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Luis Rearicuas , Fivesetia —107ana J eLATaNo Eb UNIDADE 3 Os Valores: Andlise e Compreensdo da Experiéncia Valorativa 0 que sio os valores? Que relncdo t8m com a nossa vida e com as nossas agSes? Como exprimimos 0 que tem importdncia ¢ significado na nossa vida? O que distingue jufzos de facto e juizos de valor? Sera que os juizes de valor no podem ser objtivos? Os crtérios em que nos baseamos para atribuir importancia a umas ceisas e negi-la a oxtras, para considerar algo como certo ¢ valioso oa como errado e no valioso, dependem de qué? Dos nossos gostos e sen- ? Do modo de pensar e de sentir da cultura a que pertencemos? Ou seré que estas questées esto mal colo- timentos? cadas porque os nossos juizos de valor nao dopendem nem de opinies individuais nem do que a meicria dos membros de uma sociedade pensa? Obsorvando as diversas sociedades e culturas, descobrimos quehhé creagas, costumes e normas diferentes. Aquilo que a nossa cultura considera correto é errado para outras calturas. Devemos respeitar as diferencas culturais, mas até que ponto? Sera que em nome éa autonomia de cada cultura éevemos tolerar tudo? Nao haveré préticas ealturais rradas em simesmas? Em nome de qué podemos considerar intoleréveiscertas pritices sem ao mesmo tempo eliminar 0 dialogo entre culturas diversas? Serao estes os problemas a debater nesta unidade, Keira Valores e valoragdo - a questio dos critérios valorativos} EET eT) 1-0 que sao 0s valores? 2 Quo relagdo existe entre valores» apes? 3. Julos de focto ¢juizs de voor. ALA questo dos critériosvoloratves. 4.1.0 subjetivismo mora 4.2 Ootjetivismo moral 4.3.0 relativism cultural Unidade 3 OS LDR MALE CuPaHDGHO DA PERENEA LIRA 1. 0 que sao os valores? Os valores so padroes ou referéncias em funcdo das quals julgamos objetos Pessoas ¢ atos. Os valores exprimem aquilo que julgamos que é importante ¢ significativo na nossa vida. E 0 caso de valores como a amizade, 0 amor, a hones- tidade, a solidariedade e também a riqueza, o prestigio social e a realizacao pro- fissional. Nao damos o mesmo valor a todas as coisas. Além de diversos, os valores 0 hierarquizados, ou seja, uns sao considerados mais importantes do que outros. Toda e qualquer pessoa dé mais importéncia a determinados valores em relagao 2 outros, estabelecendo-se assim uma espécie de hierarquia de valores. Os valores 2 que cada pessoa confere mais importancia vao refletir-se nas suas acoes e deci- s6es, vao de certa forma organizar e orientar toda a sua conduta futura. Os valores podem, por sua vez, ser agrupados em varios tipos. Assim, e destacando apenas os Principais tipos, podemos falar em valores religiosos, estéticos, éticos (sendo pro- vavelmente estes trés dominios aqueles que enquadram os valores mais impor- tantes), politicos, teoréticos (da ordem do conhecimento), sensiveis (da order do prazer e da satisfacio) e econémicos, 2. Que relagio existe entre valores e agdes? Os valores sd0 os critérios das nossas preferéncias (si0 0s motives fundamenteis das nossas decisdes). Ao tomarmos decisdes, agimos segundo valores que consti- tuem o fundamento, arazéo de ser ou o porqué (critério) de tals decisdes. Os valo- res sdo ideias que influenciam as nossas decisées e ages, as nossas escolhas € preferéncias. A razao que justifica 2 decisdo de agirmos de um mado e no de outro damos 0 nome de motivo. Quando justificamos as nossas acoes € decisoes - quando indicamos 0 porqué ou a razao de ser -, estamos sempre a referir-nos 2 valores. A atitude valorativa é uma constante da nossa existéncia: em nome da ami- zade, preferimos controlar e orientar noutra direcdo uma atracao fisica pela namo- rada ou mulher do nosso amigo; ei nome do amor, preferimos