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CAPITULO 1 Circuitos de Corrente Alternada em Regime Permanente Neste capitulo seréo tratados varios conceitos importantes referentes a circui- | tos de corrente alternada em regime permanente, com grande aplicagao ao longo do texto. Assim, o bom entendimento desses conceitos facilitar a compreens dos préximos capitulos. sao do contetido 1.1 - Geragao de Tenses Senoidais. Terminologia. Na area de Engenharia Elétrica é freqiiente ¢ intenso o trabalho com tensées e correntes alternadas senoidais. Sua utilizagéo apresenta intimeras vantagens téenicas e econémicas, dentre as quais destacam-se: facilidade de geragao, facilidade de trans- missao e simplicidade de tratamento matematico. A obtengdo de uma fie.m. senoidal pode ser explicada com o auxilio de um a) uma bobina se move no interior de um campo magnético fixo; ' | gerador elementar no qual: ou | b) um campo magnético se movimenta e enlaga uma bobina estaciondria. O gerador elementar de corrente alternada mostrado na Figura 1.1 6 represen- o ’ Cs Fig. 1.1 - Gerador elementar de c.a.. tativo do segundo caso. Abobina de terminais a- a’, cons- tituida de N espiras, estd disposta na parte fixa do gerador, denominada estator. Uma bobina alimentada por corrente continua, ou um imé permanente, proporciona o fluxo constante e é a parte mével, denominada rotor. Este gira A velocidade angular cons- tante «, no sentido indicado na Figura 1.1. Em cada instante, a posigao do rotor é defi- nida pelo éngulo a, formado entre a reta que define a diregao do fluxo e o eixo da bobina do estator. Sendo t o tempo transcorrido desde o instante inicial, o Angulo a passa a ser definido por: a=ot d.i) 22 Cireuitos Polifisicos De acordo com a Lei de Faraday, a movimentacao do rotor vai provocar 0 surgimento de uma f.e.m. na bobina fixa, fie.m. esta que varia no tempo o é expressa ‘por: de Na (1.2) O fluxo ®, devido ao rotor, tem duas componentes, a saber: 1) ® cosa, perpendicular ao plano que contém a bobina; 2) @sena, paralela ao plano que contém a bobina; esta componente nao contribui para a indugao da fem. na bobina do estator porque nao corta suas espiras. Partindo da Equagao 1.2, a fe.m. induzida na bobina é obtida por: Es dt a sc) = NS, (@ cos @) = (1.3) NE @cosot)=N@wsen ot Como N, ®,w sao grandezas supostas constantes, pode-se englobé-las numa constante tinica fazendo Ey, = N ® w, Portanto, é valido escrever: e=Ensenwt=E, sena (1.4) A medida que o rotor gira, partindo de @ = 0, 0s terminais a e a’ da bobina msen cot tet Fig. 1.2 - Forma de onda da fem. induzida. tornam-se, alternadamente, positive e negativo, um em relagao a0 outro, Re- sulta entdo a fem. cuja representacéo consta da Figura 1,2 ¢ 6 chamada forma de onda (ou formato de onda) da f.e.m.. ‘A curva é obtida pela colocagéo dos valores instantaneos e, da fe.m., no cixo das ordenadas, ¢ correspondentes valores do tempo no eixo das abcissas, Observe-se que a abcissa pode ser expres- sa em fungao do tempo ou em fungio do deslocamento angular (radianos ou graus). Um ciclo, conjunto completo de valores positivos e negativos, ocorre em 2n radianos ou 360 graus. Considere a senéide cujo ciclo esté mostrado na Figura 1.2. Pode-se matema- ticamente representé-la por: e=EnsenasEpsenwt= = Ep sen 2x ft = Em sen Woo on (1.5) Tv soe os Corrente Alternada.em Regime Permanente 23 e- valor instanténeo da senéide; a cada valor estabelecido para t correspon- dera determinado valor para e; Ej, ~ amplitude (ou valor maximo, ou valor de pico) da fungao senoidal; a; wt; In ft; = t- argumento da sendide; f- freqiiéncia (c/s ou Hz), ou seja, quantidade de ciclos completada em um segundo; se uma maquina temp pélos, o nimero de ciclos completado numa rotacdo é igual a p/2; freqiiéncia e R.P.M. se relacionam pela igualdade fa 2a Pa, m0? TT periodo, isto é tempo de duragio de um ciclo; periodo e freqiiéncia se relacionam pela seguinte igualdade: T «- velocidade angular (ou freqiiéncia angular); a cada ciclo corresponde 2x radianos e portanto tem-se: w = = 2.1/, cuja unidade é radianos/s. A freqiiéncia padrao dos sistemas de energia elétrica brasileiros é de 60 Hz. Muitos paises adotam 50 Hz para seus sistemas, como por exemplo os paises europeus Paraguai. De modo geral, aparelhos projetados para 60 Hz séo mais leves e tm custo rior aos equipamentos de 50 Hz. Por outro lado, linhas de transmiss4o operando com Hz apresentam perdas menores, jé que tais perdas sfio quase diretamente proparcionais A freqiiéncia. Fase, ou angulo de fase, de uma onda senoidal, é o Angulo medido desde o ponto sobre a onda até o valor correspondente ao ponto inicial da contagem do tempo; na ra 1.3, 60 Angulo 0. Entao, uma sendide com Angulo de fase 9 sera expressa por: et e=Emsen (wt +8) (1.6) e = Emsen (wt+@) Observe-se que o angulo de fase esté ineluido como parte do ar- gumento da senéide e faz com que no instante t = 0 a fungao assuma qual- quer valor entre + Ey, ¢— Ey. Note- se, ainda, que o argumento wt +0 deve ser apropriadamente expresso em uma tinica unidade de angulo. Na pratica, costuma-se expressar w tem radianos e @ em graus. Nao hé incon- veniéncia neste habito, porque o im- portante nos céleulos é 0 angulo de Fig. 1.3 - Angulo de fase. fase e néo o deslocamento total. Diferenga de fase ou Gngulo de diferenga de fase, é a diferenga entre os angulos e fase de duas sendides de mesma freqiiéncia, como mostra a Figura 1.4. No easo, tem-se duas ondas senoidais expressas por: v(t)=Vn sen(wt +0) 7 i(t)= Imsen(wt +B) 24 vn sen (wt +) Ipsen (cot+B) Fig. 14 - Defasagem angular entre duas senéi- des, Cireuitos Polifésicos A diferenga de fase entre as grandezas v (t)ei(t) é dada por © =0-B ¢ é independente do ins- tante inicial considerado. Diz-se, para a figura citada, que a forma de onda v (?) esta adiantada do angulo em relagao i (£) ou, o que é 0 mesmo, a grandeza i (t) esté atra- sada do Angulo @ em relagdo a v(t). Existe atraso de certa grandeza al- ternada em relagdo a outra quando um determinado ponto em sua onda 6 aleangado depois de a outra jé o ter aleangado. Em outras palavras: o méximo positivo da onda adiantada ocorre antes do maximo positive da onda atrasada Exemplo 1.1 Considere as seguintes grandezas senoidais: v1 (@) = 1 sen (w t ~ 20°) v2 (t) = 2sen (wt + 10°) us (t) = 2,5 sen (wt ~ 20°) Determine a diferenga de fase entre as grandezas quando se toma: a) v; (t) como referéncia; b) v2 (t) como referéncia. Solugao @) Tomando-se a forma de onda v} (t) como referéneia, nota-se que a grandeza v2 (¢) esta adiantada de 30° em relacao A vu: (2), ¢ vs (t) estd em fase com v1 (0). b) Tomando-se agora v2 (t) como referéncia, pode-se ver que U; (t) ous (t) esto atrasadas de 30° em relagao a v2 (t). 1.2 - Valor Médio. Valor Eficaz. Neste livro, os elementos de circuito considerados sao: resisténcia, indutancia e capacitancia, todos lineares. Em conseqiiéncia, as tensées senoidais aplicadas no circuito iro corresponder correntes também senoidais. Como lidar, entao, com grande- zas que estao variando de instante a instante? Um critério inicial usado foi o valor © de Corrente Alternada em Regime Permanente 25 fangdo. Esta idéia, entretanto, teve de ser descartada porque o valor médio da 29 longo de um ciclo é zero. De fato, por definigao, o valor médio de uma fungaio ~~, j (0), no intervalo entre ty e tz, é matematicamente expresso por: Fnsdio = 1 4 Hyf, fod 8) te Se a fungdo f (#) for periédica, de periodo T, a Equagao 1.8 passa a ser: ir Fado 7 f FO at (1.9) A aplicagéo da Equagao 1.9 a uma senéide dard zero como resultado, 0 que ipadamente se poderia concluir pela andlise da curva da sendide: em um ciclo eto, a drea acima do eixo das abcissas é exatamente igual e de sinal contrdrio A area abaixo deste eixo, cancelando-se mutuamente. Na busca de outro critério que permitisse expressar a capacidade de transfe- de energia de uma fungao periddica, recorreu-se & lei de Joule. Uma corrente ua I pereorrendo um resistor R dissipa a poténcia P = R I’ watts. Se uma corrente idal, i(¢) fluir pelo mesmo resistor R, a poténcia instantdnea dissipada é = RP @) watts, variando de instante a instante, Todavia, se se considera a poténcia ao longo de um ciclo o resultado nao ser nulo, devido 4 presenga do valor dratico da corrente. Tal poténcia média sera: Prmédia = - fir P@dt=R tt fe (6) de] (1.10) A quantidade entre colchetes é 0 valor médio da fungdo i” (t) e é interpretada como 0 quadrado de uma corrente que se convencionou chamar de corrente eficaz. Entao: Praia = R Tefcas (111) Tipo = Boe Portanto: Tepicas = Wf 2 ( dt (1.12) Tey Comparando as equagées anteriormente vistas: P=RP 2 Predia = R Ieficas © valor eficaz pode ser interpretado como sendo aquela corrente que produz 0 mesmo aquecimento provocado pela corrente continua de igual valor. Em inglés 0 valor eficaz é chamado de root mean square value, ou abreviada- mente r.m.s. value. I comum o uso de letras maitisculas para caracterizar valor eficaz, m 0 subscrito " eficaz", e adotar-se-A tal procedimento doravante. 26 Cireuitos Polifésicos A partir da Equagéo 1.11 pode-se obter o valor eficaz da senéide i@ = In sent conforme ilustrado pela Figura 1. 17 Pog > 2 dt onl sen’ wt dt \/valor médio de i2 (+) i(t) = Ip sen wt Fig. 1.5 - Ilustragao gréfica do valor eficaz de i(t). 11 Mas: sen’ Otag- gos tut E portanto: In Tn Tre ir r ars, ~cos2ot) dt= 575 (7) “Tet [sen 2 tI Afinal: Im I=757 707 Im (1.13) E importante destacar que a Equagao 1.18 s6 é valida para fungées senoidais. 1.3 - Fasores No trato de circuitos de corrente alternada em regime permanente, surge a todo instante a necessidade de se efetuar operagées algébricas de duas ou mais senéides de mesma freqiiéncia sendo que, normalmente, essas sendides diferem em amplitude e em fase. Tais operagées so muito trabalhosas ea idéia de simplificd-las, exposta a seguir, foi proposta por Charles P. Steinmetz, em 1893. Levando-se em conta a identidade de Euler: e?' scosmt+jsenwt (1.14) onde j AV-T tos de Corrente Alternada em Regime Permanente 27 e-se expressar uma senéide da seguinte maneira: i@=Insenot = Imag (In e?”') = (1.15) = Imag (Im cos wt +j In sen t) Na Equagdo 1.15 Imag significa "Parte Imaginaria de" A fungo exponencial ¢“' pode ser considerada como um operador rotacional, ds emplitude unitaria. Quando aplicado a uma grandeza, ele a faz girar com velocidade lar w, Desta forma, os valores instantaneos de uma fungdo senoidal podem ser os projetando-se sobre um eixo vertical normal a origem dos tempos, o extremo A d= um segmento OA, que gira em torno de um ponto O, com velocidade angular «, rme mostra a Figura 1.6, Linha de referéncia i =Tmsen(wt+0) Fig. 1.6 - Projecao instantanea do segmento girante OA sobre um eixo vertical. A velocidade angular do segmento OA deve ser tal que este descreva uma Zo completa no tempo T que representa o perfodo da sendide em questdo. O ento OA deve ainda ser tomado igual A amplitude da senéide representada. Considere-se, agora, um sinal senoidal da forma: r (0) = Rm sen(wt +0) (1.16) Ele pode ser expresso por: 7 (t) = Rmsen(ot + 0) =ImaglRm cos (wt + 8) +j Rm sen (wt +0) = = Imag [Rme?!*) = ImaglRn e!** e?°) = V2 Imagl ie d*! e!°) = VE ImagiR e! 4} 28 Cireuitos Polifisicos onde: Rake RG qin Bm =o & definido como FASOR de r (t). Esta 6 a denominada representagao polar do fasor, ilustrada pela Figura 1.7; em certas circunstancias, como sera visto mais adiante, é mais conveniente utilizar a chamada forma retangular do fasor: R = R cos 6 +j R sen 0. . @iX0, | imagindrio Rseno Reos © eixo real Fig. 1.7 - Representagao gréfica de fasor. Exemplo 1.2 Apresente o fasor da fungao: (t) = 141,4 sen (ot + 50°) Solugio B = M14 50° ~ 100/60° Exemplo 1.3. Sabendo-se que a freqi cujo fasor é 3 = 200 / 45°. cia 6 de 60 Hz, obtenha a expresséo da sendide Solugio 8(t) = |B] VE sen (wt + 45°) = 200VZ sen(2.n.f.t+ 45°) = = 282,2 sen (377 t + 45°) Exemplo 1.4 Obtenha a soma de trés correntes senoidais que chegam a um né de um circuito, expressas por: 5v2 senwt a ig = GV sen (wt + 80°) is = 8VZ sen (wt - 90°) Apresente o diagrama fasorial correspondente. Gems de Corrente Alternada em Regime Permanente 29 Selacdo O uso de fasores na forma retangular facilita as operagdes de soma e/ou subtragdo. Entao: T,=5/0° Tz = 6 /30° = 6 (cos80° +/ sen 30°) = 5,196 +) 3 Ts = 8 /-90° = 8 [cos(-90°) + jsen (-90°)] = 0 -j 8 Para fasor resultante tem-se: 90° 13*8 | -90° “ea, Fig. 1.8 - Vide exemplo 1.4. TT, +Ty+ Tg = (5 + 5,196) -j (-3+8)= = 10,196 -j 5 = 11,86 /- 26,12° E a corrente correspondente é: i= VE (11,36) sen (w ¢ - 26,12") = 16,06 sen (w ¢ - 26,12") A Figura 1.8 apresenta o diagrama fasorial correspondente. ‘Exemplo 1.5 Determine o quociente: 4B onde: A=N3-j5 B=3vZ-j3 C=T+jv3 ‘Sellacdo 0 uso de fasores na forma polar facilita as operagdes de multiplicagao e/ou Givisiio, Entao: A=10/-30° B =5,19 /35,27° T= 7,21 113,69" Portanto: AB _10/-30° 5,19/3527° . gat 7ise6 7 P19 = 8.89" 30 Cireuitos Polifésieos TABELA 1.1 ELEMENTO CASO GERAL —M REGIME C.A. ie si Resistor ly b, veri |¥ BR Ve RT (A) ei +1 Indutor v 3L vet di wt VejwiT CH) . at + i +L CAPACITOR ac vel (tiat |g wl. 7-1 tn v © vey (Tit v Wwe Ve quel 1.4 - Impedancia de Elementos Passivos. Os trés elementos de circuitos, passives, ideais, invariantes no tempo, lineares, bem como as leis que os regem, sao apresentados na Tabela 1.1. 1.4.1 - Impedancia Complexa Na pratica, o resistor pode ser variével com a freqiiéncia; o indutor, por ser constituido de bobinas de cobre e niicleo ferromagnético, pode apresentar um modelo bastante complexo incluindo nao linearidades; o capacitor nao foge & regra porquanto, sendo composto por dielétrico entre placas, pode apresentar resisténcia de fuga. A modelagem dos elementos dos circuitos variével em fungao da precisdo desejada, Considerar-se-A ao longo do texto que os elementos dos circuitos sao ideais, passivos, lineares e invariantes no tempo. Define-se impedéncia complexa de um circuito passivo, linear e invariante no tempo, em regime c.a., como =R+jX (18) Cireuitos de Corrente Alternada em Regime Permanente 31 onde R é a parte real de Z, conhecida por resisténcia; e X é a parte imaginéria de Z, classicamente chamada de reatancia. Desta forma, as impedancias dos trés elementos de circuitos apresentados na Tabela 1.1, validos em regime c.a., a freqiiéncia f = sio Qa Resistor: Zp = R Indutor: Z, «jo L Capacitor: Ze = oe A parte passiva das redes elétricas é obtida ligando-se os elementos recém descritos em série, em paralelo, ou em combinagSes dessas formas. Obtém-se assim as impedancias de rede, as quais podem ser manipuladas de maneira semelhante a mani- pulagdo de resisténcias em cireuitos e.c.. Exemplo 1.6 Calcule a impedancia equivalente de uma rede na freqiiéneia de 60 Hz, quando se liga em série um resistor de 40 , um indutor de 100 mH e um capacitor de 100 uF, conforme Figura 1.9. Solugao Para: NI w=2.0. 60 = 377 "4%, = oS Fig. 1.9 - Vide exemplo 1.6. tem-se: Zr = 402 Z, = j377.100.10° = j 37,72 Zo = -j——1—,, = - 2652 877. 100. 10 Como os elementos esto ligados em série, temos: ZaZp+Zy+Zc= 40+) 31,7 ~j 26,5 = 40 +) 11,2 = 41,5 156° 2 Exemplo 1.7 Se uma fonte senoidal de valor eficaz igual a 50 V é conectada aos terminais do circuito resultante do exemplo anterior, qual a corrente que fluird pelos elementos do mesmo? 32 Cireuitos Polifisicos Solugio Adotando-se como referéncia a tensao de 50 V, tem-se: _ 50 /0° ° T Z 41,5 /15,6° 1,20 /- 15,6" Surgird, portanto, em cada elemento, uma corrente cuja intensidade é de 1,20 A, atrasada de 15,6° em relagao A tensdo da fonte. 1.4.2 - Admitancia Complexa Em algumas aplicagées, principalmente em cireuitos com ramos em paralel 6 mais conveniente o uso do inverso da impedéncia, conhecido como admiténcia. Enta (1.19) onde: Condutancia = G = Parte Realde Y= Real(¥] Susceptancia = B = Parte Imagin4ria de Y = Imag [¥] A unidade de admitancia é chamada mho ou Siemens e tem U como simbolo. 1.5 - Poténcia em Circuitos de Corrente Alternada Considere as duas redes elétricas mostradas na Figura 1.10, com a poténcia instantanea fluindo da rede A para a rede B, Tal poténcia é expressa por P(t)=v(t) if) (1.20) onde supée-se que: v()=Vnsenwt e i(t)=Insen(wt-8) Desta forma tem-se: P(t)=0() i= Vy senwé . Ip sen (wt - 0) ict) Rede A vit) Rede B Fig. 1.10 - Fluxo de poténcia da rede A para a rede B. Cireuitos de Corrente Alternada em Regime Permanente 33. Com sen (wt 0) =senwt. cos 0-sen0. cos wt senwt.coswt 2 sen wt= pode-se eserever: p= (cos 8 cos2 wt +sen@ sen2wt) (1.21) Substituindo nesta Ultima equagdéo a expressio entre parénteses por cos (2 w ¢ ~ @) obtém-se a expressao final para a poténcia instantanea: P(t)= Vn tn Vain nt oo 50 ~ Yat co5(2 wt - 0) (1.22) A forma de onda de p (¢) é mostrada na Figura 1.11.b. Cabem aqui algumas observagdes importantes a respeito da Equagéo 1.22 e respectiva curva: a) para determinado angulo de defasagem entre v e i, no caso, 8, a expressdo da poténcia instantanea apresenta uma componente constante e outra variando no tempo com freqiiéneia igual a duas vezes a freqtiéneia das sendides em questéo; vit) b) acurva dep (t) na Figura (4) v 1.11b apresenta valores negativos ' i nos trechos em que v e i possuem sinais contrérios, indicando devolu- go de poténeia do circuito B para a fonte (circuito A), durante esses in- tervalos. Quanto maior for 8, maior seré a extensio de trecho negativo; se 0 diminuir, 0 trecho negativo dimi- e nuiré. Quando @ = 0, a curva de p (@) apresenta-se totalmente acima do (a) eixo das abcissas, sem trechos nega- tivos, indicando circuito puramente resistivo. Quando @ = 3, a curva da po- téncia instantanea mostrard 4reas positivas exatamente iguais as éreas negativas, cancelando-se mutuamen- te e evidenciando que nao hé consu- mo de poténcia no circuito. wt p(t) ¢) 0 fingulo de defasagem entre a tensfio e a corrente (8, no caso) (b) 6 devido aos parametros do circuito Fig. 1.11 - Formas de onda dev (f),i ()ep(). — (R, L, C)e varia de - S at } 34 Cireuitos Poliftsicos Como o valor da poténcia instanténea muda a todo momento, é mais convenient trabalhar com seu valor médio. J que se trata de uma fungao periédieca, seu valor médio a0 longo de um ciclo sera obtido por: Le 1 {PY Jn Vin Lin Pastam fp at ape [fe os otf 3 os Qot-oail LV, Como f od cos(2 wt - 8) dt= 0, resulta para a poténcia média a expressao: ° Vin In Vn Img | Pruédia = cos 0 = Fe. eos 8 = VI cos 0 (1.28) Este resultado tem um importante significado fisico porquanto representa a taxa de variacéo média de energia que flui da rede A para a rede B. Essa poténcia, denominada Poténcia Ativa, representa efetivamente a taxa de energia consumida no circuito. Exemplo 1.8 Certa tensdo, expressa por u = 180 sen (377 t + 20°) V, 6 aplicada a um circuit, provocando a circulagéo de uma corrente identificada por i = 12,3sen (877 ¢- 24°) A. Qual 6 a poténcia média solicitada pelo circuito? Solugdo Comparando-se v e i, conclui-se que o dngulo de defasagem 6 igual a 0 = 20 + 24 = 44°, Portanto, tem-se: ‘m _ 180 vy Yn _ 180 v vz 7 ve 7 12728 In _ 12,3 9A vz" V2 P=VIcos44° = 795,64 W 1.6 - Poténcia Complexa Usando-se agora os fasores V=V/aeT=I/B define-se como poténcia complexa que flui da rede A para a rede B (vide figura 1.10), 0 produto Savr (1.24) onde T’ 0 complexo conjugado de 7. Assim: B-VP -Vial/-8=VI/a-p=VI/> (1.25) A magnitude de 5 é denominada poténcia aparente: || -S-vr (1.26) Cireuitos de Corrente Alternadaem Regime Permanente 35 Na forma retangular: BeVicos p+jVIseno=P+jQ (1.27) onde: P=VIcos $ = Real[S] - Poténcia Ativa ou Real Q=VIsen 6 = ImagI5] - Poténcia Reativa Observe que a expressio de P é idéntica a dada pela Equacao 1.23. Os sinais de P ¢ Q esto associados com o sinal de >. Se P > 0, associa-se uma taxa de variagio média de energia fluindo de A para B; se P < 0, 0 fluxo de energia se da no sentido oposto E mais dificil se associar um significado fisico A quantidade Q. Ela é chamada poténcia reativa porque esta relacionada ao armazenamento de energia por parte dos elementos reativos do circuito (indutor e capacitor), Ela nao contribui para o trabalho em joules efetivamente realizado, Embora P, Q, S, tenham a mesma unidade no Sistema Internacional, joules/s, convencionou-se adotar uma unidade diferente para cada termo, a saber: S - volt-ampére [VA] e seus multiplos [kVA], [MVA] P- watt [W]e seus miltiplos [kW], [MW] Q - volt-ampére-reativo [VAr] e seus miltiplos [kVAr], [MVAr]. Costuma-se ilustrar o relacionamento entre S, P e Q fazendo uso da imagem de um copo cheio de cerveja, como mostra a Figura 1.12. O volume total do copo corresponde a poténcia aparente S; o volume ocupado pelo liquido (cerveja) corresponde & poténcia ativa P; e o volume ocupado pela espuma corresponde A poténcia reativa Q. A poténcia ativa (liquido, na comparagao) 6 a que de fato produz trabalho. A poténeia reativa ou poténeia magnetizante (es- puma, na comparagao) proporciona o fluxo magnetizante indispensavel ao funciona- mento de motores e transformadores. A soma fasorial de ambas resulta na potén- cia aparente (tal qual, no copo, a soma de liquido e espuma resulta no volume total do copo). O volume total do copo limita a quantidade de liquid e a quantidade de espuma que 0 copo pode conter. De modo andlogo, a poténcia aparente dos equi- pamentos elétricos limita os valores de suas poténcias ativa e reativa. Para o mesmo valor de S, 0 aumento de P implica na diminuigdo de Q; o aumento de Q im- plica na diminuigo de P. Fig. 1.12 Suponha-se, por exemplo, um transformador cuja "capacidade" esteja toda esgotada, Um aumento na carga ativa por ele atendida iria exigir uma redugio da carga reativa, pois se tal nao ocorresse o transformador teria sua vida util diminuida em 36 Cireuitos Polifisicos virtude da sobrecarga a ele imposta. Tudo se passa como no caso do copo de cerveja: 0 aumento da espuma implica em menor volume para o liquido; e vice-versa, Exemplo 1.9 Caleule a poténcia complexa correspondente ao circuito mostrado na Figura 1.13. ion Bn —VW\ rn @) 10010" Tr 10n Fig. 1.13 - Vide exemplo 1.9. Solugio Z=10 +j (8-10) =10 ~j2= 10,2 /-11,31° 100 /0° ° ia 35 7 9.8 L131 B=V.T = 100 /0°. 