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PROJETO &® CAPACITACAO DE . PROFISSIONAIS DE TRANSITO Analise de Recursos de Infracdes de Transito Presidente da Republica Luiz Inacio Luta da Silva Ministro das Cidades Marcio Fortes de Almeida Secretario Executivo Rodrigo Pereira-Leite Figueiredo Diretor do Departamento Nacional de Transito e Presidente do Contran Alfredo Peres da Silva Coordenadora Geral de Qualificagéo do Fator Humano no Transito Juciara Rodrigues Colaboragao Técnica José Ricardo Rocha Cintra de Lima Apresentacao © Departamento Nacional de Transito (Denatran), como érgao maximo executivo de transito da Unido, tem 0 dever de cumprir as competéncias estabelecidas no Artigo 19, do Cédigo de Trnsito Brasileiro (CTB), dentre elas: Elaborar projetos e programas de formacao, treina- mento e especializacao do pessoal encarregado da execuco das atividades de engenharia, educacao, policiamento os- tensivo, fiscalizacdo, operaao e administracao de transito, propondo medidas que estimulem a pesquisa cientifica e 0 ensino técnico-profissional de interesse do transito, e pro- movendo a sua realizacao. Em continuidade ao projeto “Capacitacdo de Pro- fissionais de Transito”, cujo principal objetivo é capacitar profissionais dos drgaos e entidades que compéem o Sistema Nacional de Transito (SNT) visando aprimorar as funcées que the s&o atribuidas, 0 Denatran oferece o curso de Analise de Recursos de Infra¢ées de Transito que foi selecionado em funcao de uma pesquisa realizada junto aos profissionais que atuam no SNT. © curso de Andlise de Recursos de Infragdes de Tran- sito sera realizado em diversos municipios brasileiros, ten- do em vista sua localizacao estratégica, fato que favorece o deslocamento de numero mais expressivo de participantes. Entretanto, mais do que o cumprimento do CTB, o De- natran espera dar sua parcela de contribuicao ao SNT, pois a0 aprimorar a forma¢ao de seus profissionais para o exercicio competente de suas fungées, certamente garantira a defesa da vida, aumentando a seguranca dos cidadaos brasileiros no transito. Alfredo Peres da Silva Diretor do Denatran @ PROJETO CAPACITACAO DE |ROFISSIONAIS DE TRAN! whe Sumario Unidade 1 Breve histérico da legislacao de transito no Brasil .. Unidade 2 Normas legais que regem o transito no Brasil 2.1 Constituico da Republica Federativa do Brasil de 1988 (CF) ... 2.2 Cédigo de Transito Brasileiro (CTB) . 2.3 Convencao sobre Transito Viario (CTV) .. 2.4 Acordo sobre Regulamentagao Basica Unificada de Transito (Brasil, Argentina, Bolivia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai) .. aes 2.5 Protocolo de San Luis em Matéria de Responsabilidade Civil Emergente de Acidentes de Transito entre os Estados Partes do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) 2.6 Leis relacionadas ao transito nao incorporadas ao CTB . 2.7 Decretos relacionados ao transito nao incorporados ao CTB . 2.8 Resolugées do Conselho Nacional de Transito (Contran).. 2.9 Portarias do Departamento Nacional de Transito (Denatran) Unidade 3 Sistema Nacional de Transito (SNT) 3.1 Objetivos do SNT . 3.2 Coordenacao do SNT . rose CAPACITACAODE PROFISSIONAIS DE TRANSITO ; moje &B CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 3.3 Composi¢ao do SNT .... 3.4 Orgdos de assessoramento .. Unidade 4 Infragées de.Transito 4.1 Responsabilidade pela infracao ..... 4.2 Responsabilidade pela fiscalizagao, aplicagdo de medidas administrativas e penalidades .. 4.3 Classificagao da infragao 4.4 Comprovagao da infragao .. 4.5 Registro Nacional de Infracées de Transito - Renainf ..... Unidade 5 Processo Administrativo e Recursos f 5.1 Requisitos do ato administrativo 5.2 Atributos do ato administrativo .... 5.3 0 auto de infracio 5.4 Penalidades .. 5.5 Processo relativo as penalidades de multa e adverténcia por escrito ... Unidade 6 Legislacao correlata .. Bibliografia .... Unidade 1 BREVE HISTORIGO DA LEGISLACAO DE TRANSITO NO BRASIL A legistagdo referente ao’ transito no Brasil inicia-se, ainda no império, com o Decreto n. 720 A, de 24 de outubro de 1850, que concedia ao cidadao Honério Francisco Caldas 0 privitégio de estabelecer por vinte anos uma companhia de dnibus ligando a capital do império e a Vila de Iguassti no Rio de Janeiro. Os dnibus teriam lotacéo entre oito e dezesseis passageiros e o valor da passagem variava entre seis e cito mil réis. Entre as obrigacdes' da. empresa’ estava a obrigacao de construir uma ponte no rio do Botas: “Artigo 7°. A empreza construird é sua custa uma ponte de madeira de lei, com-toda seguranca, no rio do Botas; a-qual dard transito ao. publico, incumbindo-se da sua conservacdo durante todo o tempo do privilégio [sic]”. Em 1852, 0 Decreto n. 1.031 de 07 de agosto, conce- deu a Mariano.Procépio Ferreira Lage o.privilégio exclusivo, por cingiienta anos, de incorporar uma companhia - a pionei- ra Uniao.e Industria - com o objetivo de construir, melhorar e conservar duas “linhas de estrada”. Uma até a barra do Rio da Velha, passando pela cidade de Barbacena, com uma ligagdo desta até a cidade de Sao Joao D’el Rey e outra linha até a cidade de Ouro Preto. Pee A ee catoce on ei oe i Se from ® CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO [Sistema de calgamento de estradas de rodagem, que consiste numa camada de pedra britada com cerca de 0,30m de espessura, agluti- nada e comprimida. Em 12 de abril de 1856, com a presenca e incenti- vo de D. Pedro II, em Petrépolis, iniciou-se a construcao da estrada Unido e Industria. Ainda hoje existe uma placa comemorativa na Av. Rio Branco. A obra exigia, entretanto, um esforgo notavel para os engenheiros e operdrios, jA que a estrada era entrecortada por cursos d’agua e pelas escar- pas graniticas da serra do Taquaril. Apesar das dificuldades, a primeira estrada macadamizadaldo continente péde ser concluida cinco anos mais tarde, a 23 de julho de 1861, com a presenca de D. Pedro Il e comitiva, que partiram de Petropolis e chegaram em Juiz de Fora em um inico dia. A rodovia era tecnologicamente avancada para a época e até hoje, um século e meio apés a inauguracao, ainda tem trechos transitaveis. Possuia extensao de 144km (24 léguas), 96 km no Rio de Janeiro e 48km em Minas Ge- rais, com belas pontes, entre as quais se destaca a das Gargas sobre o rio Paraiba. Ainda no império, D. Pedro Il aprovou, em 1853, as posturas da Camara Municipal da Corte sobre carros, eges € ‘Coches fora de uso, com duas Fodas e um s6 assento. outros veiculos de transporte. O mesmo instrumento fundou a denominada Inspetoria de Veiculos do Brasil, posteriormen- te transformada em Servico de Transito do Estado da Guana- bara, que deu origem aos érgaos de administracao publica de transito no Brasil. Apostura municipal do Rio de Janeiro, de abril de 1902, estabelecia que “na regiao urbana do Distrito Federal a velo- cidade dos automéveis nao poderd ser superior a 10 km/h, na regido suburbana a 20 km/h e na zona rural a 30 km/h”. O Decreto n, 8.324, de 27 de outubro de 1910, apro- vou o Regulamento para o Servico Subvencionado de Trans- porte por Automédveis. Este Decreto tratava basicamente da concesséo e construgao de estradas de rodagem para auto- méveis, estabelecendo uma subvengao quilométrica as em- presas ou particulares que organizassem o servico de trans- porte de passageiros e cargas. Artigo 1°. As emprezas ou particulares, que orga: rem o servico de transporte de passageiros e carga por meio de automoveis industriaes; entre dous ou mais Estados da Unido, ou ainda mesmo dentro de um sé Estado, serd concedida uma subvencdo kilometrica nunca exceden- te de quatro contos de réis por kilometro de estrada cons- truida, nos termos deste regulamento [sic]. Nesse regulamento, os coridutorés eram-detiominados motorneiros, exigindo o Artigo 21 que se miantivessem “cons- tantemente senhor da velocidade de seu vehiculo, devendo diminuir a marcha ou mesmo parar o movimento, todas as vezes que 0 automovel possa ser causa de accidentes [sic]”. Consciente do perigo qué representava tal éngenho para os usuarios da via e considerando sua excepcionalidade, © Artigo 23 determinava que a aproximacao dos automéveis deveria ser anunciada a distancia por uma buzina ou {trompal 1 CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRAN: Espécie de trombeta de chi- fre ou metal retorcido, com um dnico som muito forte. 0 Decreto Legislativo n. 4.460, de 11 de janeiro de 1922, tratou da autorizagao para concessao de [subvencad) ao Distrito Federal e aos Estados que construissem e con- servassem estradas de rodagens no seu territério. Proibiu a circulagao dos chamados {carros dé bolle cuidou da carga maxima dos veiculos. Artigo 2°... Sighs § 2°. As estradas deverdo ser franqueadas a qua- esquer vehiculos, automoveis ou ndo, com excep¢ao dos chamados carros de boi de eixo mével, que por elas ndo poderdo transitar.... Artigo 5°. O poder executivo determinara a carga maxima dos vehiculos, tendo em consideracdo os typos usuaes de automoveis... [sic]. Em 1927, 0 Decreto Legislativo n. 5.141, de 5 de ja- neiro, instituiu o primeiro imposto federal sobre combustiveis. e veiculos, com 0 objetivo de construir e conservar as estra- das de rodagens federais, designado de “Fundo especial para construgdo e conservacao de estradas de rodagem federaes, constituido por um addcional aos impostos de importacdo para consumo a que esto sujeitos gazolina, automoveis, au- to-omnibus, auto-caminhoes, de ar, chassis para automoveis, pneumaticos, camaras de ar, rodas massicas, motocycletas, bycicletas, side-car e acessorios para automéveis [sic]”. Es- tabelecendo, por exemplo, um imposto de 60 réis por quilo- grama de gasolina. 0 Decreto n. 18.323, de 24 de julho de 1928, aprovou © Regulamento para Circulacao Internacional de Automéveis no Territério Brasileiro e para a sinalizacao, seguranca do transito e policia nas estradas de rodagem. Com 93 artigos e cinco anexos, foi a primeira legislacdo que tratou especifi- camente do transito de uma maneira ampla, estabelecendo no Artigo 1° que “o trajeto de veiculos nas estradas abertas Subsidio ou auxitio pecunia- rio, em geral conferido pelos poderes piiblicos; incentivo. Carros, geralmente. toscos e de madeira, puxado por bois. ss =a a = sa a ae = PACITACAO DE ROFISSIONAIS DE TRANSITO a circulagao’ piblica’é:regido:pelas.digposi¢des-do presente regulameiito.” Pes a.verdade'o'primei- Embora'sem.essa'desi a de'temas.como: ro-c6digo'de.transito-no:Bré *-equipamentos obrigatorio + sistema‘de identific: + condic6es'para habilitaca a0 da“Carta:de Habilitacao” na Ids; ie i if nao) Soffer tdeymolétiant n aesnatlatcices eee amen eo Certe) ue if i si ie coicessao.€ reconhecinientos’'de nais para autoinioveisy ©. * regras para sinalizacao’das vias; -~ +, obrigagdes dos condutorés'eespécialmente dos.pédestres, cavaleiros,-boiadas ou-lotes-de-animais: : «-regras de-preferénciaj :estabelecend preféréncia-do veiculo que'vern da:dire + conduta.em casos de’acidentes;- + condicdes:para a realizacao'd figdes para'‘o transito i ' f i t t f 5 + multas e condicées para sua aplicacao. De forma singular, previa que qualquer pessoa de notéria idoneidade poderia tevar o conhecimento da infragao as autoridades, cabendo-the metade do valor da multa arrecadada; ade farre te de See + apreensio de veiculos e animais como garantia do pagamento de multas ou impostos. Sobre impostos e placas, estabeleceu que nenhum ve- iculo poderia trafegar.nas estradas.de rodagem sem o prévio pagamento da respectiva licenga na municipalidade de ori- gem (Artigo 58). © primeiro Cédigo Nacional de Transito (CNT) surgiu em 28 de janeiro de 1941, por meio do Decreto-Lei n, 2.994. Com 143 artigos, estabeleceu de forma pioneira uma termi- nologia para interpretacao do Cédigo, definindo, entre outros termos, transito ou trafego como “movimento de pessoas, animais. montados ou em tropa, veiculos e outros meios ou aparelhos de transporte, isolados ou agrupados, fazendo uso de rua; estrada ou caminho”, e via publica como “toda rua, caminho, estrada, ou passagem de dominio piblico, em zona urbana, suburbana e rural, destinados ao transito publico”. Apresentou, ainda, as seguintes inovacées: + criou 0 Conselho Nacional de Transito (Contran) € os Conselhos Regionais de Transito (Artigo 140); + criou as placas de experiéncia, para os depésitos ou estabelecimentos de vendas de automoveis (Artigo 73); + criou'a Carteira de Motorista, expedida pelas repar- tigdes.estaduais de transito ou circunscri¢des de transito; + definiu as infracdes do proprietario (Artigo 126), dos u 2 PRojeTO CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 12 condutores (Artigo 127) e das empresas, garagens e oficinas (Artigo 121). Esse primeiro Cédigo, entretanto, teve curta dura- 40, pois foi revogado oito meses depois pelo Decreto-Lei n, 3.651, de 25 de setembro de 1941, que conferiu compe- téncia aos Estados para regulamentar o transito de veiculos automotores, devendo, contudo, a legislacéo adaptar-se a Lei Nacional. No capitulo Vil, ao fazer referéncia aos impostos e ta- xas, obrigou o registro na reparticao de transito com jurisdi- G40 no municipio. Estabeleceu como penalidades: multa, apreensdo do documento de habilitacao e retirada do veiculo de’circula- sao. Em 1958, no Ii Congresso Nacional de Transito, realiza- do em Quintandinha-PR, surgiu o primeiro anteprojeto de um novo Cédigo de Transito, em substituigao ao que vigia desde 1941, 0 qual foi entregue ao Ministro da Justi¢a em dezem- bro de 1958. Em 26 de agosto de 1960, foi remetida ao Congresso Nacional a Mensagem n. 329/60, do Poder Executivo. Na exposi¢o de motivos, 0 Ministro Armando Ribeiro Falcao es- clarecia que: © vigente Cédigo Nacional de Transito, aprovado pelo Decreto-lei n. 3.651, de 25 de setembro de 1941, em que pese seu alto teor, esta, no consenso undnime dos que the devem dar aplicacao ou cobrar-the respeito, com de quantos se sujeitam as suas regras, a reclamar reforma, a fim de se adequar as exigéncias das novas conquistas no campo da técnica e oferecer ou possibilitar solugdo a problemas tevantadas pelo crescimento da popula¢ao dos grandes centros e pelo enorme desenvolvimento do trafe- go urbano e interestadual. Por fim, no Diario do Congresso Nacional (DCN), de 1° de setembro de 1966, Sedo |, foi publicada a redacao final do projeto que foi sancionado pelo Chefe do Executivo, em 21 de setembro de 1966, pela Lei n. 5.108 - Cédigo Nacional de Transito. Com 131 artigos e apenas quatro vetos, estabe- leceu no seu Artigo 3° os érgaos integrantes da administracao do transito: 2 t i t Os. Conselhos Territoriais.¢ Municipais seriam de cria- ao facultativa. Os. Municipais seriam permitidos apenas nos municipios com populacao superior a duzentos mil habitan- tes (Artigo 7, 4°).com as mesmas atribuicdes dos Conselhos Estaduais de Transito (Artigo 7°, § 7°). Ao dispor sobre o registro e licenciamento, determinou aobrigatoriedade de registrar todos os veiculos automotores (Artigo:52) e de licenciar veiculos automotores, de propulsio humana, tracao animal, reboques, carretas e similares (Ar- tigo 57). O. registro deveria ser realizado pelas reparticdes de'transito. (Artigo 52, § 1°) e 0 ticenciamento no municipio de domicitio ou residéncia (Artigo 57). Griou ainda o Registro Nacional de Veiculos Automotores, Renavam (Artigo 55). ‘Antes mesmo da sua regulamentagao, 0 CNT sofreu significativas alteragées por meio do Decreto-Lei n. 237, de 23 de fevereiro de 1967, com destaque para: + extingaio dos Conselhos Municipais de Transito; + criagao do Departamento Nacional de Transito (De- natran); + permissao aos maiores de 15 anos e menores de 18 anos para dirigirem biciclos e triciclos motorizados, inclusive ciclomotores, provides de motor auxiliar térmico de até 50 cm’ e cuja velocidade nao excedesse 50 Km/h; desde que autorizados pelo'pai.ouresponsavel ou, na falta destes, pelo juiz de menores da*jurisdicao; + criagdo da ‘Junta Administrativa de Recursos de In- fracao (Jari). FEE ae me wz u pa aaj CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 14 Finalmente, em 16 de janeiro de 1968, foi aprovado pelo Decreto n. 62.127 0 Regulamento do Cédigo Nacional de Transito (RCNT), composto de 264 artigos e 8 anexos. ___ © Regulamento tratando da distribuigéo de compe- téncias estabeleceu, nos Artigos 35 a 37, as competéncias da Unido, dos Estados e dos Municipios; Ao Estado caberiam praticamente todas as atribuicées executérias de transito, enquanto aos municipios caberiam tao somente as atribuicdes referentes aos transportes indivi- duais e coletivos na sua jurisdi¢ao. Essas atribuicdes do Esta- do eram, entdo, desenvolvidas pelos seus érgiios executivos, Departamentos de Transito e suas Circunscricées e Policias Militares. As Circunscrigdes Regionais de Transito (Ciretran), que pela sua localizacao estavam mais diretamente ligadas as municipalidades, caberia atender as necessidades mais pre- mentes da populacao. Expedindo documentos de habilitacao, certificados de registro e implantando sinalizagao (Artigo 32 = RCNT ). Posteriormente, 0 Decreto n. 62.926, de 28 de junho de 1968, alterou esta organizacao centralizada do transito no Estado, dando nova redacao ao Artigo 36 e 37 do RCNT, estabelecendo a competéncia do Municipio para implantar sinalizacao nas vias sob sua jurisdigao e licenciar veiculos: ‘Artigo 37 Compete aos Municipios, especialmente: | - regulamentar 0 uso das vias sob sua jurisdicao, considerando o disposto no Artigo 46; VI licenciar veiculos. Vil - implantar sinatizacao nas vias sob sua jurisdi- sao. Assim, por forca deste decreto, nao cabia mais as Ci- retran a implantacao de sinalizacdo nas vias municipais, a menos que a municipalidade tivesse deixado de exercer essa prerrogativa. A competéncia dos municipios para licenciar vei- culos perdurou até a publicacéo do Decreto n. 92.722 de 29 de maio de 1986, que alterou o Artigo 36 do RCNT, determinando a competéncia aos Estados, ao Distrito Fe- deral e aos Territorios para registrar, vistoriar, emplacar ao e licenciar veiculos, revogando ainda 0 inciso VI do Artigo 37 do referido Regulamento. Mais recentemente, pelo Decreto Presidencial de 06 de junho de 1991, foi criada a comissao especial destinada a elaborar 0 anteprojeto do novo Cédigo Nacional de Transi- to, vinculada ao Ministério da Justica e coordenada pelo Pre- sidente do Contran, que teve o prazo de 120 dias para con- clusao dos trabathos, posteriormente prorrogado por mais 90 dias pelo Decreto Presidencial de 11 de novembro de 1991. Essa Comissdo Especial, designada pela portaria n. 303 de 10 julho 1991, era composta por Gidel Dantas Quei- roz (Presidente do Contran e Coordenador da Comissao), Kasuo Sakamoto (Diretor do Denatran), Italo Mazzomi (Diretor do DPRF), Neide Terezinha Malard (Assessora do Secretario-Executivo do Ministério da Justica), Dilson de Almeida Souza (Presidente da ABDETRANS), José Henrique Coelho Sadok Sa (DNER), Geraldo de Faria Lemos Pinhei- ro (Desembargador do Tribunal de Justica de Sao Paulo), Jacy de Souza Mendonga (Presidente da Anfavea), Moisé Edmund Seid (Ambramet), Alexandre Garcia (jornalista), Luiz Roberto Clauset (Revista Quatro Rodas), Cyro Vidal Soares da Silva (Diretor do Detran/SP), Péricles Anténio Goncalves Pacheco (Secretaria Federal de Assuntos Legis- lativos), José do Espirito Santo (Policia Militar de Minas | | i Gerais), Murilo Mota Filho (Secretaria-Geral da Presidén- cia da Republica) e Alfredo Peres da Silva (Confederacao Nacional do Transporte). © anteprojeto proposto pela comissao especial, por determinacao do Ministro da Justica, foi publicado no DOU de 13 de jutho de 1992 e abriu espaco para a sociedade, por um prazo de 30 dias, encaminhar sugestdes ao Ministro da Justiga. Depois de tramitar na Camara dos Deputados e no Se- nado Federal, a 23 de Setembro de 1997 0 Presidente da Republica, por meio da Mensagem n. 1.056, vetou varios dispositivos do Projeto de Lei n. 3.710 de 1993, ¢ instituiu o Cédigo de Transito Brasileiro, Lei n. 9.503 de 23 de setem- bro de 1997. Nesta mesma data, por meio do Decreto n. 2.327, de 23 de Setembro de 1997, 0 Presidente da Republica regula- mentou diversos dispositivos do CTB, atribuindo ao Ministério da Justi¢a a Coordenacao do Sistema Nacional de Transito. Nomeou os membros do Contran e criou o Comité Executivo @ mrojero ‘CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 15, ® Prayero CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 16 do Contran, integrado pelos Secretarios-Executivos dos Minis- térios Civis e 0 Secretario-Geral do Ministério do Exército, sob a coordenacao do representante do Ministério da Justica. Atualmente, com a-nova organizacao da Presidéncia da Republica e dos Ministérios dada pela Lei n. 10.683 de 28 de maio de 2003, o Conselho Nacional de Transito passou a integrar a estrutura basica do Ministério das Cidades (Artigo 29), sendo transferido, juntamente com o Departamento Na- cional de Transito (Denatran), do Ministério da Justica para esse Ministério (Artigo 33, Vil). O Decreto n. 4.711, de 29 de maio de 2003, designou © Ministério das Cidades como coordenador maximo do Siste- ma Nacional de Transito. Aatual Lei de Transito tem sido objeto de importantes alteracdes legislativas. As vésperas do inicio da sua vigéncia, a Lei n. 9.602, de 21 de janeiro de 1998, alterou alguns de seus dispositivos. Em 14 de abril de 1999, a Lei n. 9.792 revogou 0 Arti- go 112 do CTB e extinguiu a obrigatoriedade do conjunto de primeiros socorros, também conhecido como kit de primeiros socorros, até entao obrigatério nos veiculos. ALei n. 10.350, de 21 de dezembro de 2001, obrigou a reatizacdo de exame psicolégico periddico para os motoris- tas profissionais. Em 11 de julho de 2002, o uso de semi-reboque aco- plado a motocicleta ou motoneta foi permitido pela Lei n. 10.517. A Lei n. 10.830, de 23 de dezembro de 2003, regu- lamentou a velocidade maxima de 110 km/h para as moto- cicletas nas rodovias sem sinalizacao regulamentadora de velocidade. Contudo, foi vetado o Artigo 2° que alterava o Artigo 105 do CTB, ao deixar de exigir a campainha e espelho retrovisor do lado esquerdo como equipamento obrigatério das bicicletas, como também vetado 0 Artigo 3° que alterava 0 Artigo 338, ao desobrigar os fabricantes de ciclos de for- necerem manual contendo normas de circula¢ao, infracées, penalidades, direcao defensiva, primeiros socorros € anexos do CTB. Mais recentemente, a Lei n. 11. 