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ROLAND BARTHES ELEMENTOS DE SEMIOLOGIA ‘Tredugio de Tatworo Buxsrein a EDITORA CULTRIX Sho Paulo “ial do rig He ELEMENTS De sEMOL Coppel © 1964 Edom da Sei Pas ha Dts esereadoe FORA FENSAMENTO.CULTRDC LTDA RouD Mine Ven 368 1270.00 - So Pal, SP Fone 3731909 — Fax 72470 mul pecameitestn om apt penser le om Ingres am masa ofa rfias. INDICE {Ao terror mustang vrawugto 1. LINGUA E FALA Lt, Bo Lingsisice 1” Em Srmace 2. A Logan 3. A Fale 4 Dinca da Ligon eo Fale 5. Eo Hinsley Probleme TO idiot 8 Earotora dupe 1.2, Perpectios Semiléicar 1. "Lgos, Fas Clencas Humanas 2. O reat. 3. A alimentagso 4 O tutemitl, 0 mobilisio 5 66. Droblemas (1) erigem dor sinemae 1. Prolemae (II): a tle Lingoa/Fala |. SIGNIFICADO E SIGNIFICANT M.A, 0 Signo 1. Kelsi dow sigs 20 ‘igo Hngtinico 3. Forma e atic 4. O sino temioigco U2. 0 Signifcado 1 Nate do signindo 2 SRE Ss wee » % 4% z a 13. 0 Signcante 1, Natwrem, do siguiente ssc dow sgaiiantes ma. MIL. 0+ Dois Bios de Lingus {A prove de comstario ‘Ae nidads slong 5. ‘As premies comblonit Weide edn de ides satagmcas ms. IV. DENOTAGAO E CONOTAGAO WV.1. Or Sitema deengtadon 1V.2. A conatagio 1.3. A metalinguogem IVA. Conoagi € metalingnsent Conclasao:« pegssesemilSics Buaiocear carica tater seordcic> wee EME BEE gSageudad veveeee ALS ESbaesays AO LEITOR BRASILEIRO A Kixtira de Semiologia€ curtae, todavia, jé bastante rice, ie forma Hen ees eB ee eat ice ‘quando se relomou 4 postulagdo feite por Saussure mo sex Garso ‘de Linglsticn Geral, saber: que pode existir, que cxitird uma cibncia dos ‘sgnos, que tomeria emprestado de Lingilstice seus conceitos principais, mas da qual a prépria Linguistica nio passaria de um departamento. Em seus prinr. dios franceses, (que podemortituar 2 volte de 1956), 2 tarefa ‘da Semiologia era dupla: de um lado, esbogar uma teoria gerak de pesguita temioléplce, de outro elaborar semiéticas particla- 122, eplicedas a abjetos, 2 dominios circunscrtos (0 vestuério, @ limentagio, cidade, « narrativa, et.) (Os Eumneentos De SeMIOLoGiA, que slo boje epresente- tor 40 letor brasileiro, dicem respeito & primeira dessas terefas: originariamente, foram organizados em forme oral no primeiro Semindrio que realized na Escola Pritice de Altos Estudos ent 1962-63; Joram a seguir publicados em italiano @ pedido do ‘gande escritor Plo Vitorini, pouco tempo antes de sua mort. Se recordo equi o nome desse autor & porque devemor desde logo convencernos de que 2 voca;io de Semiologia (eu, pelo ‘menos, penso estim) neo & puremente cienifica, mas relacio~ nase com 0 conjunto do saber e da escrtura. Cumpre, som divide, monejar com precausio os concetos tranomitider pele Lingitstce 2 Semiologia, e & a essa exigéncia ‘que buscare atender estes EvEMENt0S: dio-se definigbes que (sido firmadas na citncia lingiitica (a de Saussure, Hielmsleo, Jakobson, Benveniste: « de Chomsky parece ter pouceinfluéncia. sobre a Semiologia, a mio ser no gue concerne a anilise da narrativa) e que, no entanto, sto sempre levadas até os limites 7 ingistce, onde o signa & tadvaivel em outros sistemas que io da. Os Evawenros 0g Seneiorocta propiem um vocebuléric, sem 0 qual a invengio de pesquisa mio seria postivel Por outras paleort, cumpre passer por estes ExiMenr0s, sts nto dete wn’ Cae tor dle toprol ow 0 ‘movimento bistrico que, « partir destas bases necesirias,levou 4 Semiologia ndo somente a aprofundarse (0 que € normal), ‘mas também a diversiicarse, Jragrentarse, até mesmo contra dizerse (entrar no campo fecundo das contradigs), em sums, expose, 10, « Semiologis 0 pde faer porque, jovem ciéncis recém=esbocada e ainda {rétil, buscou ele vidamente, poss0 dizer, contato com outres cibucias, outras discipline, outras eigdncas. Pet dex anot que a Semiologia (francesa) se m0- vimenta considersvelmente: forads a deslocarse, @ aricar bastante em cada enconiro, manteve ela um didlogo constante € transjormador com: o estraturaismo etnoldgico (LéviStruss), e das formas ltersrias (os formlitas rassos, Propp), & re (Lacan), a Flosofe (Derrida), 0 marsiomo (Altbus- ser), @ teoria do Texto (Soles, Julia Kristeva). toda este Igiracao ardente, frequent, por vexes polémice, arrscada, que se deve ler retrospectivamente na bstéra da Semiologa: sendo Drecsamente slinguogem aque questiona coninusmente a lingua ‘tem, ela bona, por naturezs, ab duas tarcfas que Brecbt assina- laa’ ao intelectual nese peiodo da Historia: Uquidat (as antigas slg «tei (0 ara seb, «tome get sae relagio socil).- Isto é, qualquer que sea « exigencia cientilce dde que se deca investr'« pesquisa semioldgice, ex pesquisa tem imediamente, no snsndo il come 6, ume reponsablidade Iumena,bistries, josie, pol Tive mutes vewes 1 fli oportunidade de conbecerpesguic sudores, etudiotos,exeitres bratleros, pelo que estou. con tencido de que coniderario ees Euewtnros. 130. modestos (isto € dito ‘tem nenbume coguetismo) com espirto lore, etl roo, translormador, auilo que pretendiam ser desde o coméco: tem ponto de par Setembro de 1971. ROLAND BARTHES INTRODUGAO Em seu Curso de Lingistice Geral, publicado pela primeica vvez em 1916, Saussure postulava a existéncia de uma ciénc ‘eral dos signos, ou Semiologia, da qual a Lingistca nio set sendo uma parte. Prospectivamente, a Semiologia tem por objeto, entio, qualquer sistema de signos, seja qual for sun substinci, seam quaie forem seus limites: imagens, os gestos, cs sons melédicos, os objetos e os complexos dessas substincias que se encontram nos rites, protocolos ou es 5, $e no ‘constituem “linguagens”, so, pelo menos, sistemas de signifi ceasfo, TE certo que o desenvolvimento das comunicagSes de massa dé hoje uma grande atualidade a esse campo imenso da significasfo, exatamente no momento em que 0 éxito de disc. como « Linglstica, « Teoria da Informagio, a Légica Formal e a Antropologia Estrutaral fornecem novos meios a andlize semintica, Atualmente, hi uma solicitagio semioligica coriunda, néo da fantasia de alguns pesquisadores, mas da propria Fistéria do mundo moderno Entretanto, embora 4 iia de Saussure tenba progredido muito, a Semiologia invetigase lentamente, A rao disto é simples, talver: Saussure, etomado pelos prinipais semiGlogos, ppensava que a Lingifstica era apenas uma parte da citncia ge dos signos, Ora, nio é absolutamente certo que existam, ni vida social de nosso tempo, outros sistemas de signos de certa smplitude, lm da linguagem humana, A Semiologia 36 se un ‘ocupou, até agora, de cédigos de interesse iersério, como cbdigo rodovidtio; logo que passamos a conjuntos dotados de ‘uma verdadera profundidade sociolégia, deparamos novamente ‘com 4 linguagem. Objetos, imagens, comportamentos podem significa, claro est, e 0 