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. folhaCDSsS ... K\ Assim vao as coisas *e. fs 1. UM DISCURSO CORAJOSO—O : discurso que o Prof. Freitas do Ama- ral proforiu na passada terca feira na Assembleia da Republica, duran- te 0 debate do Programa do Ill Governo Constitu- ional, foi na realidade um discurso corajoso. Corajoso por se recusar a aceitar uma solucao. governativa que nada solucionaria, corajoso na de- fesa dos principios essenciais, corajoso, ainda, pelo modo como expressou 0 que todos pensam ¢, em especial os politicos, nao dizem—que na presente situacdo eles proprios tem uma quota parte de res- ponsabilidade. Por isso a Folha CDS dé especial relevo a al- gumas das passagens mais significatives. Prof. Freitas do Amaral —Honestidade, coragem, firmeza, —E forcoso reconhecer que os partidos poli- ticos se encontram neste momento com uma mé Imagem perante a opiniéo publica portuguesa. —Nenhum de nés, dirigentes partidarios esta por inteiro isento de responsabilidades nesta deli- cada situaco. E impde-se-nos a todos um sério exame de consciéncia, —A primeira condo que devemos observar Para que 0 Povo Portugués acredite em nés e nos Fespeite 6 que nos nos respcitemos a nds préprios, que mostremos ter « nogdo das nossas responsabi- lidades e que, portanto, nao nos demitamos delas. Se hoje nos deixarmos pisar ndo poderemos espe- ror ser poupados amanha. —Que se impae uma cuidada revisdo de méto- dos, procedimentos © orientucdes ¢, bem assim, um redobrado esforco de recuperacdo da imagem dos partidos e dos seus dirigenies—é uma conciuséo para mim evidente. Que o proprio sistema de par- tidos cristalizou numa forma inadequada e que o xadrez partidario actualmente existente em Portugal carece de alteracées de grande tomo— também nao me oferece dividas. —Nao consideramos que devessem ser chama- dos co Governo do nosso pais individualidades. si- tuadas 4 esquerda do PS. Estranhou o Primeiro- -Ministro que tracdssemos ai a fronteira entre o que Para ns é aceitével @ inaceitével em termos de Governo. Mas ndo tem nada que estranhar. Quer ‘em termos ideolégicos, quer em termos de prética politica, quer ainda em termos de relacdo interna- ional, é facil de entender que a linha diviséria entre © PS e@ os grandes partidos 4 esquerda deste dife- rencia © separa dois mundos absolutamente distin- tos: por essa linha passa a fronteira entre a demo- cfacia politica e a ditadura do proletariado, entre ‘© mundo ocidental e o mundo comunista, entre a NATO e 0 Pacto de Varsovia e entre os adeptos da integrago europeia e 08 partidérios do nacio: nalismo terceiro-mundista. —As nossas objec¢ées vao contra 0 facto de participarem nste Governo algumas personalidad. proximas do PCP ou do MDP/CDE. © Povo Portugués nao esquece o que foi o ano de 1875, nem esté disposto a considerar irrelevan- tes 0s comportamentos antidemocraticos de que ‘aqueles partidos foram os principals inspiradores, guias e intérpretes 2. UM BLOCO PERSONALISTA?—Néo ¢ por ‘acaso que polémica da bipolarizacdo surge a mis- tura com a polémica do presidencialismo, aficmou © Secretario-Geral Adjunto do CDS, Ribeiro © Cas- tro que em seguida considerou que «ha um pro: cesso de descrédito dos partidos politicos e dai a necessidade de reordenomentos das forcas partida figs. AS pessoas sontem que ‘os partidos ndo res- pondem aos fenémenos sociois, sentimento que é mais nitido no espaco CDS/PSD. O que tem expli- cagdes de fundo, pois as suas bases compartilham 7’ José Ribeiro e Castro uma coneepeso fundamentaimente personalista da vida. Sobre as perspectivas de uma futura colabora- 80 com o PSD, Ribeiro e Castro comecou por di- zer: «0 CDS sempre desenvolveu esforcos no sen- tido do entendimento com o PSD. Foi pena que das diversas vezes que 0 fizémos, o PSD o recusasser mas completaria afirmando: ‘estou ‘convencido de que entendimentos estéveis na base de principios positivos sio possivels. O personalismo democrético, @ sempre um caminho positive para o reforco da democracia. No caso de elei¢des legislativas ante- ipadas que 0 CDS entende como inevitdveis, este entendimento, esta bipolaridade—personalismo de- mocrético de_um lado, socialismo democrético do outro, deixando de fora os totalitarismos da direita e da esquerda—seré um elemento fundamental pa- ra 0 reforco da democraciay. 