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Refletiremos neste capitulo sobre a dimensio ‘metodol6gi- ca’ da hermenéutica filoséfica e, mais especificamente, sobre 0 modo e 2 forma de acontecer, de efetivar-se, da experiéncia herme- néutica. Enquanto a experiéncia é dissecada e, no final, eliminada pelo método analitico, dialético sintético, no jogo e no circulo her- ‘menéutico é conservada e ampliada. 2.10 jogo como modelo estrutural da experiéncia hermenéutica [A filosofia nfo forma um sistema de conceitos opacos e fechados sobre si mesmo, mas constitui um jogo em dois niveis: de uma pparte ela 6 obra e sistema, pois todos os concelios se relacionam 1uns 20s outros de modo que cada um manifesta o todo, enquan- to, de outra parte este sistema permanece aberto, poisse relacio- 1a 208 atos do pensadare 20s eventos de sua vida, que ele dirige ilumina, se encarmando totalmenteem cada um. O filésofo nfo visa jogar somente para construir sua obra, masjoga também em. sua Blosofia, como 0 ator na pera de teatro’. Estamos justificando a hermenéutica filos6fica como uma espécie de teoria geral do saber - com principios emetodologia ade- quados -, tim discurso indiretamente ontolégico'. Em oposigio & me~ Boss, C., "Jeu et Philosophie”. Rene de Metphysique et de Morale, v. 88,1. 2, Tanw-Mars, 1979, p. 45. Ganvin,},"O discurso de losoiassteméticaexpetiéncias de Teiture einves tigagSes de estrutura”, in: Sunmpf, J. ot ali, Fosyfa ds linguagers. Colmbre: [Almedina, 1973, p.178.Compaeendemos melhor al pretensto lembrando a dis lingo: “odiretaenteontolégio Sdicetamenteconcotual, isto, mantém-se num tipo de rferéncia untériaSquilo de que tata, ao passo que 0 discurs inreta- mente ontolégca, muito embora deva, no fim de contas, ser objeto de inteligtncia concetual, coordena, em vista esse tipo de referéncia unitiria, outtostipas de referénciaciferentes, que corespondam 2 invocasio das diversos experincias {que Intende interprets (.) Serd por conseguinte, uaa mira intencional doe for dodiseurso divetamenteonteldgcy, 20 passoquea doleitor do discursoinire- lantenteontoligico devers sr, simultaneamnente oe miltpia— maitipa, para Hermentutica filoséfica lil tafisica e & ontologia greco-moderna podemos afirmar que a her- menéutica é um pensiero debole ou um discurso indiretamente ontold- et fad em nennum avo no gual tein.) O mov renfo, que é 0 ogo, nfo possui nenham alvo em que termine, tas renovare em permanente replgio,O movirnento de val vvém 6 obviamente tao central para a determinagao da natureza do jogo que chega a se indiferente quem ou o que execute esse rovimento. £0 ogo que sjogado.ou que sedesenrola comojogo (sigh abspelt) nisso ~ no hé um suet Fxo que ese jogando ali. Por isso, este ir e vir ndo pode ser pensado como movi- mento circular vicioso. A dimensao teleolégica ~ de progresso ou retrocesso — 6 superada pela experiéncia do jogo, o que pode ser problemstico quando transposto para o campo mais estritamente filos6fico-conceitual. Nao é possivel fixar esse movimento con- ceitual. No deus Hermes da mitologia grega encontramos esta ca- racteristica: ele vai e ver entre o finito e 0 infinito, entre os ho- mens e os deuses, transportando a mensagem destes para aque- les e vice-versa. (© vaivém pertence de tal forma ao jogo, que impossibilita qualquer um de jogar isoladamente. Imagem representével, p. ex, no “‘jogo das luzes’, ou o ‘jogo das ondas’, onde ha um tal ire vir constante, um vaivém, isto é um movimento que nao depende de 79 Gronsin 1, HW, p. 108 80 Gadamer, H.G,, WMI. GW1, 309. Hermendutica Blosofica tum objetivo final do movimento”. Porém hi a idéia de télos; 56 que este nao pode ser conhecido. Dai por que o jogar constitui-se dina- mica incessante: uma teleologia sem teles predeterminado ou exter- no to proprio proceso de conhecere de saber. A abertura como principio da experiéncia se contrapée ao movimento teleoldgico ne- Pineipioda exp ipBe ao movimento teleol6gico ne- Nao desaparecem no comportamento hidico todas as rela~ ‘c6es-fim, que determinam a existéncia (Desein), mas nele elas per- ‘manecem em suspenso. Quem joga sabe que o jogo é somente jogo. jogar cumpre sua finalidade quando aquele que joga entra no jogo, ¢, caso nao o leve a sério, torna-se um desmancha-prazeres. Assim, “o modo de ser do jogo ndo permite que quem joga se com porte em relagao ao jogo como