Está en la página 1de 83
Publicagdo do Nici de Pesquisa em Relagies Intemacionals da Universidade de io Paula ISSN 1413-0904 INTERNACIONAL CARTA A politica internacional em tempos de rapsddia 1m busca do tempo que ainda no foi perdido, mas redes- coberto e articulado pela me- ‘meéria, percorremos um itine- rério bastante conhecido e requisitado pelo nosso puiblico. Somente uma obra de boa qualidade justifica que se reabi- lite 0 que até entio era quase meméria de poucos. Uma sucessio de momentos ou de produgio académica nos vem & lembranga. Tais reminiscéncias nio nos levaram a caminhar para os lados de Guermantes, muito menos para os lados de Méséglise, mas com certeza a iniciativa da Carta Internacional de redescobrir o tempo ao reeditar arti- gos que fizeram parte da historia do ‘NUPRI teré, para muitos, 0 mesmo sa- bor da madeleine provada por Proust, quis para outros a pequena frase da sonata de Vinteuil. Revelagio do tempo das edigdes especiais feitas sob o nome de Série Carta Internacional que agora voltam. O tempo redescoberto come- ga com 0 artigo produzido em 2001 pelo professor Rail Bernal-Meza que encontra nessa edigdo da Carta um es- ago privilegiado de articulagio com 0 presente. Este ntimero da Carta Internacional reflete, mais uma vez, a amplitude de temas, fendmenos ¢ atores abordados pelas Relagdes Internacionais. Comera com Uziel Nogueira e sua anilise das relages entre China e América Latina, seguida pelo artigo de Bernal-Meza. Bruno Ayllén oferece ao leitor um panorama histérico e conceitual da cooperagio internacional para o de- senvolvimento, uma das linhas de pes- quisa desenvolvidas no NUPRI. Arthur Bernardes do Amaral avalia a percep- so norte-americana quanto 4 Triplice Fronteira, com base nas premissas que orientam a Escola de Copenhague. A partir de um viés interdependentista, Gilberto Sarfati aponta para a capaci- dade de influéncia das empresas mul- tinacionais. nas arenas multilaterais, de negociagio. Por fim, Luiz Augusto Souto Maior, além de sua ja tradicional coluna, nos oferece uma reflexio sobre 1s desafios de médio prazo as aspira- es da politica externa brasileira de impulsionar a integracéo regional sul- Esta edigdo também est em sinto- nia com a nova linha de pesquisa do NUPRI, 0 Grupo de Estudos Mulheres e Temas Transnacionais ~ GEMTTRA. Coordenado por Maria da Conceicio Quinteiro, este grupo multidisciplinar procura trazer para o centro do debate politico as lutas das mulheres para es- tabelecer uma relagio de género auté- noma e relevante e sua relagio com as transformagées culturais em andamen- to no mundo. © NUPRI, dessa forma, pretende contribuir para a produgio de conhecimento em uma esfera pouco explorada pelas relagées internacionais, sobretudo no Brasil. Por fim, o leitor certamente teré notado que esta edi¢io da Carta Internacional nao foi publicada em julho, como inicialmente previsto. O didlogo com nossos leitores e colabora- dores nos convenceu de que seria mais, conveniente passar a publicar a revista nos meses de fevereiro, junho e outubro. Sem alterar a periodicidade, esta medi- da nos permitiré aumentar a qualidade 0 impacto da Carta Internacional. Boa leitura! NUPRI ‘Outubro de 2007 - Vol SUMARIO DESTA EDIGAO 3 | China-Latin America relations in the XXI century: partners or rivals? Uziel Nogueira 12 | Quem quer a América do Sul que queremos? Luiz Augusto Souto Maior 19 | Sistema mundial y Mercosur: globalizacién, regionalismo y polltica exterior Radi Bernal-Meza 32 | La Cooperaci6n Internacional para el Desarrollo: fundamentos y Justiticaciones en la perspectiva de la Teorfa de las Relaciones Internacionales Bruno Aylion 48 | A Tifplice Fronteira e a Guerra ao Terror: dinamicas de constituigao da ameaga terrorista no Cone Sul Arthur Bernardes do Amaral 59 | 0 terceiro xadrez: como as empresas multinacionais influenciam as relagdes econdmicas internacionais Gilberto Sarfati 81 | G-8 e G-5: percalgos da governanca global Luiz Augusto Souto Maior CARTA INTERNACIONAL Volume 2 — Ndmero 2 - Outubro de 2007 ISSN 1413-0904 Carta Internacional é uma revista eletronica quadrimestral dedicada ao debate sobre as questdes mais relevantes das, relagdes internacionais na perspectiva brasileira. As opinides expressas nos artigos assinados sio de responsabilidade exclusiva de seus autores e no expressam as opinides da Universidade de Sio Paulo ou do seu Nicleo de Pesquisa em Relagdes Internacionais. Carta Internacional é publicada pelo Niicleo de Pesquisa em Relagdes Internacionais da Universidade de Sio Paulo. A revista est disponivel para download gratuito, em formato PDF (Portable Document Format), no endereco wwwcusp br/relint. © 2007 Niicleo de Pesquisa em Relagdes Internacionais da Universidade de Sao Paulo. Todos os direitos reservados. Editores: Fibio Cereda Cordeiro Flivio Antonio Gomes de Azevedo Juliana Lyra Viggiano Barroso Conselho Cientifico: Amado Luiz Cervo, André Singer, Andrew Hurrell, Antonio Augusto Cangado Trindade, Anténio Carlos Lessa, Carlos Eduardo Lins da Silva, Celso Lafer, Elizabeth Balbachevsky, Félix Pefia, Fernando Augusto Albuquerque Mourao, Gary Hufbauer, Gilson Schwartz, Gustavo Vega, Henrique Altemani de Oliveira, José Augusto Guilhon Albuquerque, Luis Olavo Baptista, Margarita Martin, Maria Cristina Cacciamali, Maria Regina Soares de Lima, Paulo Esteves, Paulo Fagundes Vizentini, Peter Demant, Rafael Duarte Villa, Sonia de Camargo e Tullo Vigevani. Correspondencia: Rua do Anfiteatro, 181 - Colméia ~ Favo 7 Cidade Universitaria 0508-060 Sio Paulo ~ SP Tel: (55)(11) 3091-3061 Fax: (55)(11) 3032-4154 Email: nupri@usp.br Nicleo de Pesquisa em Relagdes Internacionais da Universidade de Sao Paulo Conselho Deliberativo: José Augusto Guilhon Albuquerque, Maria Cristina Cacciamali, Henrique Altemani de Oliveira, Luis Olavo Baptista, Elizabeth Balbachevsky, Rafael Duarte Villa, Peter Demant e Amancio Jorge Nunes de Oliveira. ‘Coordenador Cientifico: Rafael Duarte Villa Visite o site do NUPRI para maiores informagSes: www.usp.br/relint. 2 Canta lermmacionat, OvrunRo 2007 nk, China-Latin America relations in the XXI century: partners or rivals? Uziel Nogueira uring the presidential campaign of 2002, (then) candidate Luis Inacio “Lula” da Silva made an unprecedented trip to Beijing, the first ever by a presidential can- didate. That trip signaled Lulas ambition of creating a strategic relation with a group of emerging economies known as BRICS, Brazil, Russia, India, China and South Africa. Lula’s vision was pragmatic, non-ideo- logical and sought to position Brazil among the leading countries of the world. He shared similar world affair views as President Hu Jintao and was convinced that co- operation would create prosperity for both nations. One reason is that resource endowment factors make the two economies highly complementary. China is demanding large quantities of Brazilian commodity-based products that suffer market access barriers in advanced countries. Brazil offers a growing market for Chinese products and business opportunity for direct investment in infrastruc- ture, energy and natural resources. The growing trade and economic links between the two countries in the last four years seems to vindicate President Lula’s strategic vision on this promising relation. Usiel B. Nogueira is a Senior Integration Economist of the Inter-American Development Bank (IDB), posted at the Institute for Integration of Latin America and the Caribbean (INTAL), located in Buenos Aires. He holds a PhD degree in natural resource economics from Michigan State University, and can be contacted at uzieln@iadb.org. Canta leremacionaL Ovrusno 2007 Despite President Lula’s administration strategic bet on China, there are doubts among intellectual and busi- ness circles on whether Brazil is ready to face Chinese in- dustrial competition. Mexico, at this point, is being close- ly scrutinized because it has taken the brunt of Chinese competition. Mexican companies are losing market share in the United States, that absorbs ninety percent of their exports, and finding it increasingly hard to compete with Chinese products in their own market. Current thinking about China’ s presence in the world economy goes like this: Export what China is demanding ie., commodities and you surely win. Try to compete with Chinese manu- factured goods and you certainly lose. Economic data shed some light on the impact of world competition, including China, in Latin America’s manufacturing industry? a.Latin America’s manufacturing value-added (MVA) declined from $316.6 billion dollars in 2000 to $285.7 billion in 2004, with the contribution to GDP also contracting from 17.2% to 16.6%. ‘The views expressed in this paper are the author's sole respor sibility and do not reflect necessarily those of IDB-INTAL. ‘My gratitude to Dr Emile Kok-Kheng Yeoh of the Institute of China Studies at the University of Malaya for the opportu- nity to present the Latin American experience to the Asian ‘audience. Last, but not the least, my deep appreciation to my beloved wife Helga Westphal-Nogueira for her critical review of earlier drafts. Without her support this final work wouldn't be possible. 3 b.Latin America’s manufactured exports in the same period grew by only 5.1% per annum, well below the world average of 8.8%. As a result, its regional share of world manufacturing trade plunged from 4.0% in 2000 to 3.5% in 2004. c-In medium- and high-technology exports, the fastest ‘growing and highest value-added end of trade, Latin Americas world market share dropped from 3.8% in 2000 to 3.2% in 2004. The regional share of manufactured exports as a per- centage of total exports has declined from 49.2% to 48.2%, which shows an increasing trend towards low value-added commodity trade. ‘Taking notice of Mexico's travail, President Lula’s admi- nistration is under political pressure to come up with so- lutions to deal with Chinese competition. Critics point out that ifhistory serves as a guide, the outlook is not particu- larly promising for Brazil and Latin America. The question then is whether the bilateral relation will flourish or turn into rivalry-commercial conflict. This paper explores those points in three parts. ‘The first one reviews recent resear- ch done by the Inter American Dialogue (IAD) and the Inter-American Development Bank (IDB) on China-Latin America’s relation. The second part evaluates socioecono- ‘mic weaknesses and strengths of MERCOSUR and Mexico. ‘The third part depicts different assumptions- scenarios to evaluate China-Latin America’ s medium term trade rela- tions, followed by a summary and final comments. Part I Li Rei ‘TheimpactofChinain Latin Americaand the Caribbean has sparked a large number of academic papers, books and newspaper articles in the last five years. Recent research There are doubts among intellectual and business circles on whether Brazil is ready to face Chinese indus' | competition. done by the Inter-American Development Bank and the Inter-American Dialogue are prominent by their depth, analysis and bibliography. Let’ start with IAD, a research organization, specialized in Latin America-Caribbean countries and located in Washington DC. The IAD study takes the interesting approach of looking into Sino-Latin American motivations-incentives for closer economic, ‘commercial, political and military cooperation. The un- derlying hypothesis is whether Chinas growing presence in Latin America should be considered a challenge to the United States. ‘The 2006 Inter-American Dialogue Report “The study starts by pointing out that Latin America’s in- ‘ternational relations, in the beginning of the XXI Century, 4 faced two exogenous shocks. First, a growing distance be- tween the region's governments and the administration of George W. Bush over many political e economic issues. Second, the dramatic entrance of China as a significant economic and, in some instances, political partner of Latin ‘America [p46]. Regarding distance from Washington, frustration in Latin America was caused mainly by poor results of the economic reforms of the 1990's, known as the Washington Consensus. Also, the United States one- dimensional, simplistic approach to free trade agreements as a solution to solve deep-seated social and economic problems in the region did not help to improve relations either. Chinese long term strategic thinking is revealed in how Beijing is engaging the Latin American countries since the 1970's. One important aspect of this strategy was to send young diplomats to study Spanish and learn about Latin ‘American culture in ‘El Colegio de Mexico’[p.21]. From my own experience, Chinese diplomats posted in Latin America are second to none to any western country. They are well trained, tackle problems with determination, listen with care and incorporate local concerns in their decision making process. Increasingly, knowledge of Latin America’s culture and politics allows Chinese diplomats to avoid past mistakes made by western developed countries. Chinese top leadership avoids empty promises and Presidential di- plomacy is only used when concrete commercial and eco- nomic deals are on the table for discussion. ‘The report states that Brazil-China relations are truly strategic in nature because they encompass growth of tra- de, cross country investment and technology cooperation. Also, both countries seek a stronger and more influential place in international affairs and welcome a more res- trained role by the United States [p.27]. A section on the China-Venezuelan relation concludes that President Hugo Chavez's efforts to get closer political and economic rela- tions with Beijing, as a counter force to the United States, has few chances to succeed. The reason being that Beijing needs a benign relation with Washington far more than a strategic partnership with Venezuela [pp 42-44]. Critics may take stock with the conclusion above, ar- guing that it may hold true only in the short term. However, if President Chavez. continues to win elections and holds to power, in a way similar to Fidel Castro in Cuba, the re- lation might become strategic. Historical evidence shows that long-term economic links between countries lead, inevitably, to deeper cooperation in cultural, political and military affairs. In summary, the IAD report laid down a comprehensi- ve overview of geo-political, security-defense and econo- mic issues of current Sino-Latin American relations. As in any complex and new phenomenon involving geo-politics, economics and security-defense matters, there are no defi- Canta leremsacionat OuruaKo 2007 nitive answers on how the situation will evolve in the near future. For the reader, everything comes down to what one believes based on ideology, knowledge and economic in- terest. Take, as an example, the intellectual framework in which the Chinese presence in Latin America is being de- bated by think tanks located in Washington DC. (Current thinking is divided into two groups. The first ‘one, with a radical view, thinks that China represents the ‘most serious challenge to Washington since the end of the ‘Cold War, pointing out Beijing's presence in the Panama Mexican companies are lo: Chinese products in their own market. Canal, political support of Fidel Castro and growing inte- rest in Venezuela's abundant oil and gas reserves. Venezuela is a special source of concern for three reasons. First, itis ‘a major oil supplier of the United States, representing 15% of its total imports. Second, the current President, Hugo Chavez, is an outspoken critic and political adversary of Washington. Third, President Chavez's approach of ta- cckling the country’s massive level of poverty ~ via an au- thoritarian style of government - may spread and create a “pink tide” anti-American coalition in the region. ‘The second group, with a slightly moderate view, ar- ‘gues that growing economic and commercial ties between China and Latin America can play a positive role in hel- ping international insertion and development of the latter. As one expert of this group recently quipped: Perhaps the ‘Chinese have better ideas on how to solve Latin American problems after one hundred years of attempts by the United States, At this point, views expressed by radicals and mod- erates are debated only in academic and diplomatic circles and do not influence policymaking. The reasons are the US administration total focus on the Iraq war and, both groups could not articulate a set of workable policies to support their respective positions. ‘The 2006 Inter-American Development Bank Report ‘The IDB was the first multilateral financial institution to undertake major research to assess the strategic impli- cations of China's economic performance on growth and development in Latin America.’ Despite a variety of top- ics being touched, the main focus is centered on trade and investment. The book is divided into five chapters, includ- ing a vast and rich bibliography review, background papers and references. ‘The main conclusions of this research can be summa- rized as follows. Historically, China’s emergence as an eco- nomic powerhouse is not entirely new. Reemergence is a more appropriate description, since China had the world’s largest economy for most the past thousand years. Until (Canta lvremsactonat, Ourvano 2007 ig market share in the United States, that absorbs 90% of their exports, and are finding it increasingly hard to compete against the 15% century China was not only the worlds richest country but also a technological leader. Current high rates of growth will be accompanied by radical changes in the makeup of Chinese export competitiveness and import de- mand. Countries enjoying a boom in commodity demand from China, or facing stiff competition in basic textiles and apparel, may find a different playing field ten years hence. China will be buying ‘lighter’ imports and selling much more specialized and sophisticated textiles and apparel. Anticipating China's position in the international value chain is as important strategically as ma- naging the benefits and competitive chal- lenges of today. For Latin America, China’s emergence as a major player in the world markets in- volvesat least three important dimensions: 1. A potential market of 1.3 billion consu- mers but also a low-cost producer of goods and services; 2. China's becoming an important economic-commercial partner; 3. China turning into a strong competitor for Latin America’s manufactured goods. The main challenge for policy makers is how to reconcile findings from these separate three dimensions and forge an effective response to the Chinese phenomenon [pp. 195-198] ‘The Bank’ research is the best analytical reference on the challenges and opportunities presented by China's emergence. In this respect, it touches the crux of the mat- terie,, whether Latin America is prepared, or not, to cope with Chinese competition. The rapporteur takes a rather optimistic view on the so-called competitive (positive) as- sets of Latin America to face global-Chinese competition. ‘They are resource endowment-geography, democracy, vi- brant private sector and economic integration. Conversely, inequality, poor educational system, highly skewed income distribution and weak public institutions are mentioned as negative assets [pp.209-226]. “The bank’ s report can be enhanced further if additio- nal research is done on the (difficult) task of weighting and judging Latin America’s positive and negative assets. For instance, do positive assets offset the negative ones or vice- versa? Is there a set of effective socioeconomic policies to enhance the positive assets and offset the negative ones? Policy makers require this type of analysis in order to pre~ pare a coherent strategy to deal with the questions at hand. For many, a merging of MERCOSUR-NAFTA is probably the only chance to create a level playing field to face global competition, particularly from China and India, ‘A background paper prepared for the main IDB report takes a less optimistic view on whether Latin America can compete with Chinese manufactured goods According to Mesquita, even without the presence of China, the future of manufacturing in Latin America is usually seen with pessimism on the grounds of geography and endowments. ‘The sector's tribulations of the last two decades seem to corroborate this point of view. Yet, geography and endow- 5 ments do not tell the whole story. The import substitution legacy, macroeco- nomic volatility and the overreaction to the excesses of government inter- vention also played a major role in the sector's misfortunes [p.27]. To deal with the shortcomings, a set of policy rec~ ‘ommendations are made: a. strengthen ‘macroeconomic fundamentals; b. less- en credit-constraints of domestic pro- ducers, competing with highly lever- _ Canada aged Chinese firms; c. boost domestic México technological capabilities ie, human United Status capital, science and technological in- frastructure [pp.27-28] “Mesquitas excellent analytical work — UStia can be enhanced further with resear- Belgium ch on whether macro and micro-eco- Denmark nomic poles in Latin America te Fnland correctly in place and are sustainable in order to support policy recommen Fraee dations. In the case of Brazil, as discus- _ Gefmany sed next, macroeconomic policy is not Greece compatible with and, far from being an |geland. ideal one to promote industrial deve- opment and increase productivity in Weland manufacturing production. Italy. Part Il. MERCOSUR and Mexico” ae art I. and Mexico At the end of 1980%, after the sue- — pytugay cessive energy crises of 1974-1982, it POU became clear that the industrial im- Spail. port-substitution strategy to overcome Sweden underdevelopment had failed in Latin gwitzerland Bran and Argentina the most ad Utd gon vanced industrial economies in the Notes region, took different integration paths as.a way to correct the failures of the past. In the case of Brazil, Argentina, Paraguay and Uruguay the decision vwas to form a custom union, mirrored in the European model, which culmi- nated in the creation of the Southern ‘Common Market under the Asuncion ‘Treaty of 1991. Chile, Bolivia and Peru became associated members ice, linked to the bloc via a trade agreement. Venezuela became the fifth full member of the custom union on 4 July 2006. Its definitive ac- ceptance, however, depends on approval by the respective Congresses. ‘Mexico’ leadership decided to deep the country’s his- torical economic ties with the United States via the North American Free Trade Agreement (NAFTA), signed in December of 1994. The novelty of this agreement was that, 6 Report 2006-2007. Global Corruption Gan Competitiveness Perceptions panking 7005 Index 2008 Index 2005 AFT 16 a4 9 58 35 15 6 16 2 URE WV 87 2 20 14 10 4 95 32 2 36 35, 18 15 5 8 82 1 a7 43 va uu 97 a a 14 6 42 50 9 86 6 2 89 2B 34 65 a7 2B 10 W 92 a 91 20 10 86 7 Global Competitiveness index: from World Economic Forum (2006), Global Competitiveness Corruption Perceptions Index: relates to perceptions of the degree of corruption as seen by business people and country analyst and ranges between 10 (highly clean) and 0 (highly corrupt). Source: Transparency International (2006). Exports Ranking: 50 Leading exporters and importers in world merchandise trade, 2005. ‘Source: WTO (2006). for the first time ever, a developing country accepted in- tegration with a highly advanced economy without any financial support except for managed trade and promises of direct investment. Before NAFTA, the idea of integra- tion was the European Union model. Criticism of NAFTA should be tempered by reality and realpolitik. It would be politically impossible for business corporations and the US Executive branch to sell the European integration model to Congress. It requires macroeconomic coordination, joint trade negotiations and financial support to other member Canta leremsacionat OuruaKo 2007 Global Corruption Competitiveness Perceptions Index 2008 Index 2005 sta ‘Australia 19 88 china 5h 32 Hong Kong u 83 India ry 29 Japan 7 73 South Korea a 50 Malaysia 6 51 New Zealand 2 96 Singapore 5 94 Taiwan 13 59 Thailand 35 38 lenge in economic development, then, is how to create the conditions for rapid and sustained productiv- ity growth”? Since independence from Portugal and Spain in the XIX century, there were several attempts at politi- cal and economic integration in Latin America and the Caribbean. After 15 ‘years of the existence of MERCOSUR and 12 years of Mexico's integration Exports Ranking 2005 a7 in the North America Free Trade Area 3 (NAFTA), how are the main econo- u mies of Mexico, Brazil and Argentina 9 globally positioned? fl In order to answer the question above, three sets of indicators, 2006 2 Global Competitiveness Index (GCI), 19 the Corruption Perception Index (CPD 2005 and WTO exporting rank- ma ing 2006 are used in Table I. Countries are grouped according to geograph- ic location and/or trading-integra- B tion blocs, ie., NAFTA, EU, Asia and MERCOSUR. The global competitive- ness index (GCI) provides qualitative ‘eet 69 28 46 data on how countries are positioned Bolivia 92 25 ma in the global economy as far as attract- Brazil 66 37 2B ing investments, doing business and cite a 73 45 greral oe, of life for thei citizens. corruption perception index wor paraeLet) 08 a c as a proxy to evaluate economic per- Uruguay 3 59 wa formance.” Essential public work such Venezuela 88 23 38 as roads, bridges, schools, hospitals (despite cost overruns) is always fin- ee ished in advanced countries. Corrupt Global Competitiveness Index: fromWorld Economic Forum (2006), Global Competitiveness. officials and politicians are punished, Report 2006-2007. most of the time. Public work in a de- Corruption Perceptions index: relates to perceptions of the degree of corruption as seen by business people and country analyst and ranges between 10 (highly clean) and 0 (highly ‘corrupt). Source: Transparency international (2005). Exports Ranking: 50 Leading exporters and importers in world merchandise trade, 2005. ‘Source: WTO (2006). countries. More importantly, labor mobility is a key factor at the advanced stage of a common market, something un- thinkable in the US political system. ‘Competitiveness: How Latin America is positioned in the global economy? ‘The main objective of economic integration in Latin America and the Caribbean is to be competitive in the global economy. According to Professor Michael E. Porter of Harvard Business School: “The world economy is not zero-sum game. Many nations can improve their pros- perity if they can improve productivity. The central chal- (Canta lvremsactonat, Ourvano 2007 veloping country is kept unfinished and, when finished, presents cost over- runs that sometimes bankrupt public finances. Corrupt public officals and politicians are seldom found guilty and/ or punished. ‘The use of export ranking index deals with the question of trade-wealth creation and in- come distribution. The set of indicators would be com- plete if education had been included. Knowledge is a key proxy to measure economic competitiveness and quality of life. Latin America is consistently below world stan- dards in primary, secondary and university education lev- els. The ranking of university quality teaching illustrates this point. Among the top two hundred best universities in the world, there are only two located in the region ie. Universidad Auténoma de Mexico (UNAM), ranking 193 and Universidade de Sao Paulo (USP), ranking 195." 7 ‘What does Table I tell us? Mexico is well ranked in trade due to strong links with the United States but com- petitiveness is low and perception of corruption is high. Income generated by exports of goods and services worth $215 billion in 2005, including 1.8 million of barrels of oil a day [Banco de Mexico's statistics] is highly concen- trated in the hands of a few. Since NAFTA came into ef- fect in December 1994, the number of Mexicans seeking to enter the United States illegally increased substantial- ly. Nearly half of the country's 106 million people live in poverty. However, it has more billionaires [10 as of 2005] Increasingly, knowledge of Latin America’s culture and politics allows Chinese diplomats to avoid past mistakes made by Western developed countries. than Switzerland according to Forbes magazine's list of the world richest people. A recent in-depth World Bank report concludes that concentration of wealth is the main con- straint for economic growth.” The state of Nuevo Leon, capital Monterrey and Chiapas, capital Tuxtla Gutierrez illustrates the relation between wealth, trade creation, re- gional inequality and concentration of income. Monterrey, along the US border, has the highest per capita income in the country and a sophisticated manu- facture industry highly integrated to North America’s pro- duction chain. The state enjoys a high rate of literacy and its political-business elites are comfortable with US cultu- re, Tuxtla Gutierrez, bordering Guatemala, has the lowest per capita income in the country and a subsistence-type of agriculture as the main activity. It holds a very large illiterate population and the highest poverty level in the country. Domestic political dynamics explains such regio- nal contrast. As elsewhere in Latin America, the political system creates regional inequality and a highly skewed in- come distribution, enhanced further by trade creation we- alth generated in the last decade. Brazil’s socio-economic picture is a mirror image of those of Mexico. The states of Sao Paulo, capital Sao Paulo and Maranhio, capital Sao Luis are the counterparts of Nuevo Leon and Chiapas. Chile holds the best competitiveness ranking for a Latin American economy with a good export performan- ce and low perception of corruption. Chile's success story is due to economic reforms undertaken in the 1970's and 1980's. These reforms included reduction of import tari- ffs, attraction of foreign direct investment, prudent fiscal and monetary policies to control inflation while maintai- ning a favorable exchange rate to promote exports. The country’s economic reforms were only possible after lea- ving the “Comunidad Andina de Naciones” in 1976, a cus- tom union type of integration incompatible with Chile’ s decision of unilateral import tariff reduction, Despite Chile’ success in promoting natural resour- ces based exports, it is still unable to develop an effective 8 strategy to create knowledge-based products. Switzerland's ranking (1) in competitiveness illustrates this point. This European country success is due to good institutions and competent macroeconomic management, areas in which Chile stands in the same league as Switzerland. Also, Swiss ‘world-class educational system has focused on