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UNIVERSIDADE DE BRASILIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL AVALIACAO DA PERDA DE CAPACIDADE PORTANTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO DANIFICADAS PELA CORROSAO DAS. ARMADURAS DE FLEXAO Eng. VICTOR SILVA MAIA ORIENTADOR: ANTONIO ALBERTO NEPOMUCENO CO-ORIENTADOR: JOAO CARLOS TEATINI DE SOUZA CLIMACO DISSERTACAO DE MESTRADO EM ESTRUTURAS E CONSTRUCAO CIVIL Publicagio — E.DM-011A/03 BRASILIA — DF - Dezembro de 2003 UNIVERSIDADE DE BRASILIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL “AVALIACAO DA PERDA DE CAPACIDADE PORTANTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO DANIFICADAS PELA CORROSAO DAS ARMADURAS DE FLEXAO” Eng.: Victor Silva Maia DISSERTACGAO DE MESTRADO SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE BRASILIA, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESARIOS PARA A OBTENCAO DO GRAU DE MESTRE. APROVADA POR: = yo - ANTONIO ALBERTO NEPOMUCENO, Doutor (Unb) (ORIENTADOR) JOAO CARLOS EATINI D&SOUZA CLIMACO, Doutor (UnB) (CO-ORIENTADOR) /' hawrne GUILHRME SALES MELO, Doutor (UnB) (EXAMINADOR INTERNO) = =<\.\ah IBRAHIM SHEHATA, Doutor (COPPE) (EXAMINADOR EXTERNO) DATA: BRASILIA/DF, 8 de Dezembro de 2003 ii FICHA CATALOGRAFICA MAIA, VICTOR SILVA Avaliagdo da perda de capacidade portante de vigas de concreto armado danificadas pela corrosio das armaduras de flexdo[Distrito Federal] 2003 xix, 133 p., 297 mm (ENC/FT/UnB, Mestre, Estruturas e Construgao Civil, 2003) Dissertagdo de Mestrado - Universidade de Brasilia. Faculdade de Tecnologia. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental. 1. Durabilidade 2. Corrosio de Armaduras 3. Reforgo de Estruturas 4. Fibra de carbono 1. ENC/FT/UnB. IL, Titulo (série) REFERENCIA BIBLIOGRAFICA MAIA, V. S. (2003). Avaliagao da perda de capacidade portante de vigas de conereto armado danificadas pela corrosio das armaduras de flexdo, Dissertago de Mestrado, Publicagaio E.DM-011A/03, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Brasilia, Brasilia, DF, CESSAO DE DIREITOS NOME DO AUTOR: Vietor Silva M TITULO DA DISSERTAGAO DE MESTRADO: Avaliagdo da perda de capacidade portante de vigas de concreto armado danificadas pela corrosio das armaduras de flexo, GRAU — Mestre em Cigneias ANO: 2003 E concedida a Universidade de Brasilia a permissdo para reproduzir cépias desta dissertagaio de mestrado ¢ para emprestar ou vender tais cépias somente para propésitos académicos ¢ ciemtificos. O autor reserva outros direitos de publicagao e nenhuma parte desta dissertagdo de mestrado pode ser reproduzida sem a autorizagiio por escrito do autor. (or ie “ SHCGN 716 Bloco “E” Casa 30 — Asa Norte CEP: 70770-735 — Brasilia — DF - Brasil E-mail: vsmaia@ig.com.br iii "Os ideais que iluminaram meu caminho, ¢ que intimeras vezes me deram novo alento para enfrentar com Gnimo a vida, tém sido a generosidade, a beleza ¢ a verdade." Albert Einstein. iv AGRADECIMENTOS Dirijo meus agradecimentos & Deus que me iluminou e deu forgas para que eu concluisse mais essa etapa de minha vi Ao professor Anténio Alberto Nepomuceno, meu orientador, meus sinceros agradecimentos pelos ensinamentos e por dedicar grande parte do seu tempo na elaboragiio desse trabalho. Ao professor Joo Carlos Teatini de Souza Climaco, meu co-orientador, pela paciéncia e disponibilidade para ajudar-me , esclarecendo minhas dividas ¢ dando sugestées para a conclusio desse trabalho, As demais professores do PECC-UnB pelas aulas ministradas com seriedade, competéncia e entusiasmo, meu muito obrigado pelos conhecimentos transmitidos. Ao CNP4 pela ajuda financeira ‘Ao laboratério de Materiais de Construgio pelas instalagdes e equipamentos sem os quais a realizagiio desse trabalho seria invidvel. Aos téenicos Severino e Xavier pelo grande auxilio téenico e amizade durante essa jorada. Ao laboratério de Estruturas, na figura de Eliane Krauss ~ chefe do Laboratério ~ pela amizade lade © dedicagao durante 0s ensaios. Aos técnicos Leonardo e Divino pelo auxilio e disponil para ajudar-me na realizagao dos experimentos. A todos aqueles que de uma forma ou de outra contribuiram para a realizagdo desse arduo ¢ importante trabalho e também pela convivéneia nesses dois anos. O meu muito obrigado. E finalmente 4 minha familia que me apoiou em todos os momentos dessa caminhada, acreditando na coneretizagao de um trabalho realizado com empenho e dedicagio. Agradego em especial a aquele que MAIS UMA VEZ fez tudo isso acontecer. Valeu pai ! AVALIACAO DA PERDA DE CAPACIDADE PORTANTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO DANIFICADAS PELA CORROSAO DAS. ARMADURAS DE FLEXAO RESUMO O estudo da durabilidade de estruturas em conereto armado tem recebido muita ateng’o nos iltimos 20 anos. Erros na concepgilo de projetos, erros de execugio, utilizagaio de materiais inadequados aliados & ago do meio ambiente tem contribuido muito para a deterioragao precoce de edificagdes em todo o mundo, Diante desse fato, a corrosio de armaduras em estruturas de concreto armado, uma das patologias mais graves desse tipo de estrutura, © seu tratamento so assuntos importantes a serem estudados. Por isso, 0 objetivo do presente trabalho & avaliar a perda de capacidade portante de vigas em conereto armado submetidas a uum processo de corrosto acelerada das armaduras principais, posterior reforgo e recuperagdo de sua capacidade portante. Quatorze vigas em conereto armado foram moldadas, das quais 7 (sete) sofreram 0 processo de corrosio acclerada pela indugdo de corrente elétrica em uma solugo contendo cloretos para que atingissem taxas de 2,5% ¢ 7,5% de perda de massa das armaduras tracionadas, sendo ensaiadas flexio simples apés serem reforgadas com a adigao de barras de ago ¢ fibras de carbono, ‘A metodologia adotada permitiu avaliar como a intensidade da corrosto influencia a perda de capacidade portante, mesmo com a continuidade do processo corrosive apés 0 reforgo, estabelecendo relagdes entre os valores tedricos de dimensionamento © os valores obtidos experimentalmente das vigas com problemas de corrosio. Verificou-se também a influéncia da junta de coneretagem no comportamento mecénico da viga quando nao se utiliza ponte de unio entre 0 conereto ¢ 0 material de reparo. Dentre os resultados obtidos pode-se verificar que vigas de concreto armado danificadas pela corrosio de armaduras, reforcadas com fibra de carbono ¢ posterior continuidade do proceso corrosivo tém sua capacidade portante menor que vigas de mesma taxa de corrosio nas armaduras, quando o processo corrosivo ¢ interrompido antes do reforgo com fibra de carbono EVALUATION OF REDUCTION OF LOAD-BEARING CAPACITY OF REINFORCED CONCRETE BEAMS DAMAGED BY CORROSION OF BENDING REINFORCEMENT ABSTRACT The study of durability of reinforced concrete structures received large attention in the last 20 years. Errors in design and construction, employ of inadequate materials, environment action, inappropriate use and deficient maintenance have deeply disposed on the early deterioration of ew of this fact, corrosion of steel bars in reinforced concrete buildings in the whole world. In structures, one of their most grave pathologies, and its treatment are important subjects to be studied. Therefore, the objective of the present work is to evaluate the reduction of load- bearing capacity of reinforced concrete beams submitted to a speed up corrosion process of the main reinforcement and the efficience of subsequent strengthening. In the experimental programme, 14 reinforced conerete beams were tested in bending: seven control beams, with and without damages, and seven beams strengthened by the addition of steel bars or fibber reinforced carbon sheets. The seven beams were strengthened afler suffering a process of speed up corrosion by an electric flow induction in a chlorides solution so that they reached taxes of 2,5% and 7,5% of mass loss of the main reinforcement. ‘The adopted methodology allowed to evaluate the influence of corrosion intensity in the reduction of beams load-bearing capacity. including the continuity of the corrosive process after strengthening, establishing ratios between values of theoretical and experimental ultimate loads of beams with corrosion problems. The harmful influence of concrete joints of the original concrete and repair material on beams mechanical behaviour was also verified, as long as bonding agents were not used at the repair casting. ‘Among the results obtained it could be verified that the reinforced concrete beams damaged by steel corrosion, strengthened with fibber reinforced carbon sheets and submitted to the continuity of the corrosive process after strengthening, had the load-bearing capacity inferior to the beams with the same steel corrosion rates but with the corrosion process stopped before strengthening. vii INDICE 1-INTRODUGAO 1 1.1-IMPORTANCIA DO TEMA 1 1.2-OBJETIVOS 2 1.3-ESTRUTURA DA DISSERTACAO 3 2.- CONSIDERACOES GERAIS SOBRE PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO, CORROSAO DE ARMADURAS FE TECNICAS DE REPARO 5 2.1-CONSIDERACOES GERAI 5 2.2-DADOS ESTATISTICOS 6 2.3-CORROSAO DE ARMADURAS: 10 2.3.1 — Caracteristicas da armadura e sua camada passivadora, 10 2.3.2 — Processo corrosivo. u 2.3.3 — Fatores ¢ conseqiléncias da corrosao das armaduras. 12 2.3.4 — Conceito de vida titi 13, 2.3.5 ~ Tipos de corrosio. 14 2.3.6 — Corrosio por cloretos. 16 2.3.7 — Influéncia da corrosio na aderéncia entre barras, corroidas ¢ 0 concreto. 19 2.3.8 — Deteriorago da aderéncia devido a corrosio das armaduras. 20 2.4-RECUPERACAO E REFORCO DE ESTRUTURAS, EM CONCRETO (GENERALIDADES) 23 2.4.1 — Custo das obras de reparo. 2B 2.4.2 ~— Estratégias de recuperago de estruturas com problemas de corrosao. 24 2.4.3 — Intervengio de uma estrutura com problemas de corrosao de armaduras 25 2.4.4 — Métodos de reparo tradicionais em estruturas danificadas pela corrosio 25 2.5-REFORGO DE ESTRUTURAS EM CONCRETO ARMADO, (MATERIAIS FE METODOLOGIAS) 27 2.5.1 — O uso de polimeros reforgados com fibra (PRF) na Construgo Civ 27 2.5.2 — Durabilidade do sistema de fibra de carbono reforgada com polimeros (Master Builders INC, 1998) 32 2.6-VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM REFORCO DE (PRFC) 4 2.6.1 — Critérios de projeto 34 2.6.2 — Modos de ruptura 36 2.6.3 — Compatibilidade de deformagio 37 2.6.4 — Equilibrio de forgas internas 38 viii .1 -INTRODUCGAO ~ENSAIOS DE FLEXAO SIMPLES 4.2.1 — Grupo “ 4.2.1.1 -VIGA Fel 4.2.1.2-VIGA 4.2.1.3 — VIGA CRF - 2,5 4.2.1.4 —VIGAS CRFC — 1 e CRFC-2 4.2.2 Grupo “B” 4.22.1-VIGA 4.2.2.2-VIGA 4.22.3-VIGA CRF-7,5 4.2.2.4—VIGA CRA 4.22.5 -VIGA D 5- ANALISE DOS RESULTADOS 5.1-INTRODUCAO ~ ANALISE DC RESULTADOS EXPERIMENTAIS 5.3.1 - Grupo “ 5.3.1.1 — Vigas F-1 e C-1 5.3.1.2 iga CRF-2,5 5.3.2 Grupo “ 5.3.2.1 — Vigas F-2 e C-2 5.3.2.2 — Viga CRF-7.5 5.3.2.3 - Viga CRA, 5.3.2.4 Viga D 6 - CONCLUSOES E SUGESTOES PARA TRABALHOS FUTUROS 6.1-INTRODUCAO 6.2 - CONCLUSOES 6.2.1 ~Conelusdes parciais, 6.2.2 ~ Conelusiies gerais 6.3 - SUGESTOES PARA TRABALHOS FUTUROS, REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ANEXOS ANEXO A 8 3 84 84 86 88 92 99 99 100 102 105 106 109 109 109 109 109 m1 14 14 116 119 122 123 123 123 123 124 125 127 132 133 LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 — Origem das patologias na Espanha (Granau segundo Helene, 1992) Figura 2.2 — Origem das patologias no Brasil (Souza,1991) Figura 2.3 ~ Origem das patologias na Ruropa e EUA (Calavera, 1994) Figura 2.4 Origem de manifestagdes patoligicas no Brasil (Carmona e Marenga, 1988) Figura 2.5 ~ Origem de manifestagdes patolégicas no Brasil quanto aos problemas (Carmona ¢ Marenga, 1988) Figura 2.6 ~ Manifestagdes patolégicas nas edificagdes ~ Brasilia (Nince, 1996) Figura 2.7 — Célula de corrosio em concreto armado. (Adaptado de Hladky, 1981) Figura 2.8 — Representago esquematica da deterioragao resultante da corrosio, fissuragao,descamamento delaminagao. (Neville, 1997) Figura 2.9 — Modelo conceitual de vida util com relagdo a corrosdo de armaduras (Tuutti,1982) Figura 2.10 — Formas de ocorréncia do ion CI no concreto (Tuutti, 1982) Figura 2.11 — Camadas do reforgo com PRFC (Master Builders INC, 1998) Figura 2.12 — Efeito de meio-ambientes quentes ¢ timidos na resisténcia a tragao do PREC (Master Builders INC, 1998) Figura 2.13 — Efeito da agua salgada ¢ da alcalinidade na resisténcia tragdo do PREC (Master Builders INC, 1998) Figura 2.14 ~ Sego de conereto reforgado com PRFC no estado limite tiltimo Figura 3.1 — Grifico tensiio X deformagiio bitola 212.5mm Barra 1 Figura 3.2 —Grafico tensio X deformagao bitola @12,Smm Barra 2 Figura 3.3 —Gréfico tensio X deformagio bitola 210,0mm Barra 3 Figura 3.4 — Grafico tensao X deformagao bitola 210,0mm Barra 4 Figura 3.5 — Curva representativa Tensao X Deformagio da Fibra de Carbono CF 130 (Master Builders, INC, 1998) Figura 3.6 — Esquema de montagem do circuito elétrico Figura 3.7 — Divistio em séries das vigas a serem ensaiadas Figura 3.8 — Vigas (F), (C), (CRF), (CRFC), (CRA) e detalhe da viga (D) Figura 3.9 — Detalhe esquematico do sistema eletroquimico de corrosao Figura 3.10 — Diagrama de corpo livre do ensaio & flexao Figura 3.11 — Diagrama Carga X Flecha das vigas com e sem fita isolante na armadura xi 13 14 16 29 33 34 49 49 50 50 34 35 37 59 @2 68 69 Figura 3.12 — Sistema de referéncia para identificagdo das faces das vigas Figura 3.13 — Representagio esquemiitica das fissuras apos 0 processo corrosivo na viga CRF-2 Figura 3.14 — Representagio esquemtica das fissuras aps 0 processo corrosive na viga CRE-7,5 Figura 3.15 — Representagdo esquemat corrosivo na viga CRFC-1 das fissuras apés 0 proceso Figura 3.16 — Representagdo esquemdtica das fissuras apés 0 proceso corrosivo na viga CRFC-2 Figura 3.17 — Esquema de posicionamento dos deflectémetros Figura 4.1 — Diagrama Carga x deflexao viga F-1 Figura 4.2 — Diagrama Carga x deflexto viga C-1 Figura 4.3 — Diagrama Carga x deflexdo viga CRF-2,5 Figura 4.4 ~ Diagrama Carga x deformacio especifica da fibra de carbono na viga CRF-2,5 Figura 4.5 — Diagrama Carga x deflexdo viga CRFC-1 Figura 4.6 — Diagrama Carga x deformagio especifica da fibra de carbono da viga CRFC-1 Figura 4.7 — Diagrama Carga x deflexdo viga CRFC-2. Figura 4.8 — Diagrama Carga x deformagao especifica da fibra de carbono da viga CRFC-2 Figura 4.9 — Diagrama Carga x deflexao viga F-2 Figura 4.10 — Diagrama Carga x deflexto viga C-2 Figura 4.11 — Diagrama Carga x Deflextlo da viga CRF — 7.5 Figura 4.12 — Diagrama Carga x deformagao especitica da fibra de carbono da viga CRF-7.5 Figura 4.13 — Diagrama Carga x deflexo viga CRA Figura 4.14 — Diagrama Carga x deflexdo viga D. Figura 5.1 —Grafico comparativo entre as vigas F-1 ¢ C-1 Figura 5.2 — Gréfico comparativo do comportamento das vigas F-1 e CRF-2,5 Figura 5.3 — Grafico comparativo entre a viga C-1 e a viga CRF-2,5. Figura 5.4 — Grafico comparativo do comportamento mecanico das vigas F- C-1e CRE Figura 5.5 — Gréfico comparativo entre o comportamento mecdnico das vigas F-2 e C-2. Figura 5.6 —Grafico comparativo do comportamento mecanico entre as vigas F-2, C-2 e CRF-7.5. xii R B B 4 4. 