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ie NELSON L.de SOUSA PINTO ANTONIO CARLOS TATIT HOLTZ JOSE AUGUSTO MARTINS FRANCISCO LUIZ SIBUT GOMIDE Bally jel hel iT BASICA — CONTEUDO Preficio . i XI Prefacio da 1 Edicio...... XIIL Capitulo | INTRODUGAO. i-_ 2 O ciclo hidrologico ........ ‘ 5 2 = Dados hidrolégicos basicos — métodos de estudo - 3 Bibliografia complementar ............ 6 * Capitulo 2. PRECIPITAGAO 7 Generalidades . 7 # Formacao das precipitagoes ¢ tipos 7 ® Medida das precipitagoes 8 Vatiagdes -..... 0... 9 Processamento de dados pluviométricos 13 Detecgdo de erros grosseiros 13 @ Preenchimento de falhas . 4 Verificagio da homogeneidade dos dados 15 Frequéncia de totais precipitados oe 2 Sale Freqiiéncia de totais anuais . : eee 7 Freqiiéncia de precipitagdes mensais ¢ trimestrais ..... ariel Freqiiéncia de precipitagdes intensas ae Freqiiéncia de dias sem precipitagao ..... ‘ e 27 Precipitagio média em uma bacia . : 28 Método de Thiessen . 28 Método das isoietas 28 Relacdo entre a precipitagdo média c a area.......... 29 Cuidados na aplicagao dos dados de chuva 334 Bibliografia complementar ... ‘ 34x @ Capitulo 3 ESCOAMENTO SUPERFICIAL .. 36 Generalidades 36 Ocorréncia Aen, 36 © Componentes do escoamento dos cursos de Agua 37 Grandezas caracteristicas . 38 © Bacia hidrografica é 38 Vario... 38 Frequéncia .. 38 Coeficiente de deflavio - 38 ‘Tempo de concentragao 39 Nivel de Agua . 39 e i Fatores intervenientes .... Fatores que presidem a quantidade de agua precipitada Fatores que presidem o afluxo da agua & segio em Influencia desses fatores sobre as vazdes . Hidrograma .... Classilicagao das chei Bibliografia complementar Capitulo 4 INFILTRAGAO . Introdugao . Definigao . Fases da infiltragao Grandezas caracteristicas Capacidade de infiltragao Disteibuicao granulométrica « Porosidade . seeeeee Velocidade de filtragao 5 Goeliciente de permeabilidade - Suprimento especifico .. Retengio especifica . Niveis estatico © dindmico . “€Fatores intervenientes . Tipo de solo . Altura de retengio superti Grau de umidade do solo Ago da precipitagéo sobre o solo . ‘Compactagao devida ao homem ¢ aos animais Macroestrutura do terreno ......2. + Cobertura vegetal ......... Temperatura . Presenga do ar Variarao da‘ capaciinie de infiliragao . Determinagao da capacidade de infiltragéo Infiltrémetros : Método de Horner @ Llayd Gapadidade de infiltragio'em Bacias muito grand Bibliografia complementar . al © espessura da camada Capitulo 5 EVAPORAGAO E TRANSPIRAGAO . Definigdes «2... ‘ Grandezas caracteristicas ---.- Fatores intervenientes . Grau de umidade relativa do ar atmosférico ‘Temperatura . Matto exe vee Radiagao solar . Pressto barométrica . estudo savurada 39 39 39 39 40 42 43 44 44 44 44 45 45 45 49. 45 46 46 46 46 46 46 46 47 47 aT 47 48 48 48. 48 48 48 50 52 53 56 56 56 56 56 57 57 37 58 Salinidade da 4gua .. ii RST Evaporacio hs cuperfitie de-salo <. Transpiragho ....,.4..ss.ssesrusvesoesoennn Evaporagdo da superficie das aguas ~ Medida da evaporacio da supe das aguas 2 Evaporimetros .. ae Medidores diversos .... Coeficientes de correlagao . Formulas empiricas ....... : Reducéo das perdas por evaporacio nos reservatérios de acumulagio Medida da evaporagio da superficie do. solo. Aparelhos medidores Formulas empiricas Medida da transpiragao . 3 AE Fitometro 2... : deck ae beet Estudo em bacias hidrograficas «0.6.2... ..4. : Deficit de escoamento Analise dos dados — apresentagiio dos resultados Bibliografia complementar .....60e0seeeveee Capitulo(’6) AGUAS SUBTERRANEAS. Introdugao . Distribuigdo das aguas subterrdneas . Aqiliferos....e.ee+.. Principios bisicos do escoamento em meios porosos. . Escoamento em regime permanente ........- Escoamentos bidimensionais. Exploragao de pogos Pocos em regime ndo-permanente .. Bibliografia complementar . . Capitulo 7 © HIDROGRAMA UNITARIO © Hidrograma unitério a partir de precipitagdes isoladas ........ Calculo do volume de agua precipitade sobre a bacia ...... Separagao do escoamento superficial . Calculo do volume escoado superficialmente 4 Hidrograma unitario a partir de fluviogramas complexos - Grafico de distribuiggo .. Hidrogramas unitarios sintéticos Método de Snyder .. Método de Commons “ Método de Getty e McHughs .. Observagoes ...... 9 Aplicagao do hidrograma unitério ...... Bibliografia complementar . 58 58 58 59 59 59. 