Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LINE
00
- i SUMARIO
< Des-cobrir Deus
00
Origem da vida e acaso
A medítacao crista
O As financas da Santa Sé
07 A pi'lula RU 486
Diretor-Responsável:
SUMARIO
Estéváo Bettencourt OSB
Autor e Redator de toda a maténa Des-cobrir Deus 145
publicarla nesie periódico
Fala a ciencia:
Origem da vida e acaso 146
Diretor-Administrador:
O. Hildebrando P. Mariins OSB Carta da Santa Sé sobre
A meditacSb crista 156
Administracao e distribuido: Esclarecendo...
Edicóes Lumen Christi Aínda os manuscritos do Mar Morto ... 168
Dom Gerardo. 40 - 5? andar S/501
Periódicamente voltam
Tel: (021) 291-7122
As f¡naneas da Santa Sé 174
Caixa Postal 2666
20001 - Rio de Janeiro RJ Um novo abortivo:
APÍIulaRU486 177
Impressáo e Encadcmacáo
Dilema candente:
"Deus: Sonho ou Pesadelo?" por
Ovidio Zanini 182
■ 'MARQUES-SARAM'
Como vao
GRÁFICOS E EDITORES S,A. As comunidades Eclesiaisde Base? .... 190
Tels.: ÍO!l)i7J-949B -273-9447
NO PRÓXIMO NÚMERO:
ASSINATURA ANUAL (12 números): Cr$ 400,00 - Número avulso: Cr$ 40,00
. Pagamento (á escolhal
1. VALE POSTAL a agencia central dos Correios do Rio de Janeiro em nome de Edicóes
"Lumen Christi" Caixa Postal 2666 20001 Rio de Janeiro - RJ.
Des-cobrir Deus
Des-cobrir é tirar a coberta ou o véu... Des-cobrimos müTOToT
da: tesouros, lugares aprazíveis e também... pessoas. Pessoas com as quais
convivemos as vezes e cuja riqueza interior mal percebíamos. Ora, entre os
grandes valores que podemos descobrir, está também DEUS. Deus nao é
mera fórmula nem um ser abstrato, mas um Tu dialogante, a Suprema Inteli
gencia e o Primeiro Amor. Se encontramos inteligencia e amor no mundo,
isto se deve exclusivamente á existencia de Deus Criador.
Ora até mesmo o cristao pode passar longos anos de vida fazendo de
Deus um referencial frió e pouco motivador. É possfvel, porém, e até neces-
sário, descobrir a Deus. Isto se faz pela reflexáo, mas também - e muito -
pela experiencia. Experimentar é conhecer por afínidade, por conaturalida-
de... Diz Jesús no Evangelho: "Bem-aventurados os puros de coracáb, por
que verao a Deus" (Mt 5,8). É essa pureza de coráceo - na qual está implíci
ta a coragem de urna vida bem escalonada — que propicia a famiharidade
com Deus.
145
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
Falaa ciencia:
146
ORIGÉM DA VIDA E ACASO
Excluido o acaso
147
4 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
148
ORIGEM DA VIDA E ACASO
O agente organizador
149
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
Claude Bernard, cojo flénio fizara tábua rasa dos a priori da eiincia de
sua apoca, escrevia em 186S na Introducto ao 'Estudo da Medicina Experi
mentar: '... o que i essendalmente do setor da vida • o que nffo partonce
nem á Química nem é Física, ncm a qualquer outra ama, é a idéia dírttriz
dessa evolucfo vital. Em todo germen vivo há urna idtfia criativa que se
dosenvolve e manifesta peta organizacffo respectiva'. Será que o problema se
modificou desda entío?
150
ORIGEN) DA VIDA E ACASO
2. Reflexóes
Assim diz-se que alguém, cavando a térra para plantar urna árvore,
acha por acaso um tesouro que outra pessoa enterrou ali para escond6-lo.
Dois amigos se encontram, por acaso, em urna cidade para onde cada um,
sem saber das ¡ntenooes do outro, foi a negocios. Num lance de dados sai,
por acaso, o número premiado. Urna telha caí, por acaso, na cabeca de um
pedestre.
