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New York:
McGraw-Hill, 1956.
* Por Vivian Graça Barcellos Barreira
“If the two largest nations at the mid-point of the twentieth century,
Russia and the United States, are at the same time the two strongest
powers, it is only in part because of their size. Extending over so large
an area increases the chances of diversity in climate, abundance of
minerals, and richness of agricultural resources. However, comparison
with similar land areas of North Africa, Central Asia, and Australia
proves that there is no guarantee that large territory will include these
many factors of power (se as duas maiores nações aqui na metade dos
século XX, Rússia e Estados Unidos, são ao mesmo tempo os dois
maiores poderes, é somente por conta em parte de seus tamanhos.
Extender-se sobre uma área tão grande aumenta as chances de
diversidade em clima, abundância de minerais, e riqueza de fontes
agrícolas. Entretanto, comparando com áreas similares do Norte da
África, Ásia Central e Austrália se prova que não há garantia de que
territórios enormes incluíram esses muitos fatores de poder)”(p.90)
Conclui-se aqui que o argumento é que o território grande por si só não resolve e
com o pequeno simplesmente não dá. Esse é um ponto interessante para o entendimento de
Haas sobre a integração para além do estado-nação, que ele vislumbra meios e
necessidades na Europa ainda nos anos 50.
Outro fator tangível é a disponibilidade de matéria-prima que pode dispor um
estado-nação. É conhecido que a indústria não pára de avançar e inovar, mas ela ainda não
conseguiu criar algo do nada. Portanto, esse fator não pode ser ignorado. As matérias-
primas mais fundamentais para os autores são: ferro em primeiro lugar, cobalto,
tungstênio, níquel, bauxita, cobre. Tampouco pode ser desprezada a distribuição de
energia, os autores mencionam as fontes mais importantes: carvão, petróleo, gás natural e
água. É interessante notar que nesse momento, a importância da água só é percebida
enquanto seu uso nas hidroelétricas. Ainda havia chegado o momento em que as reservas
de água doce seriam mais importantes para o consumo direto da população. Uma outra
fonte de energia que os autores acreditavam que iria estabelecer poder no futuro é o urânio.
Ele faria o que o carvão fez pelo século XIX e o petróleo na metade do XX.
Os fatores intangíveis de poder são: a demografia (incluindo aí, a importância de
uma população jovem em contraposição de uma população de grande número de idosos); a
maior ou menor tensão entre grupos que prejudica o poder nacional e a capacidade de
aliviar tensões de qualquer tipo para preservar o poder. A prerrogativa das elites, afirmam
os autores, é maximizar o poder nacional através da unificação nacional. Com isso,
entende-se que a consciência nacional emerge da coordenação “por cima” ou “pelo alto”.
Aí, encontra-se uma leitura para o fenômeno dos nacionalismos. Outros fatores intangíveis
são: a propaganda, a moral e a necessidade de estabelecer regras para os grupos.
Os autores crêem que Direito internacional atua na política internacional,
principalmente naquela que diz respeito aos sessenta países que naquela havia assinado a
Carta da ONU. E quanto a pergunta freqüente no campo das relações internacionais – a de
que se existe um direito internacional? – os autores se apressam em responder:
A integração não visa somente a paz, mas é inegável para o autor que a
manutenção da ordem e da estabilidade são alcançadas com ela. O neofuncionalismo para
Haas era uma outra alternativa ao realismo e ao idealismo:
1
Ruggie et al.
“Are there alternatives to realism and idealism? Finally, from the start,
Haas asked different versions of a fundamental normative question:
Are there ‘other ways to peace than either power [realism] or law
[idealism]?’ (Haas 2004, p. xiv). He saw his own work as providing a
tentative “yes” for an answer. Neo-functionalism, he wrote in 2004,
“was developed explicitly to challenge the two theories of IR
dominant in the 1950s, classical realism and idealism. (Há alternativas
ao realismo e ao idealismo? Finalmente, no começo, Haas perguntava
versões diferentes de uma questão normativa fundamental? Há ‘outros
modos de manter a paz do que pelo poder [realismo] ou pelo direito
[idealismo]?’ (Haas 2004, p. xiv). Ele viu seu próprio trabalho como
prover uma tentativa de ‘sim’ para a resposta. Neo-funcionalismo, ele
escreveu em 2004, ‘foi desenvolvido explicitamente para desafiar as
duas teorias de RI dominantes na década de 1950, o idealismo e o
realism clássicos.)”2
Na América Latina, a consciência nacional não está coordenada por uma elite que tenha
um interesse nacional explícito. Isso, explicaria, em parte, na visão de Haas, sua previsão para o
insucesso da integração no caso latino-americano. Nessa entrevista, o autor conta como pensou
sobre o assunto:
2
Idem.
“You're slightly misstating, I think. Yes, it started out the way you
said. I picked European integration as my initial example, 1) because I
knew the languages, so that made it easy; 2) because at that time, the
mid-1950s, it was the most highly developed real-life instance of
movement away from the nation state. So it was a laboratory, so to
speak. My first book came out of that, and three or four Ph.D.
dissertations. And then one of my students, Phillippe Schmitter, and I
decided to try out the same theory outside of Europe. He was a Latin
America specialist. So we tried it out on what was then going on in
Latin America, and concluded that the same theory applied to Latin
America would predict the failure of regional community formation,
which it did. The theory predicted correctly. Having accomplished
that, what else was there to study? (Você está pequenamente
enganado, Eu acho. Sim, começou do jeito que você disse. Eu peguei
a integração européia como meu exemplo inicial, 1) porque eu
conhecia as línguas, então isso tornou fácil; 2) porque naquela época,
na metade dos anos 50, era o exemplo da vida real mais altamente
desenvolvido de movimento para longe do estado nação. Então, era
um laboratório, por assim dizer. Meu primeiro livro surgiu daí, e três
de quatro dissertações de PhD. E então, um dos meus estudantes,
Phillipe Schmitter, e eu decidimos experimentar a mesma teoria fora
da Europa. Ele era um especialista em América Latina. Então, nós
experimentamos sobre aquilo que estava acontecendo na América
Latina e concluímos que a mesma teoria aplicada a América Latina
incorreria no fracasso da formação da comunidade regional, o que
aconteceu. A teoria previu corretamente. Tendo terminado isso, o que
mais havia para estudar?)”3
O autor chegou a dizer ainda que tentou encontrar um caso onde as condições que
são encontradas na Europa a favor de uma transcendência do estado nação pudessem ser
duplicadas no nível global. Ele se debruçou sobre, a afiliada as Nações Unidas, a
Organização Internacional do Trabalho, que tinha uma estrutura institucional com a
Comunidade Européia de então. Sua conclusão foi que a teoria aplicada à integração
regional não funcionará. Ou se aplicada no nível global, implicará no fracasso de uma
integração mais extensa.
Bibliografia:
3
Conversations with History.
RUGGIE, John G. et al. Transformations in world politics: the intellectual contributions of
Ernst B. Haas. Annual Review of Political Science. Vol. 8, pp 271–296. Disponível em
http://www.arts.cornell.edu/tmpphp/publications/annurev.polisci.8.082103.pdf Acessado
em 01/07/09.