desaflar as conven- ‘GBes sociais em ver de perder a oportunidade de sermos felizes; por uma questo de satide, preferimos 0 exercicio fisico, a dieta e o fim do consumo de tabaco aos habitos prejudiciais até entéo seguidos; em nome da liberdade, preferimos com- bater.lutare correr riscos a aceitar um estado de coisas que, apesar de tudo, satisfaz 05 interesses econémicos da farnilia a que pertencemos; por solidariedade, prefe- rimos auxiliar os famintos e os doentes em dada zona do mundo a permanecer em Lisboa dando consultas: por paixdo pela miisica, decidimos interromper um Curso que nao corresponde & nossa vocagao profunda; em nome de Deus, renun- ciamos a certas «ligagSes terrenas», et ‘ares valoragio~ questo dos cririnsvaloratnos « GAPITULO 1 3. Juizos de facto e jufzos de valor O que sao julzos de facto? Os jutzos de facto sao jufzos sobre 0 modo como 1s coisas 40, Descrevem um estado de coisas ou uma situagdo, podendo essa des- crigéo corresponder ou nao a realidade. Sao julzos totalmente descritivas. que tém valor de verdade (podem ser verdadeiros ou falsos).A sua verdade ou falsidade de- pende de como a realidade é e nao da opinigo ou ponto de vista de cada pessoa: so, portanto, abjetivos. Exemplo: O gato é um mamifero que mia © que sao jutzos de valor? Os juizos de valor sao Jutzos sobre que coisas sao boas ou més, agradaveis ou desagradaveis, belas ou feias e sobre como devernos agir. Os juizos de valor atribuem um valor a um certo estado de coisas — valor esse que pode ser positivo ou negativo. WA distingdo juitos de facto! Jizos ée valor no € consen- sual porque ha fil6sofos que & contestam argimentando em Aejoea da idea de que todos oF jnltos edo juizos de facto Exemplo: «Bste quadro é belo» — valor positivo ou . ‘As conviccSes da maioria dos membros de uma sociedade sao a autoridade Suprema em quest6es morais. O relativismo cultural acerca de assuntos morais afirma que 0 cédigo moral de cada individuo se deve subordinar ao cédigo moral da sociedade em que vive e foi educado. Os juizos morais de cada individuo si0, verdadeiros se estiverem em conformidade com 0 que a sociedade ~ a maioria dos seus membros ~ a que pertence considera verdadeiro. 0s juizos morais exprinem sen Llmentos de aprorarao e de de seprovagéo ¢ Gependem esses sentimentos. Nao ha verdades moras objetivas e universais, 2. Como osubetviomo 6 tambén ‘una perspetiva moral, entio no 6 melhor do que qualquer outra. Contudo, os subjtivistas acre- ditam queo absolutisno moral e ‘a renga na existéncia de verda- es objativas em stica so pers petivaservadas.Tratacede ura ‘contradigio. 3. Imaginemos que Jodo defenée ‘que oabortoé erradoe que Maria argumenta que aborto é moral mente aceitvel. Segusde 0 sub- Jetvista, eles no estioredmente ‘em decacordo sobre 20 oabor:o € ou nio moraluente legtimo, Estdo sinplesmente a exprimir 0s seus sentimentos sobre a mo- ralidade do abort, Seréperda de tempo que um texte convencer 0 contro de que esté enganado. Se ‘oeu pana de vista coresponde ‘a0 quo seats, entio é subjtiva ‘mente certo. O mesmo se passa ‘com Maria, Ndo faz sentido de- Dater ou discutir porque sera ‘uma conversa de surdos. Cada ‘qual exprime gostos diferentes e Jil que gosts nto se discutem, (O que & verdade pars ti 6 ver: dadeiro eo que 6 verdade para mim é vordadeiro ¢ pent finel 4. O objetivismo moral é a teo- ria defendida por quem acredita na eristércia de werdades morais objetivas. Bssas verdades mio ependen, de modo elgum, do ponto de vista de cada indivi uo ou culture, ‘5. Oobjetvista dria que, haven- Go verdades morais objetivas, ht priticas morais objetivamente ‘erradas. Porisso mesmo, um dee ts juitor de valor tem de sor ‘bjetivamente falso. Um dos dois =u 0 Joio oua Joana ~ tem de estar