em relacio a um objeto. Aquele que joga sabe muito bem o que é 0 jogo e que o que esté fazendo é ‘ape- ‘nas um jogo’, mas ndo sabe o que ele ‘sabe’ nisso”". O fato é que nao é possivel demonstrar 0 jogo independentemente do jogador vice-versa, o que também vale para a experincia, para linguagem por a lost BIEL etesietettt Nalinguagem, “é dbvio que o sujeito genuino do jogo nao 6 a subjetividade de quem joga também sob outras alividades, mas 0 préprio jogo”, pois quem procura pensar a linguagem jé se move sempre além da pura subjetividade. Ora, a concepgéo de horizonte corrobora isso, pois nele o ser humano busca seu lugar enquanto su jeito, com uma diferenca, porém: 0 proprio jogo nio acontece sem 0 jogedor, ao passo que 0 horizonte existe, num certo sentido, inde- pendentemente dele. 1, 0.)080 deve ser compreendido como um processo medial, “ndo tem seu ser na consciéncia ou no comportamento do jogador, mas alrai este & sua esfera e preenche-o com 0 seu espiito, O joga. dor experimenta o jogo como uma realidade que o ultrapassa”*.O drama cultual ou profano, ainda que o que representa sejaum mur do “completamente fechado” em si mesmo, est aberto, por um 16, AbSeh,p. 118. Te, VMI GW, p. 107 1, bid, p. 110. Tea, p. 115, Page 142 Luiz Rohden lado, 20 espectador. Por outro lado, sem o espectador ele nao alcan- a'seu pleno significado e sentido. Compreendemos melhor a impossibilidade de dominar 0 jogo, por exemplo, pela experiéncia segundo a qual “o ser da arte no pode ser determinado como objeto de uma consciéncia estética, porque, 20 contrério, o comportamento estético € mais do que sabe desi mesmo. E uma parte do processo do ser da representagio e perten- ce essencialmente a0 jogo como jogo" sendo impossivel objetifi- céelo, £0 caso do espectador, que diante do desenrolat de um dra- ma, compreendendo-o, compreende-se. A hermenéutica “pressu- poe que em toda compreensio de algo ou de alguém se produz uma autocritica. O que compreende nao adota uma posigao de superiori- dade mas reconhece a necessidade de se submetera exame a supos- ta verdade propria”. Dat porque afirmamos que 0 auténtico saber é sempre auto-implicativo, 6 uma experiéncia, mais que um ato des- critivo asséptico. Do ponto de vista ontol6gico, a concepcao de jogo fica em aberto, no sentido de que nao trabatha nem culmina em comceitos ou sistemas definitivos e absolutos. E o caso da experiéncia estética em que acontece um jogo entre a obra de arte em “si mesma”, ojoga- dore aexperiéncia que nasce desse jogar. Percebe-se que nessa rela- 40 tripolar ~ uma terceira margem —, no bipolar como ocorreu com o conhecimento (sujeito-objeto) ao longo da historia, noha so- breposicéo de um dos pélos sobre as demais. Nao ha dominio de sum aspecto sobre outro, de modo que néo apenas sabemos mais, mas sabemos de outro modo ao fim do jogo. No jogo estético ou histético,o sentido da obra dearte ou da historia nao ¢ determinado pola subjetividade transcendental mas instaurado a partir do jogo-entre quem percebe e o que € percebido. Seu telos nao precede nem esta predeterminado, mas ele mesmo existe enquanto experiéneia; cle “tem sua natureza propria, inde- pendente da consciéncia daqueles que jogam™. S Tid p12. Md, HeKF, p. 116, 1d, VMI GW, p. 108. Hermentutica filoséfica “sujeito do jogo nao s20 os jogadores, porém 0 jogo, atra- vés dos que jogam, simplesmente ganha representacao”™. O jogo compée-se de uma realidade dupla: por uma parte, comporta re- gras absolutas, ¢, por outra, exige que seja jogado; por urna parte, é fenomenolégico no sentido que se parte do que esté af e, por outra, joga-se com as regras que Ihe so préprias. © jogo implica sempre correr um risco, © que constitui um de seus atrativos. A natureza do jogo se reflete no comportamento hidico: “Todo jogar é um ser-jogado. O atrativo do jogo, a fascinacio que exerce, reside justamente no fato de que o jogo se assenhora do jogador™. O risco € jusiamente o que mostra a a-teleologia do jogo ou uma teleologia que se presentifica no ato mesmo de jogar; nesse sentido, nao é uma teleologia transcendental, abstrata nem a-hist6- rica. Dentro do préprio jogo ha um telos, uma dinamica atuante. A gstrutura de ordenagto dojogo faz com que ojogadior explicit for gando. Deste modo, “o verdadeiro sujeito do jogo (..) nao 6 ojoga- dor, mas o pr6prio jogo. £ ojogo que mantém o jogador