61 61 62 63 63 64 64 64 6 65 66 66 67 67 67 70 2 77 77 81 86 a 92 98 99 99 101 103 108 109 Mm 113 14 M5 116 « 120 Capitulo 8 VAZOES DE ENCHENTES ........... Férmulas empfricas . Vazio em funcio da area da bacia 2 Fé Formulas que levam em conta a precipitagao ... Formulas baseadas no método racional . Métodos estatisticos : Eacolha da freqiiGneia- da chela de. projeto Dificuldades na aplicagao dos métodos estatisticos . Método racional Area drenada (A) Intensidade média da precipitacao pluvial Coeficiente de escoamento C Exemplo de utilizagao Vazio . Métodos hidrometeorolégicos Avaliagao da maxima precipitagdo provavel (MPP) Sclegio das maiores precipitagbes . Maximizagao . : ‘Transposi¢ao . Definigio da MPP . ‘ Hidrograma de enchente .. . Hidrograma unitério . Precipitacio efetiva Vazio de base . Propagacao das cheias .. Bibliografia complementar . Capitulo 9. MANTPULAGAO DOS DADOS DE VAZAO Flaviograma ...... Fluviograma médio Curva de permanéncia .. Curva de massa das vazbes @ Capitulo 10 MEDIGOES DE VAZAO ... Estagdes hidrométricas .. Localizagao *Caracteristicas hidraulicas ...... sFacilidades para a medigao da vazio Acesso ... sObservador Gontroles .. Controles naturais Controles artificiais . © Gurva-chave * i Curvas de descarga estéveis © univocas . ~~ Curvas de descarga estaveis, influenciadas pela declividade ..... Gurvas instaveis ..... wg 121 121 121 122 123 126 135 136 137 138 138 M41 14d 146 149 150 151 151 154 154 155 156 157 158 158 166 167 167 168 170 17 182 182 183, 183 184 185 185 186 186 188 189 190 192 194 Medida de vazao .. 194 Medida direta peer 194 Medida a partir do nivel da agua. 195 Medida por processos quimicos . 195 Medida de velocidade ¢ area . 196 Medida da velocidade 197 Flutuadores .. 2.2... 198 = Molinetes 3 198 = Medida da Area . 200 Causas de erros : 201 Medida do nivel de agua 202 ~ Bibliografia complementar 204 ¢ Apéndice NOGOES DE ESTATISTICA E PROBABILIDADES Introdugéo ...... on See Bibliografia complementar ..- = SPHTTS Conceitos basicos da teoria de probabilidades - Experimento aleatério....... i ee Medida de probabilidade ..., ~* Probabilidade de unies de eventos Probabilidade condicionada ......... Teoremas fundamentais . . Varidveis aleat6rias e suas distribuigdes . Variaveis aleat6rias discretas . .. Variaveis aleatérias continuas Distribuigao conjunta Distribuicao condicionada Rerumorssivsi aansiei..c Momentos ¢ sua fungao geratriz Distribuigdes importantes e suas aplicagées Distribuigdes discretas .. Distribuigdes continuas - Distribuigdes em resumo Distribuigdes derivadas.............. Teoria da estimacao e testes de hipoteses Estimagao de parametros . mae Estimagao de intervalos de confianga Testes de hipéteses ‘Testes de aderéncia ....... ee seca Combing €regreihoi isc scievenn Vessaeg24 ince cache steselece CAPITULO. 1 introducéo N. L. DE SOUSA PINTO. Hidrologia € a ciéncia que tata do estudo da agua na Natureza. E parte da Geografia Fisica e abrange, em especial, propriedades, fe- némenos e distribuigdo da agua na atmosfera, na superficie da Terra € no subsolo. Sua importancia ¢ facilmente compreensivel quando se considera © papel da agua na vida humana. Ainda que os fendmenos hidrolégicos mais comuns, como as chuvas € 0 escoamento dos rios, possam parecer suficientemente conhecidos, devido regularidade com que se verificam, basta lembrar os efeitos catastr6ficos das grandes cheias ¢ estiagens para constatar 0 inadequado dominio do Homem sobre as leis naturais que regem aqueles fendmenos e a necessidade de se aprofundar 0 seu conhe- cimento. A correlagao entre o progresso ¢ 0 gran de utilizacao dos recursos hidraulicos evidencia também o importante papel da Hidro- logia na complementagao dos conhecimentos necessarios ao seu melhor aproveitamento. A Agua pode ser encontrada em estado solide, liquido ou gasoso; na atmosfera, na superficie da Terra, no subsolo ou nas grandes massas constituidas pelos oceanos, mares ¢ lagos. Em sua constante movimen- tagao, configura o que se convencionon chamar de ciclo hidroldgico: muda de estado ou de posicao com relagao 4 Terra, seguindo as linhas Principais desse ciclo (precipitacao, escoamento superficial ou subter- F4neo, evaporagao), mantendo no decorrer do tempo uma distribuigaio equilibrada, do que ¢ uma boa evidéncia a constancia do nivel médio dos mares. A Hidrologia de Superficie trata especialmente do escoamento su- perficial, ou seja, da agua em movimento sobre o solo. Sua finalidade primeira € 0 estudo dos processos fisicos que tém lugar entre a preci- pitacao © o escoamento superficial e 0 seu desenvolvimento ao longo dos rios. A Hidrologia é uma ciéncia recente. Apesar de certas nogdes basicas terem sido conhecidas ¢ aplicadas pelo Homem h4 muito tempo, como © atestam os registros egipcios sobre as enchentes do Nilo datados do ano 3000 A.C. ¢ as evidéncias de medidas de