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Apostila para a disciplina: Processos Construtivos III

organização: prof. Mônica Santos Salgado

TEMA 6 – Sistemas Prediais

Sistemas prediais são sistemas físicos integrados a um edifício, que têm por
finalidade dar suporte às atividades dos usuários, suprindo-os com os insumos
prediais necessários e propiciando os serviços requeridos.
Têm-se os seguintes sistemas prediais: suprimento de energia elétrica, gás
combustível, água, esgoto, águas pluviais, segurança e proteção contra
incêndio, segurança patrimonial, condicionamento de ar, transporte
mecanizado (elevadores, escadas rolantes), comunicação interna,
telecomunicação e automação, entre outros.
A denominação de "sistemas" deve substituir a definição usual de "instalações
prediais" considerando a necessidade de enfocar sistematicamente essa área
do conhecimento.

INSTALAÇÕES DE ESGOTO SANITÁRIO


As instalações de esgoto podem ser divididas em esgoto primário e
secundário.
Chama-se esgoto primário a canalização na qual tem acesso os gases
provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento. Dessa
forma, pode-se concluir que o esgoto secundário deve ser lançado ao primário
uma vez que a saída do prédio é única.
Se esse lançamento fosse feito diretamente, haveria retorno de gases e mau
cheiro. Por estas razões, pode-se concluir que um dos aspectos fundamentais
para o projeto das instalações de esgoto é a correta ventilação das instalações.
O retorno do mau cheiro pelos aparelhos é evitado pelo fecho hídrico existente
nas bacias sanitárias, no ralo sifonado (como indica o nome), pela caixa de
gordura e pela caixa sifonada. (fig. 75/76)

Figura 75 - Detalhe do ralo sifonado Figura 76 - Detalhe da bacia sanitária

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Pode-se fazer o seguinte resumo dos despejos existentes em um prédio:

L AVA T Ó R I O
B ID E T RALO
C H U V E IR O S IF O N A D O
B A N H E IR O

B A C IA S A N IÁ R IA C A IX A D E REDE
TUBO DE QUEDA
IN S P E Ç Ã O COLETORA

P IA D E C O Z IN H A TUBO DE C A IX A D E
M Á Q U I N A D E L AVA R L O U Ç A GORDURA GORDURA

TA N Q U E TUBO C A IX A
M Á Q U I N A D E L AVA R R O U PA S E C U N D Á R IO S IF O N A D A

As alturas de tomada dos pontos de esgoto residencial, podem ser as


seguintes (medidas considerando o piso acabado):
→máquina de lavar roupa: 70/80cm
→mictório com sifão externo: 37cm (fig. 77)
→tanque: 40cm (fig. 78)

Figura 77 - Detalhe do mictório Figura 78 - Detalhe do tanque

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→lavatório: 50cm (fig. 79)


→pia de cozinha: 60cm (fig. 80)

Figura 79 - Detalhe do lavatório Figura 80 - Detalhe da pia de


cozinha

→máquina de lavar louça: 70cm (se for sob bancada, deve-se verificar).
→ bidê: no chão, distante aproximadamente 30 centímetros da parede.
(fig 81)

Figura 81 - Detalhe do bidê Figura 82 - Detalhe do esgotamento


da banheira

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→ banheira: possui dois esgotamentos, um pelo ladrão e outro pela


válvula de fundo sendo única a ligação com o ralo sifonado. (fig. 82)

Será executada uma única ligação de instalação predial para o coletor público
de esgoto sanitário, e uma única ligação para a galeria de águas pluviais.

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
O abastecimento de água nos prédios é feito a partir do distribuidor público por
meio de um ramal predial que compreende:
• ramal predial propriamente dito ou ramal externo - é o trecho do
encanamento compreendido entre o distribuidor público de água e a
instalação predial caracterizada pelo aparelho medidor ou limitador de
descarga;
• alimentador predial ou ramal interno de alimentação - é o trecho do
encanamento que se estende a partir do medidor ou limitador de consumo,
isto é, do ramal predial até a primeira derivação ou até a válvula de flutuador
(torneira de bóia).
O sistema de abastecimento predial de água pode ser classificado da seguinte
forma:
Sem bombeamento
direto Com bombeamento
Sistema indireto RS
Sistema de Por gravidade Sistema indireto com bombeamento
abastecimento Sistema indireto RI-RS
indireto Sem bombeamento
Hidropneumático Com bombeamento
Hidropneumático
SISTEMA DIRETO
No sistema direto, as peças de utilização do edifício estão ligadas diretamente
aos elementos que constituem o abastecimento, ou seja, a instalação é a
própria rede de distribuição. Conforme as condições de pressão e vazão da
rede pública, tendo em vista as solicitações do sistema predial, o sistema direto
pode ser com ou sem bombeamento:
™ SISTEMA DIRETO SEM BOMBEAMENTO - Neste caso, é o sistema de
abastecimento que deve oferecer condições de vazão e pressão e
continuidade suficientes para o esperado desempenho da instalação.
™ SISTEMA DIRETO COM BOMBEAMENTO – Neste caso à rede de
distribuição é acoplado um sistema de bombeamento direto. A água é
recalcada diretamente do sistema de abastecimento até as peças de
utilização. Esta tipologia de sistema é empregada quando a rede pública

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não oferece água com pressão suficiente para que a mesma seja elevada
aos pavimentos superiores do prédio.
SISTEMA INDIRETO
O sistema indireto é aquele onde através de um conjunto de suprimento e
reserva, o sistema de abastecimento alimenta as colunas de distribuição.
Quanto à pressurização, o sistema indireto de água fria pode ser por gravidade
ou pneumático.

direto sem bombeamento direto com bombeamento

indireto com bombeamento indireto RS indireto RI-RS

hidropneumático hidropneumático hidropneumático


sem bombeamento com bombeamento
Figura 83 - Sistemas de abastecimento de água.

SISTEMA INDIRETO POR GRAVIDADE


Neste tipo de sistema cabe a um reservatório elevado a função de alimentar as
colunas de distribuição. Este reservatório é alimentado diretamente pelo
sistema de abastecimento, com ou sem bombeamento, ou por um reservatório
inferior com bombeamento. Desta forma, configuram-se três tipos de sistemas
indiretos por gravidade, quais sejam, o sistema indireto RS, o sistema indireto
com bombeamento e o sistema indireto RI-RS

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™ SISTEMA INDIRETO RS - É composto por um alimentador predial equipado


com válvula e bóia, um reservatório superior e as colunas de distribuição.
Quando há consumo de água no prédio, ocorre uma diminuição no nível de
água do reservatório causando uma abertura total ou parcial da válvula de
bóia. Tal abertura implica um reabastecimento do reservatório superior,
proporcionado pela rede de abastecimento através do alimentador predial
™ SISTEMA INDIRETO COM BOMBEAMENTO – Neste caso, tem-se um
alimentador predial equipado com válvula de bóia,. A instalação elevatória,
o reservatório superior e as colunas de distribuição. Esta solução é adotada
quando não forem oferecidas, pelo sistema de abastecimento, condições
hidráulicas suficientes para elevação da água ao reservatório superior.
™ SISTEMA INDIRETO RI-RS – Este sistema é composto pelo alimentador
predial com válvula de bóia, reservatório inferior, instalação elevatória,
reservatório superior e colunas de distribuição. O início do ciclo de
funcionamento desse sistema ocorre quando o reservatório superior estiver
no nível máximo e a instalação elevatória desligada. O reservatório superior
possui uma chave elétrica de nível, a qual aciona a instalação elevatória
num nível mínimo e desliga a mesma num nível máximo. Desta forma,
havendo consumo de água, o nível da mesma no reservatório superior
desce até atingir o nível onde dá-se o acionamento automático das bombas
de recalque que são desligadas quando a água volta a atingir o nível
máximo. Paralelamente, quando do acionamento da instalação elevatória, a
válvula de bóia do alimentador predial abre-se parcial ou totalmente, e o
reservatório inferior passa a ser alimentado pela rede de abastecimento.
Vale lembrar que o reservatório inferior também é dotado de uma chave
elétrica de nível que impede o acionamento da instalação elevatória quando
ele estiver vazio.
SISTEMA INDIRETO HIDROPNEUMÁTICO
Neste sistema o escoamento da rede de distribuição é pressurizado através de
um tanque de pressão contendo ar e água. O sistema indireto hidropneumático
pode ser sem ou com bombeamento, ou ainda com bombeamento e
reservatório inferior (usualmente conhecido como sistema hidropneumático).
™ SISTEMA INDIRETO HIDROPNEUMÁTICO SEM BOMBEAMENTO – Este
sistema compõe-se de um alimentador predial, um tanque de pressão e as
colunas de distribuição. A pressurização do tanque é através do sistema de
abastecimento.
™ SISTEMA INDIRETO HIDROPNEUMÁTICO COM BOMBEAMENTO – A
composição deste sistema é a seguinte: alimentador predial, instalação
elevatória, tanque de pressão e colunas de distribuição. O tanque é
pressurizado através da instalação elevatória.
™ SISTEMA HIDROPNEUMÁTICO (BOMBEAMENTO+RI) – Este sistema
compõe-se do alimentador predial com válvula de bóia, um reservatório
inferior, uma instalação elevatória e um tanque de pressão. Quando o
tanque de pressão estiver sob pressão máxima e o sistema de recalque
desligado, a água no reservatório deve estar no nível máximo e o sistema
apresenta condições de iniciar seu ciclo. Desta forma, quando há consumo

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de água, o nível no reservatório começa a diminuir progressivamente. O


colchão de ar expande-se e a pressão no interior do tanque diminui até
atingir uma pressão mínima. Nessa situação, o pressostato aciona o
sistema de recalque, elevando, simultaneamente, o nível d’água e a
pressão no interior do tanque aos respectivos valores máximos. À pressão
máxima, o pressostato desliga o sistema de recalque propiciando o início de
um novo ciclo. O reservatório inferior comporta-se de forma idêntica ao do
sistema RI-RS
O sistema normalmente utilizado na cidade do Rio de Janeiro é o indireto com
reservatório superior e inferior (RI-RS). Com esse sistema, a trajetória que a
água percorre até chegar ao usuário, pode ser assim resumida:
DISTRIBUIDOR PÚBLICO >REGISTRO DE DERIVAÇÃO > PESCOÇO DE
GANSO > REGISTRO DE PASSEIO > HIDRÔMETRO > TORNEIRA DE
BÓIA > >CAIXA PIEZOMÉTRICA > CISTERNA > VÁLVULA DE PÉ COM
CRIVO > >TUBULAÇÃO DE SUCÇÃO > BOMBAS D’ÁGUA >TUBULAÇÃO
DE RECALQUE > RESERVATÓRIOS SUPERIORES > BARRILETES >
COLUNAS > >RAMAIS > SUBRAMAIS > USUÁRIO
O registro de derivação fica junto ao distribuidor público e dele parte o ramal
predial externo.
Nas ligações de chumbo, cobre ou PVC, à saída do registro de derivação , dá-
se uma curvatura ao tubo ou utiliza-se uma peça pronta chamada pescoço de
ganso. Essa peça evita que o ramal se rompa, mesmo com a trepidação
devida ao tráfego e à acomodação do terreno, o que poderia ocorrer se o tubo
estivesse esticado.
O registro de passeio, também conhecido como registro de fecho, permite
que o Serviço de Águas da municipalidade possa efetuar o corte no
fornecimento de água para o edifício. Existe uma caixa de passeio com tampa
que permite o acesso a ele
O ramal externo termina no hidrômetro, destinado a medir o consumo predial.
Devem ficar numa caixa ou nicho, de alvenaria ou concreto, de modo a permitir
a fácil remoção e leitura. Na caixa onde este é colocado existe também um
registro de pressão ou de gaveta do ramal externo e um registro de pressão ou
de gaveta do ramal interno podendo ser exigido, ainda, um filtro antes do
hidrômetro provido de tala para realização da limpeza. Todo o material do
ramal externo, inclusive o hidrômetro, é fornecido pelo órgão competente. Os
hidrômetros podem ser:
• volumétricos - que se baseiam na medida do número de vezes que uma
câmara de volume conhecido se enche e se esvazia. Indicado para
instalações de pequenas vazões;
• taquimétricos - que se baseiam na medida da velocidade do fluxo de água
através de uma seção de área conhecida.
O uso da caixa piezométrica corresponde a uma tentativa do órgão público de
proporcionar uma distribuição com pressão igual para todos os consumidores.
No caso de ramais para atendimento de grandes consumidores ela é