fazem abundantemente, mas nunca de utdnoma; qualquer sistema semioligico repassa-se de linguagern. A substincia visual, por exemplo, confirma suas signifcagSes 20 fazerse repetit por uma mensagem lingiistica (€0 caso do cinema, da publicidade, das historietas em quads ‘hos, da fotografia de imprensa etc), de modo que ao menos tama parte da mensagem icénica esti numa relagio estrutural de redlundincia ou revezamento com 0 sistema da lingua; quanto 0s conjuntos de objetos (vestuétio, alimentos), estes s8 alcan- am o estatuto de sistemas quando pastam pela mediagio da lingua, que Ihesrecorta os signifcantes (sob a forma de nomen- dlaturas) e Thes denomina os signifcados (sob a forma de usos ou rizbes); nds somos, muito mais do que outrora e a despeito da invasio das imagens, uma civiliangio da escrita. Enfim, de ‘um modo muito mais gceal, parece cade ver mais difctl con- ceber um sistema de imagens ou abjetos, cujos signifcados potsam cxistr fora da Hinguagem; perceber © que significa uma substincia 6, fatalmente, recorrer ao recorte da lingua: sentido 6 existe quando denominado, e o mundo dos signficados nfo outro seilo o da linguagem. Assim, apesar de trabalhar, de inicio, com substincias nao -lingisticas, 0 semidlogo levedo a encontrar, mais cedo ou iis tarde, a linguagem (a “verdadeira") em seu caminho, nfo 6. titulo de modelo mas também a titulo de componentes, de rmediagio ou de significado, Essa linguagem, entretanto, nio € cexatamente a dos lingists: & uma segunda Linguagem, cujas lunidades nfo sfo mais os monemas ou os fonems, mas fragmen- tos mais extensos do discurso; estes remetem a objetos ou . 2) B ‘mente © modelo lingtitico®. Contentamo-nes com propor € cselarecer uma termisologa, deefndo que ela permita intro- dizir uma ordem iniial (mesmo provséia) na massa hetré- clita dos fats sigiiantes: tratase, em suma, de um principio de castfasio de quests. ‘Agropaemos, pos, ests Elementos de Semiologin sob quatro geandes rubrics, oviundas da Lingstin Estroural: 1 Lingua ¢ Fale; I. Sigufcedo e Sigificnte; I. Sintzgna Sistem; IV. Denotegio « Conotaio. Estas rubrias, perce: hese, aprescotame sob forma dicorbmica; observarenos que 4 clasfcagio Bintia dos conceiton parece freqiente no pens rento estrutara, como se a metlinguagem do Hingis repro- dlsite “em abiamo” « estutua bindia do sistema que desre: ‘ej indcaremos, de pastagem, que seria muito instrtiv, sem lida, estadar « preemingncia du classifiasio biniria no dis- cur das céncas humanas cootemporinest; « taxinomia dessas itis, se fose bem conberda,informaria ceamente a tes prito dagilo que se poderia chamar o imapndrio intelectual de nossa pect. 2, Pein, sblinhado, por Cauoe LémSraauss, Anioplone rg 998A. xr we Oni Sed e io, Tempo Brae, 1967] LINGUA E FALA I. 1, Eu Linobisrica T.A.1. © conceito (dicotémico) de Lingue/Fala & cen tral em Saussure ¢ constituiu certamente uma grande novidede com relio A Lingifstica anterior, preocupada com procirar as causas da mudanga histéeica nos deslizamentos de pronin- cia, nas associagées espontineas e na s¢io da analoia, e que xa, por consequinte, uma Lingifstce do ato individual, Para claborar esta eélebre dicotomia, Saussure partiu da naturera “multiforme € heteréclita” da Linguagem, que se revela & pri- imeira vista como uma realidade inclasificével ‘, exja unidade io se pode isola, jé que participa, 40 mesmo tempo, do f- sco, do fisil6gico © do psfquico, do individual © do social ois essa desordem cesta st, deste todo heterclto, se abstai lum puro objeto social, conjunto sistemético das convengées ne- ’ comunicasio, indiferente & matéria dos sinais que © lingus, diante de que a fale recobre a par- te puramente individual da linguagem (fonasio, realizagio das regras © combinasdes contingentes de signos), 1.1.2. A Lingus € entio, praticamente, a linguagem me- 9, 20 mesmo tempo, ume institugio social e um sis 4. Obvervese que a princi definifo de lingus & de ores staat: Cm printfa de Gafcago, wv tema de valores. Como instiuigéo social, ela no € absolutamente tum ato, ecapa a qualquer premeditacio; & a parte social dx linguagem; o individuo no pode, sozinho, nem crf nem mo- clfie6la. Tratese exsencilmente de um contato coetivo 20 qual temos de submeter-nos em bloco se quisetmos comunicar; além isto, ete produto tocial € aut6nomo, 2 maneica de um jogo com ss suas regres, pois #6 xe pode manejilo depois de uma aprendi- zagem, Como sistema de valores, a Lingua € constituida por um ppequeno niimero de clementor de que cada um é, ao mesmo tempo, um sale-por e o termo de ume funcio mais ampla onde 2 colocam, diferencalmente, outros valores cotrlativos; sob 0 ponto de vista da lingua, 0 sino € como uma mocda*: esta vale por certo bem que permite comprar, mas vale também com relasio a outs moedas, de valor mais forte ou mais fraco. O saspecto institucional e o aspect sistemético estio evidentemente ligados: & porque a lingua € um sistema de valores contratuais (em parte arbiteérior, ou, para ser mais exato, imotivados) que resist As modificagies do individuo sozinho e que, conseqtien- temente, & uma instituigio socal. 1.1.3. Diante da lingua, instituigio ¢ sistema, a Fala é ‘exeenctlmente wm ato individual de seleséo e atuslzagio; cons tituem-na, primeizo, as “combinagées graces ds quais o falante pode uailizar 0 cédigo da lingua com vistos a exprimir 0 pen samento pessoal” (poderseia chamar de discurso esta fala esdobrada), © depois of “mecanismos picofsicos que Ibe ‘permite exteiorizerextas combinacBes”;€ certo que & fonagio, pot exemplo, nfo pode ser confundida com a Lingua: nem a rem o sistema so alterdos, se o individuo ques cles ecorre fala em vor alta ov baixa, conforme uma elocusio Jenta ou ripida et O aspecto combinatétio da Fala € eviden 5. Ch inka, 5,1, 8 temente capital, pois implica que a Fala se consttui pelo retorno de signos idénticos: € porque o8 signos se repetem de um discurso a outro e num mesmo discurso (embora combinados segundo a diversidade infnita das palavras) que cada signo se torna um elemento da Lingua; € porque a Fala & essencialmente uma combinatéria que cortesponde a um ato individual e nfo 4 uma eriago pura, L.A, Lingus ¢ Fala: cada um destes dois temas sé tira evidentemente sua definiso pleaa do process dialético que tue um ao out: no hi Hogua sem fala © no I fala fou da lingua; &nesa roca que se situa a vedadeta praxis ling, «como 0 indicou Maurice Merle Ponty. "A Lingua, também disse V. Brondal', & uma entdade puramente absinas, uma rorma superior aos indeiduor, um conjunto de tpos essen, ue relize 6 fla de modo infnitmente vrive”. Liogua ¢ Fala esto, portato, uma regio de compreenio repro; de tum lado, Lingua & “o tesouro depositado pele préica da Fala nos