275, de 7 de feverei- ro de 2006, alterou os artigos 165, 277 e 302 do CTB e permi- tiu, no caso do condutor recusar-se a realizar testes, exames e pericia, a apticacao da infracao mediante a obtencao de outras provas em direito admitidas pelo agente de transito, ‘como os notorios sinais de embriaguez, excitacao ou torpor evidenciados pelo condutor, resultantes do consumo de alco- ol ou entorpecentes. Ainda em 2006, em 25 de jutho, foram estabelecidos novos limites de vetocidade para fins de enquadramentos in- fracionais e de penatidades pela Lei n. 11.334. Recentemente, a Lei n. 11. 705 de 19 de junho de 2008 alterou os artigos 165, 276, 291, 296 e 306 do Cédigo de Transito Brasileiro, proibindo a conducao de veiculos com qualquer concentracao de alcool por litro de sangue, esta- belecendo penas mais severas e alterou a Lei n. 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispde sobre as restricdes ao uso € propaganda de produtos fumigeros, bebidas alcodlicas, medicamentos, terapias e defensivos agricolas, para inibir 0 consumo de bebida alcodlica por condutor de veiculo auto- motor. @ PROFISSIONAIS DE TRANSITO Pao CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO Ordenada a publicacao, tor- nada publica, publicada ofi- cialmente. Unidade 2 NORMAS LEGAIS QUE REGEM O TRANSITO NO BRASIL 2.1 CONSTITUIGAO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 (CF) [Promulgada] pelo Congreso Nacional (Assembléia Na- Faculdade juridicamente atri buida a uma entidade, orgao ‘ou agente do Poder Publica para emitir decisées. Compe- téncias so as diveras modali- dades de poder que se servem (05 rgios ou entidades estatais para realizar suas funcées (SIL- VA, 1992). cional Constituinte), estabelece os principios fundamentais, 08 direitos e garantias fundamentais, a organizacao do Esta- do, a organiza¢ao dos poderes, a defesa do Estado e das ins- tituigdes democraticas, a tributacao, o orcamento, a ordem econémica e financeira e a ordem social. AConstituigdo Federal reserva privativamente a Uniao, akompeténcialpara legislar sobre transito e transporte (Arti- go 22, XI). O Supremo Tribunal Federal (STF) tem considera- do[inconstitucional] leis estaduais e municipais que invadem Que esta em desacordo & constituicao (‘conjunto de leis’) de um pais; que fere a constituicao. esta competéncia privativa da Unido, legislando, por exem- plo, sobre sinalizacao, valores e anistia de multas. EEnEEREn SUSE DSES AED NURE ERRANDS | ‘ADI 2802 / RS - RIO GRANDE DO SUL ACAO DIRETADE | INCONSTITUCIONALIDADE i Relator(a): Min. ELLEN GRACIE { Julgamento: 09/10/2003 Orgéo Julgador: Tribunal ; Pleno i Publicagéo: DJ DATA-31-10-2003 PP-00014 ae | VOL-02130-02 PP-00307 EMENTA: ACAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALI- DADE. LEI N° 11.604, DE 23.04.2001, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. TRANSITO. INVASAO DA COMPETENCIA LEGISLATIVA DA UNIAO PREVISTA NO ART. 22, XI DA CONS- TITUIGAO FEDERAL. Ja é pacifico neste Supremo Tribunal | 0 entendimento de que 0 transito é matéria cuja com- | peténcia legislativa é atribuida, privativamente, a Unido, | conforme reza o Artigo 22, Xi da Constituicao Federal. ADI | n. 2.064, Mauricio Corréa e ADI n, 2.137-MC, Sepillveda Pertence, Em casos anélogos ao presente, esta Corte de- | clarou a inconstitucionalidade formal de normas estaduais que exigiam a sinalizacdo da presenca de equipamentos | de fiscalizacao eletrénica, fixavam limites de velocidade =| nas rodovias do Estado-membro e instituiam condigdes de validade das notificagdes de multa de transito. Preceden- tes: ADI 1.592, Moreira Alves, ADI 2.582, Sepulveda Per- tence e ADI 2.328-MC, Mauricio Corréa. Acao direta cujo Pedido se julga procedente. ADI 1592 / DF - DISTRITO FEDERAL ACAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. MOREIRA ALVES Julgamento: 03/02/2003 Orgao Julgador: Tribunal Pleno | Publicacao: DJ DATA-09-05-2003 PP-00043 EMENT VOL-02109-01 PP-00161 EMENTA: Aco direta de inconstitucionatidade. Lei n. 1.407, de 17 de marco de 1997, do Distrito Federal. - A | Lei em causa é inconstitucional por invadir a competéncia privativa da Unido prevista no artigo 22, Xl, da Constitui- 40, inexistindo a autorizagao por Lei complementar aos Estados aludida no paragrafo Unico do mesmo dispositivo constitucional. Acdo que se julga procedente, para decla- rar-se a inconstitucionalidade da Lei n. 1.407, de 17 de marco de 1997, do Distrito Federal. Este dispositivo constitucional nao afasta a competén- cia complementar comum a Unido, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municipios de protegerem o meio ambiente e combater a poluicao (Artigo 23, VI), de estabelecerem e im- plantarem a politica de educagao para seguranca do transito (Artigo 23, XII) e de promoverem, no que couber, adequado or- denamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupacao do solo (Artigo 30, Vill). 0 de Hely Lopes Meirelles (1993, p.319): “De um modo geral, pode-se dizer que cabe 4 Unido legislar sobre 0s assuntos nacionais de transito e transporte, ao Estado- membro compete regular e prover os aspectos regionais e a circulagdo intermunicipal em seu territério, e ao municipio cabe a ordenacao do transito urbano, que é de seu interesse local (CF, Artigo 30, eV)”. 2.2 CODIGO DE TRANSITO BRASILEIRO (CTB) Instituido pela Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997, e publicada no dia 24 do mesmo més, entrou em vigor em 22 de janeiro de 1998 (cento e vinte dia apés a publica 40), sendo ja modificado pela Lei n. 9.602, de 21 de janeiro de 1998, publicada no mesmo dia que CTB entrou em vigor. 0 Cédigo de Transito Brasileiro é resultado de um debate que teve inicio com a Portaria Ministerial n. 345-B de 21/09/73, que nomeou uma comissao de técnicos para proceder a revisao, cuidando especialmente da Lei n. 5.108, de 21 de setembro de 1966, que era 0 antigo Cédigo Nacional de Transito. u Proyero @ CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 19 B® CAPACITACAO DE ROFISSIONAIS DE TRANSITO 20 Mais recentemente, pelo Decreto Presidencial de 06 de junho de 1991, foi criada a comissao especial destinada a elaborar 0 anteprojeto do novo Cédigo Nacional de Transito, vinculada ao Ministério da Justia e coordenada pelo Presi- dente do Contran, que teve o prazo de 120 dias para conclu- 40 dos trabalhos, posteriormente prorrogado por mais 90 dias pelo Decreto Presidencial de 11 de noverbro de 1991. O anteprojeto proposto pela comisséo especial, por de- terminacao do Ministro da Justica, foi publicado no DOU de 13 de julho de 1992, e abriu espaco para a sociedade, por um pra- zo de 30 dias, encaminhar sugestdes ao Ministro da Justica. Depois de tramitar na Camara dos Deputados e no Se- nado Federal, finalifiente, em 23-de- Setembro “de"1997, o Presidente da Repubblica, ‘através da Mensagem n. 1.056, ve- tou varios dispositivos do Projeto de Lei n. 3.710 de 1993 e “instituiu 0 Codigo de Transito Brasileiro, Lei n. 9.503 de 23 de setembro de 1997. 0 CTB estabelece que o’Sistema Nacional de compie-se de drgaos e entidades da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, estendendo até estes as competéncias executivas da gestao do transito. ___ As exig@ncias para integracao do municipio‘ao Sistema Nacional de Transito estdo expressas nos Artigos 24 e 333 do” Codigo e nas Resolugées do Contran n. 106/99 e 145/203. Embora 0 Cédigo de Transito Brasileiro constitua um grande avanco no que se refere ao modelo de gestao de tran- sito, tem-se o grande desafio de integrar o sistema e fazé-lo operar de forma continua e coordenada de acordo com as diretrizes da Politica Nacional de Transito com vistas a se- guranca, a fluidez, & mobilidade e acessibilidade, 4 defesa ambiental e a educagao para o transito. 2.3 CONVENGAO SOBRE TRANSITO VIARIO (CTV) Firmada em Viena, na Austria, em 08 de novembro de 1968 e a qual o Brasil aderiu como Parte Contratante, foi aprovada pelo Decreto Legislativo n. 33, de 13 de maio de 1980 e promulgada pelo Decreto n. 86.714, de 10 de dezem- bro de 1981, do Executivo Federal, com reservas. Artigo 1° A Convengo sobre Transit Vidrio apensa por cépia ao presente Decreto, sera executada e cumpri- A CTV visa facititar.o transito viario internacional e de aumentar a seguranca nas rodovias mediante a adocao de regras uniformes de transito. De acordo.com a CTY, um veiculo esta em “circulagéo internacional” em territorio de outro pais quando: - pertencer a uma pessoa fisica ou juridica que tem sua residéncia normal fora desse pais; - no se acha registrado nesse pais; - foi temporariamente importado para esse pais. Um conjunto de veiculos esta em circulacao interna- cional, quando pelo menos um dos veiculos do conjunto se enquadra nesta definicao. Por ser lei posterior a maioria dos dispositivos presen- tes no antigo.Cédigo Nacional de Transito, sobre ele prevale- cia, naquilo que com ele:conflitasse: Em relacao ao vigente CTB a prevaléncia é inversa. Todavia, é preciso considerar que se trata de um ato internacional que o Brasil nao denun- ciou e, portanto, continua em vigor para o transito interna- cional de condutores oriundos de outros paises contratantes em transito no Brasil. De igual forma, é valido para o con- dutor brasileiro em transito no territério de pais estrangeiro signatario da Convencao. © nosso préprio cédigo assimilou muito das normas e disposigées da CTV ao seu proprio texto. Os conflitos, por isso mesmo, so pouco significativos e nao os incompatibili- za, no essencial. 2.4 ACORDO SOBRE ;REGULAMENTAGAO BASICA'UNIFICADA DE TRANSITO-:(BRASIL,::ARGENTINA; “BOLIVIA, CHILE, PARAGUAI, PERU E URUGUAI) Trata-se de acordosinternacional firmado pelo Brasil, Argentina, Bolivia,-Chile;Paraguai, Peru e Uruguai, sobre 0 transito estrangeiro nos territorios desses paises. Regulamen- Cn CAPACITACAO.DE, , :PROFISSIONAIS'DE TRANSITO 4 @ soo CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO Qualquer um dos paises sig natérios do protocoto. tado através do Decreto Federal de 03 de agosto de 1993, 0 acordo unifica procedimentos para o transito nestes paises, inclusive quanto a obrigatoriedade reciproca de se reconhe- cer os documentos originais de habilitagéo dos condutores oriundos de outro pais contratante, bem como as licencas dos veiculos: Artigo 4° IX. Os pafses signatarios deste Acordo reconhecerao’ articenca nacional de dirigir emitida por qualquer um dos ‘demais paises signatarios. £ importante observar que o condutor estrangeiro esta obrigado-a-cumprir-as-leis-e-regulamentos-vigentes-no-pais que se encontra. . 7 2.5 PROTOCOLO DE SAN LUIS EM MATERIA DE RESPONSA- BILIDADE CIVIL EMERGENTE DE ACIDENTES DE TRANSITO ENTRE OS ESTADOS PARTES DO MERCOSUL (ARGENTINA, BRASIL, PARAGUAI E URUGUAI) 0 Protocolo de San Luis sobre Matéria de Responsa- bilidade Civil Emergente de Acidentes de Transito entre os Estados Partes do Mercosul e a respectiva Errata, feita em Assunco, em 19 de junho de 1997 foi aprovado pelo Decreto Legislativo n. 259, de 15 de dezembro de 2000, e promulgado pelo Decreto n. 3.856, de 3 de julho de 2001. Visa uniformizar regras sobre responsabilidade civil emergente de acidentes de transito ocorridos no Brasil, Ar- gentina, Paraguai e Uruguai quando participarem ou resulta- rem vitimas domiciliadas em outro Estado-Partel 22 Conforme o protocolg se no acidente participarem ou resultarem vitimas, unicaménte pessoas domiciliadas em ou- tro Estado-Parte, a responsabilidade civil no sera do tocal onde ocorreu 0 acidente e sim do Estado-Parte da vitima. As regras de transito aplicaveis serao, entretanto, as do local em que ocorreu o acidente. 2.6 LEIS RELACIONADAS AO TRANSITO NAO INCORPORADAS AO CTB Promulgadas pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da Republica, estabelece regras que valem para todo o territério nacional. PES nbn ae aaa 7 f f oe oe Na area de transito ha leis que, embora nao alterem dispositivos do CTB, tratam objetivamente da matéria ou tam estreita relacdo com o transito. Como exempto, a Lei n. 9.792 de 14 de abril de 1999, que revogou o Artigo 112 do CTB, a Lei n. 5.970, de 11 de dezembro de 1973, que exclui a aplicacao de dispositivos do Cédigo de Processo Penal, em casos de aci- dentes de transito, quando os vefculos permanecerem no leito da via e estiverem atrapathando a livre circulacao, ou ainda, a Lei Complementar n. 121, de 9 de fevereiro de 2006, que Criou 0 Sistema Nacional de Prevencao, Fiscalizacao e Represséo ao Furto e Roubo de Veiculos e Cargas e da outras providéncias. 2.7 DECRETOS RELACIONADOS AO TRANSITO NAO INCOR- PORADOS AO CTB Sao de competéncia da Presid€ncia da Republica e em geral regulamentam dispositivos das leis. 0 texto do decreto pode ser originado em qualquer Ministério, sendo posterior- mente encaminhado a casa Civil da Presidéncia da Republica, que apés analise juridica e politica, é encaminhado ao Presi- dente da Republica para assinatura. Como exemplo temos 0 Decreto n. 4.711, de 29 de maio de 2003, que dispée sobre a coordenacao do Sistema Nacional de Transito e sobre a composi¢ao do Conselho Na- cional de Transito (Contran), revogando o Decreto n. 2.327, de 23 de setembro de 1997, que criou o Comité Executivo de ‘Transito, ja citado. Ou ainda o Decreto n. 4.710, de 29 de maio de 2003, que criou a Camara Interministerial de Transi- to e dispde sobre o seu funcionamento. 2.8 RESOLUCOES DO CONSELHO NACIONAL DE TRANSITO (CONTRAN) O primeiro e mais importante carater das Resolucées do Contran é 0 de regulamentar o CTB. Possuem forga de lei, como esclarece Arnaldo Rizzardo (2003, p.52): Desde 0 momento em que a lei delega a um drgao expedir normas sobre determinadas matérias, tais normas obrigam, nao se permitindo o descumprimento em razao de nao inseridas em leis especificas. Por outras palavras, induvidoso que possuem forca de lei as determinagées do Contran sobre transito. Apés a promulgacao do CTB foram editadas 304 re- solugdes até dezembro de 2008 que se somam as editadas @ PROFISSIONAIS DE TRANSITO fi) rojo QB CAPACITACAO DE ROFISSIONAIS DE TRANSITO rs antes da publicacao do novo cédigo e que nao conflitam com 0 mesmo (Artigo 315, paragrafo Unico, CTB). A Resolucao do Contran n. 298/208 esclareceu que as resolucdes abaixo nao foram recepcionadas pelo Cédigo de Transito Brasileiro, estando, portanto, revogadas. Resolucdes 397/68; 399/68; 404/68; 407/68; 408/68; 410/68; 411/68; 416/68; 418/69; 426/70; 435/70; 437/70; 438/71; 445/71; 446/71; 450/72; 451/72; 454/72; 459/72; 474/74; 479/74; 480/74; 485/74; 489/75; 495/75; 496/75; 497/75; 503/76; 508/76; 513/77; 514/77; 523/77; 529/78; 531/78; 537/78; 550/79; 551/79; 553/79; 555/79; 564/80; 566/80; 571/81; 585/81; 613/83; 637/84; 647/85; 648/85; 652/85; 653/85; 662/85; 667/86; 676/86; 681/86; 684/86; 686/87; 695/88; 698/88; 703/89; 704/89; 705/89; 706/89; 707/89; 708/89; 709/89; 712/89; 713/89; 715/89; 718/89; 736/89; 741/89; 747/90; 756/91; 770/93; 778/94; 786/94; 794/95; 799/95; 814/96; 817/96; 818/96; 820/96; 823/96; 826/96; 830/97; 832/97; 834/97; e 083/98. Todas as resolucdes do Contran, incl gadas, podem ser encontradas no sité www. Os contetidos das resolugdes podem ser sugeridos pe- los érgaos de transito, fabricantes de veiculos, entidades nao governamentais, associacao de classe e outras entidades pui- blicas € privadas. O texto basico da resolucao € discutido e aprofundado nas Camaras Tematicas e no Forum Consultivo, acompanhados pelo Denatran e levados 4 reuniao do Contran para aprovacao. Nos casos de urgéncia e de relevante interesse publi- co, o presidente do Contran podera deliberar ad referendum do Colegiado, como dispée o seu Regimento interno (Artigo 6°, inciso IX). 2.9 PORTARIAS DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRAN- SITO (DENATRAN) Tem por objetivo regulamentar praticas operacionais e administrativas na relacao entre os drgaos e entidades do Sistema Nacional de Transito e o Denatran, bem como regu- lamentar resolucdes do Contran. Como exemplo temos a Portaria n. 59/2007 que esta- beleceu os campos de informacées que deverao constar do Auto de Infra¢ao, os campos facultativos e o preenchimento, para fins de uniformizacao em todo 0 territério nacional. Os mp et apt eat ate 5 nage te ee A Portaria n. 9/2008 que homologou o Curso de Reci- clagem para Condutores Infratores ¢ 0 Curso de Atualizacao para Renovacao da Carteira Nacional-de Habilita¢ao - CNH, na modalidade a distancia, apresentado pela Fundacao de Apoio a Pesquisa, ao Ensino e Cultura (FAPEC). A Portaria n. 11/2008, que estabeleceu regras e pa- dronizagao de documentos para arrecadacao de multas por infracdo ao Codigo de Transito Brasileiro (multas de transito) e para retencdo, recolhimento e prestacao de informacdes a respeito dos 5% (cinco por cento) do valor arrecadado das multas de trnsito destinados a conta do Funset. @ Unidade 3 SISTEMA NACIONAL DE TRANSITO (SNT) Segundo CTB,. Sistema Nacional de Transito € 0 con+ junto de drgaos e entidades da Unido, dos Estados, do Distrito Federale dos Municipios que tém por finalidade o exercicio das atividades de (Artigo 5°, CTB): - planejamento; - administracao; - normatizacao; - pesquisa; - registro e licenciamento de veiculos; - formagao, habilitacao e reciclagem de condutores; - educacao; - engenharia; = operacao do sistema viario; - policiamento; - fiscalizacao; - julgamento de infracées e de recursos; - aplicagao de penalidades. Inicialmente € preciso conhecer os seguintes conceitos: .* agente da autoridade de transito: "pessoa, civil ou policial militar, credenciada pela autoridade de transito para o exercicio das atividades de fiscalizacao, operacao, policia- mento ostensivo de transito ou patrulhamento; "+ autoridade : dirigente maximo de orgao ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional de Transito ou pessoa por ele expressamente credenciada; + faixas de dominio: superficie lindeira as vias rurais, delimitada por lei especifica e sob responsabilidade do drgao ou entidade de transito competente com circunscrigao sobre a via; + regulamentagao da via: implantaco de sinalizacao de regulamentacao pelo orgao ou entidade competente com circunscricao sobre a via, definindo, entre outros, sentido de direcao, tipo de estacionamento, hordrios e dias. 3.1 OBJETIVOS DO SNT CO SNT tem como objetivos principais o estabelecimen- to de diretrizes da Politica Nacional de Transito (PNT) com oer é f f a PRojero U CaPACITACKO DE ROFISSIONAIS DE TRANSITO vistas a seguranca, a fluidez, ao conforto, a defesa ambiental f] ea educacao para o transito, a fixa¢ao de normas e procedi- mentos e & definicao da sistematica de fluxos de informacao entre os membros participantes. ‘A formulacao e a implantacao da PNT e do seu respec- tivo programa devem definir as linhas gerais a serem segui- das pelos componentes do Sistema Nacional de Transito, as agées prioritarias, os recursos a serem alocados e as metas a serem perseguidas. £ importante observar que, segundo o CTB, os orgaos e entidades de transito pertencentes ao SNT darao priorida- de em suas agées a defesa da vida, nela incluida a preserva ao da satide e do meio-ambiente (Artigo 1°, §5°). 3.2 COORDENAGAO DO SNT De acordo com o CTB (Artigo 9°), cabe ao Presidente da Republica designar 0 Ministério ou drgao da Presidéncia responsavel pela coordenacao maxima do SNT. 0 revogado Decreto n, 2.327, de 23 de setembro de 1997 (mesma data da san¢ao do CTB), estabelecia que 0 Mi- nistério da Justica seria 0 coordenador maximo do SNT: Artigo 1° Compete ao Ministério da Justica a coor- denacéo maxima do Sistema Nacional de Transito, bem como 0 exercicio das funcdes de drgéo maximo executive da Uni Atualmente, com a nova organizacao da Presidéncia da Republica e dos Ministérios dada pela Lei n. 10.683, de 28 de maio de 2003, 0 Conselho Nacional de Transito (Contran) 0 Departamento Nacional de Transito (Denatran) passaram a integrar a estrutura basica do recém criado Ministério das Cidades (Artigo 29 e 33, VII). O Decreto n. 4.710, de 29 de maio de 2003, designou ma Nacional de Transito. 3.3 COMPOSIGAO DO SISTEMA NACIONAL DE TRANSITO O SNT é integrado por érgao e entidades a nivel fede- ral, estadual e municipal, com atribuigdes normativas, con- sultivas, recursais e de execugao. 