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1 No Brasil: da teoria a pratica LEITURAS RECOMENDADAS: BAYLIS, Tobn; SMITH, Steve. The Globalization of World Politics, Oxford: Oxford University Press, 2001. VIGEZZI, Brunello. The Bri- tish Conumittee on the Theory of International Politics {1954-1985}. ‘The Rediscovery of History. Milana: Unicopli, 2005. WATSON, Adam, A cvolugdo da sociedade internacional: uma andlise histérice compars- da, Brasilia: UnB, 2004, DUROSELLE, Jean-Baptiste. Todo império pe- recerd: tcorta das relagbes intemnacionais. Brastls: UnB, 2000. SALAH, ‘Tubrizi Ben, Institutions internationales. Pasis: Armand Colin, 20 SMOUTS, Marie-Claude. (Org). Les nouvelles relations internationa- les: pratiques et théories. Paris: Sciences Po., 1998. BERNAL-MEZA, Ral. América Latina en el Mundo. El peasamniento latinoamericano y Ja teorfa de relaciones intemacionsles, Buenos Aires: Nuevohacer, 2005. MANZUR, Ténia M. PG. Opinido priblica e politica exterior os gouernos de Janto Quadros e Jado Goulart (1961 a 1964). 2000. ‘Tese (Doutorado}. Universidade de Brasfie, Brasilia. CARDOSO, Fer- tando Henrique, Politica externa em iempos de mudanga. Bresfis: Fu- nag, 1994, LAFER, Celso, Mudamse os tempos: diplomacia brasileira, 2001-2002. Bresfti: Punag, 2002, CERVO, Amado Luniz. (Org). O de- safio internacional: a politica extecior do Brasil de 1930 a nossos dias. Brasilie: UnB, 1994. ALMEIDA, Paulo Roberto de. Relagées interna- cionais « politica externa do Brasil: bistéria e sociologia da diplornacia CCowceros, maNSIGSeS EPARADICNAS brasileira. Porto Alegre: UPRGS, 2004. ALMEIDA, Paulo Roberto de. O estudo das relagées internactonais do Brasil. Brasilia: Linha Grafica, 2006, FONSECA Ir, Gel- son. A legitimidade ¢ outras questées internacionais. S20 Paulo: Paz e Terra, 1998, UPAS, Gilberto. Hegemonia, Estado e governabilidade. Pecplexidades e alternsti- ‘vas no centro ¢ na periferia. So Paulo: Senac, 2002. 1.1 Diplomacia, politica exterior e relagées internacionais Os termos diplomacia, politica exterior e relagdes internacionais corres- pondem a trés dimensées da convivéncia entre os povos, as quais, a0 con verterem-se em objetos de andlise, dio origem a trés conceitos distintos. A especificidade de cada conceito é determinada pelo grau de abrangéncia que comporta: as relagées internacionais correspondem 20 conceito mais largo, uma vez que incluem 3 politica exterior, que, em ordem decrescente de abrangéncia, inclui a diplomacia. ‘A diplomacia compreende a agdo externa dos governos expressa em ob- jetivos, valores & padrées de conduta vinculados a uma agenda de compro- snissos pelos quais se pretende realizar determinados interesses. Essa agenda &, em principio, determinada muito mais de fora do que de dentro de cada nagdo. O elevado grat de determinacio externa da diplomacia pode set ob- servado em sua dimenséo global, regional e bilateral. © aque internacionalistas chamam de governanga global, sociedade inter nacional ou ordem universal constitui, ao mesmo tempo, um conjunto de regras, um célculo de interesses e um c6digo de valores. Quando uma confe- réncia internacional promove a negociagHo desses elementos, por exemplo, no campo do meio ambiente, das finangas, do comércio, dos direitos huma- nos e de outros direitos, da seguranga e de outras questies de alcance uni- versal, a agenda nao é determinada por esse ou aquele pais ou bloco politico, mas de forma coletiva, nem sempre como expresséo da autonomis deciséria nacional. Observa-se, ademais, uma disparidade de peso relativo entre os governos, seja quando estabelecem a agenda internacional da diplomacia, seja quando atingem resultados esperados. Essa disparidade de peso pode ser explicada pelo maior ou menor poder de que dispie cada Estado ou bloco de Estados que compéem o sistema internacional. ‘Os processos de integragdo que vém se muitiplicando nas tiltimas décadas também espelham esse caréter externo da diplomacia, porquante lidam com ‘os mesmos fatores em dimenséo regional, com vistas ao relacionamento dos paises que integram um bloco ¢ do conjunto desses com outros blocos ou (No Brasi: pa Teoma A pRArics -patses, Mesmo a esfera da aco diplornstica bilateral evidencia a externalida- de da diplomacia, na medida que pelo menos dois governos consentem em negociar uma agenda comum. Por sobre a aco