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Joseph Nye Jr. e Robert Keohane se conhecem há mais de trinta anos, desde que
começaram os estudos para o livro lançado pelos dois em conjunto, em 1977, Power and
Interdependence, que se tornou um clássico sobre o mundo pós-guerra fria. Nye Jr. iniciou
sua carreira pesquisando desenvolvimento econômico do Oeste da África. Tornou-se
bacharel na Universidade de Princeton em 1958 e
continuou seus estudos na Universidade de Oxford
e na Universidade de Harvard, onde obteve seu
doutorado em 1964. Ele popularizou o conceito de
soft power, principalmente quando aplicado aos
Estados Unidos. Robert Keohane nasceu em
Chicago, Estados Unidos, em 1941. Tornou-se
bacharel pela Shimer College em 1961 e doutorou-se em Harvard em 1966. Ele já lecionou
nas universidades de Swarthmore, Stanford, Brandeis, Harvard e Duke.
Nesse artigo, Keohane e Nye Jr. defendem a idéia de que só parcialmente a
política mundial seria afetada pela revolução da informação. Eles não negam que o
conhecimento é poder, entretanto, eles estão preocupados em estabelecer os limites dessa
afirmativa. A começar por, se é verdade que muita gente, como nunca antes se viu, está
conectada a um número gigantesco de informações através da internet – mais ou menos
100 milhões no momento em que eles escrevem, ou ainda mais 1 bilhão se considerarem as
expectativas para 2005 – é também verdade que a internet não está disponível para toda a
gente – 7 bilhões restantes. Mas não é só por essa razão que a revolução da informação não
altera de todo o modo como estão organizados os estados e também a vida das pessoas.
Novos acontecimentos e novos atores sociais, como as ONGs, alteraram o mundo,
entretanto, os estados tornaram-se mais elásticos. A maioria das pessoas ainda é leal aos
estados e eles ainda possuem as maiores fontes de recursos. Os profetas do cyberworld
ignoram a continuidade de crenças e a permanência de instituições, assim como faziam os
modernistas durante a década de 1970, que são criticados por Keohane e Nye Jr. em Power
and Interdependence.
Power and Interdependence in the Information Age procura responder, afinal, se a
comunicação e a disseminação do conhecimento, na escala que conhecemos agora, tem
efeito sobre o poder. Os autores afirmam que sim, mas a tecnologia não favoreceu só quem
já não tinha poder, ela também ajudou o já poderoso e grande. Por exemplo, tecnologia da
informação no caso militar pode ajudar células terroristas, mas também ajuda os Estados
Unidos, eles descobrem novos sensores de espaço etc. E se a era da informação beneficia
os dois lados que lutam pelo poder, acaba não beneficiando ninguém. Na verdade,
“contrary to the expectations of some theorists, the information revolution has not greatly
decentralized or equalized power among states. If anything, it has had the opposite effect
(contrariamente as expectativas de alguns teóricos, a revolução da informação não tem
profundamente descentralizado ou igualado o poder entre estados, se ocorreu alguma coisa,
teve o efeito oposto)”(p. 89).
Além disso, os autores afirmam que a quantidade da informação disponível
importa pouco, a qualidade é mais relevante. Há três tipos de informação: livre, comercial
(posta à venda) e estratégica. A era da informação, postulam os autores, não alterou
substancialmente o mundo que conhecemos por conta de duas condições da
interdependência complexa. A primeira é que as informações não são emitidas no vácuo,
mas sim num contexto dado e, em segundo lugar, só há interdependência complexa na
zona de paz democrática, fora desse espaço não há:
1
GALVÃO.
Bibliografia: