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NOVAS CRIATURAS,

PARA UMA NOVA CRIAÇÃO!

SENTIDOS DE UM PERCURSO

DINÂMICA PASTORAL PARA A QUARESMA – PÁSCOA 2008


INTRODUÇÃO PARA OS CATEQUISTAS
Estimados catequistas. Esta proposta foi realizada por um grupo
de sacerdotes, que habitualmente se reúnem, às quartas-feiras,
em Amarante (São Gonçalo), para preparar a Homilia e partilhar
reflexões e vivências pessoais e pastorais.
A dinâmica proposta centra toda a sua atenção na Eucaristia
Dominical. Para os catequistas, este texto é um desafio a criar,
em unidade com o pároco, um diálogo entre catequese – família –
comunidade cristã.
Tudo não está feito… a dinâmica não se apresenta para os
centros catequéticos como um “pronto-a-vestir”, ela é um ponto
de partida para criar e recriar um projecto em unidade com o
Espírito.
O material apresentado está dividido em dois ficheiros: o
primeiro, oferece uma dinâmica litúrgica e o segundo, textos de
apoio para a reflexão do catequista como enriquecimento pessoal
que possibilita a partilha com o grupo.
Importa recordar alguns elementos importantes:
1- A catequese deve seguir o tempo litúrgico e atribuir à
dinâmica pascal a importância que ela tem, como mistério
de fé e iniciação à vida cristã. A MENSAGEM, que em breve
chegará às vossas casas, pode ajudar neste sentido.
2- A Experiência pascal não se esgota na Quaresma, o
grande desafio é continuar a experiência de conversão
numa descoberta gozosa da vida “embebida” da força e
alegria pascal, como oportunidade especial de “espera” do
Pentecostes que celebra e torna eficaz a presença e acção
do Espírito. Só nELE podemos dizer e viver a suprema
relação que nos faz ser no “PAI”.
3- A catequese por si só não pode iniciar à vida cristã. É
indispensável criar pontes entre a comunidade, a vida
quotidiana e o percurso catequético; é o que pretende este
percurso quaresmal e pascal.
4- A sintonia com o sacerdote e a comunidade é um
elemento imprescindível para a celebração e a vivência
em comunidade dos grandes tempos litúrgicos.
O SDEC -
Porto
DINÂMICA QUARESMAL - E
PASCAL
“Novas criaturas, para uma nova criação!
Sentidos de um percurso”

No Ano do Planeta Terra, e tendo em conta as múltiplas e


recentes referências do Papa Bento XVI, às questões
ecológicas, quisemos traçar para esta Quaresma e Tríduo
pascal, um percurso, com sentido, aqui desenvolvido em todos
os sentidos.

Este percurso, partirá do uso e da simbologia subjacente aos


elementos naturais, passará para iluminação do seu
significado cristão (bíblico, eclesial, sacramental), até
possibilitar à pessoa a renovação da sua vida e, a partir daí, a
recriação da vida do mundo.

A ordem nova, de uma nova Terra, será sempre fruto da Vida


do Homem Novo. O desequilíbrio ecológico evidencia a
necessidade de uma «ecologia espiritual», que permita ao
homem, compreender a Criação, como dom e tarefa. Para
chegar aí, o homem há-de procurar pôr em ordem a sua
própria vida, educando os sentidos, para a abertura, para o
diálogo, para a comunhão com Deus, com o próximo, com a
Criação. A nova criação não poderá emergir sem a nova
criatura. Por isso o lema desta Quaresma podia resumir-se
assim: “Novas criaturas, para uma nova criação! Sentidos de
um percurso”.

Esses “sentidos”, têm a ver não só com as dimensões que


queremos explorar, e que vão da ecologia à mistagogia,
passando pela cristologia, mas também com a abertura dos
cinco sentidos à fé, que importa provocar em tempo
quaresmal e celebrar em tempo pascal.

Para alcançar esta meta e porque queremos envolver pessoas,


família, catequese, comunidade, destacaremos alguns pontos
de referência, para cada Domingo e respectiva semana:
Elementos naturais

Basicamente, serão “elementos naturais”, como a terra, a


cinza, as pedras, a água, o pão, o vinho. No “Ano do Planeta
Terra”, o recurso aos elementos naturais ajuda a redescobrir a
sua utilidade, a sua necessidade, a sua simbologia, a sua
relação com a nossa vida humana e cristã.

Estes elementos transformados em símbolos podem ser


adquiridos pelos próprios ou fornecidos pela comunidade, que
disporá deles, sempre em grande número, para os fiéis
levarem consigo.

Em troca, a comunidade receberá uma pequena oferta


monetária. Esta oferta, Domingo a Domingo, assumirá o valor
de um contributo penitencial, com destinatário a definir.

A preparação, aquisição, distribuição ou venda destes


símbolos, pode ser dinamizada por diversos grupos paroquiais
e/ou de catequese, envolvendo activamente toda a
comunidade.