technology and innovation that leads to a successful strategy for boos- ‘ing competitiveness. In this requisite, Chile has along way to go in relation to advanced countries. MERCOSUR as a platform to compete in the dyna- mic sectors of world economy has failed so far. Brazil and ‘Argentina have very low marks on com- petitiveness, perception of corruption is high and trade position is mediocre for countries with great export potential. Brazil’s ranking as the 11" economy in terms of sizes irrelevant given its (low) ranking in competitiveness and high perception of corrup- tion. China and India present levels of competitiveness not much better than Brazil. However, if Brazil, Argentina and Mexico are having problems competing with Chinese and Indian manufactured goods today, what will happen in a few years when both Asian economies will certainly be better positioned? Latin America’s main lesson is that trade-based inte- gration of an emerging economy with an advanced one is not a short cut and/or a solution for underdevelopment. ‘Trade wealth creation, not accompanied by compensatory public policies, exacerbate an income gap between regions and social groups. This situation leads, inevitably, to poli- tical turmoil and social unrest. Democracy, as practiced in Latin America and the Caribbean, has failed to provide an effective solution for income distribution. From a histori- cal perspective, it has created few winners and millions of losers. Finally, there is a connection between competitiveness, corruption, trade and security-defense. Countries highly competitive, with strong trade position and low levels of corruption have modern public defense forces, extremely costly nowadays. Also they provide better internal security for their citizens against violence and crime, Conversely, countries with poor levels of competitiveness, weak trade position and high levels of corruption have outdated de- fense forces and cannot provide adequate domestic pro- tection for their citizens against violence and crime. This is true for MERCOSUR and Mexico, except for Chile that provides adequate internal security and is rapidly moder- nizing its armed forces. ‘MERCOSUR: Strengths and Vulnerabilities “The strengths and weaknesses can be grouped into three areas: Institutional framework, perception of the eli- te and strategy of insertion into (dynamic) areas of glo- bal trade. There is a divorce between the theoretical pro- ject of constructing a custom union, aimed at becoming a Canta leremsacionat OuruaKo 2007 common market, and the day-by-day reality. A free trade area, requisite for a full custom union, has not been esta- blished yet. The integration bloc lacks rigor and discipline to apply norms and regulations agreed upon. Three four- ths of approved community norms and regulations were never adopted by each country, since there is no penalty and/or incentive to do so. Despite the existence of a con- flict resolution mechanism [Protocolo de Olivos] to settle commercial disputes, another instrument [Mecanismo de Ajuste Competitivo-MAC] was signed between Brazil and Argentina in 2006. This mechanism resembles a safeguard type of instrument, prohibited in a custom union. Important segments of the political, business, academic and diplomatic corps lack strong belief in the integration process. They argue that economic integration among oor countries is bound to fail since there is not a single ‘example of a success story until now. Another weakness is lack of competitiveness of Brazilian and Argentinean ma- nufactured goods in the global markets. This leads to bila- ‘eral conflicts of difficult resolution. As manufacture goods lose competitiveness in extra-regional markets, exporters start to compete for a (relatively) small market offered by the integration bloc. The conflicts between Argentina and Brazil mirror those of the European Union in agriculture products, revealing in both cases low levels of competiti- Brazil - the largest economy of MERCOSUR - illustra tes the (unsolved) problem of how to implement a com- prehensive strategy to increase competitiveness of manu- factured goods. For more than a decade, the country has been experiencing low rates of growth, that can be descri- bed in macroeconomic terms as follows: High public debt [60%/GDP] combined with high real interest rates + over- valued currency + heavy taxation [39%/GDP] = Average GDP growth of 2.5% year. Besides a mediocre growth rate, the unfavorable macroeconomic framework induces a high marginal propensity to import and a low propensi- Latin America’s main lesson is that trade-based integration of an emerging economy with an advanced one is not a shortcut or a solution underdevelopment. ty to export products with high value added. In turn, this increases the share of low value added commodities in the balance of payments. In addition, a tight public budget po- sition, caused by payment of public debt, prevents allot- ‘ting much-needed funds to upgrade the decaying and an- ‘tiquated infrastructure. Therefore, macroeconomic policy can and must be changed in Lula’s second term in office. ‘The question is how long it will take to turn the economy around. ‘The shortcomings of the macroeconomic policies cited (Canta lvremsactonat, Ourvano 2007 above, combined with an antiquated and decaying infras- tructure, are causing trouble to producers and exporters to compete domestically and internationally. The country is rapidly losing market share in products such as shoes, tex- tiles, clothing, transport vehicles, machine tools, chemi- cal products and steel that were highly competitive in the past. The problem is compounded by low literacy rates and poor training of the working force that prevent develop- ment of knowledge-based industry. Consequently, levera- ged companies are starting to move production outside the country, in a rapid process of internationalization. Steel, mining, food processing, pulp-paper and construction are leading the way. The presence of Brazilian multinational companies is already being felt in South America and el- sewhere. In 2006, for the frst time ever, Brazil’s foreign di- rect investment surpassed those coming into the country. ‘The acquisition of INCO, a Canadian mining company, worth $18 billion by Vale do Rio Doce exceeded the total foreign direct investment in Brazil during 2006. This eco- nomic phenomenon deserves academic research because of its implication for domestic social policies. Internationalization strengthens companies; make them more profitable but leads to job losses domestically. ‘The possible hollowing out of the industrial base is a se- rious socio-economic problem because of the high degree of urbanization [90%] of the country. Already, Brazilian major cities are populated by an increasing army of thou- sands of poor-uneducated young men and women that, with easy access to guns, are creating a lethal social pro- blem of crime and violence. If industrial de-basing is per- mitted to happen, the consequences will be serious since urban violence and crime will become more out of control. To find a solution for this complex conundrum should be the top priority for President Lula in his second term in office and his successor in 2010. Finally, despite conflicts and differences, MERCOSUR has been expanding with inclusion of Venezuela that be- came full member on the symbolic date of 4 July 2006, Commercial-economic links with other South American coun- tries have been strengthened due to the internationalization process of Brazilian companies. The bloc’s continuity can be explained by internal and external factors. ‘The weak institutional framework descri- bed previously, paradoxically, is a strength since its ‘flexi- bility’ helps to withstand constant political and economic crises within the bloc. If MERCOSUR had adopted a rigid system of rules and regulations, similar to the European Union-NAFTA, the bloc would have collapsed a long time ago. ‘The impasse on WTO-Doha, FTAA and EU talks also ‘works to strengthen the bloc because regional integration remains the only game in town to be played. China's de- mand for commodities helps the bloc since it guarantees 9 for a large and steady flow of hard currency. One school of thought argues that the world’s economic paradigm has been changed by the spectacular growth of the Chinese and Indian economies for the foreseeable future. If that proves to be the case, MERCOSUR ~strong on natural re- sources based exports - will continue to benefit from this shift in paradigm. Part Ill. Outlook for MERCOSUR-China Relations “The future is always elusive but what can we expect from China-Latin America’s relations in the near future? As the title of this paper proposes, will the relation be of partnership or rivalry-conflict? To attempt to answer tho- ‘se questions, the endgame of WTO-Doha trading talks is used to do an exercise of scenario-construction. The best- case scenario is a successful ending of Doha-FTAA talks combined with sustainable growth of the world economy. ‘The worst-case scenario is ‘status quo’ ie., impasse and/or collapse of Doha-FTTA talks combined with a slow down of the world economy. México, Central America-Caribbean = Neutral or Negative ‘Scenario Il. Negative Outcome Doha-FTAA Talks Brazil-MERCOSUR = Negative México, Central América-Caribbean = Negative Scenario I. A successful ending of Doha-FTAA talks im- plies better market access to the agro-business. Brazil- ‘MERCOSUR, agriculture and bio-energy powerhouse is a clear winner. The result is neutral or negative for Mexico, Central America and the Caribbean since they are net agri- cultural importers. Brazil- MERCOSUR trading position is strengthened since improved access to high-income ma- kets can be translated into a permanent improvement in the balance of payments position. This, in turn, gives extra time to update infrastructure and improve productivity of ‘manufactured goods. Mexico, Central America-Caribbean continues to suffer fall court pressure from Chinese im- ports and worsening trade position with the Asian eco- omy can be expected. The only solution for Mexico is to continue attracting large amounts of foreign direct invest- ‘ment, upgrade antiquate infrastructure, significantly im- prove education-training of the working force and promo- te an effective income-distribution policy. ‘Scenario IL. The status quo of impasse and/or collapse of Doha-FTAA talks is very dangerous for Latin America because the balance of payments becomes vulnerable to abrupt changes in external conditions. Trade conflicts can escalate in sensitive areas of steel-related production of consumer goods and automotive manufacturing. This scenario can turn even worse if the world economy slows 10 down, stagnates or goes into recession. This worst case is an acid test for economic-commercial relations with China because diplomacy and cooperation will be first casualty all over the world. In this case, for Mexico, highly dependent and integrated into the North American market, the results ‘would be catastrophic, Brazil-MERCOSUR perhaps could fare better since ithas a relatively large domestic market to fall back on and a diversified trade-exporting base. ‘The outcome of the FTAA talks, included in the two scenarios above, is a question for a post-Bush administra- tion. It can opt out from two policy positions to deal with Latin America: (D Keeping the status quo of benign neglect [High probability]. China’ presence in the region continues unabated. Only a serious conflict Beijing-Brasilia (highly unlikely) could check the Asian influence in South America. Beijing can prevent escalation of trade disputes through fine-tuning of economic di- plomacy. In case bilateral trade balance turns highly negative for Brasilia, it can be compensated via spee- ding up direct investment in Brazilian natural resour- ces-based industry and infrastructure. (ID) Engages Brazil-MERCOSUR with an integration agenda that cannot be refused [Very low probabili- ty]. A merging of MERCOSUR-NAFTA creates a hybrid integration process with components of free trade and the European model. This implies making (politically) difficult concessions on immigration and financial assistance to Latin America. This (hi- ghly unlikely) scenario is the only chance to counter China's growing presence in South America. A tight, highly integrated Western Hemisphere would beco- me a strategic rival rather than a partner of China. ‘Summary-conclusions: The answer is not in China or in the stars. ‘To sum up, this paper concludes that China emergence has already been felt in the Western Hemisphere, creating winners and losersin the short run. Using boxing asameta- phor, the first round is over. In one corner, the bruised eco- nomies of the United States-Mexico. Next to US/Mexico, the still unscathed economy of Brazil-MERCOSUR. In the opposite corner, the Chinese economy observing with a mixture of joy-apprehension the next round. What will happen next is difficult to forecast. A simple exercise sho- ws that under different assumptions, the relation can vary from partnership to rivalry. However, under different as- sumptions-scenarios, economic and trade cooperation between China-Brazil/ MERCOSUR has the best chance to be sustained and prosper. Global political, economic, cul- tural and technological factors are highly favorable to such outcome. However, at the end of the day ~ as the current saying goes ~ it is up to each country to make difficult choices Canta leremsacionat OuruaKo 2007 for grabbing up opportunities offered by globalization. The formula for success is quite well known but difficult to put together and be implemented. It requires a well-prepared political elite, sensible economic policies, highly educated- trained working force and a political system that provides ‘opportunity for the majority and not for a privileged mi- nority. China seems to be in the right path of that formula. Latin America has a long way to go in finding the right combination of that winning prescription. Notes * See NOGUEIRA, UZIEL B. China, la gran carta para el MERCOSUR. Diario Clarin, Edicién Domingo 27.06.2004. Link: htt://www.clarin.com/suplementos! economico/2004/06/27/n-02801.htm 2A good plece of analytical work on China-Mexico is done by ENRIQUE DUSSEL PETERS (http//dusselpeters.com ‘The Implications of Chinas entry into the WTO for Mexico. Heinrich Boll Stiftung. Global Issues Papers number 24/ November 2008. 