3, O QUE FAZ CORRER GARCIA LEANDRO— Através de um comunicado pablico, 0 CDS, na qua- lidade de partido maioritério em Macau, veio mais uma vez protestar contra o arrastamento incom- preensivel na substitui¢do do Governador de Macau, Coronel Garcia Leandro que se mantém em fungdes desde 1975, contra vontade da maioria da popula- 90 € das suas associacées representativas e, por- tanto, contra 0 disposto no Estatuto Organico de Macau. © CDS monifesta igualmente a sua estra- nheza, pelas declaragées do Coronel Garcia Lean- dro sobre a sua sucesso como Governador de Macau, 4, INCOMPREENSIVEL — Séo pouco claras as raz6es que levaram um matutino © um semanGrio de Lisboa, a afirmar durante a semana passada que ‘0 CDS eo PS terlam [6 ena manga» uma alterna- tiva Imediata de novo acordo entre os dois partidos para opér ao Ill Governo Constitucional. Algm de a referida noticia ser um mero pro- duto de fértil Imaginagéo, é absolutamente falso que esteja (6 «concluldo ou em vias de conclusdo um acorde global com o CDS» naquele sentido, pelo que também os demais detathes da noticia ndo tém (© minimo fundamento. Estranha-se porém, que nenhum dos referidos ‘6rgdos de comunicagao social tenha procurado obter 2 confirmacao ou desmentido da noticia junto do cps, Incompreensivel, noo 6? 5. © CINISMO PECEPISTA—A mocdo de r [eicéo do Governo apresentada pelo PCP ¢ um blut Pior. Em termos politicos € mesmo uma fraude. Uma fraude perante a Democracia ¢ uma fraude perante os seus eleitores. Sendo, vejamos. O objectivo de um partido po- litico ao apresentar uma mogao de rejeicco a um Governo &, logicamente, derrubé-lo. Sendo assim, parece-nos que Ihe seria indiferente votar uma mo- $60 propria ou uma outra apresentada por um Par- tide com o qual sente certas afinidades —neste caso 0 PS—,de forma a obter o nimero minimo de votos para fazer prevalecer a sua posicao. Na verdade, néo é nada disto que se passe. © PCP co apresentor a sua propria mocdo de rejeicdo e ao afirmar que nao votaré nenhuma outra, std por um lado a tentar explicar aos seus militan: tes que nao apoia um «Governo de direitay chefiado Por um «representante dos interesses do grande ca- pital», enquanto pelo outro e na prética, estd nao s6 permitir a sobrevivéncia do Governo, onde tem trés elementos afectos, como até a avalizar a sua politica. E isto porque, para que uma mocao de re- ieicdo tenha efeitos praticos sdo necessérios, pelo menos, 133 votos favorévels, enquanto o PCP sé possue 40 deputados. A isto chama-se enganar os eleitores. E, para que assim néo fosse, ou o POP apos- tava na queda do Governo, tudo fazendo para ser bem sucedido ou dar-Ihe-ia apoio piblico, embora, Ginda que algumas vezes discordando de certas orientacdes. Tudo isto por erro téctico de um Partido que esté atrasado 60 anos na Histéria do Mundo e que se tornou vitima do conservadorismo burocrético que ele proprio fomenta a todos os niveis da sociedade e que Ihe outo-limita @ sua copacidade de evolucao, tal como sucedeu com os dinossauros ha alguns Ihoes de anos atrds.—E hoje, onde estéo? Autarquias CDS 1, VISEU—UMA CAMARA EM DIFICULDADES —A insuficiéncia das financas locals face as des- pesos do orcamento anual da Camara de Viseu, uma dos moiores dificuldades e preocupagées do seu Presidente que a propésito diz com uma certa m@goa «néo é demais acentuar, mais uma vez, a dependéncia absoluta das Cémaras em relacdo ao poder central, no aspecto financeiroy. Q Dr. Leal Loureiro, Presidente da Camara de Viseu e membro do CDS esta bem ciente dos co- réncias e dos problemas com que 0 populagao se debate, especialmente nos campos da hobitacdo, edugae, vias de comunicagdo, fornecimento de égua 2 0 problema do desemprego sobretudo nas coma- das jovens que procuram o seu primeiro. emprego. Contudo, o Dr. Leal Loureiro tem confianca numa mudanca deste estado de coiscs apés @ aprovagdo e promul- gagdo da reforma das finaneas locais que se- gundo se espera seré debatida e aprovada na AR. ainda em Outubro. Dr. Leal Loureiro SERVICO DE IMPRENSA — LARGO DO CALDAS, 5 — LISBOA — TELEF. 861019 Tiragem: 200.000 exemplares

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