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CADERNOS DE TEATRO Publicacio de “O TABLADO” sob © patrocinio do Instituto Brasileiro de Educacao, Ciéncia e Cultura (IBECC) Ay, Linen de Pala Machado, 795 Jardim Botanice Distrito Federal Diretor responsavel : Jo&o Sérgio Marinho Nunes Redator chefe : Maria Clara Machado Redatores: Maria Tereza Vargas Vania Ledio Teixeira Secretaria: Wanda Torres Tesourei Eddy Resende Nunes Colaboram néste nuimero: Roberto de Cleto Virginia Valli Margarida Estréla. PROBREMAS O DIRETOR DE TEATRO NO BRASIL CONCLUSAO DA CONFERENCIA FEITA PELO SR. ADOLFO CELI NO CURSO DE LITERATURA TEATRAL DA ASSOCIAGAO BRASILEIRA DE CRITICOS TEATRAIS, EM 26 DE SETEMBRO DE 1955, NA SEDE DA «SBAT». «Nada pode ser dito, estéticamento falando, contra certas adaptagées, quando os adaptadores se chamaram Molize, Corneille, Shakespeare, que conseguiram criar algo de novo, e de bem novo, adaptando, é também 6 tér- mo, obras de outros autores, Podemos declarar que essa ambic&o de recriar no tempo presente obras do passado, conservando s6 0 espirito da tradicao, ou seja, uma consideracéo humanistica e néo historic, tentando encontrar @ clo que possa unir 0 nosso atual estado critico © os conflitos poéticos, tra- gicos ou cémicos do passado, é uma das necessidades intrinsecas da rea- lizacéo cénica. Dullin aconselhou uma vez a um jovem diretor de teatro ter euidado com «a sabedoria lubrificante dos velhos principios, que sob pre- texto de banir a todo custo os excessos da originalidade, conduz miuitas vézes & convencéo de realizacdes j& esgotadas.» E Sbvio nesse caso citar © exemplo da «Comédie Francaise» cuja funcéo histériec 6 imensa mas que nao pode certamente ser encarada como exemplo de renovacéio do teatro. Por outro lado, poder-se-ia declarar que Copeau traiu o texto na sua convencéo tradicional, ou seja, tratou de estudé-lo fora de osquemas cul- turais ou criticos, deixando que éle folasse por siz através désse estudo Yenovou « «mise-en-scéne» francesa: por meio duma poética moderna trans- mitiu melhor e mais convincentemente uma poesia cléssica, E’ claro, entéo, que se precisa encarar‘o problema da interlerénaa do diretor, mesmo fort do problema da adaptactio cénica declarada, como interferéncia [cita, conquanto néo traia os valores espirituais da obra e néo interfira na sua coeréncia conceitual, Mas 6 evidente que sempre haveré uma deformacéo: essa deformacéo faz parte da diferente forma de expressdo do espetdculo teatral frente a literatura dramética, Essa deformacao restringe talvez os valores da inter- Pretactio a uma valorizagde ctitica e, no caso de grandes obras do pas- sado, a uma escolha daquele conillite, que mais valorizado dramaticamente do que outro, poderé dar-nos uma sensacéo dacuele passado, uma fracdo viva_daquele universal. E’ talvez dar ao espetéculo teatral a taxa de imperfeicéio. de falta de Fequisito arlistico © talvez também declarar que a arle teatral ndo é, no fundo, senéo um equivoco estético, pois ndo pode subsistir sem o texto & ndo tem, como as outras artes, a caracteristica do «duracion, Mas se ésse equivoco oxiste, dura ha quase trés mil anos @ todo o en- canto do teatro talvez provenha do fato de partir désso equivoco. Aqui no Brasil, onde o conceito de direcdo teatral jé& & bastante desen- volvide, como dissemos no’ coméco da nossa palestra, sera oportuno en- carar 0 problema da «mise-en-scéno» sob um angulo especial, ou soja além do método de estudo, contribuir para « unificacdo da prosédia brasileira Para a uniformizaggo da maneira de representar, que seja c oxpoente ca- racteristica e natural do pais, tal como © 6 o romance, a arquitetura, a poe- sia ou « misica, Esse cstilo, por assim dizer nacional, deveré, a nosso ver, apoiar-se sObre as bases interiores da intoligéncia, da vivacidade, da fantasia, do en- tusiasmo, da melancolia do pove, mais do que sébre os lados mais eferves- centes, mais {dceis, mais demagégicos, mais improvisados, mais de efeito imediato, sem medicéio de conseqiiéncias que, também, como em qualquer