9,8 /- 11,31? = 980 /- 11,312 = 961-j 192 VA O sinal negativo da poténcia reativa caracteriza carga predominantemente capacitiva (fornecedora de energia reativa). 1.7 - Fator de Poténcia Considere na Figura 1.10 que a rede A seja ativa ea rede B passiva. Neste caso, & mais conveniente representar a rede passiva por sua impedancia equivalente: v v Bape Tipp lea Fle (1.28) onde é também a fase da impedncia Z. Observe que este Angulo é 0 mesmo da expresso 1.27. Define-se fator de poténeia como 0 quociente da poténcia ativa pela poténcia aparente. Ou seja: Poténeia ativa Fator de poténeia (FP) = Fie A aronle © fator de poténcia 6 igual ao co-seno do angulo 6. No chamado triangulo de poténcias, visto na Figura 1.14, estd assinalado o Angulo $.. Gireuitos de Corrente Alternada em Regime Permanente 37 Exemplo 1.10 Exemplo 111 Solugao Antes da ligagéo do motor sincrono o fator de poténcia é igual a 100/160 = Q (Poténcia Reativa) P (Poténcia Ativa) Fig. 1.14 - Triangulo de Poténcias. Deseja-se ampliar certa indtistria e para isso 6 necessario instalar um motor de 100 kW e fator de poténcia igual a 0,5. Para alimentar tal motor é preciso um transformador de, no minimo, 100/0,5 kVA, ou seja, 200 kVA de capacidade. A fiagéo também deverd ser adequada a atender 200 kVA. Melhorando-se o fator de poténcia da instalagao para 1,0, sero neces- sérios somente 100 kVA (valor resultande de 100/1). Adicionalmente, a fiagdo poderd, neste caso, ter segdo mais reduzida. O fator de poténcia pode ser indutivo (atrasado) se a carga for indutiva, ou seja, apresentar a corrente atrasada em relagéo a tensao. Ele sera capacitive (adiantado) se a carga for capacitiva, ou seja, a corrente estiver adiantada em relagdo a tensao. Ele 6 puramente resistivo se a corrente estiver em fase com a tensdo. O fator de poténeia de uma instalagao pode ser melhorado pela intro- dugao de compensadores sincronos ou pelo uso de capacitores (caso em que a instalagao é muito indutiva). Suponha uma instalagéo na qual P = 100 kW, Q = 125 kVAr eS = 160 kVA. Para melhorar o fator de poténcia instalou-se um motor sincrono super-excitado (capacitivo) de 100 CV, £p.= 0,8, rendimento igual a 92% aplena carga, Determine o fator de poténcia resultante, © motor sincrono apresenta: Os t 1.15. 100.736 P 92. 1000 ~ 80kW 80 S= pq 100kVA Q~=V 100? - 80° = 60 kVAr (capacitivo) jdngulos de poténeias correspondentes estéo representados na Figura 38 Cireuitos Polifésieos 160 KVAR 100 KW 180 KW 80 KW $ iniciat 125 KVAR Fig. 1.15 - Vide exemplo 1.11. O fator de poténcia resultante é: FP hinct = x = 0,95 (atrasado) Cireuitos de Corrente Alternada em Regime Permanente 39 PROBLEMAS 1.1 Determine o valor médio e o valor eficaz da forma de onda denominada "dente de serra", mostrada na Figura LP.1. 2T Fig. L.P.1 - Vide problema 1.1. 1.2 - Obtenha o valor médio e o valor eficaz da forma de onda representada na Figura LP.2. T 3/2T 2T 5/2T Fig. 1.P.2 - Vide problema 1.2. 1.3 - Em certo cireuito chegam a um né as correntes relacionadas a seguir: T, = 3/0 Te = 1267 Ty = 13/-120° Obtenha a corrente que se afasta desse né. 40 Cireuitos Polifésicos 1.4 - Conhecidos: X= 20+; 20 Y= 30 /- 10 Z=5 obtenha: a) X+¥4Z ) (K+H)Z o) XYZ 1.5 - Sendo dados: obtenha: 1.6 - Determinado motor de indug&o monofisico solicita 2.288 W com fator de poténcia igual a 0,92. Ele é atendido por um gerador cuja tensao é de 50 V. Pede-se: a) 0 valor da corrente solicitada pelo motor; b) o triangulo de poténcias. 1.7- Trés motores de indugao monofisicos, idénticos, encontram-se ligados em paralelo, Cada motor solicita 3.730 W e apresenta fator de poténcia igual a 0,88. A tenséo de suprimento 6 de 100 V. Qual é a poténcia (kVA) do gerador adequado a atendé-los? Apresente 0 correspondente tridngulo de poténcias. 1.8 - Certo aquecedor elétrico de 4gua absorve 2,2 kW com fator de poténcia unitario e est ligado em paralelo com um motor de indugao monofasico que solicita 1,75 kW ¢ tem fator de poténcia igual a 0,82. A tensdo de suprimento é de 110 V. Qual 60 fator de poténcia da instalacao? CAPITULO 2 Circuitos Polifésicos Sistema polifisico 6 aquele constituido por duas ou mais tensdes. Sua utilizagdo mais comum ocorre na geragdo e na transmissao de energia elétrica, através do sistema trifasico. Outras formas, como sistemas hexafiisicos ¢ dodecafisicos, sao bastante encontradas em aplicagées que envolvem obtengao de tensées retifieadas. Na rea de transporte de energia estuda-se a viabilidade de conversdo de circuitos duplos trifasicos om circuitos hexafisicos. ‘A quase totalidade dos geradores modernos 6 trifisica. Trés fases so igualmente preferidas quando se trata de transmitir grandes quantidades de poténcia. De modo geral, equipamentos e aparelhos trifisicos so mais oficientes que os monofasicos. Esses fatores justificam a atengao especial que neste capitulo seré dada aos sistemas triffsicos. 2.1 - Definigdes Define-se como sistema de tensdo polifasico equilibrado e simétrico an fases, um sistema do tipo: uy = Vmsenot v2 = Vn sen(wt+1. ug = Vm sen(t+2.—) (2.1) Uy = Vm sen[ot+(n-1) x onde n 6 um nimero inteiro' qualquer, nao menor que 3. Observe-se que 0 conceito de equilibrio tem, aqui, idéia de simetria. Nao seré equilibrado, do ponto de vista elétrico, © sistema cuja soma das tensées seja nula; 6 necessério, ainda, que tais tensées sejam defasadas entre si pelo mesmo Angulo, o que implica em certa simetria. No caso particular de um sistema trifisico tem-se n = 8 ¢ portanto: v, = Vmsenwt Circuitos Polifésicos v2 = Vnsen (ote) (2.2) v3 = Vn sen (ot +43) fc fasorial, sendo V = V2 ou, na forma fasorial, se! =: . rial, sendo V = 75 Y= V0 Vp = V(2a/3 Vs = V/Ax/3 LINHA DE REFERENCIA (a) (b) Fig. 2.1 - Tensées trifasicas: a) variando no tempo; b) representagao fasorial. A Figura 2.1.a mostra a variagdo, no tempo, das tensdes integrantes da Equagao 2.2 a Figura 2.1.b apresenta sua representagao fasorial 2.2 - Obtencdo de Sistemas Polifasicos Considere-se o alternador elementar polifisico, mostrado na Figura 2.2. Trata- se, mais precisamente, de um gerador de c.a. trifisico, servindo bem para mostrar como so geradas tensées polifisicas. As bobinas a,b ,¢, de terminais identificados por aa’, bb’, cc’, so supostas idénticas, de N espiras cada uma, e esto dispostas no estator defasadas entre si de 120 graus. O rotor é constituido por um ima ou por bobinas excitadas por corrente continua. O rotor proporciona fluxo constante @ e gira a veloci- dade angular constante w. Em cada instante a posigdo do rotor pode ser definida pelo Cireuitos Poliftsicos 43 EIXO DA BOBINA t / Angulo a=, assinalado a partir do eixo da bobina aa’. As componentes do fluxo paralelas ao plano que contém as bobinas néo induzem tensao nas mesmas. Restam as componentes perpendiculares, a saber: , = cos a = & cos (a + 120°} (2.8) 2x0 of cosine », a ®, = @ cos (4. - 120°) Fig. 2.2 - Alternador trifasico. De acordo com a Lei de Faraday, as f.e.m. induzidas nas bobinas a, 6, ¢, so, respectivamente: d%, d(cosw) eae - NTP =-NOTES No wsenot ep NES yg POP 120) Ng sen (wt +120) (2.4) di di d®, d.cos (wt 120°) _ nGE--No® = N basen (wt 120) Como N,®,@ sao constantes, pode-se englobé-las numa constante ‘inica fazendo E,, = N ® we escrever: e,=E, senwt 5 = Ey, sen (wt + 120°) 25) @. = Em sen (wt ~ 120°) 2.3 - Seqtiéncia de Fases Seqiiéncia de fases de um sistema polifasico é a ordem pela qual as tensdes passam pelo seu valor maximo. Em um sistema de n fases, a quantidade possivel de seqiiéncias de fases é obtida por: 44 Circuitos Polifésicos Observa-se, na Figura 2.2, que as tensdes passam por seus méximos na seguinte ordem: a, ¢, b. Portanto, a seqiiéncia de fases é, no caso, a,¢,b (ou ¢,b,a; ou ainda b,a,c, que esto no mesmo sentido de giro). Caso ocorresse uma inversao do sentido de rotacao do alternador mostrado na Figura 2.2, ter-se-ia inversdo da seqiiéncia de fases, que passaria a ser a, 6, ¢ (ou b,¢,a; ou ainda c,a,b). B comum chamar-se a seqiiéncia a,b,c de seqiténcia direta ou seqiiéncia positiva; e a,c,b € usualmente chamada de seqiténcia inversa ou seqiééncia negativa. Para inverter a seqiiéncia de fases de um sistema trifisico, basta trocar entre si as posicdes de duas fases quaisquer. O sentido de rotagdo dos motores de indugdo triffsicos depende da seqiiéncia de fases das tensées aplicadas. Ao se inverter a seqiiéncia de fases das tensdes aplicadas, inverte-se o sentido do campo inagnético girante e, em conseqiiéncia, inverte-se o sentido de rotagio do motor. . Nos sistemas triffsicos equilibrades, a inversdo da seqiiéncia de fases modifica os Angulos de fase das tensdes e das correntes mas nao altera seus médulos. Nos sistemas trifisicos desequilibrados, a inversdo da seqiiéncia de fases modifica o médulo © 0s Angulos de fase das tensdes e correntes em jogo. Exemplo 2.1 Um sistema trifisico simétrico apresenta seqiiéneia de fases inversa e sabe-se que V, = 100 /60°. Determine as tensdes Vz, Vp. Solugao Aseqiiéncia de fases dada é a,¢,b. Entao: Vj, = 100 /60° ~ 120° = 100 /- 60° Vi, = 100 /60° + 120° = 100 / 180° 2.4- Operadores de Rotagao de Fase Na definigdo de sistemas polifasicos observa-se existir uma diferenga de fase de 2# radianos entre as grandezas que os caracterizam. Objetivando facilitar os céleulos, procura-se definir um operador que provoque tal rotagao quando aplicado a um fasor. E o operador p , definido por: p=1/2x/n=1/360°/n 28) No caso especifico de sistemas trifisicos (n = 3), adota-se 0 operador a=1/120°, que aplicado a um fasor qualquer faz com que ele seja adiantado de 120 graus. Assim: a =1/240 «1-120 =a" 1/0° 8 aed .a-a Cireuitos Poliféisicos 45 @~=1/-240°=1/120° l+ata7=0 Exemplo 2.2 Obtenha o valor de 1 - a’. Solugio Exemplo 2.3 Obtenha c valor de a” Solugio a (1-a’) =a". V3. 130° = V3 [- 90° 2.5 - Tensdes e Correntes em Circuitos Polifasicos Equilibrados Sejam duas redes A e B, interligadas por n + 1 condutores, conforme mostra a Figura 2.3. Um dos condutores, o mais inferior no desenho, servird de ponto de referén- cia para tensées; é denominado neutro e identificado pela letra n. Os demais condutores séio chamados fases e recebem letras individuais para caracteriz4-los, Fase a Rede A Fase b FASE ¥ NEUTRO [¥en Fig. 2.3 - Redes polifasicas interligadas por n+1 condutores. ATIVA ‘Tendo por base a Figura 2.3, define-se como: — tensao de fase (ou tensio fase-neutro) Vf - a tensao existente entre qualquer condutor fase e o neutro (exemplo: Vp = Van); — tensdo de linha (ou tenséo fase-fase) Vi - a tensdo existente entre duas fases quaisquer (exemplo: Vj = Vas); 46 Cireuitos Polifésicos — corrente de linha) - a corrente que circula entre as duas redes (exemplo: i = Ta); — corrente de fase Ty - a corrente que cireula em cada impedancia que compée a carga (serd vista mais adiante, na abordagem dos tipos de ligagao de cargas em sistemas polifiisicos); — corrente de neutro - corrente que percorre o condutor neutro; no caso, Th. ‘As tensées de fase da Figura 2.8 podem ser escritas: Von=Va= Van Log Von = Vs = Von Lop bese beets a7 Vyn=Vy=Von Lon As correntes indicadas na citada figura so: Ta = Ts /Ba To= Io /Bp eee (2.8) Ty= Ty 1B, No neutro a corrente é: Th = Tn 1Bo (2.9) As correntes devem satisfazer a Lei de Kirchhoff das correntes: Ta+Ty+T.+...+T,+I,=0 (2.10) Em um sistema polifisico de n fases, diz-se que as tensdes s4o equilibradas quando apresentam o mesmo médulo e estao defasadas de =. Analogamente, diz-se que as correntes so equilibradas quando apresentam o "mesmo médulo e estao defasadas de °, Cireuitos Polifésicos a O cdlculo das tensées de linha (ou tensées fase-fase) pode ser efetuado com a aplicagéo da Lei de Kirchhoff das tensées (ainda Figura 2.3): Vij = Vin - Vin = Vi Loy- Vilay (2.11) Tratando-se de sistema polifisico de tensdo com mesma amplitude, tem-se: Vie Vj= Vp ea Equagéo 2.11 torna-se: Vij= Ve(l Lay 1 Lap) = (2.12) = Vy [(cos a; - coscy) + (sen a - sency)) Calculando-se o médulo de Vj; obtido pela igualdade 2.12 e introduzindo-se as identidades trigonométricas cos" A +sen?A=1 cos (A -B) = cos A. cosB + sen. senB chega-se a: Vig= |Vij| = Vev2—2eos (a= oy) E entao: Vis= |Vij| = Vev2 UL cose = aT (2.18) Exemplo 2.4 Determine o médule das tensées de linha de um sistema trifisico equili- brado cujo médulo da tensio de fase 6 Ve cuja seqiiéncia de fases é a, b, c. Solugao . Para n = 8 temsse: oj ~ 04 = 22% « 129°, 3 Portanto: Vij = VpV2TL ~ 608 (Gj ~ GI = VeV2 = 608 120") = V3 Vy Exemplo 2.5 Na Figura 2.4 estd representado o diagrama fasorial das tensées de fase de um sistema hexafasico. O médulo da tensao de fase é V. Determine os médulos das tensées de linha entre a fase ae cada uma das fases restantes. 48 Cireuitos Polifésioos Solugao [Vor |=VV20-4 =v [Yecl=vV20+h -vev a Vo [Vea [re | ve % 3 Fig.2.4- Sistema hexafasico (Vide [Yor] = exemplo 2.5). 2.6 - Fator de Poténcia de Circuitos Polifasicos Equilibrados (0, 0 fator de poténcia de um sistema polifiisico equilibrado 6 0 co-seno do Angulo entre tensdo de fase e corrente de fase, qualquer que seja o tipo de ligagéo da carga. Supondo-se que o sistema polifisico apresentado na Figura 2.3 equilibrado e simétrico, tenha V,, como referéncia e seqiiéncia de fases direta (a, b, ¢, «+; ¥). Pode-se entao escrever: Van = Vin = +++ = Vin = VW e mais: a =-(n-1)6 De modo andlogo, para as correntes de fase: la= k= -he-t © mais: ba = 0B = be = ee = Oy = Go Ba onde o fator de poténcia do sistema 6 cos ba. Cireuitos Polifésioas 49 A Figura 2.5 mostra o diagrama fasorial correspondente ao circuito repre- sentado na Figura 2.8, tendo-se adotado, por conveniéncia, a tensdo V,,, como refe- réneia. Fig. 2.5 - Diagrama fasorial corresponden- te A Fig. 2.3. 2.7 - Poténcia em Circuitos Polifasicos Equilibrados. ‘A obtengao da poténeia ativa (ou potincia média) em sistemas polifasicos equilibrados tem por base os edlculos por fase. Sendo V; 0 médulo da tensio de fase, I, © médulo da corrente de fase, e ¢y 0 Angulo entre tensao e corrente, a poténcia por fase & Pr=V;lrcos gy. A poténcia ativa em todas as n fases de um sistema polifiisico equilibrado sera: Pry = nPy = nVjlpcosdy (2.14) Por analogia, para a poténcia reativa e a poténcia aparente pode-se escrever: Quy = n Velsen by (2.15) Sp = nVply (2.16) ‘A poténcia complexa que na Figura 2.9 flui da rede A para a rede Bé expressa por ap = Van Ty + Vin Toto. + Vin B= ro 1 17) = DM Th = SS kee Kea onde: Vien = Vin Lox Th = Ta LB Ba = Ven Tn Loe= Bx = Vin Te Le resultando para a poténcia ativa e poténcia reativa, as expressdes que seguem: 50 Cirewitos Polifisicos 1 Pap = J Vins Ts c08 (2.18) ie ' Qar = J Vine Ta-sen py 2.19) a 2.8 - Ligagao de Impedancias em Circuitos Polifasicos Equilibrados Considere-se uma vez mais a Figura 2.3, onde a rede B é passiva e composta por n elementos de igual impedancia. Esses elementos s6 podem ser interconectados de duas maneiras diferentes, de modo a manter o equilfbrio do sistema: conexo em estrela © conexfio em malha, 2.8.1 - Conexdo em Estrela A conexiio em estrela, mostrada na Figura 2.6, caracteriza-se pela existéncia de um ponto comum de ligagio de todas as impedancias e alimentagao da rede nas outras extremidades. Fig. 2.6 - Conexao em Estrela. Fig. 2.7 - Diagrama fasorial da conexio em Estrela. Adotando-se V,, , como referéncia (diagrama fasorial da Figura 2,7), as tensdes de fase so expressas por: Van VIO, Von = V/-0,..., Von = Vin (n=1)8 As correntes Izy, Iby, ..., Tyy témo mesmo médulo e diferem no Angulo de fase, Como o sistema 6 equilibrado, pode-se escrever: Tuy + by +... + Try = -Tvn = 0 Cireuitos Poliféisicos 51 Portanto, nenhuma corrente flui pelo neutro n’n, o que significa que eletrica- mente os pontos 7 e n’ coincidem. A corrente J, y pode ser calculada como; Van _VjO° Y"Zy ~ Zy Te (2.20) Exemplo 2.6 A tensao de fase de um sistema dodecafasico (12 fases) equilibrado, seqiiéncia de fases direta, conectado em estrela, tem médulo igual a 50 V. Qual é o valor da tensdo de linha entre duas fases adjacentes do sistema em aprego? Solugao 6 300° ape 12 ~ Vue = Van - Von = 50 /0° - 50 /- 30° = = 50,0 - 43,3 + 25,0 = 6,7 + 25,0 [Vas] =25,8V Exemplo 2.7 Certa carga hexafasica (6 fases) equilibrada, seqiiéncia de fases a-b-c-d-e-f, ligagdo estrela, solicita 1.200 kVA a uma fonte cuja tensao de fase é igual a 1,000 V. O fator de poténcia da carga é igual a 0,9, atrasado. Pede-se: a) a corrente em eada linha; b) a tenséo fase-fase Va.. Solugio a) a intensidade da corrente em cada linha sera: Sey 1.200.000 6 6 00 = 200A Angulo da corrente 6 determinado pelo fator de poténcia da carga (indutiva). Tem-se: are cos 0,9 = 25,84° (atrasado). Entao: = 200 /- 25,84° A. ) ‘se = Va- Ve = 1.000 /0° - 1.000 /~ 240° = 1.732 /- 30° 52 Cireuitos Polifisicos 2.8.2 - ConexGo em Malha A conexdo em malha, apresentada na Figura 2.8, é caracterizada pela dispo- sigéo em série das impedancias, com a rede de alimentagdo conectada nos pontos de ligagdo de cada duas impedaneias. a Tad =—_lya ged Fig. 2.8 - Conexio em malha. A corrente de linha T,4 pode ser calculada em fungdo das correntes de fase TaveTya: (2.21) (2.22) Portanto: Fazendo uso da equacio 2.11 tem-se: ZF Con Vant Van- Vn) 2.28) ou seja: -1[-0+1/0°-1/0)= ~ze- [cos6 + sen (~ 8)] - [eos + sen6]| = Circuitos Polifésicos 53 Afinal: Vv Tan = 27. (1 - cos®) (2.24) s Para a conexao estrela ser equivalente A conexdo em malha é nécessério que I. y=Ta4. Portanto, igualando-se as expressées 2.20 e 2.24, tem-se: v Zy = 27 (1-e08 8) © por fim: = 2(1-cos 0)Zy . (2.25) A Equagio 2.25 6 utilizada para se efetuar a conversdo de circuito ligado em estrela para circuito ligado em malha, e vice-versa. Na situagdo particular de um cireuito triffisico, em que 6 = 120°, ter-se- Za = 3Zy (2.26) Exemplo 2.8 Em um sistema hexafisico equilibrado, ligagao em malha, seqiiéncia de fases direta, as correntes de fase tém médulo igual a 100 A. Determine 0 médulo das correntes de linha no sistema, adotando como referéneia a corrente de fase Ty». Solugio 0° 6 = 60° Ta = Tas -Tya = 100/0° - 100 /- 300: 100 /~ 60° Portanto, o médulo das correntes de linha é igual a 100 A. Exemplo 2.9 Certa fonte hexafisica equilibrada tem seqiiéncia de fases a-b-c-d-e-f e tensdo de fase igual a 500 V. Bla fornece 720 kVA a uma carga equilibra- da cujo fator de poténcia é 0,866 atrasado. Obtenha: @) a corrente de linha; b) a impedancia equivalente em estrela; ¢) a impedancia equivalente em malha Solugdo a) a corrente da linha a tera para médulo: 720 IZ.