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Índice
Objetivo:
- Apresentação crítica de diferentes conceitos de espécie
- Dificuldades de aplicação do conceito
Introdução
O que é uma espécie? Responder a esta questão pode parecer bastante simples
para as pessoas comuns, mas temos que reconhecer que a Biologia ainda não
conseguiu encontrar uma resposta satisfatória para esta questão. Existem
organismos bem diferenciados, de fácil classificação e identificação. Todavia, muitos
outros existem que apresentam pequenas diferenças entre si, sobretudo quando
ocorrem em regiões geográficas diferentes. Por exemplo, poderão ser diferenças na
coloração, com comprimentos de determinadas estruturas, etc. A questão que se
coloca aos taxonomistas é se a estas diferenças se encontram também associados
a organismos (taxa) realmente distintos ou se as diferenças correspondem a simples
variações de um mesmo ser vivo. São muitos os exemplos na literatura científica em
que espécies descritas e nomeadas como “novas” são posteriormente incluídas em
espécies já existentes e vice-versa.
Uma vez que a espécie é o grupo taxonómico (ou táxon) de nível mais baixo que
geralmente é usado nas classificações, quando se classifica procura-se agrupar os
organismos em espécies e associar estas em conjuntos ou categorias cada vez mais
inclusivos (classificação ascendente).
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CONCEITO DE ESPÉCIE
Espécie- Categoria
1. Conceito Nominalista
2. Conceito Tipológico
Segundo Mayr (1991), uma espécie tipológica é uma identidade que se diferencia
de outras espécies através de características diagnosticas constantes. Este é o
conceito de Lineu. O conceito tipológico utiliza caracteres morfológicos que servem
de divisão entre as espécies (Taxonomia Tradicional). Alguns autores ao criticarem
este conceito argumentam que, de acordo com o formulado, "uma espécie é o que o
taxonomista diz que é".
3. Conceito Biológico
"As espécies são grupos de populações naturais interfecundas e que estão isoladas
do ponto de vista reprodutor de outros grupos" (Mayr, 1991).
Este tem sido criticado por não proporcionar mecanismos para o reconhecimento
das espécies. Por outro lado, a ausência de fluxo genético não leva, com freqüência,
à diferenciação das populações isoladas por barreiras intransponíveis, mesmo que
por longos períodos, se essas populações continuarem submetidas a pressões
seletivas semelhantes; a definição de Mayr apresenta, ainda a desvantagem de não
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CONCEITO DE ESPÉCIE
levar em conta o aspecto temporal da evolução. Tem igualmente sido criticada pela
sua falta de operacionalidade, pois não existem, com freqüência, elementos que
permitam ajuizar da existência de um fluxo genético ou de um isolamento reprodutor
entre várias populações. Finalmente, este conceito não cobre os casos das espécies
assexuadas que, à semelhança das espécies sexuadas, possuem fundos genéticos
próprios e são resultados dos processos evolutivos.
Trata-se de um conceito que só se pode aplicar num tempo geológico concreto, por
exemplo, o atual. A longo da história genealógica e filogenética das espécies, o
conceito biológico não tem um significado claro. Se uma espécie A, extinta, origina
duas espécies: B e C (Fig. 1). Não se pode aplicar à espécie troncal A o conceito
biológico de espécie, já que a sua extinção deixa sem sentido a expressão "que
estão isoladas do ponto de vista reprodutor de outros grupos". O isolamento
reprodutor como mecanismo de diferenciação e segregação entre grupos biológicos
afeta as espécies que convivem no mesmo momento.
4. Conceito Evolutivo
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CONCEITO DE ESPÉCIE
- uma outra crítica a este conceito feita pelos filogeneticistas diz respeito à
impossibilidade de se reconhecer se as formas fósseis são formas ancestrais de
determinada espécie mais recente ou se pertencem a linhas evolutivas diferentes.
5. Conceito Filogenético
Mais tarde, em 1978 Wiley propõe uma nova versão do mesmo conceito, que é uma
síntese do conceito evolutivo e do conceito biológico:
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CONCEITO DE ESPÉCIE
6. Conceito Feneticista
"O menor (o mais homogêneo) agrupamento que pode ser reconhecido segundo um
dado critério como sendo distinto de outros agrupamentos"
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CONCEITO DE ESPÉCIE
Conclusão
Não foi ainda encontrada uma definição ideal de espécie, ou seja, que considere a
espécie como uma entidade em evolução no espaço e no tempo; uma entidade com
um fundo genético e uma morfologia adaptada ao meio ambiente em que está
integrada.
ATENÇÃO
Estas notas não dispensam a leitura e consulta das seguintes leituras complementares: