Está en la página 1de 49
IMUNOLOGIA BASICA E APLICADA AS ANALISES CLINICAS Prof. Sérgio Lisboa Machado Prof. Raimundo Diogo Machado IMUNOLOGIA BASICA E APLICADA AS ANALISES CLINICAS Prof. Sérgio Lisboa Machado Prof. Assistente do Departamento de Anilises Clinicas e Toxicolégicas da Faculdade de Farmacia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Prof. Raimundo Diogo Machado Prof. Titular Aposentado do Departamento de Virologia do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Prefacio Esta publicagdo € uma atuali fio de um livro escrito pelo meu pai em 1992, e que ja ha muito tempo eu tentava publicar. No entanto, como a imunologia est sempre em constante renovagdo, muitas das vezes deixei de envia-lo a editora para acrescentar mais um dado novo. Este livro devera servir para profissionais que buscam atualizar seus conhecimentos e mais do que repetir 0 que as bulas de nossos ensaios laboratoriais nos fazem repetir, ele procura fazer com que vocé tome conhecimento de como os ensaios se processam e 0 porque da nao conformidade. Poder-se-4 observar, que esta publicacio nao é um livro, e sim uma coleténea dos melhores livros e trabalhos existentes nesta d4rea, onde a literatura em lingua portuguesa é escassa e, por isto mesmo fez-se mister langar esta coletinea com os dados mais atualizados e importantes ao profissional das anilises clinicas. Espero que este agregado de informacées seja bem aproveitado, assim como foi a publicagdo de meu pai, que muito contribuiu em minha formagao profissional, e que por isso contribua também na de vocés caros leitores. Espero que esta publicagdo ndo seja a dltima e sim uma das que venham a incentivar 0 mercado a produzir novas publicagdes do mesmo género ¢ desmistificar 0 “terror” como a imunologia se apresenta aos estudantes ¢ profissionais da 4rea da satide. Fagam bom proveito, Prof. Sérgio Lisboa Machado e Prof. Raimundo Diogo Machado u SUMARIO Defesas inatas do organismo Tipos de imunidade Mecanismos da imunidade Respostas imunes adaptativas Resposta imune humoral Via classica do complemento As imunoglobulinas Anticorpos monoclonais Sintese das imunoglobulinas Reagdes mediadas por células Regulagio da resposta imune O fenémeno da tolerancia Reages de hipersensibilidade Hipersensibilidade tipo I Hipersensibilidade tipo TI Teste de Coombs Pesquisa de anticorpos irregulares Hipersensibilidade tipo III Conglutinagao e imunoconglutinagao Tmunoconglutininas Hipersensibilidade tipo IV Hipersensibilidade de contato Reagio tuberculinica Hipersensibilidade granulomatosa Doengas autoimunes woe yn M1 Lupus eritematoso sistémico (LES) Artrite reumatéide Tiroidite de Hashimoto Doenga de Graves Diabetes insulino dependente Esclerose maltipla Miastia gravis Sindrome de Goodpasture Reacdes imunolégicas a virus Imunidade a bactérias Imunidade a fungos Resposta imune a parasitos Principio dos imunoensaios Detecgao indireta de imunocomplexos Controle de qualidade nos imunoensaios Validagdo de um ensaio Outras medidas para garantir qualidade Interferéncias nos imunoensaios Reagées cruzadas ¢ analitos heterogéneos Reduzindo as reagdes cruzadas Anticorpos heter6filos ¢ anticorpos para animais Reconhecendo e reduzindo a interferéncia dos anticorpos endégenos Interferéneias devido a antigenos que mascaram a reagdo Interferéncias com 0 mecanismo indicador Efeitos matriz 66 70 71 72 74 15 15 16 19 83 84 93 99 lol 102 106 108 110 M1 113 116 118 118, 119 Ensaios de aglutin: Ensaios de dispersiio de luz Neflometria Turbidimetria Aplicagées da neflometria e turbidimetria Fatores que afetam a performance dos ensaios Teste de Paul Bunnel & Davidsohn e monoteste Teste do latex Teste de Waaler-Rose Teste de fixagio do complemento Teste para avaliacao da via classica do complemento (CHs9) Teste para avaliagdo da via alternada do complemento (AHso) Antiestreptolisina O (ASLO) Teste de neutralizagao Teste de difuséio em gel Teste da DRS Teste da dupla difusio Imunoeletroforese ELISA (Enzyme-linked immunosorbent assay) Imunofluorescéncia Quimioluminescéncia Teste de Western blot 120 124 125 127 128 130 130 133 134 136 147 150 151 155 158 159 160 162 163 170 176 178 DEFESAS INATAS DO ORGANISMO Chamamos de defesa inata aquela que nasce com o individuo, é ela que age como primeira barreira para tentar evitar que um agente infeccioso, por exemplo, ao entrar no organismo consiga se replicar e propagar. No entanto nem sempre a resposta inata é suficiente para fazer este bloqueio e af, quem toma parte neste processo é o sistema imune adaptativo que leva algum tempo até que atinja sta eficiéncia maxima e consiga evitar a propagagio do agente infeccioso. Além disso o sistema de resposta imune adaptativo tem importante papel na reinfecg2o pelo mesmo agente, pois af sua resposta € mais ripida no combate ao mesmo, isto se deve a chamada “meméria” do sistema imune. No sistema de resposta inato, temos a participagdo por exemplo, de fatores soliveis como lisozima e o sistema complemento (principalmente a via altemnada deste), e da participagio de células fagocitérias. J4 no sistema adaptativo temos principalmente a agdo de mecanismos dependentes de linfécitos B que dario inicio a produ; jo de anticorpos e a coordena\ 0 da atividade e supressio ligada principalmente aos linfécitos B. S20 os linfécitos os responsaveis pela meméria do sistema imune, uma vez ativados eles conseguem estabelecer uma resposta especifica ¢ répida quando ocorre uma reinfeccdo. A fim de compreender melhor a imunologia devemos ter nogdo de alguns conceitos basicos que determinam se um individuo possa se infectar ou nao: « REFRATARIEDADE - & um fendmeno inato, inespecifico e invaridvel que impede que uma pessoa se infecte por determinados microrganismos. Nestes casos, mesmo que variem as condigdes intrinsecas e extrinsecas do individuo, este no adquire determinadas infecgdes. Como exemplo existe microrganismos que infectam os animais ¢ jamais infectam 0 homem. O virus da Bouba avidria, o virus da peste suina clissica, o virus da peste suina afticana que so virulentos para a galinha e © porco respectivamente, jamais infectam 0 homem. As células humanas ndo possuem receptores para estes virus. Do mesmo modo, certas doengas infecciosas humanas, no sto reproduzidas em certos animais. Os virus do sarampo, da caxumba e da rubéola no infectam as aves, 0 cdo 0 gato e outros animais, * RESISTENCIA - E um fendmeno inato, inespecifico ¢ varidvel, ¢ a variago vai depender das condigdes intrinsecas e extrinsecas de cada individuo e também da biologia do agente infeccioso. Como exemplo, tem-se 0 Mycobacterium tuberculosis, que na maioria das vezes infecta o homem, sem Ihe causar danos e este, pelas suas defesas fique em estado latente, permanentemente, ou por um longo perfodo. Se houver problemas imunolégicos por um conjunto de varidveis como infecgdes em que haja destruicdo da defesa celular, administracao de certos medicamentos, como corticosteroides, desnutrigio, © Mycobacterium em fase latente pode reativar causando a tuberculose doenca. Um exemplo de doenga destruindo a resisténcia é a SIDA. O HIV, além de destruir © principal linfécito, 0 T4, produz uma série de outros distirbios causados por outros microrganismos tidos como normais. * IMUNIDADE - E um fenémeno nato, especifico e nao raro sofre variagio, principalmente quando hé um desequilbrio da imunidade celular. A infecgdo pelo HIV é um exemplo classico dessa alteragdo. A imunidade é realizada pelo sistema imune adaptativo, ou seja € realizado por células espeefficas para este fim. ‘+ IMUNIDADE INATA - Muitos mecanismos eficazes podem proteger o individuo de infecgies por microrganismos altamente patogénicos, independente de qualquer contato prévio com os 0 de diferentes agentes etiolégicos. Estes mecanismos to eficientes impedem a microrganismos. Toda defesa parece ser controlada geneticamente e ha uma diferenga de espécie para espécie e mesmo intra espécie, com variagées menores para um mesmo individuo, Para um mesmo agente etiolégico ha variagdes na sensibilidade de diferentes individuos. A galinha € altamente susceptivel ao virus da bouba, entretanto, qualquer mamffero & totalmente resistente, € mesmo as aves de espécies diferentes jo também resistentes. Outro exemplo & a resisténcia dos felinos e caninos ao virus Influenza A, entretanto este infecciona e produz, doenga com facilidade em aves, sufnos e equinos. Determinantes ambientais podem fazer aparecer desde 0 inicio da vida uma imunidade adquirida que induz. um mecanismo de resisténcia a certas infecgdes. Com relagio a esta resisténcia temos, por exemplo a grande sensibilidade da populagao indfgena as vérias doengas do homem civilizado. Aquela populacio € muito mais sensivel ao sarampo, a gripe, & tuberculose do que o homem civilizado. A imunidade inata é correlacionada a um grande nimero de determinantes. Estes podem ser especificos do hospedeiro, tais como: espécies € ragas, fatores genéticos individuais, idade, variagtio hormonal, nutrigao. Também, € importante a participagdo de determinantes fisicos como: pele, mucosas, superficies timidas como & 0 caso dos olhos, sitios anatémicos que retém a poeira € os microrganismos, etc. Aliado a estes determinantes, temos substincias quimicas como secregies diversas com atividade antimicrobiana, ¢ as enzimas e os polipeptideos bisicos que so substancias com atividade bactericida ou bacteriostética. A pripria fagocitose com sua clissica digestio, é um fendmeno inespecifico. ‘A imunidade esté diretamente relacionada as ragas, as espécies e as familias. Como exemplo citamos a hereditariedade, que esté relacionada & resisténcia de determinadas familias cujos membros so muito sensiveis & tuberculose, contrastando com o que normalmente acontece com a populagio humana em geral. ‘Também temos a idade como fator de alteragio na resposta inata, geralmente as criangas recém-nascidas so sens{veis a uma variedade de agentes infecciosos e tal sensibilidade esté ligada & deficiéncia imunitéria, por incapacidade do sistema linfide reagir aos antfgenos estranhos. Na velhice, os determinantes também desempenham anormalidades de resisténcia, ficando as pessoas mais sensfveis aos agentes estranhos diversos, A nutrigao & outro fator de alterago marcante na variagao da resisténcia. A subnutrigao de animais de laboratério acarreta uma leucopenia e a atividade fagocitéria diminui, induzindo o aparecimento de infecgdes diversas. Por outro lado, a resisténcia inata pode variar com o agente etiolégico, Sabe-se que o virus da poliomielite prefere as criangas bem nutridas, enquanto que as criangas desnutridas sio mais resistentes a este virus. O contrério acontece com virus do sarampo que infecta a crianga desnutrida produzindo processos infecciosos graves. Nas eriangas bem nutridas a doenga produzida por este virus é mais suave, Fazem parte da imunidade inata, as barreiras mecinicas € quimicas conforme ja citado anteriormente. A pele integra é um obstéculo a um grande ntimero de agentes infecciosos. A camada de queratina contribui muito para esta eficiente barreira. As mucosas contendo secrecdes, células ciliadas com seus movimentos caracteristicos removem os microrganismos e as enzimas oferecem efeitos bloqueadores. No estmago, 0 suco gistrico, pelo seu pH, tem agio bactericida sobre bactérias Gram negativas © Gram positivas. Logicamente umas poucas espécies de bactérias como o Mycobacterium tuberculosis e 0 Helicobacter pylori resistem a esse pH e podem até colonizar na mucosa estomacal. Na pele, as secregdes sebiceas e sudorfparas contém fcidos graxos com propriedades bactericida, fungicida e viruscida, Na cavidade oral e nos olhos encontra-se a lisozima, protefna bésica de baixo peso molecular, encontrada em alta concentragio nos polimorfonucleares e com capacidade de hidrolizar os glicopeptideos da parede de muitas bactérias Gram negativas, resultando em lise das mesmas. Menor ago é exercida sobre Gram positivas. Quando os microrganismos conseguem vencer as barreiras naturais temos 0 proceso inflamat6rio em que, no decorrer dest ha lesio de um grande nimero de células, liberando varios tipos de protefnas basicas. Incluem-se, entre estas as esperminas € as espermidinas que destroem 0 Mycobacterium tuberculosis € 0 Staphylococcus aureus. Além destas, sio liberadas, também, proteinas basicas com alto teor de lisina e arginina, com fungi bactericida, (Os Fagécitos Os fagécitos sdo células especializadas na captura de microrganismos e substincias estranhas a0 organismo e, devido a sua especialidade so também chamados de fagécitos profissionais. Estes fagécitos sdo formados por dois principais grupos celulares que compreende os grandes macr6fagos 0s pequenos granulécitos polinucleares. Os granulécitos polinucleares também sio chamados de polimorfos ou neutréfilos, baseado nas propriedades que tem ao terem seu citoplasmas corados. Os macr6fagos tem origem na medula dssea como promonécitos os quais ao amadurecerem, circulam no sangue como monécitos © por fim se transformam em macréfagos, se espalhando pelos tecidos. Estes macréfagos esto presentes por todo 0 tecido conectivo € esto associados a membrana basal de pequenos vasos. Eles esto concentrados em érgdos como pulmdes (macréfagos alveolares), figado (células de Kupfer), na periferia dos seios medulares dos linfonodos, nos sinuséides do bago, tudo isso com a finalidade de atuar como uma barreira filtrante & entrada de microrganismos. Em geral 3 (0s macréfagos sto células de vida longa e que dependem da mitoc6ndria para retirarem sua energia, apresentam ainda um reticulo endoplasmitico extremamente rugoso devido a grande quantidade de protefnas secretérias que esta célula produz e libera. 