individuos pertencentes « ume mesma comunidade’ e, pot ser uma soma coletva de marcas individuis, el 6 pode ser incomplet no aivel de cada indvfduo isola; a Lingua existe perfeitamente apenas na “masa falante™. Sé podemos manear ‘uma fala quando a destacamos na lingua; mas, por outo lado, 4 lingua 36 posivel pats da fal: histovcamente, os fates de fala precedem sempre 0s fats de Kingua (E a fala que faz a lingua evoluit), e, genetiament, 2 lingua constiulse no ind vidoo pela aprendizagem da fala que o envolve (nfo se ensna 4 gramitica € 0 voeabulto, isto &, a Hingua, de um modo gers tos bebés). A Lingua é, em sum, o predato © 0 instrumento da Fala a0 mesmo tempo: tratzse realmente, portanto, de uma verdadeia dialésica, Notaremos (fato importante quando pasar “eta Linguistics, 3, 1, w 5 » mos is perspectivas semiolégicas) que aio podesia haver (pera Saussure, pelo menos) uma lingistica da Fala, pois qualquer fala, desde que tomada como processo de comunicagio, jé € lingua: s6 hé cigncia da Lingua. Isto afasta de pronto duas quests: € indul perguntarse se cumpre estudar 2 fala antes da lingua; a alternativa & impossivel e s6 se pode estudar imedia- tamente a fla no que ela tem de lingfstico (de “glético”). £ jqualmente indtil perguntarse, primero, como separar a lingua da fala: no se trata af de wina diligéncia prévia, mas, muito 0 contririo, da propria esstncia da investigacio lingiistica (e semioligica, mais tarde): separar a lingua da fala é de sm 36 lance, estabelecer © procesio do sentido. 13 tink an sm wig ie a me ee a ne € a lingua como forma pura (Hjelmsley hesitou em dar a esse fan nee it ac ga soy wn i a ated sn ee i ade cn Tei Sela a ie a francés oral, seja qual for sua proniincia (mas nfo o do francés sium tere Sa te Cr ne wie eek ecto pmen TL Hsetastat: Essie lings, Copenhague, 1959, p. 6 es. 20 spacer ni, de fate, dois panos fundamentis: 1) o exquems, Cuin teria se confunde com a tora da forma *e da insta 2) grupo NormatoFal, xj toa se confunde com tora da substincia® ¢ da execugio; como — segundo Hjelmslev — 4 norma € uma pure abrrafo de metodo ea fla ota simples concetasio ("am documento pata”), teencontese, pat terminar, uma nova dicotomia, Exquema/U, que se sat 0 par Lingus/Fale. O remancjamento biemslvino, ene tant, nfo éindiferente: cle formalzaradcalmente 0 conceito de Lingua (sob 0 nome de esque) e liming x fala concrete fem proveito de um concio mais soci, 0 wo; fomalzagio de lings, socalngfo de fala, este movimento permite passrncs todo 0 “postva” o “sbstanca” para 0 lado da fala, todo 0 diferencia pra 0 Ido ds lingo, 0 qv € vanttoo, como vere ‘mos daqui a pouco, por levantar uma das contradigdes colocadas ela ditngso sausnuiana da Ling © da Fala 1.1.6, Seja qual for sua riquezs seja qual for © proveito que dela se posse tirar, tal distingio’ afo tem quadrado, na verdade, sem colocar alguns problemas. Indicaremos aqui ts deles. O primeiro ¢ 0 seguinte: serd que se pode idenifcar « lingua com o c6digo e a fala com a mensagem? Esta identifice ‘io € impossvel segundo a teoria hjelmsleviana; Pierre Gi as convengies do cédigo mente aceitével na perspectiva saussuriana, © Andeé Martinet «leva em conta" Anilogo problema pode ser colocado ao intet- 8. CE far, 1, 3,3 9. Cl if Mh, 1,3 0. “La = Vanayee quanitaive ca lnguisigue, is Ender de ingtigaewppgate 2 Bila pr 11, A. Mariner: Elémens de Lintuigue générale, ta, By iustiqe pln, Arad Co a rogarmo-nos a respeito das relagdes entre a fala € o sintagma"*; 4 fala, jf 0 vimos, pode ser definida, além das amplitudes da fonasio, como uma combinagio (variada) de signos (recorren- tes); no nivel da Mogua em si, todavia, jé exstem certos sine tagmas cristlizados (Saussure cita uma palavea composta como ‘magranimus); 0 limiae que separa a lingua da fala pode entio ser frigil, jf que & aqui constituido por “certo grau de combi ragio". eis introdusida desde entio a andise dos sintagmas cristalzados, de natareza linghfstica (glética) todavia, visto que te oferecem em bloco a vatiagio parsdigmtca (Hielmslev de- romina tal andise a morfosintaxe); Saussure notara esse fend: meno de passagem: “Hd também, provavelmente, tode uma série de frazes pertencentes 2 lingua, as quais o individuo no tem mais de combinar por si mesmo.” ™ Se esses esteredipos per tencem 3 lingus, € néo mais 2 fala, e se se verifcon que nume- rovor sistemas semiolicos os utilizam, tratase entio de uma verdadetn lingustica do sintagme, que se deve prever, neces- sivia para todas as “escrituras” fortemente estereotipadas. terceiro problema, enfim, que indicaremos aqui, concerne as relagies entre a lingua ¢ 4 pertintncia (isto é, do elemento pro: priamente sigficante da unidade); identificow-se (0 pr6ptio Trubetskoy), 2s vezes, a pertinéncia¢ a lingua, tjeitando assim da Lingua todos os tragos no-pertinentes, isto é, as variantes combinatériss ‘entretanto, causa problema, pois existem (dependentes, portanto, 3 primeira vistz, da fale) que sio, contudo, imposter, isto é, “sbitrviag”; em francés, € imposto pela lingua que 0 1 scja surdo apés uma surda (once) e sonoro apés uma sonora (ontle), sem que estes fatos deixem de pertencer & simples Fonética (© TR. Gh ine, acre do sista, cop. 1 13, Smut, in: R, Gopnus Ler sources etnies du Cours de Lingtigue Glntnde de F. de Sesssare, Doe, Mat 1397, 9-90 2 rio & Fonologia); véwe « conseqiénca testica: & preciso admi tir que, conttariamente 3 afirmagio de Saussure (“na lingus 23 ‘4 diferengas”), 0 que nio € diferenciativo possa assim mesmo Pertencer a lingua (A institugio)? Martinet astim pens; Frei fenta poupar # Saussure a contradigfo; a0 localiza as diferengas nos subjonemas: p nio seria, em si, difeencial, mas somente, tele, 0s tragos consonintco, ocksivo, surdo, labial etc. Nio & ‘xatamente este 0 momento de tomar partido a respeito de tais problemas; de um ponto de vista semiolégico,reterse-4 a neces sidade de acetar a exiséncia de sintagmas ¢ de variagSes mio- -Sigificantes que sejam contudo “létias”, vale dizer, que per ‘engam 3 lingua; esta lingistica, pouco revista por Saussure, pode adquirit uma grande importincia em qualquer lugar onde Feinazem os sintagmas ersulizados (ou exteredtipos), 0 que & sem divida o caso das linguagene de massa, e sempre que vatia- es nfosignficantes formarem um corpo de significantes segundos, © que € o caso das linguagens de muita conotagio +: or “roulé" € uma simples varigho combinatéria no nivel da rented signo e do simbolo (por opossio ao {nde © a0 sinal); © proprio Saussure notou bem a natureza psiquia do significado 30 denominélo conceito: 0 significado da palabra boi nio € 0 animal boi, mas sus imagem pslquica (isto serd importante para acompanhat a diseusio acerca da natureza do sino). Essas discusses permanecem todavia impregnadas de psicologismo; preferitemos seguir tae a andlive dos Estbicos*; estes distin fguiam cuidadosamente a gaveaaix heyogy (a tepresentacio psi- Ges) pyavén (cob rel) © 0 hei (0 "de", © significado ndo € nem a'Payeaotx, e nem o uryavé, mas s (© eKtby ; nfo senda nem ato de consciéncia nem realidade, fieagio, de uma manera priticamente tautoldgi «que quem emprega o signo entende por ele. Voltamos assim justamente a uma definigio puramente funcional: 0 significado um dot dois relate do signo; a inca diferenga que 0 ope 20 significante € que este € um mediador. No essencia, a situagio rio podetia set diferente em Semiologia, em que objets, imagens, gestos etc, tanto quanto sejam significantes, remetem ‘algo que 26 € dizivel pot meio deles, salvo esta circunstincia segundo 4 qual os signos da lingua podem encarregarse do significado semiolipico; diremos, por exemplo, que tal suéter 3 Eira, Ue, 4,2. 