81 85 88 91 oO 97 o7 98 98 100 102 104 104 105 108 110 112 113 14 115 117 Figura 5.7 — Grafico comparative do comportamento mec&nico entre as vigas CRFC-I ¢ 2 ¢ CRF-7,5. Figura 5.8 — Grafico comparativo do comportamento mecdnico entre as vigas F-2 e CRA. Figura 5.9 - Grético compar vigas C-2 e CRA. do comportamento mecéinico entre as Figura 5.10 —Grafico comparativo do comportamento mecanico das vigas F-2e D, xiii LISTA DE FOTOS Foto 3.1 — Sistema Mbrace para o reforgo das vigas. Foto 3.2 ~ Circuito elétrico para ensaio de corrosio acelerada. Foto 3.3 — Armadura da viga (Detalhe da armadura de flexi). Foto 3.4 ~ Sistema para delimitar a drea a ser corroida. Foto 3.5 — Esquema de montagem do ensaio a flexao. Foto 3.6 ~ Posicionamento das chapas de cobre. Foto 3.7 ~ Manchas de corrostio das vigas do grupo “A” Foto 3.8 — Manchas de corrosio das vigas do grupo Foto 3.9 Preparagio do substrato de concreto através do lixamento das vigas. Foto 3.10 ~ Aplicagao da pasta (putty). Foto 3.11 Aplicago do saturante no sistema de ancoragem. Foto 3.12 — Vigas CRFC | ¢ 2 apés o processo corrosivo. Foto 3.13 ~ Vigas “CRA” e “D” apicoadas. Foto 3.14 Sistema de ancoragem do reforgo com barra de ago. Foto 3.15 ~ istema de medigio de deformagGes especificas (extensometros). Foto 4.1 —Posicionamento da viga F-1 para ensaio a flexio. Foto 4.2 ~ Viga F-1 apés 0 escoamento do ago de flexao. Foto 4.3 — Posicionamento da viga C-1 para ensaio a flexdo. Foto 4.4 — Configuragao das fissuras no momento da ruptura. Foto 4.5— suras devido a aplicagio da carga e proceso corrosivo. Foto 4.6 Posicionamento da CRF - 2,5 para ensaio a flexao, Foto 4.7 - Ruptura da viga CRF — 2,5. por desprendimento do concreto de cobrimento. Foto 4.8 ~Desprendimento do cobrimento apés a ruptura da viga (vista lateral). Foto 4.9 —Desprendimento do cobrimento apds a ruptura da viga. Foto 4.10 —Posicionamento da viga CRFC — 1 Foto 4.11 —Posicionamento da viga CRFC — 2. Foto 4.12 — Vigas CRFC-1 e CREC-2 aps 0 processo corrosivo. Foto 4.13 ~ Bolhas na fibra de carbono da viga CRFC ~1 devido a0 processo corrosivo. Foto 4.14 — Momento da ruptura da viga CRFC-1. xiv St 56 56 63 67 70 n nR 16 1 8 79 80 80 82 84 86 87 87 88. 89 90, 90 92 93 93 Foto 4.15 — Ruptura da fibra de carbono apés a ruptura da viga CRFC-1. Foto 4.16 —Ruptura da ancoragem com descolamento da fibra na viga CRFC-1. Foto 4.17 Momento da ruptura da viga CREC-2. Foto 4.18 ~ Momento de ruptura da viga CRFC-2, Detalhe da ruptura na regitio da fissura de corrosao. Foto 4.19 —Posicionamento da viga F-2 para ensaio a flexao. Foto 4.20 — Viga F-2 apés 0 escoamento do ago de flexio. Foto 4.21 — Posicionamento da viga C-2 para ensaio a flexiio, Foto 4.22 ~ Fissuras devido & aplicagao da carga e processo corrosive (Viga C-2) Foto 4.23 - Posicionamento da viga CRF-7,5 para ensaio a flexiio. Foto 4.24 — Fissura de cisalhamento tendo origem na fissura de corrosio. Foto 4.25 ~ Fissuras de flexdo e cisalhamento no momento de ruptura por flex. Foto 4.26 — Posicionamento da viga D para ensaio a flexiio. Foto 4.27 — Fissuras de cisalhamento e flexdo devido a aplicagao de carga na viga CRA. xv 95 96 96 100 101 102 103 105 107 107 LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 — Fator de corregio adicional y’. (CEB Bulletin N° 162) Tabela 2.2 — Valores de y’c ¢ "(CEB Bulletin n° 162) Tabela 3.1 — Ensaio de caracterizagio fisica do cimento ‘Tabela 3.2 ~ Resultado dos ensaios de caracterizagao da areia ‘Tabela 3.3 — Resultados dos ensaios de caracterizagao do agregado gratdo ‘Tabela 3.4 — Composigaio por m’ de conereto xvi 41 4 45 46 46 47 LISTA DE SiMBOLOS E ABREVIACOES LETRAS ROMANAS A Massa atémiea do ferro: ale Relagdo éigua-cimento ABNT ‘Associagdio Brasileira de Normas Técnicas Ac ‘Area da segao transversal do elemento de concreto armado; ACI ‘American Concrete Institute Ay Area de material de reforgo (PRF): As ‘Area da segdo transversal da armadura Jongitudinal tracionada; AS’ Area da armadura de compressao; ASTM ‘American Society for Testing and Materials b Largura da pega: x Distancia da parte mais comprimida da fibra até a linha neutra; or) Pardmetro que determina o confinamento da barra (cobrimento/diametro) CEB Euro-Internacional Committee for Conerete CIB Conseil International du Batiment 4 Altura dil da pega: D Coeficiente de difusio « Distincia do centro da armadura de compressio @ fibra, mais comprimida de concreto; deidl Gradiente de concentraga0 Ey Médulo de elasticidade da fibra: Eq. Equago F Constante de Faraday: Tensio de compressio no concreto: ‘Tensfio na armadura comprimida; fs Resistencia caracteristica do conereto & compressao aos 7 dias; facerit Resisténcia caracteristica do concreto existente A compressi0: fasov0 Resisténcia caracteristica do conereto novo & compressio: Sie ‘Tensio efetiva no reforgo (PRE): Fig Figura xvii ca Fe & 01000 012.5 By o My 1 re Yn Ys Q i Deformagdo de compressio méxima admissivel; Nivel de deformagio efetiva no reforgo (PRE) atingido na ruptura da seco; Deformagao tiltima de projeto do reforgo (PRF): Deformagao no ago: Deformagao na armadura comprimida; Deformagiio na armadura tracionada; metro Coeficiente de seguranga vezes Momento nominal; Coeficiente de minoragdo da resisténcia do concreto: Fator de minoragao adicional do conereto; Fator de correcao adicional; Fator de minorago adicional do ago: Resisténcia dhmica Fator de redugo adicional para o dimensionamento da fibra de carbono; xix CAPITULO 1 1-INTRODUCAO. 1.1- IMPORTANCIA DO TEMA © estudo da durabilidade de estruturas em concreto armado tem recebido muita atengao nos iltimos 20 anos. Erros na concepgao de projetos, erros de execugdo, utilizago de materiais inadequados, aliados 4 ago do meio ambiente, tém contribuido muito para a deterioracaio precoce de edificagdes em todo o mundo. Estudos realizados por Chamosa & Ortiz (1985) sobre a construgao civil na Espanha mostram que os erros de projeto respondem a 51,5% dos defeitos, sendo isoladamente responsiveis por 31,0%. Defeitos de execugio so responsiveis por 38.5% dos defeitos encontrados, sendo causa Unica em 18,7% € 19,8% com superposigdo. Os defeitos proprios da qualidade dos materiais somam 16.2%. Na Franga, em pesquisa realizada por M. Albige, relatada por Paterson (1984), que levantou 10.000 casos de edificagdes com defeitos, nos periodos de 1968 21978, mostra que os defeitos devido aos projetos correspondem a 43% e a execugdo contribui com 51%. Nos Estados Unidos, em pesquisa patrocinada pelo ACI(1979), reportada por Jorabi (1986), os erros de projeto sao responsaveis por 55% dos defeitos e a execugao é responsivel por 34%, Em estudos sobre o Centro Oeste do Brasil, na pesquisa realizada por Nince (1996), verificou- se que os erros de execugio provocaram 46,2% das manifestagdes patolégicas, enquanto que a falta de manutengio foi responsivel por 25,2%. No que se refere ao controle dos materiais utilizados nas edificagdes, outra pesquisa do Departamento de Engenharia Civil da UnB, Climaco (1994a), mostra que em 1992 apenas 10% do conereto estrutural utilizado na regio do DF passou por controle tecnologico de recepgio. Por isso, a preocupagio com a durabilidade deve ser levada em conta desde as etapas de projeto até a conclustio da obra, incluindo 0 uso e a manutengo. A concep¢dio inadequada de projetos, detalhamentos deficientes, erros de execugio ¢ a utilizago de materiais inadequados ao tipo de 1 estrutura so fatores que contribuem para o surgimento de diversas patologias, dentre as quais, destaca-se a corrosao de armaduras. Pode-se afirmar que o fendmeno da corrosio das armaduras em conereto passou a ser um problema econdmico de primeira importincia na érea de construgo civil, tanto em paises desenvolvidos como em desenvolvimento. No Brasil, segundo pesquisa realizada por Dal Molin (1988) sobre fissuras em conereto armado, no estado do Rio Grande do Sul, a incidéneia da corrosto de armaduras é de apenas 11% do total de patologias encontradas; entretanto, essa cifra sobe ao significativo patamar de 40% quando analisado segundo a gravidade ¢ implicagdes da manifestagdo patolbgica na seguranga estrutural © problema de corrosio das armaduras em estruturas de concreto, infelizmente, tem grande incidéncia, levando ao desabamento de marquises, muros de arrimo, etc. Muitas vezes, isso ocorre por negligéncia dos moradores das edificagdes que, por no entenderem a gravidade do problema e devido ao elevado custo que representa a recuperacdo, relegam a plano secundério a manutengao das estruturas, Para evitar a ocorréncia de corrosio em obras novas € necessério conhecimento técnico atualizado ¢ abrangente do problema, No caso de reparos © recuperagées, as exigéncias de conhecimento so ainda maiores, requerendo materiais ¢ técnicas especificas para cada caso, sendo, desta forma, 0 estudo da corrosdo de armaduras um tema de grande importéncia atual para o desenvolvimento da Engenharia. 1.2—OBJETIVOS: {A presente dissertacaio tem como objetivo geral a avaliagio da perda de capacidade portante em gas de concreto armado fletidas, submetidas 4 duas taxas de corrosio distintas: 2,5 ¢ 7,5% de perda de massa. Como objetivos especificos destacam-se: + Realizar um estudo experimental para avaliar a perda de capacidade portante de vigas de concreto armado submetidas ao processo de corrosio acelerada, assim como a restauragio de sua capacidade portante; Avaliar a eficiéneia de sistemas de reparo em vigas danificadas por corrosiio; © Estabelecer relagdes entre os valores tedricos de dimensionamento © os valores experimentais de vigas com corrosio nas armaduras. 1.3 - ESTRUTURA DA DISSERTACAO ste trabalho foi estruturado em seis capitulos, tratando dos seguintes pontos: © Capitulo 1 tem por finalidade apresentar a dissertagdo, salientando a necessidade da realizagdo de pesquisas com embasamento cientifico no que diz respeito as patologias de estruturas de conereto armado. Neste capitulo também sfo apresentadas as justificativas da escolha do tema, os objetivos principais do trabalho e as metas a serem atingidas. © Capitulo 2 apresenta uma revisio bibliogrifiea sobre a corrosio de armaduras, abordando a natureza do processo corrosive, mecanismos de transporte € a influéncia da corrosio na aderéneia entre 0 concreto © o ago. Neste capitulo também siio apresentados alguns métodos materiais de reparo e reforgo de vigas em conereto armado. No Capitulo 3 € apresentado o programa experimental no qual foram descritas em detalhes todas as etapas realizadas para a obtengao dos objetivos. Neste capitulo também & abordada a metodologia para definigio de cada série de ensaios ¢ a confecgao dos corpos de prova, bem como as caracteristicas dos materiais utilizados e suas aplicagdes. © Capitulo 4 mostra os resultados obtidos no programa experimental desenvolvido e uma prévia anilise destes. Jao Capitulo 5 corresponde & analise e discussao dos resultados, buscando estabelecer relagdes entre 0s resultados tedricos e experimentais para os diversos exemplares. No Capitulo 6 so apresentadas as conclusdes e sugestdes para trabalhos futuros. CAPITULO 2 2 - CONSIDERAGOES GERAIS SOBRE PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO, CORROSAO DE ARMADURAS E TECNICAS DE REPARO 2.1 CONSIDERAGOES GERAIS ‘A qualidade tem sido cada ver mais perseguida na indéstria da Construgio Civil, com experiéneias positivas em dreas como planejamento, projeto e execugdo de obras. Virias ‘empresas tém implantado programas de qualidade, intervindo na mao-de-obra, nos materiais, equipamentos e sistemas construtivos, criando cartilhas para informar aos usuarios como utilizar © manter as edificagdes. No entanto, apesar de todo empenho ¢ investimentos em programas de qualidade, a incidéncia de danos em estruturas de concreto armado ainda é significativa Conforme Vergoza (1991), as caracteristicas das construgdes atuais favorecem 0 aparecimento de patologias. Devido ao maior conhecimento sobre o comportamento dos materiais existentes nas construgdes, a0 desenvolvimento de técnicas construtivas © aos fatores econdmicos, os projetistas esto utilizando elementos cada vez mais esbeltos, aproveitando ao maximo as propriedades mecénicas dos materiais. Entretanto, nesses casos, uma pequena falha em uma das etapas da construgao pode gerar um problema patoldgico. © estado atual de degradagio das estruturas de conereto armado, em grande parte do pais, motivou diversos centros de pesquisas a realizarem estudos, no sentido de melhor entender a origem e causas das manifestagdes patologicas e, também, para possibilitar a indicago das melhores técnicas a fim de estabelecer uma intervengao. 2.2 DADOS ESTATISTICOS é necessiria uma il, como na Medicina, antes de emitir-se um diagnéstic Na Construgao observacdo cuidadosa dos sintomas da enfermidade, avaliando-se 0 enfermo através de anamnese e ensaios laboratoriais, caso sejam necessérios, para estabelecer a origem da enfermidade, suas causas © 0 mecanismo de atuaglo. Somente assim, pode-se avaliar a possibilidade de intervir de forma adequada. © conhecimento da origem da manifestago patoligica em estruturas de edificagdes geralmente auxilia na identificagao dos agentes agressivos e do mecanismo de deterioragiio. Essa origem, muitas vezes, é de dificil diagndstico devido a diversos aspecto: © Geralmente, diversos fatores estdio agindo ao mesmo tempo; da obra nfo sto encontrados (projetos, especificagdes, sondagens, io de obra, etc); © Dificilmente, encontram-se registros de fendmenos da natureza, referentes a localidade da construgao: © Os profissionais que trabalharam na construc: © que poderiam esclarecer fatos referentes & obra, geralmente, nio so encontrados; © Os usuarios omitem informagdes importantes referentes a utilizagao. De acordo com os estudos realizados na Espanha por Eduardo B. Grunau, citado por Helene (1992), os problemas patolégicos durante © processo de construgio podem ser atribuidos a0 planejamento, ao projeto, a execugdio, aos materiais e a utilizagao, conforme a Fig. 2.1. BExecucao cone aso DPlanejamento ant Materials Projet 10% 4% 18% Figura 2.1 — Origem das patologias na Espanha (Granau segundo Helene, 1992) Ja Souza (1991), apresenta em scu estudo, realizado no Brasil, que os problemas patologicos podem ser atribuidos ao projeto, A execug&o, aos materiais e & utilizago, como se pode observar na Fig. 2.2. DExecugso 8% |Projeto use 24% OMeteriais 52% 18% Figura 2.2 ~ Origem das patologias no Brasil (Souza, 1991) Calavera (1994) apresenta um levantamento realizado em 1992, pelo Conseil International du Batiment ~ CIB, sobre as origens de patologias ocorridas em edificios. O levantamento foi realizado em varios paises da Europa e EUA, observando a estrutura, as vedagdes, as instalagdes ¢ os acabamentos. Os problemas patoldgicos foram atribuidos a falhas de projeto, execugio, materiais, utilizagdo e outras, conforme a Fig, 2.3 BFissuias 10% wDetomagbes DCottoss0 DU midade @Colapso DExecurse Figura 2.5 — Origem de manifestagdes patolégicas no Brasil quanto aos problemas (Carmona e Marenga, 1988). Fspecificamente em Brasilia, Nince (1996) apresenta os dados cadastrados a respeito das manifestagdes patolégicas, analisados em um universo de 200 obras. Seu somatério ¢ superior a 100% devido superposigZio de manifestagdes. ae _-— ) fiestas - 26.0% me BFissuras - 60.2% Dinfitragées - 23.2% Corresso - 30.1% DEsfoliacao - 15.4% 40.0 +— —— Desagregagao - 4.1% misegiegagaa - 7.9% DRecalque - 18.4% Colapso parcial ou total - 11,8% Armadura exposta - 13.0% Carbonatagao - 1.6% DOutras - 30.5% 500 + Figura 2.6 ~ ManifestagSes patologicas nas edificagSes ~ Brasilia (Nince, 1996) Pode-se observar, portanto, que os problemas patolégicos sio oriundos de falhas que ocorrem principalmente durante o processo construtivo, que tém repercussio altamente danosa na fase de uso, quando normalmente as patologias se manifestam, como & o caso da corrostio de armaduras. 