27 28 Compéem a administracao do transito como integran- tes do SNT: /* Contran: coordenador do Sistema e drgao maximo normativo e consultivo; «.Cetran e Contrandife: drgaos normativos, consulti- vos @ cégrdenadores; + Orgios e entidades executivos de transito da Unido (Denattan), dos Estados (Detran’s), do Distrito Federal e dos Municipios; (+ Orgaos e entidades executivos rodoviarios da Uniao (Dnit), ‘dos Estados (em geral DER’s), do Distrito Federal e dos Municipios; ¢« Policia Rodoviaria Federal (PRF); + Policias Militares dos Estados e do Distrito Federal; J+ Jari, 3.3.1 Conseltho Nacional de Transito (Contran) Acriacéo do Contran remota ao Decreto-Lein. 2.994, de 28 de janeiro de 1941 (primeiro Codigo Nacional de Transito): — Artigo 137. Fica criado o Conselho Nacional de Transito, com sede no Distrito Federal, subordinado dire- | tamente 20 Ministro da Justiga e Negécios Interiores. | J E 0 coordenador do Sistema e érgéo maximo norma- tivo, consultivo e recursal, presidido pelo dirigente do De- natran e integrado pelos representantes dos Ministérios da Ciéncia e Tecnologia, da Educacao, da Defesa, do Meio Am- biente, dos Transportes, das Cidades e da Saude (Decreto n. 4.711/2003) e da Justiga (Lei n. 11.705/2008). Além das atribui¢ées relacionadas no Artigo 12 do CTB, tem a tarefa de regulamentar o proprio Codigo por meio de resolucées. Por exemplo: + regulamentar o transporte de criangas com idade inferior a dez anos nos bancos traseiros (Artigo 64); + regulamentar 0 uso do cinto de seguranca para con- dutor e passageiros em todas as vias do territério nacional (Artigo 65); + estabelecer os moldes e padrdes de funcionamento das Escolas Publicas de Transito (Artigos 74, § 2°); + no ambito da educacao, propor condutas a serem se- guidas nos primeiros socorros em caso de acidente de transi- to para o estabelecimento de campanha nacional promovida pelo Ministério da Saiide (Artigo 77); paojmo CAPACITACAO DE ROFISSIONAIS DE TRANSITO estabelecer normas e especificagées para implanta- 0 da sinalizacdo em posicao e condices que a tornem per- feitamente visivel e legivel durante o dia e a noite, em dis- tancia compativel com a seguranga do transito (Artigo 80); + Identificar as entradas e saidas dos locais destinados a postos de gasolina, oficinas, estacionamentos ou garagens de uso coletivo (Artigo 86); i + estabelecer as caracteristicas dos veiculos, suas | especificacées basicas, configuracao e condigdes essenciais para registro, licenciamento e circulagao (Artigo 97); + estabelecer 0s limites de peso e dimensdes para o transito de veiculos pelas vias terrestres (Artigo 99); + regulamentar os equipamentos obrigatérios dos ve- culos (Artigo 105). | Compete ainda ao Contran julgar os recursos da deciséo da Jari, no caso da penalidade de suspensdo do» | direito de dirigir por mais de seis meses, cassacao do do- cumento de habilitacdo ou penalidade por infracées gra- vissimas, impostas pelo DNIT ou PRF. Segundo o seu Regimento interno (publicado no Diario Oficial da Unido, de 26 de janeiro de 1998), cabe ao seu presi- dente, dentre outras atribuicées, convocar reunides ordinarias e extraordinarias, propor a pauta das reuniées, baixar atos ad- ministrativos de carater normativo, determinar a instauracao de inquéritos administrativos, deliberar, ad referendum do cole- giado, nos casos de urgéncia e de relevante interesse publico. ples de votos e o Presidente tera direito a voto nominal e de qualidade. O Contran se reunira ordinariamente a cada trés me- ses por convocacao do seu presidente ou deciséo de um terso dos membros do conselho, sendo as suas reunides registradas | em atas, assinadas pelo presidente e pelo secretario Executivo. i ' ‘As decisdes do Contran seréo tomadas por maioria sim- Ha | Camaras Tematicas ‘As Camaras Tematicas so érgaos técnicos vinculados i ao Contran com o objetivo de estudar e oferecer sugestdes e embasamento técnico sobre assuntos especificos (Artigo 13). i O Regimento Interno das Camaras Tematicas consta no anexo i da Resolu¢ao do Contran n. 218, de 20 de dezembro de 2006. i: ‘As Camaras Tematicas atuais sao: 2 + de Assuntos Veiculares; + de Educacao para o Transito e Cidadani: 29 o ‘PROFISSIONAIS DE TRANSITO + de Engenharia de-Trafego;-daySinalizagaore:da Via; transito, policiamento e fiscalizagao de.transito; « de Formacao.e Habilitacao déxCondutores; + de Satide e Meio Ambiente no Transito. Cada Camara Tematica écomposta,por especialistas representantes de drgaos'e entidades:executivos de tranisito da Unido, dos Estados ‘ou do. Distritd: Federal e:dos Munici- pios, em igual ndmero,-pertencentes’ao'Sistema Nacional de Transito, além de especialistas vepresentantes:dos, diversos segmentos da sociedade relacionados com o transito, As Camaras sao. constituidas por. 18 'titulares.e seus respectivos suplente, selecionados pelo dirétor.do-Denatran e nomeados pelo Ministro das Cidades para um mandato de dois anos, admitida a recondugao. No site do Denatran (winw.denatran.g6v.br):constam regimento interno e.0s ¢ritérios para‘selé¢ao.dos membros. 3.3.2 Orgao Executivo.de Transito da'Uniao - Departamento Nacional de Transito'(Denatran) O Denatran foi -criado em:1967. pelo;Decreto-Lei in. 237, com.atribui¢do.administrativa‘e técnica ¢ jurisdigao em todo o territdrio nacional. Bit Rit en cna minis a Sian a f aie Em 1973, com a publicacao..do-Decreto:n. 72.873, de 04 de outubro de 1973, foi declarado-extints, passando a integrar a Coordenagao Geral de Transito, qué absorveu seu acervo, documentacao e atribuicées. ACoordenacao durou até 1975, quando, pelo Decreto n. 76.387, de 02 de outubro de 1975, ressurgiu:com.a-antiga denominacao fazendo parte da estrutural basica do Ministé- eT 55 ee a a ae ea Rares, ap Ee mac Aci uhh teas rio da Justi¢a como colegiado de Administracao de Atividades Especificas. Com sede no Distrito Federal, é o-6rgao maximo exe- cutivo de transito sendo o seu dirigente presidente: do Con- tran (Decreto n. 4.711/2003). Dentre as atribuigdes citadas no Artigo 19 do CTB des- taca-se a prerrogativa de assumir, mediante aprovacao do Contran,.diretamente ou por delegacdo, a execucao total ou parcial das atividades do drgao executivo de transito es- tadual, especialmente a de expedir a Permissao para Dirigir (PPD), a Carteira Nacional de Habilitacao (CNH), os Certifica- dos de Registro (CRV) e 0 de Licenciamento Anual (CLA), no caso de deficiéncia técnica ou administrativa ou nos casos de latos de improbidade contra a fé publica, contra o patriménio ‘ou contra a administragao publica. Tem ainda a responsabilidade de organizar e manter © Registro Nacional de Carteiras de Habilitacao, Renach, 0 Registro Nacional de Veiculos Automotores, Renavam e o Re- gistro Nacional de Infra¢des de Transito, Renainf, organizar a estatistica geral de transito, administrar o Funset e prestar suporte técnico, juridico, administrativo e financeiro ao Con- tran. 3.3.3 Orgdo Executivo Rodoviario da Uniao - Departamen- to Nacional de Infra-estrutura de Transporte (DNIT) O DNIT, com sede e foro no Distrito Federal, foi criado pela Lei n. 10.233, de 5 de junho de 2001, juntamente com o Conselho Nacional de Integracao de Politicas de Transporte, a Agéncia Nacional de Transportes Terrestres e a Agéncia Na- cional de Transportes Aquaviarios: Artigo 79. Fica criado o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT, pessoa juridica de | direito pUblico, submetido ao regime de autarquia, vincu- | lado ao Ministério dos Transportes. ! Constitui objetivo do DNIT implementar, em sua es- fera de atua¢ao, a politica formulada para a administracdo da infra-estrutura do Sistema Federal de Viacao (Lei n. 10.233/2001), compreendendo sua operacao, manuten- 40, restauracao ou reposicao, adequacao de capacidade, e ampliagao mediante construcéo de novas vias e termi- nais. PROJETO. | CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO | sn0ye DB CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO ALei n, 10.561, de 13 de janeiro de 2002 (Artigo 24, XVII), esclareceu que é atribuicéo do DNIT, em sua esfera de atuacao, exercer, diretamente ou mediante convénio, as competéncias expressas no Artigo 21 do CTB. Assim, como érgdo integrante do SNT, compete-lhe nas rodovias sob sua jurisdicao, entre outras atribuicées, pla- nejar, projetar, regulamentar e operar o transito de veiculos, de pedestres e de animais, promovendo 0 desenvolvimento da circulaco e da seguranca de ciclistas, além de implantar, manter e operar o sistema de sinalizacao, os dispositivos e os equipamentos de controle vidrio. E importante destacar que em retacao a fiscalizacao de transito o DNIT podera adotar todas as medidas adminis- trativas, entretanto, em relacdo as penalidades so poder aplicar a adverténcia por escrito e multa. 3.3.4 Policia Rodovidria Federal (PRF) De acordo com o seu site na internet (www.dprf.gov. br) a Policia Rodoviaria Federal teve suas origens a época do presidente Washington Luiz por meio do Decreto n. 18.323, de 24 de julho de 1928, que definia as regras de transito, a época com a denominagao inicial de “Policia de Estradas”. Com 0 Decreto n. 8.463, de 27 de dezembro de 1945, . que criou 0 Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), surgiu a denominacdo de Policia Rodoviaria Federal. Até dezembro de 1957, a Policia Rodoviéria Federal era supervisionada pela Divisdo de Conservacao, Pavimenta- ¢4o e Trafego do DNER, a qual estavam subordinados os Dis- tritos Rodoviarios Federais, na forma do Decreto n. 31.154, de 19 de julho de 1952. Em 12 de dezembro de 1957, com a assinatura do Decreto : Nn. 42.799, a PRF passou a fazer parte da Divisio de Transito. Ea fungao exercida pela Poli- cia Rodovidria Federal com 0 objetivo de garantir obedién- cia as normas de transito, as- segurando a livre circulacao € evitando acidentes (Anexo 11do CTB). Com o advento da Constituicéo Federal (CF) de 1988, Policia Rodovidria Federal foi institucionalizada e integrada ao Sistema Nacional de Seguranca Publica (Artigo 144, Il e §2° da CF), com a atribuicao de realizar o|patrulhamento|osten- sivo das rodovias federais. Mais recentemente, 0 Decreto n. 1.655, de 03 de ou- tubro de 1995, definiu as competéncias da Policia Rodoviaria Federal e a Lei n. 9.654, de 2 de junho de 1998, criou a carreira de Policial Rodoviario Federal, mediante transforma- 32 ‘Gao dos Patrutheiros Rodovidrios Federais, do quadro geral do Ministério da Justica, em cargos de Policial Rodoviario Fede- ral, com as atribuig6es previstas na Constituicao Federal, no Cédigo de Transito Brasileiro e na legislacao especifica. ©. CTB, no Artigo 20, recepcionou boa parte das atri- buicdes da PRF previstas no Decreto n. 1.655/1995. Cabe, portanto, a PRF, no ambito de sua circunscri¢ao (rodovias e estradas federais), realizar o patruthamento ostensivo, exe- cutando operacées relacionadas com a seguranca publica, com 0 objetivo de preservar a ordem, a incolumidade das pessoas, o patriménio da Unido e o de terceiros, assegurando a fluidez, a livre circulagao nas rodovias e estradas federais 0 cumprimento da legislagdo de transito, aplicando e arre- cadando as multas e os valores decorrentes da prestacao de servicos, podendo solicitar ao drgao rodoviario a adocao de medidas emergenciais, zelando pelo cumprimento das nor- mas legais relativas ao direito de vizinhanca, promovendo a interdicdo de construgées e instalagdes nao autorizadas, dentre outras previstas no CTB. ‘A Resolucdo do Contran n. 289/2008 dispde sobre normas de atuacao a serem adotadas pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes, DNIT, e o De- partamento de Policia Rodoviaria Federal, DPRF, na fisca- lizagao do transito nas rodovias federais. i Compete ao DNIT, no ambito de sua circunscricao, exercer a fiscalizagao: Do excesso de peso dos veiculos nas rodovias fede- | Fais, aplicando aos infratores as penalidades previstas no Cédigo de Transito Brasileiro, CTB, respeitadas as com- peténcias outorgadas a Agéncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pelos artigos 24, inciso XVII, e 82, § 1°, da Lei n. 10.233, de 5 de junho de 2001, com a redacao dada pela Lei n. 10.561, de 13 de novembro de 2002. De velocidade nas rodovias federais, utilizando ins- trumento ou redutor eletrénico de velocidade tipo fixo, assim como a engenharia de trafego para implantacao de novos pontos de reducao de velocidade. Compete ao DPRF, exercer a fiscalizacao: Por excesso de peso nas rodovias federais, isolada- mente, ou a titulo de apoio operacional ao DNIT, aplican- do aos infratores as penalidades previstas no CTB; e enoye0 DB CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 33 As Jari funcionam junto a‘cad cutivo dé transito ou ‘rodoviario;:qué: 40 aplicar penalidades. Sa0 Orgaos -recursais. colegiados.‘com :apdio.adminis- trativo’e financeiro do 6rgad-ou: ie junto“ao qual fun- cionem. a cutiyos de transito e r jagoes-sobre-proble- mas observados nas autuacoes e’apontados em:recirsos, que serepitamrsistematicamente= yauitide so, pode solicitar™a*€stes orgaos.erentidades. informagoes complementarés relativas:a0s récursos. 0 -Contran, de a¢ordo‘com.o que-dispoé o'Artigo. 12, IV do CTB, estabeleceu na. Resolu¢: :30'de marco de 2007, as diretrizes das Jari. Ca ene 'dei2003!!queidispoe sot di a Fe aU spOs ROBIE s eg fata ¢ Sti ins: > cial ane coy ARH Os aetna i : —->* RSE ‘5d wee RA fas, PACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO Art, 1° Estabelecer diretrizes para a elaboracao do Regimento Interno das Juntas Administrativas de Recur- | sos de Infragées - JARI, constantes do Anexo desta Resolu- sao. : Art. 2° Ficam revogadas as ResolugGes nos 147/03 e | | 175/05, do CONTRAN. i Art. 3° Esta Resolugdo entra em vigor na data de sua publicacao. ANEXO. | Diretrizes para a Elaboracao do Regimento Inter- | 1 no das Juntas Administrativas de Recursos de Infracées - | JARI | 1, Introdugao | 1.1. De acordo com a competéncia que the atribui 0 inciso VI do art. 12 da Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997, 0 Conselho Nacional de Transito - CONTRAN, es- tabelece as diretrizes para a elaboracao do Regimento In- terno das Juntas Administrativas de Recursos de Infracoes ~ JARI. 2. Da Natureza e Finalidade das JARI 4 2.1, As JARI so orgaos colegiados, componentes do | Sistema Nacional de Transito, responsaveis pelo julgamen- to dos recursos interpostos contra penalidades aplicadas pelos érgaos e entidades executivos de transito ou rodovi- arios. 2.2. Haver, junto a cada drgdo ou entidade exe- | cutivo de transito ou rodoviario, um ntimero de JARI ne- ; cessario para julgar, dentro do prazo legal, os recursos | interpostos. ' 2.3. Sempre que funcionar mais de uma JARI junto | a0 érgao ou entidade executivo de transito ou rodovisrio, | deverd ser nomeado um coordenador. As JARI funcionarao junto: | .4.a. aos orgaos e entidades executivos rodovia- | rios da Unido e a Policia Rodoviaria Federal; 0s Orgdos e entidades executivos de transi- | ios dos Estados e do Distrito Federal; Peojero CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 2.4.c. aos érgdos e entidades executivos de transi- to ou rodoviarios dos Municipios. 3. Da Competéncia das JARI 3.1, Compete as JARI 3.1.2. julgar os recursos interpostos pelos infratores; 3.1.b, solicitar aos érgios ¢ entidades executivos de transito e executivos rodoviarios informacées comple- mentares relativas aos recursos objetivando uma melhor anilise da situacao recorrida; 3.1.c. encaminhar aos érgaos e entidades executi- vos de transito e executivos rodoviarios informagées sobre problemas observados nas autuagdes, apontados em re- cursos e que se repitam sistematicamente. 4, Da Composigao das JARI 4.1. A JARI, 6rgao colegiado, tera, no minimo, trés jintegrantes, obedecidos os seguintes critérios para a sua composi¢ao: 4.1.a. um integrante com conhecimento na area de transito com, no minimo, nivel médio de escolaridade; 4.1.b. representante servidor do érgao ou entidade que impés a penalidade; 4.1.c. representante de entidade representativa da sociedade ligada a area de transito; 4.1.¢.1. excepcionalmente, na impossibilidade de compor 0 colegiado por inexisténcia de entidade repre- sentativa da sociedade ligada 4 area de transito ou por comprovado desinteresse de entidades representativas da sociedade na indicacao de representante ou quando indicado © representante este, injustificadamente, nao comparecer a secdo de julgamento, o representante es- pecificado no subitem 4.1.c sera substituido por um ser- vidor publico habilitado integrante de orgao ou entidade distintos do que impés a penalidade, que podera compor © Colegiado pelo tempo restante do mandato; 4.1.d. igual numero de representantes dos itens 4.1.be 4.1.¢5 4.1.e. 0 presidente podera ser qualquer dos inte- grantes do colegiado, a critério da autoridade competen- te para designa-los; 4.1.f. facultada a supléncia; 4.1.g. vedado ao integrante das JARI compor o Conselho Estadual de Transito - CETRAN ou o Conselho de Transito do Distrito Federal - CONTRANDIFE. enor Qaim ope PROFISSIONAIS DE TRANSITO 5. Dos Impedimentos 5.1. © Regimento Interno das JARI poder prever impedimentos para aqueles que pretendam integra-las, | dentre outros, os relacionados: | 5.1.a. a idoneidade; : 5.1.b. a pontuagao, caso seja condutor; : 5.1.c. ao exercicio da fiscalizacdo do transito. 6, Da Nomeagao dos Integrantes das JARI 6.1. Anomeacdo dos integrantes das JARI que fun- cionam junto aos orgaos e entidades executivos rodoviarios da Unido e junto a Policia Rodoviaria Federal sera efetuada pelo Secretario Executivo do Ministério ao qual 0 orgao ou entidade estiver subordinado, facultada a delega¢ao. 6.2. Anomeacao dos integrantes das JARI que fun- cionam junto aos orgaos e entidades executivos de tran- sito ou rodovidrios estaduais e municipais sera efetuada pelo respectivo chefe do Poder Executivo, facultada a de- legacao. 7. Do Mandato dos membros das JARI 7.1, 0 mandato ser: maximo, de dois anos. 7.2. 0 Regimento Interno podera prever a recondu- ao dos integrantes da JARI por periodos sucessivos. , NO minimo, de um ano e, no 8. Dos deveres das JARI 8.1. O funcionamento das JARI obedecera ao seu Regimento Interno. 8.2. A JARI somente poder deliberar com, no mini- mo, trés integrantes observada a paridade de representa a0. °°" 43. As decisées das JARI deverdo ser fundamenta- | das e aprovadas por maioria de votos dando-se a publici- dade devida. 9. Dos deveres dos Orgaos e Entidades de Transito 9.1. © Regimento Interno devera ser encaminhado para conhecimento e cadastro: 9.1.a. a0 DENATRAN, em se tratando de érgéos ou entidades executivos rodoviarios da Unido e da Policia Ro- dovidria Federal; 37 @ prayer CAPACITACAO DE >ROFISSIONAIS DE TRANSITO 38 9.1.b. aos respectivos CETRAN, em se tratando de érgaos ou entidades executivos de transito ou rodovidrios estaduais e municipais ou ao CONTRANDIFE, se do Distrito Federal. 9.2. Cabera ao érgao ou entidade junto ao qual funcione as JARI prestar apoio técnico, administrative e financeiro de forma a garantir seu pleno funcionamento. {3.3.6 Consethos Estaduais de Transito (Cetran) @ Conselho de Transito do Distrito Federal (Contradife) So érgios normativos, consultivos e coordenadores no Ambito dos Estados e do Distrito Federal, cujos presiden- tes so nomeados pelos Governadores dos Estados e do Dis- trito Federal, respectivamente. Dentre outras atribuicées previstas no Artigo 14 do CTB, compete-lhe acompanhar e coordenar as atividades de administracéo, educacao, engenharia, fiscalizagao, policia- mento ostensivo de transito, formagao de condutores, re- gistro e licenciamento de veiculos, articulando os érgaos do Sistema nos Estados. Cabe, ainda, ao Cetran informar o Contran sobre 0° cumprimento das exigéncias definidas nos §§ 1° e 2° do Artigo. 333 do CTB, que’trata da criacdo ou adequacao dos érgaos , “executivos municipais dé transito. O Cetran e Contrandife, atuam ainda como érgaos recursais, julgando os recursos da decisao da JARI, no caso de penalidade imposta por érgao ou entidade de transito estadual, municipal ou do Distrito Federal. O Contran, de acordo com o que dispoe o Artigo 12, V do CTB, estabeleceu, na Resolucao n. 244, de 22 de junho de 2007, as diretrizes para funcionamento dos Cetran e Contrandife. RESOLUCAO N° 244, DE 22 DE JUNHO DE 2007. Estabelece diretrizes para a elaboracdo do Regi- mento Interno dos Conselhos Estaduais de Transito - CE- TRAN e do Conselho de Transito do Distrito Federal - CON- TRANDIFE. © CONSELHO NACIONAL DE TRANSITO - CONTRAN, 1no uso das atribuicdes que the confere o art. 12, da Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Cédigo | de Trénsito Brasileiro, e conforme o Decreton.” 4.711, de | 29 de maio de 2003, que trata da Coordenacao do Sistema Nacional de Transito - SNT e, Art. 1° Estabelecer diretrizes para a elabora¢do do Regimento Interno dos Consethos Estaduais de Transito - CETRAN e do Conselho de Transito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, constantes do Anexo desta Resolucdo. —, Art. 2° Os Regimentos Internos dos Conselhos Estadu- ais de Transito - CETRAN e do Consetho de Transito do Distrito Federal - CONTRANDIFE existentes deve ser adequados ao disposto nesta Resolucao em até 180 (cento e oitenta) dias. Art, 3° Fica revogada a Resolucao n° 150, de 8 de outubro de 2003, do CONTRAN. Art. 4° Esta Resolugdo entra em vigor na data de , sua publicacao. j ANEXO Diretrizes para 0 Estabelecimento do Regimento Interno dos Conselhos Estaduais de Transito - CETRAN e Conselho de Transito do Distrito Federal - CONTRANDIFE 1. Introdugao De acordo com a competéncia que (he atribui o inci- so V do art. 12 da Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997, © Conselho Nacional de Transito - CONTRAN, estabelece as diretrizes que devem orientar a formulacao do Regimento Interno dos Consethos Estaduais de Transito - CETRAN e do Conselho de Transito do Distrito Federal - CONTRANDIFE. 