36, Diao retomada por: Borgend, Brother ¢ Lohmann, jo: Acts Tnguistice 1 2. 46 significa os longos passeios de outono nos bosques; neste c250, © significado nfo € somente mediatizado por seu signficante indumentério (0 suéter), mas também por um fragmento de palavra (0 que é uma grande vantagem para manejélo); pode mos dar © nome de izologia a0 fendmeno pelo qual a lingua cola", de modo indiscerivel e indissocidvel, seus significantes « significados, de mancita a reservarmos 0 e280 dos sistemas nio- is6logos (sistemas fatalmente complexos), em que o significado pode simplesmente ser jastaporto a seu significance Como clasiticar os signficados? Sabemos que, eta operagio € fundamental, pois que resulta fem isolar @ forma do contetdo. Quanto aos signiticados lin ‘ilstcor, podemos conceber duas espécies de cassifiasSes; a primeira & externa e apela para o contesdo “postivo” (e nio ppuramente diferencal) dos conceitos: € 0 caso dos agrupamentos metédicos de Hallig e Wartburg e, mais convincentemente, dos campos nocionsis de Trier e dos campos lexicolégicos de Matoré*; mas, de um ponto de vista estrtural, esas clssifi- ‘cagSes (sobrerudo as de Hilig e Wartburg) tém o defeito de poiaese ainda demas na substincis(ideol6gica) de significado, ‘fo na sua forma. Para chegar a estabelecer uma classifcagio verdadeiimente formal, seria necessiio chegat a reconstitu ‘oposiges de sigificados e a isolar em cada uma elas um trapo pertinente (comutével) #; este método foi preconizado pot Hjelmslev, Sérensen, Prieto © Greimas; Hjelmslev, por exem plo, decompée um monema como ‘'égua” em duas unidades de sentido menores: “cavalo” ++ “fémea”, unidades que podem 37. R, Hacate © W. vox Warrmune: Beit als Grange ie dic Lesicorapbe, Bein, Akademie Vera, 1932, 4%, XV, pe 38. Enconta sed Miigralia de Tier ¢ Maré em: . Guan: Le Sdsionigue, PU. ¥.{'Que sie), 70 658, 1p, 2 2 komo fer aa pen sino € sil (os ” 1 reconstitugGo de novos monemas ("porco” + “fémea” = “porea”, “cavalo” “+ “macho” = “garanhio"); Prieto vé em “ir” dois scagos comutiveis; “homo” + “marculus"; Sorensen reduz 0 Kxico do parentesco 2 uma combinagio de “primitives” (“pai" = pa rente macho, “parente” = ascendente em primeico gra). Ne- shuma dessas andlises foi ainda desenvolvida ®, E preciso Tembrar enfim que, pata certos lingistas, os significados no fazem parte da Lingifstce, a qual deve ocoparse apenas de signifcants, © que a clasificagio semintca est fora das tatefas ba Lingifstica.” conseqiemtemente, 11.2.3, A Linglistica Estrututal, por mais avangada que cexteia, nio eificou ainda uma Seméntca, isto é, uma class ‘casio das formas do significado verbal. Ymaginamos facilmente, pois, que no se possa propor atualmente uma classificagio dos significados semiolGgicos, sslvo se recorrermos a campos noci- ‘nis conhecidos. Arrscaremos apenas erés observagdes. A pri meine concerne #0 modo de atvslizgio dos significados semio- legicos; estes podem apresentar-se ou aio de modo isoligico; no segundo cis0, io sustentedos, por meio da linguagem, aiculada, sea por uma palavra (week-end), sea por um grupo de palavens(longorpaszeios no campo); ficam, desde entio, mais {ices dese manear, jf que o analistanio € obrigado a imporshes sa prdpria metilingusgem, mas mals perigosos também, pois reconduzem incesuntemente 4 clasificagio semintica da propria lingua (desconhecida aids), ¢ nfo a uma classficasio cujo fun- damento estvesse no sistema observad; os sgnficados da moda, $D, Explor dade por G. Mavnin: “Les anaes smaniqus”, ing Cabins de Pst de tenes eomamigueoppligute, at, mag 141. Seria bom adour dorsvante 4 ditigbo proposa por A. J Gress: Semdancr *uanda te telere 20 comet Semaogis = ‘Sunda te slob expen e sinda que meditizados pela palavra do jornal, no se distrbuem por fora como os sgifeados da ling, visto que justamente ‘ilo tém sempre 0 mesmo “comprimento” (aqui ura palvra, 1 uma frase); no primeira cao, o dos sistemas islégcos, © significado nfo tem sendo seu signficante tipico como materi Tzagio; 6 podemos manejélo impondothe uma meulingagem: interrogates, por exempo, indivduos acerea da sigiiasio gue suribuem a um trecho de mésia,submetendotbes una lista de sigiicados verbalzads (angustied, tempestuaso,sombri, atormentado etc.) *; quando, na reilidade, todos esses signos verbsis formam um +6 sigificado mosiil, que deveriamos esgnar por um mimero nico apenas, 0 qual ado impliaria ‘enhum recorte verbal ou conversio metaftia. Esus metalin- aguagens, provenientes aqui do anlista © Ik do pr6prio sistema, so invitivis, sem divide € o que toma ainda problemitin 4 andlse dos sgifcados ou andlie ideoliica; serénecesstio pelo menos stuar tebrcamente seu lugts no projet semiolgio. ‘A segunde observagio concerne 2 extensio dos sigificados semioliics; 0 conjunto dos sgaificads de um sistema (é for ralizado) constitu uma grande fongio; ora, € provivel que, de um sistema a outto, as grandes fungGes semintias fo 36 se comuniquem entre si, mas ainda ae secubrim parcilmente: a formu dos signiiadon do vestutsio € sem divide, em pact 2 mesma que a dos sguifcados do sistema alimentar, anbas articuladas sobre # grande oposcio entre 0 trabalho e'a fests cent a atvidadee o leer; impBese prever entio uma descrigio ‘dealin total, comum a todos of sistemas de uma mesma si cronia. Fioalmeate — esa sera terecta cbservagio —, pode ros considerar que a cada sistema de signifcantes (Ixicos) cor respond, no plano dos signfiados, um corpo de prtias 42. GER. Fawets: Le pereption de le maigne, Vin, 1958, 3° 9 teenies; esses corpos de sgnificados implicum, por pate dos consumidores de sistemas (isto é “tores”), diferentes sbercs (segundo a diferengas de “‘culeura!), 0 que explice que uma mesma lexia (ou grande wnidade de letra) posse ser diferen: temente