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- Fundamentos do Concreto Protendido — J.B de Hanai Ao projetar: 1° - Protender significa comprimir 0 concreto. A compressao estabelece-se ape- nas onde o encurtamento 6 possivel. Cuide para que sua estrutura possa encurtar- se na diregao da protensao. 2° - Em cada mudanga de direg4o do cabo de protensdo, surgem forgas internas radiais ao aplicar a protens4o. Mudancas de dirego do elxo das pecas geram, por sua vez, forgas internas de desvio. Pense nisso ao proceder a analise e o dimensi- ‘onamento. 3° - As altas tensdes admissiveis a compressao do concreto nao devem ser in- condicionalmente utllizadas! Escolha a secdo transversal de concrete adequada a acomodar os cabos de protensdo, de modo a permitir sua boa concretagem, do contrario ndo se consegue na obra executar 0 concreto de consisténcia seca a ser vibrado, necessario ao concreto protendido, 4° - Evite tensdes de tragdo sob peso proprio e desconfie da resisténcia a tragao do concrete, 5° - Disponha armadura passiva de preferéncia na direcao transversal a da pro- tenso e especialmente nas regides de introdugao das forgas de protensdo. Ao construir: 6° - 0 ago de protensao € mais resistente do que 0 comum e sensivel a corro- ‘so, mossas, dobras e aquecimento. Manipule-o com cuidado. Assente os cabos de protensao com exatidao, impermeaveis ¢ indeslocaveis, para nao ser penalizado pelo atrito. 7°. Planeje seu programa de concretagem de modo que todo 0 concreto possa ser bem vibrado, e que as deformacdes do escoramento no provoquem fissuras no concreto ainda jovem. Execute a concretagem com o maior cuidado, sendo as falhas de concretagem se vingarao por ocasiao da protensao, 8° - Teste a mobilidade da estrutura ao encurtamento na diregao da protensao, antes de sua aplicacao. 9° - Aplique protensao prematuramente em pegas longas, mas apenas parcial- mente, de modo a obter moderadas tensoes de compressdo, capazes de evitar fissuras de retragdo temperatura. Sé6 aplique a forca total de protensao quando 0 concreto apresentar resisténcia suficiente. As solictagdes mais desfavoraveis no concreto tm lugar, geralmente, por ocasido da protensao. Execute a protensao sob controle continuo dos alongamentos e da forga aplicada. Preencha cuidado- samente 0 protocolo de protensao! 10° - Sé aplique a protensdo apés controle de sua exequibilidade e sob estrita observancia das Normas de Procedimento. Se 6 leitor ainda nao estiver familiarizado com a Tecnologia do Concreto Pro- tendido, os dez mandamentos nao serao — compreensivelmente - entendidos por completo. Porém, se ao final do estudo dos Fundamentos do Concreto Protendido conseguir entender todo o significado deles, entdo estar preparado para cumpri- los. ‘S40 Carlos, 15 de margo de 2005 Jotio Bento de Hanai Professor Titular da Escola de Engenharia de so Carlos da Universidade de Sao Paulo Contetido - ii Conteudo Capitulo 1: Conceituagdo inicial 1 - O que se entende por protenso?, p.1 - A protensao aplicada ao concreto, p.3 -llustragao numérica, p.11 | Algumas definigoes basicas, p.17 '5- Aspectos sobre as difereneas tecnolagicas entre concreto armado e protendido, p.19 1.6- Sugestées de estudos, p.20 Capitulo 2: Materiais e sistemas de protensao 2.1- Conereto, p.21 2.2- Agos para armaduras ativas, p.25 2.3- Alguns tipos de aco para armaduras ativas, p.27 2.4- Acos para armaduras passivas, p.30 2.5- Ancoragens, bainhas e outros elementos, p.30 2.6- Sistemas de protensdo, p.31 2.7- Sugestées de estudos, p.34 Capitulo 3: Esforgos solicitantes e introdugao as perdas de protensdo 3.1- Estruturas isostaticas versus hiperestaticas, p.35 3.2- Nogdes sobre perdas de protensao, p.36 3.3- Valores representativos da forga de protensao, p.41 3.4- Valores limites de tensdes na armadura ativa, p.43 3.5- Determinagdo dos valores representatives de P, p.44 3.6- Sugestées de estudos, p.54 iv - Fundamentos do Concreto Protendido — J.8 de Hanai Capitulo 4: Critérios de projeto 4.1- Metodologia de verificagao da seguranga, p.55 4.2- Grau de protensao, p.60 4.3- Estimativa da forga de protensaio Pos, p.65 4.4- Determinagao da forga P;, p.68 4.5- Determinagao dos valores representatives Pa, Po € P.., p.69 4.6- Verificagao de tensdes normais no concreto, p.69 4,7- Documentagao de projeto, p.79 4.8- Sugestées de estudos, p.80 Capitulo 5: Estado limite ultimo — solicitagées normais 5.1- CAleulo do pré-alongamento, p.81 5.2- Procedimentos de cAlculo, p.85 5.3- Calculo de verificago por meio de tentativas, p.88 5.4- Calculo por meio de tabelas e abacos, p.89 5.5+ Estado limite ditimo de ruptura no ato da protensao, p.90 5.6+ Conceitos complementares sobre o comportamento resistente das vigas de concreto protendido na flexdo, p.91 8.7- Armadura