2, Da Natureza e Finalidade 2.1. 0s CETRAN e 0 CONTRANDIFE séo érgios cole- | giados, normativos, consultivos e coordenadores do cor- | respondente Sistema Estadual ou Distrital, componentes | do Sistema Nacional de Transito, responsaveis pelo jul- | gamento em segunda Instancia dos recursos interpostos 0 PACITACAO DE ROFISSIONAIS DE TRANSITO 39 nop @ CAPACITACAODE PROFISSIONAIS DE TRANSITO contra penalidades aplicadas por drgaos e entidades exe- Cutivos de trénsito e rodoviarios dos estados, do Distrito Federal e dos municipios. 3. Da Competéncia 3.1. Cumprir e fazer cumprir a legislagao e as nor- mas de transito, no Ambito das respectivas atribuicées; 3.2. elaborar normas no ambito das respectivas i competéncias; 1 3.3. responder a consultas relativas a aplicacao da : legistacdo e dos procedimentos normativos de transito; ' 3.4. estimular e orientar a execucéo de campanhas i educativas de transito; 3.5. julgar os recursos interpostos contra decisdes: 3.5.a, das JARI; 3.5.b. dos orgaos e entidades executivos estaduais, nos casos de inaptidao permanente, constatadas nos exa- mes de aptidao fisica, mental ou psicolégica; i 3.6. indicar um representante para compor a comis- sao examinadora de candidatos portadores de deficiéncia fisica & habilitacao para conduzir veiculos automotores; 1 3.7. acompanhar e coordenar as atividades de ad- ministragdo, educagao, engenharia, fiscalizacao, policia- mento ostensivo de transito, formacao de condutores, re- gistro e licenciamento de veiculos, articulando os orgaos do Sistema no Estado, reportando-se ao CONTRAN; 3.8. dirimir conflitos sobre circunscrigao € compe- téncia de transit no ambito dos Municipios; 3.9. informar ao CONTRAN sobre o cumprimento _ das exigéncias definidas nos §8 1° e 2° do art. 333 do Cédi- i go de Transito Brasileiro. 3.10. designar em casos de recursos deferidos e , : na hipétese de reavaliagao dos exames, junta especial de satide para examinar os candidatos a habilitacdo para conduzir veiculos automotores. ' 4, Da Composi¢ao 1. Os Conselhos Estaduais de Transito - CETRAN sero compostos por, no minimo um presidente e de treze {* membros, sendo: - 4.1.a. Facultada a supléncia; 4.1.b. Obrigatéria a representacao, em igual numero, : de representantes da esfera do poder executivo estadual, dos érgaos ou entidades executivos e rodovidrios municipais integrados ao Sistema Nacional de Transito e de entidades ‘ representativas da sociedade ligadas a area de transito; 40 aojr0 CAPACITACAODE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 4.1.c. Além dos representantes previstos no item anterior, um integrante com notorio saber na area de transito, com nivel superior, e trés membros, um de cada area especifica, medicina, psicologia e meio ambiente, com conhecimento na area de transito. 4.1.d. Os representantes da esfera do poder executivo estadual devem pertencer aos seguintes drgaos e entidades: 4.1.d.1. Orgao ou entidade executivo de transit 4.1.d.2. 6rgdo ou entidade executivo rodoviario; 4.1.d.3. de policiamento ostensivo de transito. 4.1.e. Os representantes dos drgaos ou entidades executivos e rodovidrios municipais devem ser: 4.1.e.1. da capital do estado; 4.1.e.2. do municipio com a maior populacao, ex- ceto se ja contemplado no item anterior; 4.1.€.3. do municipio com populacao acima de 500 mil habitantes, exceto se j4 contemplado nos itens anteriores; ' 4.1.e.4. do municipio com populacao entre 100 mil e 500 mil habitantes, exceto se ja contemplado nos itens anteriores; 4.1.e.5. do municipio com populacao entre 30 mil e 100 mil habitantes, exceto se ja contemplado nos itens anteriores, e assim sucessivamente quando existirem mais de 3 representantes. 4.1.f. Os representantes de entidades representati- vas da sociedade ligadas a area de transito devem ser de: 4.1.£.1. sindicato patronal; 4.1.f.2. sindicato dos trabalhadores; 4.1.f.3. entidades nao governamentais ligadas a rea de transito. 4.1.g. 0 integrante do Consetho Estadual de Transi- to - CETRAN nao podera compor JARI. 4.2. O Conselho de Transito do Distrito Federal CONTRANDIFE sera composto por no minimo um presiden- te e treze membros, sendo: 4.2.a. Facultada a supléncia; 4.2.b. Obrigatéria a representacao, em igual nume- ro, de representantes da esfera do poder executivo distri- tal e de entidades representativas da sociedade ligadas & area de transito; 4.2.c. Além dos representantes previstos no item anterior, um integrante com notério saber na area de transito, com nivel superior, e trés membros, um de cada area especifica, medicina, psicologia e meio ambiente, com conhecimento na area de transito. 4.2.d. Os representantes da esfera do poder exe- cutivo distrital devem pertencer aos seguintes érgaos e entidades: 4.2.d.1. Orgao ou entidade executivo de transito; 4.2.4.2. rgao ou entidade executivo rodoviario; 4.2.d.3. de policiamento ostensivo de transito. 4.2.e. Os representantes de entidades representati vas da sociedade ligadas a area de transito devem ser de: 4.2.e.1. sindicato patronal; 4.2.e.2. sindicato dos trabathadores; 4.2.e.3. entidades ndo governamentais ligadas A area de transito. 4.2.f. O integrante do Conselho de Transito do Dis- trito Federal nao podera compor JARI. 5. Dos Impedimentos 5.1. O Regimento Interno do Consetho podera pre- ver impedimentos para indicados que pretendam integra- los, dentre outros, os relacionados: 5.1.a. a idoneidade; 5.1.b. & pontuacao, caso seja condutor; 5.1.c. ao exercicio da fiscalizagao do transito. 6. Da Nomeacao dos Integrantes 6.1. Anomeaco sera realizada pelo Governador do Estado ou do Distrito Federal. 7. Do Mandato dos Integrantes 7.1. 0 mandato sera de dois anos. 7.2. 0 Regimento Interno podera prever a recondu- 40 dos integrantes dos Consethos. 8. Dos deveres 8.1.0 funcionamento dos Conselhos obedecera ao seu Regimento Interno; 8.2. 0 Conselho somente podera deliberar com, no minimo, seis integrantes, observada a paridade de repre- sentacao. 8.3. As decisées do Conselho deverao ser funda- mentadas e aprovadas por maioria de votos, cabendo ao presidente o voto de qualidade, em caso de empate; 8.4. Os Consethos deverao encaminhar seu Regimen- to Interno ao DENATRAN para conhecimento e cadastro. 9. Dos deveres dos érgios e entidades de transito que compéem o Consetho. 2 ROFISSIONAIS DE TRANSITO 9.1.Cabera aos orgaos ou entidades de transito dos estados, municipio e do Distrito Federal que compdem o | Conselho prestar suporte técnico, financeiro de forma a garantir seu pleno funcionamento. 3.3.7 Orgao Executivo de Transito dos Estados e do Distrito Federal (Detran) Até a promulgacao do CTB, em 1998, cabia aos Detran, na maioria dos casos vinculados as Secretarias de Estado de Seguranca Publica, a responsabilidade por todas as acdes de planejamento, operagao ¢ fiscalizacao do transito em todas as cidades do seu estado, & excecao do policiamento osten- sivo - que é prerrogativa da Policia Militar - e da vistoria de seguranca dos veiculos. Ktualimente, compete-lhe_basicamente as atribuicées | crelativas a condutores e veiculos, tais como: realizar, fiscalizar controlar 0 proceso de formacao, aperfeicoamento, reci- |At© de controlar o cumpri: clagem e suspensao de condutores; expedir e cassar a Licenca | Cidasmaleyislaya0detransito de Aprendizagem, Permisséo para Dirigir e Carteira Nacional | por meio do poder de policia de Habilitacdo (CNH); vistoriar, inspecionar, registrar, empla-_| administrativa de trénsito no car e licenciar veiculos, expedindo 0 Certificado de Registro | ambito de circunscrigao dos (CRV) e 0 Licenciamento Anual (CLA), mediante delegacao do | Sr8#0s ¢ entidades executt Denatran; além de outras previstas no Artigo 22 do CTB. eee iienetincias de finidas no CTB (Anexo | do Quanto a(fiscalizagao|compete-the aplicar as medidas _| C78). administrativas e com exclusividade as penalidades de apre- | ensdo-do veiculo, suspensao do direito de dirigir, cassacao ° | fa°Carteira Nacional de Habilitacao, cassacao da Permissdo para Dirigir ¢ frequiéncia obrigatéria em curso de reciclagem, além das penalidades comuns aos demais érgaos, de multa e adverténcia por escrito, excetuadas aquelas de responsabili- dade dos érgaos e entidades municipais. ‘Ato de controlar o cumpri- Como érgao detentor dos dados cadastrais de condu- tores e veiculos, deve fornecer aos érgaos e entidades exe- cutivos de transito e executivos rodoviarios, os dados para fins de imposicao e notificacao da autuacdo, de penalidade e de arrecadacao de multas nas dreas de suas competéncias. 3.3.8 Orgao Executivo Rodoviario dos Estados e do Distrito Federal Sdo os Departamentos Rodovidrios dos Estados e do Distrito Federal, geralmente vinculados as Secretarias de Transportes, com as mesmas atribuigdes do DNIT. 4B 0) DB CAPACITACKODE PROFISSIONAIS DE TRANSITO c Fungo exercida pelas Poli- cias Militares com 0 objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com a seguran: ‘ca piblica e de garantir obe- diéncia as normas relativas & seguranga de transito, asse- ‘gurando a livre circulacdo e evitando acidentes (Anexo | do CTB). Executa a fiscalizacéo de transito, geralmente por meio de convénios com as policias militares estaduais e do Distrito Federal, aplicando as medidas administrativas, mas restringindo-se a aplicacao das penalidades de adverténcia por escrito, e multa. 3.3.9 Policias Militares dos Estados e do Distrito Federal Cabe, segundo dispositive constitucional, as Policias Militares o [policiamento ostensivd e a preservacao da or- dem publica (Artigo 144, §5°, CF), cabendo-lhe, portanto, prevenir e reprimir atos relacionados com a seguranca pui- blica e de garantir obediéncia as normas relativas a segu- ranga de transito, assegurando a livre circulagao e evitando acidentes. Pode executar, quando firmar convénio com a autori- dade de transito correspondente, a fiscalizacao de transito como agentel do érgao ou entidade executivos de transito ou Pessoa, civil ou policial mi- litar, credenciada pela au- toridade de transito para o exercicio das atividades de fiscalizagio, operacao, poli- ciamento ostensivo de transi- to ou patruthamento. (Anexo Ido CTB) executivos rodoviarios, concomitantemente com os demais agentes credenciados. E importante destacar que, de acordo com o Artigo 280, § 4° e anexo | do CTB, o policial militar, para fiscalizar 0 transito, deverd ser designado ou credenciado (anexo 1) pela autoridade de transit com jurisdi¢ao sobre a via. 3.3.10 Orgdos ou Entidades Executivos de Transito dos Municipios A participacéo dos municipios na administracao do transito como integrante do SNT, era inicialmente prevista no antigo Cédigo Nacionat de Transito (Lei n. 5.108, de 21 de setembro de 1966) que previa a existéncia dos chama- dos Conselhos Municipais de Transito - drgaos normativos, de criacao facultativa, nos municipios com popula¢ao superior a duzentos mil habitantes (Artigo 7, 4°). Entretanto, antes mesmo da sua regulamentacao, o entao Cédigo Nacional de Transito sofreu alteracdes por meio do Decreto-Lei n. 237, de 23 de fevereiro de 1967, que extin- guiu os Consethos Municipais de Transito. © atual Cédigo de Transito Brasileiro implementou definitivamente a chamada “Municipalizacao do Transito”, com a efetiva incluso dos municipios no Sistema Nacional de Transito, cabendo-thes a administracao das vias piblicas urbanas ou rodoviarias municipais com relacao ao planeja- mento, operacao, regulamentacao do transito de veiculos, Pao} CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO sinalizagéo, manuten¢ao e operacao. do sistema.de. esta- t cionamento rotativo pago, manutencao e conservacao de | vias. | Em relacao a fiscalizacao, compete-the autuar e apli- car as medidas administrativas e as penalidades de advertén- cia por escrito e mutta, por infracdes de circulacao, estacio- namento e parada. A Portaria do Denatran n. 59, de 25 outubro de 2007, estabeleceu os campos de informaces que devem constar do | Auto de Infracdo, os campos facultativos e o preenchimen- i to, para fins de uniformizacao em todo o territério nacional, bem como a competéncia para fiscalizacdo, nos termos da delegacao prevista na Resolucao do Contrann. 217, de 14 de dezembro de 2006. Compete, ainda, com exclusividade, registrar, licen- ciar e conceder autorizacéo para conduzir ciclomotores, veiculos de propulsao humana e tracdo animal, bem como ' explorar 0 servigo de transporte publico coletivo e individual de passageiros nas areas urbanas. | Para sua integracdo no Sistema Nacional de Transito 0s Orgaos executivos de transito e rodovidrios municipais devem dispor de mecanismos legais para 0 exercicio das atividades de engenharia de trafego, fiscalizacao de transi- to, educa¢ao de transito e controle e analise de estatistica, bem como, de Jari (Artigo 333 do CTB c/c Resolucao do Contran n. 296/2008). No Distrito Federal as competéncias relativas ao orgao ou entidade municipal serao exercidas pelo orgao ou entida- de executivos de transito. 3.3.11 Orgaos ou Entidades Executivos Rodoviarios Municipais Possuem as mesmas atribuicées dos drgaos executi- vos rodovidrios da Uniao e dos Estados, nas vias rurais muni- cipais. Geralmente, ha apenas um 6rgao municipal respon- { savel tanto pelas vias urbanas, quanto pelas vias rurais do | Municipio. \ 3.4 ORGAOS DE ASSESSORAMENTO 1 ( Embora nao faca parte do Sistema Nacional de Transi- { to, estdo aqui colocados em virtude de integrarem a adminis- | tracao publica federal. | @ projer0 CAPACITACKO DE IROFISSIONAIS DE TRANSITO 46 3.4.1 Camara Interministerial de Transito A Camara Interministerial de Transito, criada pelo De- creto n. 4.710, de 29 de maio de 2003, ¢ composta pelos titulares dos Ministérios: das Cidades, que a presidira; da Ci€ncia e Tecnologia; da Defesa; da Educacao; da Justica; do Meio Ambiente; do Planejamento; do Orcamento e Gestao; da Satide; do Trabalho; dos Transportes. Sendo suptentes os Secretarios-Executivos dos respectivos Ministérios. Tem a atribuicdo de harmonizar e compatibitizar poli- ticas e orcamentos que interfiram ou repercutam na Politica Nacional de Transito, sendo as suas reunides reatizadas anu- almente na sede do Ministério das Cidades. 3.4.2 Forum Consultivo Criado pela Resolugdo do Contran n. 142, de 26 de marco de 2003, é formado por representantes de drgaos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Transito (SNT), com a finalidade de assessorar o Contran em suas decisées. © Forum nao tem carater deliberativo, ou seja, nao tem competéncia para estabelecer normas, mas sim discutir a aplicacao das normas vigentes, sugerindo revisdes, adequa- gées e a regulamentacao de dispositivos do CTB ainda nao regulamentados. As reunides ordinarias serao bimestrais e sempre que necessario serao convocadas reunides extraordinarias. O Férum Consultivo é composto pelos titulares dos se- guintes drgaos e entidades, com mandato de um ano para as. representacdes dos drgaos e entidades que se revezam: + Denatran, que o presidira; + ONIT; + Policia Rodoviaria Federal; + Representantes dos Detran; + Representantes dos érgaos ou entidades executivos rodoviarios; + Representantes dos Cetran; + Representantes das Policias Militares; + Representantes regionais dos orgaos e entidades exe- cutivos municipais; + Presidentes das Jari. Unidade 4 INFRAGOES DE TRANSITO O conceito de infragao de transito esta descrito no ar- tigo 161 do CTB: “constitui infracdo de transito a inobservan- cia de qualquer preceito do CTB, da legistacéo complemen- tar ou das resolucées do Contran, sendo o infrator sujeito 4s penatidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punicées previstas no Capitulo XIX do CTB”, completando no paragrafo Unico: “as infragées cometidas em relacdo as resolucdes do CONTRAN terdo suas penalidades e medidas administrativas definidas nas préprias resolucdes”. © Anexo | do CTB, Dos conceitos e Definigdes, apre- senta a seguinte definigao: “é a inobservancia a qualquer preceito da legislacdo de trdnsito, as normas emanadas do Cédigo de Trdnsito, do Conselho Nacional de Trénsito e a regulamentacdo estabelecida pelo éredo ou entidade execu- tiva do transito”. Assim, na teoria, toda vez que deixa de ser observada uma regra do CTB, se comete uma infracao. Por exemplo: + Se o condutor deixa de assegurar-se da existéncia de combustivel suficiente para chegar ao tocal de destino, permitindo que falte combustivel no caminho, desrespeita a regra do artigo 27 do CTB e, portanto, comete uma infracao tipificada no artigo 180, sujeitando-se a penalidade de multa de RS 85,13 e 4 pontos na sua habilitacao; + Se ndo usa o cinto de seguranca, desrespeita a regra do artigo 65 e, portanto, comete infracao tipificada no artigo 167, sujeitando-se & penatidade de multa de R$ 127,69 e 5 pontos na sua habilitagao. E importante destacar que com o veto presidencial a norma contida rio°S 2° do artigo 256, “as infracées para as quais ndo haja penalidade especifica serdo punidas com a multa aplicada ds infracées de natureza leve, enquanto ndo forem tipificadas pela legislagéo complementar ou resolu- Ges do CONTRAN”, denominada por Honorato (2004, p. 72) de “infracdo de reserva ou residual”; algumas infracdes do CTB ficaram desprovidas de penalidadés. Resta, atualmente, a infraco de reserva contida no artigo 169 do CTB, que alcanga apenas a falta de atencao do condutor ou a falta de cuidado indispensavel a seguranga, rojo CAPACITACAODE PROFISSIONAIS DE TRANSITO aT Projo CAPACITACAO DE IROFISSIONAIS DE TRANSITO ao fixar que “ver em socorro deste entendimento, quanto a procedimentos irregulares de inseguranca, em infracoes @ normas gerais, ndo ajustdveis as figuras do Capitulo XV” (Abreu, 1998, p. 15). 4.1 [RESPONSABILIDADE|PELA INFRACAO [Responsabilidade designa o | dever que alguém tem de re- | parar 0 prejuizo decorrente da violagao de um outro de- ver juridico (Sergio Cavalieri | Filho, apud Honorato, 2004, p. 80) Proprietario @ aquele a quem a lei assegura a faculdade de usar, gozar e dispor de seus bens e 0 direito de reavé-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou de tenha (Artigo 1228 do Cédigo Civil). De acordo com 0 CTB, as penalidades decorrentes das infragdes sero impostas ao condutor, ao proprietario do ve- iculo, ao embarcador e ao transportador, salvo os casos de descumprimento de obrigacées e deveres impostos a pesso- as fisicas ou juridicas, expressamente mencionados no CTB (Artigo 257), ou ainda, aos responsaveis por “obra ou evento que possa perturbar ou interromper a livre circulagdo de veiculos e pedestres, ou colocar em risco sua seguranga ini- ciada sem prévia permissdo do érgdo ou entidade de transito com jurisdigdo sobre a via” (Artigo 95). Existem, ainda, as infragdes solidarias, cujas penali- dades sao impostas concomitantemente aos proprietarios e condutores de veiculos “toda vez que houver responsabilida- de soliddria em infracdo dos preceitos que thes couber ob- Servar, respondendo cada um de per si pela falta em comum que thes for atribuida” (Artigo 257, $1°). Também, segundo o CTB, “o transportador e o embar- cador sdo solidariamente responsdveis pela infracdo relativa ao excesso de peso bruto total, se o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for superior ao limite legal” (Ar- tigo 257, 86°). j Antigamente jd era assim! . “Serdo solidariamente responsdveis pelas multas o agente | material do acto e os proprietérios dos animaes ou vehi- culos ligados a contravencao” [sic]. | (Artigo 81 do Decreto n° 18,323, de 24 de julho de 1928) 4.1.1 Infragao de responsabilidade do| Para efeitos da legislacao de transito, proprietario “é @ pessoa fisica ou juridica em cujo nome esté registrado 0 veiculo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi- reboque, perante 0 érgdo executivo de transito do Estado ou do Distrito Federal, do seu domicitio ou residéncia” (Pi- nheiro, 2001,p. 468). Ao proprietario cabera sempre a responsabilidade pela infracdo referente a prévia regularizacdo e preenchimento das formalidades e condicdes exigidas para o transito do vei- culo na via terrestre, conservacdo e inalterabilidade de suas caracteristicas, componentes, agregados, habilitacdo legal e compativel de seus condutores, quando esta for exigida, e ou- tras disposicdes que deva observar (Artigo 257, § 2° do CTB). De acordo com o a Resolucao Contran n. 149/2003, que dispde sobre a notificacao da autuacao e da penalidade de multa e de adverténcia por infracdes de responsabilidade do proprietario e do condutor do vefculo, o arrendatdrio equipa- ra-se ao proprietario do veiculo, quando 0 veiculo estiver re- gistrado em nome de sociedade de arrendamento mercantil. Destaca-se que, independentemente da responsabili- zagao pela infragao, o encargo do pagamento da penalidade de multa ser sempre do proprietario, excetuando-se infra- Ges decorrentes do excesso de peso que obedecem ao dis- posto no artigo 257 e paragrafos do CTB. | w® Jd era assim em 1941! ! “0 proprietério serd responsdvel pelo pagamento da mul- ta, sempre que ndo possa ser identificado, no momento, o condutor infrator” [sic]. | (Artigo 125 do Decreto-Lei n® 3.651 de 25 de setembro de 1941) Dessa forma, o Contran na Resolucao n. 149/2003 es- tabeleceu que “a identificagdo do condutor infrator no m mento da infracéo ndo exime o érgdo ou entidade de tran- sito da expedicdo de aviso informando ao proprietdrio do veiculo os dados da autuacdo e do condutor identificado”, pois 0 responsavel pelo pagamento da multa tem o direito de saber que seu veiculo foi objeto de autuacao. * Cabe ainda ao proprietério-identificar 0 condutor in- “fratof, sob pena de tornar-se o responsavel:pela infra¢ao co- ‘metida e sujeito ativo das demais penalidades decorrente da infragdo cometida: Nao sendo imediata a identificagao do infrator, 0 pro- prietério do veiculo tera quinze dias de prazo, apés a no- tificacao da autuacao, para apresentd-lo, na forma em que | dispuser 0 CONTRAN, ao fim do qual, nao 0 fazendo, sera con- siderado responsavel pela infracao (Artige 257 § 7° do CTB):- Ul noo CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 49 | Entende-se toda pessoa que | conduza um veiculo automo- tor ou de outro tipo (incluin- do 08 ciclos), ou que guia por uma via, cabecas de gado isoladas, rebanho, bando, ou ‘manada; ou animais de tiro, carga ou sela (CTV, art. 1°, letra v}. importante salientar que 0 8° do artigo 257, regi lamentado pela Resolucao Contran n. 151/2003, impoe as empresas proprietarias de veiculos 0 pagamento de duas penalidadés de multa: a originaria, pela infracao que se- ria de responsabilidade de terceiro (Artigo 257 do CTB), € uma:nova multa, de responsabilidade da pessoa juridica, quando a empresa nao identificar 0 condutor infrator: Apés 0 prazo previsto no paragrafo anterior, nao havendo identificacao do infrator e sendo 0 veiculo de propriedade de pessoa juridica, sera lavrada nova multa a0 proprietario do veiculo, mantida a originada pela in- fragao, cujo valor é o da multa multiplicada pelo niimero de infracées iguais cometidas no periodo de doze meses (Artigo 257, §8° do CTB). 