decifada segundo os individuoe, sem deixar de perten- cera cert “lingua; visio lexioor — e, prtano, vitio corpes de sgifcados — podem coexists num mesmo indvidvo, deter. rinendo, em cada um, leiturss mais ow menos “profundas”, 11.3. © Stentteante 113.1. A naturesa do sigifiante ogee, de um modo sctal, as mesmas observagées que a do sgufiado: um puro ‘elatur, no ve pode separar sua defngfo da do significado. A nica diferenga € que 0 significante € um mediador: « mavéia he necesiia; mas, de um lado, nfo lhe € sufiiente e, de ‘outro lado, em Semilogia, o significado também pode ser subsituido por certa matéria: a das palavess. Essa materi dade do sigificame obriga msis uma vex « ditinguit bem me. ria © substini: 2 sbstincia pode set inateial (a0 c40 da substincia do contetido); podese dae, pois, somente que a substinca do sigificante € sempre material (sons, objets, imagens). Em Semiologs, em que vanos trtar de sistemas ristos que envlvem diferentes matérias (som ¢ imagem, objeto « eseita ete.) seria bom reunit todos of signos, enguanto trans portaios por ume tinice e mesma matiis, sob 0 conccito de Signo tipo: © signo verbal, 0 signo gfe, 0 sgn0 ibnico, © signo gestualformariam, cada um dees, um sgno tic. 11.3.2, A classfcagio dos signifcantes no € outra senfo a estruturacio propriamente dita do sistema. Tratase de recortar a mensagem “sem fim”, constituida pelo conjunto das mensagens emitidas no nivel do corpo estudado, em unidades 30 significantes minimas com 0 auxilio da prova de comutasio , sgrupat essas unidades em classes paradigmiticas e classificar as relagBes sintagméticas que ligam essas unidades. Tais operagies abate, t a ry ¢ gee Observaremos, por enquant, essas unidades do ponto de vista sintagmético, unicamente. Em Lingistica, a prova de comutacio fornece vm primeiro tipo de unidades: as wnidades sigifctioas, todas dotadas de wna face sgaifiante ¢ uma face signficada (05 monemas, ou num termo mais aproximativo, as palavas, elas préprias composts de lexemas € morfemas); mas, por causa da dupla aricolagio da linguagem humana, uma segunda prova de comotasé, desta ver disgida aos monemas, @. Em are reservar 0 cao dis wniade di- vs unde cdg, see ato ” faz aparecer umm segundo tipo de unidades: as unidades distin sivas (os fonemas). "© Essts unidades nfo tém sentido em si, mas concorrem, todavia, para 0 sentido, porquanto a comutagio de uma delas acareta, para o monema de que faz parte, uma smudanga de sentido (4 comutagio de /s/ por /2/ acarreta pessagem de “caga” a “casa”, Em Semiologia, nio podemos prever unidades sintagméticas que a andlise descobrird para cada sistema. Contentar.novemos aqui com a previo de tés espe cies de problemas. primeiro coocerne & existénca de sistemas complexos e, portanto, de sintagmas combinados: um sistema de objetos, como a comida ou o vestutio, pode achar-se substi- tuido por um sistema propriamente lingifstico (a lingua port sguése); neste caso, temos um sintagma escrito (a cadea falada) ¢ um sintagma indumentério ou alimentar vtado pelo sintagma cscrito (a roupa ou 0 cardipio relatados pela lingua): as uni- ddades dos dois sintagmas no coincidem necessariamente: uma ‘nidade do sintagma alimentar ou indumentitio pode ser veicula- 183, jt, 1961), ” 6es so muito variados, como veremos; mas, em suas relagSes com © plano do conteido, uma oposgio, qualquer que seit, sprees sempre agra de ua homolog como if incon ‘ propésito da prova de comutagio: 0 “salto” de um termo dz ‘oposgio a outro acompanha o “salto” de um significado a outros € para respetar 0 catiter diferenial do sistema que cumpre sempre pensar na relasio entre os significantes © of significados em termos, nfo de simples analogia, mas de homologia de (pelo ‘menos) quatro termes. Por outro lado, 0 “salto” de um termo a outro é dupla- ‘mente altrnativo: a oposigio entre bate e pate, apesar de infi- sma (b/p), no pode ser trocada em estados imprecisos, inter- imedittios; um som aproximativo situado entre 0 b € 0 p nto pode absolutamente remeter a uma substincia intermedi centre a bata a pata: bi dois saltos paralelos: a oposgfo es sempre sitvada sob 0 regime do sudo ow nada: reencontramos aqui 0 principio da diferensa que fundamenta as oposigies: € cate principio que deve insprar a andlise da esfera assocativa; tratar de oposiges 56 pode ser de fato observar as relagBes de semelhanga e diferenga que podem existir entre os termos das ‘oposigdes, isto 6, bem precisamente: classifcéas TIL.3.3. Sabese que a linguagem humana, por ser di plamente artculada, comporta duss espécies de oposiges:. as oposgdes distitivas (enize fonemas) e a+ oposigies significa tivas (entre monemss). Trubetzkoy propés uma classifcasio das oposgies distintivas, que Cantineny tentou retomar e esten- ddet as oposigdes sigificativas da lingua. Como, 2 prime vista, as unidades semioligiear estio mais préximas das unida- des semintcst da lingua do que de suas unidades fonolégicas, daremoe aqui a clasificao de Cantineny, pois, mesmo que nfo possa ser faclmente aplicade (depois) i+ opasigGes semioldgi cas, tem a vantagem de chamar a stencio para os princpais pro- 78 Dlemas colocados pela estrutura das oposigdes *, A. primeira vista, num sistema semintico (e no mais fonoligico), 15 opo- sigGes sio inumeriveis, visto que cada significante parece oporse 4 todos 0s outros; se possvel, todavia, um principio de cls- sificagio, se tomutmos por guia uma tipologis dat relagdes entre 0 elemento semelbante e 0 elemento diferente da oposicio. CCantinesu obtém assim os seguintes tipos de oposigio — que aliés podem combinarse*. ‘A. Opostgus CLASSIFICADAS CONFORME SUAS RELAGDES COM (© CONJUNTO Do SISTEMA A. 1. Oposicées bilaterais e maltilaterais. Nestas oposi- 8ss, 0 elemento comum aos dois termos ou “base de compare: ‘§0" hilo se encontra em nenhuma das outeas oposigses do cédigo (oposiées Bilateras) 03, 20 contrétio, acha-se em outrs oposi- ies do cédigo (oposigdes multilaterais). Seja 0 alfabeto cscrito: a oposigéo das figuras E/F é bilateral, porque 0 cle ‘mento comum F nio se encontta em aenhuma outea letra ®t; 1 oposicéo P/R, ao contririo, € multilateral, pois encontramos a forma P (ou elemento comum) em B, A. 2. Oposites propocionss ¢ soladas. Ness ope ses, diferenge consttuise numa espécie de modelo. Assim ‘Matn/ Manner Land/Linder sio oposigies proporconas; do mesmo modo: (nér) dizemos/(wocés) dixem © (nds) faze rmos/{ ets) Jacem. Bs oposiies que nio sio proporcon so noladas; so evidentemente at maie nomerosss; em Semin: G2. Gabirs Ferdinend de Sexsture, 1X, yp. M40. 2B). Todas as opuipesapresetaar por Cantiness so Blades. 