5 polimorfonucleares so as células encontradas em maior quantidade dentre os leucécitos, assim como os macréfagos, se originam de uma mesma ‘ula totipotente na medula dssea. Es tas células nao possuem mitocéndria, mas faz uso de seu glicogénio citoplasmético (que € abundante) estocado justamente para servir de fonte de energia. A glicélise que estas células realizam permite que elas trabalhem em condigdes de anaerobiose, como as que ocorrem num processo inflamat6rio. Outra caracterfstica dos polimorfonucleares, € que so células que nao se dividem e possuem um tempo de vida curto (algo entre 24 e 72 horas), apresentam um nticleo segmentado, seu citoplasma se car pela presenca de grinulos azuréfilos, que contém mieloperoxidase, lisozima e proteinas catiOnicas, grnulos secundétios especificos que contém lactoferrina ¢ lisozima associadas e grinulos tercidrios, que contém as hidrolases icidas. De modo geral, podemos dizer que os polimorfonucleares so a defesa contra as bactérias piogénicas enquanto que os macréfagos atuam melhor contra microrganismos intracelulares, © processo de fagocitose pelas células fagocitérias envolve primeiro a adesio do microrganismo a superficie celular destas células. Esta adesio envolve o reconhecimento de carbohidratos do microrganismo e, uma ver. aderido e identificado como estranho, microrganismo é iniciada a ingestao, ativando 0 sistema de contrag4o de actina e miosina 0 qual faz com que 0 citoplasma celular vé envolvolvendo a particula estranha até que esta fique dentro de um vactiolo (fagossomo). A etapa seguinte nesse processo é a liberagio de substincias que tentario destruir esta particula ingerida, Nessa etapa ha um grande consumo de oxigénio pela célula resultando no aumento do desvio da atividade da hexose monofosfato. Isto gera NADPH ¢ reduz 0 oxigénio molecular através da sistema da membrana citoplasmética de citocromos dando origem a uma serie de agentes microbicidas poderosos, chamados de anion superéxido, peréxido de hidrogénio, e radicais hidroxila, © peréxido formado, em associagdo com a micloperoxidase da origem a um potente sistema de halogenagao que é capaz de destruir tanto bactérias como virus. Assim que o anion superdxido é formado, a enzima superdxido desmutase atua de forma a converter 0 superéxido em oxigénio molecular ¢ perdxido de hidrogénio, consumindo durante este processo ions hidrogénio, Deste modo hé inicialmente um aumento do pH, facilitando a ago anti bacteriana das proteinas catiGnicas oriundas dos gi los dos fagécitos. Estas moléculas sto capazes de lesar a membrana microbiana devido a ago da catepsina G e pela aderéncia direta a membrana microbiana. Outros fatores oriundos dos grinulos so a lactoferrina e intermedisrios nitrogenados como 0 éxido nitrico, através de sua capacidade de se complexar ao ferro, privando a bactéria de um elemento essencial ao seu crescimento, ¢ a lisozima que destrof a proteinaglicana da parede celular bacteriana. Deste modo 0 pH vai caindo de modo que os microrganismos que morrendo vao sendo degradados pelas enzimas hidroliticas. Assim que 0 processo termina 0s produtos lula, resultante desta degradagdo so liberados para o exterior da Como a fagocitose depende da adesao celular a membrana do fagécito, esté claro que deve haver um mecanismo que permita mobilizar um maior nimero de células para o local de entrada do agente estranho. No caso das bactérias estas produzem substincias como a formil metionina a qual atrai os leucécitos, no entanto este € um sinal ainda fraco, ¢ existe um complexo mais eficiente realizado por nosso proprio organismo que ¢ a ativagdo da cascata do complemento (principalmente a via altemativa), © complemento tem a propriedade de disparar o estimulo necessério a ativagdo de uma cascata que termina por destruir o organismo estranho ¢ atrair eélulas fagocitérias para 0 local onde o microrganismo esta. O principal elemento da cascata do complement & 0 C3, e a sua clivagem da inicio a via alternativa do complemento. O C3 entra em ativagdo expontinea em pequenas concentragdes gerando uma nova molécula a C3b, a qual & capaz de se complexar com o fator Be interage com o fator D presente no plasma dando origem a enzima C3bBb (C3 convertase), esta por sua vez dé um fe back positivo aumentando a amplificagdo da resposta ao produzir novas moléculas de C3b. No entanto todo este processo & regulado por mecanismos que bloqueiam a agio da C3 convertase, a quebrando em novas moléculas menores e sem agao sobre a C3, Na presenga de certas moléculas como carbohidratos presentes na superficie de bactérias 0 3h gerado pela C3 convertase, pode aderir e se tomar estvel A uma nova quebra, nao perdendo assim sua ago, E nessa situagGo que ela atua ativando a via altemativa do complemento. Nesta ativagio uma grande quantidade de C3b, ¢ logo se adere a membrana do microrganismo de forma covalente, isto termina por conferir a propriedade opsonizante desta fraga0 do complemento. Esta opsonizagao faz com que as células fagocitérias reconhegam 0 organismo estranho com maior facilidade e assim o fagocitem com maior rapidez. O C3b junto com a C3 convertase consegue atuar sobre 0 fator C5 do complemento 0 quebrando em C5a e C5b. © C5a junto com C3a atuam sobre os mastécitos os fazendo degranular, conseqiientemente ha a liber io de fatores quimiotéticos e de mediadores da permeabilidade vascular. Estes mediadores da permeabilidade vascular aumentam a permeabilidade através da modificagdo das forgas intercelulares entre as células endoteliais da parede dos vasos. Isto nfo s6 permite a exudagio do plasma como permite que elementos constituintes deste como 0 complemento chegue a0 sitio da infeccao, Estes mediadores também promovem a ativagio de moléculas como a ICAM-1 (molécula 1 intracelular de ade io) ¢ ELAM-1 (molécula 1 endotelial de adesio leucocitéria) as quais se ligam moléculas especificas dos polimorfonucleares e permitem que estas passem entre as paredes dos capilares. Por outro lado os fatores quimiotsticos, atraem os leucécitos polimorfonucleares marginais de sua localizagao intravascular, através da parede dos vasos © eventualmente os conduzem até os microrganismos opsonizados. Os polimorfonucleares possuem um receptor especifico para C3b em sua membrana e por isso aderem rapidamente e firmemente ao microrganismo opsonizado. O processo de dilatagao dos capilares (eritema), exudagao das protefnas plasméticas e do fluido plasmético (edema), devido a alteragio hidrostética e osmética, e ao actimulo de neutréfilos é& que dio origem a resposta inflamatéria aguda. ‘Além da atuagio da fragdo CSa do complemento temos a continuagio da cascata do complemento com 0 C5b que também adere a membrana do microrganismo, ao lado de C3b. Apés a adesio de CSb temos a adesto de C6, C7 ¢ C8 que forma um complexo capaz de jé dar inicio a lestio da membrana celular, com a adigio de alguns componentes C9 temos entio a formagio do complexo de ataque a membrana (MAC) que leva a lise do microrganismo por perfurar a membrana. Fazendo parte desta resposta imune inata, temos ainda as protefnas de fase aguda, como a Proteina C Reativa, que tem sua concentragio aumentada em decorréncia da liberago de mediadores de sua sintese tais como a interleucina I (IL-1), interleucina 6 (IL-6) e do Fator de Necrose Tumoral (INF). Estes mediadores sao liberados como consequéncia da injéria celular, Existem ainda outros fatores antimicrobianos extracelulares presente: no plasma como a lactoferrina, que forma um. complexo com 0 ferro e o toma indisponivel A bactéria que costuma utiliza-lo como fator de crescimento, Temos também os interferons (IFN), mais conhecidos por ter agao antiviral, por interferirem com proceso de adesio viral A uma célula e, por vezes no permitindo que mais de um virus infecte uma célula jé parasitada por um virus. Os leucécitos produzem varios tipos diferentes de O-IEN, enquanto os fibroblastos praticamente todos os tipos celulares sintetizam o B-IFN. Um terceiro tipo de interferon, 0 y-IFN nao é um componente da resposta imune inata. Quando as células sao infectadas por um virus, elas produzem ¢ secretam interferon 0 qual se liga a receptores especificos nas células adjacentes. O interferon, uma vez ligado a uma célula nao infectada exerce atividade antiviral ao facilitar a sintese de enzimas que interferem com o mecanismo de replicagao viral. ‘Ainda fazendo parte da resposta imune inata encontramos um grupo de células chamadas de Cétulas Natural Killer ou NK (matadoras naturais), estas células possuem atividade citotéxica, Na verdade as NK so grandes linfécitos granulares que se ligam, provavelmente a glicoproteinas, que aparecem na superficie de células infectadas por virus ¢ algumas células tumorais, Uma ver. ligada a célula alvo as NK liberam 0 conteddo de seus grinulos. Parece que o elemento citotéxico mais importante liberado so as perforinas, que possuem uma aco parecida com o elemento C9 do complemento uma vez que € capaz. de fazer furos na membrana da célula alvo e assim a leva a citdise, Ainda com menor participagdo temos os eosinéfilos, que parecem ser os fagécitos com especificidade para agentes parasitérios como os helmintos. Os eosinéfilos possuem grnulos em seu citoplasma que tem a propriedade de se corar com corantes écidos, Estas células também possuem receptores para o elemento C3b do complemento, uma vez feita a adesdo do eosin6filo com 0 parasito ocorre a liberago de proteinas capazes de Iesar a membrana do mesmo ¢ ainda promover uma destruigdo maior devido a liberagao de metabélitos do oxigénio que contribuem nesta destruicao. TIPOS DE IMUNIDADE Sempre que ultrapassadas as barreiras inespecificas pelos agentes infecciosos, estes vio induzir novos mecanismos de defesa, na maioria das vezes muito mais eficientes do que as diferentes ‘modalidades que vimos anteriormente. Este conjunto denomina-se estado de imunidade. ‘A imunidade pode ser ativa e passiva, subdividindo-se cada uma destas modalidades em natural ¢ artificial IMUNIDADE ATIVA: E aquela em que 0 individuo recebe 0 antigeno e 0 organismo tem que trabalhar para formar a sua defesa, isto é, a imunidade humoral mediada por anticorpos e a celular mediada por células. IMUNIDADE ATIVA NATURAL: E aquela adquirida pela infecgao natural. Ex.: sarampo, caxumba, mononucleose. IMUNIDADE ATIVA ARTIFICIAL: £ aquela induzida pela vacina, a qual pode ser constituida por microrganismos atenuados como a vacina da tuberculose, anti-pélio, anti-sarampo e anti-febre amarela; vacinas inativadas como a vacina ant ibica, anti-coqueluxe, anti-salmonelose; ¢ vacinas constituidas por toxoides ou fragdes de microrganismos como a para difteria © tétano (toxdides), adenovirose, (hexon isolado do Adenovirus). Atualmente, hé outra modalidade de vacinas que sao protefnas clonadas muito especificas. Como este exemplo, temos a vacina contra a Hepatite B, produzida numa levedura pelo processo do DNA recombinante. IMUNIDADE PASSIVA: E aquela resultante dos anticorpos pré-formados. Neste caso a imunidade & Por pouco tempo. IMUNIDADE PASSIVA NATURAL: E obtida através de amicorpos da mie (IgG) que atrayessam a placenta para o feto ou através do colostro, nos primeiros dias de amamentacio, IMUNIDADE PASSIVA ARTIFICIAL: E adquirida pela inoculagdo de anticorpos pré-formados em outro animal. Como exemplo, temos a soroterapia contra raiva, anti-ofidica, anti-tetanica e anti- diftérice, Estes antiseoros sflo obtidos em cavalos ¢ aps purificago exo usados para imunizagfo. & um processo efémero de proteco, durando de um a 4 meses, no maximo, IMUNIDADE ADOTIVA: & uma imunidade especial adquirida pela transferéncia de células (suspensio de linfonodos, bago, medula dssea), provenientes de doadores imunizados que so aceitos como histocompattveis. NISMOS DA IMUNIDADE (Os mecanismos da defesa organica contra as infecgdes podem ser discriminados da seguinte forma: a) Imunidade humoral (anticorpos) a.) Antitéxica a.2) Antimicrobiana b) Imunidade celular IMUNIDADE ANTITOXICA: Este tipo de imunidade € tipico das toxi-infecgdes tais como tétano e difteria, nos quais os microrganismos causadores atuam por seu poder toxigénico afetando as células do organismo hospedeiro. IMUNIDADE ANTIMICROBIANA: A imunidade humoral antimicrobiana é bem exemplificada pela defesa especifica que se estabel no decurso da pneumonia lobar pelo Streptococcus pneumoniae € nna meningite causada pela Neisseria meningitidis. Quaisquer destes germes transpondo as barreiras defensivas do trato respiratério, invadem os alvéolos de determinado segmento brinquico onde se implantam_ ¢ se multiplicam. Dai por diante segue uma sequéncia de eventos semelhantes aos que se desenvolvem no processo inflamatério, em que os capilares se distendem e o plasma filtra através de suas paredes, derramando para o interior dos alvéolos pulmonares. Fagécitos, inicialmente, polimorfonucleares e depois macr6fagos afluem em grande quantidade formando um exudato espesso tornando macigo 0 contedido alveolar, impossibilitando a respiracao, IMUNIDADE CELULAR: © agente etiolégico de infecgies pode multiplicar-se dentro dos mactéfagos. Nestas condicdes 0 anticorpo nao pode atingi-lo, estabelecendo a imunidade através de linfécitos efetuadores, que determinam uma “ativagdo” dos macréfagos, causando uma destruigao do agente infeccioso intracelular. Em infecges como a tuberculose, a lepra, a brucelose e as viroses, em geral € estabelecido um quadro de equilfbrio entre 0 hospedeiro ¢ 0 agente infeccioso, persistindo este ‘no organismo em focos de infecgdo latente ou erdnica. Bem diferente da imunidade humoral, a imunidade celular nfo pode ser transferida, passivamente, com soro imune, mas sim com células linfSides (imunidade adotiva) de animal sobrevivente & infecg4o com microrganismo virulento ou vacinado com agente atenuado, Exemplo {ipico encontramos na vacina BCG ou nas vacinas virais atenuadas, como a da febte amarela, da poliomielite, etc. ‘A grande importancia da imunidade celular & evidenciada nas viroses, nas quais 0 virus que € um agente intracelular, é destrufdo onde o anticorpo nao é capaz de penetrar. Este fato mostra que os anticorpos sistémicos ou locais nfo tem papel relevante nas infecgdes virais. Estes anticorpos sto incapazes de impedir a propagagao do virus por contiguidade celular. Estes anticorpos tem a fungi mais de neutralizar os virus, impedindo sua disseminagdo hematogénica, como ¢ 0 caso do virus da polio. RESPOSTAS IMUNES ADAPTATIVAS O sistema imune adaptativo existe como uma forma de bloqueio aos microrganismos que tenham conseguido escapar do ataque promovido pelo sistema inato. Sabemos que isto ocorre porque temos microrganismos mutantes que nao ativam a via alterativa do complemento, alguns microrganismos também ao serem capturados pelos macr6fagos desenvolvem reagdes que sio capazes de neutralizar as substincias liberadas no vactiolo, virus que sdo insensiveis a agio das células NK. (natural killer) e virus que quase nao estimulam a produgo celular de interferon, deste modo nao havendo a comunicagao célula a célula capaz de evitar a propagagao viral. ‘Uma das principais proteinas sintetizadas nesta defesa imune adaptativa so os anticorpos os quais so sintetizados pelos linfécitos B, mais especificamente pelos Plasmécitos. A. sintese destes anticonpos 86 ocorre se houver um estimulo feito pelo antigeno ao linfécito B ou se este for estimulado pelos linfécitos T. Cada anticorpo possui um sitio de reconhecimento, que se encaixa ¢ amolda no antigeno, e isto faz com que a ligagio do anticorpo ao antigeno seja mais forte ou mais fraca dependendo da especificidade da molécula de anticorpo. Os anticorpos possuem ainda outros sitios, necessirios para diversas fungées como a ativa 0 da via classica do complemento, ligagio a células fagocitérias ¢ células apresentadoras de antigenos. Deste modo, quando um antfgeno esté recoberto por moléculas de anticorpo, estes so capazes de induzir a fixagdo do complemento a fagocitose. AS BASES CELULARES RESPOSTA IMUNE HUMORAL © papel primério do sistema imune humoral ¢ de eliminar organismos ¢ biomoléculas estranhas, com 0 auxilio de proteinas proprias e células. Isto 6 realizado pela ligagio de alo autoantigenos as imunoglobulinas. A resposta subsequente inclui a ativagao do complemento € ou os sistemas celulares da resposta imune o que eventualmente leva a fagocitose ¢ destruigo da célula alvo, virus ou protefna, Para que este mecanismo funcione é necessério que o sistema imune reconhega uma grande variedade de antigenos “nio self” (estranhos ou aloantigenos), normalmente em baixas concentragies. Quando isto nfo ocorre denominamos de inunodeficiéncia, Além disso o sistema imune deve responder de forma eficiente aos aloantigenos sem que isso leve a uma super reatividade aos antégenos proprios (perda da tolerdncia levando a doenga autoimune), ou a resposta indevida levando a estimulagdo imune (produgao de IgE levando a alergia). Além disso deve ocorrer a supressiio da resposta imune quando a “limpa” do organismo ja tiver sido efetuada, ‘A regulagdo do sistema imune € também realizada pelo contato celular € mecanismos que dependem das citocinas para serem estimulados ou suprimidos. Os caminhos que a resposta toma depende dos tipos de leucécitos envolvidos, tipos de antfgenos de membrana que entram em contato e citocinas liberadas. A apresentagio de antigenos A fim de tornar simples 0 modo geral de apresentagio de antfgenos ao sistema imune, podemos dizer que existem dois grupos celulares, um expressando 0 Antigeno de Histocompatibilidade (MHC) de Classe I, que esté presente em todas as células do organismo, e outro grupo apresentando 0 MHC de Classe I, que & encontrado nas células apresentadoras de antfgeno. Podemos dizer que as células com 0 MHC de classe I so responsdveis pela apresentagdo de antigenos endégenos, como virus e alguns marcadores tumorais produzidos dentro da célula afetada, & que as células com o MHC de classe II fazem a apresentagio de antfgenos ex6genos como bactérias € toxinas, ‘As células expressando 0 MHC de classe I, em geral fazem o processamento da seguinte forma: primeiro elas pegam as protefnas produzidas por elas no citossol ou endégenamente, as quebram em peptideos (8 a 12 aminodcidos) pelos spliceossomas e entio so enviadas ao Reticulo Endoplasmético (RE), através de moléculas de transporte associadas a proteina. No RE, os peptideos slo ligados as molé las do MHC de classe 1 ativas ¢ so transportadas via Complexo de Golgi, a superficie celular. Uma vez na superficie celular, 0 complexo MHC classe I + antigeno, se ligam a células T CD8*, 0 que leva a uma resposta mediada por células do tipo citotéxica. Quanto as lulas que expressam 0 MHC de classe Il, elas fazem a captura do antigeno exégeno por endocitose. © antigeno ¢ em seguida transportado para o lisossomo, onde entao & degradado em peptideos, os quais sero ligados a moléculas de classe II especfficas. © complexo MHC de classe II + antigeno é ento exposto na superficie celular, onde entio ird se ligar a linfécitos T CD4" que dardo inicio a resposta imune humoral (produgao de anticorpos). (McDonnel, W.M., 1997) Células Apresentadoras de Antigenos (APC) Os plasmécitos, sio células oriundas da diferenciagao dos linfécitos B e tomam parte na resposta humoral a partir do momento que estio envolvidas na montagem de imunoglobulinas, no entanto, as Células Apresentadoras de Antfgenos (APC) e 0s linfécitos T so necessarios para 0 estimulo e controle da produgao de anticorpos. Os leucécitos fagocitérios podem ser divididos em duas classes funcionais: os macr6fagos/monécitos ¢ as APC, elas sio responséveis pela eliminagio de produtos estranhos ao organismo assim como de moléculas préprias. Aparentemente, os macréfagos no sfio bons em reprocessar os antigenos para a apresenti ao sistema imune, cles apresentam em sua superficie um grande nimero de receptores para regido Fe das imunoglobulinas (FeR) e para 0 fator C3 do complemento (auxiliando no reconhecimento de células recobertas com anticorpo ou complemento), possui também em menor quantidade mas em concentragdes varidveis os antigenos de histocompatibilidade (HLA ou MHC) ¢ outras moléculas de adesao celular como a CD54 ¢ CD58, As APCs sfio muito menores em niimero do que os macréfagos € nao fagocitam células € antigenos, ao invés disso elas capturam e processam o antigeno, apresentando os fragmentos em sua superficie celular em conjunto com os antigenos de histocompatibilidade celular de Classe I ¢ I (MHC), principalmente os de Classe II. As APCs migram para as zonas do tecido linfide de eélulas T 10 © B, ¢ apresentam os antigenos as células efetoras ¢ moduladoras do sistema imune (células T, Be NK). ‘ambém temos as células dendriticas que formam uma espécie de pseudopodo os quais podem se estender e aumentar a drea de contato com os linfécitos T € B. Isto tudo em conjunto com as moléculas de membrana e citocinas sio os responsdveis pela ativagdo especifica da resposta imune. No lifonodo temos a divisio das APC em células dendriticas, que apresentam antigeno, via MHC de Classe II ao linfécito T CD4*, e células foliculares dendriticas, as quais apresentam 0 antigeno no centro germinativo dos linfécitos B. As células B também podem funcionar como APCs. As células dendriticas sio leucécitos, derivados de percursores préximos do CD34. As citocinas so importantes em sua maturag20, como o Fator de Necrose Tumoral o (TNFa) ¢ Fator Estimulador de Colénias de Granulécitos © Macréfagos, no desenvolvimento das células dendriticas, enquanto bloqueiam o crescimento de macréfagos. As células dendriticas e suas variantes, como as células de Langerhans, so encontradas na pele, vasos linféticos aferentes, sangue e outros tecidos nao linféides. Nos tecidos linfofdes, as células dendriticas so normalmente encontradas na regio interfolicular. As células dendriticas, normalmente no possuem um ntimero significativo de receptores para C3 ou para a regio Fe da IgG (Fey), mas siio ricas em moléculas de MHC da classe Ie Il assim como em moléculas de adesio do tipo CD2, CDI Le, CD29, CD54 e CD58. Também, para facilitar o contato com os linfécitos Te seu estimulo, expressa as moléculas CD40 ¢ B7 na membrana, As células dendriticas foliculares saio APCs localizadas no foliculo primario (nfo estimuladas) € foliculo secundério (estimuladas), Apesar destas éreas serem ditas zonas de células B, elas apresentam uma minoria de células T, macréfagos e APCs. As APCS ricas em receptores de Fey as quais ligam ¢ apresentam o antigeno as células B inativas e ativas. As células dendriticas foliculares podem segurar este antigeno por semanas, provavelmente desempenhando um papel importante na manutengao da resposta imune, por estimular células B novas ¢ de meméria, papel de ativagtio das APCs nos linfécitos T pode ser dividido em duas fases: o estimulo das células T inativas (reposta priméria) e a ativagao de células T de memGria (resposta secundéria). Ambas as células dendriticas, € em pequeno mimero as células B, podem apresentar antégenos aos linfScitos T. A apresentagao efetiva por ambas, nfo apenas requer 0 complexo de MHC, mas outro fator estimulatério como o contato célula a célula e a liberagao de citocinas. Finalmente as células B também servem como células apresentadoras de antigenos, isto foi provado in vitro. As células B expressam 0 MHC de Classe II, e tem um receptor especifico para antigenos (imunoglobulinas). Estas células B capazes de estimular linfécitos T de uma maneira antigeno especifica, sdo células B7+, isto é importante saber pois as células B em repouso (no ativadas), ndo possuem as protefnas co-estimulat6rias de ligagao, necessarias para ativar as células Ty. Quando temos muitas células B7-, as células Ty se tornam incapazes de responder ao estimulo imune, «isto leva a suspeita de que tais células B7- sejam a s responséveis no papel de indugao a tolerdncia ou anergia a antigenos préprios. As células dendriticas apresentam 0 complexo HLA+Ag (MHC II + Ag) ao receptor de cétula T (TCR), de forma que hé o reconhecimento simultineo, da célula T reconhecendo 0 HLA e a célula dendritica 0 TCR, ocorrendo assim a ligagdo entre elas ¢ a subsequente resposta intracelular com a ligagao posterior do CD4 a0 MHC de classe TI ou do CD8 a0 MHC de classe I. No entanto, se apenas a ligagao TCR/CD4(8) € 0 antigeno/MHC I1(1) ocorre, parece que a célula T se torna incapaz de responder ou se tomar anérgica. Na verdade esta é uma forma de induzir a tolerdncia a antégenos proprios, especialmente para as células Ty Th. A ativagao efetiva das células T pelas APC requerem a co-estimulagao pelo antigeno B7 das células dendriticas ou dos linfécitos B ligando seus antégenos C28 ou CTLA-4 A célula T. Quando as células T so estimuladas deste modo, elas passam a co- expressar um ligante (CD40L ou T-BAM) para 0 antfgeno de células B CD40. Apenas quando estes contatos co-estimulatérios ocorrem é que a ativagio da célula T ao antigeno ocorre. As células T © antigeno TCR (Recptor de Células T) € um dos membros da superfamiia das imunoglobulinas s6 que, diferentemente das imunoglobulinas, o TCR € composto de uma subunidade alfa € beta (a. € B). Uma pequena fragio das células T expressam uma outra colegio de produtos génicos do TCR, que so a delta ¢ a gama (8 ¢ 7). Assim como as imunoglobulinas, sio necessérias moléculas acess6rias para transferir o sinal de ligagao do antfgeno ao TCR para dentro da célula, As moléculas acessérias mais importantes para esta ativaco das células T so os complexos B7-CD28 ou B7-CTLA-4. © complexo TCR-CD3, junto com a ligagio ao MHC-CD4 e B7-CD28, geralmente conseguem ativar a célula T, no entanto, foi demonstrado que a adesdo de CD2-CDS8, CDI 1a-CDS4 e CD4-MHC II ou CD8-MHC I séo capazes de aumentar significativamente o estimulo provido pelo TCR e por B7-CD28 ou B7-CTLA-4, Parece que este aumento do sinal estimulat6rio se deve a ocorréncia de uma estabilizagdo celular maior, quando do contato entre estas moléculas. Citocinas e sub-populagées de Linfécitos T Dentre as sub-populagdes de linfécitos T, as Thi e Th2 parecem ser oriundas da mesma célula progenitora, a Th0. As células Thi secretam interleucina 2 (IL-2), y-Interferon (y-IFN), Fator de IL-6 Necrose Tumoral (TNF) e IL-12, jé as células Th2 sdo capazes de secretar as citocinas IL-4, TL- € IL-10. As células Thi langam um sinal estimulat6rio as células B para que produzam e secretem IgG2a, que inibe a fungo da populago Th2, A IL-12 é uma citocina importante neste processo jé que, sem ela, a geragdo de novas células Th1 € bloqueada. Isto acaba se refletindo também no papel da IL- 12 em estimular a produgio de IL-1, TNF € y-IEN, o qual é necessério para a maturagdo de Th1. IL-12 normalmente & produzida pelos monécitos, macréfagos € células acess6rias como decorréncia de um. estimulo dado pelas infecgdes por parasitas e bactérias. O y-IFN exerce um sinal de “feedback” positivo estimulando a produgao de mais IL-12. A sub-populagdo Th2 inibe a producdo de IgG2a, mas estimula a sintese de IgE e IgG1; a IL-4 também tem participagdo neste processo, Em resumo TL-4 IL-10 so capazes de inibir monécitos ¢ macr6fagos a produzir IL-12, que deste modo acabam por bloquear a maturaglio de ThI ¢ o correr da resposta imune feita por Thl estimulo a produgao de imunoglobulinas Ativagio primeiro estimulo para que a célula B de inicio a produgio de imunoglobulinas, em geral decorre da ligacao do antigeno ao anticorpo preso na membrana da célula B. Caso os antigenos sejam multivalentes, como os polissacarfdeos, ocorre a ligagdo cruzada a imunoglobulina presente na ‘membrana da célula B ¢ ela se torna ativada, independente da ativagio pelas células T (estimulagiio T independente). No entanto, para a maioria dos antigenos, hi a necessidade do estimulo pelas células T para que seja iniciada a produgao de imunoglobulinas (estimulo T dependente). Para que isto ocorra, hd a necessidade de que o antigeno seja apresentado junto com uma molécula de MHC numa APC & que a célula B seja co-estimulada pelo contato celular e por algumas citocinas. Isto é importante como forma de evitar reagdes autoimunes ou aloimunes. Existem vérias formas em que este proceso pode ocorrer, a mais comum é a apresentagio do MHC II por uma APC para uma célula B na presenga do contato da célula B com a T por B7-CD28. Em geral a ligagio cruzada da imunoglobulina presente na membrana da célula B, leva a0 aumento do nivel de moléculas de adestio em sua membrana (CD25, HLA Dr, CD40, B7) e de um aumento na resposta a citocinas. Parece que o contato mais importante neste processo é 0 da molécula CD40 com a CD4OL da célula T é claro que, o contato de CD4/HLA Dr, CDI 1c/CD54 e CD2/CDS8 sio importantes, j4 que aumentam o estimulo da célula B. Também é importante o contato das APC que ocorre via Antigeno-MHC-Imunoglobulina de Superficie e/ou B-antigeno de supeficie-Receptotes Fe presentes nas células foliculares dendriticas. Este aumento de contato também ocorre se 0 sinal for dado pelas células Thi ou Th2 Proliferacao e maturagio A ativagio e proliferagio T dependente das células B, inicialmente ocorre nos centros germinativos dos linfonodos, bago e tonsilas. A sequéncia de ativagdo das células B nos folfculos parece ocorrer do seguinte modo, apés a ligago do complexo MHC II-Ag-Ig de superficie e CD40. CD4OL, na presenga de determinadas citocinas (IL-2, IL-4), as células B comegam a proliferar rapidamente. Nesta etapa elas crescem € morfologicamente sio denominadas blastos, posteriormente, elas proliferam e se tornam centroblastos, 0s quais sofrem hipermutagao somética nos genes das imunoglobulinas. Os centroblastos entio dio origem a células menores, que nao se dividem e se denominam centrécitos, ‘A manutengao da maturagao dos centrécitos depende da ligagao da sua imunoglobulina de superficie com os complexos de MHC I is células foliculares dendriticas. Quando os centrécitos se ligam via CD40-CD40L e/ou CD23 as IL-4, isso evita que eles entrem em apoptose (morte celular), devido a ativagao da sintese protefca do bel-2 que a mantém. A presenga de IL-4/IL-6 se ligando a CD23 também faz com que a célula B amadur € se transforme no plasmécito que é a célula especializada na sintese e liber: o de imunoglobulinas. Dependendo da IL liberada no processo de ativagdo da célula B, é que vamos ter a produgio de IgG (estimulada por Thl: IL-1, y-IFN, IL-12) ou IgE (estimulada por Th2: IL-4,1L-6). A populagio de eélulas Thl ¢ suas citocinas estimulam as células B a amadurecer € ecretar anticorpos IgG2a. Jé 0 Y-IEN inibe a transcrigtio genica da IgG1, enquanto a IL-4 6 responsdvel pela troca da transcri genica de IgG1 e IgE. & importante ressaltar que hé necessidade de IL-4 e IL-5 para a maturagio dos plasmécitos. Os mecanismos apresentados até 0 momento da troca de isotipo na sfntese de anticorpos sio ainda um tanto complicados ¢ controversos € por isso no serio discutidos a fundo aqui Resumidamente podemos dizer que a troca da cadeia pesada se deve a uma delegao de um segmento de DNA entre regides constantes de exons ¢, 0 novo exon do DNA que codifica a nova cadeia pesada. Isso parece se dar por uma excisio do “loop” do DNA intermedidrio, acompanhado pela delecio & reanelamento (ligagdo). Sabe-se que deve existir uma enzima na condugao deste proceso s6 que, esta ainda ndo foi descoberta VIA CLASSICA DO COMPLEMENTO. Esta via s6 acontece se tivermos moléculas de anticorpo ligadas ao antfgeno, e no mfnimo sao necessérias duas moléculas de anticorpo. © primeiro componente do complemento ativado é 0 Cl, que a0 se ligar & duas moléculas de anticorpo IgG ou uma molécula de IgM pela unidade 7S através da porgdo Fe da imunoglobulina, passando entio a expor suas fragdes Clq, Clr € Cs e tomar a unidade Clrativada, passando a ter atividade de esterase. Um detalhe importante nesse processo de ativagio de C1 € que ha a participagao de ions célcio (Ca"), sem ele, nao hé a manutengio do complexo 4 trimolecular Clg-Clr-Cls. E bom ressaltar que a via cléssica também pode ser ativada pela presenga da proteina A dos Estafilococos, pela Protefna C Reativa (PCR) e também pela molécula de DNA. Com esta atividade de esterase C1 cliva os dois préximos componentes da cascata do complemento que so C4 ¢ C2, estes sao clivados em C4a e C4b e C2a € C2b respectivamente. Cab € C2 aderem a superficie do antigeno, ¢ préximo de Cl, formando assim o complex C14b2. A fixagio de C2 sé ocorrerd em C4b se contarmos com a presenga dos ions Magnésio (Mg™), s6 entdo € que C2 seré quebrado em C2a € C2b, este iiltimo fica em solugdo. O complexo C4b2a age como uma C3 convertase que cliva C3 em C3a € C3b, deste modo a opsonizagio € quimiotaxia dos leucécitos & ativada, assim como também ocorre o aumento da permeabilidade vascular, C4b2a tem a capacidade de clivar varias moléculas de C3 em C3a ¢ C3b, sendo que C3b ird se ligar a superficie do antigeno. O complex C4b2a3b € chamado de C5 convertase, este quebra as moléculas de C5 em C5a e C5b. As moléculas de C5b se ligam também a superficie do antigeno e, em seguida da inicio a formagio do complexo de ataque « membrana (MAC), assim temos a ligagdo sucessiva de C6, C7, C8. Finalmente ocorre a ligagio de 8 a 18 moléculas de C9 junto a este complexo, formando assim um canal transmembrana que atua como uma unidade litica. 