minima, p.95 5.8- Sugestées de estudos, p.96 Capitulo 6: Estado limite ultimo — forga cortante 6.1 - Efeito da forga de protensao, p.97 6.2 - Prescricées iniciais da NBR 6118, p.101 6.3- Verificagao do estado limite ultimo, p.104 6.4- Forga cortante em Iajes, p.109 6.5- Sugestées de estudos, p.110 Conceituagao inicial - 1 Capitulo 1 Conceituagao inicial 1.1 -O que se entende por protensao? A palavra protensdo, pré-tenséo, prestressing (no Inglés), précontrainte (no Francés), e similares em outras linguas, ja transmite a idéia de se instalar um esta- do prévio de tensdes em algo, que na nossa area de interesse seriam materiais de construgao ou estruturas, ‘Antes de apresentar os primeiros comentarios sobre 0 concrefo protendido, nosso tema principal, vejamos como se poderia lustrar o conceilo geral de proten 84, recorrendo-se a exemplos cléssicos da literatura, muito significativos. é interessante notar como alguns atos corriqueiros, que fazem parte do nosso cotidiano, podem ser analisados a luz de conceitos da Fisica e da Matematica e até mesmo aplicados na Engenharia, obviamente com as devidas transformagées tec- nolégicas. ‘Veja 86 por exemplo quando se resolve carregar um conjunfo de livros, ndo na forma de uma pha vertical como & usual, mas na forma de uma fila horizontal Como os livros sao pegas soltas, para que se mantenham em equilibrio na posigao mostrada no desenho da Fig.1.1, é necessario que se aplique uma forga horizontal comprimindo os livros uns contra 03 outros, provocando assim a mobilizagao de forgas de atrito, e ao mesmo tempo forcas, verticais nas extremidades da fila para, afinal, poder levantérla Esle 6 um problema simples de Mecdnica dos ‘Sdlidos, que pode ser equacionado relacionando- se as agbes (no caso apenas o peso proprio dos livros) com os esforgos.solicitantes: momento fletor, forga cortante e forga normal Fig. 1.1- Uma fila horizontal de livros Observe que, para que a operagso de levantar a fila de livros possa ser cumpri- da, & imprescindivel que a fora normal seja aplicada antes da forca vertical, ou seja, a forga normal deve causar tensdes prévias de compressao na fila de livros, 2 Fundamentos do Conereto Protendido — J.B de Hanai que levantada sofreria tensdes de tragdo na parte inferior, como numa viga sim- plesmente apoiada, A aplicagao da forca normal pode ser entendida como uma forma de se proten- der 0 conjunto de componentes “estruturais", que no caso é uma simples fila de livros, com 0 objetivo de se criar tens6es prévias contrarias aquelas que podem vir a inviabilizar ou prejudicar 0 uso ou a operagao desejada Deste exemplo & possivel extrair outros dados conceituais, o que ficard a cargo da curiosidade do leitor, como por exemplo: = 0 que acontece se a forca normal, em vez de ser aplicada ao longo da linha do centro de gravidade dos livros, for aplicada mais acima ou mais abaixo? Quais so as conseqtiéncias em termos de esforgos ¢ tenses? Outro exemplo classico de estrutura proten- dida, hoje pouco empregada, é 0 da roda de carroga, antigamente construida em madeira. Essa roda de carroga tem suas partes de madeira devidamente preparadas e montadas, apenas por encaixes. Emprega-se também um aro de ago exterior, cuja fungao nao é unicamente proteger as par- tes de madeira do desgaste, mas tem também a fungao importante de solidarizar o conjunto. Como? Fig. 1.2- Uma roda de carroga © aro de ago, aquecido de tal forma a ter seu diémetro aumentado pela dlilata- go do ago, é eno colocado em tomo da roda de madeira pré-montada. Com 0 resfriamento, 0 aro de aco tende a voltar a ter seu didmetro inicial, mas encontran- do oposigao da roda de madeira, aplica esforgos sobre ela, protendendo-a, solidari- zando-a. Este exemplo indica mais uma caracteristica importante do potencial da proten- so, que é a possibilidade de se promover a solidarizacdo de partes de uma estru- tura, como por exemplo nas estruturas de concreto pré-moldado. Mais um exemplo classico de protensao: 0 do barril de madeira, Como no caso da roda de madeira, o barril tem partes — gomos laterais, tampa © fundo de madeira — que devem ser encaixadas e solidarizadas. © liquide armazenado no interior do barril exerce pressao hidrostatica na parede e assim provoca esforgos anulares de tragao, que ten- deriam a abrir as juntas entre gomos. Neste caso néo se utiliza o aquecimento das cintas metalicas, mas € executada uma opera- go mecAnica em que elas so forcadas a uma osig4o correspondente a um diametro maior, ficando assim tracionadas @ comprimindo trans- versalmente os gomos do barril Deste modo, 0 conjunto fica solidarizado, @ as juntas entre gomos do bari ficam pré- = ‘comprimidas. Fig, 1.3- Um barril de madeira

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