Eis alguns dos materiais a elaborar, adquirir, distribuir,


vender… pelos diversos grupos paroquiais e de catequese:

1- Tabuleiro (IV Domingo Comum)


2- Cinza para espalhar sobre a Terra! (I Domingo)
3- Três pedras brancas (II Domingo)
4- Cantarinho para a água (III Domingo)
5- Bolbo de planta / flor de Páscoa (IV Domingo)
6- Fita de gaze a pintar com mercúrio (V Domingo)
7- Perfume a levar ao doente (V Domingo)
8- Ramos de oliveira e outras árvores (Ramos)
9- Jumentinho e jumentinha para a Procissão (Ramos)
10- Saquinhos de farinha de trigo (2º ano na Quinta-Feira
Santa)
11- Garrafinhas de água (crianças na Quinta-Feira Santa)
12- Garrafinhas de vinho (adultos na Quinta-feira santa)
13-Jardim completo (sexta-feira santa)
Gestos Litúrgicos:

Através de uma palavra, de um gesto, de uma oração de


bênção, é dado o significado cristão ao elemento simbólico a
valorizar. Estas Orações podem, e devem, inspirar-se no Ritual
das Bênçãos, nos Rituais dos Sacramentos, nas Leituras
bíblicas de cada Domingo, nos próprios Prefácios da Missa, de
onde se recolhem as ideias-força, para a pregação e temática
de cada Domingo e respectiva semana. Serão elaboradas,
semana a semana.
Ideias-força, para cada Domingo e respectiva semana:

Trata-se de colocar, desde já, neste texto, as bases de reflexão


(homilética e catequética) que justificam a temática e a
escolha do símbolo, de acordo com a Palavra de Deus, de cada
Domingo. Envio em anexo, alguns textos recentes de Bento
XVI relacionadas com a problemática ecológica.

Compromisso com sentido e consentido

Cada semana, há um compromisso concreto, que pode ser


diversificado conforme o grupo etário. Pode ser um
compromisso individual, familiar ou comunitário. Nesse
compromisso, está em jogo um dos cinco sentidos, de modo
que o tempo quaresmal, à imagem de alguns ritos finais do
catecumenato, proporcione a abertura dos cinco sentidos.

Na Liturgia, apreciamos os cinco sentidos, cuja função é


orientar o significado. Mediante os sentidos, não só captamos
o mundo das pessoas, como exprimimos a nossa experiência
pessoal. A fé depende dos sinais e o conhecimento (também o
de Deu) começa sempre pelos sentidos, órgãos do espírito
humano

Bibliografia:
CASIANO FLORISTAN, Celebraciones de la comunidad, Ed.
Sal Terrae, [Ritos y Símbolos, 30], Bilbao 1996, 98-100.
IV DOMINGO COMUM A
“DOMINGO GORDO”

A dinâmica desta Quaresma exige alguma atenção, na


preparação, aquisição e distribuição dos elementos naturais e
dos materiais, “transformados” depois em símbolos. Assim
por exemplo, já no “Domingo Gordo”, é preciso elaborar ou
preparar um Tabuleiro, que servirá como uma espécie de
base de um Jardim de Páscoa, ao longo da Quaresma e que,
na Visita Pascal, aparecerá como elemento decorativo e
celebrativo na casa de cada família. Esse tabuleiro pode ser de
barro, de metal, ou mesmo uma simples caixa de sapatos ou
de camisa, revestida interiormente por um plástico de cor
escura. Estes tabuleiros ou estão disponíveis para
distribuição / venda na comunidade, ou os fiéis deverão
arranjar em casa um tabuleiro.

Aviso no Domingo Gordo (IV Domingo Comum)

Neste Domingo, os fiéis serão alertados, para a necessidade


de trazerem no Domingo seguinte (I Quaresma) esse tabuleiro,
cheio de terra: terra do jardim de casa, terra de algum campo
ou monte ou caminho mais próximo. É importante que esta
terra, tenha alguma relação com a vida da pessoa ou da
família.

Bibliografia para estudar os símbolos:

HERCULANO ALVES, Símbolos na Bíblia, Difusora Bíblica, Lisboa


2001 Água, 19; Mar, 215; Montanha, 231; Sol, 367; Perfumes,
319; Árvore, 51; Maná, 199; Pão, 271; Vinho, 431 (Recolhe
vários artigos de Simbologia publicados na Revista Bíblica);
BENTO XVI - JOSEPH RATZINGER, Jesus de Nazaré, Esfera dos
Livros, 2007 [sobretudo o capítulo VIII: as grandes imagens
joaninas: a água (302); a videira e o vinho (313); o pão (311].
1º DOMINGO DA QUARESMA
CULTIVAR A TERRA COMO UM JARDIM

• 1ª leitura: “O Senhor Deus plantou um jardim no


Éden, a Oriente, e nele colocou o Homem que
tinha formado”
• 2ª leitura: “Por um só Homem entrou o pecado
no mundo e pelo pecado a morte”
• Evangelho: “Jesus foi conduzido pelo Espírito
Santo ao deserto”!

ELEMENTO SIMBÓLICO:
Os fiéis (um por família) trazem para a Missa o seu tabuleiro,
cheio de terra. Essa terra foi recolhida do jardim, do campo, do
monte, do caminho… ou de qualquer lugar significativo da
vida das pessoas. Não importa. Toda a terra que o Homem
pisa é sagrada. Este tabuleiro foi-lhes entregue no Domingo
anterior ou arranjado pelos próprios em casa; será
conveniente ter um ou outro tabuleiro de reserva, a fim de o
disponibilizar, para aqueles que se esqueceram ou foram
apanhados desprevenidos, na celebração dominical.

