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Economia responsavel Condigées de manutencao sao determinantes na concepcao do projeto de sistemas de reducSo de consumo e reaproveitamento de agua ORESTES MARRACINI GONGALVES Engenheico civil, mestre, doutor € livre dacente pela Escola Politécnica ‘da Universicade de S80 Paulo (Poll USP) eprotessor titular do departamento de Engenharia de Construgio Gil da mesma instituigdo, responsive por ‘coordenar 0 Programa de Us0 Racional da Agua da USP Também & sécio-gerente da Tesis, que atuana ‘rea de consutora em instalagbes ¢ imovacio tecnolégica em sistemas predias e engenharia da qualidade. ‘Atuaimente é membro do conselho ‘eurodor do Fundagio Centro “Tecnolégica de Hidréuiica, do Comité Nacional de Desenvolvimento Tecnolégico da Habitacio, do Consetho Brasileiro de Construgéo ‘Sustentével (C8CS) e da Comissso |W62 = Water Supply and Drainage for Builngs, do International Council for Research and Innovation in Building ‘and Construction (C1B). Om de problemas de abaste- ‘cimento de égua em algumas re- sides do Pats vem levando gestores de edificios e projetistas de novos em- preendimentos a buscar novas solu- ges de captagio e reaproveitamento de gua. As mais comuns envolvem estratégias de redugao de desperdicio nos sistemas sanitarios ¢ coleta ¢ retiso da dgua de chuva. O engenhei- 0 Orestes Gongalves alerta paraa ne- cessidade de estudos mais aprofun- dados sobre essas solugées que vém_ sendo adotadas,e também para a pre- ocupagio dos gestores com a manu- tengao adequada desses sistemas de- pois da implantacdo. “Solucdes de aproveitamento de agua de fontes al- ternativas tém que ser vistas dentro de uma cadeia de responsabilidades ¢ de capacidade de gestio”, alerta Gon- calves. Segundo ele, muitos desses ‘projetos sao instalados sem uma pro- gramagao de quem sera responsavel por manté-los funcionando adequa- damente ¢ acabam abandonados. Outra preocupacio é a qualidade da ‘gua que serd reaproveitada ¢ os ris- cos que ela pode implicar a satide dos frios se nio for bem manuseada io, quando reaproveita égua, se torna um fornecedor, nao somente gestor, € com isso aumenta a respon- sabilidade perante os consumidores. > Um grupo de estudos vem discutindo e formulando, desde © ano pasado, novos textos para normas técnicas de instalagées prediais de agua quente e fra. ‘Como o uso racional da égua tem sido abordado nesses trabalhos? ses trabullis tenn uma caracteristct cial que € agrupar a norma de sist ‘ma predial de égua fria com a de gua ‘quente, Até este instante, as normas ‘eram separadas, o que gerava uma série ‘de problemas de compatibilidade entre as duas solugdes; alguns parimetros ‘eam diferenciados, entia iso mio tra via a mesma organicidade de projeto,e poderia resultar em diferengas de pres- ‘io entre os sistemas. Essa € uma ques- ‘do importante nesta nova norma que ‘std sendo formulada. Quando os dois sistemas ficam juntos e se entende tudo ‘como um tinico sistema predial de ‘égua, € possivel compatibilizé-los um pouco melhor, Dentro dessa légica, a introdugio de clementes que promo- ‘vam 0 uso racional da agua fica facil- tada do ponto de vista do projeto. ‘Outta questio importante €trabalhar as pressoes, Nessa revisio est prevista uma redugao das pressoes do sistema, ‘que reduzem a vazio. Entio, se cassi- ficarmos em ts niveis, cu diria que « unio de agua fria e dgua quente pro- ‘move uma maior uniformizagio dos criterias de projeto; com isso também permite que se coordene melhor solu- shes de gua friae quente que promo- ‘amo uso racional da égua; , por it ‘mo, trabalha com presses menores, que reduzem a vazio. (Os moradores de alguns edificios com rede independente de agua quente reclamam do desperdicio que ‘ocorre no acionamento, por exemplo, de um chuveiro: hd um intervalo relativamente longo entre a abertura do registro e o fomecimento de dgua efetivamente aquecida. 0 que ‘ocasiona esse tipo de problema? Como solucioné-lo? Os sistemas de aquecimento, centraisou de passigem, esti geralmente situados em uma dea de servigo e,ogicamente, quando se inicia 0 periodo de pico de so da gua, vai haver grande desperdi- Ha prédios comerciais que vao alterando a tecnologia ao longo da operacao, buscando um custo de operacao menor, reducao de demanda e, ao mesmo tempo, adaptabilidade ao tipo de usuario cio de éguaentre oacionamento docchu- veiro até a estabilizaglo da temperatura do banko. Ocorrem duas perdas: uma de energia da agua aquecida no sitimo bbanho, que resifa, e hii uma perda de sjgua até que a temperatura esteja ade- quads, 0 que & quaseinaceitivel Como solugées pode-s ter sistemas de aqueci- ‘mento localizado parainicio douso,que rie um preaquecimento,ou um aque: ‘mento por sistemas de circulagio. Log: camente isso vai gastar energia elétrica ji que nao se comsegue fazer iso sem 0 auatlio