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normalmente dispensada. A NBR-5626 determina que, “quando o reservatório


for construído abaixo do nível do meio-fio, seja instalada uma coluna
piezométrica do ramal predial, em forma de sifão, dotado de dispositivo quebra-
vácuo, até 2,50m, no mínimo, acima da cota do meio fio”, a fim de evitar a
contaminação do distribuidor público com água do reservatório eventualmente
infectada, caso de forme vácuo na rede pública. No caso de utilização da caixa
propriamente dita, ela tem um volume variando entre 200l a 300l e devem ser
instaladas a 3m em relação ao meio-fio.
O tipo de aquecimento bem como o sistema de descarga das bacias
sanitárias definem o projeto de instalações de água. Utilizando-se válvulas de
descarga, é aconselhável ter uma coluna de água especial para alimentar as
bacias, sendo que esta "recomendação" se torna obrigatória caso a mesma
coluna que alimente as bacias forneça água para aquecedores individuais à
gás. A adoção das bacias sanitárias com caixa de descarga facilita o projeto
de instalações, eliminando os problemas aqui ilustrados.
A tubulação de PVC é utilizada para água fria e de cobre ou ferro galvanizado
para água quente sendo esta revestida com algum material isolante (lã de
vidro, por exemplo) para que não haja perda de energia ou mesmo trincas nas
paredes devido à dilatação e retração térmica. É interessante observar que
em alguns países europeus de clima frio, desenvolveu-se um sistema de
aquecimento ambiental utilizando tubulações flexíveis de plástico especial
(polietileno reticulado) embutidas no contrapiso, para a condução de água
quente em ciclo fechado, aprimorando, assim, o conforto térmico do ambiente
a partir do calor proveniente do piso.
A tubulação não deve ser aprofundada em demasia dentro do rasgo ou
cavidade, para que, na colocação do registro, não venha o eixo do mesmo ficar
com o comprimento insuficiente para a colocação da canopla e do volante.
As tubulações aparentes deverão ser convenientemente fixadas por
braçadeiras, tirantes ou outro dispositivo que lhes garanta perfeita estabilidade
não permitindo vibrações. As tubulações deverão ter suas extremidades
vedadas com peças especiais (bujões) a serem removidos na ligação final dos
aparelhos sanitários. As provas de pressão interna devem ser verificadas e
especificadas nas suas respectivas normas. Elas deverão ser feitas antes do
revestimento da alvenaria.
As alturas de utilização dos pontos de tomada d'água podem ser as seguintes
(medidas considerando o piso acabado):
→lavatórios: 60cm
→mictório: 50cm
→bacia sanitária (com válvula): 28cm
→válvula de descarga: 100cm
→filtro: 180cm
→torneira do tanque: 120cm
→chuveiro: + 220cm

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CUIDADOS NA EXECUÇÃO DAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS


De maneira geral, podem-se listar os seguintes cuidados na execução das
instalações hidrossanitárias:
• Inspecionar os materiais ao chegarem na obra.
• Exigir o fechamento das extremidades dos canos, com plugs e nunca
com papel ou madeira, a fim de evitar a entrada de corpos
estranhos.
• Controlar as colunas quanto ao embutimento nas alvenarias ou
em espaços destinados para tal fim, proibindo-se sua inclusão na
estrutura de concreto armado.
• As passagens necessárias na estrutura de concreto armado devem ser
previstas nos projetos de fôrmas.
• Verificar as juntas de todas as tubulações segundo as especificações.
• Testar as tubulações com pressões adequadas antes do revestimento.
• Verificar o isolamento térmico das tubulações de água quente.
• Fazer revisão e regulagem geral de válvulas de descarga, registros e
boilers, antes da entrega da obra.
• As ligações de bombas de recalque devem ser feitas com mangotes e
suportes de borracha para evitar problemas decorrentes das vibrações.
• Atentar para os devidos caimentos nas instalações de águas pluviais e
esgoto.
• Chumbar todos os ramais de ventilação às suas respectivas
colunas, nunca deixando-os apenas apoiados.
• Nas saídas das ventilações no telhado, usar sempre um chapé
adequado ou duas curvas de 90o a fim de não permitir a entrada de
água de chuva.
Os fundos das valas para tubulações enterradas deverão ser bem
apoiados antes do assentamento. A colocação de tubos de ponta e bolsa será
feito de jusante para montante, com as bolsas voltadas para o ponto mais
alto. As tubulações devem passar a distâncias convenientes de qualquer
fundação a fim de prevenir a ação de eventuais recalques.
O projeto e a execução de reservatórios de água deverão atender aos seguintes
requisitos de ordem sanitária:
1) assegurar perfeita estanqueidade;
2) utilizar materiais que não venham a prejudicar a potabilidade da água;
3) permitir inspeção e reparos, através de aberturas dotadas de bordas
salientes e tampas herméticas. As bordas, no caso de reservatórios
subterrâneos, terão altura mínima de 0,15m;

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4) possuir extravasor, descarregando visivelmente em área livre, dotado


de dispositivo que impeça a penetração no reservatório de elementos que
possam poluir a água;
5) é vedado a passagem de canalização de esgoto sanitário e pluvial pela
cobertura ou interior de reservatórios.
Figura 84 - Altura dos pontos de utilização dos aparelhos e peças

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Figura 85 - Instalação da bacia sanitária com caixa de descarga

Figura 86 - Detalhe da instalação da válvula de descarga

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Até bem pouco tempo atrás, o material mais utilizado em tubulações elétricas
era o ferro galvanizado. O objetivo da galvanização era o de retardar o
aparecimento de ferrugem. Atualmente o eletroduto de PVC rígido (composto

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especial de polivinila) é uma solução que une durabilidade, segurança,


facilidade de transporte e de execução.
ELEMENTOS DA INSTALAÇÃO ELÉTRICA:
TUBULAÇÃO: Chamadas eletrodutos ou conduções servem para
proteger os condutores contra umidade, choques mecânicos e elementos
químicos agressivos.
CAIXA DE PASSAGEM: São as caixas usadas para interruptores,
tomadas ou mesmo para facilitar o manuseio da enfiação. As caixas que
formam pontos de luz no teto são sextavadas com fundo removível para
facilitar sua instalação que é feita antes da concretagem.
FIAÇÃO: Os fios são responsáveis pela condução da energia desde a
fonte até o ponto de utilização. As emendas necessárias devem ser feitas no
interior das caixas de passagem.
CAIXAS DE DISTRIBUIÇÃO: Onde se localizam os disjuntores que
protegem e controlam os diversos circuitos internos.
APARELHOS: Nome dado às tomadas, disjuntores, interruptores, etc.
EXECUÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
A execução das instalações elétricas embutidas, considerando uma obra
convencional, divide-se em quatro etapas:
1a. antes da concretagem
Nesta etapa, o engenheiro construtor deve fiscalizar o local de todas
as caixas de passagem, dos pontos de luz nas fôrmas, assim
como verificar se elas estão protegidas contra a penetração de nata
de cimento que pode obstruir a entrada dos eletrodutos nas caixas.
Em seguida, conferir a locação das descidas na alvenaria e a
passagem nas vigas. Primeiramente, a equipe de carpinteiros
prepara a fôrma da laje, depois os eletricistas colocam a malha de
conduítes com as respectivas caixas para lâmpadas. Os
armadores colocam a ferragem com o cuidado para não amarrar
os conduítes ou mangueiras.
2a. na descida nas alvenarias
Compreende a marcação, rasgo e colocação dos conduítes e caixas.
3a. após o revestimento das paredes, tetos e pisos
Há que se verificar se os eletrodutos estão livres de sujeiras
decorrentes do chapisco ou emboço para começar a enfiação da
tubulação.
4a. após a última pintura
Instalação dos aparelhos (interruptores e tomadas)
De maneira geral, podem-se listar os seguintes cuidados na execução das
instalações elétricas:

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• Proteger os eletrodutos aparentes ou os que ficarem sobre os tetos


de gesso assim como as caixas de luz.
• Nunca deixar que os eletrodutos fiquem aflorados na alvenaria pois,
não ficando integralmente dentro da argamassa do revestimento, é
certo o aparecimento de trincas.
• Especial cuidado deverá merecer a execução das entradas de energia
quanto à seção dos cabos, estanqueidade do manilhamento, feitura das
caixas de passagem, quadros, postes, braçadeiras, etc.
• Examinar a instalação dos aparelhos elétricos particularmente quanto à
existência de ligação terra para chuveiro, torneiras, aquecedores, etc.
• Inspecionar os materiais ao chegarem na obra observando a
qualidade e peso dos conduítes e caixas.
• Acompanhar a execução dos serviços observando se as caixas dos
pontos de luz estão localizadas conforme projeto.
• Exigir vedação das caixas e conduítes a fim de evitar a entrada
de corpos estranhos.
• Nas emendas dos eletrodutos ter o cuidado de eliminar as rebarbas
que possam prejudicar a enfiação.
• As ligações dos eletrodutos às caixas de derivação deverão ser feitas
por meio de arruelas e buchas galvanizadas ou de alumínio,
rosqueadas e fortemente apertadas.
• Antes da concretagem os eletrodutos deverão estar perfeitamente
fixados às fôrmas e devidamente obturados a fim de evitar a
penetração de nata de cimento. Tal precaução deverá também ser
tomada quando da execução de qualquer serviço que possa
ocasionar a obstrução da tubulação.
• A enfiação só será procedida quando a construção estiver protegida
da chuva.
• As caixas embutidas nas paredes deverão facear o revestimento da
alvenaria.
Para que as prumadas desçam pelo interior do edifício deve-se prever vazios
em cada pavimento de preferência no hall comum (shafts).

INSTALAÇÕES DE GÁS:
As instalações de gás se dividem nas seguintes tubulações:
- ramal externo
Trecho da tubulação responsável pela ligação entre a rede geral e o
medidor predial, que vai desde a rede propriamente até o muro do terreno.
- ramal interno

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Trecho da tubulação responsável pela ligação entre a rede geral e o medidor


geral, que vai do muro do terreno até o medidor.
- ramificação primária
Tubulação que liga o medidor coletivo aos medidores individuais.
- ramificação secundária
Tubulação que liga os medidores individuais ao ponto de gás.
As caixas de proteção ou cabine dos medidores individuais poderão ser
colocadas no pavimento térreo em locais de servidão comum, podendo ser
agrupados ou não, ou ainda no interior das respectivas economias.
Nas paredes onde forem embutidas as prumadas e os trechos verticais dos
aparelhos de utilização, não é permitido o uso de tijolos vazados a uma
distância de 20cm para cada lado (usar tijolos maciços).
Para o Rio de Janeiro, nas ruas onde ainda não existir redes de gás, é
obrigatória a construção do ramal interno, para edificações multifamiliares ou
mistas com mais de cinco unidades residenciais, o qual ficará interrompido a
uma distância de 0,50 metros para fora do limite da propriedade,
adequadamente vedada nessa extremidade, obrigando-se, ainda, a caixa de
proteção dos medidores.
Os projetos, as obras e os serviços de instalação de gás no Rio de Janeiro, só
poderão ser executados por instaladores inscritos na CEG - Companhia
Estadual de Gás - onde a CEG já tenha rede de gás, e inscritos nas
respectivas Prefeituras quando executadas nos demais Municípios.
A área total das aberturas para ventilação das caixas de proteção ou cabines,
será de, no mínimo, um décimo (1/10) da área da planta baixa do
compartimento. Vale ressaltar que no interior das caixas de proteção ou
cabines não poderá existir hidrômetro nem qualquer dispositivo capaz de
produzir centelha, chama ou calor. Ademais, não será permitida a colocação de
qualquer outro aparelho, equipamento ou dispositivo elétrico, além do
necessário à iluminação, que deverá ser à prova de explosão.
As instalações só serão aprovadas depois de submetidas pelos instaladores à
prova de estanqueidade mediante emprego do ar comprimido ou gás inerte
com pressão de 1000 mm.c.a. No caso de instalações embutidas, essa prova
deverá ser feita antes da execução do revestimento.
Todo o aquecedor de água deverá utilizar chaminé (fig. 87) destinada a
conduzir os produtos da combustão para o ar livre ou para o prisma de
ventilação.

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Figura 87 - Detalhe da chaminé dos aquecedores individuais a gás.

TRANSPORTE MECANIZADO - ELEVADORES


São instalações de longa vida (25 a 40 anos), devendo ser projetados de
maneira a atender às necessidades crescentes. São elementos da instalação
de elevadores:
CAIXA DE CORRIDA
Deve ser construída de material incombustível, os pilares devem ser
distribuídos nas paredes laterais e dos fundos deixando a parte frontal livre
para a fixação dos marcos e da botoeira de chamada. Não é permitida a
colocação de qualquer outra tubulação no interior das caixas além da
necessária para a própria instalação do elevador, procurando-se evitar
tubulações no interior das paredes da caixa.
CASA DE MÁQUINAS
Contém o motor e os aparelhos de manobra do elevador. Exige-se paredes
incombustíveis, isolamento térmico, pé-direito de 2,10m, extintor de incêndio
junto à porta de acesso, escada incombustível e fixa. Se possível, isolamento
acústico nas paredes.
CASA DE POLIAS
Local destinado às polias superiores, quando as máquinas não estiverem
colocadas na parte superior do conjunto. Deve ter piso incombustível,
iluminação artificial, pé-direito mínimo de 1,30m e espado mínimo de 30cm de
altura sobre as polias de guia.
POÇO
É o local onde se move a cabine e também onde se encontra o contrapeso.
Não deve haver nada que reduza suas medidas e a impermeabilização
deve ser de qualidade. Suas paredes devem ser de material não inflamável ou
refratário.
CABINE
A altura interna mínima deve ser de 2,0m.

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SERVIÇOS QUE DEVEM SER EXECUTADOS PELA CONSTRUTORA:

o construção e acabamento da casa de máquinas, do poço e da caixa do


elevador, atendendo às exigências da NB 30 e as indicações do
fabricante

o execução de pontos de apoio para fixação das guias do carro e do


contrapeso e trabalhos de alvenaria exigidos pelo fabricante

o fornecimento de energia elétrica provisória e suficiente para os trabalhos


de montagem do elevador e posteriormente, ligação de luz e força
definitivas na casa de máquinas

o instalação, na casa de máquinas, de chave trifásica com os fusíveis para


o elevador, de uma tomada de terra ligada à chave de força do elevador,
de um extintor de incêndio próprio para equipamentos elétricos e tantas
tomadas de 600w quantas forem necessárias.

o permitir a instalação da cabine, não fechando algumas paredes, ou


retirando tapumes, preparando caminhos e rampas, etc.
.

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TEMA 7 - Esquadrias

Os caixilhos que estruturam as esquadrias podem ser de madeira, aço, ferro,


alumínio e PVC. Dependendo da ferragem adotada pode-se ter portas de abrir,
correr, tipo vai-vém, basculante para cima (tipo porta de garagem), com eixo
central (tipo roleta de ônibus), várias folhas de abrir com dobras ou mesmo de
correr (sanfona).
Assim como as portas, as janelas podem assumir vários tipos de aberturas em
função das ferragens: abrir, correr, guilhotina, basculante, pivotante. Além
disso, pode-se combinar panos opacos e transparentes para obter diferentes
combinações do vento e iluminação.
Para que se possa especificar o tipo de janela mais adequado de acordo
com cada ambiente, é necessário conhecer as vantagens e desvantagens
que cada modelo pode oferecer.
JANELAS DE CORRER:
Podem executar esse movimento no sentido horizontal ou vertical (tipo
guilhotina) . As janelas de correr horizontais podem ser constituídas de uma
ou mais folhas. Essas têm como vantagens:
• ventilação regulada conforme a abertura das folhas;
• as suas folhas não se movimento sob a ação dos ventos (não se
fecham);
• são de simples operacionalização;
• possibilitam a utilização de folhas de grandes dimensões;
• não se projetam para áreas internas ou externas (possibilitando a
colocação de grades, persianas e cortinas);
• exigem pouca manutenção.
As desvantagens desse tipo de janela são:
• quando abertas, não liberam a totalidade do vão (normalmente 50%
deste);
• apresenta dificuldades de limpeza na parte externa;
• exige vedações nos batentes (a fim de evitar infiltrações indesejáveis de
ar ou água).
As janelas de correr verticais (tipo guilhotina) são constituídas por uma ou
mais folhas e movimentadas no sentido vertical. Apresentam as mesmas
vantagens das janelas de correr horizontais podendo-se acrescentar que
estas permitem a ventilação higiênica (ou de inverno), que se faz quando
da passagem da ventilação somente pela parte superior da janela.
Como desvantagens, pode-se citar as mesmas das janelas de correr
horizontais, além da manutenção mais freqüente pela presença dos cabos e
contrapesos utilizados para o balanceamento e funcionamento. No caso da

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regulagem através de borboletas, acrescenta-se a desvantagem da


impossibilidade de regular adequadamente a quantidade de passagem da
ventilação.
JANELAS DE ABRIR:
Possuem eixo vertical de abertura e são formadas por uma ou mais folhas
(superfícies que podem ser móveis ou fixas), podendo abrir-se para dentro ou
para fora da edificação (fig.88).
Entre as vantagens de uso da das janelas de abrir, pode-se citar:
• abertura completa do vão;
• facilidade de limpeza e manutenção;
• permite a colocação de grades ou telas exteriores, quando se abre
para dentro, e internas quando se abre para fora.
As desvantagens são:
• não é possível regular a ventilação;
• ocupa espaço interno se as folhas abrirem para dentro;
• não podem permanecer abertas quando ocorrem chuvas oblíquas em
relação ao plano da fachada em que se encontram inseridas, se não
houver algum tipo de proteção.

Figura 88 - Janelas de abrir

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JANELAS PIVOTANTES:
Podem ser horizontais ou verticais (fig. 89). As janelas pivotantes horizontais
podem ter uma ou mais folhas (tipo basculante). Este tipo de janela terá um
desempenho do ponto de vista da ventilação, tanto maior quanto maior for seu
ângulo de abertura.

Figura 89 - Janela pivotante horizontal e vertical

De acordo com o sistema de comando e abertura desse tipo de janela, é


possível dirigir o fluxo de ar que entra pela referida abertura. A janela
pivotante é apontada por diversos autores como a de melhor desempenho no
direcionamento dos movimentos do ar, assim como da velocidade de entrada
dos fluxos de ar no interior dos ambientes.
As vantagens são:
• permitir ventilação constante na totalidade do vão, mesmo em dias
chuvosos;
• ocupar pouco espaço ao abrir ou fechar;
• facilidade de limpeza;
• possibilita a entrada do ar frio e saída do ar quente no mesmo vão.
Como desvantagem dessa tipologia de janela aponta-se a impossibilidade
de observar o exterior debruçando-se sobre ela.
As janelas pivotantes verticais podem ser encontradas em uma ou mais folhas
e possuem as mesmas características das pivotantes horizontais. Permitem
a passagem da ventilação em praticamente toda a extensão do vão quando
seus elementos formam 90o com o plano da fachada em que se encontram
inseridas. Esta tipologia de janela possibilita, também, controlar o fluxo de ar
e sua direção, através dos sistemas de comando do referido modelo.

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Apresentam-se como vantagens na utilização da janela pivotante vertical:


• permitir ventilação constante, mesmo nos dias de chuva;
• abertura em qualquer ângulo, o que possibilita o controle da ventilação;
• fácil limpeza;
• ocupa pouco espaço, tanto interna quanto externamente ao movimentar-
se.
A desvantagem é a mesma da pivotante horizontal.
Pode-se ainda incluir na categoria das janelas pivotantes verticais, as janelas
tipo "camarão", que possuem pivô vertical e sanfonam suas folhas umas
sobre as outras, num deslizamento dos seus eixos verticais. A vantagem
desse tipo de janela, consiste em permitir a passagem da ventilação na
totalidade de seu vão, possibilitando regular a ventilação. (fig. 90)
Entre as desvantagens, pode-se citar:
• dificuldade na limpeza;
• quando se abre para o exterior, gera a impossibilidade de colocar
grades;
• quando se abre para o interior, impossibilita a colocação de persianas.

Figura 90- Janela tipo "camarão"

JANELAS MAXIM-AR:
Podem ser incluídas na categoria de janelas pivotantes horizontais, uma vez
que também possuem eixo horizontal. Estas, porém, deslizam verticalmente,
possuem só uma folha e possibilitam a separação dos fluxos de ar quente e
frio (fig 91).

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Figura 91 - Janela tipo maxim-ar

As vantagens da janela maxim-ar são:


• possibilitar ventilação das partes inferiores, mesmo nos dias chuvosos;
• não ocupar espaço interno;
• facilidade de limpeza devido à distância que a separa do vão superior.
Como desvantagens, citam-se:
• liberação parcial do vão para ventilação;
• não permite o uso de grades ou telas externas.
A janela de folha fixa serve tão somente para possibilitar a iluminação e a visão
do exterior (fig.92).
Os tipos citados podem ser combinados de forma adequada no mesmo vão,
para atender aos requisitos técnicos do projeto. As folhas das janelas
podem, ainda, ser: totalmente em madeira; em venezianas de madeira,
alumínio ou PVC; vidro com caixilhos de madeira, alumínio, aço ou PVC ou
outras combinações.
Além disso, as novas exigências do mercado da construção civil vêm
incentivando o aparecimento de novas janelas no mercado. Entre elas
destaca-se a janela acústica. O que se pretende é um tipo de vedação que,
mesmo quando fechada (para impedir a passagem do vão), consiga promover
a ventilação do ambiente. Nesse caso, o que vem ocorrendo é a utilização da
janela projetada para permanecer fechada nos momentos em que há
incômodo do ruído exterior.

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Figura 92 - Janela de folha fixa

Vale lembrar que as janelas comuns terão desempenho acústico tanto melhor,
quanto mais perfeitos forem seus encaixes e melhor seja a sua
estanqueidade ao ar. Assim sendo, janelas comuns de vidro com 3mm,
guarnecidas com bandeiras em venezianas e tratamento acústico terão
desempenho próximo ao das janelas acústicas.

