHIAVENATO ELSEVIER patses e organizagoes, apresentando um significado global e mundial. A moderna Administragio nao se restringe aos limites ou a fronteiras nacionais. Para cla, as fronteiras nacionais perderam a antiga rele- vancia. O centro de nossa sociedade e de nossa eco- nomia também nao é mais a tecnologia, nem a in- formagio, nem a produtividade. O fulcro central esté na organizagio: a organizacdo administrada que maneja a tecnologia, a informacio e a produ. vidade. A organizacio é a maneira pela qual a socie- dade consegue que as coisas sejam feitas. Ea Admi nistragio é a ferramenta, a fungio ou o instrumento que torna as organizacées capazes de gerar resulta dos ¢ produzir 0 desenvolvimento. Além disso, a Administracao caminha cada vez mais para ser uma ciéncia universal. Ela é necesséria no s6 para os administradores, mas para todas as fireas do conhecimento humano ¢ cientifico. Cien- tistas, profissionais liberais, empreendedores, presi- dentes, governadores, prefeitos, politicos e todo tipo de empreendimento social requerem conceitos da Administracio para alcangar objetivos. O desen- volvimento de um pais ou organizagio passa neces- sariamente pela Administragéo. Médicos necessi- tam de hospitais para cuidar da satide. Engenheiros necessitam de empresas para criar projetos e reali zar consteugbes. © Os caminhos da administragao E a Administracéo a ciéncia que permitiu o enorme de- sonvoivimento da humanidade no decorrer do século assado e provocou 0 espetacular aumento da qual- {ado de vida das pessoas. Fol ela que permis trans- tormar as invengées ciontiicas om produtos © serv- ‘G08 disponiveis para a maloria da populagéo. A Admi- nistragao transforma a contribuigdo das varias cién- jas om parte de nossa vida cotidiana. Uma pléiade de clentistas dos mais variados ramos - fisicos, astrofi ‘608, engenheiros de todo tipo, matemiticos, astréno- mos, biélogos, quimicos, médicos, geémetres, esto- tisticos, entre outros s6 com a ajuda da Nasa conse- suiu enviar © homem & Lua. Da mesma forma, artistas, coadjuvantes, cenaris- 1a, roteristas, misicos, diretores, produtores, cené= ‘grafos, engenheiros de duo de video, sonoplastes, decoradores, modelistas,técnicos dos mais varlados ramos de atividade somente conseguem Inventar @ produzir um filme por intermédio de companhias cine- matograficas. E, conseqiientemente, com a Adminis- ‘trago de um enorme contingente de diferentes profis- ‘sdes em uma atividade convergente e integrada. No fundo, é Administragao a provocadora das malores Invengées da atualidade. © Rapida histéria da teoria da administragao Com o gradativo desenvolvimento e complexidade das onganizages surgiu a necessidade de administré-las adequadamente. Daf, surgiu a Administragio. A Teo- ria Geral da Administragéo (TGA) é, em certos aspec- 0s, uma decorréncia da Teoria das Onganizagdes (TO), ou seja, um meio de pér em operagio conceitos ¢ ideologias a respeito das organizacées. A TGA trata do estudo da administracio das organizaces em geral ‘e das empresas em particular. Essa teoria é um conjun- to integrado de teorias em crescente expansio e gra- dativamente abrangente. Comecou como uma teoria preocupada com alguns poucos aspectos e varidveis si- tuados dentro da organizagao € focando exclusiva- mente os problemas mais imediatos ¢ concretos do ponto de vista de sua aplicagao. Aos poucos foi ex- pandindo ¢ ampliando seu objeto de estudo. Aliés, essa expansio e ampliacdo nao se apresentam com uni- formidade, mas variam enormemente de acordo com as escolas e teorias administrativas e de acordo com os as- pectos e varidveis que cada uma delas considerou rele~ vantes na sua época para