diplomética de todos os paises ¢ blocos de paises, convi- ria, pera a sorte da humsnidade, que se estabelecesse © equilibrio na nego- ciacdo, envolvendo interesses, valores implicitos ¢ regras comuns. Mas esse equilfbrio ndo ocorre na prética e os conceitos de politica exterior e relagoes jnternacionsis fornecem explicacGes para as desigualdades entre poténcias, ou seja, entre capacidades dispares de influéncia dos governos no que diz respeito aos resultados da aco diplomitica. Antes de 1990, a politica exterior gozava de clevada consideragio pelos governos e estudiosos, porque, como se supunha, condicionava a margem de manobra de uma diplomacia. Depois disso, inteligencias ficaram em dévida quanto a sua conveniéncia, especialmente os neoliberais latino-americanos, académicos ¢ dirigentes, que a desejavam enfraquecida ou mesmo banida do proceso decisério de Estado e dos curriculos nas universidades. A or- dem sistémica provida pela globalizacio bastava, em seu entender. No inicio do século XX, todavia, & sombra do unilateralismo norte-emericano, bem como em razao de efeitos nocivos da globalizagio e estando a integraco em paiva como alternativa a esses problemas internacionais, a politica exterior recuperou seu lugar de destaque na consideragio dos governos € nos estudos académicos. Na verdade, a politica exterior no perdera tanto espaco como disciplina académica e prética politica na era da globalizacio. Em paises cen trais, a literatura a respeito da politica: exterior nfo cessa de crescer. Na América Latina, depois des criticas a que 0 modelo neoliberal esteve expos- to, a politica exterior recupera seu prestigio. Unma das raz6es para isso consiste precisamente na conexdo entre duas va- ridveis: a politica exterior fornece o conteride da diplomacia, sendo respon- sével por seus erros e acertos. Diplomacia sem politica ndo passa de conduta vazia, movimento sem rumo, acdo externa sem estratégia de realizagio de interesses nacionais e mesmo coletivos. Cabe & politica exterior agregar os interesses, os valores ¢ as pretendidas regras do ordenamento global, da inte- sgrago ou da relacao bilateral, isto é, prover o conteddo da diplomacia desde uma perspectiva interna, quer seja nacional, regional, quer seja universal. A histéria das polfticas exteriores evidencia as diferentes concepgbes do destino nacional que intclectuais ¢ estadistas propdem a suas nagées, com maior ou menor aceitacao por parte da opinido ptiblica, maior ou menor con- ‘versio em prética politica. Para além do alcance interno que essas concep- s6es envolvem, o papel do respective pais sobre o censrio internacional tam~ ‘dém se desvela por meio delas. O manifest destiny norte-americano, 0 grand dessein francés ¢ a revolucdo transnacional soviética siio exemplos remotos de designios incrustados na polftica exterior. A Guerra Fria, a globalizagao & 0 combate ao terrorismo sio exemplos recentes de designios transformados em politica exterior, No caso do Brasil, em menor escala também em outros paises da América Latina, a experiéncia hist6rica permite consteuir 0 concei- 10 de projeto nacional de desenvolvimento, definido como desfgnio nacional ¢ vetor da agdo externa, Quando @ opiniéo publica, os estadistas ou os intelectuais concebem 0 destino da nagdo, seu projeto ¢ scu papel sobre a arena internacional esto fi- xando pressupostos da politica exterior, ¢ quando os diplomatas moldam sua agdo sobre eles, estao cumprindo adequadamente sua funcio. Na auséncia de tais pressupostos, 0 que também ocorte, por vezes, o processo decisério em politica exterior subordina-se a valores, interesses e regras desejados por outros, ue nao os cidadaos de um determinado pais. Nessas condigdes, a na- do perrmanece em sua infancia politica e hd necesseriamente de ser tutelada ou dominada. Uma diplomacia adequada repousa, portanto, sabre a politica exterior e dela tira orientugGo pars estabelecer a equalizacio entre os povos, util a vida internacional, A evolugéo dos sistemas de Estado desde tempos remotos até a sociedade internacional atual, segundo Adan Watson, evidencia a importincia da cul- tura nas relagSes internacionais. Dominantes e dominados organizam-se em dcterminado sistema por concessées de Estados independentes A autorida- de, seje ela hegemonia, dominio ou império, porque aceitam regras comuns ¢, assim, legitimam