MADEIRA
Para as portas executadas em carpintaria, podemos distinguir os seguintes
elementos constituintes:
- contra-batente (optativo)
marco
- batente caixão ou caixotão
aduela
lisa
- folha almofadada
calha ( mexicana ) outras
- guarnição (alisar)

O contra-batente, e quando não existir esse e for somente o batente, deverá


ser colocado antes do revestimento da parede; irá portanto sofrer o impacto
dos carrinhos de transporte de material, assim como a provável queima
com a argamassa do revestimento. Para sua proteção, utiliza-se uma ou duas

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demãos de óleo de linhaça puro que protegerá não só da queima da cal como
de qualquer empenamento.
Nas obras ou nos depósitos dos fabricantes, os caixilhos de madeira prontos
devem ser estocados na vertical sobre o piso nivelado, em ambientes
protegidos das intempéries, sem fontes de calor próximas, em pilhas isoladas
do solo.
Deve-se evitar guardar os caixilhos junto com outros materiais de construção
que possam prejudicar o acabamento final da madeira, tais como: óleos,
cimento, cal, tinta entre outros.
Os caixilhos de madeira são normalmente chumbados às alvenarias com
grapas ou pregos, ou fixados em contrabatentes anteriormente chumbados,
com parafusos auto-atarrachantes. Para a fixação dos quadros nos vãos,
devem ser tomados cuidados de modo a não envergar qualquer dos lados
pela colocação de cunhas que devem ser postas o mais próximo possível dos
cantos do caixilho.
Em caixilhos de vãos maiores, que não contem com montantes
intermediários, recomenda-se a colocação, já na indústria, de um travamento
no centro do vão que deverá ser retirado somente depois da instalação
completada.
Recentemente, vêm sendo realizadas instalações utilizando outra forma de
fixação dos caixilhos, com a injeção de espuma de poliuretano nos vãos entre
os quadros e as alvenarias. Embora a técnica ainda seja pouco conhecida,
pode se tornar uma opção para as obras mais sofisticadas. De qualquer forma,
as travas só devem ser retiradas depois que a instalação estiver
completa, inclusive com o preenchimento e cura das argamassas nos vãos.

METAL
No trabalho executado em serralharia, os elementos que interessam para a
fabricação de esquadrias são os perfis de chapa dobrada em ferro, alumínio
ou aço (comum e zincado). Esse último vale citar os batentes da Eucatex@
(batentaço envolvente e outros). Os métodos de montagem são o
aparafusamento, a rebitagem e a solda.
A fixação das esquadrias metálicas pode ser feita com grampos de ferro em
cauda de andorinha, ou grapas, chumbados na alvenaria com argamassa
de cimento e areia, posicionadas para acomodar exatamente entre as
fiadas, espaçados cerca de 60cm sendo 2 o número mínimo de grampos em
cada lado. Os grampos são fixados à esquadria propriamente dita por meio de
parafusos.
AÇO
O aço é um material construtivo essencialmente constituído de ferro e
carbono e diminutas quantidades de outros elementos sempre presentes
como manganês, fósforo, silício e enxofre. Outros elementos podem ser
adicionados para obter determinadas características. A adição de cobre, por
exemplo, concede características de maior resistência do composto à

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corrosão. Em esquadrias, o aço utilizado pode ser revestido ainda por uma
camada microscópica de zinco, que também aumenta sua resistência à
corrosão.
As esquadrias com acabamento em primer, normalmente não são
embaladas, nem para a armazenagem, tampouco para o transporte.
Usualmente são empilhadas umas sobre as outras ou colocadas em pallets e
armazenadas nas prateleiras dos depósitos.
No transporte devem ser empilhadas umas sobre as outras com proteção
de cantoneiras de chapas forradas com carpetes entre uma peça e outra nos
quatro cantos do caixilho, para evitar o descascamento do primer pelo atrito
aço x aço.
Os caixilhos de aço com pintura definitiva devem ser entregues embalados
envoltos em lençóis de plástico ou acondicionados em caixas de papelão
antes do armazenamento e transporte.
Essas embalagens protetoras só devem ser retiradas depois do término da
obra, evitando-se danificar a pintura com rebocos, natas de cimento e tintas.
Quando os caixilhos de aço chegam à obra, seja qual for o tipo do
acabamento, deve-se evitar o seu armazenamento em locais onde estejam
tintas, ácidos, "tinners" ou em ambientes úmidos, sujeito à goteiras ou ainda ao
relento, exposto às chuvas e poeira. As principais verificações a serem feitas
na obra dizem respeito às especificações definidas tanto em relação às
medidas, quanto ao tipo, quantidade e eventuais defeitos de fabricação.
Durante a colocação do caixilho, o vão de assentamento deve estar
rigorosamente esquadrejado sendo indicado o uso de gabaritos de aço. Os
apoios e cunhas devem ser colocados nas duas extremidades superiores e
inferiores das guias - nunca no meio delas. No assentamento, deve-se evitar
socar a argamassa em demasia, o que poderia provocar o arqueamento no
centro do vão e o consequente emperramento das folhas móveis. A fixação dos
caixilhos de aço é normalmente feita através do uso de buchas e parafusos.
ALUMÍNIO
O processo de produção inicia-se com a extração da bauxita - com
aparência semelhante ao barro. Após um processamento que inclui carvão,
óleo, solda e cal, tem-se a alumina que, após o processo de eletrólise, reduz-
se ao alumínio. Após um processo de desgaseificação, o metal líquido segue
para os diferentes processos que darão formato final aos tarugos, lingotes e
vergalhões.
O acabamento pode ser anodizado ou com pintura eletrostática. O objetivo
da anodização é melhorar a estática das peças tratadas e protegê-las da
corrosão ou de qualquer outro ataque exterior.
A pintura eletrostática é o processo mais conhecido e largamente utilizado na
decoração e proteção do alumínio. A aplicação da tinta eletrostática, líquida ou
em pó, é feita automaticamente em cabines especialmente projetadas, através
de equipamentos especiais. Ambas as pinturas apresentam tipos de tintas com
características específicas para cada finalidade de utilização, com várias cores.

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Os caixilhos devem ser protegidos com papel crepom e armazenados em lugar


seco e ventilado até o momento do seu envio para a obra. Seu
armazenamento pode ser na posição vertical, limitando-se à altura de 1,50m,
intercalado por calços e na posição horizontal, devendo-se fixar as duas
extremidades do lote. O empilhamento horizontal ou vertical deve ser isolado
do chão através de calços.
A instalação das esquadrias de alumínio obedece às seguintes etapas de
colocação:
- colocação de contramarcos: Deve-se deixar o vão bruto com 5cm a
mais em cada lado. O contramarco já com seus acessórios será
chumbado respeitando-se os pontos de acabamento previamente
determinados.
- colocação das esquadrias: Após a limpeza dos contramarcos, os
caixilhos são fixados através de parafusos de aço tratado e vedante de
calafetação.
- arremates: Correspondem aos acabamentos entre caixilho e
alvenaria na parte interna. São normalmente fixados por encaixe e
pressão.

PVC
O Policloreto de Vinila ou PVC é um polímero orgânico, conseguido a partir da
agregação do Monômero Cloreto de Vinila. A obtenção de perfis para
esquadrias é feita através do processo de extrusão. Aditivos diversos,
pigmentos, acrilatos e outros produtos, tornam o PVC um material que pode
ser modificado de acordo com a caraterística desejada quanto à resistência
à impactos, temperatura, estabilidade de cor e outros parâmetros que garantes
a durabilidade dos componentes.
Os caixilhos de PVC são normalmente entregues embalados. Alguns
fabricantes preferem envolvê-los por caixas de compensados ou filmes
plásticos. Como o produto não sofre a agressão de outros materiais de
construção, os cuidados em relação à embalagem são apenas para evitar
riscos que danifiquem a superfície.
Nas obras, a recepção dos produtos deve atentar exatamente para esse
detalhe, de modo a garantir a integridade superficial, transportando as
esquadrias e empilhando-as com cuidado. Deve-se estocar na horizontal em
local plano e seco, admitindo-se o empilhamento máximo de 15 unidades,
sem vidros.
A posição ideal de empilhamento prevê, em cada caixilho empilhado, um
deslocamento de 45o em relação ao colocado abaixo.
O único alerta que os fabricantes fazem em relação ao calor do sol se refere à
cobertura dos produtos por lonas plásticas pretas. Estas podem concentrar
calor, aquecendo os perfis a temperaturas superiores às permitidas,
provocando deformações irreversíveis nos caixilhos. Por isso, eles devem
ser abrigados à sombra, em locais ventilados e secos.

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Dentro da obra, os caixilhos devem ser movimentados com cuidado, evitando-


se batidas, riscos ou qualquer outro acidente provocado pelo fluxo normal da
obra.
Os caixilhos de PVC, de maneira geral, permitem três formas de instalação:
chumbamento direto à alvenaria com grapas; fixação em parafusos em vãos
acabados; instalação com contramarcos (geralmente de alumínio).
O chumbamento com grapas obedece às seguintes etapas:
• Posicionar as peças no vão de alvenaria com auxílio de caixões e
cunhas para nivelamento e prumo.
• Executar o acabamento externo, utilizando-se do perfil guia para
argamassa como referência de nível do acabamento externo no vão.
• Executar o acabamento interno.
• Evitar a abrasão dos perfis e procurar não sujar demais a janela com
argamassa. O material não mancha com cimento e cal, mas o excesso
de resíduos pode entupir as drenagens e prejudicar o
funcionamento dos acessórios.
• Usar silicone na impermeabilização dos cantos do contramarco e
garantir a estanqueidade entre o marco e o contramarco utilizando-se
vedação apropriada.
A fixação com parafusos, segue o roteiro abaixo:
• Verificar a regularidade do vão acabado
• As folgas laterais não devem exceder 3mm.
• Com o auxílio de calços, posicionar o caixilho no vão.
• Executar o aparafusamento em número adequado ao tamanho da
janela, seguindo os mesmos critérios adotados na fixação por grapas.
Os parafusos não devem entrar em contato com a água e é necessário
prever a colocação normal de buchas para acolher os parafusos. Os
mesmos deverão atravessar o perfil, colocando-se uma tampa na
furação externa para evitar infiltrações.
• Após a instalação, fazer um cordão de silicone em todo o perímetro
(interno e externo) do contato janela/alvenaria.
Cuidados na instalação com contramarcos:
• Colocação dos contramarcos no vão da alvenaria conforme técnica
usual (indicada pelos fabricantes).
• Distribuição das folgas que não devem exceder a 2/3mm. O número de
grapas recomendado deve seguir a mesma orientação das outras
técnicas de fixação anteriormente descritas.
• Vedar a junta perimétrica com silicone e colocar os arremates.

