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.6 OMETODO MATRICIAL Um sistema éptico formado por mais de duas lentes delgades pode ser analisado pelos Pemos métodos aplicados nas figuras da seco 29.5 para sistemas constitufdos por apenas duas tes delgadas. O procedimento consiste em se tratar a imagem formada pela primeira lente mo © objeto para a segunda, a imagem formada pela segunda lente como o objeto para a 246 FISICA - FUNDAMENTOS E APLICACOES 02 * A zi 2. t & pos Fig. 29.29 Um diagrama usado para se deduzir a Eq. (29-36). Num microseépio real, a objetiva é uma combi nnagdo de varias lentes grossas desenhadas especialmente para minimizar as aberracSes monoctométicas resultantss dda utilizagdo de raios altamente no paraxiais. Mas aqui uma tinica lente delgada representa a objetiva, ¢ os raios mnostrados representam os raios menos paraxiais que atravessam a objetiva. Os pontos 0; ¢ Q2 esto num objeto, endo O, desenhado sobre o eixo por conveniéncia. Estes pontos esto separados de uma disténcia 6 que esté no Iimite de resolugdo do microscépio. Isto é, suas imagens I; ¢ J esto localizadas de forma que a onda difratads de 0; pela objetiva tem intensidade zero em J,. A condigGo para que isto aconteca é que o comprimento da ttajetoria ©, Al; difira do comprimento da trajet6ria O,BI, de 1,22 A, onde dé 0 comprimento de onda da luz tilizada, (© fator 1,22 resulta da geometria tridimensional na difrago por uma abertura. 6.0 mesmo fator que aparece na Eq, (29-1).] Esta figura é um pouco mais realista do que a Fig. 29.28, pois mostra que a distancia de lente ao plano das imagens é consideravelmente maior do que a distancia do plano dos objetos atéa lente. Porém quest&es de claseza ainda impedem que a figura mostre que a distancia imagem num microseépio real é muito tnaior do que a distncia objeto, Como conseqiiéncia, praticamente todas as diferengas no comprimento da trai= ‘ria surgem da diferenca nos comprimentos dos trajetos OA O2B. A insercio abaixo na figura mostra que 0,A émais curto do que QA de um comprimento 6 sen (a/2), onde a € o dngulo com que a lente sve" 0 objeto. Ela mostra também que 028 € maior do que OB da mesma quantidade. Portanto, O14 = O13, a diferenga nos comprimentos dos trajetos é 028 — O24 =2 6 sen(a/2) = O2Bls ~ O2Alj, Igualando este resultado com o que foi obtido anteriormente, chegamos i Eq. (29-36). Felizmente, hd um modo simples e metddico para se determinar como os raios de luz atraves sam um sistema contendo um numero qualquer de lentes grossas ou finas. O método utilize = ferramenta matemdtica chamada de multiplicagéo de matrizes. Desenvolveremos 0 método nest segH0, e 0 aplicaremos em exemplos na seqao 29.7. Neste trabalho ndo supomos que voce jé tens adquirido alguma familiaridade com as matrizes. Deve-se dizer também que hi muitas outras aplicag6es importantes de multiplicago de matrizes em ciéncia e engenharia, sendo algum bastante semelhantes a que estudaremos aqui. Os sistemas Opticos contém regides de diferentes fndices de refragdo. As fronteiras ent elas so trechos de superficies esféricas cujos centros estao localizados sobre um eixo comum OPTICA GEOMETRICA 247 Fig. 29.30 A refragdo de um raio de luz a medida que atravessa uma superficie esférica que separa egies de {ndices de refragdo diferentes. A Fig. 29.30 mostra a tuz se propagando para a direita segundo um raio que esté sofrendo um encurvamento por refragdo, & medida que atravessa a fronteira de uma regido onde o indice de refragdo é n para uma regio onde ele vale n'. A situago é a mesma que a ilustrada no meio da Fig. 29.10, exceto que agora permitimos que o indice de refrago assuma valores diferentes de 1 dos dois lados do contomo. A Fig, 29.30 mostra imediatamente que O=at¢ (29-374) =a+d' (29-378) Os angulos sf0 definidos na figura em termos do eixo, da linha paralela ao eixo e que passa pelo Ponto onde o raio intercepta a superficie, ¢ da linha que é o raio da superficie por aquele ponto, Os angulos de incidéncia e de refragGo, 6 e 0', também estdo relacionados através da'lei de Snell n sen’ 0 = n’ sen 0 Embora nfo seja necessério impor uma limitaedo ao método matricial, por simplicidade conti Auamos a manter a restrig&o feita, considerando somente os raios paraxiais. Em outras palavras, Fatamos com raios sempre préximos ao eixo, de modo que todos os ngulos sejam pequenos, Assim, podemos ter sen 6 = 0, sen 6’ = 6’, a lei de Snell assume a forma nO = n'6" Aplicando as Eqs. (29-372) e (29-375), obtemos ma + 6) = n'lat ¢') (29-38) O pequeno éngulo a tem o valor Be nde y representa a altura acima do eixo do ponto onde o raio intercepta a superficie p repre- senta o raio de curvatura da superficie. Podemos escrever esta mesma equacdo na forma a=2 (29-39) r onde r = +p. Isto é, usamos a convengo anterior onde a quantidade r que descreve uma super- ficie tem um valor cujo médulo é igual ao raio de curvatura e cujo sinal é Positivo se (como no 248 FISICA — FUNDAMENTOS E APLICACOES caso ilustrado) 0 sentido da superficie até 0 centro de curvatura for o mesmo que o sentido geral do raio. A seguir, substituimos a Eq. (29-39) na Eq. (29-38) e obtemos al? + $) = n(2 + 6) ou y (n= ny + ub = n'b" ou n aay ¢ (29-40) Finalmente, escrevemos (29-41) onde y’ também ¢ a altura acima do eixo do ponto onde o raio intercepta a superficie, Aqui tratamos as alturas y ey’ € os angulos @ e ¢' como escalares com sinal. O valor de y ou y’ é positivo se o raio se situa acima do eixo, e 0 valor de ¢ ou ¢’ é positivo se a inclinago do raio é positiva. (No caso ilustrado, todas estas quantidades eram positivas.) Célculos muito semelhantes aos que foram desenvolvidos para o caso ilustrado na Fig. 29.30 mostram que as Eqs. (29-40) ¢ (29-41) sfo validas em qualquer situagdo, desde que seja seguida a convengdo de sinais pare ryy' bed. Escrevemos a Eq. (29-41), mesmo que ela ndo contenha qualquer informagdo nova, porque ela ¢ a Eq, (29-40) juntas constituem equacdes de transformagiio que convertem o par de ntimeros y, $ no par de mimeros y', ¢'. O primeiro par descreve 0 taio incidente sobre a superficie, pois ‘ele descreve a altura y do raio acima do eixo no ponto de incidéncia e também a inclinacao ¢ do raio no mesmo ponto. Analogamente, o par de ntimeros y’, @” descreve o taio emergente da superficie. Portanto, as duas equagdes de transformagdo informam sobre 0 efeito que = superficie causa no raio de luz que a atravessa. O par de nimeros que exprimimos na notagdo familiar y, @ & y', 6 também pode sez expresso na notagao matricial na forma ieee [+] Nesta notago, as duas equag6es que transformam o par y, ¢ no par y', ¢, as Eqs. (29-40) < (29-41), podem ser escritas como uma equacao matricial: le- alll > ‘A primeira quantidade entre colchetes do lado esquerdo do sinal da igualdade ¢ um conjunto de quatro termos separados, arranjados em duas linhas ¢ duas colunas do que é chamado de ume matriz dois por dois. Cada um desses termos € conhecido como um elemento da matriz. 4 OPTICA GEOMETRICA 249 Segunda quantidade entre colchetes do lado esquerdo da equagao e a do lado direito sfo chamadas de matrizes dois por um porque cada uma tem dois elementos arranjados em duas linhas e uma coluna. A equacfo diz. que a matriz 1 0 G23 7 ee multiplicada pela matriz F ¢ resulta na matriz m ¢ €xatamente como se houvesse uma equagdo algébrica padrao envolvendo escalares. Mas, 0 que a palavra “multiplicar” significa neste contexto? A nultiplicagio de matrizes na Eq. (29-42) 6 uma operagdo definida pela seguinte equagio atricial: Teall] = [24] 9-48) Trata-se de uma regra que abrange tudo 0 que é Preciso saber sobre 0 que se entende por multi- licar uma matriz 2 por 2 por uma matriz 2 por 1. A regra especifica o tipo de matriz resultante lo processo € os valores que terdo esses elementos de matriz. Em particular, a regra afirma que matriz resultante da multiplicagdo seré uma matriz. 2 por 1 cujos elementos na primeira linha a sua tinica coluna terdo os valores ae + bf e cujo elemento da segunda linha tem o valor * df, onde a, b, ¢, d, @ e f so os elementos indicados das matrizes que estdo sendo multipli das. © Exemplo 29.7 ilustra a aplicacdo da regra. MPLO 29.7 ultiplique as matrizes D2: & i al ee [sl © Inicialmente, ¢ preciso que se saiba que foi pedido para calcular P ) 1 27/5 | [s alls] endo 5)fl 2 lll 4] A ultima é indefinida. 