GESTO LITÚRGICO:
Procede-se, na celebração, à bênção da Terra. Sobre a Terra, é
colocada, pelo Presidente uma pequena porção de Cinza, que
foi objecto de bênção na Quarta-feira de Cinzas. O Presidente
pode escolher o momento litúrgico que julgar mais adequado
para esta “imposição da Cinza” sobre a terra do Jardim.

IDEIAS-FORÇA:

Deus confiou ao Homem a Criação, como um “Jardim” (1ª


leitura). Mas o pecado, que entrou no mundo, por um só
homem (2ª leitura), afecta não apenas a relação do Homem
com Deus e com o seu próximo, mas reflecte-se também na
sua relação desordenada, egoísta, “exploradora” com a
Criação (1ª Leitura). “Os desertos exteriores multiplicam-se no
mundo, porque os desertos interiores tornaram-se tão amplos.
Por isso, os tesouros da terra já não estão ao serviço da
edificação do jardim de Deus, no qual todos podem viver, mas
tornaram-se escravos dos poderes da exploração e da
destruição” (Bento XVI). Não podemos usar e abusar do
mundo e da matéria como de um simples objecto da nossa
acção e da nossa vontade; que temos o dever de considerar a
criação como um dom que nos foi confiado não para a
destruição, mas para que se torne o jardim de Deus e assim
um jardim do homem. Temos esperança de que é um projecto
viável. Sobre as cinzas, pode renascer um mundo novo. A
cinza não é apenas o símbolo da destruição, mas também
“fertilizante” de uma terra, que se tornará mais fecunda.

UM COMPROMISSO COM SENTIDO E CONSENTIDO

Valorizaremos nesta primeira semana o sentido do “tacto”


através do contacto com a Natureza. Aprender a cuidar da
Terra, como autêntico “jardineiro”. A proposta é a de reservar
algum tempo ao cuidado de um vaso, ou de um jardim ou de
um espaço verde, privado ou público, valorizando o trabalho
manual. Pode ser o jardim da casa, da Escola, do Bairro, da
Freguesia… Este gesto, deverá ser acompanhado de uma
Oração adequada, feita em família. Na tradição cristã, o
trabalho agrícola e manual adquire um significado mais
profundo, tanto em virtude do esforço e das dificuldades que
ele exige, como também porque ele oferece uma experiência
privilegiada da presença de Deus e do seu amor pelas suas
criaturas.

O próprio Cristo recorre a imagens do campo para falar do


Reino mostrando deste modo um grande respeito por esta
forma de trabalho. A ordem da criação exige que se dê a
prioridade àquelas actividades humanas que não causam um
prejuízo irreversível à natureza, mas que, ao contrário, se
inserem no tecido social, cultural e religioso das diversificadas
comunidades. Desta maneira, alcança-se um equilíbrio sóbrio
entre o consumo e a sustentabilidade dos recursos.

Bibliografia: Há vários números da Revista Bíblica, com a


temática da Terra.
• ACÍLIO MENDES, Nossa Irmã, a Mãe Terra, Ano 53
(Maio-Junho 2007), n.310, 30-31
• ARIEL ÁLVAREZ VALDÉS, O Mundo foi criado duas
vezes, Ano 54, (Janeiro–Fevereiro 2008), n.314, 11-16
• ARMINDO VAZ, Ecologia e criação à luz de Génesis 1,
Ano 49 (Janeiro-Fevereiro 2003), n.284, 35-40
• ARMINDO VAZ, Origem da Terra, Mito e fé, Ano 50
(Janeiro –fevereiro 2004), n.290, 36-42.
• HERCULANO ALVES, Deus, Pai, Criador do Céu e da
Terra, Ano 45 (Julho –Agosto 1999), n.263, 13-36
• HERCULANO ALVES, A Terra na Bíblia, Ano 50, (Março-
Abril 2004), n.291, 83.88
• LOPES MORGADO, A Criação como tarefa, Ano 36 (Julho-
Agosto 1990), n.209, 33-47
• LOPES MORGADO, Irmã e Mãe Terra, Ano 42 (Julho –
Agosto 1996) n.245,1-2
• BENTO XVI - JOSEPH RATZINGER, Jesus de Nazaré, Esfera
dos Livros, 2007, 55-78 (sobre as Tentações); 57-58 (sobre
o deserto e jardim) sobre a terra (120-122); 130-131
(sobre fome e sede); 349 (pão e palavra)

2º DOMINGO DA QUARESMA
SUBIR À MONTANHA!

• 1ª Leitura: Deixa a tua terra! A Terra


Prometida
• Evangelho: Levou-os em particular a um alto monte!

ELEMENTO SIMBÓLICO:
Os fiéis podem receber da comunidade, no final da Missa, ou
mesmo antes, no Ofertório, “três pedras” brancas. É possível
também desafiar as pessoas e famílias a ir e “subir ao monte”,
e aí procurar “três pedras brancas”, que recordarão a
experiência de luz, no monte Santo da Transfiguração, vivida
pelos três amigos mais íntimos de Jesus.