parte do mundo latino, so, déste ltimo, as mais aparentes caracteristicas. Por isso a funcéo de director no Brasil deveré ser. na nossa opinido, a de individualizar ésse estilo cénico em prol de um naturalismo de repre- sentacdo, fora de concepgées intelectualizadas e fora de exercicios vocais simbélicos e pseudofreudianos em que, & parte 0 efeito grotesco do resul- tado, sente-se logo, com evidentes oxcecdes, é claro, uma freqiiente falta de sinceridade. Sao imimeras as polémicas, os protestos contra o Govérno que ajuda Pouco as companhias e teatros, os apelos ao piiblico que abandona salas, preferindo © cinema ou 0 Maracané. Queremos objetar, proponde a todos Pér a mao na consciéncia, se ndo somos nés que temos abandonado a vida. Sempre tivemos do piblico, da média do piblico, uma opiniGo inferior & realidade e ousarfamos afirmar que ésse piblico em 90% das vézes sempre teve razéio. E’ inevitével que os cinemas e as diversées populares determinem maior contato com a realidade, sejam de maior compreenséo; por outro lado, pode- se alirmar que nao existe na encenacée de certo repertério dramético, um estudo sério © consciente, a fim de revelar, através do estilo de represen- tagéo, acentos reais © humanos. © niimero de lugares do estédio onde disputavam-se as Olimpiadcs na Grécia do século IV a.c. néo era certamente superior ao do teatto de Dionisio em Atenas. ¢ o pitblico acorria aos dois acontecimentos populares com a mesma vontade de receber sensacées, e sabia que ia encontrar nas representacées de Esquilo, Séfocles ou Aristéfanes um contato com a vida. um espelho de sua experiéncia humana: a imagem da propria dor. A nossa experiéncia pessoal no Brasil nos permitiu chegar a varias conclusées sébre 0 estilo cénico nacional, Essas conclusées, certas ou er radas, foram 0 resultado de um esférco constante de buscar a iodo custo o naturalismo cénico © uma sobriedade de representacde contra um defeito que encontramos repetidas vézes no nosso trabalho colidiano: o ater médio brasileiro, em geral, gosta, antes do publico de efeito que consegue. E’ um co- mentador do préprio feito, um comentador de si mesmo. E, por essa razdo, vive as vézes no paleo numa completa solidéo narcisista, porque 0 piiblico néo pode participar de um espetéculo quando Ihe é negado o direito de pressentir, de adivinhar, quando tudo © que acontece no paleo é declarado aberlamente © ao mesmo tempo sublinhado em tédas as intencées possi- veis, quando © publico, enfim, néo pode se identificar nesse ou naquele Personagem, nessa ou naquela situacéo, relembrando casos pessoais, ex- periéncias vividas. © ator, no palco, deve ser um precursor de ‘édas as manifestacdes humanas, de t6das as manias, de \édas as modas, de tédas as tendéncias expressivas de sua época. NOSSA CAPA: Carmen Sylvia Murgel ¢ Guilherme Dicken em “O Chapéu de Palha de Italia” de Labiche, produzido pelo Teatro da Praga, em 1958. PARA O DIRETOR JEAN VILAR AS nofas que se seguem contém uma determinada técnica da arte tea- tral, aquela que consist em transpor uma obra excrita, do reino imagindrio da leitura ao plano concreto da cena. Procurar nelas, algumas encurtadas de propésito, ouire coisa além de «meios de representary serd intitil Se bem gue muitas teorias, de artes poéticas ¢ metatisicas foram gene. fosamente formuladas em relacac.a esta arte, sera talvez necessdrio que ehunciemos, para comegar, alguns conselhos de artesto a NECESSIDADE DAS LEITURAS DE MESA Nunca se |@ demais a obra. “© ator nunca a Ié bastante Cré havé-lo compreendide porque percebeu, mais ou menos claramente a intriga, E\ um @rro fundamental Nas produgées habituais, dir-se-ia que se presta pouca etencdo & inte ligencia profissional do intérprete. Pede-se’ que seja um corpo, uma pega de xadrez no tabuleiro, onde 0 dirptor dirige © [ago A peca lida uma vez pelo dirstor, lida segunda vez na leitura de mesa lenga-se 0 intérorete no preto da balanca. Qual o resultado? Abandonade muito cedo as exigéncias plasticas, o ator entrega-se 3 Suas reagées conformistas habiluais © cria arbilréria © convencionalmente sue Persofiagem © sem que sua intoligéncia profissional e sua sensibilidade possarr adivinhar aonde serdo levadac. Dai tanta medioc dade na arte de repre: sentar ! Ha uma certa tendéncia a exteriorizagao mesmo no ator mais sens‘vel, como hé uma tendéncia A retérica no escritor quando escreve apressada- me Quantos intérpretes, e bons interpretes, depois de vinte anos, nos sus surram com a mesma voz, usando as mesmes reagdes ¢.alitudes, fazendo vibrar o mesmo timbre de. sensibilidade nos personecens mals opostos ! Dai a necessidade de numerosas leituras de mesa. No minimo, um térgo do némero total dos ensaios. Texto na mao. Sentados na cadeira, corpo relaxado. A sensibilidade profunda pouco a pouco se afina no diapaséo, quando © ator por fim compreende (ou sente) ésse personagem novo que um dia sera éle mesmo N&o hé personagem que nao necessite de composigao. Sé ha atores de composigéo. Nao existe papel que nao seja de composigao. Vv A composigao de um personagem é um jégo de criagao que aproxima © trabalho do ator ao do artista, porque compor um personagem implica escolha, observagao, procura, inspirago, coniréle v SOBRE ESCOLHA © ator busca em si e em volta de si Em sua volta, porque a natureza que em sob seus olhos transmite & sua afengao, digamos mesmo & sua contemplagao, os tipos mais diversos, mais marcados Em si, porque se por um lado o ator nunca observe bastante a vide que fervilha em sua volta, por oufro lado, n&o abandona com freqtiéncia sua sensibilidade ao contato desta vida Resumindo, um ator deve poder conservar em sua meméria visual um fipo de homem que chamou sua alengio, como deve saber conservar em sua meméria sensivel, ferimentos recebidos, os sofrimentos morais sofridos Deve saber fazer uso desta meméria, e melhor ainda, conservé-la vi SOBRE MARCAGAO Aqui, trata-se de simplificar, de despojar. Ao contrario de muitas ence- nagdes, nao se trata de fazer valer o espago, mas sim de desprezé-lo ou igneré-lo Para que uma realizagdo possua pleno poder de sugestio, do sera ne- cessdrio que tal cena dita de movimento seja em movimento {com passos de danga, boxe, tumulto, pretensdes mais ou menos (Assinado Balzac.) XX © diretor as vézes se engana quando esquece que um personagem muitas vézes nao @ encontrado pelo intérprete seno na véspera da represeniagéo XXI Nao | experigncia pessoal. Tudo € empirismo pescoal ‘8 uma técnica de reprosentagao, mas praticas, #écnicas. Tudo & XXIL Para © diretor do espetacule cada ator é um caso novo, eto impe-lhe @ conhecimento- mais profundo de cada um de (Talma) XXV Reduzir 0 espetaculo a sua mais simples e dificil expresso, que é o j6g0 cénico, ou mais exatamente, 0 jégo dos atores. Evitar fazer do palco um ponto de encontro, onde se refinem iédas as artes maiores @ menores (pin- fura, arquitetura, electromania, musicomania, maquinaria, etc. . .). Recolocar 0 cendgrafo na sua funcio, que resolver os problemas das descobertas, dos ornatos 6 de realizar a construg&o dos elementos cénicos (méveis ou acessérios} estritamente indispensdvel ao jago dos atores, Deixar ao teatro de revista © a0 circo a utilizagSo imoderada dos projetores 0 refletores Dar & parte musical o Gnico papel de abrir ou ligar os quadros, N&o utilizé-la sen&o onde 0 texto indica formalmente a intervencdo de uma misica de fundo ou préxima, dg uma cang&o ou um , nao 6 fazer uma pecinha onde epereca uma perscnagem qualquer — mae, professéra fads ou avé — recitando umatsério de conhecimentos, pols isso ndo passa do uma aula anficiiade, enfadonha © indiil que esté apenas fantasiada. E necessério que os autores, de qualquer espécie de literatura infantil, conhegam ~ um pouco da psicolagia evolutiva da crianga do adolescents para saberem que, deniro dossas duas fases. conforme as idades © ate os sexos, 0s interésses variam. E que, acima de judo, @ preciso viver a vide, viver © sonho, mas viver, quer no pericdo do faz de conta em que um trem pode fer asas, quer no perfodo da aventura em que o pré adolescento comeca a so identificar