2.3 - CORROSAO DE ARMADURAS 2.3.1 -Caracteristieas da armadura ¢ sua camada passivadora © ago eo conereto so dois materiais que devem interagir de maneira complementar, para que a estrutura obtenha éxito durante sua vida itil. O conereto é um material poroso, por exceléncia, que oferece dois tipos de protege ao ago. A primeira é fisica, e diz. respeito a0 cobrimento da armadura, impedindo, dessa forma, que substincias agressivas aleancem 0 ago. A segunda é quimica ¢ é produzida pela alcalinidade encontrada nos poros do conereto. Esta alealinidade provém da fase liquida constituinte dos poros do conereto, a qual, nas primeiras idades, basicamente € uma solugao saturada de hidroxido de cileio ~ Ca(OH),, sendo essa oriunda das reagées de hidratagao do cimento. Em idades avangadas 0 conereto continua, desde que nao haja carbonatagao dos compostos alcalinos, propiciando um meio alealino, sendo que sua fase Kiquida, neste caso, & uma solugo composta principalmente por hidréxido de sédio (NaOH) ¢ hidroxido de potissio (KOH), originérios dos ai lis do cimento (Ca’ e SO"), Mckenzie, (1982) 0 hidroxido de calcio [Ca(OH):] combina com os dxidos superficiais das barras da armadura [Fe(OH)s], formando o ferrato de calcio. Entende-se que o produto resultante dessa combinagio seja a camada passivadora que envolve © ago, protegendo-o do ingresso de substincias agressivas € 0 oxigénio. A armadura € entio envolta por essa fina camada, que apresenta baixa condutividade iénica, baixa solubilidade e boa aderéneia ao ago. Para que esta camada continue quimicamente estével e, assim, mantenha 0 ago passivo, isto é, resistindo a corrosao, é necessirio que o ambiente na estrutura de concreto permanega alcalino, com 0 pH variando de 11,5 0.4% da massa de cimento como regra geral (CEB, 1989). [2 importante levar em conta que nio se deve retirar apenas 0 concreto aparente deteriorado na superficie j4 que o contato com as armaduras entre partes contaminadas e partes niio contaminadas pode favorecer o surgimento de pilhas de corroso quando se substitui o material antigo pelo novo. Preparagfio_das_armaduras: As armaduras devem ser limpas, retirando-se todo 0 6xido existente, utilizando jatos de areia, jatos d’agua a alta pressdo ou algum procedimento mecinico de limpeza. Nas armaduras contaminadas com cloretos é necessirio ter especial tengo para que os pites nfo permanegam contaminados, evitando, assim, que a corrosio possa se desenvolver outra vez depois do reparo executado. A Concrete Society (1986) considera a perda de até 10% do didmetro da armadura um limite aceitavel para sua substituigdo; porém, para diémetros muito pequenos, esta afirmagao deve ser analisada com ¢1 lado, levando-se em consideragdo a importancia da pega estrutural. Aplicago de pontes de uniao: Do ponto de vista da aderéncia mecanica, a utilizagdo de uma ponte de unio entre o concreto velho e 0 material novo nem sempre é garantia de uma melhor ficdcia. (Climaco, 1990). Garcia (1998) em seu estudo adotou, como o mais representative em situagdes de reparo, corpos-de-prova com a superficie de junta aspera. A superficie do concreto base foi escarificada mecanicamente, com escova de ago para expor o agregado gratido, removendo a nata de cimento da superficie de junta a uma profundidade de 5 a 10mm. Este tipo de superficie apresentou bons resultados nesta pesquisa, 0 mesmo sendo relatado por Climaco (1990) Martins (1996). Resultados de testes de Climaco (1990) produziram evidéncias de que a resisténcia de aderéncia no ensaio de compressio - cisalhamento de prisma composto aumenta consideravelmente com 0 aumento na idade do conereto base no momento em que reparo é langado. As superficies muito secas do conereto velho provavelmente melhoram a adesto na interface, por migragao e penetragdo de cristais de cimento a uma diminuigdo na relagao agua- cimento do concreto préximo a junta, Uma cura eficiente é certamente essencial para garantir ‘uma boa hidratago do concreto novo e minimizar a retragdo prematura. Do ponto de vista da protegao da armadura, existem indicios que a aplicagao de pontes de unidio no é totalmente efetiva, especialmente quando a regitio reparada est sujeita a variagtio de temperatura. (Oliveira, 2001) 2.5 - REFORCO DE ESTRUTURAS EM CONCRETO ARMADO (MATERIAIS E METODOLOGIAS) Ocorre, com freqiiéneia, a intervengdio em estruturas com o objetivo de executar um reforgo. As causas do reforgo, geralmente, esto relacionadas com o surgimento de patologias, pela no considerago de algumas eargas, pela utilizagdo de elementos muito esbeltos, pela modificagio na utilizagdo da edificagao ou ainda, pela modificagao do carregamento da estrutura. ‘stem, atualmente, muit s técnicas de reforgo de estruturas. Algumas, entretanto, tém sido mais utilizadas pela facilidade de execugao, pelo conhecimento da técnica de aplicagiio, pela rapidez. na execugdo e por estarem ja disseminados entre os profissionais da area. Ultimamente, tem surgido novas técnicas de reforgo de estruturas, entre elas, a utilizagdo de polimeros reforgados com fibra de carbono, 2.5.1 - O uso de polimeros reforcados com fibra (PRF) na Construcio Civil ‘A utilizagdo dessa técnica é um passo importante na evolugao tecnolégica da engenharia aplicada a reabilitagao de estruturas. A utilizagio de polimero reforgado com fibras de carbono, 27 stica, naval & ja aplicado com sucesso nas indiistrias aerondutica, acroespacial, automobil bélica, demonstra a evolugiio da industria da construgao civil, que vem buscando novos materiais, com propriedades mecdnicas e quimicas cada vez mais nobres. Conforme Souza (1998), a utilizago dos polimeros reforgados com fibras (PRF) tem sido praticamente exclusiva para resolver problemas de estruturas que necessitam reforgo. Em alguns casos, entretanto, em que a utilizagtio do ago é restringida (como hospitais com equipamentos de ressonancia magnética), tem-se adotado a substituigdo completa da armadura de ago por FRP. Os polimeros reforgados com fibras de carbono (PRFC) tém sido bastante utilizados em estruturas de pontes e viadutos, para reforgar pilares por confinamento da pega, proporcionando aumento consideravel de resisténcia e, principalmente, de ductilidade. O PRFC também tem sido utilizado em reforgo de vigas, submetidas a esforgos de flexio e cisalhamento e de lajes fletidas, Ainda segundo esses autores, as fibras de carbono so obtidas pelo processo de carbonizagao de fibras orgdnicas, sendo suas caracteristicas mecdnicas — com elevado médulo de elasticidade e elevada resisténcia a tragdo — o resultado do arranjo da microestrutura das fibras. Existem trés processos de fabricago de fibras de carbono com planos paralelos ao eixo da fibra, a saber: © Orientagdio do polimero por tensionamento; © Orientagtio do polimero por torgao; © Orientagio do polimero durante a grafitizagfo. O grau de perfeigo do alinhamento dos planos de grafite depende do tipo de fabrica conseqilentemente, as propriedades mecdnicas das fibras sero tio melhores quanto melhor for © processo de fabri , devendo-se adotar aquele que conduza a melhor relagao entre custo e beneficio. Conforme Robery ¢ Innes, apud Beber(1999), existem trés sistemas de reforgo com fibras de carbono: * Perfis pultrudados, geralmente, chapas de polimero reforgado com fibras de carbono de elevada resisténeia embebidas em resina epoxidica ou poliéster. Esses perfis sao continuos e podem ter diversas formas. O reforgo é obtido por colagem dos perfis sobre a superficie do conereto: * Fios de fibra de carbono, enrolados sob tensio, colados como filamentos ou enrolados a seco ¢ curados a quente. A partir desse sistema pode-se fabricar as liminas pré- impregnadas, esticando os filamentos unidirecionalmente e impregnando-os levemente com resina epoxidica, que pode ser aplicada sobre qualquer forma de superfici + Laminas de fibras de carbono embebidas em matriz.polimérica, com espessura inferior a Imm, que so coladas sobre a superficie do elemento estrutural, sendo possivel a aplicagao em cantos “vivos”. Para a preparagio da superficie e aplicagdo do reforgo com laminas de fibra de carbono embebidas em matriz polimérica é recomendado pelo fabricante ~ Master Builders INC (1998) ~ 0 seguinte procedimento: meio protetor ue 2" Camada de Sasurante Fibra de Carhono 1 Camda de Saturenne Massa epoxidica regularizadora (put hae Prime Figura 2.11 — Camadas do reforgo com PRFC (Master Builders) a) Preparagiio da superficie: Antes de instalar 0 sistema composto pelas resinas € a fibra de carbono 0 substrato de conereto deve ser preparado para aceitar 0 sistema. A integridade deste depende da qualidade ¢ da resistencia do concreto como também da aderéncia entre este ¢ o PREC. Fissuras, ninhos de coneretagem e armaduras corroidas devem ser reparadas antes da instalagao do reforgo. As fissuras existentes com abertura igual ou superior a 0,25mm deverdo ser injetadas; As arestas vivas que a fibra ira envolver deverdo ser arredondadas, proporcionando um raio de curvatura minimo de 10mm, evitando-se assim uma maior influéncia das forgas de desvio; Deverdo ser arredondadas com o auxilio de lixadeira, jatos de areia imida ou de agua, sob pressiio controlada, as sujeiras, graxas, impregnagGes, inibidores de aderéneia, corpos estranhos ea fina camada de nata de cimento que reveste os elementos de concreto: A aplicagiio niio & recomendada caso a superficie apresente-se porosa e saturada com Agua, caso haja a possibilidade de fluxo de agua através do conereto ou se a temperatura ambiente estiver abaixo de 4,5% b). Aplicagao do primer: © Primer, material de base epoxidica com viscosidade relativamente baixa, é essencial para formecer uma superficie adequada para a aderéncia entre as resinas ¢ 0 substrato de concreto. Sua fungGo seré a de melhorar, através da impregnagdo, as caracteristicas da superficie do conereto, consolidando as particulas soltas impregnando as camadas vizinhas. Atua também impedindo que a porosidade do conereto absorva a figua que as resinas porventura possuam, garantindo assim a colagem do tecido de fibra de earbono. ©) Nivelamento da superficie com pasta de base epéxi (putty) Putty é uma resina de base epéxi com alta viscosidade — consisténcia pastosa ~ utilizada para preencher furos de no maximo Smm de profundidade. A finalidade preliminar do putty 30 fornecer uma superficie de aderéncia lisa e nivelada capaz de maximizar a drea de contato entre © PREC e 0 concreto. Cabe ressaltar a importneia de controlar a rugosidade da superficie, uma ver que 0 putty, quando necessério em grandes quantidades, onera consideravelmente o sistema de reforgo, 4) Aplicagao da resina de colagem (Saturante) O saturante deverd ser aplicado sobre a superficie com pincel ou rolo. E fundamental que a quantidade de resina seja a estritamente necesséria a colagem, para que niio haja alteragio das caracteristicas do compésito (quanto mais resina, maior o peso e menor a resisténcia). Souza (1998). Para facilitar a aplicagio das fibras, tem-se verificado que sua pré impregnaciio em bancadas de trabalho torna 0 procedimento mais econdmico ¢ eficiente. O saturante é aplicado sobre a fibra com rolo, espalhando do centro da folha em diregao as extremidades, somente na fibras. iregao das €) Aplicagio do tecido de fibra de carbono Existem dois métodos para introduzir 0 tecido de fibra no sistema de reforgo: No primeiro denominado “prepreg” o tecido de fibra deve ser medido, cortado e pré-impregnado com saturante antes da instalag3o na superficie do conereto que até entio contem como ultima camada a pasta de base ep6xi (Putty). O segundo método difere apenas em saturar a superficie do “Putty” em vez. do tecido 0 qual, nos dois métodos deve ser pressionado delicadamente contra o substrato. Antes de remover o papel protetor que reveste o tecido, um rodo de borracha ‘ou uma espatula podem ser usados para remover todas as bolhas de ar que ficam aprisionadas entre o saturante e a fibra. Depois que o papel do revestimento protetor é retirado um rolo de pelo de carneiro curto pode ser utilizado no sentido das fibras para facilitar a impregnagio com saturante, Deve-se ter 0 cuidado de nunca utilizar 0 rolo no sentido transversal as fibras, pois isso danificaria 0 tecido de fibra de carbono. 31 1) Aplicagio da camada protetora (Opcional) ‘Apés a cura do saturante uma camada de resina protetora (Topcoat) pode ser utilizada com fins estéticos e/ou para melhorar a resisténcia do sistema contra o fogo. Como vantagens do sistema de reforgo com aplicagao de polimeros reforgados com fibras de carbono, podem-se destacar: ‘© Pequeno peso proprio, niio sendo necessirio considerar aumento de carga nas estruturas e fundagdes; © Disponibilidade em qualquer comprimento, sem a necessidade de juntas; # Elevada resisténcia & tragdo e a fadiga; * Disponibilidade de varios médulos de elasticidade; # Resistente aos lcalis do cimento; © Facilidade no transportar e: © Baixo custo de aplicagao, 2.5.2 - Dural Builders INC, 1998) jade do sistema de fibra de carbono reforcada com polimeros (Master Em temperatura ambiente, as fibras de carbono sem impregnagio de resinas sto inertes a umidade, produtos quimicos presentes na atmosfera, solventes, bases ¢ dcidos fracos. Em presenga de agentes oxidantes e temperaturas superiores a 350°C podem se degradar. Entretanto, estardo protegidas de ataque quimico quando em presenga de uma matriz. epoxidica. a) Exposigao Ambiental As propriedades fisieas dos polimeros sujeitos a condigdes de calor ¢ umidade eventualmente sofrem degradagio devido a difusio da umidade, provocada por possiveis variagdes de temperatura, (Master Builders INC, 1998). A figura 2.12 ilustra 0 efeito de meio-ambientes quentes e timidos na resisténcia de mantas de PREC. 20 % HR / 60°C 100 % HR / 38°C Z a 5 2 # g é 4 é 2000 4000 6000 8000 10000 ‘Tempo Exposicao (horas) Figura 2.12 ~ Efeito de meio-ambientes quentes ¢ midos na resistencia a trago do PRFC (Master Builders, 1998) ‘Sendo: HR a umidade relativa do meio. b) Luz ultravioleta ¢ ciclos de congelamento / descongelamento Durante a avaliag&o da performance do sistema de reforgo com fibras de carbono submetido & influéncia da luz ultravioleta (UV), bem como ciclos de congelamento / descongelamento, no foi observada qualquer degradaco. Cabe salientar que o fator de maior importincia no reforgo com PRF é manter a compatibilidade de deformagdes entre as fibras e a base de conereto. c) Agua salgada e agua alcalina Os compésitos de fibra de carbono apresentam uma consideravel tolerancia a gua salgada ea Agua alealina (pH de 9,5 a 23°C), nao apresentando qualquer efeito sobre 0 médulo de elasticidade. A figura 2.13 apresenta este comportamento, (Master Builders INC, 1998) = 3 z 5 5 “ z 2 2000 4000 6000 8000 10000 Tempo de Exposicao (horas) Figura 2.13 — Efeito da dgua salgada ¢ da alcalinidade na resisténcia a tragiio do PRFC (Master Builders INC, 1998) d) Incéndio Com a finalidade de prevenir o colapso estrutural em caso de incéndio, recomenda-se que 0 reforgo com PRFC seja considerado um elemento resistente suplementar, ou seja, apés 0 reforgo, a nova capacidade de carga de servigo da estrutura global devera ser inferior & resisténcia tiltima da estrutura sem o reforgo. © mesmo procedimento é também recomendado para o reforgo com chapas de aco coladas (Master Builders, 1998). 