de pressurizagio. Essa sio ques- tes importantes porque energia ¢ gua vivem conjuntamente,voct resolve uma questi de égua ¢ aumenta o gasto de enengia,¢ uma questao de prioridade da realidade local, Nos edficios com sistema de ‘aquecimento central de égua com irculagao, 0 desafio para os projetistas diz respeito as solugées de projeto para viabilizar a medicio individualizada, Quais as solugdes nesses casos? O projeto tende asermais caro? Isso ainda é um desafio, porque a com- plexidade de um sistema vai aumentan- do & medida que s¢ tenta simplificar outro Por exemplo,se existe uma central dedgua quente e e deseja aquecimento solar, como fazer uma medic que con templeasduas? Osolarvaivirar um cuitofechado, que preaquece para uina solugio deaquecimento dentro do edi cio — para isso, ¢ necessirio medidor, entio sio dois medidoresde dgua sendo uum de retorno; talvez eles no afiram a mesma medicio,entio épreciso melho- rar a qualidade do medidor...Tem toda ‘uma engsmharia de avaliagio, de solugdo versus custos. E ainda, na medida em ‘que se coloca equipamentos mais sofisti- «cados,introduz-se uma necessidade de manutengio da obra. Nio é uma ques- tao simples, Cada ver mais os engenbei- 105 de sistemas terdo que aprofundar suas fungdes, (uso de alguns produtos.edispositivos economizadores de agua ja se tomou solugdo padréo até em imoveis residenciais mais populares. €0 casa, ‘por exemplo, dos vasos sanitérios com bbacia acoplada, inclusive com descarga dupla de 3 € 6 , dos redutores de ‘azo e dos arejadores para torneiras. ‘Que outras solugées de engenharia devem ser perseguidas para reduzir ainda mais o consumo de agua nesse tipo de projeto? Deve haver uma tendéncia de tentar reduzir ainda mais 03 volumes. as va- 2z0es requeridas para a operagdo. Por exemplo, pode-se avancar para bacias sanitérias que trabalhem com um vo- lume de descarga menor, ou trabalhar ‘com chuveiros que deem sensagao de conforto mantendo caracteristicas de desempenho ede conforto com jatose vvazdes menores. Outra forma de reali- zar essa alteragio € reduzir oconsumo dde agua potavel etrabalhar com aguas iio potiveis. Enos banheiros de uso piiblico? [Nasdreas de caréter comercial einstitu- ‘ional, € novessiria a adaptario das tec- nologias as caracteristicas de uso do difici. Ha prédios comerciais que v30 alterando a tecnologia ao longo da ope- ragio, buscando um custo de operagio menor, redugao de demanda e, a0 ‘mesmo tempo, adaptabilidade ao tipo de ususrio, Hi uma infinidade de tec- nologias controliveis a distancia, uma vvantagem acentuada pela gestdo de fa- lizar.Existe no mercado uma série de solucoes em medidas distritais, ou seja, mesmo que seja para uma gestdo de edificio nto tao cuidadosa, pode-se fazer centrais de tratamento de exgoto para fins de reiiso que tenha volume suficiente para atender varias unida- des ou condominios e, entio, conse- {guir manter uma gestio profissional. Outra proposta que ganhou forca com a crise de abastecimento de égua diz respeito & construcdo de pocos. artesianos nos terrenos onde eles S80 tecnicamente vidveis. Quais os riscos de projetos desse tipo e que cuidados devem ser observados em projeto? primeira coisa que ¢ preciso observar que o edificio passa. a serprodutor de gua. Inicialmente, 0 pogo tem que ser oficializado e precisa de uma outorga aque defina a quantidade de égua a ser retirada, A partir da, ele €leyalizado, & feitaa medigio,ehé um ajuste de taxa a ser feito, 0 edificio passa a pagar uma taxa referente ao esgoto. A questo passa ser entioa produio eocontro- Jeda qualidade, que io responsabilida- des do produtor de agua ¢, nesse caso, a .gesto tem que ser muito mais cuida- dosa, porque se trata de Sgua potivel e riode reaproveitamento, ‘ANorma de Desempenho determina ‘ue, para que se atinja aVida Util de Projeto (VU), as agdes de manutengio dos sistemas da edificacao devem ser previstas pelo projetista e comunicadas ‘2ousuério no Manual de Uso e Operacéo. Quais sio as, recomendagées mais importantes,em sua opinido, de agées de manutencso dos sistemas hidrossanitirios? ‘As questdes relacionadas & contamina- «fo da dgua requerem agies bisicas. A verificacdo da qualidade da agua ea parte da Norma de Desempenho rela- cionada & higiene sio pontas funda- _mentais dos manuais que precisim ser dobservados, Porexemplo, um tema que hhoje em dha se discute, mas ainda com ‘um conhecimento pouco aprofundado na realidade brasileira, éa questio da Legionella sp, que esté numa familia de 1nscos de doengas de veiculagdo hidrica {que atingem o sistema respiratorio ¢ ‘que necessitam de dgua estagnada para se propagar. A norma comega a traba- Thar esse assunto, mas na Europa ja é obrigatério fazer com quea dgua crcu- le pelo sistema. Outra questiio que afeta 1 satide s8o 03 problemas de conexio

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