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Conceituagao inicial - 7 Reimbert, na Franca. A parede do reservatério foi executada com elementos cilindricos verticais (abé- badas) pré-moldados. Em tomo da parede foram dispostos fios de armadura de protensao, como mostra o desenho, os quais, sem aderéncia com o concreto, pod am se deformar quando houvesse deslocamento da parede reservattrio foi enchido com agua, e assim os fios externos foram solicitados. Em seguida foi completada a parede externa Desse modo, evitou-se 0 problema de fissuragao na parede externa, sendo que na parede interna as abébadas de concreto armado, de pequena espessura, jé fi- cavam essencialmente comprimidas em decorréncia de sua forma particular ("ar- cos" isostaticos sob pressao hidrostatica radial, fica s6 comprimidos). ‘Como se percebe, esse processo construtivo, por sinal muito criativo, permite um certo controle sobre a fissuragao da parede externa, Contudo, apresenta algu- mas limitagées uma vez que nao deixa um saldo de tensdes prévias de compressao na parede, a nao ser quando o reservatério esta vazio. Fig. 1.9- Reservatério de parede ondulada auto-protendida Hé outros processos de construgdo de reservatérios protendidos, com uso de cabos pésracionados. Como no caso de exemplos anteriormente citados, as par- tes da estrutura sdo concretadas deixando-se dutos pelos quals podem ser dispos- tos cabos de protensdo, que sao posteriormente tracionados. Pode-se dizer que essa 6 a forma mais corrente de aplicagao da protensao em estruturas diversas, a ‘ser fartamente comentada durante as exposi¢des em sala de aula Os exemplos da cobertura pénsil e do reservalério com parede ondulada tem ‘em comum a auto-protensdo, mas as armaduras tem comportamentos distintos. No caso da cobertura pénsil, a armadura é pré-tracionada pelo carregamento da cobertura, e apés o preenchimento das juntas, a transferéncia de tensdes ao con- creto ocorre por aderéncia do concreto colocado nas juntas com os cabos, ou seja, por aderéncia inicialmente desenvolvida No caso do reservatério de parede ondulada, como decorréncia do proprio pro- cesso de construgdo, temos um caso de armadura ndo-aderente. 8 - Fundamentos do Concrete Protendido — J.B de Hanai A protensao com aderéncia inicial é largamente empregada na produgao de e- lementos pré-fabricados em pistas de protensao, Nessas pistas de protensao, fios ou cordoalhas de ago especial sao previamen- te estirados com auxilio de macacos hidrdulicos que se apoiam em blocos (ancora~ gens) de cabeceira; s6 ento as pecas sao concretadas, e apés o suficiente ganho de resisténcia do concreto, os fios ou cordoalhas sao liberados, A forga de protensao, como no caso da cobertura pénsil, é transferida por ade- réncia da armadura de protensto ao concreto. © emprego da protensdo com aderéncia inicial, em pistas, permite a produgao em larga escala de elementos estruturais, principalmente os de caracteristicas line= ares, em que uma das dimensdes predomina sobre as demais, e de secdo trans- versal pouco varidvel (vigas, estacas, paingis de piso e fechamento lateral, etc.) Principalmente por esta razdo, & muito utilizada em fabricas de componentes para edificagdes, superestruturas de pontes, fundagdes @ outros elementos, As pistas de protensao tém comprimento entre 80 e 200 m, tendo em vista a ca- pacidade de produgao da fabrica, a tipologia dos componentes a serem nela produ= Zidos, a dimensao do terreno, 0 comprimento comercial dos fios e cordoalhas de aco especial para protensdo, o curso dos macacos de protensao Condos ancoradas ingividumente nos pore ‘CABECEIRA ATIVA © shapes de