fundamentar suas conclu- s6es ou para solucionar os problemas mais importan- tes com os quais se defrontavam. joria da TGA A teoria edministrativa surgiu no inicio do século pas- sado. Ela 6 uma jovem senhora e atravessou fases ‘bem distintas e que se superpéem. Cacia uma das fa- ‘ses realga e enfatiza um aspecto importante da Admi- nistragao, a saber: Enfase nas tarefes. Enfase ne estrutura organizacional. Enfase nas pessoas. Enfase na tecnologi Enfase no ambiente. Entase nas competéncias e na competitividade. @ = 01 © Oque 6administragao de empresas iscvin Enfase nas tarefas Ba abordagem tipica da Escola da Administragao Cien- tifica. Administragio Cientifica & 0 nome que rece- beu por causa da tentativa de aplicagao dos méto- dos da ciéncia aos problemas da administracio, a fim de alcangar elevada eficiéncia industrial. Os mé- +odos cientificos aplicados aos problemas da admi- nistracdo sao a observacdo ea mensuragio. A Escola da Administracio Cientifica teve sew inicio no co- mego do século XX pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor (1856-1915), considerado o fundador da moderna TGA. Taylor teve intimeros seguidores (engenheiros como Gantt, Gilbreth, Emerson, Ford, Barth ¢ outros) ¢ provocou uma verdadeira revolucio no pensamento administrati- vo ¢ no mundo industrial da época. Sua preocupa- io original foi tentar eliminar o fantasma do des- perdicio e das perdas sofridas pelas indtistrias ame- ricanas ¢ elevar os niveis de produtividade por meio da aplicagio de métodos e técnicas da engenharia industrial. A Administragao Cientifica representa uma primeira aproximacao tedrica aos estudos da administragio empresarial € localizow-se inicial- ‘mente no nivel do trabalho individual de cada ope- ririo, tomado isoladamente. Aré ento, a escolha do método de trabalho era confiada ao préprio opera- rio que se baseava na sua experiéncia pessoal ante- rior para definir como iria realizar suas tarefas. ‘Como conseqiiéncia, as indGstrias americanas reve- Jaram uma profunda disparidade de métodos de srabalho, pois cada operério tinha um esquema pes- soal de trabalho, o que dificultava a supervisio, 0 controle e a padronizagio de utensilios ¢ ferramen- sas de trabalho. Taylor procurou tirar do operdrio 0 Aireito de escolher o seu jeito pessoal de executar a tarefa ~ no que foi bem-sucedido - para impor-lhe um método planejado e estudado por um profissio- nal especializado no planejamento das tarefas. Essa administracao das tarefas se assentava na organiza~ ‘io racional do trabalho para definir 0 método (the ‘best way) pelo qual o operério poderia se tornar efi- -ciente em suas atividades.® A técnica para se chegar a0 método racional era 0 -esxudo de tempos e movimentos (motion-time study). ‘As atividades mais complexas eram subdivididas em -axividades mais simples, as quais eram divididas em movimentos elementares para facilitar sua raciona- lizagdo e sua padronizagio. Até os movimentos ele- mentares ~ os quais Gilbreth denominow therbligs como unidade fundamental de trabalho ~ foram pa- Gronizados. Simplificag4o e padronizacio tornaram o traba- Iho mais eficiente.’ Dai a fragmentagio das tarefas para permitir a especializacao do trabalhador. © A produgao em massa Alina de montagem na qual 0 operério executa tare- {fas simples e repetitivas ao longo de sua jomada dié- Fla de trabalho 6 um dos exemplos tipicos dessa frag- mentagao, simplificacdo das tarefas e busca da padro- nizagdo. Henry Ford teve a intuicéo de utilizé-la para produzir automéveis ¢ reduzir drasticamente os cus- tos de produgao e, como resultado, o prego de um car- ro que antes era privativo e exclusivo das grandes for- ‘unas. Ford popularizou automével gragas & sua ge- jalidede. Nao Inventou nada, mas soube como pou- cos utilizar as Inovadoras técnicas oferecidas na épo- ca pela Administragao Cientitica. Esta provocou uma verdadeira revolugdo nos processos produtivos das indistrias, mothorando métodos ¢ processes, redu- zindo custos e inerementando poderosamonte a quali dade e produtividade. De lambuja, melhores salarios para os operétios. © Apés descobrir a “melhor maneira” de executara tarefa, esta passa a ser o método de trabalho do ope- ratio, A preocupaciio seguinte é estabelecer os tem- pos ¢ padrées de producéo por meio da cronome- tragem, a fim de definir 0 tempo médio necessario para um operirio normal realizar a tarefa devida- mente racionalizada, Esse tempo constitui 0 tempo- padrio ou eficiéncia equivalente a 100%. O tem- po-padrio passow a ser uma das formas de controle do desempenho do operério. Para assegurar a efi- ciéncia do operariado, tornava-se necessirio sele- cionar 0s operarios mais aptos, treiné-los na execu- si do método escolhido e oferecer-Ihes condigdes ambientais de trabalho agradéveis e condigGes de conforto capazes de reduzir a fadiga — poderoso ini migo da eficiéncia. Para conseguir a colaboragio eo engajamento do operariado no sistema e sua partici- pacdo no aumento da eficiéncia, a solugdo encon- trada foi oferecer planos de incentivos salariais € 2 Administrag&o - Teoria, Processo e Pratica * IDALBERTO CHIAVENATO prémios de producto. A produgio individual até nivel de 10096 de eficiéncia era remunerada de acor- do com o nimero de pecas produzidas. Acima de 100% de eficiéncia a remuneragao era acrescida de um premio ou incentivo adicional, © qual au- mentaya na medida da eficiéncia do operirio. © Conceito de homo economicus Idéies como tempo-padréo e incentivos salarais se ba sseiam na coneepeao do homo economicus, ou sefa, ria prescuposicao de que as pessoas so motivadas exclu sivamente por intoresses salariais e materials. Na verda- de, as pessoas pensam em ganhar dinheiro, mas ndo se reduzem apenas a isso. Essa visdo reducionista e restr: tiva do ser humano predominou durante décadas e fol 2 responsével pelo preconceito de que 0 desperdico in- dustrial era causado pela vaciagem do opereriado por {alta de incentives salariais adequados. Fei uma imagem rmaterialistae utlitarista da natureza humana.* @ Taylor e seus seguidores se preocuparam em cons- ‘ruir um modelo de administracdo com base na racio- nalizagio e no controle da atividade humana; uma espécie de engenharia aplicada a administracio. Ao buscar uma produtividade sempre maior, a Adminis tragio Cientifica concentrou-se na tecnologia de pro- dugao em massa, cujos prinefpios se apéiam em con- ceitos ligados ao estudo de tempos e movimentos. Os princfpios de produc em massa so: 1. Padronizagdo: a estandartizagio de miquinas ¢ equipamentos de produgio, 0 cuidado com ELSEVIER © seu arranjo fisico e disposi¢éo racional fo- ‘ram outras conseqiiéncias dessa forte tentati- va de reduzir a variabilidade e a diversidade no proceso produtivo. 2. Racionalizaeao do trabalho: 6 a aplicagéo dos princfpios de AdministragSo Cientffica ao tra- balho do operirio. 3. Ritmo: é 0 movimento ordenado e cadencia- do do produto na linha de montagem em uma série de operagées planejadas em postos de trabalho espectficos e seqiienciais. © Padronizagao Um padrao 6 uma unidade de medida ou um sistema da classificagao comumente acelto. A padronizacio 6 a aplicagae dos padres em um grupo, em uma orga nizagao ou em uma socledade. Significa que métodos jentificos sero empregados para desenvolver 08 melhores padrées possivels para determinados pro- pésitos, Além disso, a padronizagao tende a promover a simplificagao pela eliminacéo de padrées desneces- sérios ¢ pela utilizagao de padrées uniformes em uma ‘empresa ou indiistria. A simplificacao pode ser procu- rada por si $6, com ou sem um programa de padron!