| = oo = 0,24 kA = 240 A 54 Cireuitos Polifésicos Seu Angulo: are cos 0,866 = 30°, Entao: I, 240 /- 30° A. b) a impedancia equivalente em estrela é caleulada por: VY. _500/0° so YT" 349 730°” 208 180° N ¢) a impedancia equivalente em malha é obtida por: Zq = 2Zy (1 - cos60") = 2 . 2,08 [30° . (1 - cos 60°) = 2,08 30° 2.9 - Sistemas Trifasicos Equilibrados A quase totalidade da energia elétrica utilizada no mundo é gerada e transmi- tida por intermédio de sistemas de tensées triffisicos equilibrados. Dentre todos os sistemas polifiisicos, em igualdade de condigées, 0 trifisico 6 0 mais econdmico no que se refere A quantidade de material condutor necesséria a trans- miso de energia elétrica. Para 0 mesmo tamanho, geradores e motores trifasicos possibilitam a obtengao de poténcias maiores que os monofi‘sicos. Sob regime perma- nente, em circuitos equilibrados, o valor instantaneo da poténcia trifasica 6 constante, 0 passo que nos circuitos monofisicos a poténcia instantanea é pulsante. Sistemas trifaisicos possibilitam oferecer dois valores distintos de tens6es ao usuario (fase-fase & fase-neutro), sendo portanto mais versdteis que os monofiisicos. Motores trifisicos geralmente partem sozinhos, sem necessidade de dispositivos adicionais; os monofasicos (exceto os de coletor) nao tém partida prépria. A gerago de tensées trifiisicas foi abordada anteriormente neste capitulo, no item 2.2. Geradores de corrente alternada trifisicos so fabricados com poténeias que variam de 100 kW a 1.800 MW, para operagao em tensdes que vo de 480 V a 25 kV. Nos sistemas trifasicos podem ocorrer dois tipos de ligagdes: ligagdo em estrela ligagdo em tridngulo (ou delta) Note-se que estrela ¢ malha sao termos gerais, aplicdveis a sistemas com qualquer naimero de fases. Todavia, estrela e tridngulo (ou delta) sao termos especificos para sistemas trifasicos. 2.9.1 - Ligagdo em Estrela Considere-se a ligagiio em estrela mostrada na Figura 2.9. Se o sistema apre- senta tensdes de alimentagao equilibradas, com seqiiéncia de fases direta (a, b, c), pode-se escrever para as tensées de fase: VaeVi0° Vy=V/-120° Ve=V/120° Cireuitos Polifésicos 55 Fig. 2.9 - Ligacao trifasica em estrela. e para as tensées de linha: Vi» = Va-V, = V8 V/30° = V3 V,/30° (2.27) Voc = We-Ve = VEV I-90" = VEY, /30° (2.28) Vea = Vo-Va = V3 V/150° = V3 V./30° (2.29) Entao: para um sistema trifasico simétrico, equilibrado, ligagdo estrela, com seqiiéneia de fases direta, a tensao de linha é igual a tensao de fase multiplicada por VB /30°. Se a seqiiéncia de fases for inversa, mantidas as demais condigées, a tensao de nha sera igual & tensdo de fase multiplicada por v3 /- 30°. Assoma das correntes de fase é nula, sendo nula também a corrente do neutro T,. Como os pontos n’e n encontram-se no mesmo potencial, o circuito da Figura 2.9 pode ser resolvido como se fosse constituido por trés circuitos monofiisicos, tal como é visto na Figura 2.10 (fase a tomada como referéncia). E 0 chamado circuito monofasico Zz Now- ---— = = —-—----4, (NEUTRO FICTICIO) Fig. 2.10 - Circuito monofasico equivalente. 56 Cireuitos Polifisicos equivalente e se aplica somente a sistemas equilibrados. As ten- s6es ¢ correntes nas outras fases sao obtidas a partir do circuito monofisico equivalente, atra- vés da rotagio de = 120° ¢ le- vando-se em conta a seqiténcia de fases. © diagrama fasorial correspondente s tensées e cor- rentes na ligagéo em estrela é mostrado na Figura 2.11. Vob Fig. 2.11 - Diagrama fasorial para um sistema tri- fasico em estrela. Exemplo 2.10 Certa carga equilibrada ligada em estrela 6 suprida por um sistema trifasico simétrico com seqiiéncia de fases direta. Sendo Vj, = 100 / 60° V, determine: a) as tensdes de fase; b) as tensdes de linha Solugao a) Tendo em vista a seqiténcia de fases estabelecida, os maximos de tensio ocorrem na seguinte ordem: Vp, Portanto: V, = 100 /60°V V. = a’ Vi = 100 /60° - 120° = 100/- 60° V Vu = a Vp = 100 /60° + 120° = 100 / 180° V 6) As tensées de linha sdo: Vay = Va- Vs = - 100 - 100 /60° = v3 100 /210° V Vie = Vp - Ve = 100 60° - 100 /- 60° = V5 100 90° V V.g=V.- Va = 100 /- 60° - 100 = v3 100 /- 30° V 57 Eutzuitos Polifésicas Exemplo 2.11 Resolva o exemplo anterior supondo agora seqiiéncia de fases inversa. Solugio a) Para a seqiiéncia de fases inversa a ordem dos maximos das tensdes passa a ser: Vs, Vz, V;. Entao, as tensées de fase assumem os seguintes valores: Vp = 100 /60° volts V, = a Vs = 100 (60° - 120° = 100 /- 60° voles V. = a Vp = 100 /60° + 120° = 100 / 180° volés 6) Para as tensées de linha pode-se escrever: { Viv = Va-Ve = 100 /- 60° - 100 /60° = v3 100/-90°V Vie = Vi-Ve = 100 /60°- 100 /180° = VB 100 /30°V Vew = Ve-Va = 100/180" - 100 /- 60° = V3 100 /150°V 2.9.2.- Ligagdo em Tridngulo (ou Ligagéo em Delta) Conforme mostra a Figura 2.12, a ligacdo em triangulo apresenta tensées de linha iguais as tensdes de fase. Por outro lado, as correntes de linha T,, J, I, sdo diferentes das correntes de fase a5, Ts o Ica (correntes que circulam nas impedancias da carga). Admitindo que a seqiiéncia de fases seja Fig. 2.12 - Ligacao trifdsica em triangulo. 58 pode-se escrever para as correntes de fase: Cireuitos Poliféisicos > _ Vex _ V;/0° Tos = y= (2.30) Voe Vi/- 120° Ie = Ge = “ie an a Vea Toa = Z* (2.82) Ea partir delas obtém-se as correntes de linha por: ~7 7, - Wl =weLi20" | T, = Teb-Toa = Z, y, (2.33) = of VB [= 30° = Tay V3 [= 30°A a Yue Viyg 150 - Zs (2.34) Vy > =f [= 120°. VB /- 30° = T,_V5 /- 30° A a an Toe = VLI2O Vel 120" Ve yy Za Zs is (2.35) Vv; > = gf 120°. VB [= 30° = Tea VB [= 30°A - As trés tiltimas equagées permi- tem a seguinte conclusdo: Para um siste- ma trifisico simétrico, equilibrado, ligagdo em tridngulo, com seqiiéncia de fases dire- ta, a corrente de linha 6 igual A corrente de fase multiplicada por V8 /~ 30°, Se a se- qiiéncia de fases for inversa, mantidas as demais condigées, a corrente de linha sera igual a corrente de fase multiplicada por vB 130°. O diagrama fasorial correspon- dente as correntes na ligagdo em tridngulo 6 mostrado na Figura 2.13. Fig. 2.13 - Diagrama fasorial para cor- rentes trifésicas na ligagio em triangulo. rewitos Polifésicos 59 Exemplo 2.12 Uma carga equilibrada ligada em triangulo apresenta em cada lado uma resisténcia de 12 ohms em série com uma reatancia capacitiva de 16 ohms. Tensées de linha equilibradas de 115 V so aplicadas A carga, em seqiiéncia de fases direta. Determine os médulos das correntes de fase e das correntes de linha. Solugio Aimpedaneia de cada lado do tridngulo é 12 ~j 16 e tem médulo igual a 20 Q. Portanto: 115 [Tri = 99" 75 A \T| = V3 \T;| = V5. 5,75 = 9,954 2.9.3 - Associagao de Cargas Trifasicas Equil Paralelo bradas, em ‘A composigo de varias cargas trifisicas equilibradas em paralelo pode ser efetuada da maneira seguinte: elege-se um tipo de ligagdo (estrela ou triéngulo), ransforma-se todas as cargas para o tipo eleito, e a seguir, pela aplicagéo da lei que zoverna circuitos em paralelo, chega-se & impedancia final. Recai-se, entao, num dos 280s jé vistos. Pode-se, ainda, trabalhar com os valores das poténcias das varias cargas, somando-se aritmeticamente as poténcias ativas e algebricamente as poténcias reativas; a poténcia aparente total serd obtida por S=VP*4Q? Por convengao, considera-se positiva a poténcia reativa de circuitos indutivos © negativa a poténcia reativa de cireuitos capacitivos (convengio do American Institute of Eletrical Engineers (A.L.E.E.)) Exemplo 2.13 Cada lado de uma carga equilibrada conectada em triéngulo tem 6 ohms de resisténcia e 9 ohms de reatancia capacitiva, em série, Cada parte de uma carga equilibrada ligada em estrela apresenta 8 ohms de resistén- cia e 6 ohms de reatancia indutiva, em série. As duas cargas sao ligadas em paralelo através de tensdes de linha trifisicas de 100 V. Calcule a corrente de linha resultante. lugio Transformando o triéngulo em estrela, conforme expresso 2.26, cada perna terd a impedancia iguala: g -i9 _¢ af -2-j39. po =2-330. Aestrela final equivalente ter, por fase, a impedancia resultante da associa~ em paralelo de 2 -j 3 com 8 + 6, cujo médulo é igual a 8,45 Q. Portanto: 100 va In| = 355 =16,7A 60 Cireuitos Polifisicos 2.9.4 - Resolugao de Circuitos com Gerador e Carga Ligados em Estrela No circuit trifiisico da Figura 2.14 esto representados um gerador ligado em estrela, uma carga ligada em estrela, e uma linha de transmissdo que interliga o gerador ea carga citados - vier zg I Zz ‘ey a’ 1 | | Vizizor yz, | < Zz oF = 4a, |b _. b . of Opa le bb {40 1 | | I | T | | | | \ oi igor = © To c (Gerador Y) (Linha) (Carga Y) —In (FIO NEUTRO) Fig. 2.14 - Gerador e carga ligados em estrela. Como o sistema é suposto equilibrado, as tensées nos pontos n e n’ sao iguais ea soma das correntes Iq, Ie, J: é nula. Conclui-se dai que Z, = Tz + Ip + Te = 0. O circuito dado pode entao ser reduzido ao monofisico equivalente mostrado na Figura 2.15, tendo a fase a como referéncia 2g i Zz. a a n Fig. 2.15 « Circuito monofasico equivalente. Acorrente na fase a é calculada por: Thee (2.36) + E nas demais fases, por: hea@T, 237) T.=aTa Cireuitos Poliftsicos 61 2.9.5 - Resolugdo de Circuitos com Gerador e Carga Ligados em Triangulo Em sistemas trifisicos nao é comum a utilizagdo de geradores ligados em triangulo. Nessa situagéo, a tensdo gerada resulta ndo senoidal devido A presenga de harménicos de terceira ordem. Essas tensdes provocam o surgimento de correntes que ficam cireulando dentro do tridngulo, originando aquecimento indesejivel. Apesar disso, segue-se a abordagem desse tipo de cireuito, tendo em vista fins didaticos. Na Figura 2.16 as tensées aplicadas 4 carga sdo supostas equilibradas ¢ com seqiiéncia de fases a, b, . Fig. 2.16 - Gerador e carga ligados em triangulo. Nao 6 possivel, como foi feito no item precedente, substituir, de imediato, 0 cireuito dado pelo circuito monofisico equivalente. § necessdrio, preliminarmente, converter para estrela as ligagdes em tridngulo do gerador e da carga. A converséo tridngulo-estrela das impedancias da carga é efetuada mediante © uso da expressdo 2.26, vista anteriormente. Por outro lado, as tensées de linha do gerador em triangulo podem ser convertidas em tensdes de fase, para um circuito em estrela, utilizando-se as expressdes 2.27, 2.28, 2.29, igualmente ja vistas anteriormente. Ocireuito inicial, da Figura 2.16, é transformado, assim, no cireuito visto na Figura 2.17. Para que os dois cireuitos sejam equivalentes, as suas equacées devem ser iguais. A equagao da tensao de linha correspondente ao circuito da Figura 2.16 pode ser escrita: Eun=Vab-Zy-Tao 2.38) Fig. 2.17 - Circuito trifasico equivalente ligado em estrela. 62 Cireuitos Poliféisicos Ela deve corresponder exatamente & seguinte equagao da tensao de linha, do circuito da Figura 2.17 (ligagdo em estrela): Eay = Vay-Voy-@gyla- Zev) = oe (2.39) = Vuo-Zyvda-h) = v3 130° Vay -Zey Ta - Ts) Igualando-se as Equagées 2.38 e 2.39, deduz-se que v Var Voy = B38 (2.40) ‘gla = Zgy Ta-Te) @41) A partir da Equagao 2.40, por rotagoes de fase de = 120°, so obtidas as tensdes das outras fases. Levando-se em conta que as correntes de linha sao as mesmas nos dois cireuitos, pode-se escrever, a partir da Figura 2.16: Ta = Tay-Tea @ Ty = Portanto: Ta-To = 2Tan~Tea-The = 8Tas Conclui-se entao, da Equagao 2.41, que: ZyTan = 8Zgylan ow By = 3 (2.42) Chegar-se-ia a este mesmo resultado caso se usasse a expresso 2.26. Agora, tendo a fonte e a carga ligadas em estrela, é valido substituir o circuito da Figura 2.17 pelo cireuito monofisico equivalente apresentado na Figura 2.18, onde: To ou a Ves _ Vv . » «¢t WE [se 7 yee 248) ey Vay = oN n 7777 Fig. 2.18 - Cireuito lente a Fi onofasico equiva- QT 63 Cireuitos Polifésicos Exemplo 2.14 Um gerador trifiisico ligado em triangulo tem impedancia por fase igual aj 0,6 Qe esté ligado a uma linha de transmissao cuja impedaneia por fase éde 0,2 + j 0,4 2. Aoutra extremidade da linha de transmissao est& conectada a duas cargas trifisicas equilibradas, em paralelo: a primeira, emestrela, tem impedancia de 2 + 1 Q por fase; a segunda, em trian- gulo, apresenta por fase impedancia de 6 @. Sabe-se que a tensao inter- na do gerador é de 380 V. Adote seqiiéncia de fases direta e determine: a) as correntes na linha de transmissao; }) as correntes de fase, nas cargas; c) as tensdes de fase e as tensées de linha, nas cargas. Solugio a) Escolhendo-se como referéncia a tensao Vu 4, tem-se o circuito constante da Figura 2.19. Tg 0,24)0,4 (CARGA1) (CARGA 2) ci 2 2+)) 1 y 6 +i] by — Tee Fig. 2.19 - Vide exemplo 2.14. ‘Transformando-se para estrela as tensées e impedancias que se apresentam em triangulo, resulta o circuito monofasico equivalente visto na Figura 2.20, onde T, é acorrente na linha de transmissao (linha a). Determinando-se a impedancia equivalen- +e no circuito monofisico, chega-se ao cireuito da Figura 2.21. Por fim, obtém-se: 220 /- 30° 55° iEory = 145,6 /- 63.55" A. T= E para as demais correntes da linha de transmissao: T, = 145,6 [- 183,55° A T, = aT, = 145,6 /56,45° A 64 Cirenitos Polifisicos . . = (2) J02 4 0.2+104 a la ap ir 7 la if ) | + 380|-30" 24] 2 By [less TOT W777 Fig. 2.20 - Circuito monofasico equivalente referente ao exemplo 2.14. —. Tq + ° 2201-30 (w) 1,5107 | 33,55° TOIT TLD Fig. 2.21 - Circuito simplificado correnpondente a Fig. 2.20. b) As correntes de fase nas cargas podem ser caleuladas por intermédio do divisor de corrente. Assim procedendo, a corrente de fase correspondente & fase a, na carga em estrela, sera: I 145,6 /- 63,55° = 70,63 /~ 77,59" A e nas demais fases: Ty” = aT? = 70,63 /- 197.59° A 1 = aT = 70,63 142,412 A. Cireuitos Polifisicos 65 Para a carga em tridngulo caleula-se inicialmente: 7 . 24/17 _ 2,286 /26,57° #94247 1°% ~ 4,123 /14,04° - 145,6 /- 63,55° = = 78,96 /- 51,02° A. ea seguir obtém-se as correntes de fase desejadas: oa) ad 78,96 | - 51,02” ab Ey oao = VE poo 7 45959 21,02" A TR = aT = 45 qm 1 a x 1 & a 3 E IS IB > c) Na carga ligada em estrela as tenses de fase sdo expressas por: VA) = (2+ j 1K = 2,286 /26,57° . 70,68 /- 77,59° = = 157,93 /- 51,02° VP = a VY = 157,93 /- 171,022 YA? = a Vt = 157,93 /68,98° eas tensées de linha por: Ve}, = VE 30°. 157,98 /- 51,02" = 273,54 /- 21,02° V f= a? Ve} = 273,54 /- 141,02° V Vel = a. Vi} = 273,54 98,98" V As tensées de fase da carga ligada em tridngulo sdo iguais as tensdes de linha 2, no caso, tém o mesmo valor das tensées de linha da carga ligada em estrela, ja que as duas cargas esto conectadas em paralelo. Portanto: 66 Cireuitos Polifésioos 1, = 273,54 | 21,02" V; Vi = 278,54 /- 141,02" V; ven 273,54 /98,98° V 2.9.6 - Poténcia em Circuitos Trifasicos Equilibrados Suponha-se um sistema trifésico equilibrado, simétrico, com seqiiéncia de fases direta, tendo a tensfo e a corrente da fase a expressas por V, = V/0, Iq = I/B. A correspondente poténcia complexa trifisica 6 obtida por: So = Ve. t+. B+V..T = V,.Te+(@’.V,) (@.T,)" + (a. V,). (a- Te) (2.44) = V,.T%+V,.T.+Vs-T = 8.0,.T = = 3.V.1/0-8 A.expressfio (2.44) pode ser posta na forma: Sse = 3VIcosh+j3VI send = Pro+j Qo (2.45) onde: cos} - é 0 fator de poténcia P3q = 3V [cos - 6 poténcia ativa trifésica (watt) Qs = 3VIsen¢ -éa poténcia reativa trifasica (VAr) Sao = 38VI ‘ica (VA) Na pratiea, 6 mais freqtiente o uso de valores de linha, em vez de valores de fase. Ao se fazer a converséo dos termos da expresso 2.45 para valores de linha, duas situagdes podem resultar, em fungao do tipo de ligagao da carga: a poténcia aparente t a) Carga ligada em estrela Tem-se: Vj = V3V, I = Ip portanto: Psy = 8VI cos = V8 V3 VI cos = V3 VI; cos > Qso = 3VI send = V3 V3 VI sen = V3 Vitsend Sso = 8VI = V8V38VI = V8Vih Cireuitos Polifisieos 67 b) Carga ligada em tridngulo Vi = V, I = v8 J; portanto: Pso = 83VIcos @ = V3 VVB cos > = v3 Vili cos } Qo = 8VIseng = VEVV3Isenp = VEVifsend Sso = 3VI = VBVVSI = V3ViL Conelui-se, das equagées integrantes dos itens ae b , recém abordados, que as expresses para a determinagéo da poténcia trifasica sdo as mesmas, quer a carga estoja ligada em estrela, quer a carga esteja ligada em triéngulo. Exemplo 2.15 Certa carga trifasica equilibrada, fator de poténcia indutivo igual a 0,8, absorve 20 kW de um sistema trifasico simétrico, seqiiéncia de fases direta. Sabendo que a tensiio de referéncia é V,, = 380 /0°, calcule as correntes de linha. Solugao A intensidade da corrente de linha 6 obtida por: P 20.000 _ = 97,98 A. T= BVjcos § * VE. 380.08 ~ Nao foi especificado o tipo de ligagao da carga. Supondo-se que ela esteja ligada em estrela, a tensio da fase a serd: vy, 380 /0° ong age = 2201-90" Ao fator de poténcia 0,8 corresponde o Angulo de 36,9 graus. Como 0 circuito é indutivo, a corrente estard atrasada de 36,9 graus em relagdo a tensio e portanto o Angulo de fase da corrente de linha seré - 30° - 86,9° = - 66,9. As correntes de linha sfio: T, = 37,98 /- 66,9° A, Ty = 37,98 /173,1° A, T. = 37,98 /53,1° A. 2.10 - Circuitos Trifasicos Desequilibrados (Desequilibrio de Carga) Diz-se que um circuito trifésico 6 desequilibrado (desequilibrio da carga) quando a impedancia em uma ou mais fases difere da impedancia das outras fases. Eo caso tipico de cargas desequilibradas, submetidas a tensdes trifisicas equilibradas simétricas impostas pela fonte. A Teoria de Circuitos (Método das Correntes de Malha, Método Nodal) pode ser aplicada na resolugao de circuitos do tipo em aprego, com grande isco de se cair em sistemas de equagées de manuseio muito trabalhoso. 68 Cireuitos Polifisicos Os procedimentos doravante ahordados conduzem a solugées mais simples para os seguintes casos: a) carga desequilibrada ligada em triangulo; b) carga desequilibrada ligada em estrela (sistema a 8 condutores); ¢) cargas desequilibradas conectadas em tridngulo e emestrela, associadas em. paralelo (sistema a 3 condutores); d) carga desequilibrada ligada em estrela (sistema a 4 condutores); e) carga desequilibrada, sistema estrela-estrela, com conexdo dos neutros; /) carga desequilibrada, sistema estrela-tridngulo. As tensées aplicadas so conhecidas e supostas equilibradas e simétricas. 