GESTO LITÚRGICO:
Em algum momento, estas “pedras” podem ser apresentadas,
com a ajuda de um texto narrativo explicativo ou de uma
oração, em jeito de prece e louvor. Essa oração deve ser
entregue aos fiéis, com as pedras, de modo a poderem-na
fazer, em casa ou na sua ida à montanha! Este texto de uma
célebre música de Roberto Carlos pode inspirar um momento
de oração.
“Eu vou seguir uma luz lá no alto
Eu vou ouvir uma voz que me chama
Eu vou subir a montanha e ficar bem mais perto de Deus e rezar
Eu vou gritar para o mundo me ouvir e acompanhar
Toda a minha escalada e ajudar a mostrar
como é o meu grito de amor e de fé”

IDEIAS-FORÇA:

O monte não é uma inutilidade ou um desperdício do Criador,


que importa abater ou ocupar a todo o custo. O monte não é
terra de ninguém, lugar do lixo e da destruição. O respeito
pelos “montes”, pela sua vegetação, pela sua caça, é
fundamental para o equilíbrio ecológico, para o equilíbrio da
cadeia alimentar.

Mas o monte, pela sua altitude, proporciona a experiência


humana da proximidade com o «Altíssimo», com este Deus
“tremendo” e “fascinante” ao mesmo tempo, crucificado e
glorioso, tal qual nos foi revelado no Filho muito amado.

Todavia, a nossa caminhada presente é um processo de


“transfiguração”, até nos fazer chegar à “brancura” e à
“transparência luminosa” da santidade de vida ou da vida
nova da ressurreição. “É uma estrada muitas vezes estreita e
a subir, mas, se uma pessoa se deixar atrair por Jesus, é um
caminho sempre esplêndido, como um carreiro de montanha:
quando mais se sobe, mais se pode admirar do alto novas
paisagens, mais bonitas e mais extensas. Devemos
testemunhar, na Igreja e na sociedade, que esta vida santa é
bela. É verdade que exige empenho, mas conduz à verdadeira
alegria” (Bento XVI). As pedras, no monte, tanto servem de
apoio firme, como de tropeço e queda. “Ao que sair vencedor,
dar-lhe-ei uma pedra branca; na pedra branca estará gravado
um novo nome que ninguém conhece, a não ser o que a
recebe» (Ap.2.17).

UM COMPROMISSO COM SENTIDO E CONSENTIDO


Subir ao monte, não é, primeiramente, um exercício físico. É
sobretudo um exercício espiritual, que culmina no silêncio da
contemplação, donde brota a Palavra amorosa de Deus. Esta
semana, “subir ao monte” pode ser uma proposta “real” e
“espiritual”, simultaneamente, como pode ser apenas um
desafio “espiritual” de isolamento, de “deixar a terra rasa” de
todos os dias, para subir até às alturas de Deus.

Essa montanha pode estar dentro de casa, como dentro de


nós: “corações ao alto». O sentido a activar nesta semana
é o do ouvido. “Escutai-O”, é o convite mais radical no alto
do monte. Para isso, importa desafiar a viver um dia da
semana, sem telemóvel. Ainda bem, que em alguns sítios
do monte, não há rede! Pode dar-se aos fiéis, a citação bíblica
de uma frase do Evangelho, que devem procurar e mandar por
SMS a três amigos mais íntimos.

Aviso:
Na próxima semana, trazer um “cantarinho”, para levar água.
Ou vir prevenido para levar da Igreja um pequenino cântaro.

Bibliografia:
FREI MANUEL RITO, O Povo das montanhas, in Revista
Bíblica, ano 54, (Janeiro –Fevereiro 2008), n.314, 22-23

ABÍLIO PINA RIBEIRO, As montanhas da vida consagrada,


in Revista Bíblica, Ano 54, (Janeiro –Fevereiro 2008), n.314,
30-31.

BENTO XVI - JOSEPH RATZINGER, Jesus de Nazaré, Esfera dos


Livros, 2007, 383 (sobre o monte); 379-384 (sobre a
transfiguração)
3º DOMINGO DA QUARESMA
SACIAR-SE NAS FONTES DA VIDA!

• 1ª Leitura: Baterás no rochedo e dele sairá


água
• Evangelho: Sentou-se à beira do poço!

ELEMENTO SIMBÓLICO:
A água é um elemento originário da vida e por isso também
um dos símbolos primordiais da humanidade. A água é o
elemento da fecundidade. Sem água não há vida. E assim, em
todas as grandes religiões a água é vista como símbolo da
maternidade, da fecundidade.
A água oferece-se ao homem sob diversas formas e
consequentemente com diversas interpretações (pensemos
nas fontes e nas águas do rochedo, nos rios, no mar, no poço,
no lado aberto de Jesus) e temos aí um manancial riquíssimo
de significações. As pessoas foram convidadas, no Domingo
anterior, a trazer, para a celebração, um cântaro. A
comunidade pode ter, para venda e disponível, uns
pequeninos cântaros de barro, ou regadores. Com esse
cantado recordam a ida da samaritana e a sua sede junto ao
poço ou fonte de Jacob.

GESTO LITÚRGICO:
Em algum momento da celebração, talvez, no final, as pessoas
serão convidadas a passar pela pia baptismal e a encher de
água o seu pequenino cântaro. Essa água deverá ser levada
para casa, para “fecundar” a terra do jardim, que está em
preparação. A ideia é clara: “Como terra árida, a minha alma
tem sede de vós”! A Oração da Bênção da água baptismal (cf.
Ritual do Baptismo ou Missa da Vigília Pascal) tem elementos
suficientes para a mistagogia, que importa fazer a respeito da
água. Este cantarinho voltará a ser preciso, quando na Vigília
ou dia de Páscoa o trouxerem cheio de água, recolhida do
poço ou das fontes, para encher a pia baptismal.

