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A ideologia trabalha febrilmente, no sentido de homogel sociedade. A todo momento, procura demonstrar que s6 um homem brasileiro (0 homem cordial), que s6 existe familia brasileira. Mas mande uma familia da Vieira perguntar a uma familia do sertéo nordestino se ela sabe 0 € um cheque ouro ou um cartao de crédito! m dos chavoes preferidos da ideologia dominante, que gosta ‘anuncid-lo com toda a pompa, orgulho circunstincia, ¢ “as oportunidades so iguais para todos”. ey S SEG Maye A L8 Mom oroerampaces. i ath n= D pior é que alguns pobres, miserdveis, explorados acreditam repetem 0 chavao. Por que acreditam? Por que repetem? jrque a ideologia dominante — mesmo nao sendo a tinica — é a que se impoe, através dos mecanismos de dominacao (educagao, religido, costumes, meios comunicagao). Assim, a maneira como a classe dominante ge ser a maneira como todos os membros da sociedade irdo ir © pensar. ESTAS (NDO EM BUSCA A ideologia burguesa tem também suas idéias para justificar diferengas. Eis algumas usadas com freqiiéncia: questoes talento individual, questoes de natureza, ambigio etc. ... EMSS EU TENHO UM PAPEL PREDOMINANTE = FRECISO CHEGAR AS. CASES. TRABALHADORAS: PARA ASUDALAS A PENSAR MO A CLASSE DOMNANTE > WhO TENHO CHLPA Dele TER NASCIDO NO NORDESTE Tp © SER UM PREGUGLSO..0 P A ideotogia burguesa apresenta uma visio invertida da Marilena Chauf diz, em seu trabalho sobre ideologia, que “a dade, Procura fazer com que as idéias da classe dominj funcao do Direito ¢ fazer com que a dominagdo nao apareca aparegam como idéias “verdadeiras”. Quanta como uma violéncia, Se o Estado ¢ 0 Direito fossem perce- af pensando que uma greve operdria é sin bidos como instrumentos de dominagao, os dominados se revol- baderna, ameaga a ordem piblica? tariam. A fungio da ideologia consiste em impedir essa revolta fazendo com que o legal apareca para os homens como legitimo, ee TODO HOMEM E /6LlAL PERAMTE Bo Ome stot AE +00 VERPADE. gS E 0 trabalhador acredita, Sem se dar conta de que a Li um instrumento de dominagio do Direito, que é um i mento de dominagao do Estado, que é um. instrumento dominagao da classe dominante. Claro que a classe dominante nao se retine para criar uma ideologia como se retine para criar a Lei de Seguranga Nacio- O ESTADO Sou GUL nal ou a Constituigao. 186 ; 1s A ideologia resulta das atividades materiais, das relagies produgao, enfim, da pritica social. Marx e Engels (aq dois monstros, segundo a ideologia burguesa) afirmam qué 5 D0, (Ace OLE YH RASA OD ME EU Mod PHAR. ALG UT inn f distantes das rel lectuais). Esses “ de suas teorias. es de producdo (tedricos, ideslogos, int aras” procuravam explicar 0 mundo atrat SEO MUNDO NAO SE ENCAA NA MINHA TEORIA, ENTAO ALGUMA COLA ESTA ERRADA OM O MUO» 186 [As idéias — e, por conseguinte, a ideologia — passaram a ser entendidas como um poder espiritual, auténomo e distante, regendo @ aco material dos homens. Algumas pessoas realmente acreditam nisso. Nao se dio conta de que a teoria provém da pritica. Nao sio as idéias que determinam. as relagdes entre exploradores ¢ explorados. A relagdo entre os dois é que determinam as idéias. Eu pergunto: Por que as teorias de Marx no foram desenvol- vidas por um outro cara, digamos, na Idade Média? Eu mesmo respondo: Porque as condigées histéricas nfo per- mitiam. Co