2.6 - VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM REFORCO DE (PRFC) 2.6.1 - Critérios de projeto A capacidade de flexdo nominal de um elemento de concreto reforgado com PRFC pode ser determinada baseado em compatibilidade de deformagao, equilibrio das forgas internas, e no modo de ruptura, 34 A Fig 2.14 ilustra uma condigao de resistencia diltima em uma peca de conereto armado com a distribuigdo corrente de deformago, usada para calcular a compatibilidade de deformaglo ea istribuigo das forgas internas. Neste caso, o objetivo é verificar 0 equilibrio de forgas Figura 2.14 —Segdo de concreto reforgado com PREC no estado limite altima A capacidade resistente nominal de flexio pode ser calculada pela equagao 2.2: 6M, 2M, (Bq. 2.2) Segundo 0 ACI4402R, um fator de redugdo adicional, y, , deve ser aplicado para contribuigio no aumento da resisténcia flexio promovida pelo reforgo com polimeros reforgados com fibra de carbono. Este fator de redugdo adicional leva em conta a baixa confiabilidade no sistema de reforgo com PRFC quando comparado com outros tipos de reforgos. Para 0 reforgo 4 flexdo, ¢ recomendado um fator de redugao adicional, y, , de 0,85 A Fig 2.14 indica distancia da linha neutra aos niveis de tensées na armadura de ago © no reforgo de PREC. Desta forma o momento nominal, M, pode ser expresso pela equagio abaixo. toe dst -*) (Eq.2.3) 35 CAPITULO 3 3- PROGRAMA EXPERIMENTAL 3.1 -INTRODUCAO O principal problema associado & deteriorag4o do conereto armado devido a corrosio de armaduras, para vigas com o sistema de ancoragem intacto, é a perda da capacidade portante devido a redugdo de didmetro da armadura tracionada. Em situagdes priticas, este seria 0 caso de uma viga de edificagdo com problemas de corrosdio somente no vio. Por isso, neste estudo, procurou-se avaliar os efeitos dessa redugio de didmetro das armaduras, considerando também 0 produtos da corrosio e suas implicagdes. Para tanto, foi desenvolvido um circuito elétrico baseado nos experimentos de Ghandehari M. et al (1999), que se apoiam na Lei de Faraday, para a obtengao dos valores das perdas de massa das barras corroidas pela passagem de corrente elétrica ao longo da armadura de flexdo, ou seja, um ensaio de corrosio acelerada. Para alcangar os objetivos propostos dividiu-se o procedimento experimental em seis etapas: 1. Obtengo do trago do concreto a ser utilizado; Montagem e calibragiio do circuito elétrico para o ensaio de corrosio acelerada; Moldagem e corrosto acelerada de vigas; Reforgo e recuperago dos exemplares; yey Ensaio de flexio; 6. Avaliagiio da intervengiio. Foi moldado um total de 14 vigas, sendo necessirias 4 vigas para o estudo piloto que norteou 0 experimento, © qual consistiu em moldar vigas em concreto armado; submeter algumas a0 processo de corrostio acelerada das armaduras; compari-las, no que diz respeito a sua sapacidade portante frente ao ensaio de flexio simples, com vigas de controle; reforgar vigas com problemas de corrosio ¢ verificar a eficiéncia do reforgo de vigas corroidas, quando essas continuam seu processo corrosive aps 0 reforgo. foram realizados no Laboratério de Materiais de Os ensaios dos materi Construgiio, as vigas foram ensaiadas no Laboratorio de Estruturas do Departamento de Engenharia Civil, 0 ago no Laboratério de Usinagem Mecénica do Departamento de Engenharia Mecénica, todos na Universidade de Brasilia — UnB. Em particular, 0 cimento foi analisado ¢ caracterizado no Laboratério de Materiais do Departamento de Apoio e Controle Técnico de Furnas Centrais Elstricas, em Goiinia - GO. 3.2—MATERIAIS 3241= Adotou-se, para 0 programa experimental, 0 cimento Portland composto, com adigio de pozolana (CPII-Z-32-RS), por ser um cimento disponivel no mercado da construgio civil, em especial em Brasilia. O cimento de marca Tocantins (Grupo Votorantin) foi fornecido em sacos de 50kg, todos pertencentes a0 mesmo lote de fabricagao. A tabela 3.1 apresenta os resultados dos ensaios de caracterizagio fisica do cimento usado na confece’o do concreto, ficando comprovada a sua conformidade, segundo os limites estabelecidos pela norma brasileira NBR 11578 (1991). 44 Tabela 3.1 ~ Ensaio de caracterizaglo fisica do cimento. CARACTERISTICAS CPI 232 RS Tempo de pega Tnicial (h:min) Final 05:00 Residuo na peneira 200 (%) | 25 Finura Residuo na peneira 325 (%) 12.0 ‘Area especifica (em*/e) 4.450 Expansao em autoclave (%) 0,1 Kgua de consisténcia Pasta (%) | 28.2 Massa especifica (gem) | 3.04 Tdia 192 Resisténcia 4 compressio (MPa) 3 dias 25.0 7 dias 30.1 28 dias 34 3.2.2 — Agregado mitido A areia utilizada na confecg’io do concreto tem origem natural, lavada e proveniente de depésito aluvial do rio Corumba. A arcia foi caracterizada quanto a sua granulometria, massa especifica real ¢ unitria © teor de materiais pulverulentos. 45 ‘Tabela 3.2 — Resultado dos ensaios de caracterizaglo da arcia LIMITES, NORMAS. NBR 7211/83 | DEENSAIO ENSAIOS REALIZADOS RESULTADOS, [ Médulo de finura NBR7217/87 Dimensio maxima (mm) NBR7217/87 Graduagao NBR7211/83 Massa especifica real (g/em*) NBR9776/87 Massa unitaria (g/em) NBR7251/82 Teor de materiais pulverulentos (%) NBR7219/87 * Limites para conereto sujeito a desgaste superficial e para os demais concretas, respectivamente 3.2.3 — Agregado Graiido Utilizou-se 0 agregado gratido do tipo brita 1 de origem caledria disponivel no mercado de Brasilia. Os ensaios realizados foram de granulometria, massa especifica real ¢ unitéria e teor de materiais pulverulentos, e esto apresentados na tabela 3.3. NBR7217/87 Dimensao maxima (mm) NBR7217/87 Tipo NBR7211/83 [Massa especifica real (g/em*) NBR9737/87 NBR7251/82 ‘Teor de materiais pulverulentos (%) NBR7219/87 * Limites para concreto sujeito a desgaste superficial e para os demais coneretos, respectivamente. 46 3.2. ~ Agus Para confecgaio dos corpos de prova e das vigas utilizou-se agua da rede de abastecimento local fornecida pela Companhia de Aguas e Esgotos de Brasilia ~ CAESB. 3.2.5 — Conereto concreto utilizado foi confeccionado com os materiais supracitados, de forma a apresentar as caracteristicas necessérias aos ensaios mecdnicos e de corrosto. Assim, foi obtido um trago por dosagem experimental que pudesse oferecer uma resisténcia a compressio para 7dias minima de 20,0MPa, mas que apresentasse porosidade suficiente para favorecer a penetragdo da solugio de cloretos na armadura. Para atender as necessidades do ensaio, 0 trago obtido foi 1 : 2.06 : 2,98, respectivamente, cimento, areia, brita, com relagio Agua/cimento 0,6 , todos medidos em massa. Desse trago resultou um concreto plistico, com resisténcia & compressio aos 7 dias (fx) de 20,0 MPa, medindo-se no momento da concretagem, segundo a NBR 7223/82, um abatimento de 5,5em. A tabela 3.4 apresenta a composigio por m* de conereto, Tabela 3.4 — Composigio por m* de concreto 2-RS Tocantins natural lavada 756,02 ke Brita caledrea n°T 1093,66 ky Agua 220,20 ke Com a finalidade de controlar as resisténcias 4 compressio e A trago do concreto utilizado, bem como o médulo de deformagao, foram moldados para as 14 vigas ensaiadas 28 corpos de prova cilindricos de dimensdes 15 x 30cm, segundo a NBR 5738/94. 47 A resisténcia & compressio dos corpos de prova foi determinada conforme a NBR 5739/94, enquanto a resisténcia & tragdo foi obtida por ensaio de compressdio diametral, segundo a NBR 7222/04 Os ensaios para a determinag’o do médulo de deformagao secante foram realizados de acordo com a NBR 8522/84, utilizando-se 0 plano de carga de acordo com a resisténcia a compressiio do concreto determinada pela norma NBR 5739/94. 3.2.6- Ago © ago utilizado na armagio das vigas foi fornecido pela Indiistria Belgo Mineira, com todas as barras provenientes do mesmo lote de fabricagao. Foram utilizadas barras de ago CA-50, bitolas de 12,5mm e 10,0mm, e barras de ago CA-60, bitola 63mm. As amostras do ago empregadas na confecgao das vigas foram ensaiadas A trago, segundo a NBR 6152/92, em uma prensa Amsler com capacidade de carga de 600 kN, medindo-se as deformagdes nas barras com extensémetros mecfinicos Mitutoyo, de precistio 0,01 mm, As barras de 12,5mm de didmetro apresentaram um comportamento caracteristico de ago laminado a quente, com escoamento bem definido. As barras de 10,0mm no apresentaram patamar de escoamento definido, comportando-se como ago encruado a frio. As barras de didmetro 63mm nio foram ensaiadas trago, pois no constituem parte fundamental no cestudo, jé que serdo utilizadas como estribos. As figuras 3.1 € 3.2 apresentam os diagramas tensdo x deformagdo das amostras dos agos ensaiados a tragao de didmetro 12,5mm e 10,0mm, respectivamente. 48 800 — 700 F500 | = aan 1, = 602,5MPa 3 y= 2.7 5 300 ’ fup = 996.0MPa 200 00 5,0 10,0 15,0 200 250 30,0 350 40,0 45,0 50,0 Deformacao (%e) Figura 3.1 — Grifico tensao X deformacao bitola ©12,5mm Barra | 800 ———_—_—_—_—_—_—— 700 = 600 500 400 — 1, = 602.5MPa = 2.7 %e 300 Tensao (MPa) 200 100 0 os oy eee ————— 0.0 50 10,0 15,0 20.0 250 30.0 35.0 40,0 45,0 500 Deformacdo (%e) Figura 3.2 ~ Grifico tensio X deformagao bitola D12,Smm Barra 2 49 3.2.7 — Sistema Mbrace Foi utilizado sistema de reforgo com compésito de fibra de carbono Mbrace, composto por 4 (quatro) componentes bisicos que, quando combinados, formam uma lamina de polimeros reforcados com fibras (FRP) de alta resisténcia, [As fibras de carbono foram colocadas com o auxilio de 3 (trés) resinas base, que sto: Primer Mbrace, pasta Mbrace e saturante Mbrace. Nao foi executada uma camada final opcional de acabamento nas vigas (Topcoat Mbrace, ATX Mbrace ou Topcoat FRL Mbrace). A Fig. 3.1 apresenta os componentes do sistema Mbrace utilizados no reforgo das vigas ensaiadas. Foto 3.1 ~ Sistema Mbrace para 0 reforgo das vigas. 3.2.7.1 — Primer Mbrace © primer Mbrace ¢ um ep6xi-poliamina curada, bicomponente, de baixa viscosidade, com 100% de s6lidos. Foi utilizado para promover uma aderéncia adequada no substrato de conereto através da penetrago em seus poros. Apresenta as seguintes caracteristicas (segundo © fabricante): © Resisténcia a tragiio direta: 13,0.a 15,8Mpa; * Médulo tangencial: 689,0 a 826,8Mpa; 33 © Alongamento maximo na tragic 20.2 30%; Consumo na aplicago no conereto: © Primeira demao —> 3,68 a 6,49 m*/l; * Nova demo > 6,12 a 7,96 m/l: @ Relagio de mistura: ‘* 3 -volumes do componente “A” do primer para 1 volume do componente “B”; © Tempo de trabalho a 25°C: 22 minutos; © Validade do produto na embalagem original: 18 meses. 2 Pasta Mbrace ‘A pasta Mbrace é um adesivo epoxi, bicomponente, de consisténcia firme, com 100% de sélidos. Foi utilizado, quando necessario, para regularizar a superficie da viga antes da aplicagao da fibra de carbono, Apresenta as seguintes caracteristicas (segundo o fabricante): ‘© Espessura maxima (sem flech: Resisténcia a tragao direta: 23,0MPa; © Médulo de tragao: 262.0 MPa; ‘¢ Alongamento méximo na tragdo: 1.6%: 3mm; © Consumo: Superficies lisas — 0,29m*/l; Superficies rugosas —> 0,15 m*/l; * Relagio de mistura: 3 volumes do componente “A” (resina) para 1 volume do componente “B” (endurecedor); © Tempo de trabalho a 25°C: 30 minutos; © Validade do produto na embalagem original: 18 meses. 8 3.2.7.3 —Saturante Mbrace © saturante Mbrace ¢ uma resina epdxi, bicomponente, de baixa viscosidade, com 100% de sélidos, Foi utilizado para manter a orientagaio dos filamentos da manta de fibra de carbono ribuir as tenses sobre a mesma. O saturante também protege as fibras da abrasiio e efeitos do meio-ambiente, que, no caso do ensaio em questio, seria a solugdio salina, ‘Apresenta as seguintes caracteristicas (segundo o fabricante): © Resisténcia a trago por flexo: 43,0 MPa; © Resisténcia a tragio direta: 78.0 MPa; © Resisténcia a compressiio: 88,0 MPa; © Consumo: 1,35 a 1,59 m/l; © Relagio de mistura: 3 volumes do componente “A” do saturante paral volume do componente “ © Tempo de trabalho a 20°C: 30 minutos; * Validade do produto na embalagem original: 18 meses. 3.2.7.4 — Fibra de carbono A fibra de carbono utilizada no reforgo das vigas foi a fibra unidirecional de alta tensio CF130, do sistema Mbrace. As caracteristicas a seguir referem-se fibra CF-130 apenas € nao a0 material compésito de resinas e fibra de carbono (segundo o fabricante): * Médulo de deformagao: 228.000 MPa; © Espessura: 0,165mm/eamada; © Resisténcia ultima: 3.792 MPa; ‘© Deformagao especifica na ruptura: 17 %e. 33 4500 4000 3500 3000 + 2500 2000 1500 1000 Tensdo (MPa) ° 0,005 0.01 0.015 0.02 Deformacao (o) Figura 3.5 — Curva representativa Tensio X Deformagao da Fibra de Carbono CF 130 (Adaptado de Master Builders, INC, 1998). Essa fibra apresenta uma curva comportamental linear até a ruptura, caracteristica de um ‘comportamento fragil. 3.2.7.5 — Resina epoxi Foi utilizada resina ep6xi para proteger o sistema de ancoragem do processo corrosivo. No anexo A siio mostradas as caracteristicas quimicas ¢ fisicas do produto segundo o fabricante. 3.2.8 — Circuito elétrico para 0 ensaio de corrosio acelerada Para provocar a corrostio nas armaduras das vigas foram montados 6 circuitos elétricos capaz de fornecer cada um uma tensdo de 12,0 V com intensidade de corrente ajustivel entre 200 & 600mA. Para isso, foi montado um esquema de ligagdo, mostrado a seguir, com os seg) componentes: 34 Ponte Retificadora LJ) |] I+ an Capacitor Transformador AIC 220V__ Potenciémetro Figura 3.6—Esquema de montagem do circuito elétrico Materiais utilizados na montagem do circuito: © Transformador 220V ac 6 +6V de 500mA; © Potencidmetro de fio 300 / 6W: © Ponte retificadora 500mA; © Capacitor eletrolitico 220F /25V © Chave H-H (2 posigdes); O transformador tem a fungdo de transformar a tensio da rede elétrica, fornecida pela Companhia Energética de Brasilia (CEB), que & de 220V, em ligagdes monofisicas, para 12V. ‘A ponte retificadora tem como objetivo transformar a corrente alternada do transformador em corrente continua. O capacitor funciona como um filtro para a corrente elétrica. © potenciémetro de fio & 0 dispositivo que permite ajustar a intensidade de corrente elétrica do circuito, para que as variagdes da resistividade do concreto a0 longo do ensaio nao alterem 0 valor da corrente de corrosiio imposta ao sistema eletroquimico. 55 A chave H-H permite que medigdes da corrente elétrica e tensdo impostas ao sistema, realizadas por meio de um multimetro, sejam feitas sem interrupgao do processo corrosivo. Foto 3.2 ~ Circuito elétrico para ensaio de corrosao acelerada 3.3 - CARACTERIZACAO DOS EXEMPLARES 3.3.1 — Denominacio e dimensdes Foram moldadas 14 vigas em conereto com f-7 de 20MPa, segao (12,5 x 22,0) cm’, comprimento 150cm e armadura como mostra o detalhe a seguir: Foto 3.3 - Armadura da viga ( Detathe da armadura de flexao) 56 Neste estudo foram avaliadas duas taxas de corrosao distintas: .5% e 7,5% de perda de massa da armadura tracionada com area exposta ao ataque de cloretos. Para isso, dividiram-se as vigas em seis séries, a saber: VIGAS PILOTO PCL PC2 F] fF] Vigas utilizadas para a obtengao do coeficiente de aproveitamento do cireuito elétrico ‘Vigas utilizadas para a verificagdo da influéneia no comportamento mecinico da fita isolante colocada nos estribos e em parte da armadura de fleso Vigas sem corrosio _-Vigas com taxa de corrosio de 2.5% 1as corroidas em duas etapas 2.5% € apos o reforgo 7.5% Serie 1 Série2 Série 3 Serie + | FI cl CRFC-1 CRFC-2 | GRUPOB Vig 15 Sem corrosio ‘Vigas com taxa de corrosao de Serie || Série $ Séric2 | Séric3 | Serie 6 F2 D | 0 Figura 3.7 — Divisio em séries das vigas a serem ensaiadas 37 SERIE 1: Vigas controle (F) So vigas para ensaio a flexio, sem, no entanto sofrerem o processo corrosivo. Essas vigas sero utilizadas como vigas controle, para comparar a perda de capacidade portante entre uma viga sem corrosao e outras corroidas. SERIE 2: Vigas corrosio (C): Sto vigas ensaindas a flexiio depois de sofrerem o processo de corrosio acelerada, com 0 objetivo de avaliar a perda de capacidade portante quando comparada com uma viga controle (F). ‘SERIF. 3: Vigas corroidas reforgadas com fibra de carbono (CRF): ‘Sto vigas ensaiadas a flexdo depois de sofrerem 0 processo de corrosio acelerada ¢ posterior reforco com fibra de carbono, com o objetivo de restaurar sua capacidade portante reduzida pela corrosio, SERIE 4: Vigas corroidas em duas etapas reforgadas com fibra de carbono (CRFC): Esta série contém duas vigas ensaiadas flexdio depois de sofierem 0 proceso de corrosio acelerada, em duas etapas: inicialmente tiveram suas armaduras corroidas a uma taxa de 2,5% de perda de seco, foram reforgadas com fibra de carbono e, posteriormente, sofreram novo proceso corrosivo, até que sua armadura atingiu 7.5% de perda de segio. Nesta série, pretende-se avaliar a eficigneia do reforco com fibra de carbono quando o proceso corrosive niio é eliminado. SERIE 5: Viga com dano (D) ‘A viga D foi ensaiada a flexdo para que seja avaliada a influéncia da junta de concretagem existente quando se recupera o conereto fissurado, Ela foi concretada de forma que a armadura de flexaio na regidio de estudo ficasse exposta, sem no entanto ter sofrido o processo corrosivo. 