2.10.1 - Carga Desequilibrada Ligada em Triangulo Na Figura 2.22, a seqiiéncia de fases das tensdes aplicadas a carga e os valores destas tensées, sio impostos pela fonte ¢ portanto so conhecidos. Tendo-se a tensfo através de cada impedancia pode-se calcular, de imediato, as correntes de fase e em seguida as correntes de linha. Tete Fig. 2.22 - Carga desequilibrada ligada em triangulo. Admitindo-se, para o circuito figurado, a seqiiéncia de fases Va, Vso) Vea caleula-se: I a Voc "ea = T. Zab Zoe > La= 7" e chega-se is correntes de linha pela aplicagéo da Lei de Kirchhoff nos nés a, b, ¢: Tea = Iab-Tea Tey = The-Too Tee = Tea-Toe Cireuitos Polifésioos 69 Exemplo 2.16 Dada a carga desequilibrada da Figura 2.28, onde as impedancias esto expressas om ohms, caleule as correntes de fase e as correntes de linha sabendo que a seqiiéncia de fases 6 Vas, Viq Veg e que Vas = 110/0° V. Solugao Para a seqiiéncia de fases estipulada, tem-se: Vay = 10/0, Veg = 110/120", Vee = 110/120" Fig. 2.23 - Vide exemplo 2.16. CAleulo das correntes de fase: SS Zb Fig. 2.24 - Transformagao estrela-triangulo. ou soja: wip . Za%y+Z) th 2a (2.46) Analogamente, para os terminais be deve-se ter: Zody = Zscla ou seja: Zp+Zy = 2.47) E para os terminais ca: Zealy = Zeala Cireuitos Polifiésicos 1 (2.48) Desejando-se substituir uma estrela pelo triangulo equivalente, deve-se resol- ver o sistema de equagées formado por 2.46, 2.47 e 2.48, buscando Za, Z, Ze, em fungaio de Z;, Zs, Zs, Assim procedendo obtém- Z,.Z2+Z2.Zs+Zi.Zs 2. (2.49) Zs (2.50) Zy Za +2. Z3+Z.Zs (2.51) Ze Observe-se que a impedancia de um lado do triéngulo € obtida por uma fragao que tem para numerador a soma de todos os produtos possiveis das trés impedancias da estrela tomadas duas a duas e cujo denominador é a impedancia "oposta" & impedancia do tridngulo que esta sendo calculada (Figura 2,24). Caso se deseje substituir um triangulo pela estrela equivalente, deve-se resol- vero sistema de equagdes formado por 2.46, 2.47 e 2.48, buscando Z1, Zz, Zs em fungao de Z,, Zp, Z., Desta forma, obtém-se: (2.52) (2.53) (2.54) Observe-se que a impedancia de uma perna da estrela é obtida por uma fragao cujo numerador é igual ao produto das impedancias "adjacentes" do tridngulo e cujo abnomifaasr €iguaCa soma aé coats as cegeatinciis cab ciigead Clie Lf! Exemplo 2.17 Para a carga triffisica desequilibrada vista na Figura 2.25, onde as impedan- .S esto expressas em ohms, calcule as correntes de linha e as correntes de fase. Vat, Vea Voc. Adote: Viz = 220 /90° V ci Seqiiéncia de fas: Cireuitos Polifésioos m1 ou seja: (2.48) Desejando-se substituir uma estrela pelo tringulo equivalente, deve-se resol- ver o sistema de equagées formado por 2.46, 2.47 ¢ 2.48, buscando Z,, Zs, Ze, em fungaio de Z;, Zz, Zs, Assim procedendo obtém-se: y . Z-22+%e Za % (2.49) 2+ Zp. Zs+Z1 Ze 250) Zn+%y-Zs+Z > (251) Observe-se que a impedancia de um lado do triéngulo é obtida por uma fragao que tem para numerador a soma de todos os produtos possiveis das trés impedaneias da estrela tomadas duas a duas e cujo denominador é a impedancia "oposta" a impedancia do triangulo que esta sendo calculada (Figura 2.24). Caso se deseje substituir um tridngulo pela estrela equivalente, deve-se resol- ver o sistema de equagses formado por 2.46, 2.47 e 2.48, buscando Z1, Zz, Zs em fungao de Z,, Zp, Ze, Desta forma, obtém-se: Aes (2.52) (2.53) (2.54) Observe-se que a impedancia de uma perna da estrela ¢ obtida por uma fragao cujo numerador é igual ao produto das impedineias "adjacentes" do tridngulo e cujo denominador é igual a soma de todas as impedancias do triangulo (Figura 2.24). Exemplo 2.17 Para a carga trifasica desequilibrada vista na Figura 2.25, onde as impedan- cias estdo expressas em ohms, calcule as correntes de linha e as correntes de fase. Seqiiéncia de fases: V,2, Vea, Voc. Adote: Vaz = 220/90° V t! i i \ 2 Cireuitos Polifisicos Fig. 2.25 - Vide exemplo 2.17. Solugo De acordo com os dados, as tensées aplicadas so: Var = 220/90", Veo = 220/-30°, Vi. = 220/-150° Transformando-se a estrela em tridngulo, resultam as seguintes impedancias (Figura 2.26): 8) (4 +f 44j3 +10. (4473) _ ~j2 Q = 148-764 2 = 144+j8Q Fig. 2.26 - Vide exemplo 2.17. Cireuitos Polifésicos 73 As correntes de fase no tri ngulo equivalente sao caleuladas por: 7, _ Van _ 220/90° ~ 16 -j 28 6,82 /150,26° A 220 /- 150° ° -Taee64 7 13,65 /~ 126,612 A 220 /— 30° . = Taajs 7 1865 1-82.74" A Eas correntes de linha desejadas sao: lab ~Tea = 6,82 /180,26° - 18,65 /~ 59,74" = 19,85 /130,16°A Typ = Toe Ta 18,65 /~ 126,61° - 6,82 /150,26° = 14,51 /- 98,80°A I, Team Tbe = 18,65 /~ 59,74° ~ 18,65 /~ 126,61? = 15,04 /- 3,16°A b) Solugdo através do céleulo da tensio de deslocamento do neutro Admita-se, na Figura 2.27, que tensées equilibradas e simétricas, com seqi cia de fases Vis, Vic, Vea sejam aplicadas & carga desequilibrada ligada em estrela, caracterizada pelas admitancias Y,, Ys, Yo. Fig. 2.27 - Tensdes equilibradas simétricas aplicadas a carga desequilibrada. O diagrama fasorial destas tens6es é visto na Figura 2.28, com o ponto neutro, Socalizado no centro geométrico do tridngulo abc, sendo um ponto ficticio de referén- a. Na carga, por ser desequilibrada, 0 ponto comum as trés admitancias nao se zpresenta no mesmo potencial do neutro, ponto 7, mas sim no potencial do ponto designado por O. A diferenga de potencial entre os pontos n e O, V,,, é denominada sensiio de deslocamento do neutro. 74 Cireuitos Polifisioos Para obter a expressao que permite calcular a tensio de deslocamento do neutro, no cireuito da Figura 2.27, comega-se por escrever as correntes de linha: Tua = Vao-Ya Ton = Veo. Yn (2.55) T.c = Voo.Yo No ponto O, aplicando-se a Lei de Kirchhoff das correntes, vale a igualdade TaatIsn+ lec = 0. Ea partir das equagées 2.55 conclui-se que: Vao-Ya+Vp0-Ya+Voo.¥o = 0 (2.56) A ooo” SOI Da Figura 2.28: Vao = Van+Vno Veo = Voin+Vno 2.57) i Veo = VentVne - Fig, 2.28 - Diagrama fasorial. Introduzindo as Equagées 2.57 em 2.56 obtém-se: (an +Vne) ¥a + Von+Vno) Ys + (Von+Vno) Yo de onde se extrai: (Van Ya + Von Yn + Ven Yo) Ya+Yn+Y¥e Vaoe (2.58) O conhecimento da tensfo de deslocamento do neutro e o uso das Equagées 2.57 permitem obter as correntes de linha do circuito. O exemplo seguinte ilustra o procedimento. Exemplo 2.18 Aplicando o célculo da tensao de deslocamento do neutro, determine as correntes de linha que percorrem o circuito mostrado na Figura 2.29 (impedancias expressas em ohms). A seqtiéncia de fases é inversa ab, Vea Vio) & Vie 6a referéncia (V,. = 230 /0°). Cireuitos Polifésioos 15 Fig. 2.29 - Vide exemplo 2.18. Solugao_ As tensées de linha aplicadas: Voc = 230/0°, Vay = 230/-120°, Veg = 230 /120° correspondem as seguintes tensdes de fase: 230 /0° io Von = Gers = 182,79 130° Van = 182,79 /- 90° Ven = 182,79 /150° Por outro lado: Ya = 0,20/30° iy Yep = 0,25 /0° ! Yc = 0,10 /- 60° E mais: Ya+Yn+¥e = 0,47 (1,22° Ainda: Van Ya+ Von Ya + Von Yo = 42,59 19.30" Entao: ~ 42,59 /9,30° . Vno = Seo = ~ 90,62 /8,08: 76 Cireuitos Polifisicos Pode-se agora calcular: Vao = Ven+Vno = 182,79 (= 90° - 90,62 /8,08° = 170,96 /- 121,65" Veo = VintVno 182,79 / 30° - 90,62 /8,08° = 59,32 /64,77° Veo = Ven+Vno = 132,79 /150? - 90,62 /8,08° = 211,64 /165,31° ¢ obter as correntes de linha desejadas: Tua = Vao.¥a 170,96 /— 121,65° . 0,20 /30° = 34,16 /- 91,65° A Ton = Veo. Yp = 59,32 /64,77° 0,25 /0° = 14,83 /64,77° A Thc = Veo-Ye 211,64 /165,31° . 0,10 /~ 60° = 21,16 /105,31° A 2.10.3 - Cargas desequilibradas conectadas em triéngulo e em estrela, associadas em paralelo (sistema a 3 condutores) Quando tensdes de linha equilibradas ¢ simétricas sdo aplicadas a cargas desequilibradas conectadas em tridngulo e em estrela, associadas em paralelo, sistema a 8 condutores, a solugao é facilmente conseguida convertendo-se para triangulo as cargas om estrela, O sistema resultante, com todas as cargas ligadas em tridngulo, em paralelo, pode ser simplificado para um sistema com carga igual ao tridngulo equiva- lente, Reeai-se, entao, no caso 2.10.1, abordado anteriormente. Exemplo 2.19 O sistema de tensées triffsico equilibrado aplicado nos terminais a, b, ¢ do circuito da Figura 2.30, apresenta tensdo de linha com médulo igual a 120 V. Adote seqiiéncia de fases V2, Vea Vee. Escolha Vz¢ como referéncia e caleule as correntes de linha Tz 4, Iya, Tec. As impedancias esto expressas em ohms, na figura citada. Fig. 2.30 - Vide exemplo 2.19. Cireuitos Polifisicos 77 Solugio As tensées aplicadas s40, no caso: Ve = 120/0°, Vay = 120/-120°, Veg = 120/120" ‘A transformagao para tridngulo, da carga ligada em estrela, conduz a dois tridngulos em paralelo e, por fim, ao tridngulo equivalente que aparece na Figura 2.31. As correntes de fase neste tridngulo equivalente sao calculadas por: 120 /0° Ipc = 474 [3472 25,32 /- 34,73° A 7 120 /- 120° ” 6,8 [= 14,50: = 19,05 /- 105,50" A 2 0 L120 _ 99 156,80" A * 6 /- 36,80" Fig. 2.31 - Vide exemplo 2.19. As correntes de linha solicitadas so obtidas por: Tas = Tap-Tca = 19,05 /- 105,50° - 20 / 56,80" = = 38,59 /- 114,56° A Tha = Inc Tag = 25,82 /- 34,73° - 19,05 J - 105,50° = 26,20 /8,63° A Tee = Tea-Tac = 20 /56,80° - 25,32 /- 34,73° = = 82,69 /107,55° A 8 Circuitos Polifisice: 2.10.4 - Carga desequilibrada ligada em estrela (sistema a 4 condutores) Em sistemas a 4 condutores e carga desequilibrada em estrela, a tenso aplicada em cada impedancia da carga permanece constante e igual A tensAo de fase da fonte. No neutro circula uma corrente igual A soma fasorial das correntes de fase. Exemplo 2.20 Em certo sistema trifisico a 4 fios, a carga ligada em estrela apresenta as seguintes impedancias, expressas em ohms, conforme Figura 2.32: Zan = 40 [50 Q Zon = 50 [60° Q Zen = 25 [~30° Q A seqiiéncia de fases é inversa (Vat, Vea Vi). Escolha Vi. = 17,2 V como referéncia e obtenha: a) correntes de linha; ©) corrente no neutro, a a 40 | 50° n\ e 50|-60° 25 |-30° be c e Fig. 2.82 - Vide exemplo 2.20. Solugao 4) Pelos dados do exemplo, tem-se para as tensdes de fase os seguintes valores: o 173,2 /0° - - v Yon = gpa aor ~ 100 L380" Ven = 100 /30°-120 = 100/-90° V Van = 100 /30°+120 = 100/150" V Cireuitos Polifésicos 79 As correntes de linha, no caso, iguais as correntes de fase, sao calculadas por: 2,50 /~ 140° A Yes _ 100 20° . Too = Ton = 2 = 59 page ~ 200 190" A Ven _ 100/150" 5 Tee = Ton = Z., 7 25/230 7 4,00 /180° A 6) Corrente no neutro: Twn = Tan+Ton+Ton = 2,50 [= 140° + 2,00 /90° + 4,00/180° = = 5,93 /176,23° A 2.10.5 - Carga desequilibrada, sistema estrela-estrela com conexdo dos neutros Sistemas triffsicos a 4 fios, como o mostrado na Figura 2.88, sao por vezes encontrados na transmissao e na distribuigdo de energia elétrica. O trabalho de resolugao de cireuitos deste tipo pode ser reduzido de maneira considerdvel se se tirar proveito da simetria das equagées bisicas das tensées. Assim: Vea = Zia-Taat Zon-Toa+ Zn Inn’ = = Zie+ Zan) leat Zn Tan’ Vue = Ziv Tob + Zon-Teb+ Zn Inn = (2.59) Zis+ Zon) Toot Zn Taw "we = Ze TectZon-Teo+Zn Tan = = Zie+Zon) Toot Zn Taw’ E para as correntes de linha: (2.60) Cireuitos Polifésicos Fig. 2.33 - Sistema em estrela com interligagao dos neutros. Somando membro a membro a Equagéo 2.60 ¢ levando em conta que Taw = Twat Tvs + Too, pode-se escrever apés adequado manuseio: Z, (2.61) FZ A sistematica de calculo consiste em calcular I, , através da Equagao 2.61 e obter em seguida as correntes de linha por intermédio da Equagao 2.60. O passo seguinte, determinagao das tensées de fase na carga, é realizado com as equagées: Von = Zan Toa Von = ZonToo (2.62) ‘on = Zon Tee Por fim, as tensées de linha na earga podem ser conseguidas com o uso das seguintes equagées: Var = Van+Vne Voc = Vent Vne Vea = Ven+Vna Cireuitos Polifissioos 81 Exemplo 2.21 No circuito da Figura 2.34 sfo conhecidas as seguintes tensées: Vee = 127 10° V Vow = 127 [= 120° V Vere = 127 120? V . O3+il o Pers Fig. 2.34 - Vide exemplo 2.21. Determine: a) acorrente no neutro; b) as correntes de linha. Solugio a) Corrente no neutro Preliminarmente caleulam-se os valores: Ziat Zan = 1,04173,30° + 10 /0° = 10,35 /5,55° Zio + Zon = 1,04 173,30" + 8 /- 30° = 7,88 /- 22,54° Ziet Zen = 1,04 173,30" + 5 /53,13° = 5,99 /56,58° Z, = 1,04 /73,30° que introduzidos na Equagao 2.61 possibilitam escrever: 1g7yor 127/120 197/120" 10,35 /5,55° * 7,88 /— 22,54° * 5,99 /56,58° _ 1+ 1,04 173,30" + 1,04 /73,30° 1,04 /73,30° 10,35 /5,55° © 7,83 /~ 22,54° © 5,99 /56,58° = 16,11/-7,85° A Tw 82 Cireuitos Potifasicos 6) Correntes de linha Vara —Zn Inn _ 127 /0° - (1,04 /73,30° . 16,11 /— °. 16,11 /— 7,85°) _ ZigtZan 10,35 /5.55° = 11,69/- 12,79 A 127 /- 120° ~ (1,04 / 73,3 ~ 7,83 /- 22,54° O°. 16,11 /- 7,85°) _ = 18,34 /- 96,82° A Vue -Zn-Tnw _ 127 /120° - (1,04/73,30° . 16,11/~ 7,85°) Ziet Zen 5,99 / 56,58" - = 19,71 /70,06° A 2.10.6 - Carga desequilibrada, sistema estrela-triangulo Sistemas deste tipo (Figura 2.35) sao As vezes encontrados em distribuigao de energia elétrica ou em instalagées industriais. ‘A transformacéo da carga em tridngulo para carga em estrela possibilita a soma, por fase, da impedancia da linha com a impedancia da carga. Recai-se, entdo, no caso j apreciado no item 2.10.2 - Carga desequilibrada ligada em estrela, sistema a 3 condutores. Z, a’ ta a ©) Vatat z > < nt oy Zab Vn'c* SS ¢ Fig. 2.85 - Sistema estrela-triéngulo, com carga desequilibrada. Cireuitos Polifisicos 83 2.10.7 - Fator de Poténcia Vetorial Em um sistema polifasico desequilibrado cada fase tem 0 seu préprio fator de poténcia. A média dos fatores de poténcia das fases individuais, que poderia ser chamado de fator de poténcia médio, nao é normalmente valida para definir 0 fator de poténcia de um sistema desequilibrado. Isso porque no leva em consideragio 0 efeito compensativo dos VArs capacitivos e VArs indutivos. Recorre-se, entao, ao fator de poténcia vetorial de um sistema polifésico desequilibrado, definido como: Yvireose V(¥ Visen oy (5 Vreoss) Fator de poténcia vetorial= ou: Vi cosh DAZ Fator de poténcia vetorial= 2.63) onde: VIcoso = poténcia ativa total = soma aritmética das poténcias ativas individuals das fases; VIseno individuals das fases. De acordo com convengao do AIEE, considera-se positiva a poténcia reativa de cireuitos indutivos e negativa a poténcia reativa de circuits capacitivos. poténcia reativa total = soma algébrica das poténcias reativas 84 Cireuitos Polifésioos PROBLEMAS 2.1 - Calcule o médulo das tensées de linha de um sistema pentafasico equilibrado, no qual a tensdo de fase tem médulo igual a 100 volts. Apresente o respectivo diagrama fasorial das tensées, admitindo seqiiéncia de fases positiva. 2.2 - Uma carga triffisica equilibrada tem fator de poténcia 0,9 indutivo. Ela absorve 10 kW de um sistema triffisico equilibrado e simétrico cuja tensao de linha é igual a 440 V. Supondo seqiiéncia de fases direta, determine: a) a corrente de linha solicitada pela carga; b) a poténcia reativa necessdria para melhorar o fator de poténcia, igualando-o a 0,97 indutivo; ¢) 0 novo valor do fator de poténcia, ao se conectar em paralelo com a carga, um motor de indugao trifisico de 5 kW, fator de poténcia 0,9 e rendimento de 95 %. 2.3 - Considere o circuito da Figura 2.P.1, no qual as impedancias esto expressas em ohms. a lig, 113, Wi3 Fig. 2.P.1 - Vide problema 2.3. Obtenha: a) as correntes de linha; b) as tensées de linha na carga; c) a poténcia consumida pela carga; ) o fator de poténcia da carga; 2) 0 novo valor do fator de poténcia, ao se conectar um capacitor de valor ~j 2 Qem paralelo com cada elemento da carga trifasica. Cireuitos Polifisicos 85, 2.4- Calcule as correntes de fase e as correntes de linha no cireuito apresentado na Figura 2.P.2 (impedancias expressas em ohms). 10L120° Fig. 2.P.2 - Vide problema 2.4. 2.5 - Duas cargas trifisicas esto ligadas em paralelo através de um sistema equilibra- do e simétrico, a 8 fios, com tensao de linha igual a 380 V. A seqiiéncia de fases é direta e sao fornecidos os seguintes dados sobre as cargas: - Carga 1 - Ligagdo triangulo: Zab = Zye = Zea = 6+j8 Q - Carga 2 - Ligagio estrela: Z_=1+j22, Z,=5/0°2, Z, = 4/60° 2 Pede-se caleular: @) as correntes de fase; b) a poténcia total solicitada. 2.6 - Certo sistema tetrafisico de tensdes, simétrico e equilibrado, alimenta determina- da carga desequilibrada conforme Figura 2.P.3 (impedaneias expressas em ohms). Considerando seqiiéncia positiva e Van = 100 V, determine: a) acorrente I; &) a poténcia consumida pela carga. 86 Cireuitos Polifésicos Fig. 2.P.3 - Vide problema 2.6. 2,7 - Determine o valor da corrente que percorre o neutro do circuito mostrado na Figura 2.P.4 (impedancias em ohms). Fig. 2.P.4 - Vide problema 2.7. CAPITULO 3 Medida de Poténcia em Circuitos de Corrente Alternada Neste Capitulo so abordadas as bases fundamentais referentes 4 medida de poténeia em circuitos de corrente alternada. 3.1 - Medida de Poténcia Ativa A medida de poténcia ativa em cireuitos de corrente alternada é feita com 0 uso de instrumentos chamados wattimetros. HA trés tipos principais de wattimetros: eletrodinémico, de indugéo, e térmico. 3.1.1 - Wattimetro Eletrodinamico E 0 tipo de uso mais difundido. Apresenta duas bobinas: uma fixa, construida com fio grosso e poucas espiras, dispondo de dois terminais robustos, denominada bobina de corrente; e outra, mével, construida com fio fino e muitas espiras, dispondo de dois terminais de pequeno porte, chamada bobina de tenso ou bobina de potencial. A bobina de corrente deve ser ligada em série com a carga ao passe que a bobina de tensao deve ser ligada em paralelo com a carga. Ao serem as duas bobinas percorridas por correntes, ocorre o deslocamento da bobina mével, que tende a alinhar seu campo magnético com o campo magnético da bobina fixa. O desvio de um ponteiro soliddério 4 bobina mével do instrumento indica, numa escala apropriada, a poténcia ativa absorvida pelo circuito de corrente alternada. Basta que, para isso, a corrente do circuito cuja poténcia se deseja medir, passe pela bobina de corrente do wattimetro e que a tensao do circuito seja aplicada nos terminais da bobina de tensao do aparelho. HG duas altornativas para ligagao das bobinas do wattimetro, conforme se vé nas Figuras 8.1 e 3.2. Para que haja uma indicagéo correta da poténcia ativa solicitada pela carga, a bobina de corrente deve conduzir exatamente a corrente da carga ¢ a tenso através da bobina de potencial deve ser exatamente igual a tensao através da carga. As Figuras 3.1 28.2 mostram que o aparelho néo pode indicar com exatidao a poténcia consumida pela carga, Se a bobina de potencial for ligada do lado da carga (Figura 3.1) a corrente que percorre aquela bobina iré se somar A corrente da carga, fazendo com que a poténcia indicada pelo instrumento seja mais elevada que a verdadeira. Se a bobina de potencial 88 Circuitos Polifésicos for ligada do lado da fonte (Figura 3.2), a queda de tensdo na bobina de corrente ira se somar é queda de tensdo da carga e o aparelho também dara indicagao mais elevada que a verdadeira. Na pratica, costuma-se usar a ligag4o mostrada na Figura 8.1 (bobina de tensdo ao lado da carga) por apresentar erro relativamente constante (suposta constante a tensio da fonte), ao passo que na Figura 8.2 temos erro varidvel, fungio da corrente da carga. Para obter a poténcia consumida pelo préprio wattimetro deve-se abrir o circuito para a carga, deixando-se 0 instrumento ligado. A leitura indicada é a perda no aparelho, normalmente desprezada em presenca da poténcia da carga. Wattimetro Bobinade corrente Bobina: de Font 3 cat Tensao} Carga Fig. 3.1 - Ligagao de watimetro eletrodinamico com bobina de potencial do lado da carga. _ Wattimetro oo Bobina de | _ Corrente 1 Bobina _ ' de TensGo t 1 { | 1 Carga Resist. T ' | 1 Fonte 1 ' 1 FAdicion. Le Fig. 3.2 - Ligagao de watimetro eletrodinamico com bobina de potencial do lado da fonte. Como 0 sentido da deflexo da bobina mével, ¢ portanto do ponteiro a ela solidério, depende do sentido relativo das correntes em cada bobina do aparelho, é necessério observar-se as marcagées de polaridade instanténea (* ou sinais +e -) do wattimetro) a fim de conseguir desvio no sentido adequado da escala. Os terminais com aquelas marcagées devem estar sempre no mesmo potencial (so positivos no meio-ciclo positivo da tensio; so negativos no meio-ciclo negativo da tensao). Os wattimetros eletrodindmicos séo usados tanto em circuitos de c.c. como de c.a.. Eles sao especificados pela corrente admissivel da bobina de corrente, pela tensaio suportavel pela bobina de potencial, e pela quantidade de watts correspondente a0 Medida de Poténcia em Circuitos de Corrente Alternada 89 maximo valor da sua escala. Assim, para nao exceder os valores admissiveis, devem ser usados transformadores de medida. Exemplo 3.1 Determine o valor da leitura do wattimetro da Figura 8.1, admitindo que a tensdo e a corrente sejam: V= 10/5 e T= 2/-26 Solugao A poténcia indicada sera : P = 10.2. cos [5° ~ (-26°] = 17,3 W 3.1.2 - Wattimetro de Indugdo ‘Tem pouca aplicagao pratica porquanto sofre influéneia da temperatura e nao apresenta precisao. Consta, basicamente, de duas bobinas fixas, convenientemente dispostas, uma delas ligada em série e a outra em paralelo com a carga. Ao serem percorridas por correntes elétricas, as bobinas provocam efeito indutivo em um disco, fazendo-o girar e indicar a poténcia do circuito. Embora pouco usado como wattimetro, © instrumento de indugio tem larga aplicagao como medidor de energia elétrica. 