1 Também & uma opniso eva ” tica, 36 a8 oporigbes gramaticsis (morfolégieas) slo propercio- ais: as oposicées de vocabulirio séo isoladas. B. Orosigds CLASSIFICADAS CONFORME A RELAGKO ENTRE (0 TERMOS DA oPOSICKO B. 1. Oporigées privatives, Sio as mais conhecidas. A ‘oposigdo privativa designa qualquer oposicéo em que 0 signif cante de um termo & caraterizado pela presensa de um elemento significativo ou merce, que falta 20 significante do outro: tratase, pois, da oposigio geral: marcado/ndo-marcado: comia (sem indicio de pessoa ou nimero): tetmo nicsmarcado; comia- ‘mos (1 pessoa do plural): termo marcado. Essa disposgio corresponde em Légiea 8 relagio de inclusio. Ligaremos aqui dis problemas importantes, © primeiro concerne marca Certs lingtistas assimilaram a marca ao excepcional e fizeram intervir um sentimento de normalidade para julgir © termo nio- -marcado; 0 nio-marcado setia 0 que & freqiente ou banal, ot sinda derivado do marcado por corte subseqiente; chegamos assim 3 idéia de marca negative (0 que se corta): na lingua, 08 termos niomarcados sio, com efeito, mais freglientes do que (05 termos marcados (‘Trubetzkoy, Zip); Cantineau considera destarte que rond é marcado em relagdo a ronde, que nio o ty ge Canton, verde, fe nevis o comedy se sgundo o qual o masculino aparece come marcudo em relaio 20 feminino, Part Martinet, a0 contrério, a marca € literalmente ‘um elemento significante « mais; isto nfo impede sbsolutamente, no caso do masculino/feminino, o patalelismo normalmente existente entre a marca do significante e a do significado: “mas. 15. Seino aso, em pertguty, de atador (zara) ltadrs (io raga cine mee Cooma), eure (otmaranio). (do T) 20 clio” cortesponde, de fat, uma indiferensa dos sexos, a wna espécie de generalidade abstata (“misica € bom part 0 espirito”, “éproibido a entrada"); dante do que 0 feminino é ‘bem mareado: marca semintca © marca formal vio com efcto de par: onde queremos dizer mais, screscentamos um signo su- lementar#, “© segundo problema colocado peas oporicSes privativas € 0 do termo niomarcado: chamase grau zero da ‘porgfo; o gran zero no &, pois, a bem dizer, um nada (con ltasenso cortente, no entanto), é uma euséncia que sigifcs stingimos aqui um estado diferencal puro; 0 grau zero demons- tra o poder de qualquer sistema de signos que, destarte, fa sentido “com nada”: “lingua pode contentarse com a opotig de alguma cota com nada” **, 0 conceito de gran zero, orundo dda Fonologa, € de wma grande rigueza de aplicao; em Semin- tice, em que se conhecem sigrorzero ("folase de “signosera” 10 caso em que a auséncia de um significant explcto funciona, le prépris, como uns significant”) ** em Léqica ("A exté num ‘estado zero, isto &, A nao existe efetivamente, mar sob certat condigées podemos faztlo eparecer” *); em Etnologa, em que Claude Lévi-Strauss péde confront-lo com a nogio de mani (<5 am fonema zero tem por fungio prépria oporse 3 aurtn. cia do fonems (...) Poderiamos dizer iqualmente (...) que @ fungio das nogoes de tipo “mand” & de oporse 2 auséncia de sigiificazo sem comportar por si mesma nenbuma signiicesa0 particular” *); em Retérics, finalmente, quando 0 vazio dos 3 A rents tng pede go un ume aio conte cone a gine te Teron nti Sena to eos) SLOT ca, Ponet Ft ier. Shtsune, Cours de Unguitigne afb, p. 124 ind be steep 1 ieee al el 8. "HL Fam, Gobir de Ferdinand de Saar, Xp. 38 89. Desrovcws, Lopsiqa, p. 73. 50, Cusvoe LévrSrasuss “Ttrodacion 4 Youre de M. Maus! in Me Maus Soilgle et Aniropaioge, PU. F198, Ly ha, a1 signifcantes retéricos, levado ao nivel da plano da conotacio, constitui, por sua vex, um significante estlistic B. 2. Oporider eaiipolentes, Nesta oposigies, cua lige sfo sera, em Lives, uma rclagfo de extsiordade, ambos os termos sfo equivalents, isto é, nfo podem ser considerados como a negaio ¢ a afrmasio de uma particulridade (oposgbes privativas): em footfet, aio hé marca nem ausfnia de marc sas oposgées sfo semanticamente as mais mumeross, embort 4 lingua, por economia, euide de subsite amide as oposigies ipolentes por oposigés privates, primero porque nestas « relagio entre a semelhanga ¢ a diferenga € bem equilbrada © depois porque permitem construirséies proporcionis (leitdo/ Ieitos, patro|patros ex.),enquanto esvslo/égus, opoisfo ‘eatipolente, nfo tem derivagi *, C. Onosigdes cLAssIFICADAS CONFORME A EXTENSKO DE SEU VALOR DIFERENCIATIVO. C. 1, Oposiges consents. 0 caso dos signifiados qe tm sempre signifcantes diferentes: (que eu) come/(que és) comamos; a primeca psso do singular © do plural tem siguficantes diferentes, em portuguts, em todos os verbos, em todos 08 tempos e modos. C. 2. Oposgces suprimtocis ou nentraliives. 8 0 e150 dos sigificados que nfo tém sempre sigifcantes diferentes, de modo que ambos of termos de oposigio podem ser idénticos ds exes: 3 oposiio semintica 3 pessoa do singaler3*pessoz do SI. R Bamraes: Le dep sévo de PEcritue, Sei, 1953. 52. Em cauloféque, © elemento coms ek stuido 20 plo do sealed 2 ‘plural orrespondem signiicanes ora diferentes ( tinba/tinbame), fora idénticos (fonicamente) (em/tém), IIL.3.4. Que podem tornarse esses tipos de oposiges fem Semiologia? # naturalmente demasiado cedo para dizélo, pois 0 plano paradigmético de um novo sistema nio pode ser analisado sem um grande inventério, Nada nos diz que os tipos estabelecidos por Trabetakoy e em parte retomados ®? por Can- tineau possam concern a outros sistemas além da lingua: novos tipos de oposigdes serio concebiveis sobretudo se admitinmos sair do modelo binétio. Tentaremos, no entanto, esborar aqui ‘uma confrontagio entre os tipos de Trubetzkoy © Canti- rneau € o que se pode saber de dois sistemas semiolégicos muito diferentes: 0 cSdigo rodoviéro e o sistema da moda. No ed 0 rodovitio, encontraremos oposigées multilaterais proporcio- ais (todas as que, por exemplo,sio construldas sobre a vatiagio das cores dentro da oposiio entre 0 disco e © trlingulo), priva- tivas (quando uma marca acrescentada acarreta a variagio do sentido de um disco, por exemplo) ¢ constantes (os signifi cados tém sempre af signficantes diferentes), mas nfo se en contrario absolutamente eqiipolentes ou suprimives; esa eco- nomia € compreensivel; 0 cbdigo rodovidrio deve ser de una legibilidade imediata e sem ambigidade, sob pena de aciden- tes; elimina, pois, as oporigGes que exigem maior tempo de telecgio, se porque excapem 40 paridigma propriamente dito (oposigdes eqlipolentes), seja porque permitam escolher dois significados sob um 36 significant (oposigées suprimfycis). No sistema da moda que, ao contrtio, tende & polisemia, en- contramos todos os tipos de opoxgGes, salvo, € claro, as opos ses bilatertis © as oposgies constantes, que teriam por efeto Cantnens no soserou at opasiges eadusis,postlads por ‘Troy tem deni! foe HO) 4. CER. Binries: Ste de le made, Pai, Sell, 1967 8 scentuar a paticlardade e a rigidex do sistema. A Semiologia, no sentido exato do term, isto &, como ciéncia extensiva a todos (0s sistemas de signos, poder entio tirar proveto da di lo petal dos tipos de oposigBes através dos sistemas: observagio cesta que permanecerd sem objeto no nivel da linguagem apenas. ‘Mas sobretudo, a extensio da peiquise semioligica nos leva provavelmente a estudat — sem poder talvez reduzi-las — rel Ses paradigmatcas serials e no somente opositiva, pois no certo que diante de objetos complexos, muito envolvides numa matéra € em usos, possamos conduzir 0 jogo do sentido 3 alter- nativa de dois elementos polares ou A oposigdo entre uina marca eum grau zero. Isto faz lembrar que © mais debatido problema paradigmitico € o do binarismo. TIL.3.5. A importincia e a simplicdade da oposigio pr vativa (marcado/1do-marcado), alterativa por definigio, leva- ram indagasio de se no deveriamos reunit todas as op0- sigGes conhecidas sob © modelo binério (por presenga ou auséa cia de uma marca), o8 melhor, o binariemo nfo seria um fato universal; , por outto lado, s¢, por ser universal, nfo se funds rmentatia naturalmente, Quanto ao primeito ponto, & certo que © binarismo consttui fato muito geral; € um principio reconhe- cido hé séeulor 0 de que a informagio pode ser veiculada por um ‘digo bindvio, © a maioria dor oSdigor artifiiis, inventados por sociedades muito diversas, foram binirios, desde 0 “bush telegraph” (e principalmente o talking dram das tibos congo- ests, de duas notes) até o alfabeto Morse ¢ os stuais desenvol vimentos do “lgitaliema”, ou ofdigos alternativos de “digits”, na Mecenografia e na Cibernética. Para deixar, no entanto, © plano das “logotéenieas” e voltar so dos sistemas nioartiticitis, ‘que nos interesa aqui, a universaidade do binatismo jé nele se mostra muito mais incerta. Fato paradoxal, pois o proprio Saussure jamais concebew © campo associaivo como bindrio 4 pata ele, 0s ternos do campo ao se dipem vem em nimero fiito nem em ordem deteminada ; "Une termo dado & como cena de ume contac, o pono pare onde converge ouiroz terms coordenados, cue soma éindefnida”*; «Sica resin suscada por Srosure concern aoe paredigmas de flexfo que consitvem sie finitas,evdentemente, Foi a Fonologis que chamou 4 atenio para obinatiano de linguagem (somente no nivel da segunda arclgio, na verde); sera abso ese binatismo? Jakobsen assim pens: segundo ele, os sistemas fonéicon de todas at lings poderam desreverse pot mo de ma dia de tao dintvs, todos Bindi, iat €, resents ou ausentcs (03, evenualments,nfopertinentes); este univer salam bindio fi dnctido e matzedo por Matinet ®: a ops ties binds soa maior, nfo a totldade, no & cera « ‘iverlidade do binarismo, Discatdo em Fonologs, inexlo- ‘ado em Semintc,o binarismo é a grande incdgita da Semio. Inga, cus tips de oposgses nfo se referencaram snd; para dar conta dat oporigier compleras, podese evidentemente terre 40 modelo eriado pela Linea e que consnte numa alenativa “complied”, on oporgfo de gusto termor: dos termos polacs (ito on aque), wm to misto (ito aguo) fm term neutto (nem iso nem agil); exes eponiies, @._Nio tearemce oui da gui de cde dos eros um rags part Sure, San orn € indent, prt}, 12 ‘Bert, nme feo, 0 nope ou cworero oe. kad ia’ p i). Exh queso poe omatae mt importants, ea ecco exile,» mbes cone purcpme fe spats S's sao ilatae mon or scr dy are eect ut ie qoguee (Ck Re Baty Le Métpbore de fot Gr ‘ur, 195186 ayes, 196, ¢ Ena Crue, Sal 194) Ul Shao ae Veta oe, 96, Cons de Lingstiue Genre lg 174, (Ted, basen ie. Hy. ST. Drciminris to Spec Andi, Cambie, Nas, 1952 58. eonomie der changements phonbgeet, 3, 13,2? 8 cembora atenuadas em relasdo 4 oposigio privativa, no dispen- ratio, sem dvida, colocarse © problema dos paradigmas seriair f ndo mais soménte opostivos: 4 universalidade do binarismo ainda nfo esté fondamentada, Tampouco seu “natural” (cis 0 segundo ponto em que se presta 4 discussio); € muito sedutor fundsr 0 binacismo geral dos cédigos em dados fisiligicos, na medida em que se posta crer que a percepsio neurocercbral fun- cione, também ela, por tudo ou nada, com a vista e 0 ouvido, sobretudo, operando por exclusio de slerativa "; edificarse’ assim, da naturess & sociedade, uma vasta tradugio “digital”, no mais “anslégica", do mundo; mas nada disso tudo € certo. Na verdade, e para conchir brevemente acerca do binarismo, ‘podemos indagar se nfo se trata de uma dlassificagio ao mesmo tempo necesséria © transitéria: também o binarismo seria uma rmetalinguagem, wna taxinomia particular destinada a ser arras- radu pela Hiséria, de que terd sido um justo momento, T1T,3.6. Para dar conta dos princpsis fatos de sistema, esta dizer duas palavras acerca da neutralizopdo; este termo designa, em Lingiisic, © fendmeno pelo qual uma oposigio pertinente perde sua pertnéncia, isto é, deixa de ser significant. De modo geral, a neutralzagio de uma oposicio sistemitica pro- duzse sob 0 eltito do comtexto: &, pois, de certo modo, o sin- tagma que “‘anula” © sistema. Em Fonologia, por exemplo, a ‘peso de dois fonemas pode achar-se aniquilada em conse ‘éncia da posigio de um dos termos na cadeiafalada: em francés, ‘hi normalmente oposigio entre é e 2, quando um se encontra em final (jaimailjaimeis); etsa oposigio deixa de ser pertinente em sodas as ouiras posighes: ela se neutraliza inversamente, 2 oposiio pertinente 6/0 (saute/sotte) neutre- 59.__Os umd mais radimenares, como 0 cdot ¢ 0 gost, perme eet “analgost, CLV. Bouswveh, Lagies des mines €” La fore bumain, pp 14. 86 lizase em final, onde no se tem mais do que um som 6 (pot, ‘mot, eau); os dois tragos nevtralizados esto, de fato, reunidos sob um som sinico chamado arquifonems, que se escreve com ‘uma maiscula: é/2 = E; 6/9 = 019%, Em Semintica, a neu tralizago 36 foi objeto de algumas sondagens, visto que 0 “sist Semintico ainda nfo estd estabelecide: G. Dubois! ‘observa que uma unidade semintca pode perder seus tragos per- tinentes em certos sintagmas; por volta de 1872, em expresses como: emancipecdo dos trabulbadores, emancips:io das massas, ‘emancipacio do protetarisdo, podemos comutat as duas partes da expressio sem mudar o sentido da unidade semintca complexa Em Semiologia, para esborar uma teoria da neutralizasio, & pre- iso, uma vex mais, esperar a reconstituigio de certo asmnero de sistemas: alguns excufzam talver radicalmente o fenfmeno: ot sua propria finalidade, que € a inteleegio imediata ¢ sem ambigiidade um pequeno nimero de signos, o oédigo rodovis tio nfo pode tolerar neutalizgio alguma.” A moda, a0 com trério, com suas tendéncias poiss2micas (e pansémicss mesmo) conhece mumerosas neutralizagSes: enquanto