58 Essa regio foi preenchida com o mesmo conereto de reparo da viga “CRA para que se possa avaliar a influéncia da junta de concretagem no sistema de reparo, SERIE 6: Viga corroida reforgada com adigaio de armadura passiva (CRA): ‘A viga (CRA) foi ensaiada a flexdo, depois de soffer 0 processo de corrosto acelerada e posterior reforgo com adiglio de barras de ago e recuperagio do conereto fissurado, com 0 objetivo de avaliar a eficiéncia do sistema quando comparado com a viga controle (F) A Fig. 3.8 ilustra o que foi dito. ribo 06, Sa ¢ Tem SSS Trin =F Pr | L tefkolotteerepertecinfeetceere eecertectentertetertefes Se eee VIGAS (F). (C). (CRF). (CREC) (CRA) VIGA(D) Figura 3.8 — Vigas (F),(C), (CRF), (CRFC), (CRA) e detalhe da viga (D) 59 3.3.2- Ancoragem da armadura de tragio Devido ao sistema eletroquimico de corrostio, que deveria atuar somente no comprimento de 83cm, a ancoragem nao poderia ser feita por meio do dobramento das barras, ji que estas deveriam estar revestidas com fita isolante, procedimento que causaria a redugdo da ancoragem, pelo deslizamento entre a fita isolante e 0 concreto, alterando 0 comportamento mecfinico da viga Assim sendo, optou-se pela utilizagaio de um sistema de ancoragem externo as vigas. com chapas de ago de 125 x 50mm com 8,0mm de espessura, nas quais foram usinados 2 (dois) furos, nos quais encaixavam-se as barras da armadura de trago, que foram, entio, soldadas a chapa. A Foto 3.3 apresenta, em detalhe, a ancoragem com chapa de ago, utilizada na armadura de tragao. Tal procedimento encontra-se previsto na norma NBR ~ 6118/86, como “ancoragens especiais = chapas de topo” (item 4,1.6.2.F), j tendo sido utilizado na Universidade de Brasilia em outras pesquisas com excelentes resultados. 3.3.3 - Dimensionamento da segio da viga Inicialmente, procurou-se trabalhar com sego de viga igual as utilizadas por Cabrera, (1996) : 12,5 x 16,0cm, armada com 2012,Smm na zona tracionada e 2010mm na zona comprimida, e estribos de 98mm a cada 4em. No entanto, como as caracteristicas do concreto sto diferentes ‘optou-se por utilizar uma segdo com 12,5 x 22cm, armada com 2612,5mm na zona tracionada, 2010mm na zona comprimida e estribos de 06,3mm a cada Tem. Com estes valores fixados, pOde-se verificar em qual dominio a viga estaria trabalhando e qual seria a carga de ruptura te6rica, adotando as prescrigdes da NB -1/78, considerando todos os coeficientes de seguranga iguais a unidade. 60 Para o cdleulo foram utilizados os seguintes dados: fer: 20,0MPa bell h: 22,0em Sem. As: 2,5em? As’: 1,6cm* ds 19,375em (altura util) d’ :3,375em Os ; 602,5 MPa ,%.3m 9 7Hy £0108 : $47.8 MPa 5 71009 + 2.81%0 Por meio de iteragdes sucessivas pode-se chegar aos seguintes valores: 9050 | 602,5 MPa 25°15 2.79% Foren : 280,13MPa 5, 2109": 1,37%o } Valores previamente fixados. fy: 17.5Mpa Valor obtido pela utilizagio de um coeficiente, destinado a corrigir 0 valor da taxa constante de tensdes de compressdo no concreto — Diagrama simplificado. (Sussekind,1984. Item 2.2.2) Momento de Ruptura : 2451,21 kgf. m Carga de ruptura: 9805 kef 3.3.4— Coneretagem das vigas ¢ corpos de prova ‘A moldagem dos corpos de prova foi semelhante 4 das vigas, com langamento manual do concreto € adensamento com vibrador de imersao de 25mm de didmetro. Apés a concretagem, 8 corpos de prova foram posicionados ao lado das vigas correspondentes ¢ curados da mesma forma, com panos iimidos por 3 dias. Decorrido este prazo tanto, as vigas quanto os corpos de prova foram desmoldados e curados em cémara timida por mais 7 dias. 61 Inicialmente, foram concretadas as vigas do grupo “B” (taxa de corrosio 7.5%) © posteriormente as vigas do grupo “A” (taxa de corrosto 2,5%). Cada grupo teve suas vigas coneretadas na mesma data e com as mesmas condigdes de moldagem e cura. Apés a cura, as vigas submetidas a0 ensaio de corrostio acelerada receberam uma camada de resina epéxi na regido da ancoragem para evitar que a mesma pudesse ser corroida durante 0 processo de corrosdo. 3.3.5 - Ensaio de corrosio acelerada A Fig. 3.9 mostra, esquematicamente, o sistema eletroquimico que foi ut Circuito elétrico / Viga Armadura Solugio de 5% de NaCl Chapa de cobre Figura 3.9 — Detalhe esquematico do sistema eletroquimico de corrosao Neste ensaio, as vigas foram imersas em uma solugdo de 5% de NaCl, que serviu de eletrélito para que os cloretos pudessem percolar pelo conereto, chegassem até a armadura ea despassivassem O circuito elétrico fornecen energia para as reagées de corrosio de forma que a barra de ago funcionou como anodo ¢ a chapa de cobre, colocada na face inferior da viga, como cétodo. Assim, ocorreu a quebra das moléculas de ferro presentes na barra de ago pela passagem dos elétrons provenientes do circuito elétrico, os quais se dirigiram chapa de cobre, deixando essa carregada positivamente, fazendo com que os ions cloreto (CI) e a hidroxila (OH) formada pela reago quimica entre a dgua e o oxigénio, chegassem até a armadura, através da solugao 62 nica, fechando o circuito. Entretanto, foi necessério delimitar uma drea a ser corroida de forma que a corrente elétrica passasse pela barra € corroesse somente a regido de estudo. Isso foi conseguido pelo revestimento das reas a serem protegidas da corrosdo com fita isolante. ‘Tanto a armadura de flexio quanto os estribos foram revestidos, pois no estudo piloto, que sera mencionado a seguir, verificou-se a fuga de corrente para os estribos ¢ armagao superior. A Foto 3.4 ilustra o que foi i hy Foto 3.4 - Sistema para delimitar a area a ser corroida Outro procedimento adotado para impedir a corrosio em pontos indesejaveis foi a utilizagao de resina ep6xi no sistema de ancoragem, Este procedimento foi necessirio, visto que as extremidades da armadura de flexdo nao possuem concreto ao seu redor. Assim, 0 eletrdlito poderia penetrar facilmente na armadura pela fita isolante, Com a utilizagdo da fita isolante foi possivel delimitar a rea a ser corroida. Cada barra tracionada de @12,5mm possui 83,0em de comprimento exposto A corrostio, posicionado simetricamente no eixo longitudinal da viga. A corrente imposta a cada viga foi de 450mA que, em um comprimento de 2 x 83,0em , ou seja, 166cm corresponde a uma intensidade de corrostio de 6904A/em* , 0 que caracteriza um ensaio acelerado. Vale ressaltar que, segundo Andrade et al(1993), as intensidades de corrosdo encontradas em estruturas de conereto armado sujeitas aos efeitos do meio ambiente variam de 10. 100,A/em*, 63 Para calcular a perda de massa de uma barra de ago submetida ao ensaio de corrosio acelerada, utiliza-se a lei de Faraday, que é enunciada da seguinte forma: G2) Onde AW= perda de massa (gramas) 1 = corrente de corrostio (amperes) t= tempo (segundos) A= massa atémica do ferro (56g) Z= Valencia do metal (2) F = constante de Faraday (96500 amp-seg) .3.6 — Estudo piloto Para verificar a eficiéncia do sistema eletroquimico calibrar 0 circuito foi moldada uma viga com as mesmas caracteristicas das vigas utilizadas nos ensaios. Essa viga, denominada viga piloto de corrosio (PC-1), foi imersa em uma solug3o de 5% de NaCl e submetida a uma corrente elétrica de 450mA, na qual a armadura de flexdo teve sua rea de estudo delimitada por fita isolante, Sendo o comprimento de estudo de 166,0 cm. Uma chapa de cobre foi posicionada abaixo da face inferior da viga, caracterizando o sistema eletroquimico. Este proceso durou, aproximadamente, 6 (seis) dias e 21 (vinte e uma) horas. 3.3.6.1 - Perda Gravimétrica Apés 0 término do processo de corrosio acelerada, observou-se na viga PC-1 manchas de corrosio na regio dos estribos e na ancoragem, Essa viga foi demolida para a retirada da armadura de flexiio. Uma amostra de cada barra foi retirada e iniciou-se 0 processo de limpeza do conereto ¢ dos produtos da corrosio com uma escova de ago ¢ imersio em solugao de deido 64 cloridrico © hexametiltetramina, até que todos os éxidos provenientes da corrosio fossem retirados dos exemplares. Pesou-se cada exemplar em uma balanga de preciso com capacidade de 40kg € preciso de 1,0g e, de posse desses resultados, pdde-se comparar o peso das barras sis com as barras corroidas. Verificou-se que houve um aproveitamento da corrente elétrica para a corrostio da armadura de flexdo de apenas 47% devido fuga de corrente para os estribos e ancoragem. Com 0 objetivo de reduzir a fuga de corrente elétrica para os estribos e ancoragem uma nova armadura foi montada, utilizando camadas de fita isolante e resina epéxi mais espessas, além de se reduzir a quantidade de pontos de amarragao dos estribos na armadura de flexiio. Essa viga foi coneretada e curada da mesma forma da viga PC-1 ¢ receheu o nome de PC-2. Depois de curada a viga PC-2 sofreu o process corrosive da mesma maneira que a viga PC-1. Terminado © process corrosivo, a viga PC-2 foi demolida para a retirada da armadura de flexio, Uma amostra de cada barra foi retirada, com 80.4 cm de comprimento, em média, Procedeu-se a limpeza dos exemplares da mesma maneira realizada para a viga PC-le assim, pode-se comparar a perda de massa das barras corrofdas com o peso de uma barra si como est mostrado a seguir. Peso de barra si de @12,5mm: 954,725g/m Peso das amostras corroidas: Amostra |: Comprimento: 80,7em Peso: 757,0g Amostra 2: Comprimento: 80,1em Peso: 756,72 Massa total dos exemplares apés a corrosio:1513,78, Calculo da perda tedrica segundo a lei de Faraday 65 Dados: Intensidade de corrente: 450mA. ‘Tempo de exposigiio: 595.939 segundos. Massa de barra s& equivalente ao comprimento dos exemplares: 1575,32 2 96500 Aw =77,42g PERDA TEORICA: Massa de barra si equivalente ao comprimento dos exemplares: 1575,3g Perda de massa tedrica obtida pela Lei de Faraday: 77,428 1575.3 ~ 77.42 = 1497,882 Por regra de trés, tem-se: 1575.3, = 100% 1497,882 = X% X%= 95.08% 100% - 95,08% = 91% On seja, a perda tedrica para o tempo ¢ a corrente elétri 491%. imposta as barras foi de PERDA REAL: Massa total dos exemplares aps a corrostio:1513,7¢ Por regra de trés, tem-se: 1575,3g 100% 1513,7g X% X% = 96,08% 100% - 96,08% = 3,91% Ou seja, a perda real para o tempo a corrente elétrica imposta as barras foi de 3.91%. O resultado tedrico mostra que, para o tempo adotado de exposigao a corrente elétrica, a perda de massa, se 100% da corrente fosse utilizada no processo corrosivo das armaduras de flexo, seria de 491%. No entanto, através do ensaio de perda gravimétrica, a armadura de flexio 66 perdeu apenas 3,91% de massa. Isso ocorreu pela fuga de corrente elétrica para os estribos & armadura superior da viga, pois, embora houvesse bom isolamento entre os estribos ¢ a armadura de flexiio, a solugo percolou pelo concreto € realizou 0 contato iénico entre os elementos. Portanto, neste estudo foi considerado que somente 79,7% da corrente elétrica era efetiva no proceso corrosive das armaduras de flexi. Apés a realizagiio do estudo piloto de corrosio, foi necessirio realizar ensaios de flexio em vigas para verificar a influéncia da utilizagdo da fita isolante, como delimitador da regiiio de estudo, no comportamento mecinico da viga. Para isso, foram moldadas duas vigas (V-01 e V- 02) com as mesmas caracteristicas geométricas, de moldagem ¢ cura das vigas ensaiadas no procedimento experimental, sendo que uma delas ndo continha fita isolante na armadura de flexiio nem nos estribos. 3.3.6.2 — Fsquema estrutural para ensaio a flexio A Foto 3.5 mostra o esquema estrutural montado para os ensaios de flexio simples nas vigas. Foto 3.5 — Esquema de montagem do ensaio a flexao. Como mostra a foto acima, no ensaio, foi utilizado um portico metilico fixado na laje de reagaio do Laboratério de Estruturas da UnB, onde as vigas foram apoiadas sobre um sistema formado por chapas de ago de 40mm de espessura, com roletes, também metdlicos, com 35mm de 67 didmetro, configurando um apoio do tipo deslocivel no eixo longitudinal da viga. Esse sistema de apoio foi posicionado em cima de dois blocos de concreto nivelados ¢ eqiiidistantes dos pilares do portico, A distancia entre apoios é de 100cm, no qual foram posicionados dois deflectémetros mecdnicos, um em cada lateral, no centro do vao da viga. O sistema de aplicagdo de carga foi centrado no vao, composto por um macaco hidraulico marca Enerpac com capacidade de carga de SOOKN. A carga transmitida 4 viga foi medida por uma eélula de carga fabrica da pela Kratos com capacidade de leitura até SOOKN e preciso de O,IKN. Esse sistema de aplicagio de carga foi posicionado no centro do vio, sobre uma chapa metilica de 40mm de espessura, apoiada sobre dois roletes de ago espacados 90mm entre si. Os diagramas de esforgos na pega podem ser representados conforme a Fig. 3.10: (Cortante) (Momento) Figura 3.10 - Diagrama de corpo livre do ensaio a flexdo, Para a verificagao da influéncia da fita isolante em parte da armadura de flexio ¢ nos estribos, as vigas V-01 e V-02 foram ensaiadas e apresentaram um comportamento pouco diferente, mas com a mesma carga de ruptura, como mostra a Fig. 3.11: 68 Grafico comparativo entre V-01 e V-02 14000 12000 - 10000 s. v.02 re Desk —=v-02 8000 1010 kat 6.43 mm io 4 y 6000 von Fea 11055kgt \V-01- Vga sem fa isolate na armadura 4000 Des = 49mm Forga Aplicada (kg) an \V.02. Viga com fa leolante na armadura 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 | Defiexao (mm) Figura 3.11 — Diagrama Carga X Flecha das vigas com ¢ sem fitaisolante na armadura Esse grdfico mostra que para a viga com fita isolante a regido de fissurago apresenta uma inclinagdo menor, o que significa uma alteragio no padro de fissuras e flechas no centro do vo. Isso ja era esperado, pois a fita isolante reduz a aderéncia, No entanto, quanto a capacidade portante das vigas nfo houve mudangas significativas. Pode-se observar pelo grafico que a carga de ruptura das vigas foi quase a mesma, apresentando diferengas somente na deflexdio mixima: para a viga V-01 49mm e para a viga V-02 6,43mm, Conelui-se, portanto, da andlise deste ensaio que a utilizagao da fita isolante em parte da armadura de flexio nio reduz significativamente a capacidade portante da viga. Cabe lembrar, que este fato ocorreu porque a fita isolante se limitou a isolar a regio de momento nulo, ou seja, nas extremidades da viga externas aos apoios. 3.3.7 - Corrosao acelerada das armaduras das vigas As vigas foram imersas na solugao salina (5%NaCl) e ligadas ao circuito elétrico para que soffessem a ag%o do processo corrosive. Foram ligadas, inicialmente, seis vigas, sendo 3 pertencentes ao grupo “A” (Vigas CRFC-1, CRFC-2 e C-1) e trés pertencentes ao grupo “B” (Vigas CRP-7,5, CRA ¢ C-2), Posteriormente, devido ao niimero de circuitos eltricos, a viga 69 CRF-2.5 do grupo “A” foi submetida ao processo corrosive depois da retirada das trés vigas desse grupo. 3.7.1 = Vigas do grupo “A” (Perda de massa de 2,5%) Apés a retirada da cimara iimida, as vigas foram submetidas a temperatura © umidade ambientes durante 7 dias para perderem o excesso de agua contida em seus poros. Essa medida justifica-se pelo fato da solugio salina ter percolado até a armadura de compressiio nas vigas piloto, devido a existéncia de umidade excessiva no interior das mesmas. tanque para 0 processo corrosivo foi preparado colocando-se as chapas de cobre ¢ a solugao salina pouco antes de receberem as vigas, como mostra a Foto 3.6: Foto 3.6 ~ Posicionamento das chapas de cobre Feito isso, as vigas foram imersas na solugdo e ali permaneceram sem que 0 circuito elétrico fosse ligado por 24 horas, até a estabilizagao da solugdo no interior do conereto. © proceso corrosivo teve inicio com a ligagdo do sistema eletroquimico de corrosio as 16 horas ¢ 35 minutos, do dia 05 de agosto de 2003. 