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VIDROS
O vidro é uma substância inorgânica obtida por fusão, que se encontra em uma
condição contínua e análoga ao estado líquido desta substância mas que,
devido a uma variação reversível da viscosidade durante o esfriamento, possui
consistência tão elevada que pode ser considerado rígido para todos os fins
práticos.
O vidro não apresenta cristais, fibras ou grãos, permanecendo em estado
líquido porém com uma alta viscosidade (aderência) que o torna sólido para
efeito de cálculos.
Para fabricar o vidro é preciso fundir três elementos básicos:
• um vitrificante, a sílica, introduzida sobre a forma de areia;
• um fundente, soda ou potassa, em forma de sulfato ou carbonato
(em baixa temperatura na fusão da sílica);
• um estabilizante, cal em forma de carbonato (atribui ao vidro uma
resistência maior aos ataques da água).
Quando o vidro é submetido à flexão, uma de suas faces sofre tração e outra,
compressão. A resistência à tração é da ordem de 400kgf/cm2 para o vidro
polido recozido, e 1200 a 2000kgf/cm2 para o vidro temperado. A resistência à
compressão é muito elevada, da ordem de 10000kgf/cm2.
TIPOS E RESTRIÇÕES DE USO
Os vidros podem ser classificados de acordo com o quadro:

recozido
segurança temperado
TIPO segurança laminado
segurança aramado
termo absorvente
compostos
plano
curvo
FORMA
perfilado
ondulado

transparente
TRANSPARÊNCIA translúcido
VIDROS opaco liso
polido
impresso
ACABAMENTO DA fosco
SUPERFÍCIE espelhado
incolor gravado
COLORAÇÃO colorido esmaltado
termo-refletor
caixilhos
COLOCAÇÃO autoportante
misto

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VIDRO RECOZIDO:
É o tipo mais simples de vidro, obtido pelo processo de estiragem mecânica.
Pelas suas características, esse tipo de vidro pode ser recortado ou lapidado
após a fabricação.
A utilização do vidro recozido, assim como os outros tipos de vidro, obedece
aos critérios constantes na norma NBR-7199 (ou NB-226), onde destacam-se
as seguintes recomendações:
• pode ser utilizado em fachadas do pavimento térreo à altura de 0,10m
acima do piso;
• nos andares acima do térreo, somente pode ser utilizado em cota
superior a 1,10m da cota do piso do respectivo pavimento;
• em clarabóias, balaustradas, parapeito e sacadas, o vidro recozido só
pode ser usado se colocados os devidos dispositivos de segurança.

VIDRO DE SEGURANÇA TEMPERADO:


O tratamento térmico da têmpera é um processo de aquecimento gradativo que
atinge os 700oC, seguido de brusco resfriamento. Isso provoca no vidro
tensões internas de tração e compressão que resultam em um aumento
significativo na sua resistência. Devido a essa característica, o vidro temperado
não aceita recortes após a sua fabricação. Chama-se "vidro de segurança"
porque ao se partir, fragmenta-se em pedaços pouco cortantes.
Basicamente o vidro temperado é utilizado nos locais onde é possível a
utilização do vidro recozido, além daqueles onde exige-se a utilização de
vidros de segurança, como:
• separações de terraços pois em caso de pânico, a sua quebra não cria
barreira física;
• portas internas e externas;
• vitrines;
• entrada de edifícios;
• mobiliário (tampo de mesas, portas de armários, etc.)

VIDRO DE SEGURANÇA LAMINADO:


É composto por dois ou mais vidros simples (recozidos ou temperados)
colados pela intercalação de filme de butiral polivinil, material plástico,
escolhido em razão das suas qualidades marcantes de resistência, aderência
ao vidro e elasticidade.
A aderência butiral-vidro dá-se pelo tratamento térmico sob pressão para
produzir uma placa de vidro transparente e de cor permanente. Em caso de
quebra, o butiral constitui um anteparo no qual os fragmentos continuam
colados, assegurando uma proteção até a substituição da peça.

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Os campos de utilização do vidro laminado são:


1) ANTIACIDENTES, permanecendo no local em caso de quebra,
retendo as partículas fragmentadas.
- vigias;
- átrios de imóveis;
- vitrines de lojas;
- forros falsos;
- grandes envidraçamentos;
- guarda-corpos, envidraçamento rente ao chão,
parapeitos, caixilhos de solo a teto e paredes externas.
2) ANTIVANDALISMO, frustrando ataques rápidos ao retardar a
passagem de pessoas ou objetos no caso de tentativas de roubo.
3) ANTIROUBO, resistindo a arrombamentos, dependendo do tipo de
butiral utilizado. A escolha pode recair em um vidro com três ou mais lâminas,
segundo o valor dos objetos a proteger, tais como:
- vitrines de lojas de alto luxo;
- relojoarias, joalherias, ourivessarias;
- casa de armas;
- lojas de peles;
- loja de antiguidades.
4) ANTIBALA, protegendo pessoas de agressões a mão armada. As
camadas múltiplas de vidro e butiral polivinil absorvem o impacto do projétil,
permitindo a visão total do exterior. Esse tipo de vidro é recomendado para:
- caminhões e carros-forte blindados;
- guichês de bancos;
- postos de gasolina;
- cadeias;
- casas de câmbio;
- lojas de bebidas;
- cabines de pedágio;
- qualquer local onde armas de fogo ou objetos atirados
possam atingir o material do envidradamento.
5) PROTEÇÃO CONTRA PERIGO DE EXPLOSÃO, quando se
deseja em caso de explosão, que os fragmentos não sejam projetados.
Para a correta especificação do vidro laminado, recomenda-se que os
fornecedores sejam consultados, e apresentem os resultados dos ensaios que
comprovem a resistência das chapas ao objetivo desejado.

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VIDRO DE SEGURANÇA ARAMADO:


É um vidro impresso translúcido incolor ou colorido, no qual é incorporada
uma tela metálica de malha quadrada com 12,5 ou 25mm de lado. Esta tela
metálica tem como função segurar os estilhaços de vidro no eventual
rompimento da chapa.
Pelo fato de ser um vidro translúcido, a transmissão de luz se dá de maneira
difusa, portanto, este tipo de vidro não possui a transparência necessária às
vitrines, por exemplo.
Este tipo de vidro é utilizado em:
- caixas de escada;
- cobertura de pergulados;
- fechamento de clarabóias;
- sacadas/peitoris;
- coberturas;
- lanternins.

VIDRO TERMOABSORVENTE:
Estes tipos de vidro, devido a sua coloração mais escura, absorve maior parte
da energia solar incidente se comparado a um vidro comum. Entretanto,
apresenta a desvantagem de reduzir o nível de iluminamento interno.

VIDRO TERMOREFLETOR:
É fabricado tendo somente como suporte o cristal incolor recozido e de perfeita
planimetria. Uma de suas faces recebe uma camada de óxidos metálicos que
garante um índice de reflexão superior aos vidros comuns.
O vidro antélio é um cristal refletivo. Sua camada refletiva faz com que a
visão do lado mais iluminado em direção ao menos iluminado seja diretamente
proporcional à quantidade de luz incidente. Assim, durante o dia, a visão é
maior da parte interna para a externa e à noite a situação se inverte.
O antélio pode ser cortado, lapidado, temperado, esmaltado, incorporado ao
vidro laminado ou em envidraçamentos isolantes.
A especificação do antélio, seja para responder às necessidades de
proteção solar ou efeito estático, deve ser precedida de um exame cuidadoso
dos coeficientes técnicos inerentes ao produto, em relação aos fatores
ambientais e de projeto.
VIDRO COMPOSTO:
Neste grupo, destaca-se o vidro termo-acústico que é um duplo vidro isolante,
composto de duas chapas de vidro separadas por uma camada de ar
desidratado, constituindo-se em um conjunto hermeticamente selado sem risco

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de embaçamento interno, tendo elevadas propriedades de isolamento térmico


e acústico.
É fabricado com dois vidros (comuns, laminados e/ou temperados, coloridos ou
incolores) de espessura indêntica ou não, ou ainda com um vidro termorefletor
do lado externo, sendo o segundo vidro, incolor. Sua espessura total é obtida
pela soma das espessuras dos dois vidros componentes, acrescida da
espessura da camada de ar de 9mm, constante.

INSTALAÇÃO E CUIDADOS NA OBRA


As chapas de vidro devem ser armazenadas, empilhadas, apoiadas em
material que não lhes danifique os bordos com uma inclinação em torno de
6% em relação à vertical. O armazenamento deve ser feito em local adequado,
ao abrigo de umidade e de contatos que possam danificar ou deteriorar suas
superfícies. As condições do local devem ser tais que evitem condensação de
umidade nas superfícies das chapas.
Nos caixilhos de aço, a fixação dos vidros é feita por massa, nos casos de
janelas dotadas de quadros de vidro com divisão; e por meio de baguetes
quando não apresentam divisões. Há ainda a possibilidade de fixar os vidros
através de guarnições de neoprene.
Nos caixilhos de alumínio, os vidros podem ser instalados com ou sem
baguetes, utilizando-se gaxetas de borracha, massa de vidro ou silicone.
Para obter uma instalação satisfatória, utilizam-se calços apropriados entre o
quadro e a lâmina de vidro, com dureza e formas variadas. Desta maneira,
evita-se o contato direto entre o alumínio e o vidro, evitando quebras e
transmissão de vibrações às lâminas. Mesmo no sentido transversal, o vidro
deve ser posicionado de maneira que não haja contato com as superfícies
metálicas.
Nas situações em que a calafetação do vidro é efetuada por meio de
guarnições, estas devem manter o vidro no centro do canal, isolando-o do
alumínio. Quando a calafetação é realizada por mástiques ou massa, torna-se
necessário o uso de calços de modo a posicionar corretamente o vidro e
evitar tensões locais no próprio calafetador, o que provocaria trincas e a
consequente infiltração da água.
O perigo das infiltrações de água é menor quando as guarnições,
especialmente a externa, possuem boa elasticidade e um desenho adequado
para se manter sempre com uma pressão contra o vidro, mesmo sob a ação
do vento.
Em caixilhos de madeira, os vidros podem ser fixados com massa ou
baguetes. Mesmo utilizando baguetes, os fabricantes recomendam a
colocação de massa entre estes e o vidro para evitar tensões desnecessárias.
Nos caixilhos de PVC, recomenda-se a utilização de vidros com 4mm de
espessura, instalados com duas gaxetas. Existe, também, a possibilidade de se
trabalhar com vidros de 6mm. A colocação e remoção são feitas através de
baguetes removíveis.

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FERRAGENS
Pode-se afirmar que a maioria dos defeitos encontrados no funcionamento de
caixilhos se deve à escolha inadequada dos acessórios. Estes podem ser
compostos por materiais como o alumínio extrudado, alumínio fundido, latão,
aço inox, zamak, chumbaloy, náilon, poliacetal e aço 1020.
O aço inox é utilizado como lingüetas de fechos, contrafechos, parafusos,
arruelas, sempre que se exigir resistência maior aos agentes agressivos. No
caso de se utilizar materiais zincados, brancos ou pretos, os fabricantes os
submetem a ensaios de durabilidade de modo a comprovar seus níveis de
resistência.
O náilon é utilizado em peças que entram em atrito com o alumínio e o aço,
como as roldanas, bicos de fechos, freios de braços e detalhes estéticos.

Figura 93 - Detalhe da roseta

Entre as diferentes modalidades de acessório, pode-se citar: fecho de


acionamento interno, tipo concha (janelas de correr); fechos de acionamento
externo, por rotação; fechos para duas folhas; roldanas para deslizamento;
fechos-haste (maxim-ar); fechos de alavanca (maxim-ar); braços de reversão
(maxim-ar); fecho cremona (janelas de abrir, tipo camarão e pivotantes); fecho
tipo unha (janelas de abrir, tipo camarão e pivotantes); dobradiças e pivôs.
As dobradiças podem ser: simples (com rodízio, sem rodízio e corta-fogo),
palmela (para projetar a folha da janela longe da alvenaria), invisível (muito
utilizada em portas de armários de bancada), vai-vém, com chumbadores e
tipo piano.
Sobre as fechaduras, vale destacar a especificação de fechaduras de cilindo
fig.95) para portas de segurança (entrada, saída, etc), a tipo gorges para as
portas internas à edificação (quartos, cozinhas) e as tranquetas para os
banheiros residenciais. As tarjetas são utilizadas nas portas divisórias de
cabines sanitárias em banheiros públicos, podendo ter a inscrição livre-
ocupado ou não.
De maneira geral, as fechaduras podem ser classificadas como de embutir
(cilindro, tipo gorges, tranqueta, de correr) ou de sobrepor (portões).