151
8 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
1) O acaso nao é urna pessoa, um ser existente, nem urna causa com
atividade própria. Nao é um agente distinto das duas pessoas que por seus
motivos próprios cavam a térra ou que, a negocios, vá"o a urna cidade em dia
determinado. O acaso nao é um espirito maligno que, escondido no fundo
de um copo, faca sair o número premiado ou, postado num telhado, faca
cair urna telha ou um martelo... O "Sr. Acaso" nao existe.
152
ORIGEM DA VIDA E ACASO
Dirá, porém, alguém: a selepao natural faz que, dentre as formas pro-
duzidas por acaso, subsistam as mais aptas a subsistir ou sobreviver e pere-
cam as menos estáveis. - Em resposta, pode-se observar: se as formas oriun
das do acaso sao equiprováveis entre si, elas se destroem com a mesma pro-
babilidade com que se formam. A selecao nao confere estabilidade, mas
supde-na; ela (personificada?) pode ao máximo escolher entre as combina-
c5es estáveis.
153
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
A explica cao da vida e de suas especies pelo acaso deixa aberto o pro-
154
ORIGEM DA VIDA £ ACASO
Caso se diga que ela possui isso tudo por si mesma, tem-se o panteís
mo - o panteísmo que Monod quer evitar. Caso se responda que ela nao o
possui por si, pois a materia é contingente, mutável, limitada, chega-se á
existencia de Deus. Tal é a conclusao professada por muitos pensadores e
sabios.
* • »
(contínuaQio da p. 173)
155
Carta da Santa Sé sobre
A Meditagáo Crista
Pois bem. Tal noció é ¡ncompatível com a mensagem crista". Esta diz
que a oracao é dom^ de Deus; ninguém ora únicamente por suas próprías for
eas ou habilidade. É claro, porém, que Deus requera mobilízacSo das facui
dades do homem. o silencio, o recolhimento, a leitura de livros sagrados...;
mas todo este esforco humano é sustentado pela graca, e a sua eficacia de
pende tio somente da benignidade de Deus, que nunca pode ser toreada pe
las artes humanas. O cristio ora como filho na presenca do Pai, e nio como
arteiro, que se pode gloriar de conseguir maravilhas.
156
A MEDITACÁO CRISTA 13
Para dirimir dúvidas que possam pairar sobre o assunto, a Congrega cao
para a Doutrina da Fé publicou urna Carta dirigida aos Bispos da Igreja Cató
lica (e, conseqüentemente, a todo o povo de Oeus), focalizando a problemá
tica e pondo em relevo os traeos ti'picos da oracao e da meditapao1 cristas.
Tal Carta foi assinada aos 15 de outubro de 1989 (festa de Santa Teresa de
Ávila) pelo Cardeal Josef Ratzinger e o Arcebispo Alberto Bovone, Secreta
rio da referida Congregado. Foi dada ao público em meados de dezembro
de 1989.
157
14 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
Isto quer dizer que nao há receitas psicológicas para chegar certeira-
mente á uniáo com Deus ou á experiencia da Divindiade, mas a oracao é,
antes do mais, o encontró da pessoa humana livre e imprevisível com o Se-
nhor Deus, que fica para além de todas as normas do receituário científico.
158
A MEDITACÁO CRISTA 15
Vé-se assim que a ora pao crista ná"o é mero esforco da mente e das fa-
culdades do homem para contemplar o Transcendental, mas é dom de Deus.
Ela se fundamenta e abastece na revelacao que Deus faz de si ao homem,...
revelacao que tem em Cristo seu ponto culminante. Eis por que a lgre¡a re-
comenda a leitura assfdua e o aprofundamento da Palavra de Deus. Guiado
por este manancial, o cristao nao esquecerá que a sua ora cao decorre sempre
dentro da comunhao dos Santos e segundo o espirito da Igreja. O cristao
nunca ora ¡soladamente, mesmo quando está na solidao, mas ora sempre em
uniáo com Cristo, no Espirito e em comunhao com todos os Santos, para o
bem da Igreja.