4.1.2 Infracéo de responsabilidade do jcondutor| Ao condutor cabera a responsabilidade pelas infracdes decorrentes de atos praticados na direcao do veiculo (Artigo 257, § 3°). 4.1.3 Infragéo de responsabilidade do lembarcador| Embarcador € aquele que recebe mercadorias a serem remetidas a outras pesso- as juridicas ou fisicas, aco- modando-as em veiculos de transporte proprio ov para tal fim contratados (Swens- son, 2002, p. 59). © embarcador é responsavel pela infracao relativa ao transporte de carga com/excesso de peso nos eixos €/0u no peso'bruto total, quando simultaneamente for o Unico reme- tente da carga e 0 peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for inferior aquele aferido (Artigo 257, § 4°). Cabe-the, portanto, aferir 0 peso total das mercado- rias que sero transportadas e arruma-las corretamente no compartimento de carga, de maneira uniforme, a fim de que sejam obedecidos os limites de peso por eixo dos veiculos. 4.1.4 Infragao de responsabilidade doftransportador] ‘Transportador & a empresa ou pessoa natural que median: te remuneracao ou taxa fixa ‘convencionada, se incube de conduzir pessoas ou cargas € bagagens de um lugar para outro, por meio de viatura apropriada, terrestre (...) de sua propriedade, fretada ou alugada (Pedro Nunes, apud Pinheiro, 2001, p. 469). O transportador é 0 responsavel pela infracdo relativa ao transporte de cargas com excesso de peso nos eixos e/ou no peso bruto total, quando-a carga proveniente de mais de um emibarcador ultrapassar 0 peso bruto total (Artigo 257, 55°). Se o transportador recebe a carga de varios embarca- dores, cabe-the a incumbéncia de arrumar a carga e conferir 0s pesos para certificar-se que ndo excedem os limites le- gais. Em sintese, Abreu (1998, p. 106) esclarece quanto ao excesso de peso verificado: @Tesponde apenas o embarcador, se ele € 0 nico re- metente de toda a carga, com peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto inferior ao constatado e, evidentemen- te, acima do limite permitido; bY Somente responsavel o transportador, verificando- se 0 peso excessivo, se varios forem os embarcadores; a Ae 840 responsaveis ambos, o transportador e o embar- cador, se 0 peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for superior ao limite legal. 4.1.5 Pessoa fisica ou juridica ou expressamente mencio- nadas no CTB + promotor de competicao (Artigo 174); + fabricante ou comerciante de placas de identifica- ao (Artigo 221); + seguradora (Artigo 243); + estabelecimentos onde se executem reformas ou re- cuperacao de veiculos e que comprem, vendam ou desmon- tem veiculos (Artigo 330); + comerciante (Artigo245); + responsavel pela obra (Artigo 246); + pedestre (Artigo 254); + ciclista (Artigo 255). APortaria Denatran n. 59, de 25 outubro de 2007, es- tabeleceu os campos de informacées que devem constar do Auto de Infracao, os campos facultativos e 0 preenchimen- to, para fins de uniformizacao em todo o territério nacional, bem como a competéncia para fiscalizacao, nos termos da delegacao prevista na Resolugao Contran n. 217, de 14 de dezembro de 2006. A Resolugao Contran n. 248/2007 regulamenta a au- tuacdo, notificacao e aplicaco de penalidades nos casos de infragdes cometidas por pessoas fisicas ou juridicas sem a utilizacdo de veiculos e estabelece as informacées minimas que devem constar do Auto de Infracao especifico. @ PaojeTo CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSI U TO @ Projo ‘CAPACITA PROFISSIE ty oe ‘TRANSITO 52 4.2 RESPONSABILIDADE PELA FISCALIZAGAO, APLICACAO DE MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E PENALIDADES. 0 Capitulo II do CTB estabelece a composicao e a com- peténcia do érgiios e entidades do Sistema Nacional de Trén- sito, delimitando a competéncia para aplicago das medidas administrativas, penatidades e arrecadacao das multas que aplicar. + Compete a Policia-Rodoviaria-Federal;no ambi- to das rodovias-e-estradas-federais, aplicar-e-arrecadar as multas tas impostas por infracbes d de transito, as medidas administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada e remocao de veiculos, objetos, animais e escol- ta de veiculos de cargas superdimensionadas ou perigosas (Artigo 20, Ill). Competé'aos orgdos e entidades executivos rodo- vidrios a Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos mu- nicipios, no 4mbito de sua circunscri¢ao (Artigo 21): - executar a fiscalizagao de transito, autuar, aplicar as penatidades de adverténcia por escrito e, ainda, as multas e medidas administrativas cabiveis, notificando os infratores e arrecadando as muttas que aplicar; - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas administrativas cabiveis, relativas a infragdes por excesso de peso, dimensdes e lotacao dos veiculos, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar. + Compete aos érgéos ou entidades executives de trnsito dos Estados e do Distrito Federal, no mbito de sua circunscri¢ao (Artigo 22): - executar a fiscalizacao de transito, autuar e aplicar as medidas administrativas cabiveis pelas infracdes previs- tas no CTB, excetuadas aquelas relacionadas nos incisos VI e VIII do artigo 24, no exercicio regular do Poder de Policia de Transito; - aplicar as penalidades por infraces previstas no TB, com excecao daquelas relacionadas nos incisos VIl.e Vill do artigo 24, notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar. to Federal cformi executives de transito ouexecutivos rodovii temenité‘com’os demnais agentes credenciados (Artigo 23). + Compete aos érgdos e entidades executi sito-dos-municipios; no ambito-de-sua-circunscri¢ao-(Artigo 24): - executar a fiscalizacao de transito, autuar e aplicar as medidas administrativas cabiveis por infracées de circu- lacdo, estacionamento e parada previstas neste Cédigo, no exercicio regular do Poder de Policia de Transito; = aplicar as penalidades de adverténcia por escrito e multa por infragées de circulacao, estacionamento e parada previstas neste Cédigo, notificando os infratores e arreca- dando as multas que aplicar; - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabiveis relativas a infragédes por excesso de peso, dimensées e lotacdo dos veiculos, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar. Depreende-se portanto, que os drgaos executivos de trnsito rodoviarios e dos municipios so tém competéncia para aplicar penatidade de multa e adverténcia por escrito, enquanto que 0 érgéo executivo de transito dos Estados e do Distrito Federal possui competéncia para aplicar todas as penalidades previstas no CTB. 4.3 CLASSIFICACAO DA INFRAGAO O CTB classificou as infracoes de transito em quatro categorias (Artigo 258), indicando de acordo com a gravidade o valor da penalidade da multa: + infragao de natureza gravissima, punida com multa de 180 Ufir; + infragdo de natureza grave;-punida com multa de 120 Ufir; «+ infragdo de natureza'média; punida com mutta de 80 Ufir; + infracéo de natureza-leve,-punida com multa de 50 Ufir, - AcUfir-for extinta pela Medida Proviséria n. 1.973/67, de 26 de outubro de 2000, passando a-vigorar-os-valores~ = ultas pul: iS naResolugao-Contran'n. 136/2002: | - fracao_ gravissima, “mult: nulta de RS 127,69; Ii IV--Anfragdoteve, | Fora destas categorias, identifica-se no artigo 95, § 3° do CTB, um caso em que a penalidade de multa adota o sistema de sancdes determinaveis dentro de margens: Roe CAPACITACKODE PROFISSIONAIS DE TRANSITO PROTO (CAPACITACAO'DE “PROFISSIONAIS DE TRANSITO : a gue Ss ¢ formas qualificadas, por um ator adicichal especifico: Be sede e- seu. valor,-de acordo: com ‘acl outras penatidades podem ser: ata mas. en » A classificacao da infra posi¢ao de‘ outras peoaldace escrito e na-obten¢a Permissao para Di do criteriosamente”. 4.4 COMPROVAGAO DA INFRAGAO. : rojo B \PACITACAO DE. PROFISSIONAIS DE TRANSITO retho eletrénico ou por equipamento audiovisual, reacbes quimicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponi- vel, previamente regulamentado pelo Contran (Artigo 280, § PQ). Existem-dois-tipos-de-equipamentos eletrénicos para fiscalizacao de transito: + Metrolégicos: Sdo 0s equipamentos utilizados para realizar uma medicao, como os radares, etilémetros, batan- gas, etc. + Nao metrologicos: Sa os equipamentos destinados a registrar a presenca ou movimento de veiculos que carac- terizam uma infracdo de transite, como os detectores de avanco de sinal vermelho, parada sobre a faixa, uso de faixas exclusivas, etc. Fiscalizacao de velocidade © Regulamento Técnico Metrolégico do Inmetro apro- vado pela Portaria n. 115, de 29 de junho de 1998, estabe- lece as condicdes minimas que devem satisfazer os medido- res de velocidade para veiculos automotivos utilizados nas medigdes que envolvem as atividades previstas no item 8 da Resolucdo n. 11/88, de 12 de outubro de 1988, do Conselho Nacional de Metrologia, Normatizacao e Qualidade Industrial - CONMETRO. © Regulamento se aptica aos radares doppler, medi- dores de velocidade que utilizam sensores de superficie e medidores de velocidade dticos, seus dispositivos comple- mentares e acess6rios. A Resolucao Contran n. 146/2003 dispée sobre os re- quisitos técnicos minimos para a fiscalizagao da velocidade de veiculos automotores, reboques e semi-reboques. Medidor de Velocidade é 0 instrumento ou equipa- mento destinado a medicao de velocidade de veiculos auto- FISCALIZAGAO ELETRONICA motores, reboques e semi - reboques. Cabe a autoridade de transito com circunscricao sobre DE VELOCIDADE a via determinar a localizacao, a sinalizacao, a instalacao e a operacao dos instrumentos ou equipamentos medidores de velocidade. 55 QO CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO A medigao de velocidade deve ser efetuada por meio de instrumento ou equipamento que registre ou indique a velocidade medida, com ou sem dispositivo registrador de imagem dos seguintes tipos: - Fixo: medidor de velocidade instalado em local defi- nido e em carater permanente. E um equipamento instalado em suporte préprio na cal¢ada ou em cantei- ro, passarela ou viaduto, que através de sensores instalados na via, detecta a pas- sagem do veiculo que trafega acima do limite de velocidade estabelecido para a via, capturando a imagem de forma a permitir sua perfeita identificacéo (mar- ca, modelo, placa, local e hordrio da in- fracao, entre outros dados). Geram relatérios veiculares de dados para o estudo de alternativas para methorar a fluidez no trafego e pode ter seu funcionamento agregado ao sistema de reconhecimento (ocr). Através de sensores de superficie instalados no pavi- mento, que podem ser 2 ou 3 por faixa de rolamento, @-vei=) cculoé detectado-e sua velocidade calculada baseada no ten? poem que'percorre.a distancia entfé os Sensores..O sistemna “indepenidenté”para cada faixa_é_constatada Getocdace icimarda"regulamentada para. via, veiculo é fotografado'é 6 registro processado, gerando posteriormente | 0 Auto de Infra¢ao de Transito. O veiculo pode ser fotografa- do pela frente, mas costumeiramente neste tipo de equipa- mento registra-se a imagem traseira do veiculo. Barreira Eletrénica Medidor de velocidade instalado em pértico, semi-pértico ou totem, em local definido e em carater permanen- te, que consiste de dois a trés sensores de superficie instalados no pavimento da via, cameras de video digitais ou cameras fotograficas digitais ou de pelicula, fla- shes nao-ofuscantes (infrared) instaladas no totem, semi-pértico, pértico ou poste especifico, display digital indicador da velocidade do veiculo, sinal luminoso amarelo piscante e sonoro instalados no totem junto com o processador das imagens e dados. 56 voy B® CAPACITAGAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO ABarreira-ou-Lombada Eletrénica'é utilizada eri locais que, em funcao das suas caracteristicas, exigem-arreducao da-velocidade-emr unit porito especifico. Apresenta-se-de-for- ma.ostensiva, oque:garante-maior respeito-dos condutorés: yequipamento pode registrar veiculos em 1 ou mais faixas e | 0s que trafegam na contra-mao de direcao. sistema é independente para cada faixa e seu fun- cionamento € por meio de sensores indutivos instalados no | pavimento, que podem ser 2 ou 3 por faixa de rolamento, o veiculo é detectado e sua velocidade calculada, baseada no i tempo em que percorre a distancia entre os lacos. O proces- 7 sador calcula a velocidade do veiculo e a indica no display. Constatada velocidade acima da regulamentada para a via | (considerando a margem de erro), 0 veiculo é fotografado € 0 registro processado, gerando posteriormente o Auto de | Infragao de Transito. Costumeiramente, neste tipo de equi- pamento, 0 veiculo é fotografado pela frente, mas também j € possivel registrar-se a imagem traseira do veiculo. - Estatico: medidor de velocidade instalado em veicu- | lo parado ou em suporte apropriado. ; © medidor estatico utilizado para fiscalizar a velo- i cidade em pontos ou trechos de via de grande ocorréncia de acidentes. Sua caracteristica mais importante € a possibil dade de fiscalizar grande numero de pontos em sistema de rodizio, complementarmente ao radar fixo ampliando a efi- : ciéncia da fiscalizagao eletrénica. € possivel utilizar 0 equi- pamento em operacées rotineiras e programadas, como nas vias de acesso a festas, estadios, shows, etc. | © equipamento pode registrar veiculos em varias fai- xas, sendo mais comum o monitoramento de 2 a 3 faixas, e t os que trafegam no sentido contrario. Essas caracteristicas podem variar conforme o fabricante. | Existem duas formas de um medidor estatico aferir a velocidade dos veiculos. Por feixes de luz (laser) ou por microondas (principio de Doppler). No primeiro, dois ou mais feixes de onda perpendiculares a pista medem o tempo que 0 veiculo passa por estes pelo feixes e calcula a velocidade. No segundo, 0 equipamento opera pelo principio Doppler, analisando a variacao de freqiiéncia, entre a emitida pela antena do instrumento medidor e a refletida pelo veiculo sob ! controle, proporcional a velocidade deste veiculo. Em ambos os equipamentos, quando constatada velo- cidade acima da regulamentada para a via, 0 veiculo é foto- 57 -_ @ ero CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 58 grafado e o registro processado, gerando o fotograma-e pos- teriormente 0 Auto de Infracao de Transito. Estes sistemas so incapazes de diferenciar dois carros que passem juntos pelos feixes. Quando isso acontece, o radar anula a medi- do, mesmo que um dos veiculos esteja em alta velocidade. Tanto os equipamentos de feixes transversais (perpendicu- lares) quanto os que utilizam o principio Doppler, permitem registrar a imagem dianteira ou traseira do veiculo. Os dados da imagem e dados estatisticos sao registrados sem a inter- feréncia do operador, que apenas instala o radar e monitora seu funcionamento. Nao é obrigatéria a presenca da autoridade ou do agente da autoridade de transito no local da infracdo quando utilizado o medidor de velocidade fixo ou estati- co com dispositivo registrador de imagem que atenda aos termos doa Resolucao Contran n. 146/203. E obrigatéria a utilizacao, ao longo da via em que esta instalado o aparelho, equipamento ou qual- quer outro meio tecnolégico medidor de velocidade, de sinalizacao vertical, informando a existéncia de fis- calizagao, bem como a associaco dessa informacao a placa de regulamentacao de velocidade maxima permi- tida, observando 0 cumprimento das distancias estabe- lecidas na tabela do Anexo III da Resolucao Contran n. 214/206. - Portatil: medidor de velocidade direcionado manual- mente para 0 veiculo alvo. O radar portatil é utilizado para fiscalizar a velocidade em pontos ou trechos de via de grande ocorréncia de aciden- tes. 0 equipamento ¢ dirigido manualmente pelo operador para um veiculo que esta sendo fiscalizado. 0 operador visu- aliza a velocidade medida e informa via radio outros agen- tes, que poderao fazer a abordagem e a lavratura do Auto de Infracao. Sua forma de verificacao da velocidade pode ser por feixes de laser ou também pelo principio de Doppler, dependendo do fabricante. - Mével: medidor de velocidade instalado em veiculo em movimento, procedendo a medicao ao longo da via. 0 equipamento é instalado na dianteira de uma viatu- rae fiscaliza a velocidade dos outros veiculos que trafegam no mesmo sentido. Sua configuracao.consiste num, modulo detector de velocidade, camera de video digital e flash nao- ofuscante (infrared). Os radares méveis funcionam da mesma forma que 0s estaticos, pelo principio de Doppler, mas para o calcu- lo da velocidade do veiculo a ser fiscalizado, considera- se também a velocidade da viatura onde esta instalado. O equipamento mede a velocidade de veiculos que se aproximam ou se afastam do veiculo que procede a me- digdo. A fiscalizacao com equipamento mével s6 pode ocorrer em estradas, rodovias e vias de transito rapido e onde nao ocorra variacao de velocidade em trechos meno- res de 5 km (artigo 5, § 1° da Res. 146/2003). O instrumento ou equipamento medidor de velocidade de veiculos deve observar os seguintes requisitos: * ter seu modelo aprovado pelo Inmetro; + ser aprovado na verificacéo metrolégica realizada pelo Inmetro ou por entidade por ele delegada; + ser verificado pelo Inmetro ou entidade por ele de- legada, obrigatoriamente com periodicidade maxima de 12 meses e, eventualmente, conforme determina a legislacao metrolégica em vigor. O instrument ou equipamento medidor de velocidade dotado de dispositivo registrador de imagem deve permitir a identificagao do veiculo e, no minimo: CRegistrar: a) placa do veiculo; b) velocidade medida do veiculo em km/| c) data e hora da infracao; cconter: » a) velocidade regulamentada para o local da via em km/h; b) local da infracao identificado de forma descritiva ou codificado; c) identificagao do instrumento ou equipamento utili- zado, mediante numeracao estabelecida pelo drgao ou enti- dade de transito com circunscricao sobre a via. ETO “APACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANS! 7 @ rao CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 60 Aautoridade de transito deve dar publicidade a rela- a0 de cédigos e 4 numera¢ao dos instrumentos ou equipa- mentos utilizados nas vias sob sua circunscricao. A notificacao da autuacdo/penalidade deve conter, além do disposto no CTB e na legislacao complementar, a velocidade medida pelo instrumento ou equipamento medi- dor de velocidade, a velocidade considerada para efeito da aplicago da penalidade e a velocidade regulamentada para a via, todas expressas em km/h. A velocidade considerada para efeito de aplicacao de penalidade é a diferenca entre a velocidade medida e o valor correspondente ao seu erro maximo admitido, todos expres- sos em km/h. Para fins de autuacao/penalidade por infraco ao ar- tigo 218 do CTB deve ser observada a tabela de valores re- ferenciais de velocidade constante do Anexo Il da Resolucao Contran n. 146/203. A fiscalizagao de velocidade deve ocorrer em vias com sinalizagao de regulamentacdo de velocidade maxima permi- tida (placa R-19), observados os critérios da engenharia de trafego, de forma a garantir a seguranca ia e informar aos condutores dos veiculos a velocidade maxima permitida para o local. Para a fiscalizacao de velocidade com medidor do tipo fixo, estatico ou portatil deve ser observada, entre a placa de regulamentaco de velocidade maxima permitida e o me- didor, uma distancia compreendida no intervalo estabelecido na tabela abaixo, facultada a repeticao