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Figura 94 - Fechaduras de cilindro

As maçanetas de bola não devem ser usadas nas


fechaduras que tenham distância de broca "A"
inferior a 50mm para evitar que o portal atinja a mão,
ferindo-a, como mostra a figura acima.

Figura 95 - Quando a maçaneta de bola não deve ser usada

Figura 96 - Nomenclatura e medidas

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MÉTODO DE EXECUÇÃO - INSTALAÇÃO DE CONTRAMARCOS DE


ALUMÍNIO

RESUMO DOS ITENS DE INSPEÇÃO:


Condições para o início da execução dos serviços
• Verificar se a alvenaria está concluída e fixada com folga de 5 cm junto à
contraverga e de 3 cm junto às demais faces dos vãos, para a colocação
dos contramarcos;
• Averiguar se os fios de prumo da fachada estão posicionados;
• Conferir se as taliscas dos revestimentos das paredes estão posicionadas,
indi1cando a espessura dos revestimentos em cada cômodo;
• Observar se os pontos de nível, em relação ao piso acabado, estão
indicados junto aos vãos de janelas.

FIGURA 97 - Posicionamento provisório do contramarco no vão, com detalhe


da colocação de cunhas de madeira e da fixação provisória com arame
recozido

Chumbamento dos contramarcos


• Verificar o nível da travessa inferior em relação à referência indicada na
alvenaria junto ao vão, através de nível alemão ou nível a laser, com
tolerância de ± 3 mm;
• Conferir o nivelamento das travessas com um nível de bolha - a bolha deve
encontrar-se entre linhas;
• Checar o prumo dos montantes, com uma régua de alumínio com nível de
bolha acoplado, lembrando que a bolha deve situar-se entre linhas;
• Observar o esquadro do conjunto usando um esquadro de alumínio;
• Avaliar a retidão dos perfis por meio de uma régua de alumínio que deve
ficar colada aos montantes e às travessas;
• Averiguar o número de grapas posicionadas no contramarco, conforme o
gráfico da Figura 4 do PES 12, atentando para as condições de soldagem e
chumbamento das grapas.

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Alinhamento dos contramarcos


• Verificar o alinhamento dos contramarcos em relação às taliscas dos
revestimentos internos, considerando a folga necessária para a aplicação
do revestimento final. Conferir com régua de alumínio e trena metálica,
admitindo uma tolerância de ± 3 mm;

FIGURA 98 - Verificação do alinhamento interno do contramarco

• Checar o alinhamento lateral dos contramarcos em relação ao fio de prumo


da fachada, utilizando esquadro e trena metálica e admitindo uma tolerância
de ± 3 mm.

Acabamento dos contramarcos


• Analisar o contramarco chumbado, verificando se todos os espaços entre os
perfis e o substrato foram preenchidos com argamassa e se não foram
deixadas rebarbas.

FIGURA 99 - Verificação do prumo FIGURA 100 - Fixação definitiva do


contramarco por meio de solda

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FIGURA 101 - Chumbamento do contramarco

Instalação de caixilhos
• Verificar o seu funcionamento normal, defeitos de superfície dos perfis
anodizados provenientes da instalação e aspecto geral de limpeza e
acabamento.

Aplicação de selantes
• Verificar o preparo da base e a proteção da lateral das juntas com fita
crepe;
• Observar o uso adequado de limitadores de espessura e o total
preenchimento da junta com mastique;
• Assegurar o acabamento final que deve ser limpo e frisado quando assim
especificado em projeto

MÉTODO DE EXECUÇÃO – FIXAÇÃO DE BATENTES E PORTAS

RESUMO DOS ITENS DE INSPEÇÃO:

Condições para início da execução dos serviços


• Verificar se as paredes estão com alvenaria concluída (com prumo e
esquadro conferidos) e com as taliscas para o revestimento posicionadas;

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Apostila para a disciplina: Processos Construtivos III
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• Os vãos devem estar prontos para o recebimento dos batentes, isto é, com
faces planas e aprumadas e folga de 10 mm a 15 mm de cada lado;
• Checar se o contrapiso está pronto ou se as taliscas estão posicionadas;
• Observar o posicionamento dos blocos preenchidos com argamassa no
caso de fixação com parafusos, e o chapiscamento caso a fixação ocorra
com espuma de poliuretano.

Preparação dos batentes


• Verificar as dimensões das peças, isto é, o vão interno (altura e largura) e o
comprimento das ombreiras e da travessa, admitindo desvio máximo de 3
mm;
• Averiguar o esquadro do batente, o alinhamento das ombreiras (não devem
estar empenadas) e a correta fixação dos travamentos;
• No caso de batentes que serão fixados por parafusos, medir a altura dos
furos dos batentes e comparar com a posição dos blocos de alvenaria
preenchidos com argamassa, observando ainda a profundidade do furo
deixado para a cavilha.

FIGURA 102 - Batente montado e travado

FIGURA 103 - Batente furado nas alturas pré-determinadas, pronto


para ser instalado

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Colocação dos batentes (posicionamento)


• Verificar nível, prumo e alinhamento do batente com a parede, bem como a
planeza da alvenaria no vão;
• Checar a presença de folgas muito superiores a 15 mm de cada lado. Elas
devem ser minoradas com a aplicação de argamassa 1:3 em volume,
principalmente no caso de assentamento com espuma de poliuretano.

FIGURA 104 - Batente fixado provisoriamente na alvenaria por meio de


cunhas

Fixação dos batentes


• Por parafusos: verificar se os parafusos realmente atingiram os blocos
preenchidos com argamassa e se não estão frouxos. Em caso de
acabamento encerado, observar também se as cavilhas não ficaram
“enterradas”.

FIGURA 105 - Detalhe da FIGURA 106 - Fixação do batente por


colocação da cavilha meio de espuma de poliuretano

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• Com espuma de poliuretano: verificar, imediatamente antes da fixação, a


perfeita limpeza da área onde será aplicada a espuma (livre de poeira ou
gordura e ligeiramente umedecida). Depois, averiguar a abrangência da
camada de espuma (aproximadamente 25 cm) e a remoção dos excessos.

FIGURA 107 - Colocação do “conjunto porta pronta”

Proteção dos batentes


• Verificar se não foi retirado o sarrafo de travamento situado junto aos pés
das ombreiras;
• Checar o correto posicionamento da proteção lateral em madeira
compensada, de largura exatamente igual à da face da ombreira.

Portas, guarnições e ferragens


• Verificar se as portas não balançam quando fechadas, se ficam abertas em
qualquer posição (não fecham, nem abrem sozinhas), se estão bem
alinhadas em relação ao batente e se não estão lascadas ou com rebarbas
provenientes da serra;
• Observar se as fechaduras não estão com defeito de colocação (a porta
deve ser trancada com facilidade);
• Conferir se as guarnições estão com a requadração perfeita;
• Averiguar se não há marcas de martelo próximas aos pregos, que não
devem estar salientes.

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TEMA 8 – Responsabilidades das empresas de construção

• Empresa - organismo social

• Empreendimento - conjunto de atividades e operações (a idéia se realiza)


⇒ Funções de estruturação do empreendimento:
♦ planejamento
♦ execução
♦ controle
♦ Planejamento - Tomada de decisão antecipada que implica em
um sistema de decisões e ocorre dentro de um contexto dinâmico.
Sistemática dos procedimentos na etapa do planejamento:
◊ levantamento das mecessidades (o quê)
◊ hierarquização das necessidades (em que ordem)
◊ equacionamento da interdependência entre os diversos
fatores e metas (objetivos)
◊ estabelecimento das alternativas possíveis (como)
◊ determinação da melhor alternativa considerando o
momento da tomada de decisão
◊ controle dos resultados
◊ reformulação
♦ No planejamento do empreendimento em construção civil, o
instrumento que possibilita a efetivação do mesmo é o PROJETO.
♦ Os principais objetivos do planejamento são:
◊ dar forma aos elementos previstos
◊ bem distribuir os recursos
◊ preparar diretrizes e procedimentos
◊ impedir a improvisação
◊ proporcionar uma visão global
♦ Execução - Fase que torna realidade o empreendimento.
♦ Controle - Estabelece o mecanismo de feedback do sistema.
Divide-se em controle técnico, administrativo e econômico.

◊ Controle técnico:
∗ de materiais: envolve os ensaios tecnológicos e a
obediência à especificação.
∗ de procedimentos: envolve o controle durante a
concretagem, na colocação fos revestimentos ou na
impermeabilização (teste dágua) bem como todos os
demais procedimentos de execução;
∗ o teste dos equipamentos.

◊ Controle administrativo: realiza-se através da aplicação de


diferentes formulários de obra.

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◊ Controle financeiro: na fase de planejamento da construção


o Plano de Operação prevê algumas formas de controle
financeiro. Entre elas pode-se citar:
∗ controle do orçamento (quanto vai custar tudo)
∗ controle do programa de recursos (de quanto a firma
dispõe)
∗ controle do programa de prazos (quando a firma
receberá mais recursos)
∗ controle do programa de desembolso (quanto e quando
a firma tem que efetuar pagamentos)

EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Coordenação geral

Marketing/ Processos Departamento Compras/


orçamento projeto obras Assistência
comercial administrativos de pessoal
técnica
EIM PES
Procedimento PIS
Procedimento Procedimento Procedimento Operacional FVS Procedimento
Operacional Operacional Operacional Procedimento Operacional
Operacional
formulários Procedimento formulários
jornal Operacional
formulários formulários
Check-list
Normas de entrega
Mala direta
Normas de contrato formulários de obra
de contrato
Concursos Termos de
Seleção e
internos Seleção e recebimento
Seleção e qualificação de
qualificação de e vistoria
qualificação de projetistas
fornecedores e
fornecedores
prestadores de
serviços Manual do
Usuário

Funcionamento de uma empresa que implantou um Programa da Qualidade


com base nas normas da série ISO 9000

Coordenação administrativa

Início de Obra
• Devem ser executados os seguintes procedimentos:
1. cadastramento do
2. Abrir o caixa pequena da obra.
3. Providenciar a aprovação da obra no município e demais concessionárias.
4. Providenciar a matricula do INSS, se necessário
5. Deve ser solicitado ao responsável pelo canteiro o planejamento de obra
para projeção de receitas e despesas
6. Abrir as seguintes pastas, sempre nesta sequência:
6.1 - Documentos Administrativos
6.2 - Documentos Técnicos
6.3 - Protocolos
6.4 - Propostas Recusadas
6.5 - Atas de Reunião

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6.6 - Relatório Financeiros


6.7 - Planejamento Físico-Financeiro
PS - As pastas devem ficar arquivadas por obra

• As Notas Fiscais devem ser arquivadas


• As etiquetas além de identificarem o conteúdo deverão indicar a data de
destruição dos documentos ou o seu destino após o término da obra.
• Deve ser elaborado um Calendário de Renovação de Licença de obra.
• Todos os setores devem ser informados do início da obra.

Protocolos
• Qualquer documento enviado a Clientes e Fornecedores deve ser
protocolado
• Os protocolos para envio aos clientes devem ser emitidos em 2 (duas) vias.
A primeira via deve permanecer com o cliente e a segunda deve ser
assinada pelo cliente, carimbada e arquivada na pasta "Protocolo"
• Os protocolos devem ser elaborados com base nos documentos emitidos e
conferidos individualmente.