reardo CABECEIRA PASSIVA slementos pr fabicados crate de protest Grade de protegto—Y L = I IL = I oo. peae a Spm canpnrto ual api sno 80 200m Fig. 1.10- Esquema de uma pista de protensédo tipica Enfim, as pistas fazem parte de um conjunto de instalagbes de produgso, o qual pode chegar a constituir um complexo industrial, com centrais de concreto, equipa- entos de transporte e elevagao (pontes e pérticos rolantes, guindastes), caldeiras @ redes de vapor para cura acelerada, oficinas para construgao de formas @ equi- pamentos de protensao, etc eer er es Pretagao | | colocacae Posiciona- Limpeza das] | ™entedos | laos ios efou| | da armacu mento das Tena a! FM coon PY zeenas Fa apache paw eines ou 1 Tempo de ciclo: 24 horas (em geral) J Corte aos fios eiou Alivio Rotirada Cura do sersuet cordoainas/ \gmm| da emt cas fmm concroto feat Oat fbamonto [| pré-tracao formas (evaper) concroto transporte Fig.1.11- Fluxograma tipico de operagdes em uma pista Conceituagao inicial - 9 (© esquema da Fig. 1.11 mostra um fluxograma tipico de operagdes em uma pis- ta de protensao, demonstrando as principais atividades que sao realizadas dentro de um ciclo de 24 horas para produgao de elementos pré-moldados de concreto protendido. © uso de um conjunto de técnicas relativamente requintadas (produ ‘¢40, langamento e adensamento do concreto mecanizados, formas especiais, cura vapor, cimento de alta resistencia inicial, e protensao) permite que no prazo de um dia se produza um lote de pegas que ja podem ser despachadas para o local da ‘obra e montadas, A produgao de elementos pré-moldados de concreto protendido também pode sser realizada por outra maneira, com aderéncia posterior, sem uso de pistas espe- ciais de protensdo e outras instalagdes fixas. Por exemplo, vigas pré-moldadas de superestruturas de pontes podem ser pro- duzidas em canteiro de obras no local de implantacao, © depois transportadas & posicionadas sobre as travessas de apoio ¢ pilares. Para execugao dessas vigas, por ocasiéo da montagem das formas ¢ das ar- maduras, 8&0 instalados também tubos flexiveis (em geral de chapa metalica corru- gada) chamados de bainhas pelos quais so introduzidos os cabos de ago que pro- Piciarao a execugao da protensao. ‘As bainhas devem ser perfeitamente estanques, de modo que quando as vigas forem coneretadas, néo haja penetrago de concreto ou calda de cimento no seu interior, deixando assim o espago livre para a passagem da armadura de protenséo. Depois de ter 0 concreto atingido resistencia suficiente (com cura normal ou acelerada), 0s cabos de aco de protensao, passantes pelas bainhas, sao traciona- dos por meio de macacos hidrdulicos. € efetuada entao a ancoragem dos cabos nas suas extremidades, utiizando-se dispositivos especiais (ancoragens em cunha, poreas rosqueadas, blocos especiais de concreto, etc.) AvcoRAGEN FREYSSINET 12 CORDOALAAS fo" Fig.1.12- Exemplo de aplicago: protenséo _—_—*Fig.1.13- Exemplo de ancoragem com cunhas com aderéncia posterior de ago Nesse momento, o elemento estrutural de concreto passa a sofrer, portanto, as solicitagbes devidas @ protenso e também do seu peso préprio. A armadura uli zada na protensdo, entretanto, ndo esta aderida ao concreto, uma vez que os ca- bos estavam passantes (ivremente, a nao ser pelo atrito) pelas bainhas. ‘A aderéncia entre cabos e bainhas, e por conseguinte com todo o elemento es- trutural de concreto, 6 efetuada pela injogdo, com equipamento apropriado, de cal- da de cimento no interior das bainhas de modo a preenché-la completamente. A protenséio com aderéncia posterior, realizada por meio de processos como es- 10 - Fundamentos do