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JORGE VALA - MARIA BENEDICTA MONTEIRO COORDENADORES PSICOLOGIA SOCIAL 6." Edigao SERVICO DE EDUCACAO E BOLSAS FUNDACAO CALOUSTE GULBENKIAN JORGE VALA * MARIA BENEDICTA MONTEIRO. COORDENADORES PSICOLOGIA SOCIAL 6. Edigao SERVICO DE EDUCAGAO E BOLSAS FUNDAGC. AO CALOUSTE GULBENKIAN Apresentacdo da 4.° edic¢do Seis anos de uso ¢ a dupla reedigao da Psicologia Social ao longo desse periodo mostraram © valor deste volume, mas também algumas das suas lacunas ¢ limitagGes que agora vém preencher-se por ocasidio da publicagio da sua 4.” edigao. Para isso foram importantes tanto a experiéncia docente de todos os seus autores como a sugestdes de colegas e de estudiantes, a quem aqui deixamos o nosso agradecimento. O novo texto e os textos renovados que integram esta edigao tiveram como obj lar, actualizar e integrar mais e nova informagao dos varios dominios da Psicologia Social. Manteve- -se, no entanto, a estrutura inicial, que organizava os textos em torno de cinco questdes: |. A historia da disciplina - desde a sua origem no século XIX, a par das restantes ciéncias sociais, até as princ pais fases da sua construgao ao longo do século XX ~ e as suas orientagdes metodolégicas: 2. Os fend- menos € processos que intervém em vastas reas do comportamento, nas Suas dimensdes intrapessoal ¢ imterpessoal; 3. Os fenémenos e processos que intervém no comportamento, nas suas dimensdes de grupo e das relagdes entre grupos: 4. Os processos de construgdo colectiva dos signiticados sociais, © 5. Questaes de epistemologia e de validade ecolégica na investi ivos comple- o em psicologia social Esta 42 edicdo contém nao sé um novo capitulo sobre processos cognitivos € esterestipos sociais, como significativas alteragdes em dez dos restantes capitulos e ainda um Indice temitico que facilite a procura de temas ¢ de conceitos ao longo de todo o volume. Vejamos. entao, em sintese, essas novas contribt que tém fi de questoes. No capitulo V, sobre 0 tema ckissico da formagao de impressdes, Anténio Caetano introduz as teorias implicitas da personalidade e apresenta um modelo recente que explora 0 processamento paralelo da informagio. Com o objectivo de facilitar a pluralidade de propostas nesta drea, o texto adianta ainda uma sintese integrada dos diferentes modelos sobre formagio de impressdes. O capitulo VI, sobre atracgao interpessoal. sexualidade ¢ religdes intimas, de Valentim Alferes, alarga a apresentagdo da investigagao, nomeadamente ao t6pico da amizade. No capitulo VIL, que vers os processos de atribuigio causal, Elizabeth Sousa desenvolve sobretudo a discussdo sobre a especificidade dos processos de atribuigao social. As atitudes, no capitulo VIII, sofrem nesta edigéo um alargamento importante L gra neste capitulo as teorias da persuasio, complementando assim a ultima parte. que tratava das pro- postas tedricas sobre os processos de mudanga de atitudes. A fechar este conjunto de capitulos, e fazendo a transigd0 para Leonel Garcia Marques estende 0 capitulo IX sobre a influéncia social .4s teorias que reléem os fend- menos classicos de influéncia a luz de novos processos, como o de auto-categorizagao ou 0 do con flito sociocognitivo. Os processos de grupo. tema do capitulo > Correia Jes 1a partir da segunda area ‘a Lima inte- terceira drea de questoes. - apresentam também ino mostra agora de forma mais alargada fenémenos especificos da situaga lteragdes de relevo. Jorge 9 grupal, taiy como a polarizagao € 0 pensamento de grupo, e decisio. suas repercussdes sobre a tomada de Os esterestipos sociais ¢ os processos socio-cognitivos que 0s originam € mantém é uma drea de investigagdo que atravessa toda a psicologia social do século XX, com amplas ramificagdes € entrosamentos com muitos outros conceitos e areas da interacgdo social, constituindo, a partir do final do século XX uma das areas fortes da Cognigdo Social. Constituia, nas trés primeiras edigdes da Psicologia Social, uma lacuna que desde o inicio urgia colmatar. José Marques ¢ Dario Paez, no capi- tulo XI, sistematizam o percurso da investigagdo neste dominio, apresentando os processos cogni- tivos da construgdo dos esterestipos e a articulagdo contextual que thes confere s ido social O capitulo sobre a identidade social e as relagdes entre grupos, de Ligia Amancio, é agora 0 capitulo XILA par da exposigao critica das propostas teéricas mais classicas, as extensdes contem- porineas do modelo das relagdes de poder simbélico aparecem agora com novos desenvolvimentos decorrentes do eruzamento dos niveis de analise situacional e cognitivo, ilustrados com investigagao recente, nomeadamente na drea das