Notas Fiscais
• Quando a obra for por administração cópias das notas fiscais devem ser
arquivadas na caixa de NF da respectiva obra.
• Nas obras por empreitada as cópias das notas fiscais devem ser enviadas
para a contabilidade depois de lançadas no Contas a Pagar
• As notas fiscais originais somente devem ser enviadas para a contabilidade
para emissão de cheques

Relatórios

OBRAS POR ADMINISTRAÇÃO


• devem ter Relatórios de Cobrança da Obra elaborados de acordo com
contrato.
• Os Relatórios de Cobrança devem ser revisados e conferidos com o Eng.
Supervisor da obra antes de serem enviados para o Dep. de Contabilidade
executar a cobrança

OBRAS POR EMPREITADA


• No caso de obras por empreitada global ou projeto, o controle administrativo
é feito mensalmente com a posição do saldo contratual
• Ainda no caso de obras por empreitada global ou projeto, mensalmente deve
ser feito um relatório com todos os recebimentos, pagamentos e impostos
pagos.

Ao final de qualquer obra deve ser emitido Relatório de Recebimentos /


Pagamentos e Avaliação

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SEGURANÇA DO TRABALHO

• NR 18: Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção -


Esta norma estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento
e organização, que objetivam a implementação de medidasde controle e
sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio
ambiente de trabalho na Indústria da Construção. Entre os itens que
constam desta norma, destacam-se:
1.1. Comunicação prévia

1.2. Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na


Indústria da Construção PCMAT
1.2.1. São obrigatórios a elaboração e o cumprimento do PCMAT
nos estabelecimentos com 20 trabalhadores ou mais,
contemplando os aspectos desta NR e outros dispositivos
complementares de segurança..
1.2.1.1.O PCMAT deve contemplar as exigências contidas
na NR9 - Programa de Prevenção e Riscos
Ambientais
1.2.1.2.O PCMAT deve ser mantido no estabelecimento à
disposição do órgão regional do Ministério do
Trabalho - Mtb
1.2.2. O PCMAT deve ser elaborado e executado por profissional
legalmente habilitado na área de segurança do trabalho
1.2.3. A implementação do PCMAT nos estabelecimentos é de
responsabilidade do empregador ou condomínio
1.2.4. Documentos que integram o PCMAT:
1.2.4.1.memorial sobre condições e meio-ambiente de
trabalho nas atividades e operações, levando-se em
consideração riscos de acidentes e de doenças do
trabalho e suas respectivas medidas preventivas;
1.2.4.2.projeto de execução das proteções coletivas em
conformidade com as etapas de execução da obra
1.2.4.3.especificação técnica das proteções coletivas e
individuais a serem utilizadas
1.2.4.4.cronograma de implantação das medidas
preventivas definidas no PCMAT
1.2.4.5.layout inicial do canteiro de obras, contemplando,
inclusive, previsão de dimensionamento das áreas
de vivência
1.2.4.6.programa educativo contemplando a temática de
prevenção de acidentes e doenças no trabalho, com
sua carga horária

1.3. ÁREAS DE VIVÊNCIA


1.3.1. Os canteiros de obras devem dispor de:
♦ instalações sanitárias - deve ser constituída de lavatório, vaso
sanitário e mictório na proporção de 1 conjunto para cada grupo

- 98 -
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de 20 trabalhadores ou fração, bem como de chuveiro na


proporção de 1 para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração. A
norma apresenta recomendações diversas quanto à higiene e
manutenção desses espaços, tais como:
◊ serem mantidas em perfeito estado de conservação e
higiene
◊ terem portas de acesso que impeçam o devassamento e
serem construídas de modo a manter o resguardo
conveniente
◊ terem paredes de material resistente e lavável, podendo ser
de madeira
◊ terem pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento
antiderrapante
◊ não se ligarem diretamente com os locais destinados às
refeições
◊ serem independentes para homens e mulheres quando
houver necessidade
◊ terem ventilação e iluminação adequadas
◊ terem as instalações elétricas devidamente protegidas
◊ terem pé-direito mínimo de 2,50m ou respeitando o Código
de Obras do Município
◊ estarem situadas em locais de fácil e seguro acesso, não
sendo permitido um deslocamento superior a 150m do posto
de trabalho aos gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios.
♦ vestiários: A norma apresenta recomendações diversas quanto à
higiene e manutenção desses espaços, tais como:
◊ ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente
◊ ter pisos de concreto, cimentado, madeira ou material
equivalente
◊ ter cobertura que proteja contra as intempéries
◊ ter área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso
◊ ter iluminação natural ou artificial
◊ ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo
com cadeado
◊ ter pé-direito mínimo de 2,5m, ou respeitando o que
determina o Código de Obras
◊ ser mantido em perfeito estado de conservação, higiene e
limpeza
◊ ter bancos em número suficiente para atender aos usuários,
com largura mínima de 30cm.
♦ alojamento: entre as determinações da norma, destacam-se a
proibição do triliche e a exigência de armários e do fornecimento
de roupas de cama. A norma apresenta recomendações diversas
quanto à higiene e manutenção desses espaços, tais como:
◊ ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente
◊ ter pisos de concreto, cimentado, madeira ou material
equivalente

- 99 -
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ter cobertura que proteja contra as intempéries

ter área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso

ter iluminação natural ou artificial

ter área mínima de 3,0m2 por módulo cama/armário,
incluindo a área de circulação
◊ ter pé-direito de 2,5m para cama simples e 3,0m para cama
dupla
◊ não estar situado em porões ou subsolos
◊ ter instalações elétricas devidamente protegidas
♦ local de refeições: Independentemente do número de
trabalhadores e da existência ou não de cozinha, em todo o
canteiro de obra deve haver local exclusivo para o aquecimento
de refeições, dotado de equipamento adequado e seguro para o
aquecimento. A norma apresenta recomendações diversas quanto
à higiene e manutenção desses espaços, tais como:
◊ ter paredes que permitam o isolamento durante as refeições
◊ ter pisos de concreto, cimentado, madeira ou material
equivalente
◊ ter cobertura que proteja contra as intempéries
◊ ter capacidade para atender a todos os trabalhadores nos
horários de reifeição
◊ ter ventilação e iluminação natural e/ou artificial
◊ ter lavatório instalado nas suas proximidades ou no seu
interior
◊ ter mesas com tampos lisos e laváveis
◊ ter assentos em número suficiente para atender aos
usuários
◊ ter depósito com tampa para detritos
◊ não estar situado em porões ou subsolos das edificações
◊ não ter comunicação direta com as instalações sanitárias
◊ ter pé-direito mínimo de 2,80m ou respeitando-se o que
determina o Código de Obras do Município.
♦ cozinha, quando houver preparo de refeições A norma apresenta
recomendações diversas quanto à higiene e manutenção desses
espaços, tais como:
◊ ter ventilação natural e/ou artificial que permita boa exaustão
◊ ter pé-direito mínimo de 2,80m ou respeitando-se o que
determina o Código de Obras do Município.
◊ ter paredes de alvenaria, concreto, madeira ou material
equivalente
◊ ter pisos de concreto, cimentado, ou de outro material de
fácil limpeza
◊ ter cobertura de material resistnte ao fogo
◊ ter iluminação natural ou artificial
◊ ter pia para lavar almentos ou utensílios
◊ possuir instalações sanitárias que não se comuniquem com
a cozinha, de uso exclusivo dos encarregados de manipular

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os gêneros alimentícios, refeições e utensílios, não devendo


ser ligadas à caixa de gordura
◊ dispor de recipiente com tampa para coleta de lixo
◊ possuir equipamento de refrigeração para preservação dos
alimentos
◊ ficar adjacente ao local para refeições
◊ ter instalações elétricas devidamente protegidas
◊ quando utilizado GLP, os botijões devem ser instalados fora
do ambiente de utilização, em área permanentemente
ventilada e coberta
♦ lavanderia
♦ área de lazer
♦ ambulatório (quando se tratar de frentes de trabalho com 50 ou
mais trabalhadores)

1.4. DEMOLIÇÃO

1.5. ESCAVAÇÕES, FUNDAÇÕES E DESMONTE DE ROCHAS

1.6. CARPINTARIA: Entre as recomendações definidas pela norma


para a instalaçõs de serras circulares, destacam-se:
⇒ ser dotada de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores,
anterior e posterior, construída em madeira resistente e de primeira
qualidade, material metálico ou similar de resistência equivalente, sem
irregularidades, com dimensionamento suficiente para a execução das
tarefas
⇒ ter a carcaça do motor aterrada eletricamente
⇒ o disco deve ser mantido afiado e travado, devendo ser substituído
quando apresentar trincas, dentes quebrados ou empenamento
⇒ as transmissões de força mecânica devem estar protegidas
obrigatoriamente por anteparos fixos e resistentes, não podendo ser
removidos em hipótese nenhuma durante a execução dos trabalhos
⇒ ser provida de coifa protetora do disco e cutelo divisor com
identificação do fabricante e, ainda coletor de serragem.

1.7. ARMAÇÕES DE AÇO

1.8. ESTRUTURAS DE CONCRETO

1.9. ESTRUTURAS METÁLICAS

1.10. OPERAÇÕES DE SOLDAGEM E CORTE A QUENTE

1.11. ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS (recomendações quanto


aos guarda-corpos, inclinações, tipo de materiais a serem
utilizados, etc)

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1.12. MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA


(poços de elevadores, aberturas para passagem de tubulações,
etc) Entre as recomendações definidas pela norma, destacam-se:
⇒ em todo o perímetro da construção de edifícios com mais de 4
pavimentos ou altura equivalente é obrigatória a instalação de uma
plataforma principal de proteção na altura da primeira laje que esteja,
np mínimo, um pé-direito acima do nível do terreno
⇒ essa plataforma deve ter no mínimo 2,5m de projeção horizontal da
face externa da edificação e um complemento de 80cm de extensão
com inclinação de 45o a partir da sua extremidade
⇒ a plataforma deve ser instalada logo após a concretagem da laje a que
se refere a retirada somente quando o revestimento do prédio acima
desta plataforma estiver concluído
⇒ acima e partir da plataforma principa, de proteção, devem ser
instaladas plataformas intermediárias de proteção, em balanço de três
em três lajes
⇒ essas plataformas devem ter no mínimo 1,40m de balanço e um
complemento de 0,80m de extensão com inclinação de 45o a partir de
sua extremidade
⇒ cada plataforma deve ser instalada logo após a concretagem da laje a
que se refere a retirada, somente quando a vedação da periferia até a
plataforma imediatamente superior estiver concluída
⇒ plataformas também em prédios com subsolo
⇒ atenção às telas de proteção

1.13. MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE MATERIAIS E


PESSOAS (guindastes, elevadores de materiais e pessoas,
gruas, etc)

1.14. ANDAIMES (dimensionamento, materiais constituintes, etc)


Definem-se os seguintes tipos de andaimes:
⇒ andaimes simplesmente apoiados
⇒ andaimes fachadeiros: andaime metálico simplesmente apoiado, fixado
à estrutura na extensão da fachada.
⇒ andaimes móveis
⇒ andaimes em balanço: andaime fixo suportado por vigamento em
balanço
⇒ andaimes suspensos mecânicos
♦ andaimes suspensos mecânicos leves: o estrado de trabalho é
sustentado por travessas suspensas por cabos e sua estrutura e
dimensões permitem suportar carga total de trabalho de 300kgf,
respeitando-se os fatores de segurança de cada um dos seus
componentes.
♦ andaimes suspensos mecânicos pesados: o estrado de trabalho é
sustentado por travessas suspensas por cabos e sua estrutura e
dimensões permitem suportar carga total de trabalho de
400kgf/m2, respeitando-se os fatores de segurança de cada um
dos seus componentes