precipitacao pluvial na 2 hidrologia basica India feitas em 350. A.C.; a concepgao geral do ciclo hidrolégico sé comegou a tomar forma na Renascenga com Da Vinci € outros. O progresso desse ramo da Ciéncia nao fugiu a regra geral, cons- tatada para os demais setores do conhecimento humano. Ocorreu lenta © progressivamente, s6 comegando a constituir uma disciplina especifica em fins do século passado, com 0 enunciado dos primeiros principios de ordem quantitativa. Atalmente, 0 progresso se verifica em ritmo acelerado, quase impossivel de ser acompanhado pelo nao-especialista. O CICLO HIDROLOGICO Pode-se considerar que toda a Agua utilizavel pelo homem pro- venha da atmosfera, ainda que este conceito tenha apenas 0 mérito de definir um ponto inicial de um ciclo que, na realidade, é fechado._A_ 4gua_pode ser encontrada na atmosfera sob a forma de vapor ou de ticulas_liquidas,-ou-como_gelo_ou_neve. Quando as goticulas de agua, formadas por condensagio, atingem determinada dimensio, precipitam-se em forma de chuva. Se na_sua queda atravessam_zonas de temperatura abaixo de zero, pode haver formagao de particulas de gelo, dando origem ao_granizo. No caso de condensagao ocorrer sob temperaturas abaixo do ponto de congela- mento, haverd a formaciio de neve. Quando a condensagio se verifica diretamente sobre uma super- ficie ‘s6lida, ocorrem os fenémenos de orvalho ou geada, conforme se dé a condensag&o em temperaturas superiores-ou-inferiores a zero grau centigrado, Parte.da_precipitagio nao atinge o solo, seja de ido A evaporagaio durante a propria queda, seja porque fica retida pela vegetacio. A essa iltima perda (com relagao ao volume que atinge o solo) da-se a deno- minac&o de_intercepgao. Do volume que atinge o solo, parte nele se infiltra, parte se escoa sobre a_superficie e parte se evapora, quer diretamente, quer através das plantas, no fendmeno conhecido como transpiragao. ‘A infiltracdo € 0 processo de penetracao da Agua no solo. Quando a intensidade da_precipitagio excede a capacidade de infiltragio do “Solo, a agua se escoa superficialmente. Inicialmente sio preenchidas as depressées do terreno e em seguida inicia-se 0 escoamento propriamente dito, procurando, naturalmente, a 4gua os canais naturais, que vao se concentrando nos vales principais, formando os cursos dos rios, para finalmente dirigirem-se aos grandes volumes de 4gua constituidos pelos mares, lagos oceanos. Nesse_processo pode ocorrer infiltragaio ou_eva- poracao, conforme as caracteristicas do terreno e da umidade ambiente da zona atravessada. A agua retida nas depressocs ou como umidade superficial do solo pode ainda evaporar-se ou iniiltrar-se. introdugéo 3 A 4gua_em estado liquido, pela energia recebida do Sol onde outras fontes, pode retornar ao estado gasoso, fendmeno que se denomina de cvaporacao. pela evaporagao que se mantém 0 equilibrio do ciclo hidrolégico. E interessante registrar os valores aproximados, obtidos pata os Estados Unidos, referentes as proporcées das principais fases do movimento da Agua. Do volume total que atinge o solo, cerca de 25% alcangam os oceanos na forma de escoamento superficial, enquanto 75% retornam a atmosfera por evaporagao. Destes, 40% irao precipitar-se diretamente sobre os oceanos, e 35% novamente sobre o continente, somando-se & contribuigao de 65% resultantes da evaporagio das grandes massas liquidas, para completar 0 ciclo.| Para viver, as plantas retiram umidade do solo, utilizam-na em seu crescimento ¢ a eliminam na atmosfera sob a forma de vapor. A esse processo da-se 0 nome de transpiragao. Em muitos estudos, a eva- poragio do solo e das plantas s4o consideradas em conjunto sob a denominagiio de eapotranspiragao. A Agua que se infiltra no solo movimenta-se através dos vazios existentes, por percolac&o, ¢, eventualmente, atinge uma zona total- mente saturada, formando o lengol sublerrdneo. O lencol podera inter- ceptar uma vertente, retornando a 4gua a superficie, alimentando rios ou mesmo os proprios oceanos, ou poderd se formar entre camadas impermeaveis em lengéis artesianos. O ciclo hidrolégico, representado esquematicamente em suas grandes linhas, ilustrado na Fig. 1-1. Esse quadro forgosamente incompleto nao deve conduzir a uma idéia simplista de um fenémeno, em realidade, extremamente complexo. A “hist6ria’* de cada goticula de Agua pode variar consideravelmente, de acordo com as condigdes particulares com que se defronte em seu movimento. Em seu conjunto, entretanto, a continua circulag%io que se processa as custas da energia solar mantém o balango entre o volume de Agua na terra e a umidade atmosférica, DADOS HIDROLOGICOS BASICOS — METODOS DE ESTUDO Em sintese, 0 estudo da Hidrologia compreende a coleta de dados basicos como, por exemplo, a quantidade de agua precipitada ou eva porada ¢ a vazio dos rios; a andlise desses dados para o estabelecimento de suas relagdes miituas ¢ o entendimento da influéncia de cada possivel fator ¢, finalmente, a aplicagéo dos conhecimentos alcancados para a solugao de intimeros problemas praticos. Deixa, portanto, de ser uma ciéncia puramente académica para se constituir em uma ferramenta imprescindivel ao engenheiro, em todos os projetos relacionados com a utilizagiio dos recursos hidrdulicos. 4 hidrologia basica Med: a LENgOL. susTeRRANE! ns ee Wieet sass, Z GN Figura 1-1. 0 ciclo hidrolégico (Ilustracio de Linsley, Kohler ¢ Paulhus) Deve-se sahentar a importancia da fase correspondente coleta de dados. A Hidrologia bascia-se, essencialmente, em elementos obser vados ¢ medidos no campo. O estabelecimento de postos pluviométricos ou fluviométricos e a sua manutengao ininterrupta ao longo do tempo sdo condigdes absolutamente necessarias ao estudo hidrolégico A existenaia de postos hidrométricos reilew, ue certa lorma, a extensio do aproveitamento dos recursos hidraulicos de um pats. O Brasil, com cerca de um posto fluviométrico por 4000 km? de super- ficie (1957), nao se apresenta mal, comparado aos paises como a Russia introdugéo_ = © 0 México, com, praticamente, a mesma densidade de instalacdes de medida, mas encontra-se em bastante inferioridade com relagio aos E.U.A., com cerca de um por 1000 km’, a Franca, com um por 800 km?, ou a Israel, com 1 por 200 km?, yA urgéncia com que se necessitam os dados bisicos, a extensdo da area a cobrir € a caréncia de recursos financeiros exigem 0 estabe- fecimento de uma politica racional de implantagao de novos postos hidrométricos. Uma definigto de prioridades poderia ser estabelecida a partir da definigao de areas hidrologicamente semelhantes (com re- lagdo A vazdo, cheias, estiagens, Topografia, Geologia, Meteorologia, ete.), € a selecdo de postos cuja representatividade fosse maxima, De um modo geral os estudos hidrologicos basciam-se na quase repetigao dos regimes de precipitago ¢ de escoamento dos ios, ao longo do tempo. Isto ainda que a sucessio histérica de vazoee on Precipitagdes, constatada no passado, nao se repita exatamente para © futuro, suas grandes linhas mantém-se aproximadamente as mesmax Em suma, os projetos de obras futuras so elaborados com base om clementos do passado, considerando-se ou ndo a probabilidade de se verificarem alteragdes com relag&o ao pasado. A maneira de se encararem os estudos hidrolégicos, entretanto, Pode ser bastante distinta conforme se dé maior énfase 2 interdepen. déncia entre os diversos fendmenos, procurando-se estabelecer suas relagdes de causa ¢ efeito, ou se procure considerar a natureza proba. bilistica de sua ocorréncia Ultimamente, vem se constatando a tendéncia de distinguir os métodos de estudo, de acordo com os processos analiticos utilizados, classificando-os sob os titulos de Hidrologia Paramétrica ¢ Hidrologia Estocastica. Compreende-se como Hidrologia Paramétrica o desea, volvimento ¢ analise das relagées entre os parAmetros fisicos em jogo nos acontecimentos hidraulicos e 0 uso dessas relagdes para gerar ou sinte. uzar eventos hidrolégicos. Caracteristicos dessa classificagao s40 os Processos para obtengao de hidrogramas unitirias sintéticos © os métodos de reconstituigao de hidrogramas em funcio de dados climatic, ¢ pardmetros fisicos das bacias hidrograficas, Na Hidrologia Estocdstica, inclui-se a manipulagio das caracte- risticas estatisticas das variaveis hidrol6gicas para resolver problemas, com base nas propriedades estocdsticas daquelas variaveis, Entende-se Como varidvel estocdstica a variével cujo valor € determinado por uma funcao probabilistica qualquer. S40 exemplos desse tipo de anilise © cstudo estatistico de um ntimero limitado de varidveis com a finalidade de estender ¢ ampliar a amostra disponivel ou a consideragao das leis estatisticas na previsdo do regime dos rios para o futuro, deixando de considera-lo uma simples repetico dos eventos passados. CAPITULO 2 precipitacao A.C. TATIT HOLTZ GENERALIDADES Entende-se por precipitagéo a Agua proveniente do vapor de Agua da _atmosfera depositada na superliie terrestre de qualquer forma, ‘como_chuva, granizo, orvalho, neblina, neve ou geada. Este capitulo trata, principalmente, da precipitacéo em forma de chuva por ser mais facilmente medida, por ser bastante incomum a ocorréncia de neve entre nés e porque as outras formas pouco