com primaire heréi que surge — atvalmente, com ‘© americano ou com © boxeur das lutes, em to m4 hora televisionadas! Mas que se identificaré, ficando para sempre fiel ao teatro, se soubermos escraver, ou so ere BG: poe ects Ae le fantasias e Voltando e faler do nonto de vista da aplicacio estritamente educacional, a didética tem, na chamada arte dramética, um de seus melhores vefculos. A escola do futuro, @ nosso ver, baseia-se nsla. Nao & dificil nem complicado, Basta observer a crianca quando esié brincando: imita. Nés dizemos que ela est Brincando mas, na realidade, ela esté vivendo a vida, dentro de suas possibilidades, satisfazendo seus anseios de saber. com 05 meios que © ambiente Ihe proporciona, através de seus inlerdsses afelivos: emo- cionada — vibrando, dramatizando @, ao mesmo tempo, exercitando-se, adquirindo co- nhecimentos. Brincar de comidinha: brincar de professéra ; brinear de médico: brincar de fezer feira... Qualauer dessas dramatizagées, de momentos da vida, que nés chama- mas de brincadeiras, habilmente dirigidas por professor bam preparado, 6 0 melhor vetculo pedagégico, acrescido da vantagem de ester impregnado da possia que 0 crianca sabe pér em tudo. — sim, 6 a possia do faz de conta, ou do ideal sonhado pelo pré-adolescente, posta em acto... sob os olhos de um diretor sébio, modesto © que no faz queso de aparecer... 5 0 teatro nasceu para transmitir conhecimentos. Recuemos na Histéria da Hu- manidade, © apreciando quanto conhecemos do Egito, vamos encontrar desenhos mostrando sacerdotisas em seus movimentos representatives «dos quatro pontos cardecis» conforme quer Effenne Drloton. E' isso e muito mals ainda, se atentarmos para a posigio e linha de sels compas que expressam claramento, 0 movimento ou soja a cruz , ilustrando canto com figurinhas. Conler historia com gravure 6 moda muito antiga E uma vez que todos os mistérios estao revelados, vamos desmontar @ historia contar tudo de novo, com noves técnicas, confar de uma maneira muito mais apsrfeicoada © mais complicada. Vames confor a histéria fazendo testro E achistésia? Os porsonagens? © assunto @ as molas da histérie? Cargo inventar a histérie? Se nfo hé mais andes nem fadas quo facilitem « tarefe, vamos repetir as histérias da dona Cerochinhs. Els também comecou assim: repetiu os historias dos outres, colheu um conto aqui, outro li, misturou conto: de fada @ landas e satisfez 0 desejo dos netinhos contando uma hisiéria atrés de outrs Vamos, assim, comecar esta pSgina explicando as diversas maneiras de contar uma histéria | — Vimos que a maneira mais simples © mais antiga 6 © métado da dona Carochinha — dere uma vor... Mais tarde essa forma comecou a ser ilustrada com gravuras, apresontadas & medida que a Wistéria ia acontecendo Depois a histéria passou 2 ser contada com o auxilio de bonecos de fic [marionetie} de luva (fantoche) de sombra 3— Um dia © vovd sentiu nacessidade de imitar os gestos dos personagens. E nasceu 2 dramatizagao 4 — Apareceu 0 rédio e, consealientemente, a historia radiofonizada Ps 5 — Finalmente, @ forma mais complicada — narrar a histérie no paleo, uiilizando afore: © elementos plésticos A cada uma dessas maneiras correspendem regres diferentes, aplicadas as véres ox clusivemente 4 determinado tipo de narracao 6; outras vézes, com pontos de contato. entre diversos tipos, Tédas elas se bassiam num texto ou script. Para redigir o texto, onde buscar o histéria? Aqui chegemos a: fontes de inspiragdo : conto: de fadas histéries da caroche ou contos burlesect Fabulas lendas folcléricas histérias morais (que podem se confundir com fébulas) fotos histéricos histérias cantadas histérias cientificas ou de conhecimenios ‘A escolhe da histério, dentro dé:se material, vai depender de idede da crianco, preferindo-se para 2s menores alé présprimério as cantigas historiadas, as historias de re peticio 6 conas divertidas, com mais movimento do que agao ou enrédo CLASSIFICAGAO DA HISTORIA — A histéria so classifica confoime o grau: [mais simples 2 mais complicadas, para deferminade