3 OXFORD ANALYTICA in-depth analysis: Latin America: Region is losing ground to competitors - November 17, 2006 “INTER-AMERICAN DIALOGUE-IAD: China’ Relations with Latin America: Shared Gains, Asymmetric Hopes. By Jorge I. Dominguez et al, Harvard University. Working Paper = Washington DC 2006. Link http://wwwthedialogue.org/ publications/2006/summer/china.pdf S INTER-AMERICAN DEVELOPMENT BANK- IDB: The Emergence of China ~ Opportunities and Challenges for Latin ‘America and the Caribbean, David Rockefeller Center for Latin American Studies, Harvard University Press for the Inter American Development Bank. Washington DC, 2006, At the bank's website ttp://wwwladb.org/int/1_ English/2, Divisions/ alTDhtm ‘a series of update research papers on China-Latin America can be found. *M. MESQUITA MOREIRA. Fear of China: Is there a Future for Manufacturing in Latin America? INTAL-ITD Occasional Paper 36. Buenos Aires April 2006. Link http: wwwzladb.org/intal/aplicaciones/uploads/publicaciones/ LINTALITD OP 36 2006 Moreira.pdf 7 Chapter draws on NOGUEIRA, UZIEL B: MERCOSUL Politico e Social -Integracao ou (Dés)Integracio? Mimeo. ‘Trabalho apresentado na Fundagio Memorial da América Latina. Sto Paulo, 27-28 Marco 2006, The Institute for Integration of Latin America and the Caribbean (INTAL) provides the best collection of annual reports on MERCOSUR. Link http://wwwwJadb.org/intal detalle_subtipo.asp?tid=68idloma=esp&stid=5&cld=234 * World Economic Forum (http://www.weforum.org/), Global ‘Competitiveness Report 2006-2007. See WORLD BANK: Towards a fairer world: Why (Canta lvremsactonat, Ourvano 2007 4s corruption still blocking the way? Goals, Themes and Outcomes. By Plerze Landell-Mills. Washington DC 2006. http://www.12iacc.org/archivos/12IACC- GoalsThemesAndOutcomes.pdf. A recent (2006) World Bank's Independent Evaluation Report concludes that although the Bank’ anti-corruption efforts have been successful in bringing legal and regulatory reform to many countries, the organization hhas frequently failed to follow up with the necessary enforcement. Rather than aiming for sweeping reforms, the report suggests that the Bank should focus on public spending. ‘While corruption is acknowledged as a significant problem, Little is known about the most effective means of fighting it. 1 For details and methodology used for ranking the 200 best. universities in the world, see link http://r1epfl.ch/webdav/site/r/shared/Ranking pdf ® World Bank: The Inequality Trap and its Links to Low Growth in Mexico. Isabel Guerrero, Luis Felipe Lépez-Calva and Michael Walton. Draft. Washington DC, November 2006, Link http://siteresources.worldbank org/INTMEXICOINSPANISH/ Resources/walton-espanol-24-11 pdf See OXFORD ANALYTICA in-depth analysis: EAST ASIA: CAN THE REGION SURVIVE A US SLOWDOWN? = November 28, 2006, The report says that East Asian economies are still highly dependent of the US market, particularly China with the highest dependence index. It goes saying that other emerging economles in the region have in effect substituted dependence on the US market for indirect dependence, via China. This rising export-orientation towards China reflects a regional division of labor in which the Chinese economy operates as a central assembler and export of finished manufacture to global markets, The report concludes that ‘while East Asta continues to enjoy rates of economic growth ‘that are far superior to those in other regions, the structure and durability of the growth model has yet to be tested by any severe slowdown in US demand that is not compensated for by demand increases elsewhere nk, Quem quer a América do Sul que queremos? Luiz Augusto Souto Maior uando ainda candidato a Presidéncia da Repiilica, Luiz Inécio Lula da Silva escreveu que um objetivo central da politica externa de seu governo seria “garantir uma presenga so- berana @Brasil no mundo” Falando jé como Presidente, Lula deixou claro em seu discurso de posse que um forte regionalismo sul-america- no seria peca fundamental dessa atuacio internacional que cle desejava pautar globalmente pela assertividade: “a gran- de prioridade da politica externa durante o meu governo sera a construgio de uma América do Sul politicamente estivel, préspera e unida, com base em ideais democriticos ce de justiga social” O passo inicial para a consecucio desse objetivo seria a “revitalizagio do Mercosul, enfraquecido pelas crises de cada um de seus membros e por visdes mui- tas vezes estreitas e egoistas do significado da integragio” Para tanto, caberia fazer “os arranjos institucionais neces- sérios, para que possa florescer uma verdadeira identidade do Mercosul e da América do Sul’. E como que para nio deixar qualquer diivida de que, na sua percepsio, o que se buscava com essa aproximagio entre o Brasil e os demais paises sul-americanos era mais do que a integrasio econd- mico-comercial, afirmava que “0 Mercosul, assim como a Taiz Augusto Souto Maior é diplomata aposentado. Foi Embaixador junto as Comunidades Européias, e Ministro Conselheiro na Delegagao permanente em Genebra. 12 integragao da América do Sul em seu conjunto, € sobretudo sum projeto politico” (grifo meu). Alguns aspectos chamam imediatamente a atengio nes- sa proclamagio de objetivos e prioridades, que combina uma enfitica afirmagio de assertividade no mbito mun- dial com uma redobrada énfase num regionalismo que se concentra na América do Sul, relegando a um segundo plano, se nao ignorando, velhas idéias de pan-americanis- ‘mo e mesmo de latino-americanismo. ‘A importincia atribuida ao sul-americanismo € mais nova na énfase do que na substincia. Ainda na década de 1990, o Brasil ja propusera a criagio de uma Area de Livre Comércio Sul-Americana (ALCSA), embora sem abando- nar formalmente o velho ideal de integracao latino-ameri- cana, inspirador da ALALC e da ALADI. Ja neste século, numa iniciativa de maior visibilidade politica e jornalisti- «a, 0 Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu a realizacio, em Brasilia, de uma reuniio de ciipula dos paf- ses sul-americanos. Para os formuladores da nossa politica externa, 0 desejo ~ ou pelo menos a aceitagio pragmiti- ca da idéia ~ de uma retragio geogrifica do regionalismo continental nao é, pois, novidade. Em artigo publicado poucos meses antes da realizacio da I Reuniio de Caipula da América do Sul, o Embaixador Luis Felipe Lampreia, entio nosso Ministro das Relagdes Exteriores, assinalara “a convergéncia de percepydes dos paises da América do Sul quanto oportunidade e reais possibilidades de levarmos adiante um projeto pragmsti- Canta lermmacionat, OvrunRo 2007 co de organizagio do espago sul-americano”. Ressaltou também a especificidade da América do Sul, sobretudo no ambito econémico-comercial, o que justificaria terem sido deixados de fora da reuniio programada a América Central e 0 Caribe, “vinculados de forma mais préxima e direta & América do Norte, em particular aos Estados Unidos’ Ficava assim clara a intengio de promover for- malmente um novo regionalismo continental, distinto tan- to do pan-americanismo como do latino-americanismo, com énfase nos aspectos econémico-comerciais, mas nio necessariamente limitado a eles. Nao havia ruptura com pan-americanismo ou com o latino-americanismo, insti- tucionalmente formalizados na Organizagio dos Estados Americanos e no Sistema Econémico Latino-Americano, ‘mas ficava clara a intengio de atribuir importincia espe- cial 4 “organizagio do espaco sul-americano” ‘Apesar disso, o que nenhum Presidente anterior tinha feito era assinalar a construgio de uma América do Sul A importancia atribufda ao sul-americanismo é mais nova na énfase do que na substancia. Ainda na década de 1990, o Brasil j4 propusera a criagdo de Area de Livre Comércio Sul-Americana. tunida e democritica como a prioridade mais alta de sua politica externa ou, menos ainda, colocé-la como parte de ‘um projeto maior de poténcia emergente. A novidade que parece implicita no discurso do atual Presidente nao é, pois, © sul-americanismo como tal, mas a aparente intengio de fazer da América do Sul um dos pilares da sua politica de “garantir uma presenga soberana do Brasil no mundo” E isso nos leva a outro aspecto que chama a atengio no dis- curso de politica externa do atual governo brasileiro. Em tese, ha um conflito entre a intengio de assertivi- dade soberana no plano mundial e 0 propésito de apro- fundar os vinculos da integracio regional, agora tratada como um projeto politico. Um processo de integragio que va além da mera liberalizagio do comércio de bens e ser- vigos entre os paises que dele participam aumenta 0 peso internacional de cada um deles, mas o exercicio efetivo das soberanias respectivas vé-se restringido pelas normas de funcionamento do agrupamento politico-econdmico de ‘que passaram a fazer parte. O efeito da integrasio poli- tico-econémica sobre a projesio externa do pais é, pois, ambivalente. Tal ambivaléncia é pouco significativa no caso do pais- lider de um agrupamento multi-nacional, quando ele goza de tal preeminéncia dentro do grupo que sua lideranga sé excepcionalmente & objeto de questionamento pelos de- mais. Trata-se, porém, de hipétese extrema, praticamente ‘86 encontrivel em aliangas politico-militares dirigidas con- tra algo que seja geralmente percebido pelos aliados como ‘uma ameaga externa comum. Nelas, 0 perigo exdgeno age como elemento aglutinador e disciplinador da alianga, e a (Canta lvremsactonat, Ourvano 2007 principal poténcia militar pode tornar-se, conforme o seu ‘grau de superioridade, o lider inconteste da coligagio. Foi, por exemplo, durante mais de quatro décadas, 0 que ocor- reu com os Estados Unidos em questées politico-estratégi- cas relacionadas com a Guerra Fria. ‘No caso, entretanto, de processos de integragio politi- co-econémica, o maximo a que se pode realisticamente as- pirar € a um entendimento suficientemente estreito e firme entre os principais paises-membros, de modo que sua ago coordenada possa assegurar o desenvolvimento satisfat6- rio do projeto. Em tltima anilise, foi o que ocorreu com © processo de integracio europeu, que dificilmente teria prosperado como prosperou - apesar de alguns impor- tantes acidentes de percurso ~ sem a cooperagio franco- alema ‘A situagio da América do Sul 6, entretanto, muito dis- tinta. Inexiste um fator politico, regional ou extra-regional, que seja geralmente percebido pelos paises da regido como real incentivo & integragio entre eles, como ocorreu na Europa. Assim, os grandes projetos de integracao latino- americanos formalizados pelo Tratado de Montevidéu I, de 1960, ~ que crioua Associagio Latino-Americana de Livre Comercio (ALALC) - e 0 Tratado de Montevidéu II, de 1980, - que criou a Associagio Latino Americana de Integragao (ALADI) - nao chegaram sequer perto do seu objetivo declarado de criar um mercado co- mum dos paises de colonizagao ibérica do continente. E no se pode dizer que tenham falhado por uma exagera- da abrangéncia geogrifica, j4 que projetos sub-regionais ‘bem mais s6brios no mimero de paises que pretenderam integrar, como 0 chamado Grupo Andino e 0 Mercosul, ‘também ficaram muito aquém das metas estabelecidas pe- los respectivos instrumentos constitutivos. Na verdade, 0 que parece ter havido nos exemplos citados ~ tanto nos mais com nos menos amplos geograficamente ~ foi um claro descompasso entre objetivos formalmente definidos € aparentemente aceitos e a disposicdo de persegui-los na pritica. Dito de outra maneira, nao parece ter havido, em qualquer dos casos mencionados, a percepgio geral de que a integragio traria, ao conjunto dos Estados-membros a cada um deles individualmente, beneficios que, global- mente, seriam maiores do que os sacrificios topicos ou se- toriais que cada qual teria de fazer para levi-la adiante. A auséncia de tal percepcao comum, sobretudo por parte dos principais participantes, condenaria ao insucesso qualquer projeto de integracio, sobretudo na medida em que visasse a objetivos que fossem além dos beneficios quantificaveis decorrentes da mera liberalizagio do comércio intrazonal de bens e servigos. Mercosul e sul-americanismo Para o tema deste artigo, 0 caso do Mercosul, declara- damente visto em Brasilia como o niicleo de uma futura 13 América do Sul integrada, é particularmente ilustrativo. 0 ‘Mercado Comum do Sul representa a culminagio formal da fase de aproximagio brasileiro-argentina, iniciada com aassinatura do Tratado Tripartite, de 1979, entre o Brasil, a Argentina e 0 Paraguai, que pés termo ao contencioso relativo a0 aproveitamento hidroelétrico do rio Parané. Seguiu-se, no ano seguinte, 0 Tratado de Cooperagio ‘Nuclear, que passou a disciplinar as relagdes entre os dois paises no campo da energia nuclear. Eliminavam-se dessa A situacdo da América do Sul é muito diferente da do processo de integracdo europeu. Aqui inexiste um fator politico, regional ou extra-regional, reconhecido pelos icentivo a integracdo entre pafses da regido como real eles, como ocorreu na Europa. forma dois grandes empecilhos politicos ~ na época, apa- rentemente os principais — a uma aproximacao econémica ‘mais profunda entre os dois paises. Em 1985, a assinatu- ra da Ata de Iguagu pelos Presidentes José Sarney e Raiil Alfonsin formalizou esse desejo de aproximagio recipro- «ca, que levaria, em julho de 1986, ao estabelecimento do Programa de Integragio e Cooperacio Econémica Brasil- Argentina. Em novembro de 1988, foi dado um novo pas- so, com a assinatura do Tratado de Integragio, Cooperagio e Desenvolvimento, que previa a criagio, no prazo de dez anos, de um espaco econémico comum, por meio da eli- minagéo gradual de barreiras tarifirias e nio-tarifirias 0 intercimbio entre os dois pafses. Em julho de 1990, os Presidentes Fernando Collor e Carlos Menem decidiram acelerar o processo, antecipando para 1994 o prazo para o estabelecimento do mercado comum argentino-brasileiro. ‘Como era de prever, o Uruguai e 0 Paraguai procuraram associar-se ao processo de integracio dos seus dois vizi- hos maiores. Assim, em 26 de margo de 1991, foi assinado o Tratado de Assungio (TTA), que, em seu artigo 1, previa o estabele- ccimento, até 31 de dezembro de 1994, de um mercado co- ‘mum entre os Estados Partes, com a livre circulagio entre les de bens, servigos e fatores produtivos. Hoje, decorri- dos mais de dezesseis anos desde a assinatura do Tratado de Assungio, o mercado comum que deveria ter sido esta- belecido em pouco menos de quatro é apenas uma unio aduaneira incompleta. O grande éxito do Mercosul foi a enorme expansio do comércio intrazonal durante os pri- ‘meiros anos de vigéncia do TA. ‘Mesmo este bom resultado parece, entretanto, ter entra- do em relative declinio. Assim, o Brasil, que em 1998 teve 17,8% de suas vendas extemas destinadas ao Mercosul, vviu essa percentagem cair para 9,9% em 2005. No caso da Argentina, a parcela de suas exportacdes totais destina- das ao Mercosul subiu de 16,5% em 1991 para 36,5% em 1997, mas, em 2005, ja baixara para 19,2%. No Uruguai, as percentagens correspondentes foram de 35% em 1991 14 ede 42,7% em 2001, mas baixaram para 23,5% em 2005 No Paraguai, as vendas para os demais Estados Partes, que chegaram a 63,4% do total em 2001, declinaram para 54% em 20053 Enquanto isso, pouco se fazia no sentido de “determi- nar a estrutura institucional definitiva dos érgios de admi- nistragio do Mercado Comum, assim como as atribuigdes especificas de cada um deles e seu sistema de tomada de decisdes’, conforme determinado pelo artigo 18 do TA. Em suma, pode-se dizer que os anos 80 e 0 comego dos 90 do século passado foram uma década gloriosa no tocan- te & aproximacio politica e a definicio dos objetivos de uma ampla integragio econémica entre o Brasil e a Argentina, inicialmente, e logo entre os dois maio- res protagonistas do processo e seus vizinhos menores, Paraguai e Uruguai. Quando se tratou, porém, de passar do discurso a pritica, tornou-se objetiva- mente claro que faltava, sobretudo entre os dois principais protagonistas, a convergéncia de percepgdes politicas in- dispensivel a concretizagio do que fora acordado. ‘Até certo ponto, a divergéncia subjacente & relativa pa- ralisagio do Mercosul é compreensivel, embora, de um onto de vista mais amplo, suas conseqiiéncias devam ser consideradas prejudiciais aos dois paises. Para a Argent outrora o principal pais da América do Sul, pode ser dificil levar aquele projeto de integracao sub-regional a um grau de aprofandamento que lhe daria necessariamente um al- cance politico, sabendo que nele o Brasil teria, quase inevi- tavelmente, uma situagdo de preeminéncia. Em tiltima and- lise, isso contribuiria para firmar a posigio do Brasil como principal pais - econémica e politicamente ~ da América do Sul. Por outro lado, vista a questio do ponto de vista brasileiro, a restrigio de autonomia inerente ao aprofun- damento da integragio dos paises do Cone Sul s6 se justi- ficaria se, através do seu processo de tomada de decisdes, 0s arranjos institucionais necessarios & administragio do Mercado Comum assegurassem ao Brasil uma preeminén- cia proporcional ao seu peso econémico e demogrifico na sub-regido. Em tais circunstincias, tem sido considerado mais ficil manter 0 projeto como um mero esquema de liberagio limitada do comércio entre os Estados partes do que enfrentar os desgastes internos mais imediatos ineren- tesa qualquer formula de conciliagao das sensibilidades de tum com as aspiragées do outro. Assim, na pritica, € essa atitude minimalista que tem prevalecido. ‘Aos problemas decorrentes dessa falta de convergéncia de percepyées politicas entre Brasilia e Buenos Aires so- ‘mam.