3.1.3 - Wattimetro Térmico Tem baixa preciso e custo reduzido. Baseia-se na conversio de energia elétrica em calor. A elevacdo de temperatura pode provocar dilatagao ou torgo em um condutor, proporcional a poténcia do cireuito. Nao apresenta indicagao instantanea, por forga do principio de sua construgdo. © bastante utilizado em indastrias. 3.1.4 - Medida de Poténcia Ativa em Circuitos Monofasicos A ligagdo usual de wattimetro para medida de poténcia ativa em circuito monofiisico é a mostrada na Figura 3.1. O campo da bobina fixa é proporcional & corrente que circula nesta bobina; por outro lado, o campo da bobina mével € proporcional a corrente que circula nesta bobina, corrente esta que, por sua vez, 6 proporcional 4 tensao na carga. Assim, a cada instante, 0 momento de torso é proporcional ao produto dos valores da tensdo e da corrente, ou seja, da poténcia instanténea do circuito. O momento varia de instante a instante e a curva momento x tempo é uma sendide de freqiiéncia dupla. Como a bobina mével possui momento de inércia relativamente elevado, a defle- xo resultante 6 proporcional ao valor médio do momento torsor, ou seja, 6, em tiltima andlise, proporcional & poténcia média (ou poténcia ativa). Na citada Figura 3.1, 0 wattimetro indicaré: P«V.I.cosb (3.1) onde: P_ - poténcia ativa (ou poténcia média); V_ - valor eficaz da tensao aplicada a bobina de potencial; 90 Cireuitos Polifésicos I - valor eficaz da corrente que circula na bobina de corrente; Angulo de defasagem entre Ve I. 3.1.5 - Medida de Poténcia Ativa em Circuitos Polifasicos Em um circuito polifasico equilibrado a poténcia ativa total pode ser obtida medindo-se a poténcia correspondente a uma fase e multiplicando-se este valor pelo numero de fases. Para circuitos polifiisicos desequilibrados a poténcia total pode ser obtida conectando-se um wattimetro em cada fase e somando-se suas leituras, Na pratica, a medigdo costuma ser feita com base no Teorema de Blondel, estabelecido em 1893, cujo enunciado 6 o seguinte Teorema de Blondel - "Se se fornece energia a uma carga através de n fios, a poténcia total dissipada no sistema é dada pela soma algébrica das leituras de n wattimetros cujas bobinas de corrente esto em série cada uma com um dos n fios, e cujas bobinas de potencial esto ligadas entre o fio que contém a respectiva bobina de corrente e um ponto comum a todos os circuitos de potencial. Se este ponto comum estiver sobre um dos n fios, apenas n-1 wattimetros serdo necesssrios." Observe-se que 0 teorema de Blondel néo faz restrigéo A forma de onda, equilibrio ou fator de poténcia da instalagao. Do seu enunciado conelui-se que apenas dois wattimetros sfio necessarios para medir a poténcia ativa em circuitos trifasicos a 3 fios, equilibrados ou desequilibrados, ou em circuitos trifisicos equilibrados a 4 fios (método dos dois wattimetros). Em cireuitos trifisieos desequilibrados a 4 fios deveréo ser utilizados 3 wattimetros. Para demonstrar o Teorema de Blondel considere-se a Figura 3.3, onde temos uma carga trifisica ligada em estrela e dois wattimetros cujas bobinas de potencial tém um ponto comum na fase c. Este tipo de ligagao 6 conhecido come "método dos 2 wattimetros". Observe-se que o resultado que se ird obter seria 0 mesmo se a carga estivesse ligada em delta, porquanto as indicagdes dos medidores dependem apenas das grandezas de linha. ‘A poténeia lida por cada wattimetro é : z 1 Lt Pi-2f vwiadt (3.2) |__|, Zz Pp = (3.3) Fig. 3.3 - Medida de poténcia em circuito trifasico. Medida de Poténcia em Cireuitos de Corrente Alternada 91 Acxpressio 8.4 indica que a soma algébrica de P; e Pz corresponde a poténcia ativa trifasica da car; if ; Py+P2 = 2h (Vuciat Ubeis dt = 1+ Pa= pf) ib) iz = FS, Waka Yoia vs in ~ veis) dt = (3.4) o if = rs (Va ia + Up th + Ue ic) dt ° Exemplo 3.2 Certa carga em delta, conforme Figura 8.4, 6 alimentada por um sistema trifasico simétrico equilibrado com tenséo de linha igual a 380 V. Seqiiéneia de fases a,b,c . Determine a leitura que cada wattimetro iré indicar e a poténeia ativa total da carga. Wy Fig. 3.4 - Vide Exemplo 3.2. Solugao = 380 /0° V, entao: ls« 380 0° = 16/0 A The 380 {= 120 880 /- 120° A Tog = $80.12 «390 120° A 2 92 Cireuitos Polifésicos A poténcia lida por cada wattimetro sera: Py = |Voel |Ta| cos(Ou1) Pa = |Voo| |To| coder) onde: Vue € a tensao na bobina de potencial de Wi; Tq 6a corrente na bobina de corrente de W1; dw é a fase entre a tensao e a corrente, lidas pelo wattimetro W1; Voc € a tensdo na bobina de potencial de Wa; Ty 6 acorrente na bobina de corrente de We; w2 6 a fase entre a tensio e a corrente, lidas pelo waitfmietro Wz; As correntes ¢ tensdes lidas pelos medidores serao: T. = Tus -Tea = 76 - 190 /120° = 237,31 /- 43,90° A Ty = Tee - Tap = 380 - 76 = 423,15 /- 128,95" A Vae = ~ Veg = - 880 /120° = 380/- 60° V Voc = 880 /- 120° V As poténcias lidas sdo: = 380 . 237,31 cos[- 60° - (- 43,909] = 86.641 W P2 = 380. 423,15 cos[- 120° - (- 128,959] = 158.889 W Poténcia total: Wi +We = 245.480 W A poténeia consumida também poderia ser calculada levando-se em conta a dissipagdo em cada resisténcia: P =5 |Tus|? +1 |Too|? + 2 [Toa]? = 245.480 W que coincide com o valor caleulado pelo método dos dois wattimetros. 3.1.6 - Leituras dos Wattimetros em Fungdo do Fator de Poténcia Tendo por base o mesmo circuito mostrado na Figura 3.3, admitindo-se seqiiéncia direta, referéncia V, = V /0° , Angulo de fator de poténcia @ , sistema trifasico simétrico e equilibrado, obtém-se o diagrama fasorial da Figura 3.5. Medida de Poténcia em Cireuitos de Corrente Alternada 93 Vbc Fig. 3.5 - Diagrama fasorial de tensdes e correntes lidas por dois watimetros. A leitura dos medidores sera: W, ~ RealiVacT;] = Real V5 V/- 30° I/-$] = (3.5) = VE VIcos ( +30°) = Vi Ircos( + 30°) Wy = ReallVi. Tj] = Real (V3 V/- 90° I /—(-120+6)] = = VB VI cos (30° - ) = V3 VI cos( - 30°) = (3.6) = Vi Ii cos (80° - $) onde: Vi = V8 Ve I, = I para carga em estrela; $ <0 corresponde a carga indutiva; $ > 0 corresponde a carga eapacitiva. Fazendo-se S=Vi lb; Pi= Wis Pa= We 3.7) obtém-se P; = = cos(p + 30°) (3.8) 94 Cireuitos Polifésicos Pe . S 7 008(@ - 30°) (3.9) cujas curvas em relagio ao Angulo de fator de poténcia sao mostradas na Figura 3.6. O Angulo ¢ pode ser determinado relacionando-se as expressées 3,8 ¢ 3.9: pC Ot chegando-se a : (P2- Py tgo = V3 DP (3.10) De 8.10 conelui-se quesendo P} > Pz, a carga é indutiva; caso contrario, a carga 6 capacitiva, ou puramente ativa quando P; =P». Fig. 3.6 - Relagdo WIS de cada wattimetro, em fungao de >. Exemplo 3.3 Uma carga trifésica equilibrada é alimentada por um sistema trifisico simétrico, seqtiéncia de fases direta, As leituras de dois wattimetros com bobinas de corrente nas fases ae b foram, respectivamente, iguais a 200 We 350 W. Determine o fator de poténcia da carga e a natureza desta, Medida de Poténcia em Cireuitos de Corrente Alternada 95 Solugio Associando-se W} a fase ae We fase b, conforme esquema constante da Figura 3.6 (sistema simétrico ¢ seqiiéncia de fases direta) tem-se: P, = 200W Pp =350W ¥3 (350 - 200) = as edo 7 04724 Donde: = 25,28° Logo: cos 25,28° = 0,904 Natureza da carga: capacitiva. 3.2 - Medida de Poténcia Reativa Embora o wattimotro soja um instru- mento projetado para medir poténcia ativa, sua ligagio de acordo com a sugesto feita a seguir, pode ser usada para medir poténcia reativa. A poténcia reativa trifaésica fornecida A carga é expressa por Q = VBViInsend = @.11) = V5 Vi, Ir, cos (90° - 6) 0 objetivo 6 determinar uma ligagao para o wattimetro que fornega p= & ~ vii, cos (90° -4) 12) Suponha um sistema de tensdes com quéncia positiva, de acordo com o diagrama fasorial mostrado na Figura 3.7. O diagrama fasorial em aprego Fig. 3,7 - Diagrama fasorial de ton- sugere a ligagao vista na Figura 3.8. so e corrente. Cireuitos Polifésicos s = rPeODra Fig. 3.8 - Conexdo para medida de Q. A indicagéo do wattimetro sera: W = P = Vi I1c0s(90° ~ >) = Real (Vn Ta (3.18) E para a poténcia reativa triffisica do circuito resultara: Q-w (8.14) Medicia de Poténcia em Circuitos de Corrente Alternada 97 PROBLEMAS 3.1- Calcule o angulo do fator de poténcia de um circuito trifiisico equilibrado no qual dois wattimetros, adequadamente conectados para medir poténcia trifasica, acusam 1,000 W e 800 W, respectivamente. A seqiiéncia de fases é direta. 8.2 - Umsistema trifasico simétrico alimenta uma carga trifasica equilibrada, conforme a Figura 3.P.1, na seqiiéncia A, B,C. A tensdo de linha ¢ igual a 220 V. Determine as leituras dos dois wattimetros ali mostrados. A Samo a pet 6+i8 6+i8 6+)8 Fig. 3.P.1 - Vide problema 3.2. 3.3 - Na Figura 3.P.2, a seguir, tem-se: — Tensao de linha = 100 V; — Seqtiéneia de fases : a, ¢, by — Valores dos componentes da carga em ohms. Pede-se : @) leituras dos wattimetros; ) poténcia ativa total. 98 Cirewitos Polifésicos Fig. 3.P.2 - Vide problema 3.3. 3.4- Obtenha a leitura do wattimetro mostrado na Figura 3.P.3, a seguir. A fonte é trifésica, equilibrada, trés fios, tensdo de linha igual a 400 V, seqiiéncia de fases AB-C. WATTIMETRO on 20.0. Fig. 3.P.3 - Vide problema 3.4, Medica dle Poténcia em Circuites de Corrente Alternada 99 3.5 + No circuito mostrado na Figura 3.P.4, a seguir, a seqiiéneia de fases é Vay , Vacs Via Sendo Vey a referéncia, determine: ) as leituras dos wattimetros; &) as leituras dos wattfmetros, se a ponta da bobina de tensio do wattimetro We for desligada e a seguir ligada na linha a (veja indicagdo na figura); c) o valor da poténcia ativa total; d) aque conclusao se chega, diante dos resultados obtidos? wi el_I 1 Fig. 3.P.4 - Vide problema 3.5. CAPITULO 4 Representagao de Sistemas Elétricos de Poténcia No Capitulo 2 analisou-se a manipulagao de tensées polifaésicas, com énfase em tensées trifisieas, ja que estas encontram grande aplicagdo na andlise de sistemas elétricos de poténcia, Os componentes destes sistemas propiciam a geragao, trans- missao e distribuigéo de energia elétrica, adequadamente supervisionados por mecanismos de controle. ‘Na representagio de sistemas elétricos de poténcia pode-se desenhar integral- mente a rede, inclusive o fio neutro, caso exista, resultando os chamados diagramas multifilares. Sistemas triffisicos equilibrados podem ter sua representagéo simplificada, usando-se apenas uma das linhas eo neutro (cireuito monofasico equivalente). Freqi temente suprime-se o neutro e chega-se ao chamado Diagrama Unifilar. Neste diagra- ma a rede trifésiea, suposta equilibrada, 6 substituida por trago tnico e os elementos componentes so identifieados através de simbolos padronizados. também indicado 0 modo de ligagio dos componentes, fornecendo-se assim, de modo conciso, 0s dados mais significativos e importantes do sistema representado. ‘A Figura 4.1 apresenta um exemplo de diagrama unifilar e 0 Quadro 4.1 contém o significado dos simbolos mais utilizados. n- sy G3 # oun foo g = = o [| A Fig. 4.1 - Diagrama unifilar de um Sistema Elétrico de Poténcia. bos aed A partir do diagrama unifilar, fazendo uso dos modelos representativos dos componentes do sistema elétrico, passa-se 4 elaboragao do Diagrama de Impedancias (Figura 4.2), usado nos calculos de analise de sistemas de poténcia. 102 Cireuitos Polifésicos Beka Raritan A Xe Re Xue Rape Xero xk Poe Xearge3 3X63 Rois EPee Ras Mun CUT TCT va paws Fear $Res 1 72 Fait Skee Sees Sweat et vee TRAFO) ur. TRAFO2 cargo Gera dor 3 Fig. 4.2 - Diagrama de impedancias (Sistema da Figura 4.1 1 Quadro 4.1 Simbolos utilizados em diagramas unifilares = MAQUINA ROTATIVA ( SIMBOLO BASICO) O © —_|-ceraoor v€ 0 @ = MOTOR ELETRICO 8 —+— — BARRA (BARRAMENTO) NUMERO B eR ~- TRANSFORMADOR DE 2 ENROLAMENTOS (NOTACAO AMERICANA) —CD— | ~ TRANSFORMADOR DE 2 ENROLAMENTOS (NOTACAO ALEMA) } E — TRANSFORMADOR DE 3 ENROLAMENTOS( NOTACAO AMERICANA) ~ TRANSFORMADOR DE 3 ENROLAMENTOS( NOTACAO ALEMA) Y — INDICATIVO DE LIGACAO EM ESTRELA, COM NEUTRO ISOLADO. o” — INDICATIVO DE LIGACAO EM ESTRELA, COM £ NEUTRO SOLIDAMENTE ATERRADO. INDICATIVO DE LIGACAO EM ESTRELA, COM NEUTRO ATERRADO ATRAVES DA IMPEDANCIA Zy Oy a = INDICATIVO DE LIGACAO EM TRIANGULO Representagao de Sistemas Blétricos de Poténcia Quadro 4.1 (continuagio) 103 By Bal -— = Linha entre barramentos de numeros Bye Bo. —1} — |- Disjuntor a dieo ——+— | - Disjuntor a ar. ——--+— | - chave seccionadora Transformador de potencial (TP) Trans formador de corrente (TC) Carga ! J Fusivel i Barra retificadora de um link c.¢ Barra inversora de um link ¢.¢ Péra- raios A utilizagao de hipéteses simplificadoras que incluem, entre outras providén- cias, a omissao de cargas estaticas, conduz, afinal, ao Diagrama de Reaténcias (Figura 4.3), bastante empregado. Xeg.71 XLT. Xeq.12 Fig. 4.3 - Diagrama de reatancias simplificado. 104 Cirewitos Polifésicos 4,1 - Modelagem dos Componentes No que concerne a célculos de curto-circuito e consegiientes estudos de prote- ¢40, a modelagem dos elementos componentes de sistemas de poténcia inclui simplifi- cagdo de seus circuitos equivalen- tes, por fase, como se mostra a se- guir. © modelo para gerador sinerono, vélido também para mo- tor sincrono, é constitufdo por uma fonte de tensdo em série com uma reatancia sub-transitéria, confor- me Figura 4.4. O circuito equivalente de transformador em seu "tap" nomi- nal, por fase, com resisténcias e reatdncias referidas a um determi nado lado, esté mostrado na Figu- ra 4.5, onde: ix'g Fig. 4.4 - Representagao de gerador c.a.. Rj, Ry resisténcias dos enrolamentos primério e secundério, respectiva- mente; X;,Xp- reataneias de disperséo equivalentes, dos enrolamentos:primério e secundario, respectivamente; Ry- resisténcia elétrica representativa das perdas no nticleo (perdas por his- terese e perdas por correntes parasitas); X;, reatdncia equivalente de magnetizagao; I. - corrente de excitagao. Acorrente de excitagao é desprezivel em grandes transformadores, no satura- dos, 2 60 Hz, porquanto apresenta valores muito reduzidos, se comparada fis correntes Ro Xe arn WW Fig. 4.5 - Representagao completa de transformador no "tap" nominal. Representagdo de Sistemas Elétricos de Poténcia 105 de curtos-cireuitos. E usual deprezé-la, sem erro aprecidvel nos célculos, resultando entao o modelo visto na Figura 4.6.a, O modelo final 6 aquele apresentado na Figura 4.6.b, onde a resisténcia equivalente R, foi desprezada em presenga da reaténcia equivalente de dispersio X.. Sendo X; muito maior que R,, a corrente de curto-circuito fica praticamente limitada pela reatancia equivalente. WWW ny. ° ce an. Re Xe Xe (a) (b) Fig. 4.6 - Representagao simplificada de transformador no "tap" nominal. De mode geral, as linhas de transmisséo funcionam com cargas trifasicas equilibradas. Mesmo nao sendo transpostas ¢ no tendo espagamento equileteral, a assimetria resultante 6 desprezivel e suas fases podem ser supostas equilibradas. A modelagem das linhas de transmissao depende do seu comprimento, do nivel de tensao e da capacidade de transmissao. A classificagao das linhas de transmissao em fungdo do nivel de tensao e do comprimento esta resumida na tabela a seguir: V,_<150|150 400 V_ = Tensao de Linha Curta L<80 L<40 L<20 linha (KV) Linha Média | 80200/ L>200 L>100 to (Km) O cireuito que represen- R x, ta a linha contém, em geral, um LT a8 ee AWWA nw ramo de natureza indutiva ligado em série entro as barras terminais eum ramo de natureza capacitiva ligado em derivacéo nos termi- nais. Para linhas curtas, a peque- $$$» na capacitancia em derivagio pode ser totalmente desprezada sem acarretar prejuizo para a preciso; © modelo correspondente, mostra- do na Figura 4.7, 6 constituide por uma impedancia série. Fig. 4.7 - Representagao de linha de transmissio curta, Linhas de transmissao médias podem ser representadas de duas maneiras. Na representagdo com modelo x (Figura 4.8) a impedaneia série é ladeada por capacitores em derivagao (Y é a admitancia total em derivacdo, da linha de transmissao). 106 Circuitos Polifésicos Arepresentagao por intermédio de modelo T’é feita com toda a admitancia em derivagio da linha sendo concentrada no ramo em derivagao do T e a impedancia série sendo igualmente dividida entre os dois ramos em série, conforme Figura 4.9. Linhas de transmissao Jongas podem ser representadas por modelo m, com modificages destinadas a considerar pardmetros uniformemente distribuidos ao longo da linha, ao invés de concentrados. Nos cdleulos de curtos-circwitos costuma-se desprezar os elementos transver- sais, muito menores que os longitudinais. Para valores elevados de tensao, simplificagao adicional pode ser efetuada desprezando-se o valor da resisténcia série, em presenga da reatAncia série da linha de transmissao. Resulta, deste modo, o modelo equivalente por fase, visto na Figura 4.10. Esta iltima simplificagio nao pode ser feita para linhas com baixos valores de tensao, como por exemplo, sistemas de distribuigao de energia elétrica. nlx! Fig. 4.9 - Representagio de linha de transmissao média - circuito em T. Xuy ori» oo Fig. 4.10 - Modelo simplificado de linha de transmissao. Representacdo de Sistemas Elétricos de Poténcia 107 Em céleulos de curtos-circuitos as cargas dos sistemas de poténcia podem ser desprezadas com seguranga, na maioria dos casos. & usual admitir-se que a tensao do sistema, V, antes da ocorréncia do curto, seja a nominal, jA que se procura manté-la naquele valor em situagdo de funcionamento normal, com desvio inferior a 5 por cento. Todavia, supée-se que a corrente do sistema, antes da ocorréncia do curto, seja nula. Na verdade, ela é muito menor que a corrente de curto-cireuito, além de corresponder a fator de poténcia aproximadamente unitério e estar, portanto, quase em fase com a tensfio V (Figura 4.11). A corrente de curto-cireuito, por outro lado, além de bastante elevada, 6 muito indutiva por forga das reatncias presentes, apresentando defasagem de quase 90 graus em relacdo a tensao V (Figura 4.11). Torna-se vélido, por conseguinte, despre- zara corrente da carga em presenga da corrente de curto-circuito. Levar em conta a impedancia da carga, muito pouca influéncia terd no valor da corrente de eurto-circuito. v i - NORMAL 790° 'ourto-ciRcUITO Fig. 4.11 - Diagrama fasorial das correntes de carga e de curto-circuito. 