con- tribuem para a vazdo dos rios. A 4gua que escoa nos rios ou que esta armazenada na superficie terrestre pode ser sempre considerada como um 1esiduo das precipitagdes. FORMAGAO DAS PRECIPITAGOES E TIPOS A atmosfera pode ser considerada como um vasto reservatério um sistema de transporte e distribuigio do vapor de 4gua. Todas as transformagoes ai realizadas o sto a custa do calor recebido do Sol. A qualquer instante, pode-se saber o sen estado geral através dos mapas sinéticos ¢ das cartas atmosféricas de altitude, que servem para expressar 0 processos e mudangas de tempo, dando informagies sobre os fendmenos meteorolégicos e suas correlagées (principalmente 0s asso- ciados com as causas € ocorréncias de precipitagdes). Essa situacio meteorolégica é extremamente flutuante ¢ ha “modelos” para esque- matizar os principais fendmenos que a condicionam, possibilitando a previsio do tempo. A formagio das precipitacdes esta ligada a ascensao das massas de ar, que pode ser devida aos seguintes fatores: a) conveeeao térmica; b) releva; ©) acto frontal de massas. Essa ascenstio do ar provoca um resfriamento que pode fazé-lo atingir © seu ponto de saturag’io, ao que se seguira a condensagao do vapor 8 hidrologia bésica de agua em forma de mindsculas gotas que séo mantidas em suspensio, como nuvens ou nevoeiros. Para ocorrer uma precipitagao € necessario que essas gotas cresgam a partir de nfcleos, que podem ser gelo, pocira ou outras particulas, até atingirem o peso suficiente para vencerem as forgas de sustentagao e cairem. “S Os tipos de piecipitagao so dados a seguir, de acordo com o fator responsavel pela ascensio da massa de ar. a) Frontais, Aquelas que ocorrem ao longo da linha de descontinui- dade, separando duas massas de ar de caracteristicas diferentes. b) Orograficas. Aquelas que ocorrem quando o ar é forgado a transpor barreiras de montanhas. 0) Convectivas. Aquelas que sto provocadas pela ascensio de ar devida as diferengas de temperatura na camada vizinha da atmosfera. Sao conhecidas como tempestades ou trovoadas, que tém curta duracio € sio independentes das “‘frentes” e caracterizadas por fenémenos elétricos, rajadas de vento ¢ forte precipitagao. Interessam quase sempre a pequenas Areas. Os dois primeiros tipos ocupam grande Area, tém intensidade de baixa a moderada, longa durago ¢ sio relativamente homogéncas. No ponto de vista da engenharia, os dois primeiros tipcs’ eressam ao projeto de grandes trabalhos de obras hidroelétricas, controle de cheias ¢ navegagao, enquanto que o altimo tipo interessa as obras em pequenas bacias, como o calculo de bueiros, galerias de aguas pluviais, ete Para se conhecer com mais pormenores 0 mecanismo de formagao das precipitagdes ¢ as razbes de suas variagées, seria necessirio explanar melhor os fundamentos geofisicos da Hidrologia, estudando a atmosfera, a radiago solar, os campos de temperatura, de pressiio e dos ventos ¢ a evolucao da situag’o meteorolégica, para o que se recomenda aos interessados a bibliografia indicada no fim do capftulo. MEDIDA DAS PRECIPITAGOES Exprime-se a quantidade de chuva pela altura de agua caida e acumulada sobre uma superficie plana e impermeavel. Ela é avaliada por meio de medidas executadas em pontos previamente escolhidos, utilizando-se aparelhos chamados pluvidmetros ou pluvidgrafos, conforme sejam simples receptaculos da agua precipitada ou registrem esas alturas no decorrer do tempo. Tanto um como outro colhem uma pe- quena amostra, pois tém uma superficie horizontal de exposigao de 500 cm? e 200 cm?, respectivamente, colocados a 1,50m do solo. precipitacao 9 Naturalmente, existe diferengas entre a agua colhida a essa altura € a que atinge o solo, sobre uma area igual, ¢ muitos estudos tém sido realizados para verifica-las e determinar suas causas. As leituras feitas pelo observador do pluviémetro, normalmente, em intervalos de 24 horas, em provetas graduadas, sio anotadas em cadernetas proprias que sio enviadas 4 agéncia responsavel pela rede pluviométrica, todo fim de més, Elas se referem quase sempre ao total precipitado das 7 horas da manha do dia anterior até as 7 horas do dia em que se fez a leitura, Os pluviogramas obtidos nos pluvidgrafos fornecem o total de pre- cipitagao acumulado no decorrer do tempo e apresentam grandes van- tagens sobre os medidores sem registro, sendo indispensaveis para o estudo de chuvas de curta duracao No Brasil existem diversas agéncias mantenedoras de redes pluvio- métricas, entre as quais se pode citar 0 Servigo de Meteorologia do Ministério da Agricultura (SMMA) ¢ 0 Departamento Nacional de Aguas ¢ Energia