da mesma a distan- cias menores. Velocidade intervalo de Distancia (m) ee Via Urbana Via Rural V2 80 400 a 500 71000 a 2000 Vv <80 100 a 300 300 a 1000 Deve ser acrescida a placa R-19 no trecho da via em que ocorra o acesso de veiculos por outra via ou pista que im- possibilite o cumprimento do intervalo de distancia previsto na tabela. E obrigatoria a utilizagao, ao longo da via em que esta instalado 0 aparetho, equipamento ou qualquer outro meio tecnol6gico medidor de velocidade, de sinalizacao vertical, informando a existéncia de fiscaliza¢ao, bem como a associa- Gao dessa informacao a placa de regulamentacao de veloci- dade maxima permitida. ~ Etilémetro O Regulamento Técnico Metrolégi- co (RTM), aprovado pela Portaria inmetro n. 006, de 17 de janeiro de 2002, estabe- lece as condi¢des minimas que devem ser observadas pelos etilémetros-portateis e nao portateis usados com fins probaté- rios no 4mbito da fiscalizagao de transito, para a determinacdo da concentracao de etanol no ar expirado, pelos condutores de veiculos. Estes-etilmetros‘destinain-se a medir a concentracao de alcool-(etanot para fins do regulamento) encontrada no ar ‘expirado, correspondente a massa de alcool por litro de ar pulmonar profundo. Etilémetro‘é°0 instrumento que mede a concentra¢ao. de -etanot pela-analise de ar pulmonar profundo, utilizavel para-fins probatérios. Etilémetro nao portatil é 0 projetado somente para uso dentro de prédios ou locais que apresentem condicées ambientais similares. Etilémetro portatil ¢ 0 que pode ser utilizado dentro ‘ou fora de um prédio. Ar pulmonar profundo é o ar expirado pela boca de um individuo, originario dos alvéolos pulmonares, normal- mente chamado de ar expirado final. O regulamento estabelece as seguintes condicées para que 0 etilémetro possa ser utilizado na fiscalizacao de tran- sito: O etilémetro deve monitorar a continuidade da expi- ragao. O aparelho deve indicar a interrupcdo (momentanea ou total) do fluxo de ar expirado entre o inicio da expiracao e 0 término da coleta de uma amostra, possibititando, desse modo, a obten¢ao de um resultado valido. Um sinal de aviso (de preferéncia sonoro) deve determinar a continuidade da 61 u mes 62 \CITACAO DE ISSIONAIS DE TRANSITO expiracao. A expiracdo sera considerada interrompida se 0 fluxo for inferior a 0,1 L/s. 0 etilémetro deve indicar que esta pronto para uso endo permitir que seja feita uma medicao antes disso. Essas duas fungdes devem ser compativeis. Os meios para ajuste do etilémetro (em particular os dispositivos para ajustar a sensibilidade e a posicao zero) no podem ser acionados pelo operador normal ou pelo usuario. © acesso ao mecanismo interno do etilémetro somen- te deve ser possivel pelo rompimento de um selo de seguran- a, por cédigo ou outro procedimento equivalente mediante autorizagao do Inmetro. Quando uma anomalia, um defeito ou um sinal de erro for detectado, o etilémetro nao devera fornecer qualquer resultado que possa ser considerado valido e qualquer medi- ao subsequente devera ser impedida até que uma checagem de operacao correta seja feita com sucesso. Os etilémetros aprovados receberdo Etiqueta de Veri- ficagao aposta em lugar visivel ao usuario, preservando todas as inscrigdes obrigatérias. Nenhum etilémetro destinado a fins probatérios pode ser comercializado ou exposto a venda sem corresponder ao modelo aprovado, bem como sem ter sido aprovado em veri- ficago inicial. Todo etilémetro comercializado no Pais deve ser acom- panhado de manual descritivo, em portugués, contendo no minimo as seguintes informagées: a) nome ou marca e enderego do fabricante; b) nome ou marca, endereco e CNPJ do representante legal; ¢) principio de funcionamento, método correto para utilizagao e leitura do etilémetro; d) instrugdes para troca de bocal e bateria; e) indicacao de periodicidade de calibracao. ‘As marcas de verificagao devem ser apostas em lugar visivel e mantidas em perfeitas condigées. A Lei n. 11.275, de 7 de fevereiro de 2006, ja ha- via alterado a redacao dos artigos 165, 277 e 302 da Lei n. 9,503/1997 que instituiu 0 CTB e.motivou.duas significativas © alteracées: “ . + Inexisténcia de um indice minimo de concentracao de alcool no sangue; antes fixado em seis decigramas por litro de sangue, para caracterizar a infra¢ao tipificada no artigo 165. + Possibilidade de caracterizar a infracao pelos “noté- rios sinais de embriaguez, excitacao ou topor” do condutor, além dos testes de alcoolemia, exames clinicos e pericias ahteriormente admitidos, com o acréscimo do § 2° do artigo 277: ies oa cae Brevis Brag aes ca say lem NS ae ; + manteve a inexisténcia de um indice minimo de con- centra¢o de alcool no sangue para caracterizar a infracéo tipificada no artigo 165; + estabeleceu que a infracao também se configura caso © condutor dirija sob influéncia'de substancia psicoativa que determine dependéncia e nao apenas substdncia entorpecen- te ou que determine dependéncia fisica ou psiquica; * fixou 0 prazo da penatidade de suspensao do direito de dirigir em 12 meses. Antes era de 1 a 12 meses; + alterou o artigo 276 estabelecendo que qualquer con- centracao de alcool por litro de-sangue sujeita o condutor as roger. ‘CAPACITA ROTO CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO penalidades previstas no artigo 165. Antes o condutor somen- te estava impedido de dirigir quando verificada concentra¢ao de alcool por litro de sangue igual ou superior a seis decigra- mas; + possibilidade de caracterizar a infracao mediante a ‘obten¢ao de outras provas em direito admitidas, acerca dos notérios sinais de embriaguez, excitacdo ou torpor apresen- tados pelo condutor; * possibilidade de aplicacao das penalidades e medi- das administrativas estabelecidas no artigo 165 ao condutor que se recusar a se submeter aos testes, exames e pericias; + exclusdo da aplicabilidade dos artigos 74, 76 e 88 da Lei n. 9.099/1995 se 0 condutor encontrar-se sob a influ- éncia de alcool ou qualquer outra substancia psicoativa que determine dependéncia, devendo ser instaurado Inquérito Policial; * tipificou como crime a condugao de veicuto auto- motor, na via publica, com concentracao de alcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influéncia de qualquer outra substancia psicoativa que deter- mine dependéncia (perigo abstrato). Antes 0 crime se carac- terizava quando houvesse dano potencial a incolumidade de ‘outrem (perigo concreto); * no caso de reincidéncia em crimes previstos no CTB, © juiz aplicard a penalidade de suspensao da permisséo ou ha- bilitacao para dirigir veiculo automotor, sem prejuizo das de- mais sangées penais cabiveis. Antes ficava a critério do juiz. Segundo a Resolucao Contran n. 206/2006, 0 etiléme- tro deve observar os seguintes requisitos: - ter seu modelo aprovado peloginmretro, atendendo a legislacdo metrolégica em vigor e os requisitos estabelecidos na Resolucao; - ser aprovado na verificagao metrolégica inicial reali- zada pelo Inmetro ou drgao da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade (RBMLQ); + ser aprovado na verificagao pet da pelo Inmetro ou RBMLQ; + ser aprovado em inspecao em servico ou eventual, conforme determina a legislacdo metroldgica vigente. fica anual realiza- E obrigatéria a realizagao do exame de alcoolemia para as vitimas fatais de acidentes de transito. Quando a infracao for constatada por medidor de al- coolemia (etilémetro), as notificacdes da autuacao e da pe- natidade, além do disposto no CTB e na legislacao comple- mentar, devem conter a alcoolemia medida pelo aparelho e a considerada para efeito da aplicacao da penalidade. Aalcoolemia considerada para efeito de aplicacéo de penalidade é a diferenca entre a medida e o valor corres- Pondente ao seu erro maximo admitido, todos expressos em mg/L (miligrama de alcool por litro de ar expirado). Os eros maximnos admissiveis, segundo o/RTM aprova- do pela portaria Inmetro 06/2002 é o seguinte: + Na apreciacao técnica de modelo, verificacao inicial e eventual: 020 mg/L para todas as concentracées menores do 9% para concentracées iguais ou maiores do que 0,400 mg/L e menores ou iguais a 2,000 mg/L; + /20% para concentragées maiores do que 2,000 mg/L. | + Na verificacao periddica e inspecao em servico: - 0,032 mg/L para todas as concentracdes menores do que 0,400 mg/L; + 8% para concentracées iguais ou maiores do que 0,400 mg/L e menores ou iguais a 2,000 mg/L; - 30% para concentracdes maiores do que 2,000 mg/L. AResolucdo Contran n. 109/1999 estabelece que a ho- mologacao de cada modelo de aparelho sensor de ar alveolar (etilémetros, etilotestes ou bafémetros) é realizada median- te portaria do Denatran. 0 Denatran por meio da Portaria n. 1/2000 indicou o Inmetro para realizar a afericdo dos aparethos sensores de ar alveolar (etilémetros, etilotestes ou bafémetros).. 4.4.2 Fiscalizagao Nao Metrolégica. ‘A Resolucao Contran n. 165/2004 regulamenta a utili- zacao de|sistemas automaticos nao metrolégicos|de fiscali- re0je0 CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO [| Sistema automatico nao metrolégico de fiscalizacao €0 conjunto constituido pelo instrumento ou equipamento de controle no metrolégico, ‘0 médulo detector veicular e © dispositive registrador de imagem, por processo quimi- 0 ou digital, que ndo neces- sita da interferéncia do ope- rador em qualquer das fases do seu funcionamento (Port. Denatran n. 263/207). Zacao. O sistema automatico nao metrolégico de fiscalizacao deve: + ter sua conformidade avaliada pelo Inmetro ou enti- dade por ele acreditada; PACITACAO DE AROFISSIONAIS DE TRANSITO 66 + atender aos requisitos especificos minimos para cada infragdo a ser detectada, estabelecidos pelo Denatran. APortaria Denatran n. 16/2004 regulamenta os requi- sitos especificos minimos dos sistemas automaticos nado me- trolégicos para a fiscalizacdo das seguintes infragdes previs- tas no CTB: + avancar o Sinal Vermetho do Seméforo (Artigo 208); arar o veiculo sobre a faixa de pedestre na mudan- a de sinal luminoso (Artigo 183); + transitar com 0 veiculo em faixa ou pista regulamen- tada como de circulacao exclusiva para determinado tipo de veiculo (Artigo 184, incisos | e Il); + quando em movimento, nao conservar o veiculo na faixa a ele destinada pela sinalizagao de regulamentacao (Artigo 185, inciso I). A autoridade de transito com circunscricéo sobre a via, antes de utilizar o sistema automatico nao metrolégico de fiscalizaao, deve elaborar projeto tipo para cada local fiscalizado. Projeto tipo é a caracteriza¢do da aproximacao, da faixa ou da pista a ser fiscalizada, através de desenho esque- matico contendo, alem da localizacao do dispositivo registra- dor de imagem e o sentido de circulacao da via, as dimens6es e distncias entre, no minimo, os-seguintes elementos: + para infragdes de avanco de sinal vermelho do se- maforo e parada sobre a faixa de travessia de pedestres na mudanga de sinal tuminoso: - tinha de retencao; - faixa de travessia de pedestres (quando existir); - sensor (es) destinados a detectar o veiculo infrator; - semaforo fiscalizado. + para infracdes por transito em faixa ou pista regu- lamentada como de circulagao exclusiva para determinado tipo de veiculo e por nao conservar o veiculo na faixa a ele destinada pela sinalizacao de regulamentacai + seco da via fiscalizada contendo todas as faixas de transito ou pista, quando for o caso; ~ sensor(es) destinados a detectar 0 veiculo infrator. © projeto tipo deve estar disponivel ao piiblico na sede do argo ou entidade de transito com circunscri¢ao so- bre a via e ser encaminhado as Jari dos respectivos érgaos ou entidades. Fiscalizagao de avanco do semaforo Equipamento que detecta a passa- gem do veiculo pelo semaforo, quando o foco vermetho estiver aceso. Consiste de sensores de superficie instalados no pavi- mento da via, cameras de video digitais ou cameras fotograficas digitais ou de pe- licula, flashes nao-ofuscantes (infrared) e processador de imagens e dados, interli- gados ao controlador semaférico. Através de sensores de superficie instalados no pavi- mento da via, que podem ser 2 ou 3 por faixa de rolamento, 0 veiculo é detectado e o equipamento verifica a fase do sema- foro. Caso a fase vermetha esteja acesa para a aproximacao monitorada, o veiculo é fotografado e o registro processado, gerando posteriormente 0 Auto de Infracao de Transito. Alguns modelos permitem também a fiscalizagao da ve- \ocidade quando o seméaforo esta na fase verde. Normatmente neste tipo de equipamento registra-se a imagem traseira do veiculo, podendo-se optar pelo tempo de intervalo para gera- ¢0 de fotos seqiienciais. 0 equipamento registra pelo menos duas imagens seqiienciais e panoramicas do cruzamento con- trolado, para comprovar o cometimento da infracao. 0 equipamento de fiscalizacao de avanco de sinal ver- metho deve: ~ registrar a imagem apés o veiculo transpor a area de influéncia do(s) sensor(es) destinado(s) a caracterizar 0 avanco do sinal vermetho do seméforo fiscalizado, estando uU proj B® CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO © foco vermetho ativado e respeitado o {tempo de retardo| Tempo de Retardo é 0 peri- ‘odo de tempo, apds 0 inicio do sinal vermetho fiscatiza- | do, em que o sistema auto- matico no metrolégico de} | | fiscalizagio de avango de sinal vermetho do semaforo permanece inibido ao regis- tro da imagem do veiculo. Este periodo, determinado pela autoridade de transito com circunscricao sobre a via, deve considerar as situ- acdes especificas de cada to- cal fiscatizado, de forma que seja assegurado o registro da imagem, somente dos veicu: tos que tenham recebido a indicagao luminosa vermetha antes da faixa de retencao da aproximagao fiscalizada. determinado para o local pela autoridade de transito com circunscri¢ao sobre a via - permanecer inibido, nao registrando imagem, en- quanto estiver ativo o foco verde ou 0 foco amarelo do se- maforo fiscalizado; ~ possibilitar a configuracao de tempo de retardo de, no minimo, 0 (zero) e, no maximo, 5 (cinco) segundos, em passos de um segundo; - na imagem detectada registrar, além do estabeleci- do no artigo 4° da Resolucao Contran n. 165, no minimo: a) 0 foco vermetho do semaforo fiscalizado; 67 ROJO CAPACITACAO DE ROFISSIONAIS DE TRANSITO ‘Tempo de Permanéncia é 0 periodo de tempo, apés'o i cio do sinal vermetho veicu- lar tomado como referéncia, fem que o sistema automatico nao metrolégico de fiscaliza: ‘¢40 de parada sobre a faixa de travessia de pedestres permanece inibido ao regis- tro da imagem do veiculo. Este periodo, determinado pela autoridade de transito com circunscrigéo. sobre a via, deve considerar as situ- 1 | agdes especificas de cada lo- cal fscalizado, de forma que seja assegurado o registro da imagem somente dos veicu- los que tenham permanecido sobre a faixa de travessia de pedestres. b) a faixa de travessia de pedestres, mesmo que par- cial, ou na sua inexisténcia, a linha de retencao da aproxima- do fiscalizada. Fiscalizagaéo de Parada sobre a Faixa de Pedestre na mu- danca de sinal luminoso Trata-se do mesmo equipamento que fiscaliza o des- respeito ao semaforo vermelho. Através de sensores de su- perficie instalados no pavimento, que podem ser 2 ou 3 por faixa de rolamento, o veiculo é detectado e verifica-se se esta em movimento ou parado. Caso a fase vermetha esteja acesa para a aproximacao monitorada e 0 veiculo encontra- se imével sobre os detectores, 0 veiculo é fotografado e o registro processado, gerando posteriormente o Auto de Infra- ¢a0 de Transito. Normalmente neste tipo de equipamento, registra-se a imagem traseira do veiculo, podendo-se optar pela geracdo de fotos seqiienciais. © equipamento de fiscalizagao de parada sobre a fai- xa de travessia de pedestres na mudanca de sinal luminoso deve: ~ registrar a imagem do veiculo parado sobre a faixa de travessia de pedestres, decorrido o tempo de permanén- cia determinado para 0 local pela autoridade de transito com circunscricao sobre a via; - permanecer inibido, nao registrando a imagem, en- quanto estiver ativo o foco verde ou 0 foco amarelo do sema- foro veicular de referéncia; - possibilitar a configuracdo de tempo de permanéncial do veiculo sobre a faixa de travessia de pedestres de, no mini- mo, 5 e, no maximo, 12 segundos, em passos de um segundo; - na imagem detectada registrar, além do estabeleci- do no artigo 4° da Resoluco Contran n. 165, no minimo: a) 0 foco vermetho do semaforo veicular de referéncia; b) oveiculo sobre a faixa de travessia de pedestres da aproximacao fiscalizada. Transitar com o veiculo em faixa ou pista regula- mentada como de circulagdo exclusiva para determinado tipo de veiculo e quando em movimento, nao conservar 0 veiculo na faixa a ele destinada pela sinalizacao de regula- mentacao. O equipamento é utilizado para fiscalizar o desres- peito a uma restricdo de trafego, como faixas exclusivas de transporte coletivo ou areas de acesso exclusivo. © equipamento detecta a passagem do veiculo por uma via ou trecho de via e verifica sua permissao para o tra- fego naquela situagao, ou o desrespeito a regulamentacao. Consiste em sensores de superficie (do tipo laco indu- tivo ou sensor piezoelétrico) instalados na pista, um trans- missor e receptor de sinal de radio, chips instalados nos veiculos autorizados, cdmeras de video digitais ou cameras fotograficas digitais ou de pelicula, flashes no-ofuscantes (infrared) e processador de imagens e dados. Os veiculos nao autorizados podem ser identificados também pelo sistema OCR, que identifica os caracteres da placa do veiculo e veri- fica sua autorizacao para trafegar pelo local. Esse sistema também pode ser utilizado em cancelas de pedagio, conhecidas como “sem parar”, onde os veiculos que possuem o CHIP tem sua passagem registrada sem a necessida- de de parar e efetuar o pagamento naquele momento. Através de sensores de superficie instalados no pavimen- to, 0 veiculo é detectado e 0 equipamento emite um sinal de radio por meio de uma antena localizada préximo ou acima da via. Se o veiculo estiver autorizado para trafegar naquela via, o sinal emitido sera refletido pelo chip (comercialmente conhe- cido como TAG) e o equipamento nao registra a infraco. Através da leitura do chip é possivel identificar as caracteristicas do veiculo, como placa, modelo, nimero de controle, linha e outros dados previamente inseridos. Estes dados permitem o controle do cumprimento de uma ordem de servico operacional, facilitando 0 gerenciamento do ér- g40 pubblico. Caso 0 veiculo nao possua o chip que autoriza © trafego naquela via, o veiculo é fotografado e o registro processado, gerando posteriormente o Auto de Infragao de Transito. Por ser um equipamento fixo, pode registrar a ima- gem traseira ou dianteira do veiculo, podendo-se optar pela geracao de fotos seqiienciais. APortaria Denatran n. 27/2005 ampliou o numero de in- fragdes que podem ser fiscalizadas com a utilizacdo dos siste- mas automaticos nado metrolégico e estabeleceu os requisitos especificos minimos para a fiscalizacao da infracao de transi- tar em locais e horarios ndo permitidos pela regulamenta- Go estabelecida, conforme disposto no artigo 187 do CTB. A autoridade de transito com circunscri¢éo sobre a via, antes de utilizar o sistema automatico nao metroldégico de fiscalizacao, deverd relacionar de forma descritiva ou co- dificada: ® rege CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 70 + 05 sistemas automaticos nao metrol6gicos; + 05 locais e trechos a serem fiscalizados. As relacdes devem estar disponiveis ao publico na sede do érgao ou entidade de transito com circunscrigao sobre a via e também devem ser encaminhadas as Jari dos respecti- vos érgaos de transito. Aautoridade de transito com circunscri¢ao sobre a via devera encaminhar ao Inmetro, ou entidade por ele acre- ditada, a relacao da localizagao dos sistemas automaticos nao metroldgicos de fiscalizacao ativos, atualizando-a sem- pre que ocorrer alteracao bem como os sistemas instalados estarao sujeitos a fiscalizac¢ao pelo Inmetro,ou entidade por ele acreditada. O sistema automatico nao metrolégico de registro de infragdo por transitar em locais € horarios nao permitidos pela regulamentacao deve: + registrar a imagem enquanto o veiculo nao autori- zado a transitar no local e hordrio nao permitidos pelo érgao ou entidade executivo de transito com circunscri¢ao sobre a via; + nao registrar a imagem de veiculo que for autoriza- do pelo 6rgao ou entidade executivo de transito com circuns- crigao sobre a via para transitar no local. APortaria n. 263/2007 estabeleceu os requisitos espe- cificos minimos do sistema automatico nao metrolégico para a fiscalizacdo das seguintes infracdes de transito previstas no cTB: + executar operagao de retorno em locais proibidos pela sinalizacao (Artigo 206, inciso I + executar operacao de conversao a direita ou a es- querda em locais proibidos pela sinalizagao (Artigo 207). Aautoridade de transite com circunscri¢ao sobre a via, antes de utilizar o sistema automatico nao metrolégico de fiscalizacao, deve elaborar projeto tipo para cada local fisca- lizado e deverd estar disponivel ao publico na sede do orgao, bem como devera ser encaminhado as Juntas Administrativas de Recursos de Infragées, quando por elas solicitado. Os sistemas instalados estarao sujeitos a fiscalizacao pelo Inmetro ou entidade por ele acreditada e a autoridade de transito com circunscri¢ao sobre a via devera encaminhar a relacao da localizacao dos sistemas automaticos néo me- proto CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO: trolégicos de fiscalizacao ativos, atualizando-a sempre que ocorrer alteracao. O sistema automatico nao metrolégico de fiscalizagao de transito para conversao proibida a direita ou a esquerda e/ou retorno em local proibido pela sinalizacdo, deve regis- trar: + duas ou mais imagens panoramicas em sequéncia; + uma imagem adicional para identificar a placa do veiculo, se necessario. ‘As imagens panordmicas em sequéncia devem mostrar a seco transversal da via, de forma a visualizar todas as fai- xas de trafego do local fiscalizado, permitindo identificar a trajetéria do veiculo, ndo causando divida na tipificaco da infracao cometida. As imagens devem ser registradas apés o veiculo trans- por a area de influéncia do(s) sensor(es) destinado(s) a ca- racterizar a conversao ou o retorno em locais proibidos pela sinalizacao. A sinalizagao de regulamentacao R-4a, R-4b, R-Sa ou R-5b, conforme 0 caso, deverdo ser mostrada ao menos em uma das imagens. 