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CURSOS DE ESTETICA Volume I Com 0 Prefacio da 1* edigio de H. G. Hotho G.W.F. Hegel Tradugao Marco Aurélio Werle Revisdo Técnica Marcio Seligmann-Silva Consultoria Victor Knoll Oliver Tolle ‘SBD-FFLCH-USP TO 240 bez ‘Titulo do original: Vorlesungen tiber die Asthetit It edigdo 1999 2 edigio 2001 Dados Intemacionais de Catalogagio na Publicaglo (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Hegel, Georg Wilhelm Friedrich, 1770-1831, ‘Cursos de Estética 1/G. W. Hegel ; tradugio de Marco Au. rélio Werle ; revisio t€enica de Marcio Seligmana-Silva ; con- sultoria Victor Knoll ¢ Oliver Tolle ~ 2. ed. rev.~ Sto Paulo : Editora da Universidade de Sio Paulo, 2001. — (Cldssicos ; 14) Titulo ignal: Vorlesungen ber die dsthetik. ISBN: 85-314-0467-3, 1. Bat 99.3721 cpp-701.17 ica. I. Titulo I. Série. fodices para cadlogo sstemitico: 1. Bstética: Arte 70117 Direitos em Lfagua Portuguesa reservados & Eddusp ~ Editora da Universidade de So Paulo Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374 6° andar ~ Ed, da Antiga Reitoria - Cidade Universitaria (05508900 — Sto Paulo ~ SP — Brasil Fax (Oxx11) 3818-4151 ‘Tel. (Oxx1 1) 3818-008 / 3818-4150 ‘www usp br/edusp — e-mail: edusp@edu.usp br Impressono Brasil 2001 Fo feito o depésito legal DEDALUS - Acervo - FFLCH-FIL HUNAN SUMARIO Wl 17 Nota do tradutor .... pee ee eee ee Prefacio de H. G. Hotho para a 1* edigdio dos Cursos de Estética . INTRODUGAO 1. DELimiracAo DA EstErica & REFUTACAO DE ALGUMAS OBIECOES CONTRA A FILosoria DA ARTE ered Il, Bsrécies De TRATAMENTO CIEMTIFICAS DO BELO EDA ARTE Ill. Concerto po Beto Arristico Concercdes Usuals Da Arte . 1. A Obra de Arte como Produto da Atividade Humana .. , 2. A Obra de Arte como Produgdo Senstvel Dirigida para o a Humano ..... 3. Finalidade da Arte Depug&o Historica Do VERDADEIRO CONCEITO DA ARTE J. A Filosofia Kantiana 74 2. Schiller, Winckelmann, Schelling . 78 3. Alronia .. 81 Divisio .. 86 Parte I. A IDEIA DO BELO ARTISTICO OU O IDEAL Posigdio da Arte em relagdo A Efetividade Finita e & Religido € 4 Filosofia ... 107 (CURSOS DE ESTETICA Primeiro Capitulo: Conceito do Belo em Geral 1 1.AlbeIa ..... 5 121 2. AEXIsTENCIA Da IDEia cee et teeter ee eee ADS 3. A Iéta Do Beto .. . 126 «131 131 131 138 143 Segundo Capitulo: © Belo Natural . A. O Belo Natural enquanto Tal 1.A Idéia como Vida : 2. A Vitalidade Natural enquanto Bela : 3. Modos de Consideragao da Vitalidade Natural. B. A BELEZA EXTERIOR DA FORMA ABSTRATA E DA UNIDADE ABSTRATA DA MATERIA SENSIVEL . L.A beleza da Forma abstrata 47 a. A Regularidade.. ren 147 b. A Conformidade a Leis......... 150 c. A Harmonia ...... 152 2. A Beleza como Unidade Abstrata da Matéria Senstvel . 153 C. Dericiéxcia Do Beto Natura... ASA 1. O Interior no Imediato enquanto apenas Interior 156 146 2. A Dependéncia da Existéncia Singular Imediata . Pris 3. O Aspecto Limitado da Existéncia Singular Imediata 161 Terceiro Capitulo: O Belo Artistico ou 0 Ideal ppnsoonsaeepanenonals) A.O IDEAL ENQUANTOTAL .... 165 1. A Bela Individualidade ..... atc = 165 2. A Relagao do Ideal com a Natureza .. pees ae B. A DeTERMINIDADE Do IDEAL .. .. peeeieart 5) - 18S 185 1. A DeterMinipabe IDEAL ENQUANTO TAL ...... 1. O Divino como Unidade e Universalidade . 2. 0 Divino como Circulo dos Deuses 186 3. O Repouso do Ideal . +186 IL. A Acio . 188 1. 0 Estado Universal do Mindo . = 189 A Epoca dos Heréis ..189 a. A Autonomia Individua b. Os Atuais Estados Prosaicos ... 201 c. A Reconstrucdo da Autonomia Individual ....203 seen 20S 2. A Situagao ... a. A Auséncia de Situagao ....... 8 SUMARIO b. A Situagdo Determinada em sua Inocuidade ..209 ¢. A COliSG0 .....ceeeeeeeeeeeee BAAGO occ cece ee eeeeeee a. As Poténcias Universais do Agir . b. Os Individuos Agentes c. O Cardter se... TIL. A Derersinibabe ExTertor 00 IDEAL 1. A Exterioridade Abstrata enquanto Tal 2. Concondancia do Ideal Concreto com a sua Realidade Exterior ...256 3. A Exterioridade da Obra de Arte Ideal na Relagao com 0 Piiblico . . .266 C.OARTISIA eee cecceeeeee renee 1. Fantasia, Génio e Entusiasmo. a. A Fantasia ‘ b. O Talento ¢ 0 Génio.... c. O Entusiasmo.... 2. A Objetividade da Exposigaéo . 