Somos levados a crer que as idéias € que puxam a distanciamento, € claro, serve para tranqiiilizar também a porque a ideologia dominante alienou 0 Homem, a a consciéncia. As vezes nem percebemos mais que as sua origem social a forcas alheias, superiores e indep taduras s6 se instalam contando com um grau de permis da sua, como a Natureza, 0 Destino, o Estado .., dade de todos nés. QUE QUE EU TENHO A VER LOM O ESTAOD (WA0 SOU NEM, No é assim? Todos nés vemos 0 Estado como algo autonom independente, com vida propria, que s6 pensa na gente hora de cobrar impostos. x te alae também responsdveis por todos esses anos de eae ae rae eae Beds. Bea Pie tariono, porque a dita Revolugio nao surgiu da cabeca de meia diizia de golberys (da idéia). A’ Revolugao brotou do ppalco da Histéria, que € a sociedade, que somos todos, nés. ‘cima © n6s aqui embaixo. Nao nos apercebemos mais de q\ ‘0 Estado € formado por homens: nds. Quantas vezes no referimos aos homens que tomaram o Poder em 64 comd “cles”? Enos colocamos na posicio de meros espectadores de tudo 0 que aconteceu de 64 para cé. SERA GUE YAO TELEVISIONAR A KEvOLUGAOg 19 A sociedade é um monte de gente, de familias, de institu fio facil harmonizar uma sociedade capitalista (ainda: por organizagées, que, em principio, deveriam viver em han a “em desenvolvimento”). Senex Std Oompa Wo VA.CHAMAR 08 MUILITARES, sett ean SEMA VAMOS RRDER ESTA YSPUTAn A harmonia social s6 se mantém gragas & aco reguladora is iaip GE EE je i trabalho do Estado seria muito mais dificil ainda se Ear rena i eae cigar eae ae ‘contasse com a valiosa colaboracao da ideologia dominante, es 93k Eo, difundindo suas idéias por todos os meios (televisio, educacdo, religiio, jornais, 0 diabo). Num sistema capitalista, a sociedade € rachada de alto a bi pelos interesses © conflitos de classes (exploradores © expld dos). A ideologia dominante, no entanto, trabalha no sem contrério, difundindo a idéia de que os conflitos surgem i damente dos individuos. A pressio ideolégica, na cabeca das pessoas, apontando para solugdes individuais, retarda e dificulta a aparigo da cons- cigncia de classe. Nao tera sido este um dos motivos que atrasou tanto o movimento sindical brasileiro? TRBAHO HA ES 'SOUM A ABR wee pa ME MR on OPE Diretor editorial Fernando Paixéo Ealtora Carmen Lucia Campos: Ector assistente Emo Satoshi Hamaya ‘Coordenadora de revisso any Pleasso Batista Eattora de ate Suzana Laub Ector de arte assistente Antonio Paulos Projet graica Rex Design Dlagramador Viimar Rodrigues Atesinal René Etiene Ardanuy {Eigao eletronica de imagens Cesar Wait CIP-BRASIL. CATALOGACKO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL 00S EDITORES DE LIVROS, RU natac Novaes, Carlos Eduardo, 1940 ‘Captalismo para’ principlantes : a histéria dos privilgios econdmicos / Carlos ‘Eduardo Novae; ustragbes de Vimar Rodrigues. - Led, $80 Paulo“ Atlea, 2008, 208.1. “Princpiantes) 1s0N 978-05-08-nes<- 1. Capitalsmo (Ensino fundamental). Rodrigues, Vilmar, 1931. Til. Série, 07-4089, coo: 330122 (ou: 33034216 ISBN 978 65 08 nas42 as ae Pies oe Le /B pace Osi nme ler insah S ‘x. Otaviano Alves de Lima, 4400 ~ CEP 02909-900 - Sao Paulo, SP Divulgasdo: () 3990-1775 - Vendas: (t) 3990:1777 - Fax (1) 3980-1776 ‘wwrmatica.com.br~ wawaticaeducaclonalcomsr ~atendimento@aticacom.r

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