5 fragmentos C3a e C5a atuam como potentes anafilotoxinas que estimulam os mastécitos degranularem histamina, a qual € um potente dilatador vascular € contrator da musculatura lisa. Os neutréfilos liberam enzimas hidroliticas tase plaquetas se agregam, levando a microtrombose, sanguinea, formagao de edema destruigao tecidual local. C5a também atua como fator quimiotatico para polimorfonucleares ¢ macr6fagos. ‘Vemos ento que a reagio que ocorre é uma reagdo em cascata, uma vez que em cada fase enzimética ocorrem intmeras reagdes na fase seguinte, avolumando a reagdo, como se fosse um processo energético de uma cascata. © proceso reacional vai se avolumando a cada passo que ocorre a reagio seguinte, ATIVIDADES DO COMPLEMENTO Muitas células préprias ou estranhas ao organismo podem sofrer lesies pela agio do complemento, Plaquetas, hemécias, leucécitos, bactérias, quando revestidas por anticorpos espectficos ativam 0 complemento. Os componentes C3 € C9 sio os responsiiveis pelo desencadeamento da lesio. No caso dos microrganismos patogénicos, 0 complemento € de capital importancia na destruigao das mesmas € na defesa do individuo. Logicamente, ha uma série de reagbes inde iveis, onde 0 complemento é 0 responsavel. B 0 caso das reagdes pés transfusionais em que, a administragio de sangue ABO incompatfvel leva a reagGes severas como calafrios, tremores, elevagio da temperatura e, conseqiientemente, fixagdo do complemento com lise ¢ liberagio da hemoglobina, Nas anemias auto imunes ocorre, também, hemélise. © anticorpo sensibiliza as hemécias desencadeia a hemélise. A doenga hemolitica do recém-nascido (DHRN) é, frequentemente provocada 1s por anticorpos para o fator Rh. Ha uma série de outros processos em que a participago do complemento é indesejavel. Complemento e Fagocitose: hemiécias revestidas por anticorpos e complemento tém sido utilizadas para a demonstra¢do da participagdo do complemento na facilitagdo da fagocitose. O C3b € 0 elemento mais envolvido nesse proceso. Os polimorfonucleares e macréfagos possuem receptores para C3b em suas membranas, 0 que promove intimo contato entre fagécitos e as células a serem ingeridas. Bactérias em presenga do complemento e de seu anticorpo correspondente, so fagocitadas mais facilmente e sofrem Ii Complemento e Liberagdo de Histaminas: na sequéncia da reagio de fixago do complemento, sio liberadas C: © CSa, em ambas as vias, eldssica ¢ alternativa, So protefnas de baixo peso molecular e que promovem a contragao da musculatura lisa € podem provocar o aumento da capilaridade celular. Os C3a € C5a sao distintos quimica e biologicamente, de modo que, quando 0 miisculo nao responde mais ao C3a, mostra resposta ativa ao C5a, sugerindo receptores nos mastécitos. Nesse processo hé a liberagao de histamina que exerce a fungao de anafilotoxina, Complemento € Aco Quimiotética: os fragmentos C3b € C5a € 0 C5b67 (Complemento macromolecular) formados durante 0 processo de fixagéo do complemento, atraem polimorfonucleares, exercendo ago quimiotitica positiva. Se for feito um corte histol6gico no local em que ocorreu o Fendmeno de Arthus, isto é, no ponto onde se deu a reagdo de antigeno-anticorpo, envolvendo 0 complemento, observa-se um actimulo de polimorfonucleares. © tratamento de C3a por Tripsina inativa a sua capacidade de contrair 0 misculo liso, permanecendo a sua ago quimiotitica, Nesse caso sugerem-se que grupamentos quimicos distintos sejam responsaveis por estas atividades. Complemento ¢ Produgio de Quininas: As quininas so polipeptideos com atividade hipotensora estimulante da musculatura lisa, durante a ativagao do complemento. Hé sugestdes que a quinina produzida pelo complemento seja originada do componente C1 ou C4, O tratamento destes com a C1 esterase dé origem a uma substincia de atividade semelhante &s quininas, Complemento © Doengas Humanas: 0 complemento esta relacionado a diversas doengas como, a glomerulonefrite aguda e crdnica, lupus eritematoso sistémico, na pan encefalite sub aguda ¢ mesmo nna hepatite viral. J4 se sabe que ha deposigaio de complexos antigeno-anticorpo-anti-AU, em lesdes reais. BIOSS{NTE: E DO COMPLEME ‘0: Os locais de sintese dos seus componentes so diversos © determinados para quase todos os componentes, bem como para o inibidor C1. Componentes do Complemento e locais de sintese: Componente Locais de Sintese a epitélio intestinal C2 macréfagos 3 macréfagos ca figado (células de Kupfer) cs bago 6 figado co bago cs figado © figado Inibidor C1 figado ‘OS BIOLOGICOS DOS PRODUTOS DE ATIVACAO DO COMPLEMENTO. EI COMPONENTES E ATIVIDADES COMPLEXOS ENVOLVIDOS cis Em associagdio com IgM, neutralizagao do virus Herpes simples C142 Possfvel produgao de quininas, aumento da permeabilidade vascular 3b Facilitagdio da fagocitose pelos leucécitos. Imunoaderéncia - C3b sobre hemicias, leucécitos ou plaquetas, terminando por eliminag 10 com a fagocitose. C3a Quimiotaxia para leucécitos. Anafilataxia (liberagao de histamina, contragdo da musculatura lisa € aumento de permeabilidade capilar). 5a Quimiotaxia para leucécitos. Anafilatoxina. 5,67 Quimiotaxia para leucécitos. 39 Efeito citotéxico. AS IMUNOGLOBULINAS Também chamadas de anticorpos, sto 0 produto da célula B madura, sintetizados devido a um estimulo antigénico, As imunoglobulinas sao constitufdas de, no minimo duas cadeias pesadas (H de Heavy Chain) e duas cadeias leves (L de Low Chain), estas cadeias estio presas entre si por pontes dissulfeto. ‘As moléculas sio subdivididas em classes € subclasses baseado em sua especificidade antigénica das cadeias pesadas. As cadeias pesadas so designadas por letras gregas minisculas, 14y.0,8,6, e as imunoglobulinas so chamadas de IgM, IgG, IgA, IgD e IgE respectivamente. As trés principais classes sio a IgG, IgM e IgA e as presentes em menor quantidade sio a IgD e IgE (menos de 1% do total de imunoglobulinas). Existem dois tipos de cadeias leves, chamadas de x € A, presentes em todos os tipos de imunoglobulinas, mas apenas um tipo esté presente em cada molécula de imunoglobulina IgG, IgD e IgF apresentam duas cadeias pesadas e duas cadeias leves, enquanto que a IgM ea IgA sio multimeros desta estrutura bésica. Pontes dissulfeto e forgas nao covalentes. conferem. estabilidade a estrutura da imunoglobulina, A estrutura monomérica basica tem a forma de Y, com ‘uma regidio chamada de regido de dobradiga. A regio da dobradiga, € uma regio rica em prolina e suscetivel a clivagem por enzimas proteoliticas. Tanto a cadeia pesada e leve, possuem uma regidio constante na porgdo carboxi terminal e apresentam uma regiio varidvel na porgio amino terminal Aproximadamente 60% das moléculas de imunoglobulinas tem a cadeia leve x, e 40% tem a cadeia eve 2. A cadeia leve 2, apresenta 6 subtipos, estes indo de AI a 6, As cinco classes de imunoglobulina so chamadas de isotipos, baseado na especificidade da cadeia pesada de cada classe de imunoglobulina, Duas classes de imunoglobulina, IgA ¢ IgG foram posteriormente subdivididas em subclasses baseado nas diferengas apresentadas na cadeia pesada. Temos conhecimento de 4 subclasses de imunoglobulinas IgG, designadas como IgG, IgG2(e recentemente descoberto a IgG2a € IgG2b), IgG3 ¢ IgG4; e 2 subclasses de IgA, também designadas como IgA1 e 1gA2. ‘A digestao da IgG com papaina fornece dois fragmentos chamados de Fab ¢ um chamado de Fe. Cada fragmento Fab possui um sitio para ligag@o ao antigeno, o fragmento Fe nao se liga a antfgeno mas € capaz de fixar complemento e se ligar a receptores de Fe presente nas células. Jé a0 tratarmos a IgG com pepsina, teremos a imunoglobulina clivada em sua porgdo carboxi terminal, dando como produto um fragmento com as duas porgies Fab ligadas, Flab")2, e um fragmento parcialmente digerido de Fe (pFc’). Os fragmentos F(ab"), possuem dois sitios de ligagdo ao antigeno. As cadeias leves possuem um dominio varidvel ¢ um constante enquanto que a cadeia pesada possui um dominio variével e de trés a quatro dominios constants. ‘A cadeia Ieve das imunoglobulinas tem aproximadamente 24 KD e a cadeia pesada das imunoglobulinas tem um peso molecular compreendido entre 51kD © TIKD, baseado em suas caracteristicas dividimos as imunoglobulinas em classes. Encontramos aproximadamente 30% de 18 homologia na sequéncia de aminodcidos presente na cadeia pesada das cinco classes de imunoglobulinas. A cadeia pesada da IgM é ay, da IgG é a y, da IgA é a a, da IgD a6 ¢ da IgE ae. A cadeia pesada € 0 principal constituinte da molécula de imunoglobulina, Cada imunoglobulina é constitufda de uma cadeia de quatro polipeptideos monoméricos, o qual consiste de dois polipeptideos leves € dois pesados. Os dois polipeptideos pesados so idénticos em qualquer molécula assim como as duas cadeias leves. As imunoglobulinas possuem ainda regides denominadas dominios, 0 qual consiste de um, polipeptideo presente tanto na cadeia eve como na pesada e cuja unidade estrutural contém aproximadamente 110 aminodcidos. Os dominios sao algas que sao ligadas por pontes dissulfeto nas regides constante e varidvel das cadeias pesada e leve. As fungdes das imunoglobulinas estao ligadas a alguns dominios. ‘A regido Vx corresponde a porgio varidvel da cadeia pesada da imunoglobulina e a Vi, corresponde a regitio varidvel da cadeia leve. Temos ainda dentro destas regides varidveis, partes hipervaridveis, chamadas de Regides Hipervariaveis, estas so responsiveis pelo sftio de ligago a0 antigeno e pela sua conformacao e especificidade. ALGUMAS CARACTERISTICAS DAS DIFERENTES CLASSES DE IMUNOGLOBULINAS IgG Corresponde a aproximadamente 85% das imunoglobulinas presente nos adultos. Tem um, peso molecular de 154kD com duas cadeias leves de 22.000 e duas pesadas de 55.000D cada. E também a imunoglobulina que dura mais tempo em circulago, em média 23 dias. Tem a capacidade de atravessar a placenta e € 0 anticorpo envolvido na resposta imune secundéria (resposta anamnestica). ‘a imunoglobulina possui alta afinidade para ligagfio a um antigeno especifico, assim como de fixar complemento, estimular a quimiotaxia e atuar como opsonina para facilitar a fagocitose. Conforme dito anteriormente, temos 4 subclasses de IgG, todas baseadas nas diferencas de suas cadeias pesadas 7, temos entio as cadeias y1,72,73 e 74. Estas diferengas da cadeia pesada se baseiam na diferenga que apresentam no niimero e na posi¢ao das pontes dissulfeto que ligam uma cadeia a outra. IgM Corresponde a 5% das imunoglobulinas presentes no individuo adulto e possui uma vida média de 5 dias. & uma molécula com estrutura pentamérica, ou seja, possui 5 estruturas bésicas das imunoglobulinas, s6 que estas estio ligadas entre si por pontes dissulfeto e pela Cadeia J, com isso 0 seu peso molecular & em toro de 900KD. A IgM € a imunoglobulina mais eficiente na fixagao do complemento. $6 encontramos a IgM em sua forma monomérica quando esté ligada na membrana dos 19 linfécitos B maduros, nese caso ela apresenta dois componentes adicionais, 0 domfnio transmembrana, composto por aminoécidos hidrofébicos que ancoram a molécula & membrana citoplasmética, € um dominio citoplasmético. Por ser uma imunoglobulina grande, basicamente a encontramos no interior dos vasos. Tem importancia na imunidade para antigenos polissacarfdecos oriundos dos microrganismos. IgA ‘Assim como a IgM, corresponde a 5% das imunoglobulinas presentes em um adulto, possui uma vida média de 6 dias, e seu peso molecular esti em torno de 160 KD. Pode ser encontrada na forma monomérica, dimérica, trimérica ou multimérica. Existem duas subclasses de IgA que so a TgA1 e IgA2, Ela pode ser encontrada na circulagdo e nas secrecdes corporais, neste thtimo caso ela se apresenta na forma dimérica, com as duas cadeias basica da imunoglobulina ligadas pela cadeia J ¢ um componente chamado de peca secret6ria. IgD Encontrada ligada a membrana de linfécitos B maduros, somente sob a forma monomérica. Seu peso molecular aproximado € de 185kD, IgE Encontrada sob a forma monomérica na circulagfo, seu peso molecular é de aproximadamente 200KD. Esta implicada nas reagdes alérgicas, principalmente quando ligada a membrana de mastécitos e baséfilos Resumidamente podemos dizer que a IgA secret6ria pode ser encontrada em secregdes corporais como salivi leite, secregdes bronguicas e intestinais. IgD e IgM esto geralmente presas a ‘membrana dos linfécitos B a fim de interagir com os antfgenos € ativar os linfécitos B. A IgE esté implicada com os mecanismos de anafilaxia e a IgG, que é a tinica imunoglobulina capaz. de atravessar a placenta, é a que esta presente na circulagao sanguinea em maior quantidade, ALIGAGAO ANTIGENO-ANTICORPO © modelo tradicional usado ha alguns anos, antes de se conhecer melhor a composigaio strutural dos anticorpos nao é mais vélido. Este modelo antigo dizia que o antigeno se ligava ao anticorpo por um modelo tipo chave-fechadura, hoje em dia ja & sabido que a interago que ocorre envolve sitios combinatérios, sendo estabilizada por ligagdes no covalentes, onde os grupos que interagem devem estar préximos para que estas forgas atuem ou seja, devemos ter uma complementariedade entre 0 epftopo antigénico ¢ o sitio combinatério do anticorpo. As variagdes que ocorrem nesta complementariedade & que gera diferengas na afinidade, avidez e especificidade do anticorpo. 20 Podemos dizer que o anticorpo possui alta afinidade quando a interagio das forgas moleculares de atragtio é maior que o das forgas de repulsdo. A forga de interagio total entre antigeno € anticorpo € que confere o grau de avider e isto também esté ligado a especificidade, pois quanto maior a complementariedade entre os sitios combinatérios do anticorpo com o ant{geno, maior a sua especificidade. ‘A PARTICIPACAO DOS ANTICORPOS NA REACAO DE FASE AGUDA ‘A reagiio de fase aguda também pode ter infcio quando os anticorpos se ligam a superficie de ‘mastécitos, s6 que a imunoglobulina que mais participa nessa reagdo € a IgE, isto porque ela possui um sitio de ligagio especifico para receptores presentes na superficie de mastécitos. Quando um microrganismo se liga a estes anticorpos ligados a mastécitos, ha uma alteragao conformacional nos receptores celulares dos mastécitos, que se traduz em um sinal que leva a liberagio de mediadores capazes de aumentar a permeabilidade vascular e a quimiotaxia de polimorfonucleares. Alguns tipos de anticorpos também podem se ligar a membrana de células fagocitarias, de modo que se houver a formagio de um complexo antigeno-anticorpo, envolvendo mais de uma molécula de anticorpo, ha uma alteragao a nfvel de receptores das células fagocitérias que induzem um sinal ao fagécito, fazendo que ele fagocite o antigeno. Isto ocorre mais répido do que se 0 fagécito apenas tivesse um contato intimo com o antigeno. s anticorpos também podem atuar bloqueando algumas reagdes dos antigenos a ligagao com células, por exemplo, um anticorpo dirigido para a hemaglutinina do virus Influenza, pode bloquear sua Tiga Jo a uma célula hospedeira, Outro exemplo, quando os anticorpos se ligam a moléculas de transporte presentes na membrana bacteriana, faz com que esta deixe de captar alguns nutrientes para o seu crescimento. Os anticorpos, tamt a0 se ligarem a toxinas bacterianas, bloqueiam sua ago € evitam que ocorra o dano celular. ANTICORPOS MONOCLONAIS Os anticorpos monoclonais, em meados dos anos 70 representaram um grande avango na linha de diagnéstico imunolégico dos laborat6rios, com eles foi possivel aumentar a especificidade dos "kits" € assim, obter resultados mais confidveis. Os anticorpos monoclonais, so anticorpos que possuem especificidade para apenas um determinado epftopo do antigeno, diferente dos anticorpos policlonais, onde temos varias imunoglobulinas respondendo a diferentes epftopos de uma mesma molécula antigénica. Nossa resposta imunol6gica normal a um antigeno é uma resposta policlonal, ou seja, ha ‘uma estimulagdo miltipla de varios clones formadores de anticorpos, cujos produtos representam uma mistura de imunoglobulinas. A sintese de anticorpos monoclonais s6 & possfvel em um laboratério especializado, isto apesar de teoricamente ser fécil de ser montado. Os anticorpos monoclonais sao sintetizados a partir de um clone de linfécito B ou de plasmécitos capazs de produzir anticorpos para o antigeno desejado. 