IDEIAS-FORÇA:

A questão da água, o problema dos recursos hídricos, é hoje


bastante focado, pelos ecologistas e a Igreja tem sido porta-
voz fiel desta preocupação. Em 2007, numa mensagem escrita
por ocasião do Dia Mundial da Água, Bento XVI afirmava que
“a água é um direito inalienável", pedindo que todos possam
ter acesso a ele, "em particular quem vive em condições de
pobreza. O direito à água, como todos os Direitos Humanos,
baseia-se na dignidade humana e não sobre avaliações de tipo
puramente quantitativas, que apenas consideram a água
como um bem económico". Num período, no qual se fala da
desertificação e sentimos sempre de novo denunciar o perigo
de que homens e animais morram de sede nestas regiões sem
água neste período damo-nos conta da grandeza do dom
também da água e de quanto somos incapazes de o obter
sozinhos. O direito à água fundamenta-se na dignidade
humana e não em avaliações de tipo meramente quantitativo,
que consideram a água como um bem económico. Sem a
água, a vida é ameaçada. Portanto, o direito à água constitui
um direito universal e inalienável" (Compêndio da Doutrina Social da
Igreja, n. 485).

A importância da água e a sua simbologia natural (associada à


ideia de fecundidade, purificação, vida e regeneração), bem
como toda a sua “história bíblica” dão-nos elementos mais que
suficientes, para passar da questão ecológica, à dimensão
bíblica, cristológica e baptismal.

Mas o evangelho, permite-nos ainda falar do pão e de outros


alimentos! “Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar
alimentos” (Jo.4,8)… A oração de apresentação dos dons,
qualifica o pão como fruto da terra e do trabalho do homem.
Nele está contida a fadiga humana, o trabalho quotidiano de
quem cultiva a terra, semeia e recolhe e finalmente prepara o
pão. Contudo o pão não é simples e somente o nosso produto,
uma coisa feita por nós; é fruto da terra e portanto também
dom. Porque o facto que a terra dá frutos, não é merecimento
nosso; só o Criador lhe podia conferir a fertilidade. O pão é
fruto da terra e, ao mesmo tempo, do céu. Pressupõe a
sinergia das forças da terra e dos dons do alto, isto é, do sol e
da chuva. Vemos o pedaço de Hóstia branca, este pão dos
pobres, como uma síntese da criação. Céu e terra, assim como
a actividade e o espírito do homem, concorrem.
UM COMPROMISSO COM SENTIDO E CONSENTIDO
Nesta semana, podíamos desenvolver o sentido do gosto ou
paladar, a partir do evangelho, onde a água e o pão, a sede e
a fome, a bebida e o alimento (os discípulos foram comprar
pão) são focados de maneira explícita a 1ª leitura e no
evangelho. A proposta para esta semana era de valorizar a
«água» e o «pão» na refeição, em detrimento de bebidas
doces ou dos bolos. Mediante o gosto, percebe-se o sabor da
comida e da bebida. Recordemos que o saber e o sabor
procedem da palavra “sabedoria”, percebida de dois modos:
como alimento e como conhecimento. No gosto, põe-se em
relevo a fome e a sede, necessidades primordiais do ser
humano, reveladas pelo evangelho da Samaritana. Diríamos,
quase, passar um dia desta semana, a «pão e água».
Necessidades primordiais do ser humano são a fome e a sede.

Bibliografia:
BENTO XVI - JOSEPH RATZINGER, Jesus de Nazaré, Esfera dos
Livros, 2007; 302-313 (sobre água); 61-62; 199-206 (sobre o pão);
130-132 (sobre a fome e a sede)

Aviso: Trazer na próxima semana o bolbo de uma planta, que


será a flor de Páscoa do Jardim que estão a preparar. Ou então
vir preparado para adquirir na Paróquia tal bolbo.
4º DOMINGO DA QUARESMA
PÔR-SE AO SOL E DEIXAR-SE ILUMINAR PELA LUZ DO MUNDO

• 1ª Leitura: Deus não vê como o homem; o


homem olha as aparências; Deus vê o coração!
• 2ª Leitura: Agora sois luz no Senhor!
• Evangelho: Os que não vêem ficarão a ver!

ELEMENTO SIMBÓLICO:
Nesta semana do “cego de nascença”, as pessoas serão
convidas a colocar, no escondimento da terra, o bolbo de uma
planta, que brotará como flor, pela Páscoa. A ideia é
semelhante “à do grão de trigo, lançado à terra”. Mas aqui
queremos reforçar mais a importância da luz natural, do sol,
para o embelezamento do “jardim”: uma beleza que se
anuncia e se prepara na humildade e longe da aparência. Este
bolbo pode ser vendido / distribuído no final da celebração. A
“receita”, como noutros casos, funciona, como renúncia ou
contributo penitencial.

GESTO LITÚRGICO:
Pode proceder-se à bênção das “sementes”, neste caso, dos
“bolbos” da planta, que germinará e florescerá pela Páscoa.
Há uma potencialidade de “vida invisível”, que se “esconde”
naquela “semente”. Mas que precisará da luz natural e do
calor do sol para germinar. A poesia-oração de S. Francisco,
conhecida também como «Canção do Irmão Sol», constitui um
admirável exemplo — sempre actual — da ecologia da paz.