relagdes de género. Ainda no dominio das relagdes entre grupos, o capitulo XII, de Maria Benedicta Monteiro, apresenta novas contribuigdes, sobretudo em dois pontos tedricos da resolucdo de conflitos: o que é expresso pela teoria da identidade social e das relagdes entre grupos o que ¢ estudado no quadro da negociagao formal. A quarta questo que estrutura a organizagdo deste volume — os processos de construgio cole tiva dos significados sociais ~ continua, nesta edi¢do, a ser tratada no capitulo sobre as representagdes sociais, agora o capitulo XIV. Jorge Vala alargou a sua apresentacao especialmente no dominio dos processos sociocognitivos que presidem a formagao dessas representagdes ~ a ancoragem e a objec tivagio — também eles agora ilustrados por investigagio mais recente Por fim, 0 capitulo XV continua, com alteracdes sobretudo de actualizagao da literatura rele- vante, propor-nos uma reflexdo de contornas epistemolégicos sobre o olhar e o pensar da psicolo- gia social, dividida entre as matrizes positivista e sistémica da sua forma de interrogar a interacga0 social. A sistematizagao das teorias € da investigagao sobre contextos territoriais. sobre densidade populacional ¢ distanciagdo interpessoal em meio urbano, a partir da qual Luis Soczka ilustra e defende a instaurago de uma perspectiva ecolégica em psicologia social, remata de novo este volume em jeito de desatio. O gosto com que agora trazemos 20 pablico de lingua portuguesa esta 4.* edigdo da Psicologia Social € aquele que esperamos que os nossos leitores partilhem connosco ao Ié-lo, Gosto pela reflexdo, pela pesquisa e pelo confronto critico. Gosto existencial pelo perguntar. Até porque, como diz. 0 Consul Honorario, de Graham Greene, «as tinicas perguntas importantes sao as que o homem faz a si proprio». Lisboa, Novembro de 1999 Maria Benedicta Monteiro Jorge Vala Prefacio a primeira edic¢do Em 1982 realizow-se em Lishoa, na Fundacdo Calouste Gulbenkian, um simpdsio sobre «Mudanga e Psicologia Social». Este simposio teve 0 apoio da European Association of Experi- ‘mental Social Psychology & nele participaram, entre outros psicdlogos sociais portugueses e estrangeiros, W. Doise, H. Tajfel ¢ J. Ph. Leyens. Na sequéncia deste encontro, iniciaram-se lagos de colaboragao estdveis entre os psicdlogos sociais portugueses ¢ os seus colegas que, desde 1963, vinham procurando uma refundacdo da Psicologia Social na Europa. Este manual de Psicologia Social reflecte os resultados dessa colaboracdo e é, em larga medida, uma expressdo das questoes que. pelo menos desde entéio, tém sido objecto de pesquisa tebrica e empirica por parte dos investi- gadores e docentes em Psicologia Social no nosso pats. A expansdio do ensino da Psicologia Social criow a necessidade da elaboragdo de um manual que apoiasse a formacao dos estudantes do ensino superior que, nas mais variadas licenciaturas, seguem cursos desta disciplina. A diversidade dos interesses destes estudantes ¢ a variabilidade dos graus de profundidade exigida na abordagem da Psicologia Social a nivel de licenciaturas tao dispares constitutram um dos constrangimentos que orientaram a programacdo desta obra. Por outro lado, pretendia-se fazer wm manual que reflectisse os interesses e as orientacdes da Psicologia Social no nosso pats. Ndo se trata, assim, de uma obra que abrange todas as temdticas desta disciplina, mas cuja preocupacdo é a de reflectir a especificidade do olhar psicossociolégico nas diversas teméticas que séo abordadas. Ora, uma das caracteristicas deste olhar é a sua pluridirec- cionalidade com uma coeréncia que the é conferida pela procura constante de novas articulagdes Este objectivo foi prosseguido através da colaboragao de diversos autores. A diversidade dos espe- cialistas que colaboram nesta obra procura garantir a diversificagao tedrica, a par de uma profun- didade equivalente ao longo dos diversos capitulos, o que dificilmente seria possivel caso a sua redacedo tivesse cabido apenas a um ou dois autores. Os organizadores deste manual vém ensinando Psicologia Social ao longo de quase vinte anos. Para os estudantes, cujo espirito critico e cuja criatividade os estimularam na sua progressdo inte- lectual, vao os primeiros agradecimentos. Agradecemos também aos colegas que desde a primeira hora nos apoiaram neste projecto ¢ que aceitaram colaborar nele, conferindo, assim, a este trabalho 0 que nele ha de positivo. O nosso papel foi o de simples gestores de uma ideia —a distancia que separa a qualidade possivel da qualidade conseguida é responsabilidade nossa. Jorge Vala Maria Benedicta Monteiro Fevereiro de 1993

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