21 S6 que estes clones devem ser imortais, jd que as células B nao duram muito, mesmo que sejam mantidos em condigGes ideais. A fim de conferir imortalidade aos linfécitos B, se montam os chamados hibridomas, que é a hibridizagio (fusio) de células B com uma célula de mieloma linfocitirio. As células de mieloma sio escolhidas por terem duas caracterfsticas principais, uma € de mio conseguir produzir imunoglobulinas, outra € que no possuem a atividade de Hipoxantina Fosforibosil Transferase (HPRT) ou seja, ndo tem a capacidade de sintetizar purinas pela via ex6gena. 3 linfécitos B so fusionados com as células de mieloma usando-se Polietileno Glicol (PEG), deste modo em uma cultura de células passamos a ter linfécitos, células miel6ides e hibridomas. Os hibridos sofrem a combinagao dos seu genoma com o do linfécito B e adquire um estado diplside, A selegdo dos hibridomas € feita colocando as células tratadas com PEG em um meio contendo Hipoxantina, Aminopterina e Timidina, por isso chamado de meio HAT. O que se faz é esperar a morte natural dos linfécitos, que ocorre entre 1 a 2 semanas, enquanto que as células mieléides morrem porque clas nao con: eguem usar a Hipoxantina exégena para produzir purinas, ¢ a Aminopterina bloqueia a sintese end6gena de purinas e pirimidinas. Os hibridomas conseguem sobreviver porque conseguem fazer uso da hipoxantina e timidina para produzir as purinas por via exégena, devido a informa 10 genética oriunda dos linfécitos B. Passadas entio duas semanas, 0 meio HAT vai sendo gradativamente substitu(do por um meio para ‘manutengao celular comum, como o MEM-Eagle Posteriormente, quando estas células jd esto crescendo em um meio de manutengo comum, & feita a separacio destas por diluicao. E realizada uma diluigao de forma que se obtenha 0,5 células para cada 100 ou 200pL, ¢ esta suspensio ¢ distribuida em uma microplaca, colocando-se justamente de 100 a 200uL. por orificio. Futuramente, quando ja ocorreu o crescimento de mais hibridomas em cada orificio da microplaca, a suspensio de cada um destes deve ser testada, Normalmente pela metodologia de ELISA, para verificagao do tipo de anticorpo produzido ser o desejado, A SINTESE DAS IMUNOGLOBULINAS Durante a maturagdo dos linfécitos B, o primeiro rearranjo do DNA celular para a sintese dos anticorpos ocorre com a montagem da cadeia pesada e posteriormente a montagem da cadeia leve, mas para fins didéticos, apresentaremos primeiro a s{ntese das cadeias leves e posteriormente das pesadas. Os cromossomas responséveis pela produgio de imunoglobulinas nos humanos séo 0 14 para as cadeias pesadas, 2 para as cadeias leves x 22 para as cadeias leves A. Sintese das cadeias leves, Na década de 70, com o emprego das técnicas de DNA recombinante é que se tornou possivel estudar os genes responsiveis pela codificagao dos anticorpos. Conforme dito anteriormente, a cadeia 2 eve pode ser constituida pela cadeia A ou x, os genes que as codificam esto presentes em cromossomas diferentes. Iremos descrever brevemente como ocorre a sintese de cada uma destas cadeias baseado no modelo experimental descoberto em ratos. Sintese da cadeia Lambda: O segmento genético que codifica a cadeia 4 est presente no cromossoma 22 ¢ esté arranjado da seguinte forma a partir da posigdo 5° para 3°: ‘+ Apresenta aproximadamente 100 segmentos Vi (que codificam a porgdo varidvel), ‘+ 6 segmentos J), (codificando a Jungo) sendo que o segmento JA4 um pseudogene, ou seja, é um gene que nao é expressado, 6 segmentos CA (que codificam a regio constante). Antes de cada segmento VA. temos também um segmento L chamado de segmento Lider, é ele que codifica o inicio da fita a ser transcrita, este segmento, codifica peptideos que, to logo a molécula de imunoglobulina esteja montada, séo clivadas para dar origem a molécula funcional. Todos estes segmentos esto separados por introns (sequéncias nao codificantes de DNA). Inicialmente 0 que ocorre & a recombinagtio do segmento LA-VA com JA formando 0 complexo LA-VA-Jh. 0 qual fica separado do segmento Cd por um intron, ¢ assim dard origem a um. transcrito primério de RNA. Posteriormente temos processo de “splicing” do intron entre a sequéncia LA-VA-JA e CA onde parte da sequéncia entre LA-VA-JA ¢ Cd. € cortada ¢ posteriormente ¢ feita a adenilagio do terminal 3°, formando assim a cauda poli-A. Este transcrito primério dé ao RNAm capacidade de codificar LAVA-Ji-CA quando for traduzido. Apés a tradugdo temos o peptideo nascente que é processado ¢ glicosilado, sofrendo ento corte do pedago polipeptidico codificado pela sequéncia lider. Sintese da cadeia Kappa: Nesse caso, 0 cromossoma que a codifica é 0 cromossoma 2, ¢ este dispoe de maior ndmero de regides V (aproximadamente 350) cada uma precedida de uma sequéncia Lx, posteriormente 5 genes para Jx, ¢ ao final do cromossoma hé apenas um gene que codifica Cx. Justamente pelo cromossoma que codifica a cadeia x possuir maior niimero de genes codificando V € que 0 niimero de regiGes varidveis possivel ¢ maior pois o nimero de combinagées entre Vk-J« passa a ser de aproximadamente 1400. A sequéncia de montagem da cadeia Kappa ocorre da mesma forma que o da cadeia Lambda, Sintese das Cadeias Pesadas AS cadeias pesadas siio codificadas pelo cromossoma 14, s6 que além dos genes codificadores para V e J também ha um grupo de genes chamados D (Diversidade), estes segmentos D apresentam variagdes tanto no nimero de codons como no niimero de pares de bases ainda, mais de um 2B segmento D pode se unir para dar origem a uma regidio D. A regido D pode ser lida de trés formas diferentes sem gerar um “stop codon”, o que Ihe atribui a diversidade. © cromossomo da cadeia pesada descrito até 0 momento, parece apresentar de 100 a 200 genes para V com seus respectivos genes L na porgao 5’, 30 genes para D, seis genes funcionais para J, trs pseudogenes J e 11 genes para as porgdes constantes da cadeia pesada (Cy, CB, C73, Cyl, Ce2, Cal, Cy2b, Cy2a, Cy4, Cel e Ca2). Sao estes genes constantes que indo determinar a classe da imunoglobulina a ser formada. No processo de montagem da cadeia pesada, primeiro ocorre o rearranjo do DNA de forma que um dos segmentos D e J sao ligados, com o corte da sequéncia de DNA que esta entre eles, Em seguida um dos varios segmentos V, junto com o respectivo gene L, & ligado ao complexo DJ formado. Este rearranjo VDJ acontece apenas nas células que dario origem aos linfécitos B, e € 0 ponto critico de controle na expresso da imunoglobulina uma vez que apenas o gene V rearranjado & transcrito, As regides C ainda se mantém separadas do complexo VDJ por um intron, provavelmente contendo ainda segmentos J nao rearranjados, O transcrito primério de RNA vai ter a mesma organizagao deste DNA. Nao se sabe ainda se todas as regides constantes expressas no transcrito primério, Posteriormente 0 RNA primério transcrito sofre 0 processo de “splicing”, onde o intron situado entre o complexo VDI € excluido até primeiro gene C, 0 qual é 0 Cu, dando origem a um RNAm funcional para a montagem da cadeia pesada j1. Multiplos nucleotideos de adenina sio adicionados, formando a cauda poli-A, a um dos sitios de poliadenilagao localizados na porgao 3° do RNA Cyt. 5 genes codificadores para as outras classes também possuem sitios de poliadenilagao, ¢ so utilizados quando estas regides so expressas. Entio apés a montagem do RNAm, este & traduzido, dando origem a um polipeptideo que ainda contém os peptideos codificados pelo gene L, estes entio sio cortados durante 0 processamento e glicolizagao da protefna, assim dando origem a cadeia pesada b. Todo este rearranjo do DNA que dard origem as cadeias pesadas e leves da imunoglobulina, sto comandados por recombinases, sio enzimas que reconhecem sequéncias especificas do DNA localizadas na regio 3° e 5'de cada exon que sera unido e assim, se forma um “loop” do intron de DNA que seré cortado, A troca de classe de imunoglobulina, importante no processo de amadurecimento da resposta imune, parece ser acompanhada ou precedida pela mutag3o somética. Inicialmente um segmento completo de DNA, 0 qual inclui a regiao Vu recombinada, ¢ lido com as regides 1 € 7, sendo transcrito em duas moléculas de RNAm, uma expressando a regio constante jt ¢ outra expressando a regidio constante y. Supde-se também que segmentos maiores de DNA sejam transcritos juntos, e que 0 “splicing” diferencial daria origem a outras classes de imunoglobulinas, compartilhando as regides Vx. Isto foi observado em células produzindo simultaneamente IgM e IgE. 24 Parece também que a troca de classe de imunoglobulina é mediada pela recombinagao entre cromossomas, nesse caso a semelhanga entre as sequéncias que definirdo a classe de imunoglobulina, Permitem que ocorra uma recombinagdo somética entre dois cromossomas. Deste modo, se por exemplo temos dos cromossomas, um chamado de A e outro B, uma parte do cromossoma A. rearranjado, que seria cortado em Cy, recombina com parte do cromossoma B_ ainda nao rearranjado onde td o gene para Cy. Assim terfamos a troca da IgM pela IgG. Como vemos, devido a esta recombinagio somiética que ocorre é que permite a diversidade que aparece nas imunoglobulinas, a associagio ao acaso de cadeias leves e pesadas ainda contribui mais para aumentar esta diversidade, Devemos ter em mente também que 0 DNA presente em uma célula B que sofreu o rearranjo (recombinagio somética), € diferente das demais células do organismo, pois devido as delegies sofridas no DNA, este € menor, no entanto a célula B continua sendo uma célula somiética, ou seja capaz. de se dividir. ‘As células tronco hematopoiéticas, assim como qualquer célula nao B, tem o DNA. correspondente aos genes das imunoglobulinas no rearranjado. A partir do momento que a célula tronco dé origem a uma célula pr6-B, j4 comega a ocorrer o rearranjo dos genes de imunoglobulinas. O controle alélico Como cada célula de nosso organismo tem 23 pares de cromossomas homélogos, isto significa que temos 2 pares de cromossomos 2, 14 ¢ 22. Como 0 linfécito B s6 produz um tipo de anticorpo, ou seja com um tipo de cadeia leve e um tipo de cadeia pesada isto significa que a expresso dos outros tipos de cadeia pesada € suprimida assim como do segundo tipo de cadeia leve. Por exemplo, 0 linfécito B produz anticorpos com a cadeia leve 4 € com a cadeia pesada y, suprimindo a expressiio dos demais. O que deve estar ocorrendo entdo € 0 que chamamos de exclusdo alélica, ou seja enquanto um dos genes é expresso 0 outro é exclufdo, Isto parece ocorrer da seguinte forma, quando 0 rearranjo de um dos genes, como por exemplo, o de cadeia pesada é bem sucedido, originando cadeias pesadas funcionais, estas cadeias impedem 0 rearranjo do cromossomo homélogo e, assim ndo pode codificar outra cadeia pesada, No caso dos genes das cadeias leves, parece que as cadeias pesadas produzidas ido estimular o gene das cadeias leves a softer rearranjo, inicialmente os genes da cadeia x, se entdo 0 rearranjo dos cromossomas 2 & bem sucedido, hd o impedimento do cromossoma homélogo e do par de cromossomos 22. Caso este rearranjo nao seja bem sucedido, outro cromossomo 2 é rearranjado e, em sequen: © par 22, até que uma cadeia leve funcional seja produzida. Esta entio inibird 0 rearranjo nos genes ainda niio modificados. Caso nao haja rearranjo produtivo de cadeias leves ou pesadas a célula entra em apoptose. Producio de imunoglobulinas de membrana Os linfécitos B maduros tem de apresentar IgM em sua superficie celular, esta IgM esti na forma monomérica ¢ apresenta dois dominios adicionais na porgao carboxi terminal, um é 0 domfnio 25 transmembrana € 0 outro o citoplasmitico. A IgM secretada tem estes dois dominios substitufdos por uma pega. Estes dois tipos de IgM se originam devido a um processo alternativo do mesmo transcrito primério de RNA onde um transcrito dard origem a IgM secretéria com a cauda na poredo carboxi terminal ¢ 0 outro transcrito dard origem a IgM com os dominios transmembrana e citoplasmético. Troca de classe das imunoglobulinas 0s linfécitos B assim que esto maduros expressam IgM e IgD em sua membrana, isto se deve 420 transcrito primério conter tanto o segmento que expressa a IgM € a IgD, tendo este entdo dois processamentos para montar uma ou outra imunoglobulina, No entanto quando a resposta imune exige a troca de classe, 0 rearranjo VDJ pode permanecer e ocorre apenas um novo rearranjo com 0 segmento C. Outra possibilidade, € do rearranjo VDJ permanecer e ser montado um transcrito primério que expresse os segmentos constantes necessétios. Este rearranjo é dependente das citocinas liberadas durante o estimulo imune, Na resposta secundaria, dependendo do estimulo imune, pode ainda vir a ocorrer 0 rearranjo somatico dos segmentos V, desta forma aprimorando a especificidade do anticorpo. Os linfécitos B_maduros, assim que saem da medula 6ssea permanecem na circulagio periférica por alguns dias, morrendo entdo a menos que sejam recrutados por contato com o antigeno que reconh sm. A partir do estimulo sofrido pela ligagdo com 0 antigeno mais aqueles oriundos das células Ty estes passam a secretar imunoglobulinas. REAGOES MEDIADAS POR CELULAS Estas reagdes envolvem a resposta imune quando, os anticorpos nao so suficientes ou nao conseguem ter participagdo efetiva na ativacdo imunolégica. Esta resposta mediada por células pode ocorrer na presenca de maior ou menor quantidade de anticorpos, no existe uma resposta sem a participagao de anticorpos. Como exemplo, citamos a formagao dos complexos ant{geno anticorpo durante uma resposta, em que estes complexos estimulam a liberagdo de fatores quimiotéticos os quais evam ao aumento do numero de células ¢ inflamago local. Os anticorpos também podem estar envolvidos na ligagdo dos antigenos as células via os receptores Fe, deste modo modulando a resposta celular. No caso de eélulas fagocitérias ¢ Natural Killer (NK), 0s anticorpos podem liga-las & scus alvos. Do mesmo modo nao potlemos dizer que toda resposta mediada por células & dependente da coordenago dos linfécitos T, muitas das vezes a resposta depende do reconhecimento de partes comuns do microrganismo por receptores que no estio relacionados com receptores antigeno- fico de células T e B. esp Respostas T independentes 26 Varios componentes de microrganismos podem servir de estimulo para que ocorra a quimiotaxia de fag6citos até 0 ponto de infecgdo. Algumas endotoxinas bacterianas podem ativar a via alternativa do complemento, promovendo entio a formagio de C3a e C5a, que tem atividade quimiotética, Outro exemplo, sio 0s Formil peptideos que algumas bactérias possuem e que agem como quimiotéticos e sto agentes estimulantes para fagécitos, uma vez que possuem receptores para estas substincias. A fagocitose s6 ocorre se o microrganismo estiver ligado a superficie da célula fagocitéria, & claro que esta ligagdo é facilitada quando 0 microrganismo est4 recoberto pela fragio C3b do complemento pois, C3b se liga a receptores CR3 existentes nos fagdcitos. Do mesmo modo, se 0 antigeno esti recoberto por moléculas de anticorpo, entio 0 fagécito se liga ao antigeno via receptor de Fe para a imunoglobulina, Outro mecanismo de ativacdo da resposta celular independente da ativacdo das células T, & 0 da liberagio de citocinas pelos macréfagos e outras células. © microrganismo invasor parece ter ou liberar moléculas que fazem este efit. Dentre as citocinas liberadas pelos macréfagos, as de maior importincia parecem ser 0 TNFa, © MIF (Pator de Inibigdo de Macréfagos) e a IL-12. 