IDEIAS-FORÇA:
Fala-se hoje do “buraco negro” e das substâncias que
empobrecem a camada de ozono, causando graves danos ao
ser humano e ao ecossistema. Nos dois últimos decénios,
graças a uma colaboração exemplar na comunidade
internacional entre política, ciência e economia, obtiveram-se
importantes resultados, com repercussões positivas sobre as
gerações presentes e futuras. Importa intensificar a
cooperação, a fim de promover o bem comum, o
desenvolvimento e a salvaguarda da criação, restabelecendo a
aliança entre o homem e o ambiente, que deve ser espelho do
amor criador de Deus, do qual provimos e para o qual estamos
a caminho (Bento XVI). Caso contrário, o homem fica “cego”
com o desejo voraz do progresso. O Evangelho põe em
confronto a visão e a cegueira e dentro desta, várias
cegueiras. O cego parece estar ali para fazer vir ao de cima a
pior cegueira dos que o rodeiam e não querem ver. A sua cura
desemboca numa confissão de fé. E só pela fé, se pode
esperar o que ainda não se vê. A ideia desta semana é
desafiar a ver por dentro, a ver à luz da fé, à luz da esperança,
à luz do amor, tudo o que nos rodeia.

UM COMPROMISSO COM SENTIDO E CONSENTIDO


Procuremos aprender a amar o que é invisível, pois só se vê
bem com o coração. Para ver melhor, é preciso fechar os
olhos. O sentido a explorar nesta semana é o da visão.
Ainda que o Novo Testamento dê uma grande importância ao
ouvir, nem por isso desdenha o ver e o olhar. Com os olhos,
comunicamos com os outros e através deles exprimimos
sentimentos. Deus fez-se visível. Os sinais de Jesus
descobrem-se vendo. Ver com os olhos equivale a contemplar.
Dito de outro modo, contemplar o rosto de Deus é
experimentar a sua proximidade, ainda que só o Filho tenha
visto o Pai. Os evangelhos relatam vários olhares de Jesus.
Importa aprender a olhar. Os crentes, puros de coração, verão
a Deus. São João une o ver e o crer. “Viu e acreditou”. “Porque
me vistes, acreditaste”…

Como proposta concreta, um dia sem televisão! Se estiver


bom tempo, propor que se esteja em oração, debaixo da luz e
do calor do sol. Ou então que o tempo da televisão, seja
trocado por uma atenção peculiar ao próximo, ou ao próprio
Deus, por que não?

Aviso: Trazer no próximo domingo, uma fita de gaze. Ou


então estar prevenido para a adquirir na comunidade.
5º DOMINGO DA QUARESMA
PARTILHAR A DOR E A ESPERANÇA DE TODA A CRIAÇÃO

• Evangelho: Maria era aquela que tinha ungido


Jesus com perfume!
• Evangelho: Já cheira mal!
• Evangelho: O morto saiu de mãos e pés
enfaixados, com ligaduras e o rosto envolvido
num sudário

ELEMENTO SIMBÓLICO:
Os fiéis deverão adquirir, em casa, na casa de algum doente,
ou disponível para venda, na comunidade, uma pequena fita
de “gaze”, usada no tratamento das feridas dos doentes, como
ligaduras. O desafio é levar essa “gaze” para casa, a fim de a
pintar com mercúrio. No Domingo seguinte, essa faixa deve
ser atada ao(s) ramo de Oliveira.

GESTO LITÚRGICO:
Poderia, eventualmente, proceder-se, na Missa Dominical, à
celebração do Sacramento da Unção dos Doentes. E / Ou levar,
no ofertório, alguns rolos de “gaze”, usadas no tratamento dos
doentes, com uma bênção adequada e uma mensagem clara:
“Seguindo o exemplo do Bom Samaritano, a Igreja manifestou
sempre a sua especial solicitude pelos enfermos. Através dos
seus membros individualmente e das suas instituições, ela
continua a estar ao lado dos que sofrem e a assistir os
moribundos, enquanto procura salvaguardar a sua dignidade
nestes momentos significativos da existência humana” (Bento
XVI).
IDEIAS-FORÇA:

Porque somos criaturas, e partilhamos com todos os


elementos da criação, a sua finitude e as consequências
funestas da desordem, originada pelo pecado, é inevitável
então experimentar o sofrimento. Aliás, como disse São Paulo,
“a criação foi sujeita à destruição, na esperança de que
também ela será libertada da escravidão da corrupção, para
alcançar a liberdade na glória dos filhos de Deus. Bem
sabemos como toda a criação geme e sofre as dores de parto
até ao presente. Não só ela. Também nós próprios gememos
no nosso íntimo, aguardando a adopção filial, a libertação do
nosso corpo” (Rom.8,22-23). Diante das múltiplas formas de
abuso da terra que hoje vemos, ouvimos como que o gemido
da criação, de que fala São Paulo (cf. Rm 8, 22); começamos a
compreender as palavras do Apóstolo, ou seja, que a criação
espera com impaciência a revelação dos filhos de Deus, para
se tornar livre e alcançar o seu esplendor. Queremos ser estes
filhos de Deus, que a criação espera, e podemos sê-lo porque
no baptismo o Senhor nos tornou assim. Sim, a criação e a
história elas esperam por nós, contam com homens e
mulheres que realmente sejam filhos de Deus e se comportem
de modo consequente. Como diz o Papa, na encíclica “Spe
Salvi”, “o sofrimento deriva também da nossa finitude;
eliminá-lo completamente do mundo não entra nas nossas
possibilidades, simplesmente porque não podemos
desfazer-nos da nossa finitude e porque nenhum de nós é
capaz de eliminar o poder do mal, da culpa que é fonte
contínua de sofrimento”. A vida humana tem limites
intrínsecos e, mais cedo ou mais tarde, termina com a morte.
Trata-se de uma experiência à qual cada ser humano é
chamado e para a qual deve estar preparado”.

UM COMPROMISSO COM SENTIDO E CONSENTIDO

O sentido a propor é o do olfacto. O bom odor tem relação


com o perfume. Ele é misturado no óleo da unção, com as
substâncias aromáticas. Jesus foi ungido e perfumado pela
mulher de Betânia, como sinal de ternura e de amor, de
consagração e de esperança. Todavia, o contacto com o
doente, o cheiro da doença, dos medicamentos, causa-nos, por
vezes, o mesmo repúdio de Marta: ”Já cheira mal”. Como sinal
da caridade cristã, propomo-nos visitar um doente, levando-
lhe um perfume, um óleo, um cosmético, à semelhança de
Maria, irmão de Lázaro, que ungiu Jesus ou, como as mulheres
que se dirigiam para o túmulo com perfumes, para ungir o
corpo de Jesus. Quando o sofrimento é compartilhado, no qual
há a presença do outro, este sofrimento é penetrado pelo
suave odor do amor!
Bibliografia: ABÍLIO PINA RIBEIRO, O perfume de Betânia,
in Revista Bíblica, Ano 52 (Setembro-Outubro 2006), 30-31

Aviso: Lembrar que:

1. Devem pintar com a cor do mercúrio a sua fita de gaze.


2. Podem pedir o mercúrio, em casa do doente, que visitaram,
trazendo essa marca da sua dor, para o Domingo de Ramos
e da Paixão do Senhor.
3. Devem atar essa fita ao Ramo de Oliveira
4. Podem trazer ramos de outras árvores, além ou em vez dos
ramos de oliveira.
DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR
TEMOR DO HOMEM, TREMOR DA TERRA

ELEMENTO SIMBÓLICO:
Os fiéis deverão trazer os ramos de oliveira e/ou de outras
árvores, que serão atados por uma fita de “gaze” que
entretanto foi pintada com mercúrio, durante a semana, na
visita ao doente. No regresso a casa, espalharão 14 folhas do
ramo de oliveira, sobre a terra do tabuleiro e com a fita
decorarão o próprio tabuleiro.

GESTO LITÚRGICO:
Próprio do dia: Bênção dos ramos, aclamações, procissão…
Como proposta nova, podia incluir-se na procissão a
participação ecológica do jumentinho e da jumentinha…

IDEIAS-FORÇA:
O Evangelho que se segue à bênção e precede a
Procissão de Ramos, descreve-nos um cenário, em que
parece que a criação se associa, de algum modo, à aclamação
do Redentor: os animais (a jumenta e o jumentinho), os ramos
de árvores, as pessoas, fazem «procissão», para aclamar
Jesus, o Filho de David. Também no presépio, onde se
desenhava já, na pobreza e na perseguição de Herodes, a
sombra e a espada da Cruz, estavam os animais. O
reconhecimento do Redentor faz-se gratidão ao Criador, com
os animais e as árvores presentes.

O Evangelho da Paixão conclui com a imagem de que “a


terra tremeu e as rochas fenderam-se”. O pecado, que no seu
extremo, conduz Jesus à morte, abala e afecta a criação
inteira. Ao lado do corpo morto de Jesus aparece o universo
inteiro lacerado e desfigurado pelo pecado. Hoje mais do que
nunca, por causa do abuso das energias e da sua exploração
egoísta e sem respeito algum! Uma vez, de maneira quase
profética, Anselmo de Cantuária descreveu antecipadamente
aquilo que vemos hoje num mundo inquinado e ameaçado no
seu futuro: «Tudo estava como que morto, tinha perdido a
dignidade para que tinha sido feito, ou seja, para servir
aqueles que louvam a Deus. Os elementos do mundo estavam
oprimidos, tinham perdido o seu esplendor por causa do abuso
de quantos os tornavam servos dos seus ídolos, para os quais
não tinham sido criados». Cristo veio para restituir à criação,
ao universo a sua beleza e dignidade. A terra é posta de novo
em ordem pelo facto de ser aberta a Deus, de obter
novamente a sua verdadeira luz, e, na sintonia entre querer
humano e querer divino, na unificação das alturas com a
realidade cá de baixo, recupera a sua beleza, a sua dignidade!
TRÍDUO PASCAL
COM JESUS, EM TODOS OS SENTIDOS

Os fiéis deverão estar perto do Senhor e acompanhá-lo, nesta


Semana Santa. Propomos, já, como Aviso, além dos horários
da celebração, algumas dinâmicas, para a participação activa
no Tríduo Pascal:

■ Na Quinta-Feira Santa, propomos que, de algum modo, se


exprima a mesa da Eucaristia, como mesa da Criação.