70 As vigas foram monitoradas diariamente, para que variagdes da rede elétrica nao alterassem a corrente de corrosiio imposta ao sistema eletroquimico. Decorridos 6 (seis) dias as vigas foram desligadas, totalizando 489,600 segundos de exposigiio ao processo corrosivo. A Foto 3.7 mostra a aparéneia das vigas no final desse processo. Foto 3.7 — Manchas de corrosio das vigas do grupo “A Pode-se notar da foto que alguns estribos sofreram corrosiio, 0 que justifica a utilizagdo de um tema na corrosto da armadura de flexdo (Ver item 3.3.6.1). Essas vigas foram retiradas da solugdo salina e expostas & temperatura e umidade coeficiente que minora a eficiéncia do ambientes 3.3.7.2 - Vigas do grupo “B” (Perda de massa de 7,5 %) O procedimento de preparago e corrosto foi idéntico ao descrito acima, variando apenas 0 tempo de exposigiio ao processo corrosivo que teve inicio com a ligago do sistema eletroquimico de corrosiio is 14horas ¢ 30 minutos, do dia 06 de agosto, e término no dia 20 de agosto, totalizando 14 dias de exposigsio ao processo de corrosio acelerada, A Foto 3.8 mostra a apargneia das vigas apds esse periodo. a Foto 3.8 — Manchas de corrosdo das vigas do grupo “B” Péde-se notar nitidamente a diferenga na aparéncia entre as vigas dos grupos “A” e “B”. As Fig. 3.12, 3.13, 3.14, 3.15 e 3.16 ilustram esquematicamente a configuragao de fissuras das vigas “CRF-2,5"; “CRF -7,5"; “CRFC-1"; “CRFC-2”; que ocorreram apés a corrosio acelerada. ha ‘SaSjo, Armadura tracionada Mery 4, ~*~ Figura 3.12 ~ Sistema de referéncia para identficagéo das faces das vigas, R VIGA CRF & 234) HN 3H INO ANY | THA WW WO AAO. 34 fom) ee - _ | Fund 4 ~ stent Figura 3.13 ~ Represcntagao esquematica das fissuras apos 0 processo corrosivo na viga CRF-2.5 VIGA CRE -7.5 & 2500 $0 349-280-109 118 2.0 oN -4H.-SA0 Kem) a i lL L taveral a + Fans tater Figura 3.14 —Representagaio esquemtitica das fissuras apds 0 processo corrosivo na viga CRF-7.5, B VIGACRFC-1 tno 200 3n0 40 SI Gomms = SSS | Lateral 8 \ Fondo | _— = Lateral B VIGA CREC 40 S040 (cm) Lateral A Lateral B igura 3.16 — Representagdo esquematica das fissuras apés 0 processo corrosive na "4 ~ Representagiio esquentitica das fissuras apos 0 processo corrosivo na viga CRFC-1 sa CRFC-2 Foto 3.9 ~ Preparagao do substrato de concreto através do lixamento das vigas. Apés este procedimento as vigas foram escovadas ¢ espanadas, visando eliminar a maior quantidade de particulas soltas possivel. Assim, pOde-se preparar a etapa seguinte: corte colagem das fibras. As fibras foram limpas com dleool e depois foram cortadas em tiras de 7,Sem de largura por 83.0cm de comprimento ~ reforgo A flexdio ~ € tiras de 12,0cm por 52,0em de comprimento — ancoragem do reforgo a flexio. Todas as tiras das quatro vigas foram cortadas e preparadas para serem impregnadas com saturante, posteriormente & completa preparago do substrato. Apés 0 corte das fibras, deu-se inicio 4 pesagem dos componentes do sistema Mbrace: “primer”, “putty” e saturante, Cada um foi pesado e disposto em recipientes de acordo com as prescrigdes do fabricante. Primeiramente, misturou-se os componentes “A” e “B” do primer. Em seguida aplicou-se este produto com 0 auxilio de um rolo de pelo de cameiro curto nas regides a serem reforgadas, visando colmatar poros ¢ pequenas fissuras ¢ aderir possiveis particulas soltas. Depois de aproximadamente 45 (quarenta e cinco) minutos, os componentes “A” e “B” da pasta epoxidica (putty) foram misturados ¢ aplicados acima do “primer” com o auxilio de uma espatula e de uma desempenadeira como mostra a Foto 3.10 16 Foto 3.11 — Aplicago do saturante no sistema de ancoragem ‘Terminado o procedimento de colagem das fibras de carbono, as vigas permaneceram em local seco ¢ protegidas dos raios solares por 7 (sete) dias referentes & cura do sistema. 3.3.8.2 - Corrosao das vigas “CRFC-1” e “CRFC-2”, Com o objetivo de verificar 0 comportamento de vigas com problemas de corrosio de armaduras que tenham sido reforgadas com fibra de carbono, mas com desenvolvimento do processo corrosivo depois do reforgo, as vigas CRFC-1 e CRFC-2, apés o tempo de cura foram submetidas ao ensaio de corrosio acelerada, até que atingissem a taxa de 7,5% de perda de ‘massa, uma vez que essas ja haviam sofrido perda de 2.5%. Foi adotado 9 mesmo procedimento para 0 ensaio de corrosio acelerada, descrito anteriormente, diférindo apenas na forma e posicionamento das chapas de cobre que agora encontram-se em forma de cantoneira proxima a lateral e ao fundo da viga. Como a face inferior das vigas recebeu resina epdxiea ¢ fibra de carbono a movimentaglo de fons da chapa de cobre (c’todo) para a armadura ficaria prejudicado. A solugo encontrada foi reposicionar a chapa de cobre, mudando sua forma de modo que o circuito se fechasse pela lateral da viga. 8 Este processo durou 9%nove) dias até que a armadura atingisse 7.5% de perda de massa calculados pela Lei de Faraday com a introdugdo do coeficiente de rendimento de 79.7%. Ao final desse processo as vigas “CRFC-1" e “CRFC-2" apresentaram o seguinte aspecto: Foto 3.12 ~ Visas CRFC 1 © 2 apos 0 provesso corrosive, 3.3.8.3 - Reforgo das vigas com adigdo de barras de ago: (Série 5) Paralelamente ao procedimento descrito acima as vigas “CRA” © “D” também sofreram processos de reforgo e reparo. Na viga “CRA” o conereto fissurado foi retirado com 0 uso de talhadeira e marreta, deixando a armadura exposta. J4 a viga “D” teve apenas a superficie de reparo apicoada j4 que esta no possuia conereto envolvendo as armaduras na regidio de estudo. 79 Foto 3.13 ~ Vizas “CRA” e “D” apicoadas. Como reforgo, foi utilizada uma barra de ago CA-50 da industria Belgo Mineira de diametro 10mm ancorada com gancho e resina ep6xi. Devido ao fato da resina epdxi, quando seca, no apresentar uma rugosidade suficiente para a aderéncia do concreto de reparo, foram introduzidas britas em sua superficie como mostra a Foto 3.14: Foto 3.14 — Sistema de ancoragem do reforgo com barra de ago, 80 3.3.9.2 — Deformagdes especificas compésitos de fibra de carbono As deformagdes especificas no compésito de fibra de carbono foram medidas com extens metros elétricos de resistencia (EER) da marca Kyowa, tipo PL~5-11, com Smm de comprimento, resisténcia de 120=3 0. Foi utilizado um extensmetro na face inferior de cada viga no centro do vao, os quais foram colados com uma cola cianoacrikitica da marea Kyowa, depois do local ser lixado com lixa 220 € limpo com gaze embebida em ilcool etilico. As leituras dos extens6metros foram obtidas empregando-se uma Switching & Balancing Box SS-24R e um Strainmeter SM-60D, ambos da marca Kyowa. Foto 3.15 ~ Sistema de medicdo de deformagies especificas (extensémetros). CAPITULO 4 4- RESULTADOS EXPERIMENTAIS 4.1 -INTRODUGAO Os resultados experimentais dos ensaios de ruptura a fle 1, CRF-2,5 , CRFC-1, CRFC-2, e as vigas do grupo “BY : F-2, C-2, CRF-2,5 , CRA, D serio mostrados nesta seqiiéncia, apresentando consideragdes sobre as cargas e modos de ruptura, das vigas do grupo “A”: F-1, formagio e desenvolvimento de fissuras, deformagiio no reforgo com fibra de carbono, deslocamentos verticais (flechas), bem como 0 comportamento dos dois tipos de reforgo durante os ensaios. 4.2 - ENSAIOS DE FLEXAO SIMPLES Para todas as vigas foi adotado um passo de carga de SKN com leitura das cargas, flechas; medidas através de dois deflectémetros e, no caso das vigas reforgadas com fibra de carbono, leitura das deformagdes especificas por meio de extens6metros. Para as vigas sem reforco de fibra de carbono, devido ao sistema de medi¢ao, adotou-se como sendo © ponto de ruptura da viga 0 inicio do escoamento da armadura de flexao. 83 4.2.1 — Grupo “A” 4.2.1.1 -VIGA F-1 As primeiras fissuras observadas foram de flexdo - cisalhamento, surgindo de forma simétrica, a aproximadamente 20em do centro da viga, frente a uma carga de 45kN. A medida que as cargas foram aumentadas, houve o surgimento de fissuras de flexilo no centro da viga quando a carga chegou a SSKN. Com o acréscimo de cargas, a armadura de flexo entrou em escoamento quando a carga ¢ a deflexdio eram de 115,10 kN © 4,56mm, respectivamente. Apés este ponto continuou-se a icar carga & viga até que se formassem fissuras com abertura de aproximadamente Smm. A Foto 4.2 ilustra esse momento 84 Foto 4.2 1 Fal apés 0 escoamento do ago de flexio. © prifico “Carga x Deflexdo” abaixo mostra o comportamento da viga & medida que se aumentava o valor da carga. Carga (kN) 200.0 180.0 160.0 140.0 120.0 Se 100.0 80.0 - 60.0 — 40.0 20.0 00 #-—+ ~ 0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Defiexao (mm) Figura 4. Diagrama Carga x deflexio viga F-1 4.2.12-VIGA C-1 Foto 4.3 - Posicionamento da viga C-1 para ensaio a flexao. ‘As primeiras fissuras a serem observadas estavam situadas 4 aproximadamente 10cm dos deflectOmetros, com uma earga de 40KN, caracterizando fissuras de flexao - cisalhamento por apresentarem inclinagaio em dirego a0 ponto de aplicago de carga. As fissuras iam surgindo de forma simétrica a medida que se aumentava a carga. As fissuras no centro do vio foram detectadas a partir de SOKN e foram progredindo até o final do ensaio. ‘Como se trata de uma viga que sofieu processo corrosivo, surgiram algumas fissuras paralelas a armadura de flexio. Por isso, as fissuras provenientes da aplicagao da carga surgiam na face inferior da viga e progrediam percorrendo as fissuras j4 existentes do proceso corrosivo depois retomavam sua inclinago em diregio ao ponto de aplicagio de carga, 110,95KN e deflexiio de 4,90mm, observando-se a ruptura do conereto quando a deflexio passou de 10mm, como © escoamento da armadura de flexio ocorreu quando a carga atin, ilustra a Foto 4.4, 86 ‘Apés esse momento continuou-se a aplicagdo de carga até a ruptura total da fibra como mostram as Fotos 4.8 ¢ 4.9. Foto Desprendimento do cobrimento apés a ruptura da 90 O grafico “Carga x Deflexio” abaixo mostra o comportamento da viga durante 0 ensaio, Carga (kN) 200.0 — 180,0 160.0 140,0 = 120.0 100.0 80.0 60.0 — 40.0 20.0 00 : - ot 0.0 2.0 4,0 60 8.0 10.0 120 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26,0 28.0 Deflexao (mm) Figura 4.3 - Diagrama Carga x deflexio viga CRF-2\. A Fig. 4.4 “Carga x Deformagio especifica da fibra” mostra como a deformagio variou com 0 acréscimo de carga. Carga (kN) Figura 200,0 —= 1800 160.0 1 140.0 - 1200 - poo 100.0 | | 80.0 60.0 40.0 20.0 00 0.0 20 40 6.0 80 10.0 120 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 240 26,0 28.0 Deformacao especifica (%e) 4.4 ~ Diagrama Carga x deformagao especifica da fibra de carbono na viga CRF-2,5 o1 4.2.1.4 - VIGAS CRFC - 1 e CRFC -2 Figura 4.11 ~ Posicionamento da viga CRFC - 2 As vigas CRFC-1 e CRFC-2 foram ensaiadas a flexdo apés terem softido, inicialmente, 0 proceso corrosivo até que a armadura perdesse 2,5% de massa, foram reforgadas com fibra de carbono € novamente submetidas ao processo corrosivo até que as armaduras alcangassem 7,5% de perda de massa, Devido ao proceso corrosive apés 0 reforgo observou-se a presenga de bolhas na fibra de carbono © em pequenas regides um leve descolamento da mesma como mostram as figuras abaixo. Essas bolhas foram mais pronunciadas na viga CRFC ~ 1. 92 Foto 4.12 ~ Vigas CRFC-1 ¢ CRFC-2 apés 0 processo corrosive, Foto 4.13 — Bolhas na fibra de carbono da viga CRFC ~1 devido ao provesso corrosive Embora tenham surgido bolthas na fibra de carbono, 0 comportamento mecanico das vigas foi semelhante. Para a viga CRFC — 1 as fissuras tiveram inicio com cargas a partir de 45kN, de forma simeétrica, tendo algumas acompanhado as fissuras de corrosao. ‘A ruptura se deu por perda de aderéncia das fibras, com o desprendimento do concreto de cobrimento na parte central do vao, acompanhando as fissuras de corrostio, a uma carga de 134,3KN, uma deflexdo de 12,46mm e uma deformagio especifica da fibra de 10,95 %o. Foto 4.14 ~ Momento da ruptura da viga CRFC-1 Aumentando-se a carga apés a ruptura da viga observou-se o rompimento da fibra de carbono transversal na regio da ancoragem, como mostra a Foto 4.15, 94 Foto 4.15 ~ Ruptura da fibra de carbono apés a ruptura da viga CRFC-1 Observou-se também que, diferente da viga CRF-2,5, apos a ruptura da viga a fibra de carbono descolou-se completamente do substrato de concreto rompendo a ancoragem como mostra a Foto 4.16. 4.16 ~ Ruptura da ancoragem com descolamento da fibra na viga CRFC-1 95 Da mesma forma que a viga CRFC-1, a viga CRFC-2 rompeu por desprendimento do concreto de cobrimento em uma regido esquerda do centro da viga a uma carga de 127,7KN e deflexdio de 12,17mm, apés ter apresentado fissuras de cisalhamento e flexdo simétricas. Foto 4.18 ~ Momento de ruptura da viga CRFC-2. Detalhe da ruptura na regitio da fissura de corrosdo, Apés a ruptura da viga, continuou-se a aplicagio de carga até a ruptura da fibra. Observou-se também o descolamento entre a fibra ¢ 0 substrato de conereto, mas nao to pronunciado como na viga CRFC-1 Abaixo sao mostrados os graficos de “Carga X Deflexio” e “Carga X deformagio especitica da fibra de carbono” das vigas CRFC-1 e CRFC-2 respectivamente. 96 ‘Carga (KN) Carga (kN) 200.0 oe 180.0 - — 160.0 140.0 120.0 - ~ : 100.0 80.0 60.0 40.0 - - 20.0 oo Fa on . 0.0 20 40 60 80 10.0 120 14.0 160 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Deflexao (mm) Figura 4.5 - Diagrama Carga x deflexiio viga CRFC-1 0.0 20 4.0 6.0 80 10.0 120 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Deformacao especifica (‘ke) Figura 4.6 - Diagrama Carga x deformagio especifica da fibra de carbono da viga CRFC- 1 97 Carga (kN) Carga (kN) 200.0 180.0 160.0 140.0 120.0 100.0 80.0 60.0 40.0 20.0 00 0.0 20 4.0 60 80 10.0 120 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Deflexao (mm) Figura 4.7 - Diagrama Carga x deflesao viga CRFC-2, 200.0 — — 180.0 — 160.0 1400 | 400 : ime 60.0 40.0 20.0 0.0 ee eh a a 0.0 20 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Deformacao especifica (‘he) Figura 4.8 - Diagrama Carga x deformagdo especifica da fibra de carbono da viga CRFC-2 98 4.2.2— Grupo “RB” 4.2.2.1-VIGA F-2 Foto 4.19 ~ Posicionamento da viga F-2 para ensaio a flexto As primeiras fissuras observadas foram de flexdo - cisalhamento, surgindo de forma simétrica frente a uma carga de SON. A medida que as cargas foram aumentadas, houve o surgimento de fissuras no centro da viga, quando a carga chegou a 7SKN. Com 0 acréscimo de cargas, a armadura de flexio entrou em escoamento quando a carga ¢ a deflexiio eram de 120,50 kN ¢ 5,09mm, respectivamente. Apés este ponto continuou-se a aplicar carga a viga até que foi registrado a ruptura por flexdo como mostra a Foto 4.20. Foto 4.20 ~ Viga F-2 apos o essoamento do_ago de Mlexio, A Fig. 4.9 “Carga x Deflexio” mostra 0 comportamento da viga & medida que se aumentava 0 valor da carga, 2000 $$$ —— 180,0 160.0 — 140.0 7 120.0 100.0 + Carga (kN) 80,0 + 600 40.0 20.0 oo 0,0 2,0 4.0 60 80 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 Deflexao (mm) Figura 4.9 - Diagrama Carga x deflexio viga F-2 4.2.2.2-VIGA C-2 Foto 4.21 —Posicion: nemto da viva C-2 para ensaio a flexto A viga C-2, semelhante a viga C-1, foi ensaiada a flexao, depois de sofrer 0 processo corrosive, até que fosse atingida uma perda de massa de 7,5% da armadura de flexao. 100 As primeiras fissuras observadas foram de flexiio ~ cisalhamento, préximo & regio dos apoios, de forma simétrica, com uma carga de aproximadamente 60kN. As fissuras iam surgindo de forma simétrica e acompanhando as fissuras de corrosio medida que se aumentava a carga. 0 escoamento da armadura de flextio ocorreu quando a carga atingiu 111,IkN € deflexdo de 4,23mm, observando-se a ruptura do concreto quando a deflexdo passou de 10mm. Foto 4.22 — Fissuras devido a aplicagio da carga e processo corrosivo (Viga C-2) A seguir seri mostrado a Fig. 4.10 “Carga X Deflexdio” que descreve o comportamento da viga durante o ensaio. 101 200.0 - 7 = ces Soe Seem ae er Gas 180.0 160,0 140.0 120.0 t 100.0 Carga (kN) 80,0 60,0 40.0 20.0 0.0 ; : os - 0,0 2.0 4,0 60 80 10.0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28.0 Defiexao (mm) Figura 4.10 - Diagrama Carga x deflexio viga C-2. 