série) conforme © conhecimento que se apresenta no estrufura da histéria (histéria do determinada matéria) © conforme o aénero (de fade, do carocha, de folclore, etc.) Conto-de-fada 6 qoralmente a historia que_trancmite una verdade através de imagens poéticas © usando uma linguagem poética. Transmite, por exemplo, eg nogdes do bem = do mal por msio de imagens, como o histérla de menina bos que ao feler cuspia pedras preciosas e da menina m4. que cuspia sapos e cobras. Outro exemplo: o colar da mentire, que encurlava no pescogo da menina meniirosa t8da ver qua mentia. Atraves dessas imagens posticas 2 criange aprende insensivelmente a distinguir o bem do mal, incorpors verdedes © regres de condute, E 6 esta a finalidade das histérias, transmitir & criangs uma nogéo qualquer, divertindo ao mesmo tempo, sem necessidade de dizer explici- famenis néo faca isso, ndo faca aquilo. Falando em conto de feda, pode-se penser & primeira vista que é indispensavel © aparecimenio da fada aa histérla. Nao, pois 0 quo caractoriza a hictéria do feda néo 6 © fato da fade entrar nala, mos a maneira de apresentar os acontocimentos, 3 linguagen poética da histéria © os clamantor foéricos contidos nol Fébulas so histérias curtas que apresentam uma moralidade, com a finalidede de demons- trer qualquer coisa, sem se preocupar com elemento maravilhoso © sem usar linguagem poética Contos da carocha ou hisiéries cémices s8o geralmente as histérias de animais com o fi- nalidade de divertir. Entre estas podemos incluir as histérias de repetig&o Os trés por- quinhos. Os 485 ursinhos] que so contos que contém elementos repelides, diferentes, eniratanto, das histérias repetides (repeticéo de falas © , ches, chav, ou pelovras simples: «que> Cads alin diré na sue vex, uma stlaba ascolhide, num ritmo estabelecido. Mesmo exercicio, aceleranda ou. diminuindo ragularmente Mesmo exercfcio, com alturas de vores diferentes Mesmo exercicio com iniensidades diferentes: os primeiros s60 fracos ¢ depols vSe erescendo — a 0 contrétio — ou um som fraco, vim som forto, alternadamente. Mesmo exercicio com entonagées diferentes: tom interroaativo, recooso, exclamativo afirmativo, etc © professor no melo do circulo diz uma stlaba a um aluno, que repete por sua ver, ne mesma entonagéo, sent deixar um , que passa de béca em béca aié a extremidade da fil ou do circule. . Pare aprenderom e sustentar @ respiracio © © condurtla bem, pode-se organizer concursos, cada um dos alunos inspirando bem, emitinde um som guardando-o sem enfra- quecé-lo o maior tempo posstvel No emissdo do som @ necessério obter: que a vor néo seja forgada © que o som no venha da gergania, quo 0 sieque © a parade soja claros (nos sons como nas silebas). Pode-se comparar o som = uma bala que se jaga num muro e que deve’ alingi! bem nitidamente Pare que os alunos compreendem bem gue nfo € gritando que nos fazemos ouvir, mas sim articulando bam 6 emitindo o som com os labios, pode-se organizer jogos: colecar os alunos bem longe uns dos outros e fazé-los transmilir uma rmensagem oral som sair do lugar — ou entéo se determinaré, por concurso, qual-é capac de <= fszer comprasnder o mais longe possivel — cu entéo imaginar-se-4 que se 6 surdo © que preciso so"fazer compreender dnicamente por mavimentos de lébios Os sxercieios que demos [6 divertem bastante of alunos Mas, como na gindstica & preciso saber despertar atencéo e renovar o interésse, fazendo um pélo a imaainagdc, procurendo snalogias, eproximacdes, misturando-as as histéries que chamam otenco dos alunos ou crig-los. Por exemplo: © professor conts uma historia @ no decorer da mesma 5 alunos devem do seu palréo Gui- Iherme, que 6 declara ladrBo de ovelhas: Pathalin accita © encina ao pastor-um astuto plano para focilitar s sua defers; no tribunal, Teobalda deveria respander a tédac 2s porguntas de quam quer que #89, com tera © indefesos balidos Asim fol feito © 2 confusio foi gerali Guilherme, furieso, starmenta 0 julz com reclamagoas da ferenda roubsda por Patholin, cameiros desaparecides por culpa de