- zacdo, A padronizagio e a simplificacao podem au- mentar significativamente a eficiéncia operacional € reduzir os custos de produgéo. © |A pressuposicéo vigente era de que a tecnologia de produgio em massa, combinada com a técnica de estudos de tempos e movimentos para a organi- zacio das tarefas individuais, resolveria todos os Figura 1.3. A abordagem microscépica ¢ mecenicista da Administragéo Cientifica.® > Principio do Plansjamento Prinipio do Proparo Principio do Controle Principio da Excacéo ‘Sibetveno tetahooerénianavaual do opera almproveapso (a auspdo emplice pia pale métecoe qu bescedeantessentises, Subst aimprovearse pas cers, ‘ormele do planeirento do meteda, Seleionerciaticamante ce tabuhasores de acora com suns sptdbes, proprdiceewoing-los para prosusrom mas e mana, conterme Pci planojaco. lam co proparo da mde-de sha, prepara também as méqunes ec eaupemroe do prosuese bam oomo o arene tteco ea epee raconl das eramorios¢ dee tai. ‘Conair 6 vabalto para oe cricar de gus et sends > exes de acrd com as nomaseeebascicaso eegundoo plano ‘rove. A gerbno deve coopera com 2 tabuhadores ara quo 4 ‘recuse cola armlho pseia As oconcias que se desmcvem normalmante deo ds paibes lp nio dave chamar sangsoo gereta.Jé as coarineas excapioai, ‘comes ede paar, dover aa sua longo park ue ele pssa, asim cargos desis e grant O que 6 administraczo de empresas. ‘baseam em orm de produtividade, Em termos mais es- previa-se 0 aumento da produgio, a re- de custos ¢ a melhor qualidade do trabalho. ira a seguir mostra o tipo de raciocinio da Taylor preocupou-se também com o papel do ge- =, cujo trabalho deveria se basear em Principios Administracio Cientifica. Veja a Figura 1.4: A énfase nas tarefas € uma abordagem micros- ica utilizada no nivel do operério e nao no ni- da empresa em sua totalidade. £ uma aborda- mecanicista por envolver um conjunto de sores (estudo de tempos e movimentos, selecio fica do operdrio, aplicacio do método pla- jado racionalmente, medidas para reduzir ou ralizar a fadiga, estabelecimento de padres producio etc.), como se cada um deles contri Sse de modo deterministico para a maximi da eficiéncia ou como se fossem dentes de engrenagem, blocos de construgio ou meca- 0 de relojoaria, A énfase nas tarefas no nivel do operdrio repre- © primeiro enfoque administrativo, ainda pe, limitado e reduzido a algumas poucas vat =: da realidade empresarial. Foi o primeiro passo TGA. 4.4. Os quatro principios da administragao cientitica de Taylor. © Caracteristicas da énfase nas tarefas ‘© Pragmatismo: énfase na pritica e na aplicacao no trabalho organizacion © Organizagéo racional do trabalho por intermédio da ‘andlise @ da racionalizagao do trabalho. = Divisao do trabalho e especializagéio do operario. ‘© Desenho de cargos ¢ taretas. © Utilizagdo de principios de administracéo a tare- fa das pessoas, como receituério para o adminis trador. © Incentivos salariais e prémios de producéo. © Padronizacao. © Abordagem prescrtiva e normativa. © Enfase na estrutura organizacional E a fase na qual administrar significa basicamente planejar € organizar a estrutura de Grgios ¢ cargos que compdem a empresa, dirigir e controlar as suas atividades. Nesta abordagem, verifica-se que a efi- cigncia da empresa vai além da soma da eficiéncia dos seus trabalhadores e deve ser alcancada por meio da racionalidade, isto € da adequagio dos meios (Srgios ¢ cargos) aos fins desejados. A preocupagio com a estrutura da organizacéo constitai uma enor- ‘me ampliagio do objeto de estudo da TGA. 40 Administracao - Teoria, Processo e Prética + IDALBERTO CHIAVENATO ELSEVIER © Da microabordagem a macroabordagem ‘Amicroabordagem do Taylor, até onto reduzida a0: vel individual de cada operdrio com relagéo & tarefa, passa aser enormemente ampliada no nivel da empre- ‘32 como uma totalidade em relacdo a sue estrutura or- Conceito de estrutura e fundamentagao no estrutu- ralismo. 