159
16 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
mente através dos sacramentos; pode ocorrer sem deleite ou em meio á ari
dez e á aflicáo. Esta, alias, longe de ser um sintoma negativo, pode significar
mais intensa participado no estado de abandono de Jesús crucificado.
1 ÉoApóstola quémxliz: "Vivo eu. nao eu; é Cristo que vive em mim" (Gl
2,2O).:^ "■■' y.
160
__ A MEDITACÁO CRISTA 17
161
18 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
162
A MEDITAgÁO CflISTÁ 19
163
20 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
Quanto aos carismas, sao dons concedidos a alguém para que sirva á
comunidade - o que nao excluí o beneficio do próprio individuo carismá-
tico. Os carismas pertencem á riqueza espiritual da Igreja e nao podem faltar
a esta em tempo nenhum; cf. Jo 14, 15s; 16, 12-14. Acontece, porém, que
na Igreja antiga os carismas tinham freqüentemente caráter vistoso para con
vencer o mundo pagao: curas, línguas, interpretacao das Ifnguas, profecías...
Hoje o Espirito Santo suscita ainda outras manifestacoes adequadas aos tem-
pos modernos. Há tantos carismas quantos as circunstancias da vida da Igreja
exijam; entre outros, citemos o dom da catequese, o da assisténcia aos enfer
mos, a grapa de estado, em particular a de viver santamente a vida conju
gal...; tais carismas talvez nao chamem a atencffo, mas sao de alto valor.
1 Falando a rigor, a produgSo desse clima para que o Espirito Santo possa
agir nao deixa de ser também ela urna graga do Espirito.
164
A MEDITACÁO CRISTA 21
O texto chama a atencao para o risco de auto-i I usao' ocor rente quan-
do o orante dá excessivo valor a sentimentos, estados psicológicos, imagens
mentáis na sua vida de oracao; pode chegar a confundir síntomas doentios
ou psicopatológicos com experiencia mística, revelacóes divinas, aparicoes...;
desta maneira entra por um caminho tortuoso em que as doencas mentáis
sao alimentadas por falsas concepcoes religiosas.
A vida espiritual tem suas fases de aridez, ñas quais o orante julga nada
"sentir" a respeito de Deus. Sao provacóes inerentesao progresso espiritual.
165
22 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
Comentando...
O tema "oracao crista" detém, hoje em dia, especial atencSo dos teó
logos porque duas correntes de pensamento prpjetam sobre ele as suas pers
pectivas: 1) as escolas hindufstas de meditacao; 2) certas linhas de Psicolo
gía contemporánea. As primeiras sao de fundo panteísta e concebem a ora-
cao como a libertacfo da centelha da divindade existente no homem. A Psi
cología contemporánea, em alguns casos, reduz a oracao a estados de alma
que libertam energías e possibilitam projecá*o das faculdades do individuo.
166
A MEDITAQÁO CRISTA 23
A mística oriental seduz por suas belas fórmulas, por seu ritual e seu
simbolismo; ela aviva no homem a consciencia do Absoluto... A Psicología
moderna desvenda ao homem possíbilidades de se condicionar que o habili-
tam a efeitos inesperados. Mas nada dísso se pode confundir com a mensa
gem crista, que é de humildade e confianca filiáis diante de Deus. Nenhuma
prece é inútil ou perdida se feita por Cristo ou em nome de Jesús (cf. Jo 15,
16; 16, 23s), nao, porém, para fazer Deus obedecer ao homem e, sim, para
fazer que o homem colabore com Deus na realizacáo do plano do Senhor
sobre a historia e a humanidade.
(continuacao da p. 192)
167
Esclarecértelo...
168
MANUSCRITOS DO MAR MORTO 25
2. A recensáo de um livro
1 Fot, alias, essa Escola que preparou o texto francés da famosa "Biblia de
Jerusalém".