3. Maneira, Estilo e Originalidade ... a. A Maneira Subjetiva . B. © Estilo .2...csreeeeeseseeers ses c. Originalidade GLOSSARIO peer eee eee pees) NOTA DO TRADUTOR A tradugdo que ora apresentamos obedeceu a determinados critérios, os quais passamos a expor. Para a maior parte dos termos alemies que possuem equivalén- cia latina optamos por uma tinica solugio. Assim, Gegenstand e Objekt sempre foram traduzidos por “objeto”; Besondem e Partikultir por “particular”; Stoff Materie por “matéria”; Produktion e Hervorbringung/Herstellung por “produgio”, Existenz e Dasein por “existéncia” etc. Mas quando num determinado perfodo ou contexto temético 0 equivalente alemao surge em contraste com 0 termo latino € julgamos necessério marcar este contraste, acrescentamos os termos do original entre colchetes: [ ]. O mesmo procedimento foi adotado em outros casos de empre- go de um tinico termo em portugués para traduzir termos diferentes da lingua alema e onde se apresentava a necessidade de marcar a distingao no original para uma compreensio adequada do texto. Por exemplo, acrescentamos 0 termo alemio en- tre colchetes no caso de “sentimento” quando traduz Gefith!, para diferencié-lo de Empfindung, que € sempre “sentimento” sem acréscimo do termo alemio. O termo Empfindung as vezes foi traduzido por “sensagio”, sendo neste caso indicado entre colchetes. Seguimos a mesma regra quando da tradugdo de um termo alemio, deci- sivo para a compreensao do pensamento estético de Hegel por diferentes termos do portugués. Os termos da familia do an sich {em sil; fiir sich [para si}; an und fiir sich [em sie para si], quando no original constituem uma sé palavra, por exemplo, Flrsichsein [ser-para-si), a tradugdo ird hifenizd-los. Traduzimos in sich por “em si mesmo” para distingui-lo de an sich fem si apresentam a mesma tradugo: “em si mesmo”. Esta solucdo, porém, nio dé conta |. Neste caso in sich ¢ in sich selbst CURSOS DE ESTETICA do an sich selbst que tivemos de traduzir por “em si mesmo”, acrescentando a expressdo alema entre colchetes. Para distinguir a “idéia”, em sentido hegeliano, do termo corrente “idéia” optamos por marcé-la com maitiscula: “Idéia”. Preferimos traduzir Gestalt por “forma” e nio por “figura”, em razio da conotagio estética que 0 termo “figura” apresenta nas artes visuais. Ressalte-se, porém, que a tradugdo para “figura” ndo é incorreta, tanto que em alguns momentos coptamos por ela, por exemplo no caso de caracteres, personagens de uma tragédia, € quando se tratava de uma figura matemética, por exemplo um tridngulo. Para diferenciar Gestalt de Form optamos por marcar esta com a inicial maitiscula: “For- ma”, Portanto, Gestalt é “forma” (miniscula) enquanto Form € “Forma” (maids- cula). A diferenga basica entre Form e Gestalt reside no fato de que Gestalt & necessariamente uma forma efetiva, determinad:,, ao passo que a Form possui um cunho mais geral, universal e indeterminado. Podemos perceber esta diferenga com- parando as formas (Formen] de arte (simbélica, cldssica e roméntica) com uma forma [Gestalt] individual e artistiea numa pintura particular, Entretanto, toda Gestalt € sempre uma Form, como, por exemplo, podemos observar na filosofia da nature- za da Enciclopédia, na abordagem da Gestalt inorgnica (§ 310) e da Gestalt orgi- nica (§ 353). As formas inorginicas so as configuragdes minerais, os cristais etc. enquanto determinagdes da Form. A forma inorgdnica “ainda no é Gestalt organi- ca, esta que nzio mais se apresenta segundo o entendimento; aquela primeira Form {a forma inorganica] ainda se mostra desse modo porque ainda no é Form subjeti- va” (Ed. Suhrkamp, vol. 9, p. 201). Os termos Inhalt e Gehalt foram ambos traduzidos por “contetido”; mas quan- do “contetido” € a traduco de Gehalt apareceré com a inicial maidiscula: “Conted- do”. A diferenca entre os dois termos nio ¢ ficil de ser estabelecida em Hegel, conforme nota Joachim Ritter: “A diferenciagdo entre Inhalt e Gehalt em Hegel geralmente se encontra limitada a nuangas no processo dialético que, em termos de definigdo, sio dificeis de serem apreendidas (mesmo quando escolas-de-Gehaltintei- ras se reportam a Hegel; note-se que Lukacs acentua a posigao central deste conceito para a estética de Hegel)” (Historisches Worterbuch der Philosophie, vol. 3, p. 142). Em termos gerais, Gehalt designa um conteddo em sentido mais amplo, um contetido impulsionado pelo estado do mundo sobre os individuos ou um contetido que a subjetividade do artista traz mediado consigo. J4 Inhalt € 0 contetido geral- mente tematizado no horizonte da relagdo forma [Form] e contetido [Inhalt] e pode designar qualquer conteiido, no sentido de um contetido individual ¢ particular, conforme explicita Hegel: “Denominamos de contetido [Jinhalf] ¢ significado 0 que € emi mesmo simples, a coisa mesma reduzida a suas determinagées mais simples, mesmo que abrangentes, & diferenga da execugio. O contedido de um livro, por R

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