18 Administragao ~ Teoria, Processo ¢ Pratica + IDALSERTO CH © Aceltacio da organizacdo formal e informal. © Adogio de tipologias para estudar os diferentes ti- pos de organizacée: © Foco na andlise organizacional e na anélise interor- ganizacional. © Enfase nas pessoas Ea fase em que administrar &, sobretudo, lidar com pessoas. Esta terceira abordagem da TGA foi uma teagio & abordagem mecanicista ¢ rigida da Teoria Classica ¢ da Teoria da Burocracia. Ela procura en- fatizar as pessoas dentro das empresas, deixando em segundo plano a estrutura e as tarcfas. Ea cha- mada abordagem humanistica e pode ser desdobra- da em duas escolas ow teorias: a Escola das Relacoes Humanas e 2 Teoria Comportamental. Escola das Relagdes Humanas A primeira corrente da abordagem humanistica ~ a Escola das Relagdes Humanas - eve em Elton Mayo (1880-1949) e Kurt Lewin (1890-1947) seus principais precursores. Trata-se da abordagem mais democritica ¢liberalizante ocorrida na TGA.* Sur- giu como uma teoria de oposigio e combate a Teo- ria Classica, alicergada sobre as obras de Taylor ¢ Fayol, cuja hegemonia cobriu trangiiilamente as tués primeiras décadas do século XX. Disposta a de- ‘mocratizar e humanizar a administragao das empre- sas € fortalecer e reforcar seus pontos de vista, a Escola das Relagdes Humanas negou ou omitiu to- dos os conceitos desenvolvidos e afirmados pela Teoria Classica - como os de organizagao formal, antoridade e responsabilidade, hierarquia, unidade de comando, estudos de tempos ¢ movimentos, efi- cigncia, departamentalizacio, principios gerais de administragio, entre outros ~ para substivui-los por outros conceizos desenvolvides a partir da Psicolo- gia e Sociologia Industriais, tas como organizacdo informal, motivagéo, comunicagio, lideranga, in- centivos sociais, dinfmica de grupo etc. © Da engenharia para a psicologia - da técnica Para o humanismo Para a Teorla Classica, o administrador tipico ~ emi- ‘nentemente técnico € voltado para os aspectos légi- ELS cc0s da organizacao — cede agora lugar ao edministra- dor tipieo dessa nova abordagem ~ eminentemente humanista e voltado para os aspoctos psicolégicos ¢ ‘sociolégicos da organizagao. Os planos de incentivos Salarials fundamentados na concepgde do homo eco- ‘nomicus passam a ser substituides pelo incentivo so- Clal e simbélico baseado na concepcie do homo socia- lis. Segundo essa concepcao, © homem & motivado basicamente por recompensas socials e simbélicas, pois as necessidades psicolégicas do ser humano so mais importantes do que a necessidade de ganhar mais dinheiro. A partir da Experiéncia de Hawthorne (1927-1882), desenvolvida para mensurar os efeitos da iluminagéo sobre a produgéo, surgem inimeras Pesquisas para tentar comprovar clentificamente as ‘conclusées € afirmagées de autores humanistas. © Contudo, esta teoria apresenta apenas conchi- S0es parciais, omitindo variéveis importantes abor- dadas pelos classicos e urtilizando uma abordagem francamente demagégica e manipulativa. Tais as- pectos levaram a Escola das Relagées Humanas a0 deserédito, principalmente por valorizar sfmbolos baratos ¢ relegar a um plano secundério