Conereto Protendido — J.B de Hanai te agora comentado, tem uma larga utilizagao, sobretudo em obras como pontes, barragens, grandes reservatorios de agua, contengao de taludes, coberturas de grande vao. Pela sua flexibilidade, aplica-se em quase todo 0 campo da Constru- 40 Civil Atualmente, aplicagées da protenso com cabos néo-aderentes tm sido de-~ senvolvidas, sobretudo tendo em vista a melhoria das condiges de manutengao das estruturas. Em muitos casos, a protensao é feita por meio de cabos extemnos, isto 6, a armadura ativa nao fica embutida dentro das pegas de concreto. Depois de um certo periodo de uso, havendo constatagao de problemas de deterioragao da armadura, é mais facil substituir essa armadura de cabos externos nao-aderentes, A.utiizacao de armaduras de protensdo fabricadas com caracteristicas espect ais, como as cordoalhas engraxadas, permite a execugdo de protensao com cabos nao-aderentes embutidos, Como se descreve com mais detalhes em capitulos se- guintes, as cordoalhas engraxadas, além de serem banhadas em graxa de prote- (940, so revestidas com plastico (polietileno de alta densidade), que as protegem contra corrosao e impedem a sua aderéncia ao concreto. Graxa para protegio permanente cantva cocoate Cordoalha Ret. Eugénlo Causuro Rf, Eugéni Cauduro Fig.1.14- llustragéo de protenso com cabos Fig.1.15- Constituigdo das cordoalhas ‘externos engraxadas Um outro exemplo de aplicacao da protensao pode ainda ser citado: 0 da pro- tensdo de pavimentos de pistas de aeroportos, efetuada com macacos hidréulicos externos. © pavimento & executado em concreto armado, tomando-se 0 cuidado de se diminuir a0 maximo 0 atrito com 0 solo, dispondo-se membranas de plastico entre as placas e 0 terreno. Nas juntas entre paingis do pavimento, so colocados e acionados macacos hi- draulicos que aplicam esforgos de compressao nas placas. Posteriomente, sao colocados calcos de concreto © os macacos podem ser retirados. Evidentemente, na cabeceira das pistas devem haver um bloco de reagao que transmita os esforcos ao terreno, uma vez que ndo ha placas adjacentes. Deve-se salientar desde j4 que esse tipo de protensdo, feita com dispositivos externos, e nao com armadura de protensdo interna, apresenta o inconveniente de grande perda de protensao ao longo do tempo, em conseqliéncia da fluéncia e da retragao do concreto, o que sera discutido mais adiante. A iilima observagao permite a incluséo aqui de alguns comentarios gerais sobre ‘a questdo de dispositivos internos ou extemos de aplicagéo da protensao. Em alguns exemplos, inclusive aqueles apresentados logo no inicio, a protenséo aplicada por meio de algum proceso em estruturas de materiais quaisquer, ca- racterizando-se entao estruturas protendidas de madeira, ago, concreto, etc. Conceituagao inicial - 11 Isso quer dizer que uma estrutura construida com qualquer material pode rece- ber solicitages prévias que melhorem a sua resisténcia ou seu desempenho estru- tural Em outros casos, tratando-se agora somente de estruturas de concreto, empre~ gam-se armaduras ativas, ou seja, armaduras interas tensionadas que cumprem a fungao de aplicar os esforgos de compressa ao concreto, e que além disso cum- prem fungSes semelhantes as das armaduras passivas no concreto armado. Nesses casos, é possivel dizer que estamos tratando de estruturas de concreto protendido e nao de estruturas protendidas em geral A diferenga entre esses dois conjuntos de casos é muito sutl, e na verdade uma colocacao que pode até ser contestada em alguns casos. Entretanto, ela 6 aqui mencionada como uma provocagdo ao leitor, para que tente se aprofundar no entendimento dos conceitos gerais de protensao e ainda mais no entendimento dos conceitos especificos do concreto protendido. ‘Ao longo do curso de concreto protendido, s6 serao abordadas as estruturas de concreto protendido, com armaduras ativas que s4o responsaveis pela aplicagao da protensao ao concreto. 