• Para isso, aos pais e crianças da 1ª comunhão, propomos


que tragam 50 gramas de farinha de trigo sem
fermento, com que se há-de preparar o pão eucarístico,
para a Festa da Primeira Comunhão!
• No Ofertório desta Eucaristia na Quinta-Feira Santa, as
restantes crianças podiam trazer uma pequenina garrafa
de água;
• No Ofertório desta Eucaristia na Quinta-Feira Santa, os
adultos podiam trazer, simbolicamente, uma pequenina
garrafa de vinho, que depois seria partilhada no ágape
final. O vinho expressa o requinte da criação: a festa da
alegria que Deus nos quer oferecer no fim dos tempos e
que já antecipa agora sempre de novo levemente mediante
este sinal. Mas o vinho também fala da Paixão: a videira
deve ser podada repetidamente para assim ser purificada;
as uvas devem amadurecer sob o sol e sob a chuva e deve
ser esmagada: só através desta paixão amadurece um
vinho precioso.
■ Na Sexta-feira Santa, todas as famílias trazem os seus
“tabuleiros” já transformados em “jardim”, lembrando que, no
local onde Jesus tinha sido crucificado, havia um jardim e no
jardim um sepulcro novo. No corpo da Igreja ou fora dela,
desenhar-se-á uma cruz, com os tabuleiros / jardins que cada
um trouxer. Assim, junto à Cruz, estará a terra, a vida, as
dores e esperanças, de cada uma das famílias, que preparou
este jardim de Páscoa. No final da celebração, poderão levar,
para casa, os seus “tabuleiros” ou deixá-los identificados, até
à tarde de Sábado Santo. E nessa altura, levá-los para casa.
■ Na Vigília Pascal as pessoas devem trazer de casa, no
mesmo “cantarinho” que levaram no III Domingo da
Quaresma, a água recolhida do poço ou das fontes, e que
juntarão à água que é benzida e lançada na pia baptismal.

■ No Domingo de Páscoa, as pessoas devem trazer de casa


o mesmo “cantarinho” que levaram no III Domingo da
Quaresma. E levarão no cantarinho a água da pia baptismal, e
que juntarão à água que é benzida e lançada na pia baptismal.

■ Na Visita Pascal, as famílias devem ter em cima da mesa,


como elemento simbólico e decorativo, o seu “Jardim de
Páscoa” preparado ao longo da Quaresma. E a água da pia
baptismal, com que se benzerão.

Bibliografia; LOPES MORGADO, Páscoa, a Nova criação, in


Revista Bíblica, Ano 38 (Março – Abril 1992), n.219, 81-85;
BENTO XVI - JOSEPH RATZINGER, Jesus de Nazaré, Esfera dos
Livros, 2007; 61-64; 199-206; 331-340 (sobre o pão)
ALTERNATIVA OU SEQUÊNCIA PARA O TEMPO PASCAL

“SALVOS EM ESPERANÇA”

A segunda alternativa, para esta dinâmica, seria trabalhar, já


durante a Quaresma, o tema “Salvos em esperança” (cf.
Encíclica Spe Salvi, de Bento XVI), a partir das sete artes,
ocupando depois os sete domingos da Páscoa (ou alguns ou
num deles), com uma exposição (ou várias) para (a)mostra e
dinamização dos trabalhos realizados.

Será preciso, para tal, elaborar um regulamento, com um


apontamento claro sobre o Tema.

Há ainda a hipótese de distribuir cada uma das artes, por


grupos paroquiais e de catequese diversos ou então propor em
jeito de concurso, deixando à decisão das pessoas a escolha
da respectiva arte.

Domingos Artes (ordem arbitrária)


Páscoa (Visita Pascal)
2º Páscoa Pintura
3º Páscoa Escultura
4º Páscoa Música
5º Páscoa Literatura
6º Páscoa Teatro
Ascensão Cinema (pequeno filme)
Pentecostes Fotografia

TEMÁTICA DA ESPERANÇA
NO LECCIONÁRIO DO TEMPO PASCAL

Dentro desta alternativa, mesmo que não se


trabalhem previamente as sete artes, pode
dar-se sequência ao tema da ecologia, com o
tema da Esperança, a partir do Leccionário do
Tempo Pascal

A TEMÁTICA DA ESPERANÇA
NA SEGUNDA LEITURA DO LECCIONÁRIO DOMINICAL A
DO TEMPO PASCAL
• 2º Domingo: Fez-nos renascer para uma esperança viva (2ª leit)
• 3º Domingo: Para que a vossa fé e esperança estejam em
Deus! (2ª leit)
• 4º Domingo: Suportais o sofrimento com paciência! (2ª leit)
• 5º Domingo: Esperamos, Senhor, na vossa misericórdia (Salmo)
• 6º Domingo: Prontos a responder sobre a vossa esperança! (2ª
leitura)
• Ascensão: Para saberdes a esperança a que fostes chamados!
(2ª leit)
• Pentecostes: É em esperança que estamos salvos (2ª leitura da
Vigília)

Nota Final:

Este trabalho foi concebido por um grupo de sacerdotes, que habitualmente se


reúnem, às quartas-feiras, em Amarante (São Gonçalo), para preparar a Homilia e
partilhar reflexões e vivências pessoais e pastorais. A proposta aqui apresentada,
obviamente, há-de ser “adaptada” às possibilidades e limites de cada
comunidade. Nós ficamos felizes, por poder oferecer uma pista de trabalho. E
saber que não estamos sós, no nosso caminho para a Páscoa.

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