0 TNFa age aumentando a capacidade microbiocida de macréfagos € neutréfilos, junto com IL-12 ele faz com que as células NK liberem y- TFN, que leva ao aumento da atividade microbiocida dos macréfagos. O TNFa também causa mudangas nas células endoteliais e fagécitos o que leva a um aumento da capacidade de adesio dos fagécitos as paredes dos vasos endoteliais, fazendo que deste modo as células cheguem ao sitio de inflamagdo. Qunto ao MIF, ele possui a capacidade de atrair mais eélulas ao local onde esté o antigeno € desencadear o proceso inflamatério, ele também é capaz, de aumentar a capaciadade de fagocitose de outros macr6fagos ¢ neutr6filos, assim como sinalizar células B e T para que entrem em estado de “prontidao”” Respostas mediadas por células T As células T encarregadas do principal controle imunolégico neste tipo de reagiio sto as CD4+ ou Thelper (Tx). Diferentes sub populagdes de células Ty modulam os varios tipos de cooperagaio celular e produzem diferentes tipos de citocinas. Efeitos secundérios deste tipo de ativagao levam a Reagdo de Hipersensibilidade Tardia com a formagdo do granuloma de hipersensibilidade ou dano tecidual. As células T encarregadas da supressio do sistema imune sto chamadas de células T supressoras, algumas delas liberam citocinas modulat6rias como a TGEB, que parece ser um supressor de células T. ‘A partir do momento que uma célula Ty é ativada (pela apresent ela pode determinar qual ou quais mecanismos que serdo ativados, dentre estes, temos: a ativagao de células CDB8+ citot6xicas (Tc), ativagdo de mastécitos ¢ eosin6filos, ativi io de macr6fagos levando a 21 hipersensibilidade tardia, A via de ativagao vai depender de que sub populagdo de linfécitos T (Ty, ou Ty2) vai ser ativada, ¢ isto depende das citocinas e da concentragio local de varios esteroides ¢ ‘metabolitos da vitamina D, presentes no tecido linféide, Por exemplo, quando um microrganismo leva a liberagao de IL-12 ¢ y-IFN de macr6fagos ¢ células NK, a sub populagao de linfécitos T que serd ativada € a Ta, enquanto que a liberagdo de IL-4 e IL-10 leva a ativagao de Tro. No proceso agudo ocorre a estimulago das células Tyo que tem a capacidade de liberar uma série de citocinas. No estimulo erdnico as sub populagées Tin € Ti se tormam ativas. Algumas citocinas sao liberadas tanto por Ty: quanto Ty (IL-3, GM-CSF, TNFa) enquanto algumas s6 por Ti (IL-2, YIFN) e Tie (IL-4, IL-5, IL-6 e IL-10). A populagao Ti responde a macréfagos, especialmente quando estes apresentam o antigeno. A populago Ty tende a aumentar a produgdo de eosin6filos & mastécitos e aumentar a producdo de anticorpos da classe IgE principalmente; essa populagio responde melhor quando o antigeno é apresentado por células B. Sabe-se também que uma populagio de Tai € capaz de inibir a ago de Tyo € vice versa. O y-IFN secretado por Ty1 inibe Tyo, enquanto que a 11-10 liberada por Tyq inibe a liberagdo das citocinas de Ty € talvez das células T citot6xicas e NK. As células que expressam CD8 na membrana podem apresentar variagdes na liberagao de Citocinas, muitas delas liberam as mesmas citocinas que Ty liberam € outras tem © mesmo repert6rio de citocinas que Ty, talvez. estas tiltimas exergam um papel regulador ou supressor. A diferenciagio das células CD8 ¢ influenciada pelas sub populagdes de células CD4. A atividade citotéxica das células CD8 esta presente enquanto as células Ty estio ativas. Citotoxicidade Mediada por Células A citotoxicidade mediada por células pode ser feita por células T citotéxicas, algumas sub populagdes de células linféides, e em determinadas circunstincias por células mieldides. As células Citotéxicas s6 so capazes de lisar células alvo, desde que estejam suficientemente préximas. No entanto nem todas as células citotéxicas operam do mesmo modo, pois existe o comprometimento de diferentes receptores na forma de ativagio do mecanismo citotSxico. Existem trés principais tipos de interagdo receptor-ligante: ‘+ Antigenos especificos (como peptideos virais em células infectadas), séo reconhecidos por receptores de MHC das células T citot6xicas. Nesse caso a maioria das células € CD8+, mas também envolve algumas CD4+. ‘+ Determinantes presentes em células tumorais, por exemplo, so reconhecidos por receptores em. células NK. ‘© Um anticorpo ja ligado a um determinado antigeno (antigeno viral em uma célula infectada), & reconhecido pelos receptores Fe presentes em células K; a esta forma de reconhecimento chamamos de Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpo (ADCC). Estes sio os principais mecanismos, mas existem outros em que hé outras interagdes ligante- receptor que contribuem na estabilizacio da ligagdo entre a célula citotéxica e a célula alvo. 28 Hé um grupo de células citotéxicas capazes de reconhecer peptideos apresentados. por moléculas de MHC presente nas células alvo ¢ que por isso, ndo depende do reconhecimento de um. antigeno ligado a anticorpo. Sao chamadas de células T citot6xicas MHC restritas, na verdade so uma sub-populagdo de pequenos linfécitos. A maioria destas células € CD8+ e capaz de reconhecer antigenos associados com MHC de classe I, mas aproximadamente 10% das células T citot6xicas MHC restritas tem CD4+ e reconhecem o MHC de classe Tl papel mais importante das células T citotéxicas, talvez seja 0 de eliminar células infectadas por virus ao fazer 0 reconhecimento do antigeno apresentado junto com 0 MHC de classe I Temos também um grupo de células citotéxicas que nao precisam reconhecer 0 MHC, entre elas incluem-se as células NK e LAK (Limphokine Activated Killer), geralmente esto presentes no bago e sangue periférico. As células NK si derivadas dos grandes linfécitos granulosos (LGL), a maioria das NK sao CD3-, CD16+, CDS6+ © MHC de classe I+, este tiltimo como forma da eélula ser reconhecida como pr6pria e nao ser lisada, Quanto as células LAK, sabe-se que em cultura elas so capazes de ter sua atividade citotéxica aumentada quando na presenga de IL-2. Elas sio derivadas de células NK. ‘lulas percursoras parecidas com as Tem-se © conhecimento de que existem células matadoras, mas que ndo possuem uma fungao especifica, elas possuem CD3+ e CD8+ © apresentam atividade citotéxica dependente do reconhecimento do MHC de classe I, hd também uma populagdo que expressa CD3+ € 0 receptor de células T mas que possui pouca atividade citot6xica e nao precisa fazer o reconhecimento do MHC. Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpo (ADCC) AS células que desempenham este papel, possuem receptores para a porgdo Fe das imunoglobulinas, principalmente IgG, e costumam a se ligar & células alvo recobertas por anticorpos. Os principais alvos deste tipo de células, so as células infectadas por virus que apresentam antfgenos virais em sua superficie, moléculas de MHC e alguns epitopos presentes em tumores. Embora alvo de controvérsias, também € dito que monécitos e polimorfonucleares podem atacar células tumorais recobertas por anticorpos. Algumas células mieloides como os monécitos ¢ eosin6filos, tomam parte nesse estimulo celular mediado por anticorpo. Nesse tiltimo caso a reagao celular ocorte contra parasites € a classe da anticorpos envolvidos parece ser a IgE. Diante disso levantou-se a possibilidade de que a IgE promove inicialmente os mastécitos a degranularem fatores quimiotiticos para eosin6filos e estes ataquem o parasito em questdo. Este tipo de mecanismo parece ser controlado pelas células Ty, uma vez que elas liberam IL-4 e IL-5 que tem papel na promogio do aumento da populagio de eosinéfilos, mastécitos € linfécitos B produtores de IgE. 29 © mecanismo basico pelo qual as células ADC, T citot6xicas, NK e Linféides K exercem, sua fungdo é bem parecido, este envolve trés fases distintas: 1. Ligagao da cétula com a eétula alvo 2. Liberagdo do contetido citotéxico das vesiculas, esta etapa é Ca’ dependente, Nesta etapa a célula alvo sofre alteragio de sua estrutura e ja se prepara para a morte, 3. Morte da célula alvo Este modelo simples é baseado na observacao de vesiculas dos Grandes Linfécitos Granulosos (LGL), células NK e algumas células T citot6xicas, que contém perforina (uma proteina com atividade semelhante a fragio C9 do complemento), e serina esterase, envolvida na montagem do proceso liico. Na presenga de Ca, os mondmeros de perforina se ligam a membrana da célula alvo € se polimerizam formando 0 canal transmembrana, E bom ressaltar que as células citotéxicas. so resistentes a atividade da perforina ¢ por isso podem continuar ativas, esta resisténcia parece ser conferida pela proteoglicana presente nas vesiculas, que se liga e inativa as perforinas. As perforinas terminam por levar a célula alvo a apoptose com a fragmentagao do DNA e desintegragao celular em. pequenos pedagos, que sio rapidamente capturados ¢ destrufdos por outras células, isto sem provocar tum grande processo inflamatério. Nem todas as células com atividade citot6xica sio capazes de produzir perforina e, por isso, sua atividade citot6xica é menor, uma vez que ela deve ter outros mecanismos menos eficazes de destruigio da célula alvo. As vesiculas das células T citotéxicas parecem conter T [NEB (Linfotoxina) fator citotéxico de NK (NKCF), no entanto nao se sabe diteito papel destas citocinas uma vez que elas levam de 3 a 4 horas para exercer seu efeito citot6xico. ‘As células miel6ides tem sua atividade citot6xica ainda nao totalmente conhecida, sabe-se que junto com a liberagao de TNFa e yIFN(este tltimo liberado por células T e NK), hé um aumento de atividade da ciclo-oxigenase ¢ lipo-oxigenase da célula alvo, com a consequente liberagao de radicais livres intracelulares, também ocorre a liberago de radicais livres da cadeia de transporte de elétrons da mitocOndria e mudangas na sintese protefca. As células mieléides também sio capazes de liberar ‘mediadores t6xicos como oxigénio reativo ¢ intermediarios nitrogenados, papel dos Macréfagos Sabe-se que os macr6fagos estio envolvidos em praticamente todos os estégios da resposta imune, agindo antes mesmo da resposta mediada pelos linfécitos T. Também é sabido que eles atuam. na ativagdo de células T a0 liberar determinadas citocinas ¢ atuam na resposta coordenada pelos linfécitos T, mediando a resposta inflamat6ria, tumoricida e microbiocida. Muitas das agdes dos macr6fagos sio conhecidas a partir de estudos in vitro, onde se descobriu que o yIFN é capaz de ativar sua capacidade de produgio de éxido nitrico enquanto que 0 TNFa € capaz de aumentar a sua liberagao. Também foi possivel saber que 0s macréfagos sio 30 desativados quando na presenca de Prostaglandina E ¢ glicocorticéides. Hé alguns anos atrés foi descoberto 0 Fator Desativador de Macréfagos, encontrado como produto de células tumorais, este fator 6 capaz de bloquear a atividade do yIFN, Formagio de granuloma Quando a resposta mediada por células falha na destruigdo de um microrganismo por ele ser resistente ao ataque, as células T continuam liberando lifocinas que levam a formagao do granuloma. A formagao do granuloma € observada, por exemplo, em infecgdes por Mycobacterium tuberculosis, M. leprae, Leishmania spp ¢ Lysteria monocytogenes © organismos grandes como 0 ovo de shistosoma, A caracterfstica dos granulomas € conter células derivadas de macréfagos, cuja fungao ainda nio esté esclarecida, células epitelioides ¢ células multinucleadas gigantes. Estas células parecem ter mais a fungo secret6ria do que fagocitiria e, a0 que parece elas so 0 resultado da estimulagio crdnica dos macréfagos pelas linfocinas. A andlise do granuloma mostra que existem células T CD4+ no centro e, células CD8+ na periferia, sugerindo que as CD4+ tem importincia na indugio ao acémulo e ativagao de outros linfécitos € macréfagos. Estudos in vitro mostram que as lifocinas liberadas por Tia € TNFa. sio essenciais nesse papel. No modelo animal de infecgao pelo schistosoma em ratos hd a necessidade de células Tye. REGULAGAO DA RESPOSTA IMUNE ‘A resposta imune pode ser regulada de vérias maneiras, veremos brevemente as principais delas, apenas o suficiente para que possamos entender como que isso influencia nos exames laboratoriais, Regulagio feita por antigenos Células T © B podem ser ativadas por antigenos assim que eles se ligarem a receptores especfficos, no caso dos linfécitos T a ligagao nao se dé com o antfgeno mas sim com parte dese que passou por um processamento € foi ligado ao MHC de classe I ou II. A forma com que antigeno é administrada e a natureza do antfgeno também tem profunda relagao com a forma da resposta imune, Como exemplo temos a cépsula polissacarfdica de bactérias que geralmente induzem a produgio de IgM, enquanto que as protefnas induzem a resposta celular ¢ humoral Grandes quantidades de antfgeno ao invés de produzir a ativagao, podem levar ao fendmeno de Tolerincia, que pode ser T especifica e/ou B especifica. Como exemplo, se for administrada uma alta dose de polissacarideo em um animal, este pode ter induzida sua tolerdncia a este antfgeno. 31 Regulago por anticorpos Os mecanismos pelos quais os anticorpos regulam a resposta imune ainda nao esto totalmente definidos, sabe-se que os anticorpos sto capazes de induzir um controle negativo na resposta imune isso 6 observado quando se administra um antigeno junto com IgM especifica, neste caso ocorre um. estfmulo da resposta imune para este antigeno, ao passo que, se for administrada IgG no lugar da IgM ocorre uma supressio na resposta. A aplicagao prética deste conhecimento é feita, por exemplo, na aplicago de vacinas para caxumba e sarampo, elas nio sio administradas em criangas com menos de 7 ‘meses. Isso porque 0s niveis de IgG oriundas da mae, permanecem em circulagao por até 6 meses ap6s nascimento ¢, com administragdo da vacina nese perfodo geraria uma resposta inadequada, por nao haver o estimulo a produgdo de mais anticorpos. Outro exemplo esté nos casos em que hd a incompatibilidade de Rh. A administragdo de anticorpos para Rh na mde Rh-, evita que ela seja sensibilizada pelas hemécias Rh+ da crianga no momento do parto, removendo as poucas hemécias que por ventura cheguem a mie através da ativagao da cascata do complemento, Os imunocomplexos também podem aumentar ou diminuir a resposta imune, as imunoglobulinas G © M podem modular a resposta via receptores de Fe e a formagio de um imunocomplexo com o imunégeno. Um exemplo disso est em pacientes com tumores malignos, onde foi postulado que os imunocomplexos circulantes de anticorpos ¢ células tumorais so capazes de suprimir a resposta imune. Jé a formagao de imunocomplexos como o que ocorre com a protefna A de estafilococos e anticorpo, estimulam a resposta imune por desencadear a via cléssica ¢ alternada do complemento. Regulagio por linfécitos Conforme dito anteriormente, dependendo da sub-populagao de linfécitos T ativada (Ti ou Tin), a resposta ocorre de forma diferente. Hé também a evidéncia de que as células T podem fazer a supressio da resposta imune As células CD4+ podem evitar que ocorra a autoimunidade, embora nao se conhega 0 mecanismo pelo qual elas fazem isso. Sabe-se também que a liberagao de citocinas como TGFB, IL-4 € IL-10 podem suprimir a resposta imune parcial ou totalmente. A produgio de citocinas pelas diferentes sub-populagdes de linfécitos Ty CD4+, mostra porque ocorre a indugdo na produgao de IgE, também a regulago cruzada das sub-populagdes de linfécitos T mostra que citocinas como o yIEN secretado por células Tix: pode inibir a resposta de Tye. A TL-10 liberada por Tyo faz a supressio da expresso de B7 produgdo de TL-12 por parte das células APC, 0 que também acaba por inibir a ativagiio de Tin. No entanto parece que a fungio fisiolégica de Tia & mesmo de regular a resposta, conforme modelo realizado em ratos de laboratério, em que ao se remover a populacdo Typ, 0 rato tinha a resposta imune exacerbada. J as células CD8+ parecem desempenhar o papel de transferir a resisténcia e a tolerfincia, este efeito parece ser mediado pela TGFP. 32 Regulagio neuroendécrina Em condigdes de estresse pode ocorrer a supressio da resposta imune, como por exemplo a maior dificuldade de uma pessoa se recuperar de uma infeccdo. A regulagao feita pelo sistema nervoso central (SNC), pode ocorrer sob dois aspectos, numa devido a maioria dos tecidos linfides € vasos sanguineos terem enervagao simpética, acaba influenciando na regulagdo dos linfécitos. Também o sistema nervoso controla de forma direta ou indireta a liberagdo de vérios hormdnios, envolvendo peptideos pituitérios ¢ horménios esteroidais adrenais em particular, corticosterdides, horménio do crescimento, tiroxina e adrenalina. As células nervosas