4,2 - Valor Percentual. Valor por Unidade. Em Engenharia Elétrica, na area de Sistemas de Poténeia, 0 uso de valores relativos (valores percentuais e valores por unidade) proporeiona intimeras vantagens. Destacam-se, entre elas: a simplificagdo dos céleulos, a facilidade de comparagao de aparelhos e maquinas semelhantes, ¢ a possibilidade de memorizagao de valores corres- pondentes a grandezas caracteristicas de equipamentos. 4.3 - Definigdes - Valor Absoluto de uma grandeza 6 o valor que resulta da sua medida, ou seja, €ovalor que resulta da sua comparagio com a unidade escolhida para efetuar a medigao. Exemplos: 300 ampéres; 200 litros; 180 metros quadrados. Se se omitir 0 nome da unidade, o valor absoluto perde sua significagao. - Valor Relativo de uma grandeza é a relagdo entre o seu valor absoluto e o valor absoluto de outra grandeza, da mesma espécie, escolhido como referéneia (ou seja, adotado como base). O valor relativo pode ser expresso em porcentagem (simbolo: %) ou 2m por wnidade ( abreviatura: p. u.). O valor percentual é igual a 100 vezes o valor em pu. - Valor Por Unidade (ou Valor Per Unit, ou Valor Normalizado) de qualquer grandeza é a relagio entre o valor absoluto da grandeza e o valor base, relagao esta expressa em fragdo decimal. 108 Cireuitos Polifiésicos Exemplo 4.1 Escolhendo como base a tenséo de 200 volts, determine os valores relati- vos percentuais correspondentes a: Vi = 50V, Vz = 100V, Vs = 200V, Vs = 300V. Solugao Vi (%) = & 100 = 25% V2(%) = 22.100 = 50% Vo(%) = 20%. 100 = 100 % V4 (%) = Sob. 100 = 150% Exemplo 4.2 Escolhendo como base a tensao de 200 V, determine os valores relativos em p.u. correspondentes a: Vi = 50V, Va = 100V, Vs = 200V, Vi = 800V. Solugao Vi (pu) = a 0,25 px. 100 Valu) = GOP = 0,50 pu. 0 Va (p.u.) = oe = lp.u. 300 Va (pt.) = 395 = 150 px. Na pratica, é mais freqiiente o uso de valores expressos em p.u., em vez de valores percentuais. O produto de valores expressos em p.u. é também um valor em p.u.; todavia, o produto de dois valores percentuais deve ser, no final, dividido por 100 para que se tenha o resultado também em valor percentual. 4.4 - Escolha de Bases Ao se calcular um valor relativo, é indispensdvel que o valor absoluto ¢ 0 valor base sejam expressos na mesma unidade, Ao contrario do valor absoluto, 0 numero que exprime o valor relativo nfo 6, portanto, seguido do nome de nenhuma unidade, Representogéo de Sistemas Elétricos de Potencia 109 No céleulo de valores relativos, quando se considera, simultaneamente, di- versos valores absolutos de uma mesma grandeza, a escolha da base é arbitraria. No entanto, quando sao consideradas, simultaneamente, varias grandezas diferentes, tal escolha néo pode ser arbitraria para todas elas. Devem ser respeitadas, na escolha das bases, as relagses de dependéncia impostas pelas leis fisicas que ligam aquelas gran- dezas. Assim, em Engenharia Elétriea lida-se com: — Tensées (V) Correntes (1) Poténcias (S) ~ Impedancias (2) e pode-se fixar, arbitrariamente, duas destas grandezas para base. As demais bases terdo que levar em conta as relagies existentes entre as quatro grandezas. Costumeira- mente fixa-se a tensao base e a poténcia base em valores que possibilitem reduzir 0 trabalho de calculo, Assim, bases bem escolhidas devem provocar poucas mudangas de bases nas grandezas conhecidas, possibilitando economia de tempo. Geralmente, utiliza-se o indice b para caracterizar valor base. 4.4.1 - Escolha de Bases Para Circuitos Monofasicos Normalmente se escolhe: Tensao base = Tenséo do circuito Poténcia base = Poténcia do cireuito Ou seja: Voane-iy = Vp (4a) Stoverg = S Em conseqiiéncia, tem-se: Soave Tease-1¢ = (4.2) toes = Tice “?) Vs Vou WVoase-14)” overs — Voow-1¢ _ (Voaue-t4 Zrase-le = - oa (4.3) ate Tyee” Stesste ” Shaete » Viaue-1¢ Levando-se em conta que Zp. = Ze tem-se ainda: aan Zpu, = ZO). FOO) Breer (4.4) Zoase (Vian) 10 Cireuitos Polifisicos 4.4.2 - Escolha de Bases Para Circuitos Trifasicos De modo geral, ao se lidar com sistemas trifasicos admite-se que os mesmos sejam equilibrados. Na representagao dos sistemas em p.u. usa-se, portanto, uma fase do sistema em estrela equivalente, tirando partido da simetria inerente aos cireuitos em questo. Deste modo, os problemas trifésicos podem ser resolvidos trabalhando-se como se fossem monofiisicos. O uso do sistema p.u., por outro lado, elimina o efeito de partigéo dos transformadores (segdes com diferentes niveis de tensdo), como ser visto mais adiante. FE usual a adogao das seguintes bases: Poténcia base = Poténcia aparente do sistema trifisico, ou seja, a soma das poténcias bases das fases. Tensao base = Tensdo de linha, ou seja, V3 vezes a tensdo base de fase da estrela equivalente. Ou seja: Vooses4 = Vi = V3. Voase-1¢ (4.5) Soaseay = 8. Stare14 = VB Vil = VB Voase-34 - Inases (4.8) Em conseqiiéncia, tem-se: Srase-3 4 Toasesg = hh = TW Vie-b (4.7) Como nao se pode conceituar uma “impedéneia trifisica", a impedaneia base de um sistema trifisico é definida, a partir de uma fase do sistema em estrela equiva- lente, por: Voase-1 4 Zoases¢ = Toasei as) Lembrando que I; = I; no sistema triffsico em estrela ¢ introduzindo na Equagéo 4.8 os valores de Vsase-14 © Iase-14 obtidos das Equagées 4.5 e 4.7, obtém-se: Voase-3¢ Virases 4 ve v3 Woese-3 4)” wap = O - 8 _ . Mires 4.9) Pome se = Toy” Simeay Shang 49) VB. Vasa Comparando a expressio 4.9, recém-obtida, com a expressiio 4.3, conclui-se que a mesma equagdo fundamental é vélida, no caso da impedéncia base, tanto para circuitos monofisicos como para circuites trifisicos. Representagéo de Sistemas Elétricos de Poléncia a Ecomum, nos cdleulos de curtos-circuitos, expressar tensdes em kV e poténcias aparentes em kVA e MVA, mantendo as correntes em ampéres e impedancias em ohms. Utilizando tais miltiplos na expressdo 4.9, obtém-se: Zp (WVsooe-s9)” _ (Virane-8 gays + Le 000)" m8 Brae Shae Tbase-8 tava,» 1-000 (4.10) Sbase way Todavia: = Shwe orvay Portanto, 4.10 se transforma em: Viore-3 6003 Praes9 = Be (4.1) Pode-se ainda escrever: Soave tas Ze) 7 gy Soove8 ton (4.12) Zoasess Virase-3 un bp. = Estas duas tiltimas equagées sao bastante utilizadas. Exemplo 4.3 Em um sistema monofasico adotou-se os seguintes valores bases: Vi, = SRV, S, = 100RVA Obtenha: a) corrente base; 8) impedancia base; ¢) admiténcia base; @) valor em p.u. de uma tensio V = 1.000 V; ¢) valorem p.u. de uma poténeia P = 15.000 W; valor em p.u. de uma poténeia S = 45 kVA; ‘g) valor em p.u. de uma corrente I = 85 A; A) valor em p.u. de uma impedancia Z = 200.2%, i) valor em p.u. de uma admiténcia Y = 8.10” U. Solugao a =~. ma Vv O68 ve (6.10°/ b) = 2502 % 100 . 10° —————————— { CENHEC - FINOM - BIBLIOTECA}! 112 Cireuitos Polifisicos o) Ys = 7 = gg = 410° @D Vou = aa = O2pu. ) Pou = a = 0,15 pu. D Spu. a = 0,45 pu. 2) Ipu = % = 4,25 pu. h) Zp. = = = 0,8 pu. dD You = S10 4.107 Exemplo 4.4 Determine os valores da corrente base e da impedancia base, de um sistema de poténcia triffisico que tem como bases: Vp = 69RV, Sp = 30MVA. Solugéo 5 Sp 30.10 ty = Sh. 80-1. 5108.4 °SVB.V, ~ v5.69. 10 Vbuvy _ 69° Zp = Sheng” 30 7 158,72 4.5 - Mudangas de Bases Os fabricantes fornecem valores p.u. dos seus equipamentos, tendo por bases as grandezas nominais dos produtos fornecidos. A grande diversidade desses equipa- mentos, num mesmo sistema de poténcia, exige a execugéio de mudangas de bases, com vistas a padronizar os céleulos em p.u... 4.5.1 - Mudanga de Bases para a Tensao Sendo conhecido o valor absoluto de uma tensao V, em volts, seu valor em p.u. na base 1 sera obtido por: v Vipu, base) = ye (4.18) Representagio de Sistemas Elétricos de Poténcia 113 A mesma tensfo V teré seu valor em p.u. na base 2 obtido por: Virus bese) = yp (4.14) Dividindo-se membro a membre, 4.18 por 4.14: Vopat., base! Youn bosety Von (4.15) Vipar, bane 2) Vor Portanto: os valores das tensdes em p.u. s4o inversamente proporcionais aos valores das tensdes bases. 4.5.2 - Mudangas de Bases para a Poténcia Sendo conhecido o valor absoluto de determinada poténcia, S, em VA (poderia também ser P em watts, ou @ em VAr), seu valor em p.u. na base 1 sera obtido por: s Sou, basel) = Sa (4.16) A mesma poténcia S terd seu valor em p.u. na base 2 obtido por: s Siou,bared) = Be (4.17) Dividindo-se membro a membro, 4.16 por 4.17: Sou basa) _ Sez soo (4.18) Spuntan a)” Soi (478) Portanto: os valores das poténeias em p.u. so inversamente proporeionais aos valores das poténcias bases. 4.5.3 - Mudanga de Bases para a Corrente Sejam duas correntes bases, definidas por: Son t= Va (4.19) Iya = —-SH2 v3. Vie valor absoluto de determinada corrente [, em ampéres, ser4 expresso nas bases de corrente 1 e 2, por: I I Top, base) = Ta San (4.20) Ibi VB. Vin a4 Cireuitos Polifisicos I I Koay basen = 5 = Ba (4.21) V5. Vio Dividindo-se membro a membro, 4.20 por 4,21: Tipu.baset) _ Vor Soe Tiow,ton2 ~ Vin Bor (4.22) Portanto: os valores das correntes em p.u. sdo diretamente proporcionais aos valores das tensdes bases e inversamente proporcionais aos valores das poténcias bases. 4.5.4 - Mudanea de Bases para a Impedancia ‘Tendo uma impedancia cujo valor absoluto é Z, em ohms, seu valor em p.u. nas bases Vj e Spy serd obtido por: 2,2, Za Wanye Sor Zep, base) = (4.23) A mesma impedancia Z tera seu valor em p.u. nas bases Viz © Spo obtido por: Z 2 ; Zopu.,base 2) = Tn = Win (4.24) Sez Dividindo-se membro a membro, 4.23 por 4.24: 2 Zivnstaws Ser (Via ee. [= (4.25) Zion. ton ~ Siz (Vin (425) Portanto: as impedancias em p.u. so diretamente proporcionais As poténcias bases e inversamente proporcionais ao quadrado das tensées bases. A igualdade 4.25 6 bastante empregada nos célculos em p.u., uma vez que os dados da maioria dos equipa- mentos sao fornecidos em base diferente daquela usada para os célculos. O procedimento simples para efetuar mudanga de bases consiste em determi- nar, inicialmente, o valor absoluto da grandeza, multiplicando seu valor em p.u. pela base na qual foi dada; a seguir, dividir pela nova base aquele valor absoluto, encontran- do assim o valor p.u. na nova base. Exemplo 4.5 Certa méquina trifisica tom em cada fase reatancia igual a 1,5 p.u., com poténcia base e tensiio base iguais a, respectivamente, 300 MVA e 25 kV. Determi q) o valor 6hmico da reatancia; 6) o valor em p.u. da reatancia, nas bases de 100 MVA e 20 kV. Representagdo de Sistemas Elétrieos de Poténeia 115 Solugao a) Xe) = Xpu.-Ze = 1,5.2,08 = 3,129 8) Para as novas bases tem-se a reatfincia seguinte: 2 100/25 Xp. novas bases) 48-300" (20] = 0,781 p.u. 4.6 - Dados de Equipamentos, Aplicaveis a Calculos em p. Os fabricantes de equipamentos costumam fornecer, quer através de catalo- 0s, quer através de placas de identificagdo que acompanham seus produtos, dados de interesse para cdleulos em p.u. referentes a sistemas de poténcia. Explicagdes sobre esses dados so expostas a seguir. 4.6.1 - Alternador Monofésico Sao fornecidos os valores correspondentes a: — Poténcia aparente nominal; — Tensao nominal; — Freqiiéncia; — Reaténcias sub-transitéria (X"), transitéria (X’) e sinerona (X), expressas em valores percentuais ou em p.u., tendo como valores bases a poténeia nominal da maquina e sua tensdo nominal. Exemplo 4.6 Determine a reatincia sub-transitéria, em ohms, de um alternador mo- nofiisico de 150 kVA, 600 V, cujo fabricante informa ser esta reatdncia igual a 20 por cento, Solugio : Ve 600? Xe = Zs, = 0,20-¥8 = 0,90.—000— - (@) = Xpuy-Z> = 0,205! = 0,20: = 048 2 4.6.2 - Motor Monofasico Sao fornecidos os valores referentes a: — Poténcia nominal (mecaniea, disponivel no eixo); ‘Tensao nominal; — Freqiiéncia; — Reaténcias sub-transitéria (X"), transitéria (X) e de regime (X), expres- sas em valores percentuais ou em p.u., tendo como bases a tensio nomi- 16 Cireuitos Poliféisicos nal e a poténcia aparente correspondente poténcia mecdnica nominal fornecida no eixo da maquina, Normalmente as poténcias dos motores so especificadas em HP ou CV, no eixo, e portanto a poténcia aparente pode ser determinada a partir do conhecimento do rendimento e do fator de poténcia da maquina. Exemplo 4.7 Certo motor sinerono de 500 HP, 600 V, reatdncia sub-tran: iguala 10 por cento, funciona a plena carga com fator de poténeia unitario e rendimento de 88 por cento, Determine o valor em ohms da sua reaténcia sub-transitéria. Solugao Pratda Seurada = as —— = Se “tt ~ Fendimento . 008 : 4.6.3 - Transformador Monofasico de Dois Enrolamentos Sao fornecidos os valores correspondentes a: — Poténcia aparente nominal; ~ Tensao nominal do lado de alta; ~ Tensao nominal do lado de baixa; — Reaténeia de dispersao equivalente, em por cento ou p.u.. A placa de identificagao ou 0 catdlogo de um transformador apresentam apenas um valor tinico, em p.u., para sua reatdncia de dispersao. Isso porque o valor da sua reatancia em p.u., referida a0 lado de alta tensao, 6 igual ao valor da sua reatancia em p.u.referida ao lado de baixa tensao. De fato, considere-se na Figura 4,12 o eireuito equivalente de um transformador de dois enrolamentos, relagdo de espiras “! = 10, cuja reatancia equivalente referida ao secundario, X.z, foi obtida através dé ensaio de curto-cireuito e é igual a 5 ohms. Esta reatancia em p.u., tendo como poténcia base a poténcia aparente do transformador e como tensdo base a tensao nominal do secundario, tera por valor: Sy 10 Keaton) ~ Kae Ya = 805, p= 2628p, (4.26) ‘A reatancia equivalente do transformador, em ohms, referida ao primério, seré: Xaiia) = Kato fi, 5.10" = 500 Q, Esta mesma reatancia expressa em p.u., tendo como poténcia base a poténcia aparente do transformador e como tensdo base a tensdo nominal do primario, ter4 por valor: Sp 10 Xeripuy * Xeriay’ Te = 500+ > 0,2625 p.w. (4.27) Representagdo de Sistemas Elétrieos de Poténcia POLE 138/13,8KV Xen 75 |. AT BT Fig. 4.12 - Transformador monofasico de dois enrolamentos. Observa-se, portanto, de 4.26 e 4.27, que a reatancia em p.u, do transformador tem valor tinico, qualquer que seja o lado referido, Tudo se passa como se o transforma- dor, em p.u., tivesse relagdo de espiras igual a unidade. A escolha adequada das diferen- tos bases para circuitos interligados por transformador tornaré mais facil os elculos em p.u.. Basta que a poténcia base seja a mesma para todo o sistema e que as tensdes bases dos circuitos interligados por transformador tenham a mesma relacdo existente entre as tensdes de um lado e de outro do transformador. Tal procedimento possibilita combi- nar todas as reatncias em p.u. relativas a diferentes partes do sistema, num tinico diagrama de reatancias. 4.6.4 - Alternador Trifasico Séo fornecidos os valores referentes a: — Poténcia aparente nominal triffsica (total das trés fases); — Tensdo de linha nominal; — Freqiiéncia; — Reatncias sub-transitéria (X"g e X",), transitéria (X’¢ e X'q) e sin- crona (Xq e Xq), por fase, expressas em valores percentuais ou em p.u., tendo como valores bases a poténcia nominal da maquina e sua tenséo nominal. Exemplo 4.8 De um alternador trifisico so conhecidos os seguintes valores nominais: Poténeia = 150 MVA; Tensao = 13,8 kV; Reatancia transitéria X’z = 20 por cento. Obtenha: ) o valor da reatancia transitéria em ohms; b) o valor da retancia transitéria em p.u., tendo por bases 50 MVA e 11 kV. Solugao vw 2 a) Xu(O) = Kulp) 2 = Xalpu) Ze = 02- 13,8 150 = 0,254.2 7 118 Cireuitos Polifisicos 50 (13,8 b) Xalpu.) = 02-50" 2 i ) = 0,105 pu, 46.5 - Motor Trifasico Sao informados os valores correspondentes a: — Poténcia nominal (mecdnica, total, disponivel no eixo); ‘Tensao de linha nominal; — Freqiiéncia; — Reatancias sub-transitéria (X"q e X"g), transitéria (X'g e X'g) e de regime (Xq © Xq), por fase, expressas em valores percentuais ou em p.u, tendo como bases a tensaio nominal do motor e a poténcia aparente correspondente A poténcia nominal fornecida no eixo da maquina. Normalmente as poténcias dos motores sao especificadas em HP ou CV, no eixo, e portanto a poténcia aparente pode ser determinada a partir do conhecimento do rendimento e do fator de poténcia da maquina. Na falta de dados completos, alguns autores sugerem adotar as seguintes rela- gées (valores médios): - Motor de indugao: VA = HP - Motor sincrono com fator de poténcia unitario: KVA = 0,85 x HP - Motor sinerono com fator de poténcia 0, kVA = 1,10 x HP Exemplo 4.9 Certo motor sincrono cuja tersdo nominal é de 6,9 kV, tem poténcia de 3.000 HP, reatancia sub-transitéria X"y igual a 15 por cento e fator de poténcia igual a 0,8. Determine: a) valor em ohms da reatancia sub-transitoria; ©) valor da reatancia sub-transitéria em p.u., nas bases de 5.000 kVA e 12,5 KV. Solugao @) RVAmotor = 1,10. 3000 = 3300 kVA 2 XQ) = Kau). Z = ors EO = 2,164 6) Xa(pu) = 015-2 135 5000 / 6,9 3300 ( Representagio de Sistemas Elétricos de Poténcia, 119 4.6.6 - Transformador Trifésico de Dois Enrolamentos Sao fornecidos os valores referentes a: — Poténcia aparente nominal trifisica (total das trés fases); — Tensao de linha nominal, do lado de alta; — Tensao de linha nominal, do lado de baixa; ~ Reatancia de dispersdo equivalente, por fase, em por cento ou em p.u. Tal como ocorre para o monofisico de dois enrolamentos, o transforma- dor trifisico de dois enrolamentos apresenta um tinico valor, em p.u., de sua reatncia de dispersao por fase. Também aqui, a escolha adequada das diferentes bases para circuitos interligados por transformadores trifasicos de dois enrolamentos tornaré mais facil os cdleulos em p.u. Basta que a poténcia base seja a mesma para todo o sistema e que as tensées bases dos circuitos interligados por transformador tenham rela- cao igual & relagao existente entre as tensées nominais de linha de um lado e de outro do transformador. Com isso, todas as reatdncias em p.u. relativas a diferentes partes do sistema serao combinadas num ‘nico diagrama de reatancias. Exemplo 4.10 Os valores nominais de um transformador trifiisico de dois enrolamen- tos sao os seguintes: — Poténeia: 5 MVA; — Tensao: 138 kV-estrela / 13,8 kV-tridngulo; — Reaténcia de dispersdo por fase: X = 12 por cento. Qual o valor da reaténeia de dispersao em ohms: @) referida ao lado de alta tenso? 2) referida ao lado de baixa tensio? Solugio 2 ©) Zp, 010) = 4B = 280880 Xia, ata) = 0,12, 3808,8 = 457,062 13,8" b) Ze, baixay = —Z— = 38,0882 Xe, baiza) = 0,12. 88,088 = 4,57 2 4.6.7 - Banco de Transformadores Quer por razées operacionais, quer para facilitar o transporte, sistemas de poténcia fazem freqiiente uso do chamado banco de transformadores, arranjo no qual rrés transformadores monofisicos so interligados de modo a se ter o equivalente a um sransformador trifaésico. As ligagdes possiveis e suas aplicagdes sao abordadas a seguir: 120 Cireuitos Polifésicos — Ligagdo estrela-estrela - Pouco usual, por envolver problemas com a corrente de excitagao. — Ligagdo triangulo-triangulo - Apresenta a vantagem de permitir a remogao de um transformador monofiisico, sem interrupgao do fernecimento, na ligagdo denominada em V aberto. Neste caso, a poténcia nominal do banco fica reduzida a 58 por cento da poténcia inicial. — Ligagdo estrela-triangulo - normalmente empregada para transformar tensio elevada em tensdo média ou tensao baixa. Permite aterramento do neutro no lado de alta tensao. — Ligagdo triangulo-estrela - geralmente utilizada para elevagao de tensao, Dos transformadores monofasicos sao fornecidos: — Poténcia aparente nominal; ~ Tensdo nominal, do lado de alta; — Tensfo nominal, do lado de baixa; — Reaténcia de dispersdo, em por cento ou em p.u.. A poténcia do banco é igual a 8 vezes a poténcia individual dos transformado- res monofiisicos © a tensdo de linha do banco depende do tipo de ligacdo dos transforma- dores monofésicos componentes. A reatancia em p.u. do banco de transformaderes, qualquer que seja o tipo de ligagao, é igual 4 reatancia em p.u. que cada transformador monofasico apresenta, conforme se verifiea nos exemplos seguintes. Exemplo 4.11 Determine a reatancia em p.u. do baneo de transformadores monofiisi- cos ligado em estrela-estrela, mostrado na figura 4.18. A reatancia de dispersdo de cada transformador monofisico é de 10 por cento, tendo por bases suas grandezas nominais. Solugio A reatancia em ohms de cada transformador integrante do banco vista do lado primario é: 138) Xeraery = 021: Sa A partir dos dados dos transformadores monofésicos pode-se obter a reatancia base do banco: Sanco = 80MVA; Veanco = Vo,bano = VE. 188 RV; (v3 . 