169
26 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
170
MANUSCRITOS DO MAR.MORTO 27
Nada é mais falso do que isto. Quando eu era responsável pela edicto
dos DJD após a morte do Pe. de Vaux, aproveitei a ocasigo para esclarecer
as coisas e refutar cal unías, que sffo, ao mesmo tempo, tolices. Nao i preciso
voltar á teoría fantasiosa que fazia do Mestre de Justica um Jesús antes da
letra, Messias Crucificado e ressuscitado, teoría que já perdeu sua atualidade
há muito, embora se arraste por vezes em folhetos nffo qualificados.1 Inda-
pendentemente dessa teoría, vejo ainda aparecer, de quando em quando
(assim numa carta de Mr. John M. Allegro2 a Time de 17/04/1982), a sus-
peita de que haja um silencio voluntario sobre documentos que seriam perí-
gosos para a fó.3 A carta em questSo termina formulando dúvidas a respeito
da honestidade académica, dúvidas que eu rejeito peremptoriamente. Nada
será ocultado, e nada há a ocultar. Seria perverso dar a crerao público que
existem em nossos arquivos documentos misteriosos cuja publicacSo seria
fatal para a religiSb. Nada disso existe. Já um artigo assaz minucioso da
Revue Bíblique de 1956 (pp. 49-67) e numerosos estudos publicados em di
versos periódicos sobre textos de Qumran particularmente interessantes e
171
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
172
MANUSCRITOS DO MAR MORTO 29
Isto quanto aos editores. Temos ainda que levar em conta a morosida-
de necessária para a impressao desses manuscritos, cheios de caracteres he
braicos, de sinais diacríticos, de símbolos, etc. A Clarendon Press de Oxford
realiza esse trabalho com perfeicfo digna de todo elogio. Mas os operarios
especializados capares de tal tarefa nao sá"o numerosos. Também eles preci-
sam de tempo.
(continua na p. 155)
173
Periódicamente voltam
As Finanzas da Santa Sé
174
FINAN CAS DA SANTA SÉ 31
175
32 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
Por "Santa Sé" entende-se o governo central da Igreja, com a sua apáb
eminentemente pastoral.
Por "Estado da Cidade do Vaticano" entende-se a sede desse governo.
que é o territorio do Vaticano.
(continuacao da p. 181)
176
Um novo abortivo:
A Pílula RU 486
Em síntese: Nos últimos anos foi /aneada urna pílula abortiva designa
da por RU 486. Empresarios e políticos a querem recomendar; os médicos
em parte hesitam, pois aínda nio foram explorados todos osefeitos colate-
rais desse produto. A Ética cristi. porám, repele esse novo fármaco como
sendo instrumento de homicidio ou atentado é vida de inocentes. O Dr. Jé-
róme Lejeune, geneticista de fama mundial, manifesta-se sobw o assunto ñas
páginas seguintes, mostrando como o público vai sendo engañado por órgaos
postos a servico de interesses espurios; "a pflula RU4864 um veneno", re-
pete ele, prestando desta forma o melhor sen/ico á mulhereá sociedade.
A pflula RU 486 foi fabricada pelo francés Dr. Etienne Baulieu como
sendo um abortivo de uso muito fácil; é menor do que um comprimido de
aspirina e mais leve do que as pflulas anticoncepcionais; pode ser engolida
sem agua, com um pouco de saliva apenas; bloqueia a gravidez em 48 horas
como se bloqueia urna gripe... É com estes e outros dizeres que a publicida-
de vai recomendando o novo abortivo... Todavia as opinioes a respeito nao
sao unánimes. Daf a oportunidade de urna considerado mais detida do as
sunto: proporemos, em primeiro lugar, o aspecto técnico da nova pílula; a
seguir, um juízo ético sobre a mesma.
1. A pflula RU 48
177
34 "PSRGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
cimento das mamas. Acontece, porém, que, para funcionar devida mente, a
progesterona precisa de um elemento receptor, com o qual entra em intera-
cao. Usando urna imagem, diremos: a progesterona é como uma chave e o
seu receptor é a fechadura; para funcionar, a progesterona precisa de virar-se
dentro da fechadura. Ora a RU 486 bloqueia ou obstruí a fechadura (o
receptor), de tal modo que a.chave (a progesterona) nela nao pode entrar
nem se virar. Conseqüentement, o ovo nao pode fazer a sua nidacao no úte
ro e a gravidez é interrompida.