costumam apresentar receptores para produtos do sistema imune, assim como os linfécitos apresentam receptores para varios horménios, neurotransmissores © neuropeptidleos, incluindo-se alguns para as catecolaminas (adrenalina e nor adrenalin), encefalinas, endorfinas, substancia P e peptideo intestinal vasoativo (VIP), a resposta varia entre os diferentes linficitos € monécitos. Como exemplo temos a prolactina regulando a fungaio linfocitéria, em condigdes de estresse ha a liberagao de corticosterdides, endorfinas e encefalinas as quais tem efeito imunosupressivo. Foi evidenciado também que os linfécitos podem responder a corticotrofina, liberando um fator que as faz gerar seu préprio ACTH, 0 qual é capaz de ativar a liberagao de corticostersides. A substincia P parece ter papel nas reagdes de hipersensibilidade como a artrite © a asma, ao ser liberada pelo sistema nervoso, parece atuar em cima das juntas € do trato respiratorio perpetuando o processo inflamat6rio e, pelo menos in vitro ela parece atuar na quimiotaxia de macréfagos e fazer com que mastécitos degranulem, Outro exemplo, encontramos nas células como 0s macr6fagos, que quando ativados liberam IL-1, esta age no hipotélamo produzindo a febre. Controle genético Estudos realizados com diferentes grupos populacionais tem demonstrado que a resposta imunolégica pode variar entre eles por um fator genético. Um dos exemplos est em familias que sao suscetiveis ao Corynebacterium diphtheriae, isto devido a uma caracterfstica intrinseca deles. Outro exemplo esti na susceptibilidade de algumas familias de Japoneses descendentes da ilha de Okinawa a0 HTLY; também tem-se conhecimento de grupos suscetiveis ao Mycobacterium tuberculosis, assim. como outros suscetiveis ao virus da hepatite B e por isso incapazes de montar uma resposta contra estes agentes, Parte dessa resposta parece ser determinada pelos genes que controlam a montagem do MHC de classe II pois, de acordo com sua estrutura ele poderd ter maior ou menor afinidade por determinados peptideos. Mas ha também a influéneia de outros genes nao ligados ao MHC que parecem influenciar, como exemplo temos a Imunodeficiéncia Severa Combinada (SCID) que ocorre devido a falta do gene da recombinase, outro exemplo esti na Deficiéncia da Adesio Leucocitéria, promovida por mutagGes na subunidade da B integrina, 0 que leva a falha na expressio de LFA-1, CR3eCR4. O FENOMENO DA TOLERANCIA 33 A tolerancia imunol6gica é um fendmeno que o organismo se toma incapaz. de responder para determinado antigen. A auto-tolerancia ¢ a mais importante de todas pois é aquela em que 0 organismo aprende a nio produzir uma resposta imune contra si Nao € a estrutura de uma molécula que iré induzir o fendmeno da tolerfincia € sim fatores como o tempo que os linfécitos entraram em contato com os epitopos, 0 local de encontro, a natureza das células que apresentaram os epitopos e a produgao de fatores co-estimulat6rios por estas células, A tolerincia pode ser dividida em dois grupos, a saber, a tolerincia central e a tolerincia periférica. Entende-se por tolerdncia central aquela que ocorre durante a maturago das células T no timo e, das células B na medula 63sea, j4 a tolerdincia periférica, € aquela que ocorre nos tecidos periféricos Apés as células pr6-T sairem da medula, elas chegam ao timo ¢, é ai que as células T se desenvolvem a partir de percursores em que no foi feito o rearranjo dos genes do Receptor de Célula TCTCR). stes genes so rearranjados durante 0 desenvolvimento dos linfécitos timicos, de forma que 65 linfcitos T possam expressar TCRs que os permita reconhecer produtos de degradagao antigénica ou peptideos quando estes so apresentados junto com a molécula de MHC. Da mesma forma como ocorre uma alta proliferago de linfécitos T no timo, também ocorre uma alta taxa de mortalidade destes, a maioria CD4+ © CD8+, tudo isso faz parte do processo de selegao dos timécitos. As células que ndo so destrufdas, sobrevivem porque possuem algum grau de afinidade com regides polimérficas do MHC. Os timécitos se encontram com células corticais epiteliais que the apresentam moléculas de MHC, se estas forem capazes de se ligar, presume-se que seja dado um sinal para que estejam protegidas da morte celular. Essa selecdo positiva garante que as células T amaduregam e sejam capazes de reconhecer os peptideos de ligagdo das moléculas de MHC assim se tomando tolerantes ao préprio MHC. A selecdo positiva no entanto, niio consegue evitar a diferenciagao de células T expressando TCR de alta afinidade por peptideos préprios e por moléculas de MHC. Deve haver algum proceso de selega0 negativa para estas moléculas. Um dos processos provéveis, envolve a ligagdo das moléculas Fas do linfécito T com a FasL expressa por algumas células presentes no timo, no entanto, este processo da interag4o Fas-FasL. parece ocorrer com maior frequéncia na tolerdncia periférica. Como tanto 0 processo de (0 positiva e€ negativa envolvem o reconhecimento de peptideos préprios associados com MHC, parece que os sinais dados através do mesmo TCR leva a selecdo celular de acordo com a afinidade de ligacdo do TCR com seu epitopo ¢ a concentragdo do mesmo. Quanto mais forte for a ligagio com o epitopo, ser dado o sinal para a selego negativa, A existéncia de varios sinais diferentes para cada processo seletivo € provavelmente a razao pela qual os co-receplores de CDS so essenciais para a selego positiva, mas negativa a menos que a afinidade do TCR pelo peptideo esteja baixa. A selecdo negativa depende de uma série de fatores, os quais incluem o desenvolvimento da Célula T a acessar o antigeno self, a combinagio do TCR e moléculas acessérias como a CD8 ou CD4 4 para 0 complexo peptidico que compde 0 MHC proprio e a identificagao e delegao das células. A selecdo negativa ndo requer células APC, é geralmente realizada por células dendriticas do timo ou por macréfagos presentes na jungio c6rtico medular e sio ricas em MHC da classe Ie II deste modo, elas podem se ligar a células T que tem alta afinidade por peptideos pr6prios. HA suspeita de que outras células também possam estar envolvidas nesse processo, inclusive se acredita que os proprios timécitos tomem parte neste proceso. Existe também um grupo de células especializadas, em inglés chamadas de “veto cells”, que expressam s 1us préprios epitopos e emitem um sinal negativo que mata 0 clone auto-reativo. Em. condigdes fisiol6gicas, 0 sinal dado por estas células veto, ocorre quando uma célula T que expressa 0 TCR para o epitopo proprio se liga a célula veto que expressa os epitopos préprios. Para que o efeito da célula veto ocorra 0 TCR deve se ligar ao epitopo proprio que esta associado com o MHC de classe presente na célula veto, enquanto 0 CD8 da célula veto se liga a0 MHC de classe I presente na célula T deste modo, assim que essa ligagdo ocorre a célula T é morta. ‘As células T que escapam do processo de toleriincia central, ainda podem sofrer 0 proceso de selecdo periférica, neste caso, existem pelo menos trés tipos de processos conhecidos, sao eles: 1. Delegio clonal pela indugdo a morte celular 2. Anergia clonal 3. Supressao periférica por células T No processo de delegao clonal pela ativagio da morte celular, um dos provaveis fatores para este, parece ser 0 da ligagio das moléculas Fas-FasL.. Sabe-se que virias células além dos linfcitos expressam 0 Fas (CD95), que & um membros da familia de re eptores do TCR, o ligante do Fas, 6 a molécula FasL, que homéloga ao TNF, este € expresso por células T ativadas. A partir do momento em que uma célula T expressando o Fas se liga a célula T com o FasL, ¢ dado um sinal para que a célula T com o F: entre em apoptose, eliminando-se assim a c élula T autoreativa, Ao que parece devem ocorrer outras interagdes entre outros receptores para que haja a indugao da apoptose da célula auto reativa, alguns autores falam que o estimulo repetitivo das eélula T auto reativas com o antigeno Pr6prio, levaria estas células T a ficarem no estado ativo e assim expressarem mais Fas, 0 que as levaria mais facilmente a reagirem com a célula T expressando 0 FasL. Sabe-se até 0 momento, que ratos que no expressam células com 0 FasL, sofrem de uma doenga auto imune semelhante 20 Lupus Eritematoso Sistémico (SLE), 86 que com uma intensa linfoploriferacao. processo de Anergia Clonal, envolve a inativacao prolongada ou irreversivel dos linfcitos T, esta indugo ocorre sob certas circunstancias. Como sabemos, as células T se toram ativas a um determinado antfgeno quando estas sio apresentadas a ela via MHC e ha a presenga do sinal co- estimulatério como a ligagdo do CD28 da célula T 20 B7 da célula apresentadora de antigeno. Se a célula apresentadora de antfgeno nao € capaz. ou, se ela nao expressa B7, a célula T entio se tomar anérgica a este antfgeno, Posteriormente, mesmo que a célula anérgica a determinado antigeno, venha 35 a softer a apresentagdo de um antfgeno para o qual ela € anérgica por uma APC profissional, expressando B7, ela continuaré anérgica. Na supressao periférica por células T, esta parece ocorrer por ago de células Ty liberando algumas citocinas em cima de uma determinada célula Ty auto reativa, pois a0 que parece os auto antigenos, so capazes de fazer as células Tyz expressarem um resposta seletiva de supressio a favor do proprio. Tolerdncia células B aos antigenos préprios Quando se fala de tolerancia das células B a nivel de medula éssea, parece que 0 processo de selecdo é parecido com aquele que ocorre com as células T no timo, ou seja, quando as células B que esto em desenvolvimento encontram um antfgeno de membrana e se ligam a este ainda na medula, elas entram em apoptose, mas isso nao evita que saiam células B auto reativas da medula pois & possivel encontrar células B com receptores para coligeno, tireoglobulina e DNA no sangue periférico de algumas pessoas. Embora a tolerincia das células B possa ser comandada pelas células T, em determinadas casiées as células B podem se tomar tolerantes sem esta interferéneia. Um exemplo so alguns microrganismos que apresentam reagdo cruzada com epitopos reativos das células T apresentam, epitopos que so capazes de estimular células B. Tais antigenos sio capazes de provocar um forte estimulo na produgo de anticorpos a antfgenos préprios. Além disso os receptores de imunoglobulinas em células B maduras estimuladas podem sofrer hipermutagio ¢ por isso podem se tomar anti-self reativas num estégio tardio. A tolerfincia deve ser imposta as células B durante o seu desenvolvimento e apés o estimulo antigénico nos tecidos linfides secundatios, € ao que parece, é af que as células B que reagem com ant{genos préprios sao excluidas. As células B também podem softer o processo de anergia clonal, neste caso, parece que se elas encontram um determinado antigeno e no encontram a célula T especifica para fazer a apresentagio do mesmo, 0 complexo antigeno-receptor € suprimido © a partir daf esta célula B nunca mais iré expressar a imunoglobulina de superficie para este antigeno assim como nunca mais seré estimulada pela célula T para que produza imunoglobulinas para este antigeno que ela foi inibida, ‘As células B também podem se tomar anérgicas quando expostas a grandes quantidades de antigenos monoméricos sohiveis. Pare que a supressio ocorre quando 0 antigeno se liga a IgM presente na membrana do linfécito B. Esse mecanismo provavelmente nao tem a participagao das células T supressoras ou de células B anti idiotfpicas. As células B anérgicas podem voltar a responder desde que sofram o estimulo pelas células Th, este estimulo € realizado via CD40 (presente nas células B) com os receptores presentes nas células T e também por receptores de IgD. Por outro lado a expresso das moléculas BT na célula B é prejudicada, este defeito pode ser superado se as células B sofrerem o estimulo por citocinas como a IL-4 e/ou ativadores policlonais como os lipopolissacarfdeos, 36 Baixas concentragdes de antfgeno também pode levar a tolerdincia, basta que estes entrem em, contato com células B imaturas, © que leva ao processo de aborto clonal. Outro processo que pode evar as células B a se tomarem tolerantes € o que se chama de exaustio clonal, neste caso o imundgeno é capaz de ativar todos os clones de linfécitos B existentes para ele, Isto leva a maturagao dos linfécitos B e a produgao de anticorpos para o antfgeno em questio, (© que acaba levando, depois de um determinado tempo, a exaustio das células B, 0 que enfraquece a resposta imune para este antigeno, REACOES DE HIPERSENSIBILIDADE Chamamos de reagdes de hipersensibilidade aquelas que ocorrem de forma exagerada ou de forma inapropriada. Sao reagdes oriundas de uma resposta normal, mas que em algum momento se processam de forma indevida e algumas vezes promove um proceso inflamatério ou causa lestio tecidual. Estas reagdes nfo aparecem no primeiro contato do individuo com 0 antfgeno, mas sempre ‘num contato posterior. Gell € Coombs descreveram quatro tipos de reagdes de hipersensibilidade, assim classificadas como I, II, TIT e TV, mas na verdade algumas das vezes temos a manifestagdo de mais de um tipo de reagdo de hipersensibilidade em conjunto. As tés primeiras reagdes so reagdes dependentes de anticorpos e a tiltima 6 mediada pelas células T e macr6fagos. ‘A reagdo do tipo T ocorre quando a IgE € produzida ¢ normalmente se dirige a antfgenos inécuos como polen, earos e pelo de animais. A liberago de mediadores farmacolégicos por parte de mastécitos sensibilizados produz, uma reagao inflamatéria aguda com sintomas como asma e Finite. A reaco do Tipo II, ou reagao citotéxica dependente de anticorpo ocorre quando o anticorpo se liga a um antigeno proprio ou estranho presente nas células ¢ leva a fagocitose deste, via atividade ‘matadora das células ou via lise mediada pelo complement. ‘A reagio do Tipo III ocorre quando ha a formagio de imunocomplexos em grande quantidade © que no conseguem ser eliminados pelas células do sistema reticulo endotelial, levando a reagdes como a doenga do soro. Por fim, a reagio do tipo IV, também chamada de hipersensibilidade tardia, ocorre quando antigenos, como 0 bacilo da tuberculose, so capturados por macréfagos e nfo conseguem ser destruidos. Neste processo hé o estimulo de células T que passam a liberar citocinas as quais mediam as respostas inflamat6rias. Hipersensibilidade do Tipo I 5 caracterizada como uma reago alérgica que ocorre imediatamente apés 0 contato com o antigeno ou alergeno. Seus sintomas clinicos foram descritos em 1923 por Coca e Cooke, 0s quais inclufam asma, eczema, febre, urticaria e alergia a comida. Geralmente ela ocorre em pessoas que apresentam algum hist6rico familiar de alergia também, 37 As reagdes do Tipo I, sio dependentes de IgE ligadas a mastécitos ou baséfilos, pois a partir do momento em que a IgE se liga ao antigeno, ela sensibiliza os mastécitos a degranularem, desta forma levando ao processo inflamatério. Ao que parece, quando os mastécitos so ativados ha a liberagdo de citocinas como a IL-3, IL-4, que atuam nos mastécitos, outras capazes de ativar os linfécitos B a produzirem e secretarem IgE; IL-5, IL-8 e IL-9, que parecem ativar a quimiotaxia € ativagdo de células inflamatérias ao sitio de inflamagao. A produgdo da IgE depende da apresentagdo do antigeno por uma APC e da cooperagdo entre células Be Tyo. Assim que a IgE € produzida ela cai na circulagio e se liga a receptores espectficos para ela, presentes em bas6filos € mastécitos. Alids est € uma caracteristica da IgE, ela se liga a mast6citos ¢ baséfilos via o receptor de Fe presente nestas células. Apesar de a IgE durar alguns dias, (05 mastécitos e bas6filos permanecem sensibilizados para a IgE: por meses, isto devido a alta afinidade que a IgE apresenta para o receptor FceRI, 0 qual evita que a IgE seja destrufda por proteases séricas. 