4.5 REGISTRO NACIONAL DE INFRACOES DE TRANSITO - RENAINF Segundo o artigo 19, XIll do CTB, compete ao drgao maximo executivo de transito da Uniao coordenar a admi- nistracao da arrecadacéo de multas por infracdes ocorridas em localidade diferente daquela da habilitacao do condutor infrator e em Unidade da Federacao diferente daquela do licenciamento do veiculo. ‘As multas decorrentes de infragao cometida em Uni- dade da Federacao diversa da do licenciamento do veicu- lo serdo arrecadadas e compensadas na forma estabelecida pelo Contran (Artigo 260, § 1 do CTB). © Contran, por meio da Resolucao n. 15/2004, esta- beleceu as bases para a organizacao e 0 funcionamento do Registro Nacional de InfracGes de Transito (Renainf). © Renainf foi criado em face da necessidade de im- plantago de uma base nacional de infracdes de transito que contemplasse uma sistematica para comunicacao, registro, fal @ rojo CAPACITAGAODE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 2 controle, consulta e acompanhamento das infracdes de tran- sito cometidas em Unidade da Federacao diferente da do licenciamento do veiculo, de suas respectivas penatidades e arrecadacao, bem como viabilizasse a pontuacdo delas de- correntes. O Renainf é um sistema de gerenciamento e contro- le de infracdes de transito integrado ao sistema de Registro Nacional de Veiculos Automotores (Renavam) e ao Registro Nacional de Condutores Habilitados (Renach) e tem por fi- nalidade criar a base nacional de infracées de transito, pro- porcionando condi¢des operacionais para o registro das mes- mas, viabilizando 0 processamento dos autos de infracées, das ocorréncias e 0 intercdmbio de informacées. A Portaria Denatran n. 74/2008 baixou as instrucdes complementares para integracao e operacionalizagao do Re- nainf. xojro CAPACITAGAO DE PROFISSIGNAIS DE TRANSITO i Unidade 5 13 PROCESSO ADMINISTRATIVO E RECURSOS : Antes de tratarmos do processo administrative de : transito é importante conhecer as seguintes definicdes (ane- ' xo I): ‘ i Agente da autoridade de transito: pessoa, civil ou | policial militar, credenciada pela autoridade de transito | para o exercicio das atividades de fiscalizacao, operacao, | | poticiamento ostensivo de transito ou patrulhamento. : Autoridade de transito: dirigente maximo de érgao ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional de . Transito ou pessoa por ele expressamente credenciada. Fiscalizacdo: ato de controlar o cumprimento das normas estabelecidas na legistacdo de transito, por meio do poder de policia administrativa de transito, no ambi- to de circunscri¢do dos érgaos e entidades executivos de transito e de acordo com as competéncias definidas neste Codigo. 1 Infragdo: inobservancia a qualquer preceito da le- | gislacdo de transito, as normas emanadas do Codigo de Transito, do Consetho Nacional de Transito e a regulamen- tacao estabelecida pelo drgéo ou entidade executiva do | | transito. i Logradouro puiblico: espaco livre destinado pela Hl municipalidade a circulacao, parada ou estacionamento de veiculos, ou a circulacdo de pedestres, tais como cal- d Gada, parques, areas de lazer, calcadées. i | Patrulhamento: funcao exercida pela Policia Rodo- viaria Federal com 0 objetivo de garantir obediéncia as normas de transito, assegurando a livre circulacao e evi- i tando acidentes. la | Policiamento ostensivo de transito: fun¢ao exer- : cida pelas Policias Militares com o objetivo de prevenir e | reprimir atos relacionados com a seguranca publica e de garantir obediéncia as normas relativas @ seguranca de | transito, assegurando a livre circulacao e evitando aci- i | dentes. 7-1 ay enoyer0 CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 74 Regulamentago da via: implantagao de sinalizagao de regulamentacao pelo drgio ou entidade competente com circunscricao sobre a via, definindo, entre outros, sen- tido de diregao, tipo de estacionamento, horarios e dias. 0 processo administrativo relativo a aplicago de pe- nalidades por infracao de transito inicia-se pela autuacao do infrator pelo agente da autoridade de transito com jurisdico sobre a via por meio do Auto de Infracao (Al). ‘Aautuacao por infracao de transito € um ato adminis- trativo realizado pelo agente de transito, comunicando a res- pectiva autoridade a constatagdo de uma ou mais infracdes legislacdo de transito e indicando os dados que caracterizem © fato, identificando o veiculo e 0 infrator e permitindo a ampla defesa do interessado. 0 ato deve ser escrito, formal € em taldes numerados e controlados. (Manual de instrucdes e normas de procedimentos para 0 poticiamento rodoviario, 2002). Segundo Hely Lopes Meirelles, ato administrative toda manifesta¢ao unilateral de vontade da Administracdo Publica, que, agindo nessa qualidade, tenha por fim ime- diato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direito, ou impor obrigacées aos administrados ou a si prépria. Nao se pode confundir autuacao com multa. Aautu- agao consiste no preenchimento do Auto de Infracdo pelo agente, noticiando a autoridade de transito o cometimen- to de uma: infragaéo e Multa é uma penalidade aplicada pela autoridade de transito com jurisdi¢ao sobre a via. 5.1 REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO: Os atos administrativos, para serem validos e produ- zirem efeitos, dependem de cinco requisitos: competéncia, objeto, forma, motivo e finalidade. A auséncia de um deles pode tornar o ato ilegal ou abusivo. ‘As competéncias dos drgaos e entidades que compéem © SNT esto relacionadas no CTB, de acordo com sua circuns- crigao. O agente da autoridade de transito competente para lavrar 0 auto de infragao podera ser servidor civil, estatu- "APACITACAO DE ROFISSIONAIS DE TRANSITO tario ou celetista ou, ainda, policial militar designado pela autoridade de transito com jurisdigao sobre a via no ambito de sua competéncia (Artigo 280, § 4°). Tratando-se de policial militar é imprescindivel que exista convénio entre a policia militar e 0 érgao executivo de transito com jurisdi¢ao sob a via. 0 objeto refere-se ao contetido do ato que determina a autuagao, ou seja, a situacao que origina a autuacao. Esse objeto deve: + ser licito, ou seja, estar definido e de acordo com a — ser possivel, isso significa que deve ser possivel de realizagao tanto no campo das leis quanto no campo real; | + ser certo, ou seja, definido quanto aos destinatérios, aos efeitos, ao tempo e ao lugar; + ser moral, ou seja, deve estar de acordo com os pa- drées comuns de comportamento. Aforma é 0 meio de que se vale a Administra¢ao Publi- ca para a exteriorizacao de seus atos. No caso das autua¢oes, a forma utilizada é a escrita. Entretanto, nem todos os atos de fiscalizacdo utilizam a forma escrita. Gestos e uso do api- to, por exemplo, so agdes que utilizam a forma nao escrita. 0 motivo é a situagao de fato e de direito, que serve de fundamento, determinando ou recomendando a edico do que deve estar previsto na lei. A finalidade do ato administrativo ¢ aquilo que visa a Administracdo quando pratica determinado ato. E 0 fim de- sejado, 0 resultado final que ela pretende alcancar. Aordem, o consentimento, a fiscalizacao, as medi d jas administrativas e coercitivas adotadas pelas autorida- | des de trnsito e seus agentes terao por objetivo priori- | tario a protecdo a vida e a incolumidade fisica da pessoa | (Artigo 269, § 1°) 5.2 ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO O ato administrativo goza dos seguintes atributos, que se constituem verdadeiras prerrogativas: + presuncdo de legitimidade: até que provem o con- trario, o ato administrativo é legitimo. Assim, nas infragées be @ | PRajEIO CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 76 de conduta, realizadas em movimento como “dirigir com apenas uma das maos” ou “deixar o condutor ou passageiro de usar cinto de seguranca”, entre outras, basta a decla- Facdo do agente que avistou o comportamento infracional, para lavratura do auto de infracao de transito; + imperatividade: significa que a Administracdo pode editar ato contra a vontade ou interesse do particular; + auto-executoriedade: permite que certos atos ad- ministrativos sejam executados diretamente pela Adminis- tracdo, sem a participacdo do Poder Judiciario. 0 reconhe- cimento da auto-executoriedade tornou-se mais restrito em face do artigo 5°, LV da CF, que assegura 0 contraditorio e a ampla defesa, inclusive nos procedimentos administrativos. Como exemplo, temos as medidas administrativas, que sao atos de policia coercitivos e auto-executérios, que permitem ao agente da autoridade tomar medidas habeis e imediatas face a situagao constatada. 5.3 O AUTO DE INFRACAO A infragao pode ser comprovada pela autoridade de transito ou por seus agentes, ou, ainda, comprovada sua ocorréncia por equipamento audiovisual, aparelho eletrdnico ou por meio habil regulamentado pelo Contran. Comprovada a infracdo, sera lavrado o Auto de Infra- 40 de Transito que devera conter os dados minimos defini- dos pelo artigo 280 do CTB e em regulamentacao especifica: «a tipificacao da infragao, que deve estar discrimina- da no capitulo XV do CTB; +0 local, data e hora do cometimento da infracao; + os caracteres da placa de identificacdo do ve- iculo, sua marca, que corresponde basicamente ao que conhecemos como “fabrica” (Ford, GM, Fiat, Honda, ...) e espécie (de passageiros, de carga, misto, de competi- Gao, de tracdo, de colecao, especial), assim como outros elementos julgados necessarios a sua identificacao, como, por exemplo, a numeracao do chassi para os veiculos ainda nao registrados; * sempre que possivel o nimero do prontuario do condutor, que corresponde ao numero do registro. Observe que, desde que a infracdo possa ser constatada com 0 veiculo em transito, nao é obrigatério a identificagao do condutor no momento de cometimento da infracao. Quando nao for possivel a autuagao em flagrante, isto &, quando o responsavel pela infracdo nao foi identificado no momento de cometimento da infracao, o agente de transito relatara o fato a autoridade no préprio Auto de Infragao, infor- mando os dados a respeito do veiculo (Artigo 280, § 3°, CTB). + A identificagao do érgao ou entidade, que é disci- plinado por portaria do Denatran, e da autoridade ou agente autuador, geralmente através do numero de matricula. + A assinatura do infrator, sempre que possivel, va- lendo esta como notificacao da autuagao e no de reconhe- cimento de culpa. © Auto de Infracio valer como notificacao da au- tuacdo quando colhida a assinatura do condutor e: | - a infracao for de responsabilidade do condutor; | Il -a infrago for de responsabilidade do proprieta- | rio e este estiver conduzindo 0 veiculo (Artigo 2°, § 5°da Res. Contran n. 149/2003). A Portaria Denatran n. 59/2007 estabelece os campos de informacées que deverao constar do Auto de Infracao, os campos facultativos e o preenchimento, para fins de unifor- mizacao em todo o territério nacional. | “Art. 86 Seré permitido a qualquer pessoa, de no- | toria idoneidade, authenticar as infraccées ocorrentes e ' leva-las ao conhecimento de quem de direito. Paragrapho unico. Caberd 4 pessoa que authenti- | car, metade da mutta arrecadada,” (Decreto n. 18.323, de 24 de jutho de 1928) 5.4 PENALIDADES As penalidades consistem em punigdes ou sangées ad- ministrativas aplicadas ao infrator da legislacao de transito indicada em cada um dos tipos infracionais descritos no ca- pitulo XV e no artigo 95 do CTB. Sao atos administrativos de natureza restritiva, vinculados, de competéncia exclusiva da fautoridade de transito|com jurisdicao sob a via. ‘Autoridade de Transito - di- rigente maximo de 6rgio ou entidade executivo integran- te do Sistema Nacional de Transito ou pessoa por ele expressamente credenciada (anexo 1). Segundo Honorato (2004, p. 55): Penalidade Administrativa de Transito, nao obs- tante o pleonasmo gerado pela expressao administrati- va, constituem sangées de natureza administrativa (em u nope QB CAPACITACAO DE —__ PROFISSIONAIS DE TRANSITO éspecial, sangdes de policia e sancées rescisérias de atos administrativos favoraveis), impostas aos usuarios das vias terrestres que realizarem infracdes de transite, com fun- damento no poder de policia. ‘A penatidade decorrente de infragao de transite nao suprime as demais puni¢ées originarias de ilicitos penais de- correntes de crimes de transito (Artigo 256, § 1°). Aautoridade de transito, na esfera de suas competén- cias e nas vias de sua circunscricao, pode aplicar as seguintes penalidades (Artigo 256): + adverténcia por escrito; + multa; suspensao do direito de dirigir; + apreensao do veiculo; cassacao da Carteira Nacional de Habilitacao; + cassacao da Permissao para Dirigir; frequéncia obrigatéria em curso de reciclagem. A competéncia para aplicar.penalidades depende de dois fatores: do local de cometimento da infracdo, isto é, da circunscricao e da espécie de penalidade prevista para a infragao. Segundo Pinheiro (2001, p. 459), circunscrigdo “é a divisdo territorial administrativa criada ou mantida pelo Poder Publico competente”. A espécie de penalidade também determina a.com: peténcia para aplicacao, uma vez que apenas os dirigentes maximos dos drgaos executivos de transito dos Estados e do Distrito Federal tém competéncia para aplicar todas as pena- lidades relacionadas no artigo 256 do CTB. ‘As demais autoridades de transito mencionadas nos artigo 20 inciso Il, 21 inciso VI, VIl e VIll e 24 inciso VI, Vile Vill, tem competéncia para aplicar apenas as penalidades de adverténcia por escrito e multa. ‘A imposicao de penalidades deve observar os direitos constitucionais do infrator de ampla defesa e contraditério, assegurados pelo artigo 5°, LV da CF/1988. A penalidade nao pode ser aplicada sem que sejam assegurados estes direi- tos. 78 Dessa forma, apesar do CTB tratar explicitamente do direito de defesa para as penalidades de suspensao do di- reito.de dirigir e cassagao da CNH (Artigo 265 c/c Resolugo Contran n. 182/206), € a Resolucao Contran n. 149/2003 e 299/2008 terem regulamentado este direito para as pena- lidades de multa e adverténcia por escrito, estas garantias constitucionais devem estar presentes no processo adminis- trativo de imposigao de quaisquer penalidades relacionadas no artigo 256 do CFB, que devem ser aplicadas apés decisdo fundamentada da autoridade de transito competente. 5.4.1 ADVERTENCIA POR ESCRITO Aadverténcia por escrito nao esta prevista em nenhum tipo infracional descrito no Capitulo XV do CTB. E a penalida- de mais branda, devendo ser aplicada nos casos de infragéo de natureza leve ou média, passivel de punicao com multa, quando a autoridade de transito, apds analise-do prontuario do infrator, entender ser esta a providéncia mais educativa, desde que 0 infrator nao seja reincidente na.mesma infra- ¢0 nos Ultimos doze meses (Artigo 267). 5.4.2 MULTA Hely Lopes Meirelles apresenta o seguinte conceito para mutta (apud Honorato, 2004, p. 109): ne oe hp ee seat en r ae yas ae aa vie a ee eee eee oA rile i edininist/ ge ta u ® projet CAPACITACAODE PROFISSIGNAIS DE TRANSITO 80 vas rido se confundem com as multas criminais, e, por isso | mesmo, sdo inconversiveis em detencao corporal, salvo disposicdo expressa em lei federal. A multa administrati- va é de clareza objetiva e se torna independentemente da decorréncia de culpa ou dolo do infrator. A mutta é a Unica penatidade prevista para todas as infragdes de transito tipificadas no Capitulo XV do CTB. Consiste na responsabilizaco pecunidria do infrator pela infraco cometida, aplicada e arrecadada pelos orgéos executivos de transito e pela Policia Rodoviaria Federal, obe- decendo os limites de suas competéncias, estabelecidas nos artigos 20, 21, 22 e 24 do CTB. S&o divididas em quatro categorias, de acordo com a sua gravidade, com valores pecuniarios distintos (Medida Provisoria n. 1.973-67, de 26 de outubro de 2000, c/c Reso- lugao Contran n. 136/202): + gravissima, punida com mutta de valor correspon- dente a 180 Ufir, equivalente a RS 191,54; * grave, punida com multa de valor correspondente a 120 Ufir, equivalente a RS 127,69; + média, punida com multa de valor correspondente a 80 Ufir, equivalente a RS 85,13; + leve, punida com mutta de valor correspondente a 50 Ufir, equivalente a RS 53,20. Algumas infragdes de maior gravidade ou periculosidade, classificadas como gravissimas, tém o seu valor elevado por um “fator muttiplicador” ou “indice adicional especifico”. Consti- tui a denominada “multa agravada”. Os fatores representam trés ou cinco vezes o valor referente & multa gravissima. Acada infracao cometida so computados os seguintes pontos (Artigo 259): + gravissima: 7 pontos; + grave: 5 pontos; + média: 4 pontos; + leve: 3 pontos. Os pontos de demérito objetivam punir os infratores contumazes, possibilitando a aplicacao da penalidade de sus- pensao do direito de dirigir se somarem vinte pontos no pra- Zo de um ano (Artigo 261, § 1°). @ A penalidade de suspensio do direito de dirigir con- siste na interdicao temporaria da condugao de veiculos au- tomotores ou elétricos nas vias publicas. De competéncia exclusiva da autoridade executiva de transito do Estado ou do Distrito Federal, sera aplicada sempre que o infrator atin- gir a contagem de vinte pontos no periodo de um ano, bem como nas infragdes do CTB que preveem esta penalidade. A penalidade de suspensao do direito de dirigir sera aplicada mediante decisao fundamentada da autoridade de transito competente, em processo administrativo, assegura- do ao infrator amplo direito de defesa (Artigo 265). 0 processo administrative somente deve ser iniciado apés esgotados todos os meios de defesa na esfera adminis- trativa. A Resolucao Contran n. 182/2005 esclareceu que os Bontos relativos as infracdes que preveem, de forma espe- cifica, a aplicagao da penalidade de suspensao do direito de dirigir nao serao computados para fins de aplicacdo da mes- : ma penalidade, na forma de contagem de pontos. A suspensao do direito de dirigir sera pelo prazo mini- mo de um més e maximo de um ano, conforme regulamen- tado na Resolucao Contran n. 182/2005: + infragdes para as quais nao sejam previstas multas agravadas: 1 a 3 meses; + infraces para as quais sejam previstas multas agra- vadas com fator multiplicador de trés vezes: 2 a 7 meses; + infracdés para as quais sejam previstas multas agra- vadas com fator multiplicador de cinco vezes: 4 a 12 me- ses. No caso de reincidéncia no periodo de 12 meses, a suspensao do direito de dirigir sera pelo prazo minimo de seis meses e maximo de dois anos: + infragdes para as quais nao sejam previstas multas agravadas: 6 a 10 meses; jer OB CAPACITACAO DE >ROFISSIONAIS DE TRANSITO + infragées para as quais sejam previstas multas agrava- das com fator multiplicador de trés vezes: 8 a 16 meses, e; + infragdes para as quais sejam previstas multas agrava- das com fator multiplicador de cinco vezes: 12 a 24 meses. 5.4.4 APREENSAO DO VEICULO ‘A imposi¢o da penalidade de apreensao do veiculo é de competéncia exclusiva da autoridade executiva de transi- to do Estado ou do Distrito Federal. Visa privar o proprietario da posse € uso do veiculo por um periodo de até 30 dias, conforme a gravidade da infracao. © veiculo apreendido sera recothido ao depésito e nele permanecera sob custédia e responsabilidade do érgéo ou entidade apreendedora, com nus para 0 seu proprietario (artigo 262). Quando a infragao praticada for punida com a pena- lidade de apreensao do veiculo, o agente devera adotar de imediato a medida administrativa de recothimento do CLA/ CRLY (Artigo 262 § 1°). Da mesma forma que para outras penalidades, a apre- ensao do veiculo somente poder ser imposta mediante pro- cesso administrativo que garanta ao infrator amplo direito de defesa. Este processo, por sua vez, somente sera iniciado depois de esgotados todos os prazos recursais referentes a penalidade da multa aplicada. A Resolucao Contran n. 53/1998 estabeleceu os se- guintes prazos para apreensao do veiculo: * infrages para as quais ndo sejam previstas multas agravadas: 1a 10 dias; + infragdes para as quais sejam previstas multas agra- vadas com fator multiplicador de trés vezes: 11 a 20 dias, e + infragées para as quais sejam previstas multas agravadas com fator multiplicador de cinco vezes: 21 a 30 dias. 5.4.5 CASSACAO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITACAO E DA PERMISSAO PARA DIRIGIR Acassacao do documento de habilitacao ¢ de compe- téncia exclusiva da autoridade executiva de transito do Esta- do ou do Distrito Federal, consistindo em tornar sem efeito 0 direito de dirigir de condutor habilitado. Acassacao.do documento de.habilitacao sera imposta nos seguintes casos (Artigo 263): + quando suspenso 0 direito de dirigir, o infrator con- 2 duzir qualquer veiculo; + no caso de reincidéncia no prazo de 12 meses das infracdes previstas no inciso Ill do artigo 162 e nos artigos 163, 164, 165, 173, 174 e 175, e; + quando condenado judicialmente por delito de tran- sito, observado 0 disposto no artigo 160 do CTB. Segundo Pinheiro (2001, p. 464): We lo.ai os ie oe a ee ae : re ee Se Caine ey ee ce i ig) Ho pia ie Ws i idojar ie pe : Hi a ae mao) : Rizzardo (2003, p. 535) esclarece que “a cassacao da Carteira de Habilitacdo equivale a retirar o direito de dirigir, cancelando a habilitagao, ficando a pessoa na situacdo de como se nunca fora autorizada”. oo. Decorridos dois anos da cassacao do documento de ha- : bilitagao, 0 infrator podera requerer sua reabilitacao, sub- metendo-se aos exames necessarios a habilitacdo, na forma estabelecida pelo Contran (Artigo 263 § 3°). 