Elétrica (DNAEE), em complementagao a sua rede fluviométrica. Na escala estadual, existem ainda 0 Departamento de Aguas © Energia Elétrica e algumas empresas de economia mista ou privada Pelo fato de ser a pluviometria relativamente simples ¢ pouco custosa, € realizada ha bastante tempo no Brasil. No Estado do Parana. as primeiras observacdes pluviométricas datam de 1884, quando foi instalada em Curitiba uma estagio meteorologica do SMMA. Em 1964 existiam naquele Estado 158 pluvidmetros, 12 pluvié- grafos ¢ 20 estacdes meteorologicas em funcionamento, pettencentes as varias entidades mantenedoras anteriormente citadas, infelizmente dis- tribuidas com uma densidade bastante desuniforme, havendo grande concentragio na regio de Curitiba e grandes vazios nas zonas dos rios Piquiri, Ivai ¢ Baixo Iguacu. Naquele ano, a densidade média era de 0,75 posto/1 000 km?, que caia para 0,60 posto/1 000 km? quando nao se consideravam 0s pluviémetros superabundantes (locais com dois ou mais aparelhos), As caracteristicas de instalagao dos postos pluviométricos © sua operagao, os tipos de aparelhos encontrados usualmente ¢ os dados observados, particularmente no Estado do Parana, podem ser encon- trados na bibliografia citada no fim do capitulo. VARIAGOES As quantidades observadas num pluviégrafo no decorrer de uma chuva mostram que os acréscimos nao sao constantes ao longo do tempo. Além disso, observa-se que os acréscimos simultaneos, em dois ou mais pluviégrafos colocados mesmo a uma pequena distancia, sto diferentes. 10 hidrologia basica Essa variagdo no espaco ocorre também para a altura total de preci- pitac&o observada durante todo fendmeno pluvial ou durante tempos maiores, como um més ou um ano. O total precipitado num determinado ano varia de um lugar para outro e, quando se considera um mesmo local, a precipitacao total de um ano € quase sempre diferente da de outro ano. Para cada ano, é possivel tracar, sobre um mapa da area em con- siderago, as isoietas do total de precipitagao desse ano, entendendo-se por isoietas as linhas que unem pontos de igual precipitagao. Quando se conhecem os totais anuais precipitados em diversos locais numa série de anos, pode-se calcular para cada um desses locais © total anual médio de precipitagio no periodo considerado, sendo possivel elaborar 0 mapa de isoietas correspondentes a essas médias. A comparacao das isoietas dos totais anuais de qualquer ano com as isoietas das médias anuais em todo o periodo revela que 0 padrao de precipitagdes anuais € extremamente variavel em torno daquela média, mas que as isoietas das médias anuais representam bem o com- portamento dos totais anuais em toda a Area. A Fig. 2-1 6 um mapa do Estado do Parana que mostra os valores da precipitagao média anual em qualquer ponto do mesmo e da uma boa idéia do comportamento médio referido anteriormente. Ha uma zona de alta pluviosidade na Serra do Mar ¢ praticamente em todo 0 Figura 2-1, |soietas anuais (mm). Perlodo 1926-1963 precipitagio 11 litoral. A zona de menor precipitac%io média anual é a fronteira com Sao Paulo no Rio Paranapanema, ¢ 0 intervalo de variagdo esta entre 1000 mm nesta zona ¢ 3000 mm nas anteriormente citadas. Em cada local, a variagdo dos valores observados ano a ano em torno dessa média €, também, bastante grande. Nos Quadros 2-1 ¢ 2-2, ilustra-se com dados de alguns postos existentes no Estado. Quadro 2-1 Posto Valores Guarapui val JaguariaivaParanaguaé Rio Negro Média (mm) 1663 1509 1384 1981 1280 Maxima (mm) 2456 2.205 2022 2632 2017 Minima (mm) 924 959 872 1.042 763 Afastamento (%) +48% +46% +46% +33% +58% 44% = 36% =37% ~47% 40% Quadro 2-2 Valores Fost s Curitiba Guaira Ponta Grossa Média (mm) 1394 1241 1421 Maxima (mm) 2165 1742 2236 Minima (mm) 797 813 668 ‘Afastamento (%) +57% +40% +87% —42% 35% 53% Considerando as quantidades anuais observadas (Fig. 2-2) em sua sucesso cronolégica, nota-se que esses valores nao sao ciclicos e ocorrem, ao que parece, segundo a lei do acaso. A média mével ponderada de 3 anos tem variagdes menos bruscas e da uma idéia melhor do anda- mento dos valores. Ajustando-se aos dados uma reta, obtém-se a ten- déncia secular dos mesmos. Para analisar os periodos compreendidos dentro do periodo total ¢ sentir melhor a variagao da precipitacéo anual no decorrer dos anos, € interessante utilizar a curva de flutuago anual, que é, simplesmente, uma curva de diferengas totalizadas em relacio 4 média. A Fig. 2-3 mostra que em Curitiba o perfodo de 1924 a 1928 apre- sentou quantidades anuais acima da média; 0 de 1939 a 1944, abaixo da mesma. E sempre interessante conhecer o ciclo das