1387 Kb,bone) = ES ‘A reatancia em p.u. do banco é: Xipu.bance) = Representacdo de Sistemas Elétricos de Poténcia 121 x 138 3kv : 13,8V3KV TOMVA 138/13,8 KV X= 10% — b)TRAFO MONOFASICO x — —_|__. a) BANCO YY Fig 4.13 - Banco de transformadores monofisicos, ligagao estrela-estrela. Portanto, a reténcia em p.u, do banco tem o mesmo valor da reatneia em p.u. de cada transformador monofisico que integra o banco. Exemplo 4.12 Determine a reténcia em p.u. do banco de transformadores monofasicos ligado em triéngulo-estrela, mostrado na Figura 4.14. A reatfncia de dispersao de cada transformador monofasico é de 10 por cento, tendo por base suas grandezas nominais. Solugao A reatdncia em ohms de cada transformador integrante do banco no lado primério é: 138° Kia, trofory) = 1 “TQ- 2B A partir dos dados dos transformadores monofasicos pode-se obter a reatancia base do banco: Swanco = 80MVA; —Viranco = Vb,banco = 188 kV; 138° X, bance = “gq 2 122 Circuitos Polifésioos x 138 KV 3 13,8V3KV 10 MVA x 138/13,8 KV X= 10% x b) TRAFQ. MONOFA- sico it a) BANCO AY Fig. 4.14 - Banco de transformadores monofasicos, ligagao triangulo-estrela. Substituindo a ligagao triangulo pela estrela equivalente, resulta a Figura 4.15, a seguir. ‘Tem-se, agora, para reatneia em p.u. do banco: 0,1 188” 3" 10 138” 30 Xp dance) = Olp.u. = 10% Portanto, a reatdncia em p.u. do banco tem o mesmo valor da reatancia em p.u. de cada transformador monofisico que integra o banco. Para baneo com ligagio triangulo-tridngulo chegar-se-4 A mesma conclusio, jé que sua transformagao em banco equivalente estrela-estrela faz recair em caso anteri- ormente analisado. Conclui-se, pois, que a reatdncia em p.u. do banco temo mesmo valor da reatdncia em p.u. do transformador monofisico que 0 compée, qualquer que seja 0 tipo de ligacao. 2, 4.6.8 - Transformador Trifésico de Trés Enrolamentos O transformador trifésico de trés enrolamentos (Figura 4.16) costuma ser utilizado com uma das finalidades seguintes: a) interligagio de trés sistemas com niveis de tensdo diferentes; Representagiio de Sistemas Elétricos de Pottneia 123 xX/3. 138 KV 13,8KV x/3 x/3 Fig. 4.15 - Ligagao estrela-estrela, equivalente da Figura 4.14. SECUNDARIO | Is 2 el “eM < z | ['s TERCIARIO Fig. 4.16 - Apresentacao de uma fase de transformador trifasico de trés enrolamentos. 8) interligagao de dois sistemas com niveis de tensfo diferentes ¢ adicional- mente, através do tercidrio, atendimento dos servigos auxiliares de sub- estacdes; ¢) interligagao de dois sistemas com niveis de tensao diferentes e, adicional- mente, através do tercidrio operando em vazio, desempenho de filtro de | 124 Cirewitos Polifasicos | seqiiéncia zero, com vistas a protecdo. No cireuito equivalente por fase, em p.u., do transformador trifisico de trés enrolamentos (em geral, transformadores de elevada poténcia, comparados aos trans- formadores de dois enrolamentos) mostrado na Figura 4.17, so considerados apenas os pardmetros longitudinais, tal como ocorre com os transformadores de dois enrolamen- tos. Por outro lado, as impedancias Zp, Zs e Zr, em p.u., nao levam em conta as resistén- cias dos enrolamentos, muito pequenas em presenga das reaténcias. O ponte comum 0 é ficticio e nada tem a ver com o noutro do sistema. | | Zs ———1rwm_.s Zp P rrr _40 t | 2 ? + vj L__nvmn__.T | Yat (BARRA DE REFERENCIA) Fig. 4.17 - Cireuito equivalente de transformador trifasico de trés enrolamentos no "tap" nominal. Os valores das impedancias que constam do circuit equivalente sao obtidos a partir de ensaios de curto-circuito do equipamento, usando dois enrolamentos ¢ deixando o terceiro em aberto. Deste modo, os referidos ensaios fornecem: Zns - impedancia de curto-cireuito medida no primério, com o secundario curto-cireuitado e 0 tercidrio aberto; o valor em ohms 6 referido ao primério (lado em que se efetuou a medida); Zpr- impedancia de curto-circuito medida no primério, com 0 tercidrio curto-circuitado e 0 secundério aberto; o valor em ohms é referido ao primério (lado em que se efetuou a medida); Zsr- impedancia de curto-circuito medida no secundario, com o tercidrio curto-cireaitado e o primério aberto; o valor em ohms é referido ao secundério (lado em que se efetuou a medida). Apés referir a um mesmo enrolamento os valores em ohms obtidos nos ensaios, pode-se obter seus valores em p.u. adotando-se poténcia base ‘nica e tensdes bases cujos valores estejam entre si na mesma relagio existente entre as tensdes de linha dos Representapéo de Sistemas Elétricos de Potincia 125 enrolamentos do transformador. Com as impedancias Zps, Zpr e Zsrexpressas em p.u. esendo: Zps = Zp+Zs Zer = Zp+Zr (4.28) Zsp = Zs+ Zr calcula-se as impedancias Zp, Zr, Zs, em p.u., através das seguintes expressdes: Zp = 3: Crs + Zer-Zsn) / Zs « 3 rs +Zsr~ Zon) (4.29) 2p = 5: Cpr + Zsr-Zrs) Convém frisar: 0 circuito equivalente por fase em p.u., assim obtido e apresen- tado na Figura 4.17, s6 6 valido se a poténcia base for a mesma para todo o transforma- dor ¢ se as tensées bases nos trés circuitos apresentarem as mesmas relagées que existem entre as tensées de linha dos trés circuitos do equipamento. O exemplo a seguir ilustra como proceder. Exemplo 4.13 Corto transformador triffisico de trés enrolamentos possui como carac- teristicas: — Primério: ligagio estrela; 13,8 kV; 15 MVA; — Secundério: ligagdo estrela; 34,5 kV; 10 MVA; — Tercidrio: ligagdo triangulo; 4,2 kV; 7,5 MVA. Ensaios de curto-circuito realizados em laboratério indicaram os seguintes resultados, desprezando-se as resisténcias dos enrolamentos: — medidas no primario: Zps = j0,768Q, Zpr = j 0,834 — medida no secundario: Zsr = j 6,532Q Apresente o cireuito equivalente por fase, em p.u., adotando S, = 15 MVA e Vs = 18,84V Solugéo O cireuito equivalente solicitado deve ser feito com valores em p.u. na mesma base. Tem-se, entao: Zes ay Se Zp, pu.(referidoao primario™ = Zrse@) 2 Ve 15 = j0,768- / 13,8 = 0,060 p.u. 126 Cireuitos Polifisicos Zeriay Se Zp, px feito 00 primivis) = ZS = Pera v3 : 0,834: 15, ~ j 0,066 px. 13,8" z. Zsra _ gz Si Zt, pu. referto a0 secundério) = a = Zena): ¥ = = (6632-2, pu, 345 Z. 10 15 Zsr, p.u.(referide a0 primério) = j 6,532 - 34g? 107 j 0,082 p.u. Observe-se que no calculo de Zsr em p.u., sendo as tensées bases as préprias tensGes de linha dos enrolamentos, s6 se efetuou a mudanga de base relativa 4 poténcia. Outra alternativa para céleulo de Zsr em p.u. seria referir ao primério o seu valor em ohms e em seguida transformar este valor em p.u.. Ter-se-ia: 2 13,8 Zs1,2 (ferido co primiri) = j 6,582- (525) Portanto: 13,8) 15 Zs, pu. (referido 00 primario) = J s-( * } Tee! 0,082 p.w. igual ao anteriormente obtido. Fazendo uso das equagées 4.29 obtém-se, afinal: Zp = $j (0,060 + 0,066 - 0,082) = j 0,022 px. Zs = 3 -j (0,060 + 0,082 - 0,066) = j 0,038 pu. Zn = y (0,066 + 0,082 - 0,060) = j 0,044 p.x. Na Figura 4.18 est representado o circuito equivalente solicitado. Representagéio de Sistemas Blétrices de Pottncia 127 J 0,038 pu (BARRA DE REFERENCIA) Fig. 4.18 - Vide exemplo 4.13. 4.7 - Diagrama de Reatancias em p.u., Por Fase, de Um Sistema de Poténcia Para concluir o presente capitulo faz-se, a seguir, a apresentagao de um dia- grama completo de reatancias em p.u., por fase, de um sistema de poténeia. O respectivo diagrama unifilar consta da Figura 4.19. Inicialmente adota-se para poténcia base um valor tinico em todo o sistema. Em seguida, elege-se a tensao base num trecho do sistema e disso resultardo as tensdes bases nos demais trechos, em decorréncia das relagdes de tensées impostas pelos trans- formadores que interligam os citados trechos. Cada trecho possui, assim, seu valor base de tenséo, Uma vez resolvido 0 problema proposto, volta-se aos valores reais multipli- cando-se as quantidades em p.u. pela base aplicével, em cada lugar da rede. Na Figura 4.19 foram eleitas arbitrariamente: — poténcia base: 200 MVA {para todo o sistema); — tensao base: 120 kV (na linha de transmissao), TOOMVA 0,2 pu | O5-—j}— £ 75 MVA = 0,1 pu SOMVA Kegon i a 50 MVA SOMVA G3 0,1pu 0,2 pu 3g 138/13,8KV Oay—3 a 75 MVA = O,1 13,8/138KV Fig. 4.19 - Diagrama unifilar de um Sistema Elétrico de Poténcia. Cireuitos Polifésicos 128 Nos trechos dos geradores G1, G2, e G3, a tensao base tera valor de 12 kV, ja que os transformadores tém relagao de transformagao igual a 10. Efetuando-se as mudangas de base devidas, obtém-se: 2 200 /13,8)" _ Xar = 02-755 ( 2 } = 0,529 pu. 2 200 /18,8\ Xn = Xra = 041-3 f 2} 0,358 px. “8 | [120 2 Xpp = oa 2 Eo] = 0,529 p.u 40 . 200 Toot 7 0558 pat © diagrama de reataneias em p.u., por fase, nas bases estabelecidas, esta apresentado na Figura 4.20. Observe-se que muitos calculos seriam evitados caso: a) fosse considerado para poténcia base o valor de 50 MVA, no qual ja esto expressas as reatdneias p.u. de G2, G3 e T3; 6) fosse escolhido para tensdo base na linha de transmisséo o valor de 138 kV, dispensando mudangas de bases da tensao. Egi 10,529pu —_j0,363pu “ei wry 6p i0529pu 10,529pu ESS (ut) (73) (G3) © 10,353 pu (2) (BARRA DE REFERENCIA) Fig. 4.20 - Diagrama de reatancias correspondente ao sistema mostrado na Figura 4,19, Representapdo de Sistemas Elétricos de Pottncia 129 PROBLEMAS 4.1 - Certo transformador trifasico de 30 MVA, 69/18 KV, apresenta reatancia de 9 por cento. Pergunta-se: a) Qual é 0 valor da sua reatancia em ohms, referida ao lado de 69 kV? 5) Qual é o valor da sua reatancia em p.u., nas bases de 100 MVA e 20 kV no. secundario? 4.2.- Adotando como bases 500 VA e 100 V, pede-se representar em p.u. o cireuito monofasico mostrado na Figura 4.P.1. 5 ean WWW nen 100 Lory a3 Fig. 4.P.1 - Vide problema 4.2. 4.3 - Determinado alternador trifésico tem tensdo de linha igual a 2.200 Ve atende as seguintes cargas, em paralelo: — carga 1-210 kVA; fator de poténcia 0,85 (em atraso); — carga 2- 180 kVA; fator de poténcia 0,95 (em avango); Apresente o circuito monofisieo correspondente, com todos os valores expres- sos em p.u. nas bases 150 kVA e 1000 V. 130 Cireuites Polifiisicos 4.4 - Adotando para o circuito da Figura 4.P.2.as bases de 25 MVA e 80 kV (na linha de transmissfo), apresente 0 respective diagrama de reatancias em p.u., por fase, sendo conhecidos: ~ Gerador. — Motor... ~ Trafo T1 ‘Trafo T2 — Linha... Tl «12,5 KV. 13,8 kV. -X=012pu : . X= 0,08 pu. » 15/132 kV.... X= 0,12 pu, 13/115 kV... X=0,12 pu veseeese++ X= 220 ohms por fase. T2 O—i?-—_—_—3® OY Fig. 4.P.2 - Vide problema 4.4. YO = Dado o sistema da Figura 4.P.3, apresente o respectivo diagrama de reatancias em p.u., por fase, considerando como bases 25 MVA e 110 kV na linha de transmissao respectiva. 13,8KV 138KV 12 noKy 33,50 3 § 25MVA 20MVA 0,10 pu 0,15 pu g G2 SOMVA 37,5 MVA 0,23 pu 13, 14 6,26 pu €_66KV 316% 3 f 25 MVA 15 MvA 0,13 pu 0,18 pu Fig. 4.P.8 - Vide problema 4.5. CAPITULO 5 Curtos-circuitos Simétricos No Capitulo 4 discutiu-se a representagao de sistemas elétricos de poténeia por diagramas unifilares e o manuseio de valores p.u.. Conforme foi visto, valores p.u. per- mitem que grandezas com significative diferenga de valores absolutos sejam manipu- ladas com valores relativos de aproximadamente a mesma ordem. A maioria dos cleu- los em sistemas de poténcia usa este procedimento nos vérios tipos de estudos. Um de- les, a andlise de curtos-circuitos, é de elevada importdncia para a protegao de sistemas. O curto-circuito consiste em um contato entre condutores sob potenciais dife- rentes, Tal contato pode ser direto (metilico) ou indireto (através de arco voltaico). Os curtos-cireuitos sao geralmente chamadbos defeitos ou faltas (faults) © ocor- rem de maneira aleatéria nos sistemas de poténcia. Suas conseqtiéncias podem ser extremamente danosas ao sistema, se nao forem prontamente eliminados pelos disposi- tivos de protegao. O estudo de curtos-circuitos tem por finalidade: — permitir o dimensionamento dos diversos componentes do sistema quando sujeitos As solicitagdes dindmicas e efeitos térmicos decorrentes do curto; — possibilitar a selegao de disjuntores; — permitir a execugio da coordenagao de relés de protegao; — possibilitar a especificagdo de para-raios. 5.1 - Tipos de Curtos-Circuitos ‘As diferentes formas de ocorréncia de curtos-cireuitos so descritas a seguir. — Curto-cireuito trifiisico (ou simétrico) - I o tipo que ocorre menos fre- qiientemente. Nao provoca desequilibrio no sistema porquanto se admite que todos os condutores da rede sfio solicitados de modo idéntico ¢ conduzem o mesmo valor eficaz da corrente de curto. E por isso classificado como curto simétrico ¢ seu cdleulo pode ser efetuado por fase; considera-se apenas o citcuito equivalente de seqiiéncia positiva (seqiiéncia direta), o qual est4 mostrado na Figura 5.1.a, sendo indiferente se o curto envolve ou nfo o condutor neutro (ou a terra). . — Curto-cireuito bifisico, sem contato de terra - & curto assimétrico, ou seja, desequilibrado, e seu caleulo é realizado com 0 uso de componentes simétricas, assunto que sera abordado no Capitulo 6. Encontra-se ilustrado pela Figura 5.1.b. 132 Circuitos Polifasicos ~ Curto-cireuito bifasico, com contato de terra- E curto assimétrico e esta apresentado na Figura 5.1. . — Curto-cireuito monofisico (ou: curto para a terra) - E curto assimétrico e acha-se ilustrado na Figura 5.1.4. CURTO TRIFASICO Lo 2) CURTO-CIRCUITO TRIFASICO E xr b) CURTO- CIRCUITO BIFA- ¢) CURTO- CIRCUITO BIFA- 4) CURTO-CIRCUITO SICO, SEM CONTATO DE SIGO COM CONTATO DE MONOFASICO TERRA TERRA Fig. 5.1. Os curtos-circuitos costumam ser classificados em temporarios ou permanen- tes, dependendo da maneira como ocorre o restabelecimento do sistema apés a ocorrén- cia de uma falta. Assim, os primeiros so caraterizados por desaparecerem apés a atuagao da protegao e imediato restabelecimento do sistema. Os do tipo permanente exigem a intervengao de equipes de manutengdo antes que se possa religar com sucesso osistema. 5.2 - Causas de Curtos-Circuitos ‘As causas mais freqiientes da ocorréncia de curtos-circuitos em sistemas de poténcia sao: — descargas atmosféricas; — falhas mecdnicas em cadeias de isoladores; — fadiga e/ou envelhecimento de materiais; — ago de vento, neve, ou similares; — poluigdo (queimadas); — queda de drvores sobre redes; ~ eolisdo de veiculos com elementos de sustentagao de linhas; — inundagées; — desmoronamentos; — vandalismo; — entrada de pequenos animais em equipamentos; manobras incorretas. Curtos-cireuitos Simétricos 133 5.3 - Ocorréncia Levantamentos estatisticos indieam os seguintes valores médios para a ocorréncia dos tipos de defeitos em sistemas de poténcia: — curtos-cireuitos trifiisicos: 5 % reuitos bifaisicos, sem terra: 15 % rcuitos bifasicos, com terra: 10 % ireuitos monofiisicos: 70 % Em grandes sistemas de poténcia, de modo geral, a maior corrente se verifiea nos eurtos-circuitos entre linhas ou entre linha e terra. Em sistemas industriais a maior corrente normalmente se verifica em curtos triffsicos. 5.4 - Hipoteses Simplificadoras Nos calculos de curtos-circuitos em sistemas de transmissao e sub-transmis- sao é usual a adogao das seguintes simplifieacées, sem prejuizo da precisao adequada: — despreza-se as resisténcias em presenga das reatancias, para geradores, linhas, transformadores, ete.; — admite-se impedancia nula no ponto de ocorréneia do curto-cireuito (na realidade, sempre existe alguma impedancia no ponto de curto-cireuito; a0 ignoré-la fica-se a favor da seguranca porquanto os célculos correspondentes indicardo correntes de curto maiores que as reais); — normalmente despreza-se as correntes de carga no sistema, existentes antes do curto ocorrer, em presenga das elevadas correntes de curto-circuito (em céleulos de grande precisdo esta simplificagéo nao pode ser aceita); — admite-se que todas as tensées geradas por varios geradores em paralelo estejam em fase e sejam iguais em médulo no instante do curto. - Teoremas Basicos O Teorema da Superposigao e o Teorema de Thevénin, relembrados a seguir, sao fundamentais nos céleulos de curtos-circuitos. Teorema da Superposigéo - "Numa rede linear com varias f,e.m., a corrente (¢ a d.d.p.) entre dois pontos de um ramo qualquer é a soma das correntes (e a soma das d.d.p.) que resultarao da aplicagio a rede de cada fie.m., sucessivamente, sendo as demais f.e.m. anuladas e mantidas suas impedancias internas.” O Teorema da Superposicao é aplicado nos ealculos de curto-circuito em que se deseja alta precisdo, levando-se em conta a corrente de carga do sistema antes da ocorréncia do defeito. Teorema de Thevenin - "Se entre dois pontos quaisquer de uma estrutura linear ativa, A e B, (Figura 5.2.a), se colocar uma impedancia exterior Z, esta impedan- cia ser4 percorrida por uma corrente igual ao quociente da d.d.p. que existia entre A e B antes de colocar Z, pela soma de Z mais a impedancia Z, equivalente da rede vista 134 Cireuitos Polifésicos dos pontos A e B (as f.e.m. sendo consideradas zero ¢ substitufdas por suas impedancias internas)." Aestrutura dada pode portanto ser substitufda por uma tinica fonte de tensao Vaz = Via, em série com uma impedancia Z;,, como mostra a Figura 5.2.b, Chama-se Vj,, tensdo em cireuito aberto medida nos terminais A e B, tensdo equivalente de Thevénin. B valida entao a equagio seguinte: 6.1) Zth A 0) b) Fig. 5.2 - Dustragdo do Teorema de Thevénin. No céleulo de curtos-cireuitos tem-se efetiva aplicagdo do Teorema de ‘Thevénin. Um curto-circuito, tendo-se em vista as hipéteses simplificadoras jé aborda- das, equivale & colocagao de uma impedancia, nula, entre dois pontos da rede (pontos A e B). Caleula-se a tensao V,,, pré-existente entre A e B, a impedancia equivalente j Xi. vista desses dois pontos (despreza-se as resisténcias da rede) , e faz-se uso da equacao Vin iXn porquanto Z = 0. Observe-se que, na verdade, a corrente nao se estabelece instanta- neamente no seu valor final. Ha um periodo transitério cuja duragéo vai depender da constante de tempo do circuito (Lp). Na pratica, chega-se ao valor transitério aplicando- se fatores apropriados ao valor estacionario obtido por. Vin i Xn 5.6 - Calculo de Curto-Circuito Simétrico (ou: Trifasico) Conforme se comentou anteriormente, no curto-cireuito trifasico 0s condutores so solicitados de modo idéntico, o que significa que conduzem o mesmo valor eficaz da Curtos-cireuitos Simétrieos 135 corrente de curto. Nao ocorre, desta forma, desequilibrio da rede e em conseqiiéneia o cdleulo da corrente de curto-circuito pode ser efetuado por fase. Assim, na Figura 5.3, esta representada uma fase de um sistema trifasico, com as reatAncias correspondentes aos diferentes componentes integrantes do sistema de poténcia (X;, Xz, X5 ...) € ao consumidor (Xconsumidor). No instante em que ocorre 0 curto-cireuito a reatancia reduz-se a zero no ponto de falta (caso de defeito metalico). A corrente de curto é portanto limitada pela reatdncia dos componentes do sistema de poténcia, As reatdncias a considerar no célculo vao ser definidas em fungao do ponto em que aconteceu 0 curto-circuito. A corrente de curto serd maxima nos terminais do gerador, ja que nesta situacdo encontra-se limitada apenas pela reatancia interna do equipamento, A medida que o ponto de aplicagao do curto se afasta do gerador, ter-se- progressiva diminuigdo do valor da corrente de curto-circuito pelo aumento da reatancia intercalada. ix) Xp ixg ix CONSUMIDOR Fig. 5.3 - Representagao de uma fase de sistema trifasico. Sendo a reatncia equivalente vista a partir do ponto de curto-cireuito, pode-se eserever para a intensidade de corrente: _ Mitel) Mt Te-39 = TEX, (ohm) ~ VB Kn (ohm) 6.2) Adotando S, = S30, Vp = Vj, resulta: Xin (ohm) ; Si Xn (pu) ~~ = Xn toh) 5 Logo: ve Xin (ohm) = Xin (pae.) Ze 5s a ee Xn (ohm) X), (p.u.). Vs Introduzindo esta tiltima igualdade na Equagéo 5.2: Se * VB Xin (psu). Ve 136 Cireuitos Polifésicos Mas: (6.3) Portanto; bh Xn pu) Chegar-se-ia A mesma expressio caso fossem utilizados dados monofasicos para céleulo dos valores bases. Na pritica, costuma-se adotar Sz, Vs = Vi nos caleulos, embora se trate de circuito monofisico. Se existirem motores sincronos no sistema, eles devem ser tratados como geradores nos céleulos de curto-circuito. E que no instante da falta os motores ficam sem receber energia da rede, mas continuam a girar durante algum tempo devido a inéreia combinada do motor e da carga mecéinica acionada. Seu campo permanece energizado e | a tenso interna dos motores faz com que eles atuem como geradores nos instantes iniciais do curto-cireuito. Tec-3@ = (6.4) Exemplo 5.1 Dado o sistema da Figura 5.4, calcule o valor da corrente de curto-circuito trifasico nos pontos 1 e 2, indicados. @ ® 66/66KV © 3 66KV SOMVA 30 MVA X=0,25 pu X= 0,07 pu Fig. 54 - Vide exemplo 5.1. Solugéo a) Para o ponto 1, adotando-se tensio de 1 p.u. nos terminais do gerador: 1 1 Tee - 3 no ponto 1 = Xapu) Tb = ot = 4,000 p.u. I, Adotando S, = 30 MVA, resulta: So b= Portanto: Tec 4 no pontor = 4,000 x 2.624 = 10.496 A Curtos-cireuitos Simétricos 137 6) Para o ponto 2, no lado de alta do transformador: 3,125 p.u. Ip Mas: Logo: Tes nopontoz = 3,125. 