errado, Uma das praticas Gerrada em simesmae por isso no se pode adimitir que as duas ‘opinies sejam verdadeiras como pretenderia o subjetiista. i e {Se ASE CANTO DANG Unidade 3 ‘Sep Vattos argumentos a favor do Se em determinado lugar do planeta se acredita que roubar nao é incorreto, ‘Teathione culteaal: ento 0 juizo moral «Roubar é moralmente correto» é, para os membros dessa 1. Promove a tolerdaciaen- cultura, verdadeiro. Para o relativismo cultural, devemos julgar as ages dos mem- i tre cultras porque nen ‘ ina pode julgarse auteri bros de uma sociedade pelas normas morais estabelecidas no interior dessa socie- dadeemassuntosmorsis: —_ dade e no mediante as crencas morais de outras sociedades. Cumprir essas normas ; 2 cada ultra a sua ver: : f dade 6 agir bem, no as respeitar é agir mal. 8 2. Promove a coeso social porque da 20s membros de ama sociedade uma forma de pensar e de sentir cue impede que a moral sejs AS PRINCIPAIS OBJEGOES AO RELATIVISMO CULTURAL sm un opin PC oon tke cored 43. Promove o respeito pela RuCl ie telat ices diversidade de cpiniées acerca do que 6 certo on © relativismo cultural transforma a diversidade de opinides e de crencasmoraisem auséncia errado, convidando cada de verdades objetivas. Mas isso pode ser sinal de que hé pessoas e sociedades que enltura a ger bumilde, 2 esto erradas e no de que ninguém esté errado. Se duas sociedades tém diferentes othar para ei antes do ri crengas acerca de uma questao moral, o relativista conelui que entdo ambas as crencas ‘oar ou de tentar por a ee ‘io verdadeiras. Os adversérios do relativismo cultural objetam que a concluséo ndo deriva oe acessriamente ds prerisra porque esea dacérdia pode ser inal de que uma soci. . dade esté certa e a outra esté errada, PPS ee ec ee kenny ser verdadeiro. carateristioa de quem 36 reco. Desde quando o que maioria pensa é verdadeiro e moralmente accitavel? Os nazis acre- hace logmdadoe valdade ae sitavam ¢ fizeram com que a maioria dos alemaes acreditassem que os judeus ram ores ears vigentes nase sub-humanos e que extermind-lo era um favor que farlam & humanidace. sso clera- ultra socodace. Ee lia rere oti fda nossa cultara como pa fro ou modelo que serve para ce ee oneal el Ce ket acuintnices turas Habitualmente, condur a iniaos de valor nogativos acerca ‘Algumas pessoas ao longo dahistria quiseram e conseguiram mudara nossa maneira de a pensar acerca de certos problemas marais. tou alembrar-me de quem combateu a escra (rc lncear be pert vatura em nome dos ensinamentos de Cristo —eribora as defensores da escravatura dis- oe s25sem que 2 Biblia justificava o que faziam -, de quem lutou contre oapartheid a Africa do Sul (Nelson Mandela) e contre asegregacdo recil nos EUA (oartin Luther King). E5505 pessoas fizeram bem & humanidede, combateram injusigase devemvos-hes grande pro- fFesso moral. Ora, orelativisma cultural parece implicar que a acio dos reformadores morsie¢ sempre incorreta. oe : — Semocainal Force | rp TEE eee ee TTS eo eee! E verdade ou pelo menos parece que ndo hd acordo entre os seres humanos sobre muitas eepinaangseaerd ‘questbes moras. Mas também é verdade que a huranidade tem realizado progressos no a ace plano moral.A aboligio da escravatura, 0 reconhecimento dor direitos das mulheres, 8 {uedeleade qu, dadaessa der condenagéo a luta contra e discriminacdo racial sio exemplos.Falar de progress0 moral ‘dade, 80 Ba erates moras parece implica que haja um padrao objetive com o qual confrontamos as nossas acées. bjetivas. A relativdade ctu Se esse padrao abjetivo ndo existr, nfo temos fundamento para dizer que em termos num faci indseativel. 0 relat- ‘moras estamot melhor agora do que antes. No pac:ado, multas

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