1.3- llustragéo numérica A ilustraco numérica apresentada a seguir tem o objetivo de demonstrar, por meio de cAlculos simples e de facil entendimento, um conjunto de conceitos associ- ados 4 metodologia da verificagao da seguranga de estruturas de concreto proten- dido. Consideremos uma viga de concreto, simplesmente apoiada, com vao tedrico igual a 7 me secao transversal de dimensées b = 0,20 me h = 0,75 m. ‘Admitamos que essa viga esteja sujeita as seguintes agbes: a) peso proprio g = 0,20 0,75. 25 = 3,75 kN/m b) carga acidental q = 15 kNim ©) forga de protenséo P = -600 KN, aplicada com excentricidade ép = 0,125 m com relagao ao eixo baricéntrico da segao transversal, conforme mostra a Fig.1.12. Essa forga de protensdo seria aplicada por meio de um dispositive qualquer, admitindo-se que ela seja de intensidade e excentricidade constantes ao longo do vao, 4 3 0,375 ii i TTT —— Fas] 0.75 m a oe ee _——————— | 0,260 x Fig.1.13- Dados sobre a estrutura 12- Fundamentos do Conereto Protendido — J.B de Hanai Os cAlculos desoritos a seguir sao efetuados considerando-se 0 concreto como material homogéneo e de comportamento elastico-linear, ou seja, consideram-se validas as hipoteses do Estadio la, admitindo-se por simplicidade as caractoristicas geométricas e mecanicas da se¢do geométrica (nao homogeneizada) Portanto, para o calculo de tensdes sdo empregadas as expressdes sobejamen- te conhecidas da Resisténcia dos Materiais. 1) Calculo de caracteristicas geométricas e mecanicas da se¢do transversal bn? 3m au 10°m 72 03.10" 0,375 m Wyse = =18,75.10°%m? "i 150m? =150.10° m2 (distancias das extremidades do nucleo central de segao ao centro de gravida- de) Como se vé, adotou-se indice 1 para as varidveis que se referem & borda inferi- ore indice 2, idem a superior. Il) Calculo de esforgos solicitantes e tensdes normals no melo do vao a) tensées devidas ao peso proprio Mgt = 3.75. 72/8 = 22,97 kNm 61g) 21 =1,23MPa (na borda inferior) 1,23MPa_ (na borda superior) b) tensdes devidas a carga acidental Mg = 15. 72/8 = 91,88 kNm Mq 1g GET ASOMPa (na borda inferior) 7 -4,90MPa (na borda superior) ¢) tens6es devidas 4 forca de protensio P =-600 kN Conceituagao inicial - 13 Pie, op = + 22 =-8,00MPa Ja era de se esperar que a tensao na borda superior fosse nula, uma vez que a forga de protensdo tem excentricidade correspondente @ extremidade inferior do nicleo central da segdo transversal Ml) Combinagao de ages Consideremos as duas combinagbes possiveis de ages, lembrando que a forga de protensao é uma ago de carder permanente: * protensdo e peso préprio: situagao designada por "estado em vazio", pelo fato de corresponder a um caso em que a estrutura nao esta suportando as cargas. variavels para as quais teria sido eventualmente projetada; + protensao, peso proprio e carga acidental: situagao designada por "estado em ‘servigo”, por razbes decorrentes da observagao anterior, a) estado em vazio Representando graficamente as tensdes provocadas por cada acdo e a sua so- matoria: ° 1,23 -1,23MPa “800 +1,23 “6,77 MPa (P) (91) v= (Peat) Fig.1.14- Tensées normals no estado em vazio b) estado em servigo Analogamente ao caso anterior, resulta: 1,23MPa -4,90 6,13 MPa -6,77MPa +4,90 -1,87 MPa v=(P+g1) (a) s=P+gl+q Fig. 15- Tensdes normais no estado em servigo

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