aqui a mélba re mete ao mar © 0 suéter & montana, ld se flank de wma mlb ‘ou de um suéter para 0 mar; perde-se a pertinéocia suéter/me- tha; ambas as pecas sio absorvides numa espécie de “arqui- svestema” do tipo “lanifieo". Podemot dizer que, ao menos na hipStese semiolégica (isto é, sem levar em conta problemas prOprios da segunda articulasio, a das unidades puramente ds tintivas), hf neutalzagio quando dois sinificantes se estabee 100, im, prruts,temos ops petnente em soso (e — i ins teint em potion fn: ffi (Ae dod)? eng Sis de Lexile, 1, 1959 ("Un sémantgn complexe 102, evdentemente o dicarso do Jornal de Mods que core # Die AU (ato eu mte) Salts Ice so WE Cina ou indfeentenete suger) ES? A 97 ‘em sob a sangio de um $6 significado ou reciprocamente (pois poderi haver neutalzagSes de significados). Duas nog&es vteis devem set ligadas ao fendmeno: a primeira & a de cimpo de dispersio ou margem de sequranca; 0 campo de dispersio € cons- titatdo pelas variedades de execusio de uma unidade (de um fonema, por exemplo), enguanto essas variedades no acarretem ‘uma mudansa de rentida (isto é nfo passem para a categoria de varigSes pertinentes); ae “bordas" do campo de dispersio so suas margeas de seguranga; eis uma nogio pouco til, quando se trata de um sistema em que a “lingua € muito forte (no sistema do automével, por exemplo), mas que & muito preciosa ‘quando uma “fala” abundante vem multiplicar as ocasies de ‘execugio: em comida, pot exemplo, poderemos falar do campo de dlspersio de umn prato, que seré constituldo pelos ‘os quais esse prato permancce significant, sejam quais forem 25 “fantasias” de seu executante, As variedades que compiem © campo de dispersio sio quer vurantes combinatéias, quando dependem da combinario dos signos, vale dizer, do contexto imediato (0 d de nade e 0 de funda nio sio identicos, mas vatiagio nfo incide no sentido), quer variantes individuais ow facaltativer (em francs, por exemplo, seja voot borgonhés ou parsiense, ito &, quer execute 0 “roulé” ou “grasseyé” 1, ‘ocd se fark entender da mesma mancira; a vatiagio destes dois 1 € combinatsria, ndo-pertinente ***). “Durante muito tempo, consideratam-e tais vatiantes como fator de fala; desta estéo muito préximas, de fato, mas siotidas agora por fatos de lingua, porquanto sio “obrigadas”. provével que, em Semiologia, fem que os estudos de conotagio terio um lugar bem amplo, a5 vatiantes o-pertinentes tormem-te uma nogfo centtl: com efei- to, as vatiantes, que sio insignificantes no plano da denotacio 103. Or “araeyé & ua vibrate uve, enquanto © “role” um via ante rod mali (NE da) a8 (+ vibrante € + velar, por exemplo), podem tomarse de novo significantes no plano da conotagio: r vibrante er velar reme- terdo entio a dois signifcados distintos: ma lingua do teatro, ‘um significaré “o borgonbés” e o outro “o parisiense”, sem que deixem de ser insignificantes no sistema denotado, %' Tais sf0 4s primeiras impliagées da neutmlizagio. De modo geral, a neutralizagio representa uma espécie de pressio do sintagma tobre 0 sistema e tabese que o sintagma, préximo da fala, é, fem certa medida, um fator de "defecsi0” do sentido: os siste ras mais fortes (como 0 cédigo rodoviétio) tém sintaginas po- bres; o8 grandes complexos sintagméticos (como a imagem) teadem a tornar ambiguo o sentido. TIL.3.7. Sintagma, Sistema: tas sio os dois planos da linguagem. Ora, se bem que seu estudo erteja apenas indiedo aqui e al, compre prever que se exploraré um dia, em profun- didaée, 0 conjunto dos fendmenos pelos quais um plano trans- Dorda no outro, de modo até certo panto “teratolgico” no que diz respeito as relages normais entre o sistema e o sintagimt: 0 modo de articulagio dot dois eixos de fato “pervertess”, is vezes, com determinado paradigma estendendose por exemplo em sintagma: hi transgressio da partiha ordindsia sintagma/sis- tema ¢ & provavelmente em torno desta transpressio que s© situa um importante nimero de fendmenos criatives, como se hhowvesse talvex jungle entre o esttico e as defecges do sistema ‘semintico, A primeira transpresio é evidentemente a extensio cde um paradigms ao plano sintagmético, visto que, normalmente, tum s6 termo da oposigio exté atualizdo, enquanto 0 outro (ou TOs. Example sematate, no Bes seria o cao day vasantes de sibezte api tole Zt 1) ita dontonela, ou 7 “ann”, ve Signet" 9 "exes"; 2) wetting, eur "enpr', qoe suain’© “flina” de cere dea Ingen 4 Satie do Estado de Sto Paul tory » (outros) permanece virtual: & o que acontecera se, falando sumariamente, tentissemos elaborar um discutso colocando todos os termot de uma mesma declinagio, de ponts a pont. A questlo dessas extensSes sintagmétias jd fora suscitada em Fonologia, quando Tenka, bastante conigide por Trubetzkoy, cestabeleceu que, dentro de um morfema, dois termos paradigmé- ticos de um par cortelativo no podem encontrarse lado a lado. ‘Mas é em Semintica,evidentemente, que a normalidade (4 qual se refere, em Fonologia, a ei de Tenka) © suas teansgressbes podem ter maior interest, pois estames aqui no plano des uni dadessigificativas (e nfo mais distintivas) e o transbordamento dos eixos da linguagem acarreta af uma subversio aparente do sentido. Eis, desse ponto de vista, és diregdes que send pre- ‘so explorar. Diante das oposigées.clissicas, chamades de presenga, J. Tubiana ™* prope reconhecer oposigses de arranjo. ‘duas palavrss apresentam o¢ mesmos trgos, mas 0 arranjo desses tracos difere de uma para outes: pola/leps; pata/tapa;.passo/ Jsapo. Essas oposigées formam a maioria dos jogos de palavra, fo pertinente (Anita/ating), basta suprimit a batra de oposigio paradigmética para obter um sintagma esteanho (Anita atina sex viria de titulo para um artigo de jornal); esta supresizo repen tina da barsa assemelhase muito & retinds de uma espécie de ccensura estrutural, e nfo se pode deixar de aproximar esse fenfmeno do sono, como produtor ou utilizador de jogos de pplaveas 9°. Outta importante direrio a ser explorada: firma; a rima forma uma esferaassociativa no nivel do som, isto 4, dos significanes: hi paradigmas de timas; em relagio a esses pradigmes, 0 discurso rimado ¢ evidentemente consitutdo por 105. Cabirs Ferdinand de Sesace, IX, pp. S16 106. No orignal francs, o exerplo € jibrer/ébries. Pars & 1 desanaio dor peas proven, Oto exempo em poet: A pale {apa (ete tae). (3 dT) 90 um feagmento de sistema estendido em sintagma; a rima coinci- dria, em suma, com uma transgrssio da lei de distincia do sintagmacsistema (lei de Trnka); ela corresponderia a uma ten slo voluntiria entre 0 afim e o dessemelhante, « uma expécie e escindalo estratural. A Retérica inteirinha, enfim, seré sem

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