- 102 -
Apostila para a disciplina: Processos Construtivos III
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⇒ cadeira suspensa ( ver NR-17 - Ergonomia): é o equipamento cuja


estrutura e dimensões permitem a utilização por apenas uma pessoa e
o material necessário para realizar o serviço (balancim)

1.15. CABOS DE AÇO (ver norma NBR 6327/83 - Cabos de aço/ usos
gerais da ABNT)

1.16. ALVENARIA, REVESTIMENTOS E ACABAMENTOS

1.17. SERVIÇOS EM TELHADOS

1.18. SERVIÇOS EM FLUTUANTES

1.19. LOCAIS CONFINADOS (comportamento e treinamentos exigidos)

1.20. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS: A norma define que as instalações


elétricas provisórias de um canteiro de obra devem ser
constituídas de :
⇒ chave geral do tipo blindada de acordo com a aprovação da
concessionária local, localizada no quadro principal de
distribuição
⇒ chave individual para cada circuito de derivação
⇒ chave faca blindada em quadro de tomadas
⇒ chaves magnéticas e disjuntores para os equipamentos

1.21. MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DIVERSAS

1.22. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

1.23. ARMAZENAGEM E ESTOCAGEM DE MATERIAIS

1.24. TRANSPORTE DE TRABALHADORES EM VEÍCULOS


AUTOMOTORES

1.25. PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO (recomendação especial para


o treinamento de uma equipe de operários especialmente para o
combate ao fogo)

1.26. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

1.27. TREINAMENTO
1.27.1.Todos os operários devem receber treinamento
admissional e periódico visando a garantir a execução de
suas atividades com segurança
1.27.2.o treinamento admissional deve ter carga horária mínima
de 6 horas, e ser ministrado dentro do horário de trabalho,
antes do trabalhador iniciar suas atividades, constando de :
♦ informações sobre condições e meio ambiente de trabalho

- 103 -
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♦ riscos inerentes à sua função


♦ uso adequado dos EPI
♦ informações sobre os equipamentos de proteção coletiva - EPC
1.27.3.O treinamento periódico deve ser ministrado:
♦ sempre que se tornar necessário
♦ ao início de cada fase da obra
1.27.4.Nos treinamentos os trabalhadores devem receber cópias
dos procedimentos e operações a serem realizadas com
segurança

1.28. ORDEM E LIMPEZA

1.29. TAPUMES E GALERIAS

1.30. ACIDENTE FATAL

1.31. DADOS ESTATÍSTICOS


1.31.1.O empregador deve encaminhar por meio deserviço de
postagem à FUNDACENTRO, o Anexo I, Ficha de Acidente
de Trabalho, desta norma até 10 dias após o acidente,
mantendo cópia e protocolode encaminhamento por um
período de 3 anos, para fins de fiscalização do órgão
regional competente do Ministério do Trabalho.
1.31.2.A Ficha de Acidente de Trabalho refere-se tanto aos
acidentes fatais, ao acidente com ou sem o afastamento,
quanto a doença do trabalho.
1.31.3.A Ficha de Acidente de Trabalho deve ser preenchida pelo
empregador no estabelecimento da empresa que ocorrer
oacidente ou doença de trabalho
1.31.4.O empregador deve encaminhar à FUNDACENTRO O
Anexo II, Resumo Estatístico Anual, desta norma até o
último dia útil de fevereiro no ano subsequente, mantendo
cópia e protocolo de encaminhamento por um período de 3
anos, para fins de fiscalização do órgão regional
competente do Ministério do Trabalho.

1.32. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA


- NAS EMPRESAS DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

1.33. COMITÊS PERMANENTES SOBRE CONDIÇÕES E MEIO


AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

1.34. REGULAMENTOS TÉCNICOS DE PROCEDIMENTOS

RESPONSABILIDADES DO CONSTRUTOR
⇒ responsabilidades decorrentes da construção:
♦ responsabilidade pela perfeição da obra

- 104 -
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♦ responsabilidade pela solidez e segurança da obra: o vício da


construção
◊ vício da construção: todo e qualquer defeito ou mau
funcionamento em uma edificação, resultante de um pu mais
dos serguintes fatos, desde que não tenha ocorrido mau uso
ou falta de manutenção adequada, nos casos em que essa
manutenção seria necessária:
∗ deficiências da mão-de-obra empregada durante a
construção
∗ defeitos apresentados pelos materiais utilizados na
construção dentro do seu prazo normal de vida útil
∗ alterações das especificações da obra
∗ erros de projeto.
Prazos legais:
Quando o construtor entrega uma obra, ela permanece
legalmente em garantia por 5 anos e, nesse período,
qualquer problema que ocorra é de sua
responsabilidade, bastando que o adquirente do imóvel
prove a existência do problema e desde que não tenha
ocorrido mau uso ou falta de manutenção adequada.
Passados os 5 anos de garantia, permanece a
responsabilidade do construtor até que sejam
completados 20 anos. Nesse período o adquirente,
além de provar a existência do problema, deverá,
também, provar que ele é decorrente, efetivamente, de
vício da construção. Completados os 20 anos
prescreve a responsabilidade do construtor.
Objetivos das perícias
∗ caracterizar os danos existentes no imóvel
∗ identificar quais aqueles que resultam efetivamente de
vícios da construção
∗ determinar as obras necessárias para sanar os
problemas
∗ relacionar as obras necessárias para recompor os
danos
∗ orçar as obras
∗ quantificar valores de indenização ou valores referentes
a perdas e danos
Fatos que mais frequentemente motivam ações por vícios da
construção:
∗ ocorrência de vazamentos e/ou infiltrações
∗ existência de trincas ou fissuras
∗ desgaste prematuro das superfícies
∗ mau funcionamento das instalações elétricas e
hidráulicas
♦ responsabilidade por danos a vizinhos e terceiros
♦ responsabilidade ético-profissional

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♦ responsabilidades trabalhistas e previdenciária


♦ responsabilidade por fornecimentos
♦ responsabilidade por tributos
♦ responsabilidade administrativa
♦ responsabilidade penal por desabamento
♦ responsabilidade por construção clandestina

GESTÃO AMBIENTAL

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 307, DE 5 DE JULHO DE 2002

Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da


construção civil.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das
competências que lhe foram conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de
1981, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo
em vista o disposto em seu Regimento Interno, Anexo à Portaria nº 326, de 15
de dezembro de 1994, e
Considerando a política urbana de pleno desenvolvimento da função social da
cidade e da propriedade urbana, conforme disposto na Lei nº 10.257, de 10 de
julho de 2001;
Considerando a necessidade de implementação de diretrizes para a efetiva
redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos da
construção civil;
Considerando que a disposição de resíduos da construção civil em locais
inadequados contribui para a degradação da qualidade ambiental;
Considerando que os resíduos da construção civil representam um significativo
percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas;
Considerando que os geradores de resíduos da construção civil devem ser
responsáveis pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e
demolições de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da
remoção de vegetação e escavação de solos;
Considerando a viabilidade técnica e econômica de produção e uso de
materiais provenientes da reciclagem de resíduos da construção civil; e
Considerando que a gestão integrada de resíduos da construção civil deverá
proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental, resolve:
Art. 1º Estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos
resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a
minimizar os impactos ambientais.
Art. 2º Para efeito desta Resolução, são adotadas as seguintes definições:
I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas,
reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos,
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros,

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plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de


obras, caliça ou metralha;
II - Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas,
responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos
definidos nesta Resolução;
III - Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da
coleta e do transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de
destinação;
IV - Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento
de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a
aplicação em obras de edificação, de infra-estrutura, em aterros sanitários ou
outras obras de engenharia;
V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir,
reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades,
práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações
necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos;
VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem
transformação do mesmo;
VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter
sido submetido à transformação;
VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo à operações e/ou
processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que
sejam utilizados como matéria-prima ou produto;
IX - Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde serão empregadas
técnicas de disposição de resíduos da construção civil Classe "A" no solo,
visando a reservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso
futuro e/ou futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia para
confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao
meio ambiente;
X - Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao beneficiamento
ou à disposição final de resíduos.
Art. 3º Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito
desta Resolução, da seguinte forma:
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais
como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras
obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e
concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em
concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:
plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;

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III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas


tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua
reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;
IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção,
tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos
de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações
industriais e outros.
Art. 4º Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de
resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a
destinação final.
§ 1º Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de
resíduos domiciliares, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d`água,
lotes vagos e em áreas protegidas por Lei, obedecidos os prazos definidos no
art. 13 desta Resolução.
§ 2º Os resíduos deverão ser destinados de acordo com o disposto no art. 10
desta Resolução.
Art. 5º É instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da
construção civil o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, o
qual deverá incorporar:
I - Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil; e
II - Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.
Art 6º Deverão constar do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil:
I - as diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e para os Projetos de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil a serem elaborados pelos
grandes geradores, possibilitando o exercício das responsabilidades de todos
os geradores.
II - o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento,
triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes, em conformidade
com o porte da área urbana municipal, possibilitando a destinação posterior
dos resíduos oriundos de pequenos geradores às áreas de beneficiamento;
III - o estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de
beneficiamento e de disposição final de resíduos;
IV - a proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não
licenciadas;
V - o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo
produtivo;
VI - a definição de critérios para o cadastramento de transportadores;
VII - as ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes
envolvidos;

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VIII - as ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar a


sua segregação.
Art 7º O Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil será elaborado, implementado e coordenado pelos municípios e pelo
Distrito Federal, e deverá estabelecer diretrizes técnicas e procedimentos para
o exercício das responsabilidades dos pequenos geradores, em conformidade
com os critérios técnicos do sistema de limpeza urbana local.
Art. 8º Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil serão
elaborados e implementados pelos geradores não enquadrados no artigo
anterior e terão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para
o manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos.
§ 1º O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, de
empreendimentos e atividades não enquadrados na legislação como objeto de
licenciamento ambiental, deverá ser apresentado juntamente com o projeto do
empreendimento para análise pelo órgão competente do poder público
municipal, em conformidade com o Programa Municipal de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil.
§ 2º O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil de
atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, deverá ser
analisado dentro do processo de licenciamento, junto ao órgão ambiental
competente.
Art. 9º Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
deverão contemplar as seguintes etapas:
I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os
resíduos;
II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem,
ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade,
respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º desta Resolução;
III - acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos
após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em
que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem;
IV - transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas
anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de
resíduos;
V - destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido nesta
Resolução.
Art. 10. Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes
formas:
I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou
encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo
dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;
II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua
utilização ou reciclagem futura;

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III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em


conformidade com as normas técnicas especificas.
IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e
destinados em conformidade com as normas técnicas especificas.
Art. 11. Fica estabelecido o prazo máximo de doze meses para que os
municípios e o Distrito Federal elaborem seus Planos Integrados de
Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, contemplando os Programas
Municipais de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil oriundos de
geradores de pequenos volumes, e o prazo máximo de dezoito meses para sua
implementação.
Art. 12. Fica estabelecido o prazo máximo de vinte e quatro meses para que os
geradores, não enquadrados no art. 7º, incluam os Projetos de Gerenciamento
de Resíduos da Construção Civil nos projetos de obras a serem submetidos à
aprovação ou ao licenciamento dos órgãos competentes, conforme §§ 1º e 2º
do art. 8º.
Art. 13. No prazo máximo de dezoito meses os Municípios e o Distrito Federal
deverão cessar a disposição de resíduos de construção civil em aterros de
resíduos domiciliares e em áreas de "bota fora".
Art. 14. Esta Resolução entra em vigor em 2 de janeiro de 2003.

Publicada DOU 17/07/2002

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BIBLIOGRAFIA
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