262 = 819 A Exemplo 5.2 Determine o valor da corrente de curto-cireuito triffsico no ponto F da Figura 5.5 (lado de alta do transformador). A poténcia base é de 10 MVA e todas as reatancias jd se encontram referidas a esta base. F o—x 7 um 9 KV -—O 13,8KV — X=0,07pu X= 0,03 pu xsop7py '38KV X=0,25pu X=0,25pu Fig. 5.5 - Vide exemplo 5.2. Solugio O calculo da reatancia equivalente, Xip, vista do ponto de curto-cireuito quando as fontes de tensdo sfio anuladas e substituidas pelas respectivas reatdncias internas, pode ser acompanhado através da Figura 5.6. Sou valor final é X, = 0,167 p.u. e portanto: 1 1 Toc 8900 p0nt0F = % pu * OreT No caso: Se 10. 10° fy = Se 101 sig °“VE.Ve ~ v5.69.10° Logo: 84 = 50 A Teo 3.4 no pontok = 0167 138 Cireuitos Polifisicos 19,070 W/ io.g30 j0,070 19,820 4 10,380 i 4 io2s0 | 0,250 ; 2 » 0,167 2 Fig. 5.6 - Vide exemplo 5.2. 5.7 - Simetria e Assimetria das Correntes de Curto-Circuito Chama-se envoltéria da cor- ENVOLTORIA rente representada na Figura 5.7 & curva que tangencia seus picos. Diz-se que uma corrente é simétrica quando suas envoltérias sao simétricas em re- lacdo ao eixo zero. E 0 caso da corrente mostrada na Figura 5.7. — x EIXO ZERO Fig. 5.7 - Corrente instant4nea de curto-cireui- toe sua envoltéria. Uma corrente é dita assimétrica quando néo existe simetria das suas envoltérias em relagéo ao eixo zero. Pode-se ter, entdo, corrente totalmente assimétrica ou corrente parcialmente assimétrica (Figuras 5.8.a e 5.8.b). ENVOLTORIAS EIXO DE = SIMETRIA 4 _ ELXO DE SIMETRIA EIXO ZERO EIXO ZERO a) TOTALMENTE ASSIMETRICA b) PARCIALMENTE ASSIMETRICA Fig. 5.8 - Correntes assimétricas de curto-circuito. Curtos-cireuitos Simétricos 139 As correntes de curto-cireuito costumam ser, na pritica, assimétricas. Tendo em vista que nos sistemas de poténcia a reatancia indutiva é muito maior que a resisténcia, a corrente de curto-circuito apresenta-se aproximadamente 90 graus atrasada em relagao a tensdo da fonte. O Angulo de fase da corrente de curto-circuito 6 determinado pela relagao */g do circuito (e nao da carga), predominantemente indutivo. A corrente de curto é simétrica quando 0 curto ocorre no instante em que a tensdo da fonte € maxima, conforme a Figura 5.9. A corrente de curto-cireuito é total- mente assimétrica quando 0 curto ocorre no instante em que a tensdo da fonte é nula (Figura 5.10). Os casos representados nas Figuras 5.9 5.10, correspondents a simetria ea assimetria total, sfo extremos. e(t) ( TENSAO DA FONTE) vy" DE CURTO~ CIRCUITO ‘tempo(t) INSTANTE DE OCORRENCIA DA FALTA Fig. 5.9 - Curto-circuito ocorrendo em um maximo de tensao. e(t) 4 i(f)de curto-circuito instante de ocorréncia da falta Fig. 5.10 - Curto-circuito ocorrendo em um zero de tensio. 40 Cireuites Polifisicos Na pritica, as correntes de curto so parcialmente assimétricas, conforme Figura 5.11. Nesta figura, a corrente de curto-circuito pode ser considerada a soma de duas componentes: uma componente continua (ou tempordria, ou unidirecional, ou, ainda, aperidica) que decresce exponencialmente, ¢ uma componente alternada (ou permanente) que varia senoidalmente com o tempo. Observe-se que no instante de infcio do curto-circuito o valor do termo transitério é exatamente igual e de sinal contrario ao valor do termo permanente, para que naquele instante a corrente de curto resultante seja nula, A razio disto remonta ao chamado "Teorema da Conservagao do Fluxo", segundo 0 qual o fluxo no entreferro de uma maquina sincrona nao pode variar instantaneamente. Os cileulos de curto-cireuito determinam o valor da componente alternada. A partir deste, com uso de fatores apropriados para incorporar o efeito da corrente unidirecional, obtém-se a corrente assimétrica necessaria ao dimensionamento dos equipamentos de interrupgio do curto-cireuito (isjuntores, religadores, chaves- fusiveis). CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO COMPONENTE UNIDIRECIONAL COMPONENTE ALTERNADA tempott) Fig. 5.11 - Corrente de curto-circuito assimétrica. 5.8 - Calculo de Curto-Circuito Trifasico 5.8.1 - Curto Trifasico nos Terminais de Alternador Operando em Vazio A anilise do efeito de um curto-cireuito trifisico nos terminais de um gerador sinerono, sem carga, girando a velocidade sincrona, é costumeiramente feita com 0 auxilio de um oscilograma de corrente em uma das fases do equipamento. As tensdes geradas nas fases da maquina encontram-se defasadas entre si de 120 graus elétricos e por isso 0 curto-cireuito ocorre em diferentes pontos da onda de tensao em cada fase, surgindo entdo uma componente aperiédica de corrente em pelo menos duas fases. Eliminando-se a componente continua da corrente de curto-cireuito de cada fase resulta a curva mostrada na Figura 5.12, extraida da referéncia (24) da Bibliografia. A reacéo da armadura, nos ciclos imediatamente posteriores ao instante em que se dé o curto-cir- cuito, provoca redugao do fluxo no entreferro da maquina sincrona. Resulta dai o decréscimo progressivo de corrente, mostrado na Figura 5.12, Curtos-cireuitos Simétricos 11 tempol) Fig. 5.12 - Oscilograma da corrente de curto-cireuito simétriea, eliminada a compo- nente continua. A Figura 5.12 conduz As definigées dos seguintes termos de interesse: Oa - valor maximo da corrente de curto-circuito em regime permanente; 1 = 28. valor eficaz da corrente de curto-cireuito em regime permanente; Xz = 5#-reatncia sincrona de eixo direto, do alternador (E, é a tensaoeficaz do alternador, em vazio, entre linha e neutro); 0B - valor méximo da corrente de curto-circuito transitéria (0 ponto b é obtido retrocedendo-se a envoltéria da onda de corrente até o instante zero e desprezando-se alguns dos ciclos iniciais, situados em regifio onde 0 deeréscimo da corrente é muito rdpido); I’ = %. valor eficaz da corrente de curto-cireuito transitéria; Xa = 7. reatdncia transitéria de eixo direto, do alternador operando em vazio antes da ocdrréncia da falt: Oe - valor maximo da corrente de curto-circuito subtransitéria (o ponto ¢ obtido pela intersecgao da envoltéria da corrente com a ordenada correspondente a t=0); T’ = % . valor efieaz da corrente de curto-circuito subtransitéria (esta corrente é muitas vezes chamada de corrente eficaz simétrica inicial, jd que nao inclui a componente transitéria e constitui o valor eficaz da componente alternada da corrente de curto, imediatamente apés ocorrer a falta); X%y = 4e-reatancia subtransitéria de eixo direto, do alternador operando em vazio antes da o¢orréncia da falta. {As diferentes reatdncias recém abordadas nao sao constantes porque depen- dem do grau de saturagéo do circuito magnético das méquinas. Todavia, apresentam 142 Cirewitos Polifésicos valores situados dentro de certos limites, podendo ser determinados experimentalmente ¢ listados em tabelas. ‘As equagies: “xX (5.5) (5.6) , ag as xs 7) possibilitam o céleulo da corrente de curto-circuito trifaisica nos terminais de um gerador em vazio, sendo a maquina representada pela tensao em vazio em relagao ao neutro, em série com a reatancia adequada, Caso exista alguma impedancia entre os terminais do gerador e ponto de curto, ela deverd ser incluida no cireuito. De maneira geral, reatancias subtransitérias de geradores e motores so utilizadas na determinagao da corrente eficaz simétrica inicial de curto-circuito. Em estudos de estabilidade é costumeira a utilizagéo de modelos simplificados que consideram apenas as reatancias transitérias dos equipamentos. 5.8.2 - Curto Trifésico em Sistema Sob Carga Admitindo-se valores constantes para as reatdncias das méquinas sineronas e Iinearidade dos circuitos sob estudo, a corrente de curto-cireuito trifaisica em sistema sob carga pode ser determinada com a aplicagao dos Teoremas de Thevénin e da Super- posigao. Pelo Teorema de Thevénin, adotando-se as hipéteses simplificadoras anterior- mente discutidas, obtém-se um circuito equivalente constituido de um gerador e uma reatdncia que termina no ponto onde ocorre a falta, conforme a Figura 5.13. O citado gerador tem tenso interna V,,, igual a tenso existente no ponto de curto antes da ocorréncia da falta, A citada reatancia é a reatancia equivalente X,,, "vista" a partir do ponto de curto-circuito, com todas as fontes de tensdo anuladas e substituidas por suas iXth A (PONTO DE CURTO) Vth 4 Fig. 5.13 - Circuito equivalente no ponto de ocorréncia da falta. Curtos-cireuitos Simétricos 143 reatancias internas. A corrente de curto eficaz simétrica inicial é calculada pela equagao = _ Vj, @ deve fazer uso das reatAncias subtransitérias. ‘im célculos de clevada preciso deve-se recorrer ainda ao Teorema da Super- A corrente de curto obtida com a aplicagao do Teorema de Thevénin é devida & reducdo para zero da tensao no ponto de curto. A esta corrente de curto deve ser somada a corrente de carga que circula antes da falta, obtendo-se assim a corrente verdadeira de curto-cireuito. Nos célculos rotineiros de curto-cireuito 6 usual a omissdo da contri- buigdo da corrente de carga pré-falta, em virtude do seu reduzido valor. Exemplo 5.3 Considere 0 circuito apresentado na Figura 5.14. Obtenha o valor da corrente subtransit6ria quando ocorre um eurto-circuto tr: F, sob tenséo nominal e em vazio. Adote: S, = 150 MVA; Vp = 138kV na linha de transmissao. F TOOMVA ISOMVA_4~ T3,8KV_ 13,8/138 KV = 0,20 pu X pF 0,15 pu Fig. 5.14 - Vide exemplo 5.3. Solugio Nas bases propostas: 150 X'4 = 0,20-F55 = 0.80 puw Xiroj = 0,15 pv Xin = X"a+ Xiraj = 0,80+0,15 = 0,45 p.u. 1 1 Teno = Hy" TG 7 2222 pu Ss 150 .10° ~ 1 om A v3.Vi VB. 188. 10° Ip= Portanto: Too 3. = 2,222 . 628 = 1395 A 144 Cireuitos Poliféisicos Exemplo 5.4 Considere 0 sistema da Figura 5.15, onde as linhas de transmissio apresentam reatancia de 0,827 ohm/km. Desprezando a corrente de carga antes da falta e admitindo tensdo nominal no instante em que ocorre o defeito, determine: @) a corrente de curto-circuito triffsico franco no ponto F, localizado na linha 2, a 30 km da barra 2; b) a corrente que fluido gerador G1, ligado A barra 1, em conseqiiéncia do curto citado no item a. ©) a corrente de curto-circuito trifiisico no ponto F, considerando-se uma reatdncia de 5 ohms no ponto de falta. LINHAT 61 1 2000 MVA MVA x 20% | A Ye 1B,8KV LINHA x X=10% \ F SOOKV Fig. 5.15 - Vide exemplo 5.4. Solugao a) Por se tratar de curto trifasico, s6 existe a rede de seqiiéncia positiva. Adotando-se 1.000 MVA como poténcia base, pode-se converter todas as reatdncias a base comum. Enta ~ Gerador G1 — Transformador T1 1000 Xr = 0,10 - p599 = 0.0454 paw. Curtos-cireuites Simétricos 145 ~ Linha 1 500” 07 250 Q 2s = F001 0,827 . 220 = 0:827, 220 _ xX 25 0,2878 p.w. = Linha 2 Da barra 2 até o ponto de falta: X- 878 = 0,0892 p.w. Do ponto de falta a barra 3: X = 087190 0.2485 pau. = Linha 8 X= 28eF a0 = 0,1962 p.u. = Transformador T2 X = 910-1000 9.2000 paw. ~ Transformador T3 X = 0,1200 p.u. (j4 se encontra na base apropriada) — Gerador G2 Xs 085 1000 = 0,7500 p.u. Os valores obtidos permitem a elaboragdo do diagrama de reatancias em p.u. mostrado na Figura 5.16, com indicagao do ponto de falta F. Efetuando-se as devidas redugées, resulta a Figura 5.17. ‘A transformagéo em estrela, do tridngulo definido pelos pontos 2,3,F, eonduz a0 diagrama da Figura 5.18.2, Deste, por fim, obtém-se o diagrama apresentado na Figura 5.18.b. 146 10, sr one (REFERENCIA) j0,2878 Cireuitos Polifisioos ® j0,0392, j0,2485 40,2000 ® 40,7500 T jos62 \ Fp, i200 Fig. 5.16 - Diagrama de reatancias correspondente & Figura 5.15. j0,1454 ® j0,2878 ® 50,0392 j0,9500 j0,2485 (REFERENCIA) a j0,1454 0, 0196 Fig. 5.17 - Vide exemplo 5.4. j0,1243 _j0,9500 “1M. ® (REFERENCIA) ® 0) IXth 10,1626 Vynt 0D (REFERENCIA) >) IX pF 0.1626 0, 0200 (REFERENCIA) °) Curtos-cireuitos Simétricos 47 A corrente de falta triffisica terd para médulo, em p.u.: a. Xn (00,1626 Too- 3 (pan = = 615 pu. A corrente base no ponto de falta tem por valor: Sp. 1000 te BV, * VB.500 = 1,155 kA Portanto, a corrente de curto trifaisico franco em F sera: Toc-a@ = 6,15. 1,155 = 7,10 kA b) Acorrente fluindo do gerador G1 para a barra 1, em razao do curto trifasico franco em F, pode ser obtida com a aplicagao da regra do divisor de corrente: 1,0743 1.2393 *7,10 = 6,154 kA Toc (ontribuigao de G1) = ¢) A reaténeia em p.u. no ponto de falta 655 = 0,0200 p.u. e ao consideré-la surge o diagrama 5.18.c. A corrente de curto trifésico correspondente sera: 1 10,1626 + 0,0200° 1,155 = 6,325 kA Tec-3 = 5.9 - Poténcia de Curto-Circuito No ponto de curto-cireuito a poténeia é nula, por ser nula a tensao. Todavia, é praxe definir como poténcia de curto-circuito trifasica (ou capacidade de curto-circuito, ‘ou capacidade de ruptura), 0 produto: Scc-3@ (MVA) A V3B.Vi.Too-30 (6.8) onde: Vj - tensio no ponto de defeito, antes do cuto-circuito, em kV; Tee- a - corrente de curto-circuito trifisico, em kA. Em p.u,, tense: Scc-a@ _ VB o Vilo-s0 Sc-so (Pu) = 8% 2 These | ase Se Se Yes, VE.Vs (6.9) Vi Tc-3@ Vi Ia-ae Tee Up 7 VOW) le-s0 Ou) v3 .Ve 148 Cireuitos Polifésicos Desprezando-se a corrente de carga pré-falta e adotando-se V (p.x.) Scc-3.o (p.tt.) = Toe. 30 (pu) = oS (6.10) 5.10 - Selegdo de Disjuntores Na pratica, as correntes resultantes de um curto-circuito trifasico so assimé- tricas em pelo menos duas fases, come decorréncia da defasagem natural do sistema. Portanto, normalmente a corrente a ser interrompida por disjuntores é assimétrica, ou seja, contém a componente continua de decaimento. Os célculos para obtengao destas correntes assimétricas seriam trabalhosos e complicados. Na selecao de disjuntores recorre-se a fatores de multiplicagao (fator m) previstos pelo. "AIEE Switchgear Committee", 0s quais so aplicados A corrente eficaz simétrica inicial'e dao valores aproximados da corrente de curto assimétrica (incluindo, pois, 2 componente contfnua). Define-se como Corrente Instanténea de um disjuntor a corrente que o disjuntor deve suportar imediatamente apés a ocorréncia de um curto-tireuito. Na sua determinagao despreza-se a corrente que circula antes da falta e utiliza-se reaténcias subtransitorias de geradores e motores. O calculo da corrente instantdnea é feito aplicando-se A corrente eficaz inicial simétrica 0 fator de multiplicagao extraido da relagao a seguir: — caso geral . m=16 ~ para tensées iguais ou menores que 5 kV... .m=15 — para disjuntores a ar, com valor nominal igual ou inferior a 600 volts....... ce cdee eet eteteeeseeeteeeeeeess MS 1,25 Observagio: Disjuntores a ar, abaixo de 600 volts, séo considerados de abertura instanténea e suas correntes instantanea e de interrupedo, tem o mesmo valor. Define-se como Corrente Nominal de Interrupgdo (ou Capacidade de Ruptura) de um disjuntor A corrente que o disjuntor deve ser capaz de interromper no instante em que seus contatos se separam. Ela 6, evidentemente, menor que a corrente instanténen e depende da velocidade do disjuntor (8, 5, 3 ou 2 ciclos éa medida do tempo transcorrido entre a ocorréneia da falta e a extingao do arco). Na sua determinagao devem ser usadas: — para geradores - reatancias subtransitérias; — para motores - reaténcias transitérias. 0 céleulo da corrente nominal de interrupeao 6 feito aplicando-se A corrente eficaz inicial simétrica o fator de multiplicagio extraido da relagdo a seguir, fixados em fangdo da velocidade do disjuntor: — disjuntores de 8 ciclos ou mais lentos . ~ disjuntores de 5 ciclos. . — disjuntores de 3 ciclos. ~ disjuntores de 2 ciclos. .m=1,0 .m=1i : m=1,2 ceveeseeees med Para disjuntores localizados na barra do gerador, sendo a poténcia triffsica superior a 500 MVA, os fatores dados anteriormente devem ser acrescidos de 0,1 cada, antes de sua aplicagao. Curtos-cireuitos Simétrieos 149 PROBLEMAS 5.1- Determine a corrente de curto-cireuito trifiisico franco no ponto F do sistema apresentado na Figura 5.P.1, Sao conhecidos os seguintes valores de reatancias: — Gerador G1 + 12,5 % — Gerador G2. - 15% = Transformador Tl . - 10% — Transformador TZ ......... 10% - Linha........ pete teens 0,7 ohm / mi 6) Tl 12 G2 © 3 6mi 4mi t © 25MVA 30 MVA 20MVA —ISMVA ad W132 KV 132/11 KV a - ws ae - Fig. 5.P.1 - Vide Problema 5.1. 5.2-- Calcule, para o sistema de poténcia apresentado na Figura 5.P.2: 4) corrente de curto-circuito trifésico franco em cada barra; 2) poténeia de curto-circuito trifisica em cada barra, Dados: — reatancia das linhas de transmissdo - 0,5 ohm / Im; ~ transformador T1 - 13,8 / 230 kV; 800 MVA; X = 12 % — transformador T2 - 18 / 230 kV; 150 MVA; X = 10 %. 60OMvA ® ® omva 0% n 12 20% LT1_100km 3 a aya vA WeKy “230KV 230kV Ig kV Lr2 60 Km 230KV © Fig. 5.P.2 - Vide Problema 5.2. 150 Cireuitos Poliftsicos 5.3 - Obtenha a corrente de curto: ito trifasico franco para o ponto assinalado no sistema da Figura 5.P.3. T3,8KV 25 MVA. 13,8 KV 0,10 pu Resin 3 £ 10 Kv oe € 40mi——(0,83347mi a A ate | = + | 37,5MVA 0,25 pu am ana ISMVA wL = 0,08 pu - e 66 KV 3 | g 0 mi 0,823A/mi 3 a oy Fig. 5.P.3 - Vide Problema 5.3. 5.4- Calcule, para o ponto indicado no sistema da Figura 5,P.4, a corrente de curto- circuito simétrico franco e a poténcia de curto-cireuito trifésica. Adote 200 MVA. como poténcia base e 188 kV como tensdo base na linha. JOOMVA| 0.2_pu ” hi | 138 KV weKy | 1BBKV WOMVA ISOMVA 3 wwe/peKv YO a so Fig. 5.P.4 - Vide problema 5.4. Curtos-cireuitos Simétricos wi 5.5 - Os valores nominais de um alternador e de um motor sincrono sao os seguintes: — Poténcia: 30 MVA; ~ Tensao: 13,2 kV; — Reatancia subtransitéria: 0,2 p.u.. Eles esto interligados por uma linha cuja reatancia é igual a 0,1 p.u., tendo por bases os valores nominais das maquinas citadas. O motor esta com tensao terminal de 12,5 kV, quando ocorre um curto-circuito trifisico em seus terminais. Obtenha o valor dessa corrente de curto simétrica.

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