-se aqueles relacionados com a insatisfagio dos sécios menores, como bem ilustra aatual situacéo do Uruguai. Por tum lado, vé-se as voltas com uma disputa com a Argentina em torno da construgio de duas fabricas de celulose em territério uruguaio, junto a fronteira entre os dois paises, cujo fancionamento, segundo Buenos Aires, poluiria 0 rio Canta leremsacionat OuruaKo 2007 contiguo. Por outro, seu atual governo proclama o desejo de modificar © Mercosul, que, tal como hoje existe, jé nio interessaria a Montevidéu. Consegtientemente, procura negociar um acordo bilateral de comércio com os Estados Unidos. Dados todos esses fatores,é dificil ver como o Mercosul, mesmo que ainda limitado aos quatro signatarios do Tratado de Assungio, poderia , num futuro previsivel, constituir-se em nticleo de uma desejada, mas necessaria- mente problemitica, unio politico-econémica dos paises da América do Sul. Para além do Mercosul Enquanto essas dificuldades entre os signatarios do ‘Tratado de Assungio permanecem sem solugio, a ascen- io de Hugo Chavez a presidéncia da Venezuela, com suas idéias sobre um nio muito claro “socialismo do século XXI" ea promosio de uma “alternativa bolivariana para a América’, criou um complicador adicional para 0 pro- jeto brasileiro, bem menos heterodoxo, de integracao da ‘América do Sul. ‘As linhas mestras da atual diplomacia de Caracas pa- recem claras. Trata-se de criar em nosso continente ~ sob a lideranga da Venezuela e com a ajuda dos recursos fi- nanceiros a ela assegurados pelos altos precos do petrleo = um bloco de orientagio nacionalista, socialista e anti- americana. Até agora, suas principais reas de atuagao tém sido a regiéo andina, o Caribe e a América Central, sendo seus principais aliados Bolivia, Equador e Cuba. £ claro, porém, que o lider venezuelano pretende ampliar a for- ae 0 ambito geogrifico de sua influéncia. Seu programa Petrocaribe, pelo qual fornece petréleo em condigdes fa- voraveis a quatorze paises, seus esforgos para fazer do pro- jetado Banco do Sul o brago financeiro da politica externa Em um quadro geral j4 pouco propicio ao americanista de Brasilia, surgiu o ativismo politico- diplomatico de Hugo Chavez, que, promovendo seu “socialismo do século XXI” e um anti-americanismo militante, se contrap6e ao projeto brasileiro. venezuelana (tentando inclusive atropelar o Brasil), sua ajuda financeira a Argentina, seu pedido de ingresso no ‘Mercosul (cuja aceitacao plena apenas depende da aprova- ‘s40 dos Congressos brasileiro e paraguaio) e sua tentativa de reduzir ~ inclusive por meio de um circuito paralelo de visitas oficiais ~ 0 impacto da viagem de Bush América do Sul deixam pouca diivida a respeito. Hi, pois, um nitido cesforgo da parte de Caracas no sentido de usar os recursos provenientes do petréleo para ampliar sua influéncia na América do Sul e no Caribe. E sua ambigio de projecio externa nao parece limitar-se ao continente, como ilustra- do pelos recentes entendimentos com o Ira. Todo 0 ativismo diplomatico de Caracas baseia-se, (Canta lvremsactonat, Ourvano 2007 entretanto, numa visdo politica divergente da orientaggo nacional ¢ intemacional de Brasilia, que segue uma poli- tica econémica ortodoxa, procura atrair 0 capital estran- geiro e, ja antes da posse do atual Presidente, declarava sua intengo de desenvolver com Washington uma relago madura, de carater dominantemente estratégico, em que 0 Brasil seria percebido por Washington, no dizer do nos- so Ministro das Relagdes Exteriores, como um parceiro “indispensavel para a estabilidade da América do Sul ¢ mesmo da Affica"*. Em outras palavras, o Brasil, apesar das frequentes acusagdes de anti-americanismo feitas a sua atval politica extema, trata de néo se posicionar como um adversario dos EUA: aparentemente, aspiraria antes a ser visto por Washington como um parceiro independente, porém, util, sobretudo no ambito regional. Nesse contexto, uma situagio de lideranca efetiva — declarada ou no — na América do Sul seria altamente relevante. Em nossa circunvizinhanga, as politicas externas da ‘Argentina e da Venezuela tendem, entretanto, a dificultar a consecugio de tal desiderato. A primeira nao parece ter uma visio consistente e alternativa ao projeto brasileiro de integracdo sul-americana, coisa que, se existe, talvez ainda pudesse oferecer uma area de divergéncia negocis- vel. Até agora, a atuagio da Argentina no continente tem tido, porém, um carster algo tortuoso. A década de 1970 foi marcada por um clima de desconfianga, quando nio de confrontagio, entre Brasilia e Buenos Aires. A partir de 1979, superados, como antes assinalado, os aspectos mais, sensiveis da fricsio entre os dois paises, seguiu-se uma década de distensio politica bilateral e mesmo de aproxi- magao formal argentino-brasileira, que, entretanto, pouco prosperou no plano das realizagdes priticas, Em particular, a politica externa do governo Menem, marcada pela retori- ca de mau gosto do declarado desejo de “relagdes carnais” com os Estados Unidos, caracterizou- se pelo distanciamento correlato entre Buenos Aires e Brasilia. A ascensio de Néstor Kirchner & presidéncia assina- Jou uma certa reaproximacio com 0 Brasil, em tese facilitada pela orienta- «io sul-americanista do governo brasi- leiro e sua declarada intengio de fazer do Mercosul © micleo da desejada integracio do nosso sub-continente. Do ponto de vista argentino, tal reapro- ximagio parece, entretanto, ter limites relacionados com as suscetibilidades nacionais anteriormente assinaladas, conforme indicado pela reticéncia de Buenos Aires em re- Iago a esquemas sul-americanistas como a Comunidade Sul-Americana de Nacées ou sua resisténcia as aspiragdes do Brasil de se tornar membro permanente do Conselho de Seguranga das Nagdes Unidas. Neste sentido, o ativis- mo regional de Hugo Chavez surgiu como algo duplamen- te conveniente para 0s nossos vizinhos do Prata: passou a oferecer um contrapeso a lideranga brasileira e veio acom- panhado de um apoio financeiro particularmente ttil aum 15 leal sul- pais que, apesar da extraordinéria recuperagio dos diltimos anos, ainda luta com consideriveis problemas econémi- cos. Segundo a imprensa, Caracas ja teria comprado mais de USS3,3 bilhdes em titulos argentinos. Em resume, seria provavelmente exagerado dizer que 4 politica externa de Buenos Aires esteja em rota de coli- sio direta com a de Brasilia, j4 que, como antes assinala- do, inexiste uma proposta argentina alternativa ao proje- to brasileiro de aprofundamento e institucionalizagio do Mercosul, que, na visio de Brasilia, deveria ser inclusive dotado de uma politica externa comum. Na verdade, a atu- agio argentina parece mais orientada no sentido do apro- veitamento do esquema de integracio sub-regional com vistas & defesa da sua balanga comercial com o Brasil do ‘que no de qualquer objetivo politico mais ambicioso, regio- nal ou extra-regional. Paralelamente, Buenos Aires parece ‘opor-se determinadamente a qualquer projeto, regional ou internacional, que possa aumentar a projegio politica do Brasil. Em qualquer hipétese, trata-se de uma orientagio {que inibe os esforcos brasileiros de tratar 0 Mercosul e a integragdo sul-americana em seu conjunto como “um pro- jeto polit ‘Quo vadis América do Sul? As consideragées feitas até aqui levam-nos & percepsio da América do Sul como um mosaico politico de dificil in- terpretasio. Por um lado, parece licito supor que os paises da regio, todos a bragos com sérios problemas econémi- cos e sociais de carter estrutural, tenham como preocu- agio comum, subjacente a diretrizes mais especificas de governo, a superacio do subdesenvolvimento. Por outro, inexiste uma visio comum ~ ou pelo menos convergente = de como atingir tal objetivo, de como deveria estrutu- rar-se a relagio entre os Estados sul-americanos e de qual devers ser a posicio do subcontinente no mundo. ‘Uma nogio difusa de solidariedade latino-americana tem provado ser demasiado vaga para oferecer, na pritica, base adequada para qualquer projeto politico efetivo, de Decorridos mais de dezesseis anos desde a assinatura do Tratado de Assuncdo, o mercado comum que deveria ter sido estabelecido em pouco menos de quatro anos é apenas uma unido aduaneira incompleta.. Ambito regional. A reducio geogréfica do tradicional lati- no-americanismo aos limites da América do Sul no tem modificado tal estado de coisas. Tragos da relagio histérica centro-periferia ainda parecem marcar mais fortemente a ‘opiniao piblica sul-americana do que as aspiragdes de in- tegragio regional. Assim, 0 acesso dos paises andinos a0 Amazonas € geralmente visto pelas respectivas opinides nacionais antes como “uma saida para o Atlantico” do que como um vinculo com o Brasil. Da mesma forma, do lado brasileiro, uma rodovia transandina é geralmente descrita 16 como uma via de acesso mais direto ao oceano Pacifico € aos mercados asisticos, no como um passo adicional na direcio da integragio fisica do continente. Paralelamente, quando paises sul-americanos optam por uma politica econémica ativamente nacionalista, nio se percebe qualquer esforgo concreto no sentido de dar um contetido regional a tal orientacio, como exemplificado pelos episédios que marcaram 0 tratamento recente dis- pensado & Petrobris pelo governo de La Paz. ‘Assim, apesar da retérica de solidariedade regional, a pritica de priorizar o relacionamento com 0 mundo (so- bretudo com os paises desenvolvidos), nao com a regio, tem sido a tendéncia dominante. Até relativamente pou- co tempo atras, o Brasil, no plano concreto, nio era exce- 40. Quando, em fins da década de 1990, Brasilia se viu na contingéncia de abandonar a chamada “Ancora cambial” € deixar flutuar o real, na pritica desvalorizando-o, nio pa- rece ter-se preocupado particularmente em tomar cautelas especiais em relagdo aos possiveis efeitos da medida so- bre o Mercosul. Na realidade, tais efeitos foram pequenos, mas a Argentina, superdimensionando o impacto poten- cial da nova politica brasileira e proclamando o perigo de uma inundagéo do seu mercado pelos nossos produtos, sugeriu a dolarizagéo dos paises do Mercosul. Em suma, uma decisio de politica monetaria brasileira - acertada, porém tomada sem as cautelas desejaveis no ambito regio- nal - teve, da parte de seu principal parceiro no Mercosul, uma reagio que, em vez de buscar uma solugio dentro do ‘grupo sub-regional, priorizava os vinculos com os Estados Unidos. Em suma, trata-se de um quadro geral que, se nao re- vela uma oposigio coletiva clara ao projeto brasileiro de integracao da América do Sul, tampouco permite discernir a determinacio comum de integrar-se que seria necessi- ria & concretizagio da meta sul-americanista de Brasilia. E 0 fatos tendem a confirmar tal apreciagao. A ALALC, criada em 1960, levou vinte anos sem sequer aproximar- se significativamente da meta final de estabelecimento de ‘um mercado comum latino-americano. A ALADI, que a substituiu em 1980, no teve maior éxito. © Mercosul, com apenas quatro integrantes plenos, sur- sgiu em 1991 com o compromisso, entre outros, de estabelecer, num prazo de ‘menos de quatro anos, “a livre circula- gio de bens, servicos e fatores produtivos” entre os Estados artes, mas ainda nao conseguiu criar sequer a estrutura institucional necesséria para funcionar como uma drea de livre comércio eficiente. ‘Nesse quadro geral jé pouco propicio ao ideal sul-ame- ricanista de Brasilia, surgiu o ativismo politico-diplomsti- co do Presidente venezuelano, promovendo o seu “socia- lismo do século XX1’, sua “alternativa bolivariana” e um anti-americanismo militante. Pritica e conceitualmente, tal ativismo se contrapée ao projeto sul-americanista de Canta leremsacionat OuruaKo 2007 Brasilia, explicitamente democritico, implicitamente base- ado na economia de mercado e politicamente moderado, mesmo em suas divergéncias com as grandes poténcias. Até 0 momento tanto Brasilia como Caracas, em sua re- t6rica geral, fingem, entretanto, nao ver contradigao entre as respectivas posigdes. Uma questio que se coloca é até quando, sera considerado politicamente util - e mesmo possivel - manter tal jogo de cena? ‘A Venezuela tem tido seu ingresso no Mercosul apoiado por Buenos Aires e, talvez mais surpreendentemente, pelo Executivo brasileiro, apesar de ainda nao ter finalizado as negociagdes para aderir & Tarifa Externa Comum (TEC) ¢ enfrentar, por isso mesmo, a oposigio da industria brasi- leira & aprovacio do respectivo protocolo de adesio pelo ‘Congreso. Segundo alta fonte da Confederagio Nacional E diffcil ver como o Mercosul, mesmo que ainda limitado aos quatro signatarios do Tratado de Assuncdo, poderia, rem ndcleo de uma uniao polftico-econémica dos pafses da América do Sul. num futuro previsivel, se consti da Industria, a entidade nao trata de “contradizer a posi- , 30 de junho de 2007. Canta leremsacionat OuruaKo 2007 nk, Sistema mundial y Mercosur: globalizaci6n, regionalismo y politica exterior Raul Bernal-Meza 1 presente aporta elementos de anilises sobre el proceso de internacionalizacién de la eco- nomia regional del Mercosur, en el marco de la mundializacién de la economia en la déca- da reciente. Se evaliian los aspectos politicos @ ideolégicos de la globalizacién y del nuevo orden, con sus repercusiones sobre las politicas externas de los paises del bloque. Se comienza por una sintética descripcién del fancionamiento, interpretacién, naturaleza y evolucién del sistema mundial y sus subsistemas politico, econémico y eidético-cultural, a la luz de locual se revisa la interpreta- cin sobre la “crisis” del Estado. A esta visi6n macro sisté- ‘mica se vincula el anilisis del Mercosur, haciendo, de paso, algunas consideraciones teéricas. En este contexto, se ex- ponen algunos aspectos sobre los cuales el autor considera deberia centrarse el debate en torno al futuro del Mercosur y se analiza su situacién actual y perspectivas. Introduccion La politica exterior es uno de los instrumentos de la po- litica publica de los Estados, cuyo ambito de preocupacién ¥ accién es el sistema internacional. Con sus tres dimen- siones, politico-diplomatica, militar-estratégica y econé- mica, proyecta