1.3. Atualmente...
178
PÍLULARU486 35
"ARU 486 é urna pílula de complexa aplicacSo: deve ser ingerida den
tro de 49 dias após a descoberta da gravidez... Nao pode ser vendida em far
macia... Aínda está em estudo, pois se receiam graves efeitos colaterais e de
ficiencias ñas crianfas que nascam depois do uso de tal pfluía. As pesquisas
aínda nao estáo encerradas; há aínda ¡n terrogacoes e hipóteses a elucidar".
Além do mais, tal produto abortivo nao pode deixar de marcar pro
fundamente o psiquismo da mulher que tome consciéncia de haver tirado a
vida de urna crianca; muitas sofrem de grave trauma durante anos a fio. Tais
casos se tornam tanto mais freqüentes quanto mais fácil se faz o uso desse
abortivo. A imprensa tende a apresentá-lo como novo e mero anticoncepcio
nal, como fácil solucao para problemas que a mulher passa a resolver a sos,
sem cirurgia ou talvez mesmo sem a participacao do homem. A possíveí
"euforia" cede, sem demora, a profundo traumatismo, pois a mulher possui
natureza delicada e fina percepcfo para tudo o que diz respeito á vida.
179
36 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
2. A RU 486 e a Ética
Renata M.: "Professor Lejeune, o Sr. sabe que na Franca, como tam
bém na Italia, há urna lei do Estado que permite a ¡nterrupcá'o da gravidez".
R.M.: "Mas os que sita favoráveis ao uso da RU 486 afirmam que pre
cisamente o valor da mesma está no modo simples de ser aplicada".
180
PILULARU486 37
L.: "NSo é verdade. Ná"o é verdade, e faz-se necessário dizé-lo com voz
forte. Num recente número da abalizada revista norte-americana Science,
foi publicado um ampio estudo sobre a pílula abortiva, no qual o aspecto
terapéutico era amplamente debatido. Nenhum dos estudiosos, porám, pode
provar coisa alguma em favor da pílula. Esta i simplesmente um veneno. É
preciso que o público o satba".
(continua na p. 176)
181
Dilema candente:
0 autor afirma que "do conceito de Deus depende toda a nossa vida...
182
"DEUS:SONHO OU PESADELO?" 39
183
40 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
2. Refletindo...
184
"OEUS:SONHO OU PESADE..O?" 41
ríos dos procedimentos que hoje sao censurados, pois certas nocoes básicas
de antropologia, historia, lingüística..., familiares a nos, Ihes eram desconhe-
cidas; assim se hao de considerar as Cruzadas, a Inquisicao medieval, varios
aspectos da escravatura; nem mesmo Safo Paulo, vivendo dentro das coorde
nadas do sáculo I, pode pleitear a abolicao drástica da escravatura: ele devol-
veu o escravo Onésimo a Filemon e tracou normas de convivencia para pa-
tróes e escravos; cf. Ef 6,5-9; Cl 3,22-4,1.
Em suma, nao se deve abrir um fosso táo largo entre velhos e jovens,
entre o conceito de Deus daqueles e o destes. Mas veja-se a imagem de Deus
que se revelou por Jesús Cristo crucificado e ressuscitado como algo.de pere
ne, que perpassa todos os sáculos da historia. As mudancas em materia de fé,
de Moral; de Liturgia podem ocorrer em questoes acidentais (rezar de joe-
Ihos, rezar prostrado, rezar sentado...), nunca, porém, em questóes essen-
ciais; estas nao toleram evolucSo.
185
42 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
Verdade é que Deus nao precisa do homem nem das homenagens que
este Ihe presta... Também nao precisa de ser informado de nossas necessida-
des, que geralmente Lhe expomos na oracao (pp. 95-97).
IIRR
"DEUS:SONHO OU PESADELO?" 43
"NSo espare que os santos o prote/am ñas viagens. Eles nio sSo mecá
nicos, nem borracheiros, nem motoristas, nam policiais rodoviários. Cuide-
sel Existem Ms da protegió, que procedem também de Deus. através da na-
tureza.