4.2.2.3-VIGA CRF-7,5 para ensaio a flexdo, A viga CRF~7.5 foi reforgada com fibra de carbono, depois de softer 0 processo corrosivo, até que a armadura de flexdo perdesse 7.5% em massa. As primeiras fissuras observadas foram de flexdio - cisalhamento, as quais tiveram origem nas fissuras de corrosfo paralelas & armadura de flexio, na regido das ancoragens das fibras de carbono, quando a carga aplicada estava em torno de SOKN. A configuragao das fissuras, 102 representada na Fig. 3.16 mostra que nessa regio a viga apresentava fissuras tanto no fundo quanto nas laterais da viga. A Foto 4.24 mostra a fissura de cisalhamento tendo origem na fissura de corrosio. Foto 4.24 ~ Fissura de cisalhamento tendo origem na fissura de corrosto. 5 ocorreu por perda de ancoragem da armadura de flexdio com o A ruptura da viga CRF- desprendimento do concreto de cobrimento na regio central do vao, a uma carga de 137,7KN, deflexdo de 14,30mm e deformagao especifica na fibra de 10,45%e. JA a carga tedrica de dimensionamento foi de 128,9KN, uma diferenga de 6.8%. A Fig. 4.11 “Carga X Deflexio” mostra o comportamento da viga durante o ensaio. 103 7 7 180.0 160.0 - : 140.0 1200 | = 100,0 + Carga (kN) 80,0 — 60,0 i" 40.0 20.0 0.0 re ee ee ee ee ee 0.0 2.0 4,0 60 80 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 Deflexao (mm) Figura 4.11 - Diagrama Carga x deflexdo viga CRF-7.5 200.0 180.0 + 160.0 140.0 120,0 100.0 80,0 ~ Carga (kN) 60,0 ~ 40,0 ~ 20,0 0.0 0.0 2.0 4,0 6,0 80 10,0 12,0 14.0 16,0 18,0 20,0 22.0 24,0 26,0 28,0 Deformacao especifica (bs) Figura 4.12 - Diagrama Carga x deformagio especifica da fibra de carbono da viga CRF-7,5 104 4.2.2.4-VIGA CRA ‘A viga CRA foi ensaiada a fle 10 depois de softer o proceso corrosivo até que obtivesse uma perda de massa de 7,5% da armadura tracionada, tendo sido reforgada com uma barra de ago de 610mm, ancorada com resina ep6xi e remoldagem com conereto novo. As primeiras fissuras observadas se encontravam na regio proxima ao apoio, inclinad: sem « dirego ao ponto de aplicagiio de carga, caracterizando fissuras de flexdo — cisalhamento, quando a carga chegou a SSKN. A partir desse valor, mais fissuras foram surgindo, tanto de existentes aumentaram sua abertura. cisalhamento quanto de flexa Observou-se claramente que as fissuras nfo acompanhavam a linha de interface entre o concreto de reparo € 0 concreto original da viga. Cabe ressaltar que a concretagem do reparo foi feita com a viga invertida, o que leva a uma melhor compactagdo e, conseqiientemente, melhor ade ia do reparo ao substrato, tendo sido, também, observado por Climaco(1990). Aplicou-se carga até que a viga atingisse 0 escoamento da armadura de flexio, a uma carga de 150,15 KN, ¢ uma deflexdo de 6,S6mm. Depois desse momento, seguiu-se com a aplicagao da carga até que fosse atingida a ruptura. A Foto 4.25 ilustra esse momento. Foto 4.25 ~ Fissuras de flexio e cisalhamento no momento de ruptura por flexi 105 A Fig. 4.13 mostra 0 comportamento da viga 4 medida que aumentava-se a carga. 200.0 180.0 160.0 + 140.04 1200 10,0 80.0 60.0 Carga (kN) 40.0 20.0 0.0 ot + =} 0,0 2,0 4,0 60 80 10,0 12,0 14.0 16,0 18,0 20,0 22.0 24.0 26.0 26.0 Defiexao (mm) Figura 4.13 - Diagrama Carga x deflexdo viga CRA. De acordo com os valores te6ricos a carga a qual a armadura entraria em escoamento seria de 122,37KN enquanto que a carga real obtida no experimento foi de 150,1SKN, uma diferenga de 22,7%, 4.2.2.5-VIGA D A viga D foi moldada com 0 objetivo de avaliar a influéneia da junta de coneretagem na capacidade portante da viga sem corrosio ¢ compari-la com a viga F-2, seguindo o mesmo procedimento de ensaio das vigas citadas anteriormente. 106 Foto 4.26 — Posicionamento da viga D para ensaio a flexio, ‘As primeiras fissuras a serem observadas surgiram a uma carga de SOKN caracterizadas como fissuras de flexdo — cisalhamento, perto dos apoios € inclinadas em diregao ao ponto de aplicagéo de carga. Da mesma forma da viga CRA, observou-se que as fissuras nao acompanhavam a linha de interface entre o concreto de reparo eo concreto original da viga. Aplicou-se a carga gradualmente na viga, até que se atingisse 0 escoamento da armadura de flexo, ocorrido a uma carga de 122,75kN e deflexo de 5,7mm. Seguiv-se a aplicagdo de carga até a ruptura por flexdio, A Foto 4.27 a seguir ilustra esse momento. Foto 4.27 - Fissuras de cisalhamento e flexi devido & aplicago de carga, Nota-se que ndlo houve o surgimento de fissuras que acompanhassem a linha de interface entre o conereto de reparo e o concreto da viga. 107 A Fig. 4.14 mostra o comportamento carga X deflexiio da viga no ensaio. Carga (KN) 200.0 180.0 160.0 140.0 120.0 100.0 80.0 60.0 40.0 20.0 0.0 0.0 stata fit “ | | 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 120 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Deflexao (mm) igura 4.14 - Diagrama Carga x deflexio viga D. 108 CAPITULO 5 5 - ANALISE DOS RESULTADOS 5.1-INTRODUGAO Neste capitulo, serdio analisados os resultados dos ensaios com alguns comentarios a respeito da metodologia utilizada ¢ do comportamento mecanico das vigas. 5.3 - ANALISE DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS 5.3.1 - Grupo “A” ” estdo contidas as vigas F-1, C-1, CRF-2,5, CRFC-1 ¢ CRFC-2. 5.3.1.1 - Vigas F-1e C-1 De acordo com os resultados experimentais, péde-se verificar que para uma perda de 2.5% de massa na armadura de flexio da viga C-1 houve uma perda de capacidade portante de 3,6%, quando comparada com a vi O valor tedrico da carga que provocaria o escoamento da armadura prineipal da viga F-1 indica uma diferenga de 13,6% quando comparado com o valor experimental, Como a diferenga entre a carga experimental das vigas F-I © C-1 & de 3,6%, conelui-se que a carga tedrica de escoamento da armadura de flexao da viga com corrosdo nas armaduras a uma taxa de 2.5% de perda de massa foi de 90% da carga tebrica da viga de controle F-1. Entretanto, sabe-se que essa redugo ndlo pode ser generalizada, devido as inimeras variéveis que esto envolvidas, necessitando-se de estudos mais aprofundados . 109 200,0 a at el a 180,0 160,0 140,0 120.0 10,0 80.0 60.0 40.0 20.0 00 ++ : aan vt ' 0.0 2.0 4,0 60 80 10,0 12,0 14.0 16.0 18,0 20,0 22.0 24,0 26.0 28.0 Deflexao (mm) Carga (kN) Figura 5.1 — Grafico comparativo entre as vigas FI ¢ C-1 No grifico acima, pode-se observar que até o inicio da fissuragdo as duas vigas acima citadas comportaram-se de maneira muito semelhante; a partir de uma carga de 60KN iniciou-se 0 processo de fissuragto, sendo que a viga C-1 apresentou deslocamentos maiores para uma mesma carga quando comparada com a viga F-1. A redugdio na capacidade portante da viga C-1 ocorreu devido & redugdo do didmetro da armadura e da aderéncia na regitio corroida, tendo como conseqiiéneia a fissuragiio do conereto de cobrimento, causada pela formagao de 6xidos expansivos. Caso o sistema de ancoragem nao fosse efetivo ou, em situagdes reais a armadura no possuisse comprimento de ancoragem suficiente, seriam observadas deflexdes maiores para os mesmos valores de aplicagdo de carga, jd que para uma mesma érea corroida a viga com menor ancoragem apresentaria maiores deflexdes como relatou Cabrera (1996), 110 5.3.1.2 -Viga CRF-2,5 Essa viga foi submetida ao processo corrosivo até que atingisse os mesmos 2,5% de perda de massa da armadura de flexao, diferindo da viga C-1 no que diz respeito ao reforgo com fibra de carbono. Para a obtengdo da carga tedrica de ruptura da viga, partiu-se dos valores experimentais obtidos no ensaio de flexio. Apés 0 ensaio das vigas reforgadas com fibra de carbono do grupo “A”, utilizaram os valores medidos das deformagdes especificas da fibra e, a partir desse valor fixado pode-se, através de um processo iterativo, chegar ao valor tedrico da carga de ruptura. De acordo com os cileulos, o valor teérico de ruptura da fibra de carbono quando sua deformagao atingiu 11,6%e foi de 131,9KN, enquanto a carga de ruptura real da fibra foi de 144,8kN. Quanto a deformago especifica da fibra de carbono, observou-se que mesmo com a armadura corroida houve um excelente desempenho do sistema de reforco utilizado, ja que em estudos realizados por outros pesquisadores da UnB em vigas ensaiadas ¢ reforgadas 4 flexio com escala real as deformages especificas das fibras no chegavam & 9%. Vale ressaltar que no existe uma recomendagdo normalizada para as dimensées do sistema de ancoragem da fibra de carbono para vigas reforgadas a flexdio. Por isso, € provaivel que as dimensdes da ancoragem da fibra de carbono utilizadas tenham sido proporcionalmente maiores que as utilizadas em vigas de escala real, levando a um melhor desempenho do sistema. Assim, verificou-se que para a viga CRF-2.5 houve uma diferenga de 9,8% entre a carga de ruptura tedrica e a carga obtida experimentalmente. AFig. 5.2 mostra o comportamento da viga CRF-2,5 quando comparada com a viga F-1 M1 200.0 f Viga F-1 180.0 + Viga CRF-2.5 160.0 + 140.0 5 120.0 + 100.0 © 80.0 60.0 Carga (kN) 40.0 20.0 00 0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Detlexao (mm) Figura 5.2 ~ Grifico comparativo do comportamento das vigas F-1 © CRF-2,5 Nesse grifico, observa-se que até o inicio da fissurag2o da viga F-1 0 comportamento de ambas as vigas 6 semelhante, As fissuras de flexdo - cisalhamento na viga CRF-2,5 tiveram seu aparecimento retardado pelo sistema de ancoragem da fibra de carbono que trabathou também como um reforgo ao cisalhamento. De maneira geral, como todas as vigas possuem fita isolante nos estribos, as fissuras de cisalhamento surgem mais rapidamente devido a perda de aderéncia com 0 concreto que os circunda. No entanto, como j4 foi explicitado anteriormente, este procedimento foi necessério para delimitar a regiflo exposta ao proceso corrosivo. De acordo com a configuragao das fissuras na viga CRF-2,5, observada na ig. 3.15, faz sentido que conereto de cobrimento tenha se desprendido, jd que as fissuras se estenderam longitudinalmente nas duas faces da viga, sem apresentar fissuras no fundo da mesma. Observa-se, também, que, para as vigas C-1 e CRF-2,5, 0 escoamento da armadura ocorreu de forma semelhante, ou seja, o sistema ago - fibra trabalhou em conjunto até o momento em que a armadura entrou em escoamento, solicitando mais a fibra de carbono, a qual, a partir desse momento, apresentou deformagdes especificas progressivas até sua ruptura, 2 © ganho que se obteve com o reforgo deve ser obtido comparando as vigas CRF 2,5 C-1, jé que ambas sofreram o proceso corrosivo. a Cel Viga CRF-2.5 Carga (kN) 0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 120 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Deflexao (mm) Figura $.3— Grafico comparativo entre a viga C-| ¢ a viga CRF-2,5. Considerou-se para a viga C-1 que a ruptura ocorreu no inicio do escoamento (carga de 110.9SKN), ¢ para a viga CRF-2,5 ocorreu no ato de ruptura da fibra de carbono (carga de 144,80KN). Assim, houve um ganho de resisténeia de 30,5% da viga CRF-2,5, quando comparada com a viga C-1, ¢ 25,8% quando comparada com a viga F-1. Em relagio aos critérios de dimensionamento adotados, esses valores percentuais representa ganhos de resisténcia maiores que os valores tedricos, mesmo com as armaduras corroidas. Isso provavelmente ocorreu porque o sistema de ancoragem da fibra de carbono, 0 qual nao & considerado no dimensionamento, aumentou a resisténcia das vigas ao esforgo cortante ¢, conseqiientemente, aumentou a capacidade resistente das vigas reforgadas a flexio com fibra de carbono. A Fig. 5.4 mostra o comportamento das vigas F-1, C-1 ¢ CRF-2,5 13 Carga (kN) 200.0 + ——____—. i Viva F-I \ 180.0 t Viga CRF- 160.0 140.0 120.0 100.0 20.0 60.0 40.0 20.0 0.0 jt a | 5 0.0 2.0 4.0 6.0 80 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Deflexao (mm) $-4 — Grifico comparative do comportamento mecinico das vigas F-1, C- ¢ CRF-2,5. As vigas CRFC-1 e CRFC-2, embora pertengam ao grupo “A”, devem ser comparadas as vigas do grupo “B”, ja que foram ensaiadas quando atingiram a taxa de 7,5% de perda de massa da armadura de flexao. 5.3.2 Grupo “B” No grupo “B” esto contidas as vigas F-2, C-2, CRF-7,5, CRA e D 5.3.2.1 - Vigas F-2 e C-2 valor tedrico da earga que provocaria 0 escoamento da armadura de flexio da viga F-2 foi de 99,3KN. No entanto, a carga real obtida experimentalmente para o inicio do escoamento da armadura foi de 120,SKN, uma diferenga de 21,3%. 4 ‘A Figura 5.5 mostra o comportamento das vigas F-2 e C-2 durante os ensaios. Carga (kN) 3 80,0 60,0 + 40.0 20,0 0.0 1 + ' - 0.0 2.0 4.0 6.0 0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Defiexao (mm) Figura 8.5 — Grafico comparativo entre o comportamento meciinico das vigas F-2 ¢ C-2. Percebe-se da anilise do grifico acima, que tanto a viga F-2 como a viga C-2 nao tiveram um patamar definido que representasse o inicio da fissuragdo, com algumas vigas do grupo “A”, Entretanto, pode-se afirmar que entre uma carga de 50 a 70KN as vigas iniciaram seu processo de fissuragiio. Nessa fase de fissuragdo a viga C-2 apresentou no seu grifico “Carga X deflexio” um coeficiente angular da reta semethante & Viga F-2. Isso ndo era esperado, tendo em vista que a viga C-2 sofreu 0 processo corrosivo ¢ que, teoricamente, deveria apresentar uma reta com inclinag&do menor, ou seja, maiores deflexdes para cada incremento de carga. [ provavel que tenha ocorrido corrosio localizada acentuada em algum ponto da armadura sem que a perda de aderéncia prevalecesse sobre a redugdo no didmetro das armaduras. Quanto a0 comportamento mecdnico, a viga C-2 obteve uma perda de capacidade portante de 7,8% quando comparada com a viga de referéncia F-2. Isso ocorreu devido a perda de massa de 7.5% da armadura de flexdo, redugdo do didmetro das armaduras ¢ pela formagao dos éxidos expansivos ao longo da armadura, provocando fissuras no fundo e nas laterais da viga C-2. Essa fissurago reduziu 0 confinamento do concreto de cobrimento ao redor da armadura de flexio, contribuindo para parte da perda de capacidade portante da viga. 15 Al Sulaimani et al (1990) realizou ensaios com vigas de 15 x 15 x 90 armadas com 1 @ 12mm como relatado no capitulo 2. Os resultados obtidos mostraram que para uma perda de massa de 4,5% houve uma perda de capacidade portante de 12% diferente do que foi obtido no presente trabalho, no qual para uma perda de massa de 7,5% houve uma redugdo na capacidade portante de 7.8%, Acredita-se que o fato de existir somente uma barra solicitada & tragiio nos ensaios de Al Sulaimani, ainda que a taxa de corrosto tenha sido menor que 7.5%, a influéncia das fissuras no confinamento do conereto de cobrimento & maior para uma barra do que quando existem duas. Além disso, se houver algum tipo de corrosio localizada, em vigas com apenas uma barra solicitada a tragdo, 0 efeito dessa corrosio na perda de capacidade portante é bem maior. 5.3.2.2 - Viga CRF-7,5 Esta viga sofreu 0 processo corrosivo até que atingisse uma perda de 7.5% de massa da armadura de flexo, foi reforgada com fibra de carbono e, finalmente, ensaiada a flexio. Para a obtengio da carga teérica de ruptura da viga CRF-7,5 partiu-se dos valores experimentais obtidos no ensaio de flexio, adotando-se © mesmo procedimento deserito para a obtenc&io da carga teérica de ruptura da fibra da viga CRF-2.5. De acordo com os calculos, 0 valor te6rico de ruptura da fibra de carbono quando sua deformagdo atingiu 10,5%= foi de 128.9KN, enquanto a carga de ruptura real da fibra foi de 137.7KN. Assim, verificou-se que para a viga CRF-7,5 houve uma diferenga de 6,8% entre a carga de ruptura te6rica e a carga obtida experimentalmente. Quando se compara esta viga com as vigas C-2 e F-2, observa-se que houve um ganho de resisténcia devido ao reforgo de fibra de carbono da ordem de 14.3% quando comparada com a viga F-2 de 23,9% quando comparada coma viga C-2. Esta afirmagao pode ser melhor verificada através da Fig. 5.6. 