as recom- pensas salariais e por tentar esconder duas logicas diferentes e até certo ponto antagénicas; a do em- Presario, que procura maximizar seus lucros, a do trabalhador, que procura maximizar seu salério. Es- te conflito de interesses ~ da empresa e das pessoas que nela trabalham — foi ocultado por esta escola. © Abordagem manipulativa Nesta abordagem prevalece ainda 0 pressuposto de que o homem é um instrumento @ ser usado pela orga- nizagéo; no se encara a organizagéo como instru ‘mento do homem: o conceito de relagées humanas fol utllizado mais como fachada para a manipulagao dis- simulada dos individuos do que propriamente como uma filosofia administrativa sadia e juste. Apesar de todas as criticas negativas, nao ha como negar o im- pulso para a “equalizagao do poder”, que representa luma redugao na diferenea de poder e status entre su= Pervisores ¢ subordinados. © Em um sentido mais amplo, a Escola das Relages ‘Humanas representa uma reagio saudavel & énfase no trabalho programado, no controle hierdrquico rf sido eno alto grau de especializagio do trabalhador, "A + O que é administracao de empresas 4g pjetvos a Owanzarzo arma Figura 1.13. A abordagem manipulativa de teorla des relagdes humanas.2° aspectos caracteristicos do taylorismo e da TGA tra- dicional. Um dos principais objetivs do movimento humanista foi tentar quebrar 0 excessive controle hierarquico e encorajar a espontaneidade dos traba- Ihadores. Os autores humanistas séo unanimes quan- to a um diagndstico basico: as organizagdes mais complexas tendem a bloquear crescimento indivi- dual € 0 autodesenvolvimento das pessoas, levan- do-as. apatia, a0 desperdicio das capacidades huma- nas ¢ a atividades disfuncionais, como greves, redu- gio do trabalho e competicéo destrutiva. As principais contribuicoes da Teoria das Rela- ‘ges Humanas & TGA se concentram no esforgo pio- neito ramo 4 humanizagio das empresas: a énfase na organizacio informal, nos grupos sociais, nas co- municagdes, motivacio, lideranca, nas abordagens participativas e, sobretudo, na preocupacio com a satisfacio no trabalho. © Caracteristicas da Escola das Relacdes Humanas” © Enfase na psicologia para o estudo das orgniza- gos. *® Substituledo de abordagem cléssica (énfase nas ta- rofas ¢ na estruture) pela abordagem humanistica (Gnfase nas pessoas). © Adogio de conceitos humanisticos, como: grupo Social, dinamica de grupo, motivagéo, comune: 8, lideranca etc. em substituicéo aos conceitos técnicos até entdo utlizados. © Foco ne organizacéo informal e nos grupos sociais. © Teoria Comportamental A segunda abordagem humanistica~a Teoria Com- portamental ou Escola do Comportamento Organi- zacional ~ surgi com 0 livro de Herbert A. Simon publicado em 1947 (O comportamento administra- tivo), no qual o autor desenvolve uma teoria das de- cis6es. Para ele, a decisio & muito mais importante do que a ago subseqtiente. A partir daias empresas sio visualizadas como sistemas de decisées, nos quais as pessoas percebem, sentem, decidem e agem, definindo seus comportamentos diante de situagbes com que se deparam. A administragao nao pode deixar de lado esses aspectos comportamentais, A abordagem comportamental descende diretamente da Escola das Relagdes Humanas ¢ mantém a tradi- so de deixar os aspectos estruturais em segundo plano, para focalizar os aspectos comportamentais. Essa abordagem retine uma constelacao de autores muito conhecidos* ¢ procura desenvolver € com- parar estilos de administraco capazes de potencia- lizar as motivagbes individuais existentes nos par cipantes das organizaces e reduzir as incongruén-

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