precipitag’es médias mensais dentro de um ano médio e o intervalo entre os maximos minimos observados de cada més, dentro do qual caem todas as obser- vagbes (Fig. 2-4), equung wo soperidigeid sienue seo, “Z-Z BANBIS hidrologia basica precipitacdo 13 200 (mm 200 - 4 =s00 ao AT | =1000 = 1100 1200 toa 963 4 (one) jure 2-3. Curva de diferencas totalizadas enuais em Curitiba PROCESSAMENTO DE DADOS PLUVIOMETRIGOS Antes do processamento dos dados observados nos postos pluvio- métricos, ha necessidade de se executarem certas andlises que visam verificar os valores a serem utilizados. Entre elas podemos citar as que seguem. DETECCAO DE ERROS GROSSEIROS Primeiramente procura-se detectar os erros grosseiros que possam ter acontecido, como observacdes marcadas em dias que ndo existem 14 hidrologia basica_ sig 14% E lend 2% © oi me 300 om & Eo — © 50 Ce Mivimos observades ot otetatetatriotitstotete Figura 2-4. Distribuicao média anual das chuvas mensais em Curitiba (30 de fevereiro) ou quantidades absurdas que, sabidamente, nao podem ter ocorrido. Muitas vezes ocorrem erros de transcrigao como, por exemplo, uma leitura de 0,36 mm, que nao pode ser feita, tendo-se em vista que a proveta so possui graduacées de 0,1 mm. No caso de pluvidgrafos, acumula-se a quantidade precipitada em 24 horas, que é em seguida comparada com a do pluvidmetro que deve existir ao lado destes. Pode haver diferencas por varias razées, inclusive por defeito de sifonagem ou por causa de insetos que eventualmente entupam os condutos internos do aparelho. PREENCHIMENTO DE FALHAS Pode haver dias sem observagio ou mesmo intervalos de tempo maiores, por impedimento do encarregado de fazé-la, ou por estar o aparelho estragado. Nesse caso, a série de dados de que se dispde numa estacdo X, dos quais se conhece a média M, num determinado nimero de anos, apresenta lacunas, que devem ser preenchidas. precipitagao 16 Em geral adota-se 0 procedimento dado a seguir. 1) Supée-se que a precipitagao no posto X(P,) seja proporcional as precipitagbes nas estagdes vizinhas A, B e C num mesmo periodo, que serao representadas por P,, P,, P.. 2) Supde-se que o coeficiente de proporcionalidade seja a relac&o entre a média M, e as médias M,, M, e M,, no mesmo intervalo de anos; isto é, que as precipitagées sejam diretamente proporcionais a suas médias. 3) Adota-se como valor P, a média entre os trés valores calculados a partir de 4, Be C. TAG Sai Mo NE +(e". taht mh) VERIFICACAO DA HOMOGENEIDADE DOS DADOS Utiliza-se para a verificagao da homogeneidade dos dados a curva dupla acumulativa ou curva de massa. Esta é obtida como segue. 1) Escolhem-se varios postos de uma regiio homogénea sob 0 ponto de vista meteorolégico. 2) Acumulam-se os totais anuais de cada posto. 3) Calcula-se a média aritmética dos totais precipitados em cada ano em todos os postos ¢ acumula-se essa média 4) Grafam-se os valores acumulados da média dos postos contra os totais acumulados de cada um deles (Fig. 2-5). Esses pontos deve ser colocados, aproximadamente, segundo uma linha reta. Uma mudanga brusca de direcio dessa reta indica qualquer anormalidade havida com o posto, tal como mudanga de local ou das condigdes de exposicio do aparelho as precipitacdes. As observacdes podem ser corrigidas para as condigdes atuais, da seguinte maneira: M, ap Pea aphe onde P,, = sto as observacdes ajustadas & condigao atual de localizagao ou de exposigao do posto; dados observados a serem corrigidos; coeficiente angular da reta no periodo mais recente; M, = coeficiente angular da reta no periodo em que se fizeram obser- vagées P,. Embora possa acontecer que 0 nimero de anos em que 0 posto foi operado nas condigdes iniciais seja maior do que nas atuais, é mais 16 hidrotogia bésica ea ee 3e0. Cored Figura 2-6. Veriticacao da homogeneidade dos totais anuais interessante corrigir os dados referindo-se as tiltimas. Isso porque, a qualquer instante, pode-se fazer uma inspecao local e conhecer 0 estado de operacao ¢ conservacao do mesmo na atualidade. Una vez feitas essas verificagdes ¢ corregies, 0s dados estZio prontos para serem processados, A primeira etapa do processamento, em geral, € 0 calculo de médias, a selecao de maximos ¢ minimos observados eo célculo de desvios-padrdes e coeficientes de variacao, que podem ser feitos tanto para observagdes diarias como para totais de periodos maiores (inclusive anuais). ‘Assim, tem-se uma idéia bastante boa da amostra de dados dis- ponivel ¢ pode-se conjecturar qual seja sua lei de repartigo das fre- qiiéncias. Em seguida, serdo mostrados alguns casos de andlise estatistica comuns em