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Quarta-feira, 2 de Abril de 2008

Uma pedra preciosa

O autor, usando o pseudónimo não passarão!, publicou


numa caixa de comentários do blogue a A Educação do meu
Umbigo, um excelente texto que merecia ver a luz da
imprensa em qualquer jornal.

Para que não se perca e tenha o destaque que merece, aqui


fica a sua transcrição com duas ou três compreensíveis
correcções gráficas:

Pedreiras
Jorge Pedreira admitiu hoje o óbvio: a Avaliação do
Desempenho não tem por objectivo cimeiro aumentar a
qualidade da oferta educativa das escolas e, muito menos,
promover o desenvolvimento profissional dos docentes. Nas
palavras do Secretário de Estado (que é Jorge mas que de
educação nada percebe) apenas visa contribuir para a
redução do défice público. — Eureka! O enigma da má-fé
ministerial fica finalmente revelado.

No fórum da ‘TSF’ da manhã de hoje, Pedreira, justificou os


motivos pelos quais o ME discorda da proposta de António
Vitorino em adiar a avaliação e testar-se o modelo
preconizado pelo M.E. em escolas piloto durante um ou dois
anos.

Pedreira (o Jorge, que até é secretário da ministra Lurdes),


confessou o politicamente inconfessável: “Terá de haver
avaliação para que os professores possam progredir na
carreira e assim possam vir beneficiar de acréscimos
salariais” (sic).
Ou seja, aquilo que hoje se discute no mundo ocidental
(democrático e desenvolvido, como rotula mas desconhece a
“primeira ministra”), gira em torno da dicotomia de se saber
se a avaliação do desempenho docente serve propósitos de
requalificação educativa (se para isso directamente contribui)
ou se visa simplesmente constituir-se em mais um
instrumento de redução do défice público.

Nesta matéria, Pedreira (o tal que é Jorge e ao mesmo


tempo teima em ser secretário da ministra que também
parece oriunda de uma pedreira), foi claro: Importa conter a
despesa do Estado com a massa salarial dos docentes; o
resto (a qualidade das escolas e do desempenho dos
professores) é tanga(!!!).

Percebe-se, assim, por que motivo este modelo de avaliação


plagia aquele que singra na Roménia, no Chile ou na
Colômbia, países aos quais a OCDE, o FMI, o New Public
Management americano, impuseram a desqualificação da
escola pública em nome da contenção da despesa pública.
Percebe-se, assim, por que razão a ministra Maria de Lurdes
(que tem um secretário que, como ela, também é pedreira)
invoque a Finlândia para revelar dados estatísticos de
sucesso escolar e a ignore em matéria de avaliação do
desempenho docente. Percebo a ministra pedreira: não se
pode referenciar aquilo que não existe. A Finlândia, com
efeito, não tem em vigor qualquer sistema ou modelo formal
e oficial de avaliação do desempenho dos professores!

Agradeço à pedreira intelectual que grassa no governo de


Sócrates (que por acaso não é pedreiro — até é engenheiro),
finalmente nos ter brindado com tão eloquente
esclarecimento. Cito-os: A avaliação dos Docentes é mais um
adicional instrumento legislativo para combater o défice
público(!).

Obrigado, Srs. Pedreiras, pela clarificação do óbvio.

Publicada por Tino em 23:37

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