116 200.0 — OC 180.0 180.0 140.0 120.0 100.0 80.0 60.0 | 40.0 Carga (kN) 20.0 0.0 i + . . app 0.0 20 4.0 6.0 80 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Deflexdo (mm) Figura 8.6 — Grifico comparativo do comportamento mecinivo entre as vigas F-2, C-2 € CRF-7.5. Do grifico, pode-se observar que a carga de ruptura para a viga F-2 foi de 120,5KN, para a viga C-2 foi de 111,1kN ¢ para a viga CRF-7,5 foi de 137,7KN, justificando assim os valores percentuais descritos anteriormente, Outra comparagao que se pode fazer & entre as vigas CRFC-1 CRFC-2 ¢ a viga CRF-7.5. Aquelas, sofreram 0 proceso corrosive até atingirem 2,5% de perda de massa, foram reforgadas com fibra de carbono e sofreram novamente 0 processo corrosivo até atingir uma perda de massa de 7,5%. J4 a viga CRF-7,5 soffeu o processo corrosivo até atingir 7,5% de pperda de massa, sendo reforgada com fibra de carbono apés este processo. uN7 200.0 180.0 160.0 140.0 120.0 100.0 t Viga CRF-7. i Viga CRFC-1 CRFC-2 Carga (kN) 80.0 60.0 40.0 20.0 oo F- we 4 + 0.0 20 4.0 60 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Deflexao (mm) Figura 5.7 — Grafico comparativo do comportamento mecanico entre as vigas CRFC-I e 2.€ CRF-7.5. Analisando 0 grifico acima pode-se observar que © comportamento das trés vigas ¢ bastante semelhante. Inicialmente as vigas apresentam pequenas deflexdes até 0 inicio da fissuragdo com cargas entre 30 & 40kN. Nessa etapa. as vigas iniciam seu processo de fissurago, tendo suas deflexdes aumentadas medida que se incrementam as cargas. Acima de 110kN a armadura de flexdo comega a escoar solicitando mais a fibra de carbono que responde com grandes deformagdes especificas até sua ruptura com cargas variando entre 134,3KN, para a viga CREC- 127,7KN, para a viga CRFC-2 e 137,7KN, para a viga CRE-7,5. Assim, a variago da carga de ruptura entre as duas vigas CRFC-1 e CRFC-2 é de 5.2% com valor médio de 131,0kN 0 que indica uma perda de capacidade portante de 5,1% das vigas CRFC-1 e 2 em relagdo a viga CRF-7.5, jé que esta rompeu a uma carga de 137,7kN. ‘Comparando a configurago das fissuras das vigas CRFC-1 ¢ CRFC-2 (Fig. 3.17 € 3.18) coma viga CRF-7,5 (Fig. 3.16), observa-se que as vigas CRFC tiveram fissuras menos extensas que a viga CRF-7,5. Apés 0 reforgo eco dade do processo corrosivo as fissuras das vigas CRFC apresentaram um aumento na extensdo ¢ na abertura de fissuras somente onde ndo havia fibra de carbono. Assim, com a continuidade do processo corrosivo ¢ restrigdo para abertura de 11g fissuras no fundo da viga, houve uma redugo de didmetro das barras um pouco mais acentuada devido a0 processo corrosivo na regido lateral das vigas. Por estes resultados observa-se que existe uma tendéncia das vigas que sofreram 0 proceso corrosivo apés o reforgo com fibra de carbono (CRFC-1 ¢ 2) resistirem menos 4 esforgos que a viga CRF-7,5, sugerindo que a corrosio apés o reforgo pode ter reduzido a capacidade portante resistente. 5.3.2.3 - Viga CRA ‘A viga CRA foi ensaiada a flexio apés ter softido 0 processo corrosivo que atingiu uma perda de massa de 7,5% da armadura de flexdo, foi reforgada com a io um @10mm e remoldagem do conereto na regio do reforgo Para o dimensionamento do reforgo partiu-se da carga de ruptura teérica da viga CRF-7,5 a fim de comparar os valores obtidos experimentalmente e tedricos entre as vigas CRA ¢ CRP-7,5. Assim, adotou-se um 210mm que representa um acréscimo de drea de 20,48% na armadura. Essa viga também mostrou uma diferenga entre a carga tedrica para o inicio do escoamento da armadura de flexao e a carga real obtida através dos ensaios. Neste caso, diferente das vigas reforgadas com fibra de tragtio das barras isoladas. O valor tedrico para que a viga CRA inicie 0 processo de bono, utilizou-se somente os valores experimentais do ensaio de escoamento da armadura de flexio foi de 122.4N; entretanto, o valor real obtido através do ensaio foi de 150,1SKN, uma diferenga de 22,7%. F. possivel que a coneretagem do reforgo com a viga invertida e a maior rugosidade das barras apés a remogao dos éxidos provenientes do proceso corrosivo tenha aumentado a aderéncia entre o concreto e a armadura, aumentando a resisténcia mecénica da viga para valores acima dos obtidos teoricamente. A Fig. 5.8 a seguir mostra 0 comportamento mecdnico da viga quando submetida 20 carregamento e comparada com a viga de referéncia F-2. 119 200.0 + Se 180.0 | 160.0 ~ 140.0 120.0 ~ 100.0 - Carga (kN) 80.0 60.0 = 0.0 0.0 20 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Deflexdo (mm) Figura 5.8 ~ Gréfico comparativo do comportamento mecéinico entre as vigas F-2 ¢ CRA. Através do grifico pode-se observar que para as duas vigas a carga de fissuragdo & semethante, cerca de SOKN, com a viga reforgada com ago (CRA), apresentando um acréscimo de flechas menor que a viga F-2, Observa-se também que o escoamento da armadura de flexto da viga CRA ocorreu a uma carga e deflextio maiores que a viga F-2. Assim, 0 ganho de resisténcia entre a viga F-2 e a viga CRA foi de 24,6%, considerando como carga de ruptura a carga com a qual a armadura de flexio escoou. No entanto, é mais razoavel comparar o ganho de resisténcia com o reforgo em ago com a viga C-2 j que esta também sofreu o processo corrosivo. A Fig. 5.9 mostra o comportamento mecdnico das vigas C-2 ¢ CRA. 200.0 - a 180.0 160.0 140.0 120.0 = 100.0 + 80.0 60.0 40.0 20.0 Carga (kN) 0.0 ~ to tae 0.0 20 4.0 6.0 80 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 24.0 26.0 28.0 Deflexao (mm) Figura 5.9 — Grafico comparativo do comportamento mecdnico entre as vigas C-2 ¢ CRA. Nesse grdfico, pode-se observar que 0 comportamento das vigas C-2. e CRA para cargas abaixo de 110kN é muito semelhante. O grafico da viga C-2 se sobrepde, quase de maneira perfeita, ao grifico da viga CRA nas fases ante e pos fissuragdo. 1ss0 & justificado pelo fato das duas vigas terem softido © proceso corrosivo e confirma que o concreto utilizado no reparo obteve uma aderéncia perfeita no substrato, nfo ocorrendo fissuragdo na interface substrato - reparo. Cabe Iembrar que a concretagem do reparo foi feita com a viga invertida, o que ajuda na compactagio ¢ aderéncia, ja observado por Climaco (1990). Desta forma, 0 a imo de capacidade portante na viga CRA foi de 35.1% quando comparada com a viga C-2. As vigas CRA ¢ CRF-7,5 sofreram o processo de cortosao acelerada até que suas armaduras perdessem 7,5% de massa. No entanto o sistema de reparo/reforgo foi diferente. Embora 0 dimensionamento dos dois sistemas objetivasse uma mesma carga de ruptura tebrica, isso no foi possivel, visto que até a realizacdio do ensaio de flexio da viga CRF-7,5 no se dispunha do valor da deformagao especifica da viga necessario para o dimensionamento. A carga tebrica de 5 foi de 128,9kN ¢ a carga teérica de ruptura da viga CRA foi de ruptura da viga CRF 122,4KN, uma diferenga de 5,3%. Quanto aos valores experimentais a viga CRA superou a viga 121 CRF-7.5 em 9,04% (CRA=150,1SKN , CRF-7,5=137,7KN). Isso mostra que em um sistema que utiliza © ago como material de reforgo, os ganhos de resisténcia sfio percentualmente maiores que quando se utiliza fibra de carbono como material de reforgo. 5.3.2.4-Viga D A viga D foi uma viga criada com o objetivo de se verificar a influéncia do conereto de reparo ‘no comportamento mecanico da viga quando comparada com a viga piloto F-2. 200 ——— 180.0 160.0 140.0 120.0 100.0 80.0 Carga (kN) 60.0 40.0 20.0 0.0 me a i 0.0 20 40 60 80 10.0 120 14.0 16.0 18.0 20.0 220 24.0 26.0 28.0 Deflexao (mm) Figura 8.10 ~Grifico comparativo do comportamento mecinico das vigas F-2 ¢ D. De acordo com o grafico acima, péde-se verificar que a existéneia do concreto de reparo na viga D no mudou em quase nada o comportamento da viga quando comparada com a viga piloto F-2. Assim, pode-se afirmar que o concreto de reparo ¢ a metodologia de concretagem no exerceram influéneia no comportamento mecénico da viga. CAPITULO 6 6 - CONCLUSOES E SUGESTOES PARA TRABALHOS FUTUROS 6.1 -INTRODUCAO Sao apresentadas neste capitulo as principais conclusdes obtidas da andlise do comportamento das pegas ensaiadas, buscando-se contribuir para o esclarecimento de diversas dividas ainda existentes com relagdo a utilizagdo de tecidos de polimeros reforgados com fibra de carbono (PREC) no reforgo flexdo, quando as armaduras das vigas encontram-se em diferentes estdgios de corrosio. Neste trabalho o reforgo foi disposto longitudinalmente a viga, utilizando- se um sistema de ancoragem com faixas transversais nas extremidades das mantas de reforgo. Encontra-se também neste capitulo algumas sugestdes para trabalhos futuros 6.2 - CONCLUSOES 6.2.1- Conclusses parciais Os ensaios realizados mostraram que para a viga com perda de massa de 2,5% na armadura de flexdo (viga C-1) a capacidade portante foi reduzida em 3,6%, quando comparada com uma viga similar que nao sofreu 0 processo corrosivo (viga F-1). As aniilises realizadas mostraram que a perda de massa de 2,5% na armadura de flexaio devido a0 processo corrosive leva a uma perda de capacidade portante de 10% em relagao ao valor tedrico de dimensionamento sem considerar a corrosio, Observou-se dos ensaios que uma viga com perda de massa de 2,5% em sua armadura de flexao reforgada com fibra de carbono, sem a remogiio do conereto danificado (viga CRF-2.5), tem o valor de sua carga de ruptura real 9.8% maior que © valor tebrico de dimensionamento. Quando se compara esta viga com outra que sofreu © mesmo processo corrosive mas ndo foi 123 reforgada (viga C-1), a diferenca entre os valores das cargas experimentais de ruptura da fibra de carbono ¢ de inicio do escoamento da armadura de flexio é de 30,5%. Para a viga com perda de massa de 7,5% devido ao processo corrosivo das armaduras de flexo (viga C-2), 08 resultados experimentais indicam uma perda de capacidade portante de 7.8% quando comparada com a viga F-2, que no sofreu o proceso corrosivo, sendo que a carga te6rica para 0 inicio do escoamento da armadura de flexdo na viga F-2 foi 21,3% mais baixa ‘que a carga experimental, Jé a diferenga entre a carga de inicio do escoamento da armadura de flexio da viga C-2 a carga tedrica de dimensionamento foi de 13.5%. Em uma viga com 7,5% de perda de massa na armadura de flexdo, reforgada com fibra de carbono (viga CRI houve um acréscimo de resisténcia de 23,9%, quando comparada com ‘a carga atingida pela viga C-2, e de 14.3% quando comparada com a carga atingida pela viga F- 2. Em relagdo ao valor te6rico de dimensionamento houve uma diferenga de 68% quando comparados com o valor experimental A viga CRA, a qual foi corroida até atingir 7.5% de perda de massa e reforgada com uma barra de ago de 10,0mm, apresentou um acréscimo de resisténcia de 24,6% em relacdo a viga F-2 35,1% em relagdo A viga C-2. No que diz respeito a carga tedrica, houve uma diferenga de 22.7% em relago ao valor obtido experimentalmente. As vigas CRFC-1 e CRFC-2, as quais sofreram o processo de corrosio acelerada antes e depois do reforgo com PREC, se comportaram de maneira semethante, com uma capacidade resistente de 131,0kN, Quando comparadas com a viga CRF-7,5, apresentaram uma redugo de 5.1% no valor da capacidade portante de vigas reforgadas com fibra de carbono e continuidade do processo corrosivo, aumentado em 3 vezes do valor na época do reforgo (de 2,5% a 7,5%). 6.2.2- Conclusdes gerais #0 sistema eletroquimico utilizado foi capaz de provocar a corrosdo das armaduras de forma acelerada com um rendimento médio de 80%; + Fm todas as vigas ensaiadas a carga te6rica de ruptura foi menor que a carga obtida experimentalmente: * A coneretagem do reparo com a viga invertida aumenta a aderéncia entre o substrato ¢ 0 reparo. mesmo sem a utilizago de pontes de unio, com pouca influéncia no comportamento mecanico da viga quando ensaiada a flexao; = Em.um sistema que utiliza 0 ago como material de reforgo, os ganhos de resisténcia sto percentualmente maiores que quando se utiliza fibra de carbono como material de reforgo, no que diz respeito aos valores teéricos e obtidos experimentalmente; * Vigas de concreto armado danificadas pela corrostio de armaduras, reforgadas com fibra de carbono ¢ posterior continuidade do processo corrosivo tém sua capacidade portante menor que vigas de mesma taxa de corrosto nas armaduras, quando 0 processo corrosivo ¢ interrompido antes do reforgo com fibra de carbono. 6.3 -SUGESTOES PARA TRABALHOS FUTUROS, Como sugestéies para trabalhos futuros, pode-se apontar como aspectos relevantes ao progresso desta linha de pesquis: + Aumentar o numero de vigas com taxas de corrosdo distintas, para que se po tragar uma curva relacionando as varias taxas de corrosio com a perda de capacidade portante: = Comparar, para diversas taxas de corrosdi, a diferenga de capacidade portante de vigas reforgadas com fibra de carbono, com e sem reparo do conereto danificado; + Desenvolver uma nova metodologia para a protegdo da fuga de corrente elétrica para 08 estribos, que ndo favorega o surgimento prematuro de fissuras de cisalhamento; Instrumentago por meio de extensémetros elétricos de resisténcia (EER) nas armaduras inferiores e superiores para uma maior exatido nos resultados tebricos; Desenvolvimento de uma metodologia para a verificagdo da eficiéneia do proceso corrosivo induzido em cada viga; Desenvolvimento de um sistema de corrosao aplicavel a vigas de dimens6es reais para uma melhor aproximagao de situagdes reais; Realizar reparos com vigas em sua posi¢3o normal e no invertidas; Realizar reparos em vigas sob carga aniloga a de servigo. 126 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ACI COMMITTEE 116 (2000). * American Concrete Institute. vement and Concrete Terminologies”; ACI 116R-00 ; In ACI] COMMITTEE 222 (1990). 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Porto Alegre: Sagra. 131 ANEXOS ANEXO A - ESPECIFICACOES TECNICAS DA RESINA EPOXI ADESIVOS E GOLAS 4s Sikadur’32 Adestvo estrutural, fluido, bicomponente, @ base Goresina epome earn eer oetre ts ite Mant aces Tos de coveroto, srpamanen iments ian, de Para abe le oe Sates SPS Ss sataas Se conse “Fixagho de apolos estrutui Oem See caoee + Aiarabth Siettstne ore mottedge :Hieles sas chanel cata ghiae ideas as sharia: cat “Hast, dec htics de Sot ABarStes,wincasedateion suport ae ~Eldgem de concrete waho« conereto nove ewontco: stir Asuperticle a ser tratada deve ser solida. estar aa a aes tin oe: Eres Pepin aeee RS Har Si i som Sutras wor anid ae aileramtura ange opreperadaasuparticie aero fisgedas” sncete furan se Rac g ai fs sens Sei Biases Av Bars caper Par eststirs ait acess misitnie oe ay moe olcace Sg ee ete Sgisaer rnechrace mitteay aa enso Sera eines sce limpa, livre de i Rmmister rorgicamente (8 minutos) tomando: Sxcessivamente © temperatura da mistur Spresentarse homogeneo e sem a presenga de grumos. Aplicaga: Deve ser executada utilizando-se espatula, pincel. pistola trichter ou bor outros moles eauivatontes, tende-se.o Cuidado de preencher bem fodas as cavidades ‘Uma camada entre 1e2 mm de espessura 6 suli- Clonte para promover @ aderencia. Nao dever ser adicionados solven- tes a0 produto, Limpeza: As lerramentas © materials utiizados devem ser limpos com solventes an- tes, da cura do produto. ApOs 0 materia tor encurecido, 50 podera se rel QAaD05 TECNICOS: Vide Gilt da mistura # 20°C (Pot-tife): 35 minutos Bihoras ” Cura final: 7 dios .6 kammimm de espessura Conuigdes de aplicagao: = 100 a + 30°C Consigees de utlizagse: — SOC a + 80°C Resie ‘S compressBo: 60 MPa apes 24h a 25°C. Resistencia & tragha na flexso: 0 Mba apes 24 h @ 25°C. ARMAZENAMENTO: Até 12 mesos apéa a data de fabricagsio em focal abrigado. resco @ seco nas embatagens originais @ int — INSTRUGOES DE SEGURANGA: SIKADUS® 32 pose causar iritagSee om pessoas com pele sensivel. Evi 1 @ Ingostéo do produto ou a inaiacso doe vapores por sie exalados. Fle Comendamos 0 uso de Toupas proietoras, kivas @ culos, Se o produto acidentaimante enirar em contalo com a pela, olhos @ mucosas, lavar com San tre em abundancia, Periainao a Wings procurm um medice OBSERVAGAO: A Sika dispde também das versdes COLMAFIX™ 32 (Baia Visessigade e Long Pot-Lile). Para malores inlormagées, consule nosso departamento técnico. p 7 — EMBALAGEM: Lala com 1 kg (A +B) 133

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