a camino, que 0 enreda no jogo e que o mantém em jogo”™. Ao afirmarmos que 0 jogo nao é reconstrufdo “a partir da consciéncia ou do com- portamento intencional do jogador, mas a partir da perspectiva do jogo mesmo, que parece se apresentiar como aspecto trans-subjetivo dos varios atos de falar, pensar ou agir dos participantes™’, transfe- rimos a absolutidade da subjetividade moderna para a objetividade da prépria coisa e para o acontecer do jogo mesmo. Gadamer deslo- cou o peso que a modernidade conferira a subjetividade para a pas sio da obra de arte, da histéria, da linguagem, da tradicao sobre a subjetividade. __ Com o jogar da experiéncia estética se “supera de maneira convincente a transposicao (Uibertragung) de um modelo de teoria de conhecimento, que contrapunha bruscamente o sujeito 20 objeto do conhecimento, para a experiencia estética a favor de um pensa- Ie ibid bie, p. 102, Ibig.p.122, Keiglet, HH, op. cit, p46 144 ‘Luiz Rohden mento dialégico-participativo: arte & somente arte porque ela nos tem algo a dizer”. Encontramos, exemplarmente, a dimenséo de participacao, na apresentagio das tragédias gregas ou no jogo cul- tual, ‘© modelo estrutural do jogo mostra que nele todos sto co-jogadores. O mesmo vale para a exigéncia da obra de arte, onde no ha separacao entre a obra de arte propriamente dita e aquele que a experimenta. No jogo da cultura “ler nao é somente soletrare ler uma pelavra apés outra, mes significa, sobretudo, realizar o per- manente movimento hermenéutico que € dirigido pela expectativa de sentido do todoe que, ao final, se realiza apartir do individuo na realizacéo dosentido do todo”. Trata-se de um jogo de movimento de distanciamento e apropriacdo, para falar em linguagem ricoeuri- O jogo, para que ocora, precisa ser jogado, o que constitui uma ago. Mostra-se assim que, na estrutura do jogo, o que esté em jogo é a prépria humanidade agindo, e nao apenas abstraindo ou conhecendo. O jogo como modelo estrutural da hermendutica filo- séfica sustenta que s6 “faz” filosofia quem filosofa, quem se envol veno processo mesmo do filosofar, experienciando-se nese proces- so, confrontando-se consigo e com a histéria. Por isso, com raz8o, Kant pode afismar que nao se aprende filosofia, mas se aprende a fi- losofar. Sé filosofa quem se joga na filosofia, s6 experimenta quem se experiencia, s6 faz hermenéutica quem se joga e se confronta com o sentido (seu e do texto), $6 filosofa quem vivencia 0 pathos da ad- miracio. O jogo exige sempre um jogar-com (mit-spielen), 0 que vale ‘também para a experiéncia da obra de arte, Ao olhar uma crianca, “acompanhé-la em seu jogo”, efetiva-se uma participacio por parte de quem a observa. O espectador, neste caso, é mais que um obser- vador, pois toma parte do jogo; e nesse sentido se diz que 0 jogo é um agir comunicativo. No culto, hd uma representacdo para 2 comunidade que, concomitantemente, pede a participacso do espectador. Na repre- 92 1, iid, p44 98 Gademer, HG, A’Sch p. 119, Hermendutica filoséfica sentacdo de Deus ou no mito, “os jogadores participantes, por assim dizer, revelam-se no jogo representativo, encontrando nisso, inten- sificada, sua auto-representacio elevada, ultrapassando-se, saem de si para adentrar no fato de que 0s atores representam uma totali- dade de sentidos para o espectador”™. Os atores “executam” seu jogo para alguém, e embora eles representem seu papel em qual- quer jogo, este constitui-se pelo conjunto de atores e espectadores.. ‘A experincia da obra de arte no pode ser desligada da contin- géncia das condicées de acesso a ela por parte do ator edo especta- dor. Na opiniao de Kogier, Gadamer acentua, com razo, que na experiéncia com a arte acontece mais do que somente uma formasioe aperfeicoamento do gosto subjetivo queexamina a distancia, Obras de arte que se tornam signifieativas para nds nos tocam, antes, de modo espe- fal e desafiam as nossas maneiras de ver, pensar e senti habit als, referindo-se assim em seu eftito aa tode de nossa vida. Ga- darner exprime esse fenfmeno por meio da canceito de ser tora do pela arte; que nos sucece em uma experiéneia verdadeira ¢ ‘comovedora com obras auténticas dearte sempre jd prendeu (er- {fasser) uma parte de nés mesmos, relaciona-se — $6 assim se ex- plica o seratraido (hineiagezogen) eo ser tocado pela experiencia estétiea ~a0 nosso modo de vida de modo aprofundador ¢ eri Desse ponto de vista, a estrutura e a efetivacso do jogo de experincia da obra de arte é que justifica uma compreensio mais amplae auténtica do conceito de verdade. A verdade é compreen. dida como um acontecer em movimento, e desse modo ela nto deve ser compreendida como produto da actio humana. Neste €280, “0 conceito de passio 6 mais adequado. No dominio da arte este importante conceito adquire uma dupla aplicagio: por um lado pode ser aplicado ao artista ~0 ato poético é mais um ‘pade- cer’ que um agir; por outto lado a experiencia do obsercador tam- 94 Ta, Yael Gui, p. 116 98 Koglee, HL op. cit, 40-4 146 bém precisa ser compreendida como pathos”. Com isso, afirma- ‘mos que o saber filos6fico 6 fruto da actio e da passio humana, da subjetividade modema e da objetividade grega, da liberdade e da “coisa-em-si". O fundamental na hermen@utica € que “todo jogo é um ser jogado”, cuja experiéncia ocorre exemplarmente na obra de arte, “a ‘obra nao visa desde 0 comeco um objetivo, simplesmente quer ser apresentada. Mas 0 apresentar s6 existe para quem se deixa envol- ver no jogo da obra de arte”. Quando jogamos, abandonamo-nos a um universo de sentido que nos revela um novo mundo, amplian- do e/ou retificando o nosso. Quem joga é transformado; os atores ou 0 dramaturgo, por exemplo, na representacao “nao mais exis- tem, mas tio-somente o que & jogado (representado) por eles”, ‘Ha uma transcendéncia no interior do jogo, intrinseca nas cetiménias fiinebres, por exemplo, que nada mais sé0 que uma ten- tativa de transcender e eternizar a propria vida: Centerro dos mortos, 0 culto dos mortos e todo 0 laxo imenso dearte de mortos, de oferendas é um reter do efémero edo que escapa, por melo de umanova permanéncia propria. Isso agora sme parece ser 0 passo para a frente que damosa partir do todo das nossas deliberagées, de que nZo somente denominamos o cardter de exeesso do jogo como a verdadeira base para anossa celevasio criativaa arte, mas zeconhecemos como motivo antro- poldgico mais profundo por tras disso aquilo que separa 0 jogo do ser humano e principalmente o jogo da arte de todas as for- mas de jogo da natureza eo distingue diante delas. Ele outorga Annatureza de ser do jogo € a de auto-representacio; ¢"(..) 0 entregar-se & tarefa do jogo é, na verdade, utn colocar-se em jogo. A auto-representacao do jogo faz, a0 mesmo tempo, que 0 jogador al- cance sua prépria auto-representacao enquanto cle joga algo, isto é, representa’. A representacéo deve ser reconhecida como modo 9% Grondtin, J, HW p. 107. 97 VA, Did, HW, p. 108 98 Gaderer, VMI,GW1, p17 9. Ta, AkSch, p. 137. 100 Gadamer, H-G, VME. GL, p. 113-116 Hermendutica filoséfica préprio de ser do jogo, em que o que 6jogado, ao representar-se, di- rige-se ao e integra 0 espectador em seu movimento. Oespetdculo teatral e a obra de arte “nao s4o um mero siste- ma de regras ¢ de prescricdes comporlamentais, no ambito das quais 0 jogo (espetéculo) pode se realizar. O representar de um es- ppetéculo no quer ser entendido como uma satisfagio de uma ne- cessidade hidiea, mas como um entrar na existencia da propria poe sia’, A experincia hermenéutica acontece no jogo representacio- nal entre o ser € 0 vir-a-ser, representando-se. 0 jogo enquanto ca- minho, que sobe e que desce, da hermenéutica filos6lica, no consti tui um mundo substitutivo no quai esquecemos ou sublimamos nossos problemas. Antes, como no jogo da arte, ele se constitui em. “am espelho que ao longo dos milénics sempre de novo aparece diante de nés, no qual nés mesmos nos enxergamos— com freqitén- ia bestante inesperadamente, com freqiiéncia bastante estranha- mente ~ como somtos, como poderiamos ser, o que acontece conos- co”. Diferente da proposta epistemolégica dos jogos de lingua- gem de Wittgenstein, 0 jogo—énquanto modelo estrutural, metodo- logia propria da hermenéutica filoséfica — conserva ¢ integra a con- lingencia, a liberdade, a historia com suas regras pr6prias. Ojogo nao é tanto o oposto da seriedade, ejustamente “por que nao é simples liberdade de arbitrariedade e de excesso cego da natureza, o que se encontra diante de nés nas realizacées criadoras da arte, (0 jogo) pode penetrar todas as ordens da nossa vida social, através de todas as classes, ragas, niveis de formacao. ~ Pois estas

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