al escenario externo estrategias y objeti- vos, derivados de un proceso decisorio en el cual, si bien ‘Raiil Bernal-Meza es Doctor en Sociologia (Sobornne = UCA), Profesor Titular Exclusivo de la Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires y Profesor de la Universidad de Buenos Aires. Canta leremacionaL Ovrusno 2007 estén involucrados distintos actores, tanto internos como externos, la decisién tiltima, es tomada por actores guber- namentales domésticos. Esta decisién - se supone ~ res- ponde a un conjunto de intereses compartidos por toda la sociedad nacional en sus interacciones con el mundo, la cual determina los objetivos y opciones de la politica exte- rior (Tomassini, 1987, Russell, 1990), Entre los valores hoy predominantes en las sociedades, latinoamericanas estén el desarrollo, la autonomia, la paz ¥ estabilidad en su entorno inmediato y respeto a la diver- sidad cultural y la democracia. La mayoria de estos valores compartidos son oportunidad y fundamento para acciones de diplomacia colectiva y creacién de distintas redes de co- operacién e integracién. Asi, con el fin de realizar esos va- lores, dentro de la politica exterior pueden darse diversas ¥ coexistentes estrategias; entre ellas, las de cooperacién integracién institucionalizadas, sean éstas bilaterales, su- bregionales o regionales. Como la politica exterior es una e indivisible, s6lo po- demos abordar el estudio de un proceso especifico, como el Mercosur y su significacién en la politica externa, ana- lizando ésta en su conjunto. Es decir, no puede haber una politica exterior cuyos marcos de accién y objetivos ge- nerales difieran de los que se propone la politica externa El presente articulo se basa en el curso-seminario de postgrado que el autor dict6 en PROLAM, Programa de P6s-Graduagao em Integracao da América Latina, da Universidade de Sao Paulo - USB, en el mes de noviembre de 2000, 19 hacia un determinado esquema o proyecto de integracién; pero todo ello en el contexto de un sistema mundial que tiene constantes y factores de cambio. Por lo tanto, para abordar un anilisis sobre el Mercosur se requiere clarificar, previamente, tres aspectos: 1) la identificacién del escenario de la politica yla econo- mia mundiales, pues alli se insertan las respectivas po- Iiticas exteriores de lo Estados-miembros y el proyecto de integracién en su conjunto; 2) laidentificacién del diseio del Mercosur, segtin el con- texto anterior, para percibir si el mismo retine las con- diciones necesarias para enfrentar los desafios prove- nientes del sistema mundial o si el modelo Mercosur es, funcional al cambio, segiin las condicionalidades deri- vadas de escenario externos cambiantes. 3) El anilisis, comparativo, de las politicas externas de los socios principales: Argentina y Brasil, para percibir cudles son, en cada caso, los escenarios y desafios que cada una de ellas identifica y debe hacer frente. Sélo es posible comprender el sistema internacional fa historico, es decir, desde la comprénsion de sus caracter{sticas genético-formativas. analizandolo desde un punto de ‘A partir de estas lineas de trabajo, nos planteamos el desafio analitico del Mercosur. Ocho preguntas nos permi- ten acercarnos a su abordaje: 1) {Qué es el Mercosur como instrumento de politica? 2) {Cémo analizar su operacionalidad y grado de efica- 3) :Qué relacién tiene con la politica de los Estados miem- bros? 4) ;Qué relacién tiene con los cambios y tendencias glo- bales de la economia y la politica? 5) sCémo interpretamos todos estos fenémenos? 6) ;Cuil deberfa ser Ia esencia de las relaciones interna- ionales de los paises en desarrollo? 7) gBs similar el objetivo de las relaciones internaciona- les de los paises desarrollados a aquella de los paises en desarrollo? 8) ;Son, por tanto, similares los objetivos e intereses de proyectos como la Unién Europea, el NAFTA-ALCA que los de un proyecto como el Mercosur? El problema del método de anélisis Uno de los problemas bisicos que enfrenta cualquier abordaje como el que nos proponemos se refiere al método de anilisis. En nuestro caso, tal como hemos desarrolla- do en diversos estudios y libros', adoptamos como mar- co de referencia la teoria de Sistema Mundial Moderno. Consideramos que es la teoria més completa y con mayor 20 fuerza explicativa sobre la dindmica de cambios estructu- rales del mundo internacional contemporaneo. Por otra parte, este corpus tedrico es convergente con la linea de in- vestigacién del estructuralismo latinoamericano. Sus tesis bisicas seftalan que la trayectoria hist6rica mundial sélo puede entenderse si se visualiza al mundo como una totali- dad articulada, en cuyo interior coexisten funcionalmente centros y periferias, capitalismo y Estados-naciones, a fin de perpetuar los rasgos estructurales del modelo de acu- mulacién en escala global. El sistema internacional, en la medida en que tiende a la conformacién de una econo- mfa-mundo ~ 0 a la configuracién de un sistema econd- mico mundial unificado - constituye la principal unidad y nivel de andlisis. América Latina, en tanto subsistema, se encuentra inmersa en esta estructura mundial, suftien- do distorsiones y condicionada histéricamente por el nivel supra-sistémico, en la capacidad de generar desarrollo au- tocentrado. Siguiendo la tradicién de abordajes como los de Pirenne, Braudel, Baran, Wallerstein y Arrigi, la trayecto- ria de Ia sociedad mundial contemporinea ~ desde sus inicios, como un sistema moderno (siglos XV - XVI) ~ debe ser visualizada como una unidad, con una sola di- vvisién del trabajo internacional (DIT) y miiltiples sistemas estaduales y culturales. La existencia en su interior de miil- tiples sistemas nacionales (0 estado-nacionales) asegura la continuidad de una economfa-mundo y no la imposicién de un solo “imperio-mundo’. Para entender la crisis y actual etapa del sistema hist6- rico contemporaneo, al inal del siglo XX y comienzos del siglo XX1, debemos comprender, en primer lugar, cémo el proceso de formacién de la economia-mundo y la gestaci- 6n de un capitalismo global ha funcionado histéricamente hasta el presente mismo, segiin las siguientes etapas: 1) la jerarquizacién del espacio, sobre la base de una divi- sién internacional del trabajo (técnica y social); 2) una economia-mundo integrada, asimétricamente, por centros y periferias; 3) la creacién de una estructura de alcance mundial, pola- rizada en dos clases de naciones; 4) la creacién de Estados de fuerza desigual, funcional ala apropiacién de los excedentes y a las transferencias de valor econdmico desde las periferias hacia los centros mundiales. En sintesis, sdlo es posible comprender el sistema inter- nacional - su forma actual, sus contradicciones y conflictos ~ analizandolo desde un punto de vista histérico, es decir, desde la comprensién de sus caracteristicas genético-for- mativas, que se traducen en el desarrollo desigual (politi- co-estratégico y econémico) de los Estados-naciones y de las regiones. Canta leremsacionat OuruaKo 2007 En la medida que no puede haber nada semejante al desarrollo nacional con independencia del funcionamiento del sistema mundial (Wallerstein, 1974, p. 390), tanto el destino de nuestros paises en desarrollo como el proyecto ‘Mercosur dependen de las estrategias que se adopten para enfrentar las distorsiones y condicionamientos derivados de su posicién en la estructura de poder de la economia- mundo. En términos concretos, aplicado al Mercosur y sus Estados-miembros, se comprende que sélo de esta forma Desde mi perspectiva, globalizacién deberfa ser contrapuesta a bipolaridad. En este sentido, la globalizacién representa un triunfo de da Alianza Occidental. podemos comprender la dindmica del sistema economia- mundo y la insercién del Mercosur (y sus socios), para, de cesta forma: a) enfrentarlos desafios de la reproduccién de la asimetria, sistémica (proceso de globalizacién/mundializacién); b) los condicionantes para el desarrollo en un mundo glo- bal; ©) estudiar el impacto de los factores transnacionales so- bre as estructuras de los complejos Estado-sociedad de la periferia; 4) comprender la adaptacién funcional (o lo que los clasi- cos de a teoria de la Dependencia denominaron como la adaptacién subordinada) de las formaciones sociales alas nuevas légicas de la acumulacién a escala mundial; ejemplo: la adopcién del neoliberalismo y modelos de politica exterior como el “realismo periférico” Naturaleza y trayectoria del Sistema Mundial La interpretacién del sistema internacional se caracteri- zaria hoy por la apelacién a dos conceptos: “Nuevo Orden Mundial” y “Globalizacién’. Sin embargo, ambos concep- tos son objeto de grandes controversias y discusiones, que cexpresan la existencia de una discrepancia bdsica sobre la concepcién del mundo. Desde mi perspectiva, globalizacién deberia ser contra- puesta a bipolaridad (Bernal-Meza, 1991, 1994). En este sentido, la globalizacién representa un triunfo dela Alianza ‘Occidental basado en tres factores: 1)una alianza ideolégica en la esencia del capitalismo, entre el orden doméstico (derechos individuales y po- liticos) y los principios econémicos (economia de mer- cado); 2) una alianza militar-estratégica, en la cual los EE.UU. ‘mantienen la hegemonia de la decisién y conduccién sobre los socios (OTAN, Japén); (Canta lvremsactonat, Ourvano 2007 3) La capacidad del capitalismo central para superar sus, tradicionales crisis ciclicas. Por lo tanto, el neoliberalismo seria la ideologia de la globalizacién y el capitalismo su orden. La crisis del capitalismo gPor qué sostenemos que hay una crisis de la acumu- lacién, a la cual los Estados Unidos, la Unién Europea y Japén enfrentan con las estrategias de mundializacién? El neoliberalismo impulsé durante las décadas de los 80s. y90s. del siglo XX una politica, fuertemen- te sostenida desde los gobiernos de los grandes paises altamente industrializados, para redu- cir el “estado de bienestar” en las sociedades desarrolladas y proceder al desmantelamiento de los modelos de Estado desarrollista e inter- vencionista en la periferia, particularmente en América Latina, en la medida que el papel regulador del Estado fue considerado responsable de la declinacién de la tasa de ganancia del capital, por via de las diversas politicas de regulacién que le impuso. Esta estrategia tuvo entonces por objetivo provocar una reasignacién de la acumulacién aescala mundial. La mundializaciOn de la economia y la globalizacién financiera (como nueva etapa de transnacionalizacién) son la expresién — en tanto respuestas — de la crisis de la acumulacién capitalista. Una de sus caracteristicas es el avance del capital financiero. Su expansién, como “seftal de otofio” de los grande desarrollos capitalistas (como Génova, Amsterdam y Gran Bretaiia), tal como describie~ ron Braudel (1979) y Arrighi (1996), indica cémo a cada etapa de expansién material ha seguido otra de expansién financiera. Los ciclos sistémicos de acumulacién estén formados por dos fases expansivas. La primera, de expansién material, es seguida por una segunda, de expansién financiera, promo- vvida e impulsada por los mismos actores que protagoniza- ron la etapa o fase anterior de expansién material. Como bien ha descrito Arrighi (1996), éstos no son simples ciclos; son, también, etapas en la formacién y expansién progresi- vay gradual del sistema mundial capitalista hasta alcanzar sus dimensiones actuales (Bernal-Meza, 2000, p. 46). Asi, en esta etapa de neoliberalismo, la globalizacién es una es- trategia para enfrentar la tendencia a la tasa decreciente de ‘ganancia del capital, como consecuencia de décadas de re- gulacién, resultado del compromiso histérico capital-tra- bajo (welfare-state, estado social-demécrata, desarrollismo latinoamericano). Por lo tanto, la globalizacién financiera a escala global asocia, internamente en los Estados de la periferia, la desregulacién (tanto de los mercados laborales como los comerciales y financieros), las privatizaciones y la retraccién del Estado de diversos Ambitos de la activi- dad productiva y de servicios; propugnando, ademés, una apertura unilateral de éstos al comercio internacional. 21 EI subsistema econémico: tendencias y cambios globales La globalizacién como proceso En trabajos de hace unos afios definiamos nuestra po- sicién acerca de los origenes de la globalizacién, y la actual etapa de mundializacién, como el eslabén més actual de la acumulacién capitalista (Bernal-Meza, 1994, 1996, 1997), Esta visién se sustenta asimismo en el pensamiento de di- vversos autores con lo cuales compartimos una concepcién sistémica para la interpretacién de los procesos hist6ri- cos. Entendemos que la globalizacién actual no es un pro- ceso distinto, diferente y auténomo de la historia social y ‘econémica del sistema internacional, y es eslabén de un largo proceso, iniciado con la internacionalizacién y segui- do luego por la transnacionalizacién de las economias y de las actividades econémicas y productivas. La existencia de la globalizacién es posible slo y dentro de un sistema ‘mundial. Un sistema mundial cuya caracteristica estructu- rales el modo de acumulacién dominante (capitalismo-li- beralismo); es decir, la instancia econémica y no la instan- cia politica, como serfa el orden interestatal. El hecho que cexistan, al interior del sistema-mundo, distintas unidades politicas — los Estados-nacién, que son el aspecto politico de la forma de acumulacién dominante llamada capitalis- ‘mo ~ se explica por la naturaleza misma del sistema mun- dial: una organizacién también estatal, pero cuyo vinculo fundamental es econémico y no politico’. Sin embargo, el proceso de mundializacién actual tie- ne componentes esencialmente distintos (en términos de actores), pero no por ello diferentes en la légica que fundamenta su gestién: la acumulacién permanente; asi ‘como los recursos a la ideologia para imponer las politicas La mundalizaci6n de la economia y la globalizaci6n financiera son la expresi6n de la crisis de la acumulaci6n capitalista. necesarias, como instrumentos para impulsar el mismo (Bernal-Meza, 2000, pp. 50-51). Globalizacién y Mundializacién como procesos histérico-sistémicos El aumento constante de la productividad del trabajo, cs decir, el hecho de producir una mayor cantidad de bie- nes con el mismo costo de produccién, ha sido uno de los rasgos caracteristicos y més importantes del capitalismo, desde fines del siglo XV y comienzos del XVI (etapa en a cual se produce la expansién al mundo de la economfa eu- ropea) hasta el presente. Ello implicé el aprovechamiento ylaaplicacién de la ciencia y la técnica, puestas al servicio de la produccién, cuyas consecuencias, medidas en térmi- nos de revoluciones tecno-industriales, implicaron ciclos 2 de reestructuracién, en diversos momentos de la historia, como el que vivié la economia capitalista de los pafses cen- trales entre los afios de 1970 y 1980. La sustitucién del paradigma tecno-energético y la la- mada “tercera revolucién industrial” forman parte de las respuestas contemporineas del capital en su necesidad de obtener ese constante aumento de la productividad. Pero también ha sido justamente esa productividad la que ha diferenciado enormemente a las distintas economias, pro- fundizando atin més la brecha entre desarrolladas o alta- mente industrializadas y economias en desarrollo 0 sub- desarrolladas. La actual etapa de globalizacién, identificada