250 FISICA — FUNDAMENTOS E APLICACOES Uma forma simples de se lembrar da regra para a multiplicago que foi definida estd indicad= esquematicamente abaixo: [SOR someopams [0 +9] dos elementos adjacentes | Isto é, tomam-se os elementos da primeira linha da matriz 2 por 2, transportando-os com um@ rotagdo de 90° no sentido hordrio, de modo que eles fiquem adjacentes aos elementos dz matriz 2 por 1. A seguir, multiplicamt-se os elementos adjacentes, entZo somam-se os resultados e coloca-se o valor obtido na primeira linha da matriz produto. Finalmente, repete-se 0 proceso usando os elementos da segunda linha da matriz 2 por 2, para obter o elemento da segunda linhe da matriz produto: | arb «| some os produtos dos B +of | f| elementos adjacentes Lee + df Aplicando este raciocinio para 0 caso em questo tem-se [2 allsl-[sese4el - [el Vamos utilizar a regra da multiplicagdo para mostrar que a Eq. (29-42), na verdade, equivalente as duas Eqs. (29-40) e (29-41). Aplicamos a regra, Eq. (29-43), & Eq. (29-42) fazendo a = 1,5 =0,c=(njn' — 1)(I/r),d =n/n',e =y e f= @. E calculamos, entfo, ae + bf = ly + 06 wey ei)},+46 n ra A seguir, fazemos ae + bf = y' e ce +df = ¢', obtendo E-ibate-e em acordo com as Eqs. (29-40) e (29-41). Num sistema éptico um raio de luz é encurvado por refragdo em cada superficie on haja uma variagGo no {indice de refracdo. A luz é transmitida entre essas superficies seguns raios retilineos, Acabamos de ver como usar matrizes para descrever a refragio numa superfici= Vejamos como usar as matrizes para descrever a transmissio entre as superficies. A Fig. 292 mostra dois planos normais ao eixo do sistema e separados de uma distancia . Na figura apare também um raio de luz que sai'do primeiro plano a uma altura y acima do eixo e chega ao pl: OPTICA GEOMETRICA 251 Fig, 29.31 A transmissdo de um raio de Iuz entre dois planos separados por uma regio de indice de refrago constante. seguinte a uma altura y’ acima do eixo. ngulo que ele forma com uma linha paralela ao eixo €4 a0 deixar o primeiro plano e 6! ao chegar 20 plano seguinte. E o=6' (29-44) que o raio se estende segundo uma linha reta com inclinagdo constante. A relagdo entre y ey'é yttte d x » como nos restringimos a raios paraxiais, o angulo é pequeno, e podemos escrever yt iba (29-45) convengdo de sinais permite que as Eqs. (29-44) e (29-45) sejam aplicadas a qualquer caso, ¢ {0 apenas ao que foi mostrado na Fig. 29.31. Cada plano da figura representa uma superficie que separa regi6es de indices de ref:agio iferentes. Acontece que essas superficies na realidade so esférieas, e ndo planas. Entretanto, © atravessar sistema, hd sempre um raio paraxial junto ao eixo. Logo, ele sempre atravessa ada superficie numa pequena regido junto ao eixo. Esta pequena regigo da superficie esférica Aiftcil de ser distinguida da superficie plana tangente a ela nesse ponto, chamado de seu vértice, ide ela intercepta o eixo. Na verdade, com 2 finalidade de se determinar o que acontece com altura do raio acima do eixo ao passar entre uma superficie refratora e a seguinte, a restri¢do Talos paraxiais nos permite tratar cada uma dessas superficies como se houvesse um plano lormal 40 eixo e passando pelo seu vértice. Os planos sfo chamados de planos do vértice, Em tras palavras, poderemos usar as Eqs. (29-44) e (29-45) para descrever a transmissio da luz gundo um raio entre superficies refratoras consecutivas se considerammos ¢ a distancia entre s planos do vértice que representam as posicdes dessas superficies. Novamente, as duas equagdes podem ser consideradas como equagdes de transformagao ’, ¢'. Em notacao matricial, podem ser escritas como uma eel (iy. | (ia (ill) - Ee] oe love deve verificar a veracidade dessa afirmacao desenvolvendo a multiplicagao de matrizes e omparando os resultados com as Eqs. (29-44) e (29-45). 252 FISICA — FUNDAMENTOS E APLICAGOES Numa versio simbélica da notag&o matricial, a Eq. (29-46) € eserita TGi= GC’ (29-47) Aqui T representa o que chamamos de matriz de transmissio 4 ‘| (29-48) (Alguns a chamam de matriz de translagdo.) As matrizes C e C' representam as matrizes dos raios de luz. c Bl + °-0 oo Os simbolos € e C’ so usados para lembré-lo de que as duas matrizes so matrizes coluna, isto 6, matrizes 2 por 1, a0 contrério de todas as outras com as quais tratamos, que eram matrizes 2 por 2. Utilizando a mesma notago simbélica, poderiios escrever a Eq. (29-42) na forma RC=C' (29-50) onde Ré a matriz de refragio R 1 0 \ HEA s a (29-51) n rn Podemos tragar o caminho de qualquer raio de luz paraxial através de qualquer sistema Optice procedendo uma seqiiéncia de multiplicagdes de matrizes envolvendo matrizes de transmissio e de refracao. Por exemplo, considere a lente espessa da Fig. 29.32. Um raio paraxial se dirige para = direita partindo de um ponto no plano objeto para a superficie da primeira lente. Ele ¢ refratado Plano objeto Plano do vértice 1 Plano imagem——— Plano do vértice 2— Fig. 29.32 Uma lente grossa, $40 mostrados dois raios que saem do mesmo ponto do plano objeto, ¢ chegam num tinico ponto do plano imagem.

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