5.4.6 FREQUENCIA OBRIGATORIA EM CURSO DE RECICLAGEM A freqiiéncia obrigatéria em curso de reciclagem obje- tiva essencialmente, a reeduca¢ao do condutor infrator. Constitui penalidade acesséria de submissao do infra- tor, de competéncia exclusiva da autoridade executiva de transito do Estado ou do Distrito Federal. Dessa forma, limita-se a informar ao agente os casos ‘em que podera ser aplicada (Artigo 268): @ Paojero CAPACITACAODE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 84 + sendo contumaz, for necessario a sua reeducacao; + suspenso do direito de dirigir; + se envolver em acidente grave para o qual haja con- tribuido, independentemente de processo judicial; + condenado judicialmente por delito de transito; + for constatado, a qualquer tempo, que o condutor esta colocando em risco a seguranca do transito, e; Em outras situagées regulamentadas na Resolucao Contran n. 168/2004. 5.5 PROCESSO RELATIVO AS PENALIDADES DE MULTA E AD- VERTENCIA POR ESCRITO As Resolugées Contran n. 149/2003 e 299/2008 uni- formizaram os procedimentos administrativo da lavratura do Auto de Infracao, da expedicao da Notificacdo da Autuacao e da Notificacao da Penalidade de multa e de adverténcia por infragdes de responsabilidade do proprietario e do condutor do veiculo e da identificagao do condutor infrator. 5.5.1 Da Notificagao da Autuacéo Apés a lavratura do Auto de Infracao, a autoridade de transito, verificando sua regularidade, expedira no prazo ma- ximo de 30 dias contados da data do cometimento da infracao, a Notificacao da Autuacao dirigida ao proprietario do veiculo. E importante observar que tanto o CTB como a Re- solugao mencionam a expedicao da notificagao e nao o re- cebimento da mesma pelo proprietario do veiculo. Quando utilizada a remessa postal, a expedicao se caracterizara pela entrega da Notificacéo da Autuacao pelo érgao ou entidade de transito 4 empresa responsavel por seu envio. Também é importante destacar que a correspondéncia com Aviso de Recebimento (AR) nao é obrigatoria. Na Notificacdo da Autuagao constarao os dados defini- dos no art. 280 do CTB e em regulamentacao especifica, além da data do término do prazo para a apresentacao da Defesa da Autuacao pelo proprietario do veiculo ou pelo condutor infrator devidamente identificado que nao sera inferior a 15 dias, contados a partir da data da notificagao da autuacao. 5.5.2 Da Defesa da Autuacao Recebida a Notificacao da Autuacao (NA), o proprieta- rio deve adotar duas providéncias: 1. Indica¢ao do condutor infrator, caso nao tenha sido identificado no momento da atuacao, por meio do formulario. proprio constante na NA. 2. Apresentar Defesa da Autuacao, que podera tam- bém ser pelo condutor (devidamente identificado), pelo em- barcador (remetente ou.expedidor da carga, mesmo se o fre- te for a pagar) e pelo transportador. O notificado para apresentacao de defesa podera ser representado por procurador legalmente habilitado ou por instrumento de procuragao, na forma da lei, sob pena do nao conhecimento da defesa ou do recurso. O requerimento devera ser apresentado por escrito de forma legivel, no prazo estabelecido, contendo no minimo 0s seguintes dados: + nome do érgao ou entidade de transito responsavel pela autuagao ou pela aplicacao da penalidade de multa; + nome, endereco completo com CEP, numero de tele- fone, numero do documento de identificacao, CPF/CNPJ do requerente; + placa do veiculo e numero do auto de infracao de transito; * exposi¢ao dos fatos, fundamentos legais e/ou docu- mentos que comprovem a alega¢ao; + data e assinatura do requerente ou de seu represen- tante legal. A defesa da Autuacao devera ter somente um auto de infragao como objeto. A defesa nao sera conhecida quando: + for apresentado fora do prazo legal; + nao for comprovada a legitimidade; + nao houver a assinatura do recorrente ou seu repre- sentante legal; + nao houver 0 pedido, ou este for incompativel com a situagao fatica. A defesa devera ser apresentada com os seguintes do- cumentos: + requerimento de defesa; « copia da Notificacao de Autua¢ao, Auto de Infraco ou documento que conste placa e 0 numero do Auto de Infracao de transito; ® oyeT0 CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO @ PRojero CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 86 + cépia da CNH ou outro documento de identifica- ¢40 que comprove a assinatura do requerente e, quando pessoa juridica, documento comprovando a representa- $40; + copia do CRLV; + procuracao, quando for o caso. A Defesa da Autuagao é a oportunidade que 0 suposto infrator tem de apresentar sua defesa contra a acusacao de infragao feita pelo agente. Embora se desprenda da leitura do artigo 281 do CTB que a autoridade de transito julgaré a consisténcia do Auto de Infra¢ao, isto é, seus aspectos formais, entende-se que nao é proibido avaliar questées tidas como de mérito, uma vez que 0 que se deseja é garantir um julgamento jus- to e coerente do cometimento ou nao da infracao, conclu- sao que nao se limita apenas a verificagao da formalidade do Al. Ademais, trata-se de economia processual,. evitando- se a interposi¢ao de recurso a Jari. Adefesa devera ser protocolada no érgao ou entidade de transito autuador ou enviado, via postal, para o seu ende- reco, respeitado o disposto no artigo 287 do CTB. 0 érgao ou entidade de transito e os 6rgaos recursais poderao solicitar ao requerente que apresente documen- tos ou outras provas admitidas em direito, definindo prazo para sua apresentacao. Caso nao seja atendida a solici- tacao a defesa sera analisada e julgada no estado que se encontra. 0 Orgdo ou entidade de transito ou os érgaos recur- sais deverdo suprir eventual auséncia de informacao ou do- cumento, quando disponivel. requerente até a realizacao do julgamento podera desistir, por escrito, da defesa ou recurso apresentado. A autoridade de transito podera estabelecer comis- ‘sdes ou grupos de trabalho encarregados de analisarem as defesas das autuacées, entretanto a decisao sera sempre da autoridade de transito. Acolhida a Defesa da Autuacao, 0 Auto de infracao sera cancelado, seu registro sera arquivado ¢ a autoridade de trnsito comunicara o fato ao proprietario do veiculo. 5.5.3 Da Notificacao da Penalidade Em caso do nao acolhimento da Defesa da Autuacao ‘ou de seu nao exercicio no prazo previsto, a autoridade de transito aplicara a penalidade, expedindo a Notificacao da Penalidade ao proprietario do veiculo, independentemente da responsabitidade pela infragao (Artigo 282, § 3°). E importante destacar que nao existe prazo para ex- pedicao da Notificacdo da Penalidade, apenas para expedi- ao da Notificacao da Autuagao, como ja foi dito. Até que a penalidade seja aplicada, nao incidiré qual- quer restricao, inclusive para fins de licenciamento e trans- feréncia, nos arquivos do drgéo ou entidade executivo de transito responsavel pelo registro do vefculo. 5.5.4 Da Defesa da Penalidade (recurso em 1° instancia) Recebida a Notificacao da Penalidade, o infrator pode- ra interpor recurso perante a autoridade que impés a penali- dade, que o remetera a JARI - recurso em 1° instancia - em 10 dias Uteis apés a sua apresentacéo. Caso entenda intem- pestivo, assinalara 0 fato no despacho de encaminhamento. Se a infracao for cometida em localidade diversa da- quela do licenciamento do veiculo, 0 recurso poder ser apresentado junto ao drgao ou entidade de transito da resi- déncia ou domicitio do infrator (Artigo 287). A autoridade de transito que receber o recurso devera remeté-lo, de pronto, a autoridade que impés a penalidade acompanhado das cé- pias dos prontuarios necessarios ao seu julgamento. Neste caso, valera como data de interposi¢ao do re- curso (para verificacao da tempestividade), a data em que o mesmo foi protocolado no drgao de transito de domicilio. Tratando-se da penalidade de multa, o recurso podera ser interposto no prazo legal, sem o recolhimento do seu va- lor. Note que a autoridade de transito nao pode recusar ou arquivar 0 recurso considerado intempestivo. Apenas assina- lara o fato a Jari. Conclui-se que mesmo recursos intempestivos devem passar pelo crivo da Jari, podendo, inclusive, serem defe- ridos, conforme a analise de cada caso, especialmente se a alegacao basear-se em questdes de formalidade, que de- proj CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRAN: U 87 U @ CAPACITACAO DE PROFISSIONAIS DE TRANSITO 88 terminem a nulidade do auto de infraco e da penalidade imposta em funcdo dele. “a administragdo pode anular seus préprios atos, quando eivados de vicios que os tornam ilegais, por- que deles ndo se originam direitos; ou revogd-las, por motivo de conveniéncia ou oportunidade, respeitados 0s direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os ca- 50s, a apreciagdo judicial.” (Simula 473 STF) A competéncia para 0 julgamento do recurso de pri- meira instancia é da Jari que funciona junto ao érgao aplica- dor da penalidade. Deve ser escolhido um relator para cada processo, que o analisaré-e apresentaré sua conclusao pesso- al para votacao entre os demais componentes da Junta. O prazo para andlise do recurso é de trinta dias corridos, entretanto, “se por motivo de forca maior, .o recurso néo for julgado dentro do prazo previsto neste artigo, a autoridade que impés a penalidade, de oficio, ou por solicitacdo do recorrente, poderd conceder-the efeito suspensivo” (Artigo 285, $ 3° Observe que a competéncia para a concessao do efei- to suspensivo é da autoridade de transito e nao da Jari. No caso da penalidade de multa, a inexisténcia do efeito suspensivo significa que o recorrente nao estara isento das conseqiiéncias daquela penalidade, ou seja, caso neces- site licenciar ou transferir o veicuto, a multa devera ser qui- tada, independente de haver recurso pendente. Da mesma forma, embora para a interposicao de recurso em primeira instancia nao seja necessario o pagamento da multa, caso a mesma venga durante 0 periodo de analise do recurso, o recorrente perdera 0 direito ao desconto de 20%, concedido para o pagamento até o vencimento (Artigo 284). 5.5.5 Do Recurso em 2? Instancia Da decisao da Jari cabe recurso em 2? instancia, a ser interposto na forma abaixo, no prazo de 30 dias contado da publicacao ou da notificagao da decisao (Artigo 288). No caso de INDEFERIMENTO do recurso o infrator tera direito ao recurso em segunda instancia, mas devera com- provar o recolhimento do valor da multa. No caso de DEFERIMENTO do recurso a autoridade de transito também podera apresentar suas alegacdes contra a decisao da Jari. No caso de Indeferimento, deve-se observar o seguinte: + Tratando-se de penalidade imposta pelo érgio ou entidade de transito da Uniao o recurso sera apreciado: - pelo Contran, quando tratar-se de suspensao do di- reito de dirigir por mais de 6 meses, cassaco do documento de habilitacao ou penatidade por infragbes gravissimas; pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por mais um Presidente de Junta e por colegiado especial integrado pelo Coordenador-Geral da Jari nos demais casos, (quando houver apenas uma Jari, 0 recurso sera julgado por seus préprios membros). + tratando-se de penalidade imposta por drgao ou en- tidade de transito estadual, municipal ou do Distrito Federal, © recurso sera apreciado pelos CETRAN e CONTRANDIFE, res- pectivamente. O prazo para a analise do recurso em segunda instancia também é de trinta dias, conforme artigo 289 do CTB, mas, assim como ocorre no primeiro recurso, nao ha qualquer con- seqiiéncia se 0 julgamento ocorrer depois desse prazo. Nesta fase, 0 efeito suspensivo previsto na primeira ins- tancia e que poderia levar a conclusao de que tal efeito existiria em 2° instncia nao é possivel, pois, para a interposicao do re- curso em segunda instncia ha a obrigatoriedade de recolhimen- to do valor da multa e, portanto, as conseqiiéncias que se pre- tenderia suspender ja terdo sido suportadas pelo recorrente. A interposicao do recurso em segunda instancia deve ocorrer junto ao orgao que aplicou a penalidade, para que seja possivel a remessa de todo o processo, incluindo-se 0 julgamento da Jari, ao érgio competente para julga-lo. Aapreciaco do recurso em 2° insténcia, encerra a instan- cia administrativa de julgamento de infragdes e penalidades. Os recursos deveram observar os mesmés procedi- | mentos e requisitos da Defesa da Autuacao. Esgotados os recursos, as penalidades aplicadas sero cadastradas no Renach. Os processos de defesa e de recurso, depois de julga- dos, juntamente com 0 resultado de sua apreciacao, deverso permanecer com o érgao autuador ou a sua Jari. rroje0 CAPACITACAO DE ROFISSIONAIS DE TRANSITO - = Sis ees eee ODE: JONAIS DETRANSITO A defesa’ou recurso referente:a:veiculo-registrado em outro orgao executivo.de-transito'dévera permanecer arqui- vado: junto-ao-6rga0;ou'entidade:de;transito, autuador ou a do direito.de:di q de 20:pontos, no perisdo'c de dirigir,.e; n mente nos seguintes casos: + quando, suspenso 0 direito-de dirigi duzir qualquer veiculo; Sey + No caso de'reincidéncia;-no, prazo infracbes;previstas, no: inciso:III-do arti 163, 164, 165,173; 174.6475... aS Sane cea a se GI | iad ae ibrasealideirap eres Pateamentolde a ae i i i cae qn as Acontagem dos pontos par: 12 meses inicia-se na data do com: abelecer 0 periodo de nto da infragao. Os.pontos somente sao considerados para fins de ins- tauracao.de processo administrative depois de esgotados to- dos os meios de defesa da infracao na esfera administrativa. Se a.infragao cometida for objeto de recurso judicial, ‘0s pontos correspondentes ficam suspensos até o julgamento. Para operacionalizar o processo, os 6rgaos do SNT de- vem comunicar aos érgaos de registro da habilitagao 0 mo- mento em que.os pontos provenientes das multas por eles aplicadas podem ser computados nos prontuarios dos infra- tores. O ato de instauracao do processo administrativo deve constar o nome, qualificacdo do infrator, a infragao com des- cri¢do sucinta do fato e indica¢ao dos dispositivos legais per- tinentes. A autoridade de transito expedira notificago ao in- frator, com no minimo as seguintes informacées: + identificago do infrator e do érgao de registro da habilitacao; + finalidade da notificacao - dar ciéncia da instauracao do proceso administrativo e estabelecer data do término do prazo para apresentacao da defesa, que nao sera inferior a 15 dias contados a partir da data da notificacao da instaura- ao do processo administrativo; + 0 fatos e fundamentos legais pertinentes da infra- (40 ou das infragdes que ensejaram a abertura do processo administrativo, informando sobre cada infracao: - numero do Auto de Infracao; - 6rg3o ou entidade que aplicou a penalidade de multa; - placa do veiculo; - tipificagao; - data, local, hora; - numero de pontos. ae, PRojeTo CAPACITACAO DES: ROFISSIONAIS DE TRANSITO aan u @ rojo CAPACITAGAODE ROFISSIONAIS DE TRANSITO 92 + somatéria dos pontos, quando for 0 caso. A notificago seré expedida ao infrator por remessa postal, por meio tecnolégico habil ou por edital - se esgota- dos todos os meios previstos - ou por outros meios que asse- gurem a sua ciéncia. A ciéncia da instauracao do processo e da data do tér- mino do prazo para apresentaco da defesa também pode ser no préprio érgao ou entidade de-transito responsavel pelo Pprocesso. Anotificagao devolvida por desatualizacao do endere- 0 do infrator no Renach, sera considerada valida para todos 05 efeitos legais. A notificagao do pessoal de missdes diplomaticas, de reparticées consulares de carreira e de representacées de organismos internacionais e de seus integrantes sera remeti- da ao Ministério das Relagdes Exteriores para as providéncias cabiveis, pasando a correr os prazos a partir do seu conhe- cimento pelo infrator. Recebida a notificacdo de instauracao do processo 0 infrator pode apresentar defesa por escrito. Acothidas as razées de defesa, 0 processo sera arqui- vado, dando-se ciéncia ao interessado. Em caso de nao acolhimento da defesa ou do seu nao exercicio no prazo legal, a autoridade de transito aplicara a penalidade. Na aplicacao da penatidade de suspensao do direito de dirigir, a autoridade levara em conta a gravidade da infra¢ao, as Circunstancias em que foi cometida e os antecedentes do infrator para estabelecer o periodo da suspensao. Asuspensao do direito de dirigir sera pelo prazo mini- mo de um més e maximo de um’ano, conforme os seguintes critérios + infragdes para as quais nao sejam previstas multas agravadas: 1 a 3 meses; infracdes para as quais sejam previstas multas agra- vadas, com fator multiplicador de trés vezes: 2 a 7 meses; + infracdes para as quais sejam previstas multas agra- vadas, com fator multiplicador de cinco vezes: 4 a 12 me- ses. No caso de reincidéncia no periodo de 12 meses, a suspensao do direito de dirigir sera pelo prazo minimo de seis meses e maximo de dois anos: + infragdes para as quais nao sejam previstas multas agravadas: 6 a 10 meses; « infragdes para as quais sejam previstas multas agrava- das, com fator multiplicador de trés vezes: 8 a 16 meses; « infracdes para as quais sejam previstas multas agrava- das, com fator multiplicador de cinco vezes: 12 a 24 meses. Aplicada a penatidade, a autoridade notificara o infrator para interpor recurso a Jari ou entregar sua CNH no érgao de registro da habilitacao, até a data do término do prazo cons- tante na notificagao, que nao sera inferior a 30 dias, contados a partir da data da notificagao da aplicacao da penalidade. Anotificagao da aplicacao da penalidade constara no minima, os seguintes dados: + identificaco do drgéo de registro da habilitacao, responsavel pela aplicagao da penalidades + identificacdo do infrator e nimero do registro da CNH; + namero do processo administrativo; + a penalidade aplicada e sua fundamentacao legal; + data do término do prazo para interpor recurso jun- to a JARI. Mantida a penatidade pelos érgdios recursais ou nao ha- vendo interposicao de recurso, a autoridade de transito notifi- cara o infrator, para entregar sua CNH até a data do término do prazo constante na notificagao, que nao sera inferior a 48 horas, contadas a partir da notificacdo, sob as penas da lei. Encerrado este prazo, a imposicao da penalidade sera inscrita no Renach, sendo anotado a data do inicio do efetivo cumprimento da penalidade. Se 0 infrator for flagrado conduzindo veiculo, apés fi- nalizado o prazo para a entrega da CNH, deve ser instaurado processo administrativo de cassacao do direito de dirigir, nos termos do inciso | do artigo 263 do CTB. Art. 263. A cassacéo do documento de habilitacao dar-se-a: i | 1 - quando, suspenso o direito de dirigir, 0 infrator | conduzir qualquer veiculo; @ ® 4 PRojeT0 CAPACITACAODE PROFISSIGNAIS DE TRANSITO 94 A CNH ficara apreendida e acostada aos autos e sera devolvida ao infrator depois de cumprido 0 prazo de suspen- sao do direito de dirigir e comprovada a realizaco do curso de reciclagem. A pretensdo punitiva das penalidades de suspensio do direito de dirigir e cassacao de CNH prescreveré em 5 anos, contados a partir da data do cometimento da infracao que ensejar a instauragao do processo administrativo. Apretensao executéria das penalidades de suspenséo do direito de dirigir e cassagao da CNH prescreve em 5 anos contados a partir da data da notificacao para a entrega da CNH. E importante observar que: + No curso do processo administrativo nao incidira ne- nhuma restricéo no prontuario do infrator, inclusive para fins de mudanca de categoria da CNH, renovacao e transferéncia Para outra unidade da Federacao, até a notificagao para a entrega da CNH. . ‘* O processo administrativo devera ser concluido no 6rgao executivo estadual de transito que o instaurou, mesmo que haja transferéncia do prontuario para outra unidade da Federacao. + O orgao executivo estadual de transito que instaurou © processo e aplicou a penalidade de suspensio do direito de dirigir ou cassagao da CNH devera comunica-la ao érgao executivo estadual de trnsito para onde foi transferido o prontuario, para fins de seu efetivo cumprimento.

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