también como la mundializacién del capital, se inscribe en este pro- ceso constante, asociado a la biisqueda de nuevas formas de rendimiento del capital. Los recientes desarrollos tec~ nolégicos, la aplicacién de la robstica, la informatica, la automatizacién, la bio-tecnologia, la genética y otras a la produccién han permitido un importante incremente de esa productividad, que como resultado ha levado a pro- fundos cambios en las formas de organizacién del trabajo, la organizacién industrial, el gerenciamiento empresario, la segmentacién y relocalizacién de los procesos produc- tivos y otros. ‘Tomando en cuenta lo sefialado, he aplicado el concepto de mundializacién' para identificar el proceso econémico que da cuenta de las nuevas formas que est asumiendo la acumulacién capitalista (produccién, comercio, desarrollo cientifico-tecnol6gico, inversiones) y dejar el concepto de slobalizacién para comprender tanta a éste como al com- plejo de ideas que se integran para una particular “concep- cién del mundo” La globalizacién ~ a pesar de ser una caracteristica del proceso hist6rico de mundializacién capitalista que a iden- tificado esta forma de acumulacién ~ se diferen- cia, desde nuestro punto de vista (adquiriendo connotaciones de “fenémeno reciente”) por el sistema de ideas y la concepcién del mundo que la acompaiian. Siempre hubo globalizacién como mundializacién, pero el sistema de ideas y la concepcién que sustenta su interpretacién actual es lo novedoso, en las iltimas dos o tres décadas, y que se da en el marco de otros procesos politicos y econémicos de grandes transformaciones de la economia y la politica internacionales. Entre los primero, la desintegracién de la URSS, el fin de la guerra fria y el desplazamiento del poder desde Europa-Atlintico hacia la cuenca del Pacifico, entre los segundos, el desplazamiento de la actividad econémica desde el Atlintico al Pacifico, mientras al interior de eses flujos que la caracterizan, la desconexién entre la econo- mia real (o productiva) y la economia financiera. El micleo movilizador del proceso de globalizacién y mundializacién de la economia o, lo que es lo mismo, la slobalizacién de la economfa-mundo, ha sido el crecimien- to constante de algunos sectores claves en su expansién in- Canta leremsacionat OuruaKo 2007 ter y transnacional, como la globalizacién de las finanzas, la expansién internacional de las empresas, la convergen- cia de los sistemas econémicos de “economia de mercado’, la coordinacién macroeconémica (en particular, dentro de Ia OCDE, de aquellas economias integrantes del Grupo de los Siete de la Unién Europea) y las nuevas formas de orga- nizacién y gerenciamiento de las empresas. Todo lo cul se hha acompaiiado de la difusién de nuevas tecnologias - en particular de las telecomunicaciones y de la informética ~y de la deslocalizacién (y tercerizacién) de lo procesos productivos, intra e inter sectoriales (Bernal-Meza, 2000, pp. 51-53). Siguiendo la interpretacién de Wallerstein, acerca de ‘que el proceso en marcha en una economfa-mundo tiendea aumentar las distancias econémicas y sociales entre las dis- tintas éreas en el mismo proceso d desarrollo (Wallerstein, 1991, p. 493), podemos concluir en que la globalizacién, tanto por su ideologia como por el proceso que representa, constituye hoy la expresién de las nuevas y més complejas formas de disparidad y desigualdad progresiva que el capi- talismo haya generado a nivel mundial. La mundializacién tiene a las corporaciones trans- nacionales como a sus agentes o actores dominantes, en Ja medida que son ellas las que controlan la produccién internacional integrada ~ a través de centros y filiales - y ‘manejan las estrategias de monopolizacién y cartelizaci6n, transformandose en inductoras ¢ inhibidoras de desarrollo en la periferia, La monopolizacién, un proceso que ha ca- racterizado la concentracién empresaria de los 80s. y 90s., ha sido parte fundamental en el camino de homogeneiza- cién de las estructuras de oferta y demanda en los diversos paises. Cada cambio en el modelo de sociedade y economia ha Ilevado en la historia a un cambio en el modelo de Estado. Por su parte, la regionalizacién, en tanto configuracién de grandes espacios econémicos regionales, que movilizan importantes fuerzas econémicas, sociales y politicas, ha te- nido una significativa extensién — desde el punto de vista de la dimensién geogrifica que cubren sus ejemplos ~ du- rante los iltimos quince afios. Ella expresa el transito de las “nuevas lealtades’. Es el paso de un sistema internacional de Estados con diversos grados de autonomia en la formu- lacién e implementacién de politicas internas y externas a ‘un nuevo sistema, mas amplio que cada uno de ellos, que restringe la autonomia anterior de la cual gozaban, pero ‘que se constituyen en los nuevos grandes macro niicleos de poder, ‘A través de los bloques y esquemas regionales, la re~ gulacién econdmico-social transita desde los Estados na- cionales a las regiones y bloques, transfiriéndose a éstos la autonomia de diversos ambitos de la politica publica que (Canta lvremsactonat, Ourvano 2007 antes era puramente estatal. ‘Asi, la regionalizacién es un corolario de la mundiali zzacién, y seria un paso importante hacia la configuracién de un sistema econdmico de “imperio-mundo’, porque al concentrar Ia autonomia (y el pode multiplicado de los paises que la integran) se presenta como un desafio a un sistema multilateral y abierto, al tiempo que segmenta en un reducido nimero las politicas arancelarias que en el pa- sado se repartian entre gran niimero de actores estatales individualmente considerados. Dentro del modelo de regionalizaciones se encontra- ria, con muy diferenciadas caracteristicas por cierto, el Mercosur. Esas diferencias se advierten en la comprensién de hecho que frente a los modelos “formadores de precios’, como la Unién Europea y Nafta, las economias que inte- gran el blogue del cono sur son “tomadoras de precios’, en particular de los propios productos de los cuales son exportadores natos. Los cambios de la economia mundial y los nuevos determinantes objetivos de la Divisién Internacional del Trabajo Seftalabamos al comenzar que uno de los factores que mis claramente identifican esta etapa del capitalismo his- t6rico como una nueva fase de su evolucién son los cam- bios que se advierten en los determinantes objetivos de la divisién internacional del trabajo (DIT). Siguiendo la referencia a los cambios sufridos por la economia mundial, en la sintesis sefialada por Coutinho (1996), podemos sefialar entre las principales: 1) Una etapa de acelerada transformacién tecnolégica, ca- racterizada por la intensa difusin de las innovaciones teleméticas e informaticas y por la organi- zacién y gestién en la industria u los servi- cios (como los modelos just in time y over night), que minimizan los stocks y los tiem- pos de respuestas; con modelos adaptados a las peculiaridades nacionales. 2) La répida difusién de este nuevo patrén de organizaci- 6n de la produccién y dela gestién, que acentua el peso del comercio regional intra-industria e intra-firma, en Ia medida que las demandas de mercados especificos exigen una proximidad fisica de los productores con sus abastecedores y clientes o consumidores. De esta forma, las grandes corporaciones y empre- sas oligopélicas se transforman en agentes activos de los procesos regionales de integracién comercial, en la medida que sus estrategias de produccién y mercado son preferentemente regionales 0 macro-regionales, mientras que sus estrategias tecnolégicas y financieras, siguen siendo globales o mundiales. 3) Por lo tanto, las corporaciones transnacionales conti- nian siendo los agentes clave del proceso de interna- cionalizacién ~ transnacionalizacién y simulténeamen- 23 te lideres de los procesos de formacién de bloques co- merciales’. 4) La difusién desigual de los cambios tecnol6gicos entre los paises centrales, caracterizada por la fuerte erosién del liderazgo industrial norteamericano, por la unifica- cién europea y por la pujanza industrial japonesa, con- dujo a un cuadro de policentrismo econémico tripolar, en sustitucién de la desaparecida bipolaridade nuclear- La realidad demostré6 que el Mercosur pudo avanzar en el crecimiento del comercio bilateral con poco interés politico por la coordinaci6n. millitar. Este policentrismo se caracteriza tanto por el surgimiento de los grandes bloques comerciales como también por la pluripresencia de bancos y empresas transnacionales originarias de las principales economi- as por la fragmentacién del sistema monetario interna- cional, en que junto al délar aparecen el yen y el marco aleman como monedas de reserva. 5) A nivel del sistema, estos desequilibrios revirtieron la posicién de Estados Unidos como polo principal, transformindola de nacién acreedora a nacién deudo- ra, La transnacionalizacién financiera, el surgimiento de nuevos mercados y el aumento del giro corriente de transacciones en el mercado de cambio disponible (spot) global ~ que es de 1 trillén de délares por dia ~ se acompaiia de una gran volatilidad de las tasa de cambio, 6) Una notable intensificacién de las inversiones directas, en el exterior por los bancos y corporaciones transna- cionales de los paises centrales, que ha contribuido a au- mentar la interpenetracién patrimonial de los sistemas capitalistas nacionales, con la emergencia en los afios 805s, de los inversores “institucionales” en los mercados de capitales (fondo de pensién, compafiias de seguros), aumentando el volumen y la diversificacién de los por- tafolios (en mercados de cambio, mercados de titulos piiblicos, bolsas de valores, etc.) Estas caracteristicas tienden a integrar mis estrechamente los mercados de capitales en los paises desarrollados. 7) Una intensa y desigual transformacién y cambio tec- nolégico, con diferenciacién de las estructuras indus- triales y empresarias entre los paises avanzados, resul- tando en grandes y persistentes desequilibrio comer- ciales, erosién de anterior hegemonias y la afirmacién de nuevos competidores dindmicos mundiales (Japén, Alemania), que caracterizan un escenario policéntrico (triada), complejo e interdependiente entre si, cada vez mis interdo en el campo de las transacciones cambia- rias y finacieras. 24 El subsistema politico: globalizacién y crisis del Estado-nacién sPor qué hablamos de crisis del Estado-nacién, en esta etapa de globalizacién/mundializacién? Por qué es im- portante abordar este tema, en el contexto de un estudio 0 anilisis critico del Mercosur? Comenzamos por la segunda cuestién. Es impor- tante abordas el tema de la “crisis del Estado” porque el Mercosur es un modelo interestatal, donde los Estados conservan el ejercicio absoluto de la decision. Si un Estados se encuentra en una situacién de “crisis’, sea politica y/o econdmica ésta repercute en sus relaciones externas generando: retraccién, inmovilis- mo, pérdida de la iniciativa y falta de compromiso y cum- plimento de los acuerdos ya negociados. sPor qué hablamos de una “crisis del Estado”? En realidad, es necesario ajustar la expresi6n ala verda- dera naturaleza de las dindmicas de cambio. Cada vez que tuna sociedad se enfrenta a un cambio de su patrén tecno- productivo se produce un cambio en los componente de la estructura social y éste repercute en la organizacién politi- ca-social nacional y, por lo tanto, en el Estado. La globalizacién/mundializacién, tal como la hemos descrito aqui, esta induciendo un cambio en los modelos econdmicos, tecnolégicos y sociales de los paises, pro- vocando un cambio en las politicas de desarrollo y del Estado. Cada cambio en el modelo de sociedad y economia ha Ievado en la historia a un cambio en el modelo de Estado, en sus instituciones, en el modelo de insercién interna- ional y en las relaciones entre Estados y sociedad. En el momento actual, la crisis se ha asociado a los nuevos con- dicionamientos derivados del cambio econémico-tecnol6- ico. Uno de los aspectos mas significativos derivados de los, efectos de la mundializacién de la economia ha sido su im- acto sobre los determinantes de la divisién internacional del trabajo. En efecto, de la mundializacién se derivan hoy tendencias objetivas para la divisi6n internacional del trabajo, cuyos efectos son de enorme importancia para las economias, en particular aquellas “tomadoras de precios” Entre estas tendencias merecen sefialarse: 1) La predominancia del comercio Norte-Norte y NICs de Asia: comercio intrasectorial e intra-firma, 2) La profundizacién de los patrones de especializacion intrasectorial entre las economias més desarrolladas. 3) Optima asignacién de recursos y de divisién de merca- dos entre las grandes corporaciones (CTN). 4) Acelerada erosién del paradigma sobre el ciclo del pro- ducto, 5) Creciente papel de la tecnologia, la investigacién apli- cada y la informacion en la adquisicién de las ventajas, comparativas. Canta leremsacionat OuruaKo 2007 6) Especializacién y sustitucién productiva en los sectores, de mayor valor agregado. 7) Creciente rol de discriminatorio de la investigacién La pecullaridad del sistema mundial moderno (desde el siglo XVI) es que una economla-mundo haya sobrevivido sin llegar a transformarse en un imperio-mundo, Dice Wallerstein: ‘esta pecullaridad es el aspecto politico de la forma de organizacién econémica llamada capitalism, I captalismo ha sido capaz de florecer precisamente porque la economia-mundo contenia dentro de sus limites no uno, sino miltiples sistemas politicos” (L Wallerstein, moderno sistem mundial. 1. La agricultura capitalistay los origenes de a economa-mundo europea en el siglo XVI. México DE, Siglo XXI Editores S.A, 1991, 6% edicién, p. 491). “El concepto de mundializacién podria ser entendido como tun concepto neo-marxista,utlizado por autores tan distintos como Wallerstein, Amin, Arrighi, Vidal Villa etc. Sin embargo, también es usado hoy tanto por los regulacionistasfranceses como Michel Agliett, Alain Lipietz, Jacques Adda, Francois Chesnais; por estructuralistas y neoestructuralistas (Bernal- ‘Meza) por académicos canadienses (J. Letourneau), asi como por economistas de formacién liberal, como J. Canals y otros. Por ejemplo, el sector automotriz, propledad de grandes corporaciones transnacionales, seha constituido en el ee de las negoclaclones comerciales entre Argentina y Brasil “ Segin a interpretacién de Luciano Tomassin! (1992, p. 73). 7 Bn el sentido espectfico de los modelos que buscan, por medio de a estrategia de integraclén, enfrentar la globalizacion/ mundializacién como un bloque. * Sistema mundial y Mercosur. Globalizacion, Reginalismo y Politicas Exteriores Comparadas, Buenos Aires, Grupo Editor Latinoamericano, 2000. Canta leremsacionat OuruaKo 2007 Bibliografia ARRIGHT, Giovanni (1996). 