Hidrologia. FREQUENCIA DE TOTAIS PRECIPITADOS Em Engenharia, nem sempre interessa construir uma obra que seja adequada para escoar qualquer vazAo possivel de ocorrer. No precipitacso 7 caso normal, pode-se correr 0 risco, assumido apés consideragdes de ordem econémica, de que a estrutura venha a falhar durante a sua vida itil, sendo necessario, entio, conhecé-lo. Para isso analisam-se estatisticamente as observagoes realizadas nos postos hidrométricos, verificando-se com que freqiiéncia elas assu- miram dada magnitude. Em seguida, podem-se avaliar as probabili- dades teéricas de ocorréncia das mesmas. Os dados observados podem ser considerados em sua totalidade, © que constitui uma série total, ou apenas os superiores a um certo limite inferior (série parcial), ou, ainda, s6 0 maximo de cada ano (série anual). Eles so ordenados em ordem decrescente e a cada um é atribuido 9 seu niimero de ordem m (m variando de | an, sendo n = numero de anos de observagio). A freqiiéncia com que foi igualado ou superado um evento de ordem m é: método da California; método de Kimbal. Considerando-a como uma boa estimativa da probabilidade ted- rica (P) ¢ definindo o tempo de recorréncia (periodo de recorréncia, tempo de retorno) como sendo o intervalo médio de anos em que pode ovorrer ou ser superado um dado evento, tem-se a seguinte relacao: 1 1 T, =e’ De mancira geral, T, = 5 Para periodos de recorréncia bem menores que o namero de anos de observago, 0 valor encontrado acima para F pode dar uma boa idéia no valor real de P, mas, para os menos freqiientes no periodo, é interessante adotar outro procedimento. A reparticao de freqiiéncias deve ser ajustada a uma lei probabilistica teérica de modo a possibilitar um calculo mais correto da probabilidade. FREQUENCIA DE TOTAIS ANUAIS Um dos mais importantes resultados da Teoria das Probabilidades € 0 chamado seorema do limite central. Esse teorema diz que, satisfeitas certas condigées, a soma de varidveis aleatorias ¢ aproximadamente, normalmente distribufda, isto é ela tende a seguir a lei de Gauss de 18 hidrologia basics distribuicao de probabilidades. Como o total anual de precipitagao pluvial é formado pela soma dos totais didrios, € natural que se tente ajustar a lei de Gauss ao conjunto de dados observados. A lei de Gauss tem por expressio ie ey ler (pea Fle) = PLX < x] ws | ot du, onde z é uma fungao linear de x, denominada varidvel reduzida: : Na expresso acima, jt é a média (do universo), geralmente estimada pela média amostral X, e ¢ € 0 desvio-padrao (do universo), geralmente estimado pelo desvio-padrao amostral $. A integral que fornece o valor de A(x) s6 pode ser avaliada numericamente, e foi tabelada, podendo ser encontrada em qualquer obra de referéncia em Estatistica. Para 0 posto do Servico de Meteorologia do Ministério da Agri- cultura em Curitiba, tomando os totais anuais de precipitagio pluvial = ces T | a a 8 ‘a s L | A | | = : se it 4 + ah 1 “ F roof : wot : i 3 40.0. — } 3 i wed | | ee Eero =e td : : = ce : 900. pot 4 | gee Figure 2:6.:Repsrigho das freqUtncles. dos totals anucis| de precintogSo. pluie. em Conta 8 procipitacdo 19 de 1921 a 1963 (n = 43), e calculando a média (amostral) ¢ 0 desvio- -padrao (amostral), com base em dados agrupados, encontram-se, res pectivamente, ¥ = 1388,2 mm ¢ += 232,4mm. Entao, 1388,2 2324 E comum apresentar-se 0 ajuste da lei de Gauss em forma grafica, relacionando o total anual de precipitagio pluvial (X) com seu res. pectivo tempo de recorréncia (7). Os periodos de recorréncia T, sio estimados por z = 0,0043x—5,97 para Fx) < 0,5, © por F(x) > 0,5. Fy’ Pare Assim, para cada valor de x, calcula-se o valor de z correspondente, obtém-se F(z) de uma tabela, ¢ calcula-se finalmente 7). A Fig. 2-6 € um exemplo do grafico resultante. A escala vertical é tal que a lei de Gauss é linearizada, ¢ esse grafico € denominado “papel probabi- listico aritmético-normal” A média € o desvio-padrao amostrais (¥ ¢ S) sao na verdade va- riaveis aleat6rias, cujos valores mudam de amostra para amostra, ¢ que simplesmente estimam o valor fixo (e geralmente desconhecido) da média do universo, ¢ do desvio-padrao do universo (j1 € 6). Sendo variaveis aleatérias, ¥ ¢ S possuem desvios-padrao, que podem ser esti- mados a partir da propria amostra. Por exemplo, para os dados de Curitiba (amostra de tamanho n = 43), ainda sob a hipétese de nor- malidade, o desvio-padrao da média amostral X pode ser estimado por = 3324 © 95,4 mm, Jn SB 4 % € 0 desvio-padrao do desvio-padrao amostral S pode ser estimado por ae _ 2324 Sota] oh =

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