s hierarquia do poder. Colonialismo e imperialismo bro- tam de concessbes de povos que se resignam a infiincia politica em nome de valores culturais ou beneficios de aparente estabilidade. A sociedade inter- nacional européia que se expandiu em dimenso global no século XIX em razdo da coeréncia cultural ¢ da superioridade tecnolégica conserva até hoje aheranca do conflito com outras civilizaghes, A harmonia entre os povos do planeta requer a convivencia de diferengas culturais ¢ a equalizagao de inte- esses ndio coincidentes. Alcancar essa harmonia representa o maior desafio posto & sociedade internacional de nossos dias, No Bieasn: 04 Team & wRATICA O conceito de relagées internacionais evoca, pois, um fendmeno ainda mais abrangente do que diplomacia ¢ politica exterior. As relacées interna- cionais compreendem trés categorias de agentes: a diplomacia, governo com sua politica e 2 sociedade com suas forgas. Esses agentes das relacées intemacionais se relacionam entre si de forma a se poder vislumbrar um esquema de influéncias reciprocas. Assim, as forcas sociais que espetham o grau de desenvolvimento econémico, como a apropriagio de conhecimento cientifico, a inovagio tecnolégice, a organizacéo empresarial e a concentracio de capital, mas que também espetham outros fatores como e geografia, 2 densidade demogréfica, a cultura, a opiniao publica e o sentimento nacional, relacionam-se com a politica exterior, uma vez que 2 sociedade organizada pretende alcangar objetivos transnacionais. Por efeito da racionalidade, as forcas sociais condicionam, assim, o movimento das diplomacias, na forma de acio ou reagéo, © processo decisério des governos equivale a um célculo estestégico de meios, fins ¢ riscos, no entender de Jean-Baptiste Duroselle. Nele, dige- rem-se os componentes destes trés niveis da realidade: forgas sociais que fornecem meios de aco, objetives externas que correspondem a interesses 2 realizar e conduta diplomética coerente com os dois anteriores. A deci- sao em politica exterior estd relacionada com o grau de organizacio dessas forgas sociais e com sta capacidade de influéacia sobre os dirigentes, A deciso também depende da psicologia, do carater e do temperamento do homem de Estado. Ademais, é tributéria dos préprios fatos, na medida que um fato apenas ou uma seqiiéncis de fatos produzem, por vezes, inipactos sobre a decisio. AA geréacia das relacSes internacionais requer, portanto, a ebertura do Ministério das Relagdes Exteriores a sociedade. A reconhecida capacidade gerencial do setor externo por parte do Itamaraty, consideradas a dimenséo © a complexidade da sociedade brasileira, é metodologicamente insuficien- ‘te em termos pragmiticos. A penetracao de agentes, ou seja, de forgas sociais, no processo decisério © na negociagso, que existe obviamente em determinado grau, contribui para adequé-los aos fins da politica exterior, Por exemplo, os interesses do setor sidertirgico brasileiro em relacao aos Estados Unidos, onde sofre restricdes de mercado, somente ser4o contem- plados se diplomata ouvir o empresirio ¢ seu executivo. O estudante de relagGes internacionais do Brasil multiplicaria exemplos dessa natureza ¢ Coucsios, Tansies €rananianas demonstraria a necessidade de abertura da diplomacia & sociedade pare dela tirar inspiragio conceitual e decisGes praticas em dreas como investi- mentos, indistria, expansio empresarial, agricultura, meio ambiente, tu- rismo, ertesanato, migragoes, direitos humanos € outras que a diplomacia tem dificuldades de identificar. 1.2 Tendéncias do pensamento bra internacionais © pensamento internacionalista lanca ratzes longfnquas na Histéria, Des- de 0 aparecimento do Estado moderno, no século XVI, as relagoes interna- cionais despertam curiosidade e uma estirpe de grandes pensadores, hoje incorporados ao patriménio intelectual da humanidade, tomou-as como ob- jeto de reflexdo ao longo dos séculos. Mesme correndo o risco de deixar im- portantes pensadores de fora, no os mencionando aqui, lembramos alguns: Bartolomé de Las Casas ¢ Tomds Morus que escreveram sobre © contato entre civilizagSes; Nicol) Maquiavel, sobre a arte da guerra; Hugo Grotius, sobre o direito internacional; Emmanuel Kant, sobre a harmonia universal; Leopolde Von Ranke, sobre a historia das relagées entre os Estados; Adam Smith e Karl Marx, sobre as relagSes econmicas internacionais. A época da Segunda Guerra Mundial, esse pensamento internacionalista evoluiu € tornou-se disciplina académica. Alcangou gratt mais clevado de abstragio e maior alcance explicativo, naultiplicando-se as teorias de relacdes internacionais. Umas brotavam da Histéria, alargando o campo de observa- fo e usando 0 método indutivo, outras fluiam de pressupostos conceituais € utilizavam 0 método dedutivo. As teorias mais consistentes sio aquelas que sabem gerenciar a relagio entre a formulacao tedrica ¢ a base histéri- ca de observacic. Na Inglaterra e, sobretudo, nos Estados Unidos, a teoria das relagGes internacionais abrigou-se nas universidades ¢ revelou pretensdes epistemol6gicas ¢ préticas ambiciosas: fornecer a explicacio-cheve para as relagées internacionais ¢ inspirar as decisSes dos dirigentes. As teorias fir- snaram-se como corpus de conhecimento nos pafses que crisram centros de pesquisa € ensine € so até o presente muito titeis, porquanto contribuem para iluminar 0 campo de estudo das relacées internacionsis com conceitas que lhe déo compreensio e inteligibilidade As teorias tendem & abstragdo, como, aliés, todo conhecimento cienti- fico, e adquirem, pela via da generalizacio, alcance universal. Em vez de ro aplicado as relagées No Bras: 08 TEORA A parca revelar consisténcia e realizar os dois objetivos a que se propée — produair inteligibilidade ¢ inspirar a deciséo —, a pretensdo universal constitui uma fraqueza. Os criticos estéo convencides de que nfo hi teoria acabada na rea das ciéncias humanas e sociais que lidam com o comportamento hurano, ‘por isso néo se furiam em demonstrar a forma contraditéria e polémica com que as teorias vém evoluindo nas dltimas décadas. O estudioso das relagées internacionais percebe, contudo, outra limitagio, As teorias carregam consi go valores ¢ veiculam interesses das nacdes cujos intelectuais as concebem, por mais isentas e objetivas que se apresentem. Esse fato nfo deve ser to- mado como deprimente, porém exige leitura critica das teorias para evitar gue acentuem o fendmeno da dependéncia cultural entre os poves, além de assentar 0 mundo sobre pafses que tiram proveito das relagdes internacionais ¢ outros que séo explorados porque se deixam explorar. Em termos comparativos, o Brasil € um pais que ecumulou sélido pen- samento, que nfo evoluiu, contudo, para a teorizacio das relagdes inter- nacionais. Perde para seu vizinho do sul, a Argentina, onde uma literatura mais ebundante a tal respeito esté dispontvel. Existe, pois, um consistente pensamento brasileiro aplicado is relagSes internacionais que ainda esta por ser investigado, orgenizado e exposto em sua riqueza de filigranas, apesar de ‘uma primeira sistematizagao elaborada por Rail Bernal-Meza. As correntes do pensamento brasileiro revelam dois tragos em sua evolugio recente: a vinculaggo com teorias latino-americanas de relagdes internacionais e 0 pro blema epistemolégico central, o desenvolvimento. Esses dois tragos so per ceptiveis nas versdes com que o pensamento brasileiro, aplicado as relagdes internacionais, se revestiu em sua trajetdria, dos anos 1950 a nossos dias. ‘Examinamos essa evolugdo em seis fases: a versio da Comissio Permanente para a América Latina da ONU (Cepal) ¢ 2 teoria do desenvolvimento, 8 ‘teoria da dependéncia e o pensamento independentista, 0 neoliberalismo e a concepséo cética da globalizagio. ‘Havendo centrado sex foco sobre o desafio do desenvolvimento, o pensa- mento brasileiro aplicado as relagées intemacionais serd exposto brevemen- te, porém com o intuito de avalié-lo como instrumento politico propulsor de decisdes favoriveis, desfavordveis ou indiferentes. O leitor perceberd que 105 pensadores brosileiros, conquanto tenham centrado sua reflexio sobre © desenvolvimento da nacio, nio coincidiram no modo de conceitué-lo ¢, logi- camente, nos mecanismos de como aleangé-lo. act Sa Sinn Ras oa Fat et sar omnes ak Frere iorysoncaeh Sora =P ftp wars memati ca) Fie saseusponctunaanAance fincomn oe ostac ee tart —tces satevessare Soviemadles fa, Fost e a aa S/S SES —sa ‘sauciorsaLo Isbaepiosees bieczie Ga 224. — Como Fore ue ae ae enewiasa Lo ‘slebscaes) Ra ndgerne sp— serene Fie ny edit 29 Cares covsminasnan fe Pre Gas ean Fe ny eases 8 kn rere. 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