0 longo século XX. Rio de Janeiro, Contraponto Editora/Sio Paulo, Editora Unesp. BERNAL-MEZA, Raill (1991). Claves del Nuevo Orden ‘Mundial, Buenos Aires, Grupo Editor Latinoamericano. (1994). América Latina en la Economia Politica Mundial. Buenos Aires, Grupo Editor Latinoamericano. . (1996). “La Globalizacién: {Un proceso y una ideologia?”, Realidad Econémica, Buenos Aires, Instituto Argentino para el Desarrollo Econémico, N° 139, 1° abril-15 de mayo de 1996. . (1997). “La Mundializacién. Origenes y fandamentos de la Nueva Organizacién Capitalista Mundial’, Realidad Econémica, Buenos Aires, Instituto Argentino para el Desarrollo Econémico, N° 150, 16 de agosto-30 septiembre de 1997. . (1998). “As relagdes entre Argentina, Brasil, ‘Chile e Estados Unidos: politica exterior e Mercosul’, Revista Brasileira de Politica Internacional, Brasilia, Instituto Brasileiro de RelagSes Internacionais, Ano 41, Ne 1, 1998. . (1999). “El Mercosur: ;Regionalismo 0 Globalizacién? Tres aspectos para la decisién de po- liticas’, en Ivo Dantas, Marcelo de Almeida Medeiros & Marcos Costa Lima (organizadores), Processos de Integracéo Regional. O Politico, 0 Econdmico eo Juridico nas Relagées Internacionais, Curitiba: Jurud Editora, (2000). Sistema Mundial y Mercosur. Globalizacién, Regionalismo y Politicas Exteriores ‘Comparadas. Buenos Aires, Grupo Editor Latinoamericano/Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires. - (2000a), “Las politicas exteriores de ‘Argentina y Brasil durante los afios 90: coincidencias y diferencias’, Carta Internacional, NUPRI/USP, N° 8, ‘Ano VIII, junho 2000. BRAUDEL, Fernand (1979). Civilizacién maté Economie et capitalisme, Paris, Armand Colin. ‘CARRERA, Jorge & STURZENEGGER, Federico (copi- adores) (2000). Coordinacién de politicas macroeconé- ‘micas en el Mercosur. Buenos Aires, Fondo de Cultura Econémica. CEPAL, (1991). La coordinacién de las politicas macroe- condmicas en el contexto de la integracién latinoame- ricana. Una primera aproximacién para el caso de la integracién entre Argetina y Brasil. Santiago, Naciones Unidas, LCL/L.630, junio de 1991 COUTINHO, Luciano G. (1996). “A fragilidade do Brasil em Fase da Globalizagio’, em Renato Baumann (org.), (Canta lvremsactonat, Ourvano 2007 © Brasil e a Economia Global, Rio de Janeiro, SOBEET/ Editora Campus. RUSSELL, Roberto (1990). “Politica Exterior y tomada de decisiones en América Latina: aspectos comparativos y consideraciones teéricas’, en Roberto Russell (editor), Politica Exterior y Tomada de Decisiones en América Latina, Buenos Aires, Programa RIAL/Grupo Editor Latinoamericano. SCHWIDROWSKI, Armin (1991). “Coordinacién de politicas macroecondmicas e integracién’, Revista de la Cepal, Santiago, Naciones Unidas, N° 45. STEINHERR, Alfred (1984). “Convergente and coor- dination of macroeconomic policies: some Basic is- sues’, European Economy, Bruselas, Comisién de las ‘Comunidades Europeas, N° 20, julio de 1984. ‘TOMASSINI, Luciano (1987). “Elementos para el and- lisis de la politica exterior’, Estudios Internacionales, Santiago, Instituto de Estudios Internacionales de la Universidad de Chile, Aio XX, N° 78, abril-junio 1987. - (1992). “Desarrollo econémico e inserci- ‘n externa en América Latina: un proyecto alusivo’, Estudios Internacionales, Santiago de Chile, , Instituto de Estudios Internacionales de la Universidad de Chile, Ato XXV, N° 97, enero-marzo 1992. WALLERSTEIN, Immanuel (1974). “The Rise and Future Demise of the World Capitalist System: Concepts for ‘Comparative Analysis’, Comparative Studies in Society ‘and History 16:387-415. (1991). El moderno sistema mundial. 1. La agricultura capitalista y los origenes de la econo- mia-mundo europea en el siglo XVI. México, Siglo XX1 Editores, 6 edicion, (1996). Después del liberalismo. México DE, Siglo XXI Editores. 31 “ARTA InrEehUACIONAL La Cooperacion Internacional para el Desarrollo: fundamentos y justificaciones en la perspectiva de la Teoria de las Relaciones Internacionales Bruno Ayllon ‘veces las cosas que parecen evidentes - y la existencia de un sistema de ayuda inter- nacional podria parecerlo ~ necesitan tam- bién demostracién. Este enunciado puede ser perfectamente aplicable al estudio de la Cooperacién Internacional para el Desarrollo (CID). Es conveniente detenerse en este punto para reflexionar sobre las razones y motivos que nos llevan a cooperar con otros paises y a exponer los argumentos que justifican 0 recha- zan la propia existencia de programas y proyectos de ayuda internacional. Estas cuestiones se encuentran estrechamente relacio- nadas con la propia eficacia de la cooperacién interna- ional, en la medida en que, después de cincuenta aiios y de miles de millones de délares, la pobreza persiste en el mundo. En consecuencia, argumentarin algunos, la coo- peracién es ineficaz y, peor atin, en muchas ocasiones se ha convertido en una trampa que contribuye a perpetuar la miseria y la dependencia pues transforma a los paises subdesarrollados que dependen de la ayuda en Estados pa- Bruno Ayllén, Doctor en Relaciones Internacionales por la Universidad Complutense de Madrid (UCM), es Investigador Asociado al Instituto Universitario de Desarrollo y Cooperacién de la UCM y al NUPRI-USP. 32 sivos, con ciudadanos que no encuentran incentivos para emprender, 0 generar mecanismos aut6nomos para esca- par de la pobreza. La justificacién de la CID podria realizarse desde dife- rentes ambitos de conocimiento. De hecho, el estudio de la CID puede abordarse desde la dptica y con el instru- mental analitico de diferentes disciplinas (la Historia, el Derecho, la Economia, la Sociologia, la Filosofia, la Etica). Sin embargo, se opta por realizar una aproximacién a las razones de la CID desde la perspectiva de la disciplina de las Relaciones Internacionales, una disciplina cientifica de cardcter multidisciplinar que integra algunos de los ele- mentos de las disciplinas mencionadas anteriormente. Las Relaciones Intemacionales y la Cooperacién Intemacional para el Desarrollo (CID) Por Relaciones Internacionales entendemos la disci- plina que abarca “el conjunto de relaciones sociales que configuran la sociedad internacional, tanto las de caréc- ter politico como las de caricter econémico y cultural (..) tanto las que se producen entre los Estados como las que tienen lugar entre otros actores de la sociedad in- ternacional (Empresas Multinacionales, Organizaciones No Gubernamentales, Individuos, etc), y entre estos y los Estados"! Canta lermmacionat, OvrunRo 2007 Dentro dela disciplina, ya sabiendas dela simplificacién ‘que supone cualquier reduccién a extremos, encontramos dos énfasis en el estudio de las Relaciones Internacionales (RI), Aquellos autores que abordan las RI como el estu- dio de las relaciones de poder en el mbito internacional y aquellos otros que prefieren pensar en los aspectos socio- cos, es decir, en las relaciones de todo tipo, de conflicto y de cooperacién, entre grupos sociales determinados por poderes estatales distintos. ‘Una de las herramientas analiticas més ttiles en RI es el “Sistema Internacional” (SI) definido como “el conjunto de interacciones entre los diferentes actores internacionales” Este SI esta constituido por un conjunto de actores cuyas relaciones generan una configuracién de poder (estructu- La aparici6n de la CID en el sistema de relaciones internacionales posterior a la Segunda Guerra Mundial no fue fruto exclusivamente de motivaciones humanitarias o éticas, sino respondié mas a una coyuntura geopolitica determinada por la divisfon bipolar del mundo. 1a), dentro de la cudl se produce una red compleja de in- teracciones (procesos) de acuerdo a determinadas reglas.? Nos interesa examinar en este apartado esos dos procesos . BREUNING, M: “Foreign Aid, Development Assistance, or Development Cooperation’ What's in a name?, International Politics, vol.39, n° 3, September, pp:369-377. * ALBUQUERQUE, Francisco: “La cooperacién oficial de Espaiia al desarrollo’, Informacién Comercial Esparila, n° 702, 1992, pp. 144. * Disponibles en . ” Puede consultarse al respecto IGLESIA-CARUNCHO, ‘Manuel: El impacto econémico de la cooperacién para el desarrollo, Madrid, La Catarata/TUDC-UCM, 2005, pp. 37-39, ™ GOMEZ GALAN, Manuel y SANAHUJA, L.A. El sistema {internacional de cooperacién al desarrollo, Madrid, CIDEAL, 1999, * ALONSO, José Antonlo: “Eficacia dela ayuda: un cenfoque desde las insituciones’ en Revista CIDOB dAfers Internacionals, n° 72, 2005/2006, pp. 19-32. Disponible en . > Un anilisis desde una perspectiva tebrica en CORNAGO, Noé: “Desarrollo, Subdesarrollo y Postdesarrollo: un andlisis critico del debate contemporineo’, Cursos de Derecho Internacional de Vit6ria-Gasteiz, Tecnos/UPV, 1997, pp. 39-88. Aludo al titulo del libro ya citado de Gilbert Rist, que puede ‘completarse con la lectura de Oswaldo de Rivero, El Mito del Desarrollo, Lima, FCE, 2001. 2 MARTINEZ GONZALEZ TABLAS, Angel. Visin global de la cooperacién para el desarrollo. Barcelona: Icaria Editorial, 1995, » Ver HARCOURT, AH. “Help, cooperation and trust {in animals’, en HINDE, Robert y GROEBEL, Jo.(ed.): Cooperation and Prosocial Behaviour, Cambrigde, University Press, 1991, pp. 15-26. 2» EDWARDS, Michael: Un futuro en posttivo, La cooperacién internacional en el sigio Xi, Barcelona, Intermén/Oxfam, 2002. % ATTINA, F : La Politica Internazionale Contemporanea, ediciOn de 1983, pig.84. %HOLSTI, KJ: International Politics. A Framework for Analysis, Englewood Cliff, NJ, 1967, pag. 381. » KEHOANE, Robert.O: Después de la hegemonta. Cooperacién _y Discordia en la politica econdmica mundial, Buenos Aires, GEL, 1988, pig. 26. Bibliografia ARENAL, Celestino del. Introduccién a las Relaciones Internacionales. Madrid: Tecnos, 1990. BARBE, Esther. Relaciones Internacionales. Madrid: ‘Tecnos, 2003. CARUNCHO, Manuel Iglesia. Acabar con la pobreza: un reto para la cooperacién internacional. Madrid: Fandacién IPADE/IUDC-UCM, 2003. CORNAGO, Noé. Desarrollo, Subdesarrollo y Post-de- sarrollo. Un andlisis critco del debate contempori neo, Cursos de Derecho Internacional y Relaciones Internacionales de Vitoria-Gastéiz. Madrid: Tecnos/ UPY, 1997. FRIEDMAN, Milton. Foreign Economic Aid: Means and Objectives. Stanford: Hoover Institution on War, 1995. GEORGE, Susan. La trampa de la deuda. Tercer Mundo y Dependencia. Madrid: IEPALA/CIP, 1990. ‘GOMEZ GALAN, Manuel e SANAHUJA, José Antonio. El sistema internacional de cooperacién al desarro- No (Una aproximacién a sus actores ¢ instrumentos). ‘Madrid: CIDEAL, 1999. HAYTER, Teresa. Aid as Imperialism. Londres: Pinguin, 1971, 46 % COSTA VAZ, Aleides: Cooperagao, integragao e processo negociador. A construcao do MERCOSUL, Brasilia, FUNAG/ IBRI, 2002, pp. 27-44 ® AXELROD, Robert La complejidad de la cooperacion: ‘modelos de cooperacién y colaboracién basados en las agentes, ‘México, FCE, 2004. » SAREATI, Gilberto: Teoria de Relagoes Internacionats, 0 Paulo, Saraiva, 2005, pp. 24-29, * COSTA VAZ, Aleides: Cooperagao, integragdo e processo negociador. A construcao do MERCOSUL, Brasilia, FUNAG/ IBRI, 2002, pp. 27-44 ® Una sintesis de estos argumentos en RODRIGUEZ, Irene y SOTILLO, José Angel: “Relaciones Internacionales, Politica Exterior y Cooperacién para el Desarrollo: reflexiones para tun debate en el caso espaiiol’ Revista Espafiola de Derecho Internacional, vol. LV, 2003, n° 1, pp. 149-186. ® Un resumen de los argumentos para la ética dela cooperacién ‘en PRADO LALLANDE, Juan Pablo: “La dimensién ética de la cooperacién internacional al desarrollo, Entre la solidaridad y el poder en las relaciones internacionales’, Biblioteca Digital de la Iniciativa Interamericana de Capital Social, Etica y Desarrollo del BID, disponible en . ™ GONZALEZ PARADA, José Ramén: “Enfoques de la ayuda al desarrollo en Nieto Pereira, Luis: Cooperacién para el desarrollo y ONG, una visin critica, Madrid, IUDC/UCM ~ La Catarata, 2001, pag. 53, HETINE, Bjorn. Development Theory and the Three Worlds: Towards an International Political Economy of Development. Harlow: Longman, 1995 HOLSTI, Kalevi. International Politics, a Framework for Analysis. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1995, HOOK, Steven. National Interest and Foreign Aid. Boulder: Lynne Rienner, 1995. HUNTINGTON, Samuel. “Foreign Aid for What and Whom?” Foreign Policy. n° 1, 1971. IGLESIA-CARUNCHO, Manuel. El impacto econémico 1y social de la cooperacién para el desarrollo. Madrid: TUDC/UCM - La Catarata, 2005. KAUL, Inge et alii. Bienes Piiblicos Mundiales. La coo- peraci6n internacional en el siglo XI, México: Oxford University Press, 2001 KEHOANE, Robert O. After hegemony. Cooperation and Discord in the World Political Economy. Princeton: Princeton University Press, 1984. . Instituciones internacionales y poder estatal. Ensayos sobre la Teoria de las Relaciones Internacionales. Buenos Aires: GEL, 1993 Canta leremsacionat OuruaKo 2007 KRASNER, Stephen. Conflicto estructural: el Tercer ‘Mundo contra el liberalismo global. Buenos Aires: GEL, 1989 KRAUSS, Melvyn. Development without Aid. New York: ‘McGraw Hill, 1983. KRUEGER, Anne et aii. Aid and Development. Londres: ‘The John Hopkins University Press, 1988. LOREDO, Marisa. “Aproximaciones teéricas a la co- operacién para el desarrollo: la ayuda oficial como instrumento de la politica exterior”, Pensamiento Tberoamericano, n° 19, 1991. LUMSDAINE, David. Moral Vision in International Politics. The Foreign Aid Regime 1949-1989. Princeton: Princeton University Press, 1993. MARTINEZ GONZALEZ TABLAS, Angel. Visi6n global de la cooperacién para el desarrollo, Barcelona: Icaria Editorial, 1995. ‘MENDE, Tibor. ;Ayuda o recolonizacién? Lecciones de un ‘fracaso. México: Siglo XXI, 1974. ‘MORGENTHAU, Hans. “A Political Theory of Foreign Aid’. The American Political Science Review, vol. LVI, n® 2, 1962. . Politica entre las naciones. La lucha por el poder y la paz. Buenos Aires : GEL, 1986. NIETO PEREIRA, Lufs: “Aproximacién a los origenes y contextualizacién de la cooperacién para el desarrollo’, en Nieto Pereira, Luis, Cooperacién para el desarrollo y ONG, una visin critica, Madrid, IUDC/UCM - La Catarata, 2001. RAFFERT, Kunibert and SINGER, Hans. The Foreign ‘Aid Business. Economic Assistance and Development ‘Cooperation. Cheltenham: Edward Elgar, 1996. RIDDELL, Roger. Foreign Aid Reconsidered. Londres: ODI/The John Hopkins University Press, 1987 RIST, Gilbert. El desarrollo: historia de una creencia occi- dental. Madrid: IUDC ~ La Catarata, 2002. (Canta lvremsactonat, Ourvano 2007 RODRIGUEZ-MANZANO, Irene y SOTILLO, José Angel: “Relaciones Internacionales, Politica Exterior y Cooperacién para el Desarrollo: reflexiones para un debate en el caso espaiiol’, Revista Espariola de Derecho Internacional, vol. LV, n° 1, 2003. ROGERSON, Andrew. The International Aid System 2005 ~ 2010: Forces For and Against Change. London: ODI, 2004. SANAHUJA, José Antonio: “Del interés nacional a la ciu- dadanfa global: la ayuda al desarrollo y las transforma- ciones de la sociedad internacional’, en Gémez Galin, ‘Manuel y Sanahuja, José Antonio (Coords.): La coope- raci6n al desarrollo en un mundo en cambio. Perspectivas sobre nuevos dmbitos de intervencién, Madrid, Cideal, 2001, SOGGE, David (ed.). Compasi6n y célculo. Un andlisis critico de la cooperacién no gubernamental al desarrollo Barcelona : Icaria, 1998, STRANGE, Susan. States and Markets. An Introduction to International Political Economy. London: Pinter, 1988 - “Political Economy and International Relations’. In BOOTH, Ken and SMITH, Steve (eds), International Relations Theory Today. Cambrigde: Polity Press, 1995. WALTZ, Kenneth. Theory of International Politics. Reading: Adisson Wesley, 1979. WHITE, John. The Politics of Foreign Aid. New York: St. ‘Martin's Press, 1974. YOUNG, Oran. International Cooperation: Building Regimes for Natural Resources and Environment. London, Cornwell University Press, 1989 ZELYSTRA, Willem. Aid or Development: the Relevance of Development Aid to Problems of Developing Countries. Leyden: A.W

También podría gustarte