NSo adianta pedir aos santos que aprésenteme Reforma Agraria, que
alcancem de Deus comida para os que tém fome, e coisas assim..." (p.95).
Ver também p. 97.
A oracao pode até obter milagres, como ensina a Igreja. Esta espera
sempre a realizacáo de auténticos e comprovados milagres para proceder á
canonizacáo de um Santo; cf. PR 329/1989, pp. 473-479.
2.3.1. Demonios
187
44 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
2.3.2. Inferno
"O inferno existe. Porém, deve ser racionalizado... O inferno pode ser
um lugar bonito, com tudo o que é bom para os sentidos, porém sem amor.
Quanta gente milionária, com carros de luxo ñas suas garagens, aviSes nos
hangares, ¡ates atracados no cais, fazendas, amantes por todo lado... vive di-
zendo: 'Minha vida é um infernoV Compreendeu? O que importa é atualizar
o conceito de inferno, pois ninguém irá mais acreditar num Deus associado
ao inferno tradicional..." (p. 116).
Todo ser humano foi naturalmente feito para o bem... e para o Bem
que nao se acaba ou o Bem infinito — Deus. Este, explícita ou implícitamen
te, exerce atracao sobre todo homern, á semelhanca do Norte que atrai a
agulha magnética da bússola. Se alguém, usando da sua livre vontade, diz
Sim a esse Norte (= Deus), encontra repouso e plenitude (a bem-aventuran-
ca celeste)... Se, porém, voluntariamente Ihe diz Nffo e no dia da morte é en
contrado pelo Senhor nessa atitude de repulsa consciente e voluntaria, terá o
definitivo distanciamento de Deus; o Senhor respeitará a sua opcao negativa
e nao o toreará a voltar para Deus. É este estado que se chama inferno; a
própria criatura a ele se condena, sem que o Senhor Deus necessite de profe
rir alguma sentenca. Além desta dolorosa frustracao, há no inferno o que a
Sagrada Escritura chama fogo,... fogo, porém, que nao é o da térra.
Tal estado é definitivo e sem fim, porque a alma humana é, por si mes-
ma, ¡mortal. O mesmo so terminaría
188
"DEUS: SONHO OU P-ESADELO?" 45
porém, que o Senhor nao pode deixar de amar o homem, porque Ele é inca
paz de se contradizer; Ele nao pode dizer Na*o após ter dito Sim;o seu amor
é irreversível.
Eis o que se emende por inferno numa lúcida concepcao. Vé-se que tal
estado, longe de ser ¡ncompatível com a santidade de Deus, resulta preci
samente do fato de que Deus ama a criatura... e a ama divinamente, isto é,
sem se poder desdi zer e sem poder retirar-lhe o seu amor; cf. 2Tm 2,11-13.
"Deus nSo infunde a alma guando quer, como quer e se quer. 'Ble se
gué as leis da natureza. Quando um homem e urna mulher decidem gerar
um fílho, Deus se compromete a fazer a sua parte: criar e infundirá alma"
(p. 47).
3. Conclusao
189
Como vio
As Comunidades Eclesiais de
Base?
190
COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE 47
PREOCUPAQOES E ANSEIOS
O caminho fecundo seguido pelas CEBs até a sua maturidade foi en-
travado em certos lugares e a sua possibilidade de agir como verdadeiros fo
cos de evangelizado foi reduzida por diversds motivos:
191
48 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 335/1990
192
SALTERIO
RITOS DE COMUNHÁO
AREGRADESÁOBENTO
Por Dom Joao Evangelista Enout O.S.B. 190 Págs Cr$ 560,00
O genio, ou seja a santidade de um monge da Igreja latina
do século VI (480-540) - SAO BENTO - transformou-
o em exemplo vivo, em mestre e em legislador dejjm es
tado de vida crista, empenhado na procura crescente da
face e da verdade de Deus, espelhada na trajetória de um
vi ver humano renascido do.sangue redentor de Cristo. —
Assim, o discípulo de Sao Bento ouve o chamado para
fazer-se monge, para assumir a "profissao de monge".
GREGO BÍBLICO
CrS 400,00