Teo Baldo, ¢ histérias de false: doonces peligletas contadas por Guilhermina, O julz consi- dera-e Iolico ¢ a causa 6 ganho por Pothelia © pastor porém, impressionado com o efeito de sous balidos, insisto em longos = cloaiiontes Z sr [alla = Pore um anganador, engonader 0 melon, cu: Personagens: Pathelin — advogado, asperto @ ardiloso: Guilhermina — sua mulher. Astuciosa Guilherme — comorciants. Simalério Toobalde — pastor. Ingénue e confiante: Um juiz — auteritério. solene + Aspocto: ‘ Forma: Farse Cendrio: No teatro medieval os cendrios so simulténeos, isto é: todos os locais_neces- saties 60 desenvolvimento da ago eram juslapostes. Aconselhames @ estli- zago. Pode ser feito com rotunda escura @ olemontes mutéveis de ecérdo com © estilo da pega. Costumes: Medieval Misica: Mediaval Quem pode montar? Grupos amadoras, colégios, clubes. Como montar? O encanto desta farsa popular esté na vivacidade © graca de seus intérpretes, fa cér das roupas, aume boa , de Nelson Rodrigues, sob a dirego de Ziembinski, priticamente inqugurou o teatro modemo entfe nés, utilizando.se de iécnicas expressionistas, com o retardamento e a aceleracdo do ritmo, ¢ a loculizacas e c desfocclizacdo da imagem co apresentar d meméric desidlescente eo delitiade uma mulherem agonia, Atualmente ndo consideramos 0 expressionism a Ultima novidade, mas mesmo assim ) de Guilhorme Figueiredo, muito Superior & suc demagégica «A Rapésa e as Uvass; «Ganta Marta Fabrils, de Abi- lio Pereira de Almeida, o autor dos maiores éxitos de bilheteria do atual teatro brasileiro, para a frediiente indignagdo da critics, © as tréc farsas de Silveira Sampaio, «A Trilogia do Herdi Groteseos, proceso aatirico da dissolugdo da mo- nogamia patriarcal brasileiza nas inconsedtlentes praias de Copacabana Aaui, também, parece que o de maiot qualidade ¢ a obra dos mais jovens. Nossos dois dramaturgos :ais promissores sdo os aparecides Dltimamente: Jorge de Andrade ¢ Ariano Suassuna, Jorge de Andrade em obras como «A Moratéria @ *O Teleseépio» (85 quais deve ser juntado um drama coral inédilo «A Pedreira das Almas»), trace um quadro da decad@ncia econédmica e morel das velhas ic- milias donas de calezais em térmos que devem algo a Arthur Miller, mas que nem por isso deixam de retrateir com criginclidade de pénsamento ¢ técnica, problemas ¢ porsonagens estritamemie nossos, Ariano Suassuna julac, que o teaito brasileto se encontta em momento historic, semelhante do que produziu na Franga um Moliére € na Espanha 0 Século de Outo. Vendo sua abra «A Com- padecida. é dificil néo lhe dat razéo: sua obra 6 um auto sacramental em louvor da Igraja Catélica, que consegue ser, aa mesmo tempo, uma farsa popular, ime Verenle e maliciosa. E' um teatro em ascensio, ainda ndo estabilizado do ponto de vista artistic e fmamceiro, 2 © amador em geral interessa mais do que 0 prolissional porque no amador freqienlemente est& o fermenio senovador. Algumas figuras se des igeam nésse terreno: No Rio de Janeiro, Paschoal Carlos Maqno animador do Teatro do Estudante, que levou A cena, enire outrat obras, um «Hamlet» do re- percussGo nacional ¢ Matic Clata Machado, autora da deliciosa pega infantil *Pluft, © Fontasminhay ¢ diretora de «© Tablados, conjunio amador do nivel dos melhores profissionais, Em Sao Panilo esté Alfredo Mesquita, diretor da Escola de Arte Drométice, sem dtvida a mais eficiente do Pats, onde se levaram & cena Pecas de Commelynk, Ionesco e Samuel Beckett. Além disso devemos citar, em Reci#e, Valdemar de Oliveira, diretor do grupo amador mais antigo do Brasil, J4 esta: distribuicto geografica 6 de si, um bom indicio, porque, como jé dissamos, alé multe pouco tempo, 36 0 Rio exisiia, teatalmente. Séo Paulo, com ito ou nove teatros em constante atividade, Ihe faz ciualmente uma séria con- coméncid, seguindethes, em ordem de imporidincia, Recile e Pérlo Alegze, Nao teriamos um panoraria completo se ndo juntéssemos a ésiex, dois dadox fingis, Também entre nés, como et oultas partes, exisle ume

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