'S6 como curiosidade, as células também apresentam um receptor de Fe, denominado de FceRII, 56 que este tem baixa afinidade pela IgE. Em manifestagdes alérgicas e infecgdes parasitérias, os niveis de IgE esto sempre elevados, mas as reagdes alérgicas se manifestam apenas pela elevagio sérica da IgE. Sabe-se que a produgao de IgE: depende da coordenagao das células Tus, pois ela libera citocinas como a IL-3, 1-4, IL-5, IL-9 e IL-13, que ativam a la B a fazer a troca de classe de imunoglobulina e assim passar a produzir IgE. A IL-5 liberada também € capaz de promover 0 aumento do mimero de eosin6filos, Ievando a eosinofilia tao caracterfstica nos provessos alérgicos. Os mastécitos que sio as células envolvidas neste processo, sto classificados em dois tipos, os mastécitos do tecido conectivo (CTMC) © os mastécitos das mucosas (MMC), cada uma delas apresenta caracterfsticas morfoldgicas pr6prias assim como proteases caracterfsticas, que no serio descritas aqui por nao ser de nosso interesse. Existem outras células que podem se ligar a IgE com isso ter sua agao citotéxica aumentada ‘no combate a parasitos como os schistosomas. Estas células podem ser sensibilizadas por complexos imunes circulantes e com isso contribuir no processo alérgico ja que elas contém uma variedade de mediadores inflamatérios capazes de promover a reacdo alérgica. Estas células podem ser 0 préprio linfécito B, células T, macréfagos, células de Langerhan é células foliculares dendriticas as quais, se ligam a IgE via o receptor FeeRITb. ‘A degranulagio dos mastécitos e bas6filos ocorre a partir do momento em que as moléculas de IgE se ligam ao antigeno ¢ promovem a agregagdo dos receptores de Fee, isto promove 0 aumento da entrada de fons Ca" dentro da célula, resultando na degranulagio. Esta degranulagao também pode ocorrer se houver a ligagdo cruzada de lectinas (como a concavalina A), com a regido Fe da IgE, desta forma agregando os receptores Fee, Isto explica porque algumas pessoas tem urticéria quando entram em contato com algumas plantas, pois pode ser que estas tenham grande quantidade de lectinas. 38 Devemos ressaltar que existem outras substincias capazes de fazer os mastécitos e bas6filos degranularem como os fatores C3a e C5a do complemento, drogas como 0 ACTH sintético, codeina, morfina e ion6foros de calcio (por facilitarem a entrada de Ca™ na célula), 0 influxo de célcio nos mastécitos induzido pelo antigeno tem dois efeitos principais, um é que ocorre a exocitose do contetido dos grdnulos com a liberago de mediadores pré formados, sendo que a histamina € 0 mais conhecido, outro € que ocorre a indugdo da sintese de novos mediadores formados a partir do Acido araquid6nico, levando a produgdo de prostaglandinas ¢ leucotrienos, os quais tem efeito direto nos tecidos locais. Nos pulm@es eles levam a broncoconstrigio, edema de ‘mucosas e hipersecrecao, levando a asma, Atualmente € dito que existem diferentes populagdes de mastécitos produzindo diferentes tipos de mediadores. Como prova disto, citamos os anti-histaminicos, que sio eficazes nas rinites & Uurticérias, mas nao sao eficientes na asma, onde os leucécitos tem um papel mais importante. Algumas drogas podem bloquear a liberagdo de mediadores, seja pelo aumento dos niveis intracelutares de AMPe, como a isoprenalina que estimula os receptores fi adrenérgicos, ou por evitar a quebra do AMPe pela fosfodiesterase como age a teofilina. © modo de agiio do cromoglicato de sédio prevenindo os mastécitos de degranularem ainda ndo esté esclarecido mas parece envolver 0 mecanismo de entrada de cilcio na eélula, ¢ também parece afetar a liberago de mediadores por outras células, Os métodos de diagnéstico para a hipersensibilidade do Tipo I empregados nas andlises clinicas nao so muitos, em geral eles so analisados em conjunto com testes in vivo realizados no paciente. Como nosso objetivo & 0 estudo laboratorial, descreveremos de forma breve, os testes in vitro, Dosagem da IgE sérica total Em geral na hipersensibilidade do tipo I, a IgE sérica esté aumentada em pacientes que apresentam alergia a inalantes no entanto a quantidade de IgE sérica depende de fatores como idade, sexo, fumo, hist6rico familiar € presenga de processos infecciosos como parasitoses. A IgE sérica é expressa em Unidades Intemacionais (UD), cada UT equivale a 2,4 nanogramas de IgE, sendo que os valores de referéncia se baseiam na observacdo populacional, portanto no hé uma normatizagio dos mesmos. A tabela abaixo, mostra os niveis séricos de IgE observados em pessoas normais de acordo coma idade. TDADE VARIACAO (U/ml) MEDIA GEOMETRICA (+/- 2DP/ULml) Desvio Padrao Odia <0,1-05 (0,22 (0,04 — 1,28) 39 6 semanas 01-28 0,69 (0,08 6,13) 3 meses 03-31 082 (O18 3,76) meses 09-280 2,68 (44 — 16,26) meses 07-81 2,36 076-731) Tano 11-102 3,49 (O80 — 15,23) anos 11-490 3,03 (O31 29.48) Banos 05-77 1,80 0,19 — 16,86) Fanos 24-348 8.58 (107 — 68,86) Tanos 1,6 60,0 12,89 (1,03 — 161,33) TO anos 03-2150 33,66 (0,98 570,61) T4 anos 19-1590 20,07 2,06 — 195,18) 18— 83 anos 10-1780 21,20 (valores normals 10 —20 Utim)) Em geral os testes para a dosagem (otal de IgE no soro sio baseados na metodologia de ELISA, mas também dispomos da metodologia de quimiolumineseé cia $6 que a sua popularizacio s6 sera possfvel quando estiver a pregos mais acessiveis. © principio bésico da maioria dos testes compreende 0 uso de um anticorpo especifico para IgE fixado em um suporte onde é colocado 0 soro do paciente € feita a incubagao. Posteriormente, é feita a lavagem do suporte para que os anticorpos no ligados sejam removidos, ¢ em seguida é adicionado um outro anticorpo especffico para IgE, marcado que se ligaré a outra porgdo da IgE . De acordo com a reagdo que ¢ feita a leitura é realizada em um aparelho apropriado que langara os resultados em Ul/ml. ‘Testes sorolégicos especificos para dosagem de IgE Ultimamente dispomos de varios testes para dosagem de IgEs especificas no soro, todos tem, quase 0 mesmo principio que é de fixar uma porgio do antigeno purificado a um suport. Posteriormente o soro do paciente é colocado em contato com este antigeno para que ocorra a ligagio antigeno anticorpo. Toda IgE que nao for especffica para o antigeno nao se ligara, ¢ logo na etapa seguinte, que é a de lavagem, serd desprezada. Posteriormente, é acrescentado 0 conjugado, que é um anticorpo especffico para IgE ligado a alguma substncia reveladora ou passfvel de revelagio como a peroxidase, Iodo 125 ou substincias derivadas do luminol. © conjugado entao se liga ao complexo antigeno anticorpo formado, se ligando apenas as IgEs, todo 0 excesso que nio se ligar 6 removido com uma lavagem posterior. Dos testes disponi\ temos os de Radioimunoensaio, que jé estilo caindo em desuso devido aos problemas que os materiais radioativos apresentam, 0 teste de ELISA e suas variagdes ¢ os testes de Quimioluminescéncia. 40 Todos estes testes apresentam boa sensibilidade, no entanto o que apresenta maior sensibilidade e permite quantificar a IgE com maior exatidio é 0 teste que emprega a quimioluminescéncia. REAGAO DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO IT AS reagdes do tipo II so mediadas por anticorpos da classe IgG e IgM que se ligam a células ou tecidos espectficos com isso, 0 dano causado se restringe as células adjacentes ao antfgeno. As reagdes do tipo II diferem do tipo III porque, nesta tltima a reagdo ocotre com antigenos soltiveis presentes no plasma, formando imunocomplexos que acabam por se depositar de modo no especifico em determinados tecidos e érgios. Os mecanismos pelos quais a reagdo do tipo II ocorre, s¢ dé inicialmente pela ligagdo do anticorpo a célula alvo, desencadeando a ativagio da via clissica do complemento, com isso, os fragmentos C3a e C5a do complemento atraem macréfagos e polimorfonucleares ao local, assim como stimula mastécitos ¢ bas6filos a liberar substincias que irdo atrair mais células ao sitio de reago. A via classica do complemento também promove a deposigo de C3b, C3bi ¢ C3d na membrana da Célula alvo, facilitando assim sua fagocitose ou destruigfo por células matadoras. Ainda com relagio a via cléssica do complemento, pode se obs var a formagio do complexo de ataque a membrana (MAC) que leva a lise da célula alvo, As células que participam deste processo so macr6fagos, neutréfilos, eosin6filos ¢ células K (Killer), que se ligam ao anticorpo complexado com a célula alvo, via o receptor de Fe ou via os fatores C3b, C3bi e C3d do complemento depositados na membrana da célula alvo. A ligagao do anticorpo via receptor de Fe, estimula as células fagocitirias a produzirem mais leucotrienos prostaglandinas, que terminam por aumentar a resposta inflamatéria. Quininas e moléculas quimiotéticas como 0 CSa, leucotrieno By (LTB,) peptides da fibrina também contribuem nesse processo de quimiotaxia, Diferentes classes de anticorpos produzem graus varisveis na capacidade de induzir esta reagiio, dependendo da afinidade com que se liga a Clq ou com a capacidade de se ligar ao receptor de Fe das células participantes da reagio. Componentes do complemento ou IgG agem como opsoninas a0 se ligarem ao antigeno, com isso as células fagocitérias fagocitam com maior facilidade. As opsoninas, além de aumentar a atividade fagocitéria, potencializar a capacidade dos fagécitos de produzir intermediérios do oxigénio reativo, também promovem 0 aumento da capacidade de destruigdo do patégeno assim aumentando 0 dano imunopatoldgico. Isso pode ser observado nos neutréfilos do liquido sinovial de pacientes com artrite reumatéide, onde a capacidade deles produzirem superdxido é maior do que a dos neutréfilos encontrados na circulagao. E suposto que isso ocorra devido a ativagdo dos neutréfilos presentes na junta por mediadores como os complexos imunes fragmentos do complemento, 41 Os mecanismos pelos quais as células efetoras destroem a célula alvo na reagdo do tipo II é idéntico ao que acontece na destruigiio de microrganismos s6 que, como a célula ndo consegue fagocitar algo maior que ela, os neutréfilos fazem a exocitose de seu contetdo lisosomal, deste modo lesando a célula alvo € as células adjacentes. Em algumas reagdes como a que acontece com os cosin6filos ao reagir com os Schistosomas, a exocitose do contetido dos granulos & benéfica, mas quando 05 alvo é 0 tecido do hospedeito que foi sensibilizado com anticorpos 0 dano tecidual & inevitavel. As células K também podem se ligar a células recobertas com anticorpo via receptor de Fe, a partir daf elas degranulam citotoxinas capazes de destruir vérios tipos de células, © mecanismo pelo qual clas atuam parece ser idéntico ao das células T citot6xicas. No entanto a maior ou menor atividade da célula K parece depender da quantidade de antigeno expresso na superficie da célula alvo. Algumas formas de expressio da reagio de Hipersensbilidade do Tipo I Reagio contra hemécias e plaquetas Estas reagdes so as mais comuns de serem observadas, elas podem ocorrer em circunstincias, como, a transfusdo sanguinea incompativel, onde a pessoa que recebe as hemécias é sensibilizada pelos antigenos presentes na superficie desta; na Doenga Hemolitica do Recém Nascido, é outra das formas de expressio deste tipo de hipersensibilidade, onde a mulher grivida € sensibilizada pelas hemdcias fetais; € também nas Anemias Hemoliticas Autoimunes onde 0 individuo & sensibilizado pelos préprios eritrécitos. Com relagao as plaquetas, ela aparece no Lupus Eritematoso Sistémico, onde elas promovem a trombocitopenia e reagdes com neutréfilos ¢ linfécitos. Estas reagdes ocorrem quando o receptor possui anticorpos para as hemacias do doador. Sao conhecidos mais de 20 grupos sangufneos, o que gera mais de 200 variantes genéticas. Cada grupo sanguineo consiste de um locus no gene que é capaz de expressar um antigeno na membrana da hemdcias a algumas células do sangue, Em cada sistema existem dois ou mais fenstipos. No sistema ABO encontramos 4 fendtipos, A, AB, B e O 0 que corresponde aos 4 grupos sanguineos. Uma pessoa com determinado grupo sanguineo é capaz de reconhecer eritrécitos ndo proprios e por isso é capaz de ‘montar anticorpos para estas hemdcias com antfgenos alogénicos. Os grupos A, B, AB, Oe Rh sio fortes imundgenos, seus epitopos aparecem em vérios tipos celulares e esto localizados em unidades de carbohidrato de glicoprotefnas. A maioria das pes soas desenvolve anticorpos para os grupos alogénicos sem que tenham tido contato com hemécias nio préprias, isto porque umas série de microrganismos expressa antigenos parecidos com os do grupo ABO. Jé o sistema Rhesus & de extrema importincia pois ele € a principal causa da Doenga Hemolitica do Recém Nascido. Os antigenos Rhesus sao protefnas lipfdio dependentes distribufdas na superficie celular. a2 Existem outros grupos sanguineos mais raros como os epitopos do sistema MN, que sio expressos na porgdo N-terminal glicosilada da glicoforina A que é uma glicoproteina presente na ‘membrana da hemicia, A antigenicidade é determinada pelos aminodcidos | e 5. Associado ao sistema MN temos também os antigenos Ss, que sio expressos pela glicoforina B. De modo geral pode-se dizer que as reagdes transfusionais causadas por estes grupos menores so mais raras, a menos que, © receptor seja submetido a transfusdes repetidas com estes grupos. ‘A forma mais simples de se saber se o sangue de uma pessoa 6 compativel ou ndo com outro, & a reagiio de prova cruzada, nesta rea jo misturamos o sangue do doador com o do receptor, se houver a presenga de anticorpos para o sistema ABO alogenico sera possfvel observar a aglutinagao de hemécias. Deve-se tomar cuidado com os grupos sanguineos menos comuns ¢ mais fracos pois estes causam aglutinag3o mais branda, s6 percepttvel com o auxilio de um microseépio ou por vezes s6 detectivel com 0 Teste de Coombs. Se uma pessoa & transfusionada com o sangue (otal, faz-se rio verificar se o soro do paciente no apresenta anticorpos para o sangue do receptor. A transfuso com sangue incompativel leva a uma reag3o imediata com sintomas clinicos como febre, hipotensio, néusea, vomito © dor abdominal. A gravidade da reagio depende da ‘as administrada. quantidade de hema s anticorpos para o sistema ABO sio geralmente da classe IgM, mas também temos a participagio da IgG onde, as células sensibilizadas com esta classe so destrufdas pelas células fagocitérias do figado © bago, niio podemos esquecer que também ha a participagiio do sistema complemento. A destruigao das hemécias pode levar ao choque circulatério ¢ a necrose tubular aguda do figado, ‘A reacio hiperaguda de 6rgios transplantados, € outra que se deve a formagao de anticorpos para 0 Grgao doado, ela é observada em tecidos que so revascularizados logo apés o transplante, como no caso de transplante de figado. As reagdes mais severas que ocorrem na rejeigao de transplante se devem aos antigenos do grupo ABO e/ou das moléculas do MHC expressos nas células, onde 0 dano tecidual & feito pelo sistema complemento nas veias sangufneas ¢ também devido a0 recrutamento e ativagao de neutrofilos e plaquetas. Doenga Hemolitica do Reeém Nascido Esta doenga ocorre devido a formagao de anticorpos maternos, da classe TgG, que reagem com, as hemédcias do feto. Estes anticorpos, so produzidos na primeira vez no momento do parto que uma mie Rh-, tem um filho Rh+. Por esse motivo o primeiro filho nao apresenta a Doenga Hemolitica, pois ‘a mie s6 € sensibilizada no momento do parto. Na Segunda ve7. que esta mae tiver uma crianga Rh+, 6s anticorpos IgG para as hemécias Rh+, atravessario a placenta e reagirio com as hemécias fetais assim, as levando a destrui¢ao, O antfgeno mais comumente envolvido nesta doenca é o Rhesus D (RAD), mas ele também pode envolver o sistema Kell (antigeno K) alids, as reagdes mais comuns hoje em dia se devem ao antigeno K pois este é 0 menos lembrado, pois ao se falar em Rh sempre se pensa no antigeno D que € 0 mais comum. 4B

También podría gustarte