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SOCIAIS
Wilson Steinmetz
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steinmetz@via-rs.net
DFs SOCIAIS
(histórico)
DIREITOS SOCIAIS
(fundamentalidade)
DIREITOS SOCIAIS
(fundamentalidade – plano internacional)
– Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (adotado
pela Resolução 2.200-A (XXI) da Assembléia Geral das Nações Unidas em
16.12.1966 – Ratificação pelo Brasil: 24.01.1992)
DIREITOS SOCIAIS
(fundamentalidade – Brasil)
• Desde 1934, os direitos sociais figuravam somente na ordem social e econômica
• Constituição da República Federativa do Brasil (1988)
– Direitos sociais integram o título II – Direitos e garantias fundamentais
– Definida a fundamentalidade formal
DIREITOS SOCIAIS
NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
• Direitos fundamentais sociais típicos (art. 6)
• Direitos fundamentais sociais aplicáveis às relações de trabalho/emprego (art. 7)
• Direitos fundamentais sociais de liberdade (arts. 8-11)
DIREITOS SOCIAIS
E ORDEM SOCIAL NA CF/88
• A especificação do conteúdo do direito à educação (art. 208), do direito à saúde
(art. 196), do direito à previdência (art. 201) e do direito de assistência (art. 203)
• Portanto, há uma conexão material entre direitos fundamentais sociais e ordem
social.
DFs SOCIAIS
(regime jurídico)
• A questão do regime jurídico diz respeito:
– à aplicabilidade/eficácia (CF, art. 5, § 1º)
– aos limites materiais ao poder de emendar a Constituição (CF, art. 60, § 4º)
– restringibilidade (restrições legislativas)
DFs SOCIAIS
(direitos subjetivos?)
• Por dependerem de pressupostos econômicos (financeiros), de medidas legislativas
e administrativas e de políticas públicas, surge a questão de se os DF sociais são
direitos subjetivos de aplicação imediata, tal como o são a maioria dos direitos de
defesa.
• “[...] os direitos fundamentais de prestação são direitos subjetivos se o seu titular
pode torná-lo eficaz jurisdicionalmente” (Martin Borowski, p. 148)
• Para juristas alemães, DF sociais não são direitos subjetivos, mas mandamentos
(objetivos) que decorrem do Estado Social.
• No Brasil, Ricardo Lobo Torres também argumenta que DF sociais não são direitos
fundamentais no sentido de direitos subjetivos.
DF SOCIAIS
(objeto)
• Qual é o objeto dos DFs sociais?
– É o mínimo existencial (uma habitação simples, educação básica,
assistência médica básica, formação profissional)? DH sociais “[...] dizem
respeito apenas aos pressupostos mínimos para uma existência
humanamente digna e, de resto, conferem ao legislador um amplo espaço de
conformação” (Jörg Neuner)
– É a mais ampla gama possível de bens, ações e serviços para o bem-estar?
DF SOCIAIS
(indeterminação do bem protegido)
• Qual a extensão do bem protegido?
• Concretização do direito: pode-se pensar do minimalismo à utopia
– E.g., trabalho: é possível propor desde uma prestação mínima (seguro
desemprego involuntário) até uma prestação máxima (um posto de trabalho)
DFs SOCIAIS
(obrigações)
• Geram para o Estado deveres de prestações:
– DFs sociais: direitos cujas conseqüências consistem em uma prestação no
sentido de uma atuação estatal positiva fática (ações e serviços) ou uma
atuação estatal positiva normativa (lei complementar, lei ordinária, medida
provisória ou ato administrativo).
– Caso já exista uma lei (ou ato administrativo) ou atuações estatais fáticas
(ações e serviços públicos), a obrigação passa a ser de não derrogar
(respeitar, portanto). Portanto, às vezes, um direito a prestações exige uma
omissão estatal, considerada a ordem jurídica infraconstitucional.
– Dever de proteger, garantir e promover.
DFs SOCIAIS
(efeitos, na síntese de Sarlet)
DF SOCIAIS
(dever de progressividade)
“A noção de progressividade compreende dois sentidos complementares: por um lado, o
reconhecimento de que a satisfação plena dos direitos estabelecidos no Pacto supõe uma
certa gradualidade”. De outro lado, a noção de progressividade implica um segundo
sentido, “[...] o de progresso, consistente na obrigação estatal de melhorar as condições de
gozo e exercício dos direitos econômicos, sociais e culturais”. (ABRAMOVICH e
COURTIS, Los derechos sociales como derechos exigibiles, p. 93.)
DF SOCIAIS
(proibição de retrocesso)
• Art. 5º – 2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão dos direitos humanos
fundamentais reconhecidos ou vigentes em qualquer país em virtude de leis,
convenções, regulamentos ou costumes, sob o pretexto de que o presente Pacto não
os reconheça ou os reconheça em menor grau. [PIDESC]
DF SOCIAIS
(proibição de retrocesso)
• “A obrigação veda ao legislador e ao titular do poder regulamentar a adoção de
regulamentação que derrogue ou reduza o nível dos direitos econômicos, sociais e
culturais dos quais goza a população.” (ABRAMOVICH e COURTIS, Los
derechos sociales como derechos exigibiles, p. 95-96.)
DFs SOCIAIS
(proibição de retrocesso)
• “por este princípio, que não é expresso, mas decorre do sistema jurídico-
constitucional, entende-se que se uma lei, ao regulamentar um mandamento
constitucional, instituir determinado direito, ele se incorpora ao patrimônio jurídico
da cidadania e não pode ser absolutamente suprimido” (Luís Roberto Barroso, O
direito constitucional e a efetividade de suas normas, 2001, p. 158)
DFs SOCIAIS
(proibição de retrocesso)
• Proibição de retrocesso não se confunde com os limites materiais ao poder de
emendar a Constituição.
• A proibição de retrocesso não diz respeito ao conteúdo mínimo dos DFs sociais,
mas aos níveis já alcançados/concretizados pelas políticas públicas.
DFs SOCIAIS
(restrições)
• DF sociais são restringíveis?
– Se concebidos como mínimo existencial são restringíveis?
– Se concebidos como mandamentos de otimizacão, como mandamentos a
serem realizados segundo as possibilidades jurídicas e fáticas, como direitos
prima facie são restringíveis?
DF SOCIAIS
(restrições)
• Restrições por razões jurídicas:
– Direito de liberdade (exercício da atividade econômica, autonomia privada)
– Direito de propriedade
– Princípio da livre iniciativa
– Reserva orçamentária
DF SOCIAIS
(restrições)
• Restrições/limites por razões fáticas
– Recursos (financeiros, infraestrutura disponível)
– Capacidade contributiva dos cidadãos
– Endividamento estatal
– Investimentos sociais versus investimentos no setor produtivo (o problema
do crescimento econômico)